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A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação natural na obra de hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro JOÃO FILGUEIRAS LIMA, LELÉ: MARIELI AZOIA LUKIANTCHUKI Orientadora: Prof. Assoc. Rosana Maria Caram UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Marieli Azoia Lukiantchuki A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro Dissertação apresentada à Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo. (versão corrigida) Área de concentração: Arquitetura, Urbanismo e Tecnologia Orientadora: Profa. Associada. Rosana Maria Caram Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP São Carlos 2010 AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. ���������� �� ����������������� ������ ������������� � ������ ����� �� ������� ������� � ������������ �!� Lukiantchuki, Marieli Azoia L954e A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro / Marieli Azoia Lukiantchuki ; orientador Rosana Maria Caram. –- São Carlos, 2010. Dissertação (Mestrado-Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo e Área de Concentração em Arquitetura, Urbanismo e Tecnologia) –- Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, 2010. 1. Ventilação Natural. 2. Conforto ambiental. 3. João Filgueiras Lima (Lelé). 4. Hospitais da Rede Sarah. I. Título. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus amados pais, Mario e Maria Alice, e minhas amadas irmãs Layla, Juliana e Marlice. Meu TUDO! AGRADECIMENTOS “Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”. Felipe Cortelline Roque Agradeço primeiramente a DEUS, pelo dom da vida, por sua constante proteção, por se mostrar presente em todas as horas, principalmente nas mais difíceis, e por colocar todas estas pessoas em meu caminho. À minha amada mãe, MARIA ALICE, pela sua incansável disposição, não medindo esforços para que eu pudesse alcançar todos os meus objetivos, e que muitas vezes fez dos meus sonhos os seus sonhos. Ao meu amado pai, MARIO, meu grande incentivador, por sempre me estimular a lutar, por maior que sejam as dificuldades da vida. Apesar de sua ausência física, continua sendo meu porto seguro em todos os momentos. Vocês dois são o maior e o melhor exemplo que eu tenho. As minhas amadas irmãs, LAYLA, JULIANA e MARLICE, pelo constante incentivo, carinho, diversão, e por serem essa fonte inesgotável de amor, que torna esse “quarteto” inseparável. Aos meus amados sobrinhos MARIO e CAIO que estão chegando. A presença de vocês deu um toque especial na conclusão deste trabalho. A todos vocês que tanto amo, minha eterna gratidão. Ao querido MAYKO, por todo companheirismo, compreensão, amor e carinhos incondicionais, o que o torna uma pessoa ímpar na minha vida. Obrigado por nunca medir esforços para me ajudar, estando sempre ao meu lado e pelo seu bom-humor contagiante nos momentos mais difíceis. Aos meus queridos cunhados: FRANCISCO e CASSIANO, que se tornaram meus irmãos. Obrigado pela amizade e momentos de descontração. Vocês moram no meu coração. À Profa. Dra. ROSANA MARIA CARAM, minha orientadora, mestre e amiga, pela valiosa orientação, incansável incentivo e pela confiança em mim depositada desde o dia em que nos conhecemos. Muito obrigada por me mostrar que nossa capacidade vai muito além do que imaginamos. Minha eterna admiração pela sua competência, caráter e conduta. Às professoras Dra. KARIN MARIA CHVATAL e LUCILA CHEBEL LABAKI, pela valiosa contribuição e ajuda, não somente durante o exame de qualificação, mas ao longo de toda esta jornada. Muito obrigada! Ao grande mestre JOÃO FILGUEIRAS LIMA, LELÉ, pela inspiração e disposição em colaborar com este trabalho. Obrigada não apenas pelas entrevistas e pelos materiais fornecidos do acervo do CTRS, que foram fundamentais para a realização desta pesquisa. Obrigada, principalmente, por dividir comigo o seu valioso conhecimento. Toda minha admiração pelo arquiteto e pelo ser humano Lelé. Às queridas EUFÊMIA e CRISTIANE, secretárias de Lelé, pela paciência em agendar as entrevistas e por me receberem de uma forma tão especial. Muito obrigada! A toda equipe da Rede Sarah: sem vocês, seria impossível concretizar este trabalho. Ao grande engenheiro e amigo ANTÔNIO JOSÉ LEÃO LÍRIO, pelo apoio fundamental e pela importante ajuda durante a pesquisa de campo no Sarah – Rio. Saiba que sou muito grata por todo seu apoio e, principalmente, por você