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Apresentação - Filosofia Medieval e Cristã

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O Nome da Rosa 
Carolina Barreto
RESUMO DO FILME
O nome da rosa é um filme franco-teuto-italiano de 1986, dos gêneros 
drama histórico e suspense, dirigido por Jean-Jacques Annaud, com 
roteiro baseado no romance de nome della rosa, do crítico italiano 
Umberto Eco.
Um mosteiro isolado recebe a visita do frade franciscano William de 
Baskerville e do jovem noviço Adso, que vieram tentar apaziguar 
conflitos entre diferentes ordens religiosas. Sua chegada, no entanto, 
coincide com uma série de mortes misteriosas. A maioria dos 
religiosos ali atribui as mortes a forças malignas, mas frei William não 
acredita nisso e decide investigar.
RESUMO DO FILME
No filme, William, que tem uma postura humanista e racional num 
mundo guiado pela fé. Representa o intelectual renascentista e, com 
suas investigações, percebe o real motivo dos crimes, que era a 
persuasão de Jorge para que os párocos mais questionadores ou que 
estivessem em seu caminho lessem um livro envenenado e 
morressem.
As mortes culminam na instalação de um tribunal da Santa 
Inquisição, presidido pelo inquisidor Bernardo Gui, um personagem 
histórico real. Nesse tribunal, são condenados: a camponesa que 
mantinha relações com Salvatore para conseguir comida; Salvatore 
e Remigio de Varagine, antigos dolcinianos que por seu passado são 
condenados a fogueira.
RESUMO DO FILME
Assim, William e Adso saem a procura da biblioteca secreta, onde 
sabiam que encontrariam as motivações e o culpado desses 
assassinatos. Após andar por labirintos e resolver enigmas, eles 
conseguem encontrar a obra proibida de Aristóteles, junto ao 
assassino, Jorge de Burgos.
Jorge de Burgos provoca um incêndio, e morre com o 
conhecimento do livro de Aristóteles. Enquanto isso, os 
camponeses se aproveitam da balburdia e se rebelam contra o 
tribunal da Santa Inquisição, matando Bernardo Gui e libertando a 
camponesa, que permaneceu sem nome durante a saga. 
Beneditinos
O mosteiro do filme e seus párocos eram beneditinos.
A Ordem de São Bento ou Ordem 
Beneditina é a mais antiga ordem 
religiosa católica de clausura 
monástica que se baseia na 
observância dos preceitos destinados 
a regular a convivência social. É 
considerada como a iniciadora do 
movimento monacal.
Beneditinos
O mosteiro do filme e seus párocos eram beneditinos.
Esta ordem, assim como o seu 
impulsionador, São Bento, preceituava 
a pobreza, a virgindade, a obediência, 
a oração e o trabalho, bem como 
promovia o ensino. Por este último 
motivo, ao lado dos seus mosteiros, 
havia sempre uma escola, razão pela 
qual ainda, a ordem tornou-se em um 
dos centros culturais da Idade Média, 
com as suas bibliotecas reunindo o 
que restara das obras e ensinamentos 
da Antiguidade.
Franciscanos
William de Baskerville e Adso de Melk , os personagens 
principais do filme são Franciscanos.
Os franciscanos são um grupo de 
ordens religiosas mendicantes 
relacionadas inicialmente dentro da 
Igreja Católica, fundado em 1209 por 
São Francisco de Assis.
A Regra de São Francisco original 
aprovada pelo papa não permitia a 
posse de propriedade, exigindo que os 
membros da ordem implorassem por 
comida enquanto pregava. A 
austeridade pretendia imitar a vida e o 
ministério de Jesus Cristo.
Ordens franciscanas:
- Ordem dos Frades 
Menores;
- Ordem de Santa 
Clara; 
- Terceira Ordem de 
São Francisco
Dolcinianos
Salvatore e Remigio de Varagine são ex-dolcinianos que 
escondem seu passado por serem considerados hereges.
O movimento dolciniano foi uma seita 
religiosa da Baixa Idade Média que se originou 
dos Irmãos Apostólicos. Foram um 
movimento religioso cristão considerado 
como uma seita pela Igreja Católica no início 
do século XIV. Eles eram seguidores de Frei 
Dolcino, que prometeu-lhes a vida apostólica 
de Jesus, a rejeição da riqueza e o amor, em 
comunhão com todos os seres vivos, 
incluindo os animais.
Santa Inquisição
A Inquisição foi um movimento político-
religioso que ocorreu entre os séculos 
XII ao XVIII. O objetivo era buscar o 
arrependimento daqueles considerados 
hereges pela Igreja e condenar as 
teorias contrárias aos dogmas do 
cristianismo. O herege era um fiel 
cristão que fazia uma escolha contrária 
ao que afirmava a doutrina
Criada pelo 
Papa Gregório 
IX na Baixa 
Idade Média.
Santa Inquisição
O Tribunal do Santo Ofício tinha o intuito de 
investigar as heresias dos cátaros, e a primeira 
medida significativa contra essa situação foi a 
reunião do sínodo de Verona, comandado pelo papa 
Lúcio III e pelo Sacro Imperador Frederico 
Barbaroxa.
Contudo, o papa Inocêncio III foi quem tomou as 
primeiras medidas mais drásticas contra o 
catarismo, como a exclusão dos hereges das 
funções públicas e confisco de seus bens. 
Santa Inquisição
Os Tribunais do Santo Ofício tinham como característica:
• Objetivo específico;
• Estavam autorizados a funcionar pelo Papa ou pelo 
Bispo;
• Compostos por religiosos com estudos teológicos.
Em 1376 é escrito o “Manual dos Inquisidores”. Este 
livro descreve os métodos que os inquisidores deviam 
usar para descobrir heresias e bruxarias. Condena, 
por exemplo, o uso da tortura para arrancar uma 
confissão (foi utilizada mesmo assim) e a obra se 
tornou uma referência para padronizar a ação 
Inquisitorial. Quando instituída a pena de morte, o fogo 
era utilizado (possui significado religioso).
O Conhecimento e 
a Igreja
A vida monástica (vida dos mosteiros) e 
as ordens religiosas começaram a surgir 
na Europa a partir de 529 (século VI), com 
o Beneditinos. Com a criação das outras 
ordens religiosas, instituíam-se as regras 
de cada uma delas, que incluíam a 
oração, o trabalho e o ensino. 
Nota-se que a Igreja Medieval detinha 
todo o conhecimento da Antiguidade, 
preservando e conservando as obras nas 
bibliotecas. Todavia, somente os 
religiosos tinham domínio da linguagem. 
O Conhecimento e 
a Igreja
De um modo geral, os livros da 
Antiguidade eram proibidos, através do 
“Índex de Livros Proibidos” (sistema de 
censura), pois eram considerados 
perigosos para a manutenção da fé.
Um desses livros era o Livro II da poética 
de Aristóteles (citado no filme), que 
disserta sobre o riso e o medo. A Igreja 
os proibia, pois acreditava que se a 
população tivesse acesso a esses 
conhecimentos, não seguiriam o seus 
dogmas. 
O Conhecimento e 
a Igreja
Frases do filme que comprovam o 
controle do conhecimento e o medo como 
ferramenta:
- “o conhecimento guardado a si próprio 
em abundância se torna veneno”;
- “Se não houver medo do demônio, não 
há motivos para seguir Deus”;
O medo do riso
O fator principal para o desenvolver dos 
acontecimentos do filme, inclusive os 
assassinatos, foi um livro que realmente 
existe e foi proibido na Idade Média, 
chamado “Poética”. 
Para Aristóteles, autor do livro, tanto a 
tragédia como a comédia, enquanto 
espécies do teatro, são imitações de ações 
humanas. No filme em questão, há uma 
cena onde Jorge (o assassino), condena o 
riso, como algo excludente à ação da 
Igreja. 
O medo do riso
Frases do filme que afirmam a condenação 
do riso:
- “Não falar palavras frívolas ou aptas a 
excitar o riso! Ouvi pessoas que riam de 
coisas risíveis e lembrei-lhes um dos 
princípios de nossa regra. E como disse 
o salmista, se o monge deve abster-se 
de boas conversas pelo voto de silêncio, 
por muito maior razão deve subtrair-se 
às más conversas”
- “O riso mata o temor e o temor mata a 
fé”
Patrística
A Filosofia Patrística, 
considerada a primeira fase 
da filosofia medieval, foi 
explorada a fim de entender a 
relação entre a fé e a razão.
Neste período, o cristianismo 
começou a ter sua doutrina 
sistematizada e a desenvolver 
uma teologia mais robusta. 
Santo Agostinho era seu 
maior representante, e se 
dedicou ao estudo de Platão.
Patrística
Aqueles que defendiam que a 
essência e fundamento da 
vida deveria ser a fé eram 
denominado platonistas
cristãos. A partir da fé, e não 
da razão, os homens 
tomariam decisões em suas 
vidas erealizariam 
julgamentos morais. No geral, 
Agostinho explorou esta 
vertente, buscando na razão, 
justificativas para a fé.
Santo Agostinho
Agostinho é considerado ‘Santo’ tanto pela Igreja Católica quanto pela 
Anglicana. Estudou lógica, filosofia e retórica. Com isso, tornou-se um 
grande professor de retórica, sendo reconhecido no Império Romano. Ele 
procurou, com base em seus estudos, vários modos de encontrar um certo 
conforto espiritual. Explorou a questão do livre arbítrio, defendendo que a 
Graça Divina seria o elemento garantidor da liberdade humana. Suas duas 
principais obras são:
- Cidade de Deus;
- Confissões.
Escolástica
A Escolástica surgiu na época 
que pode ser compreendida 
como o ápice da cristandade, 
sucedendo a Patrística sobre 
a demanda de formação em 
larga escala de sacerdotes e 
da forte implicação cultural e 
educacional para a fé católica. 
Seu principal represente é o 
Santo Tomás de Aquino.
Escolástica
A Escolástica visou, sob 
grande influência do 
platonismo e principalmente 
do aristotelismo, a responder 
às diversas questões que a fé 
cristã suscita. Estava baseada 
no estudo das artes liberais, 
que eram formadas pelos sete 
campos do conhecimento e 
divididos em dois grupos.
São Tomás de Aquino
Tomás de Aquino era um monge 
dominicano. Estudioso e 
comentador das obras de 
Aristóteles, São Tomás de Aquino 
imprimiu em sua obra uma 
mistura de suas próprias ideias, 
das ideias do filósofo grego antigo 
Aristóteles e do pensamento 
cristão, baseado na Bíblia e nos 
dogmas da Igreja Católica.
Tomás de Aquino elaborou, 
através dos escritos aristotélico, 
uma obra que comprovava a 
existência de Deus. Explorou 
temas como: Realidade sensorial; 
princípios da não-contradição, 
substância, causa eficiente, 
finalidade, ato e potência
Misoginia
Durante todo o período medieval o 
pensamento misógino ocupou os 
escritos clericais. A mulher era 
considerada um ser muito mais 
próximo da carne e dos sentidos e, 
por isso, uma pecadora em potencial. 
Afinal, todas elas descendiam de Eva, 
a culpada pela queda da humanidade.
Sob esse viés, criou-se uma 
pedagogia da salvação feminina a 
partir basicamente de três 
modelos femininos: Eva (a 
pecadora), Maria (o modelo de 
perfeição e santidade) e Maria 
Madalena (a pecadora 
arrependida). 
Misoginia
Muitos escritores da época 
escreveram livros que alertavam o 
grande perigo de se cair em tentação 
pelas chamadas “fêmeas loucas” e 
por consequência perder a glória do 
outro século por viver em pecado. 
Frases do filme que mostram a 
visão da mulher como “profana”:
- “O demônio ronda esses 
muros”;
- “A fêmea tem natureza 
perversa”.
A Verdade na Filosofia 
Antiga
No filme, os monges do mosteiro se 
baseavam nos ideais da Filosofia da 
Idade Média, principalmente a 
escolástica. Entretanto, William de 
Baskerville era uma exceção, utilizando 
principalmente os ideais de Aristóteles 
(Filósofo Antigo) para estudo do 
conhecimento e a verdade. Um dos 
primeiro grandes filósofos conhecidos, 
Sócrates, afirmava que a verdade vinha 
através do conhecimento e do 
questionamento (“Só sei que nada sei”).
A Verdade na Filosofia 
Antiga
O pensamento de Platão, sobre a divisão 
da alma em três partes, também se 
relaciona com o pensamento dos 
protagonistas do filme (“Aprender é 
recordar”).
Aristóteles, o Filósofo Antigo mais citado 
no filme, possui alguns ideais opostos 
aos mostrados no filme, e viabiliza a 
discussão sobre o riso e sua relação com 
a fé.
Obrigada pela atenção!
Carolina Barreto, Júlia Cardozo, Igor Forte, Miguel Henrique, 
Vinícius Silva e Victor Zrk
3ºD - ETIM

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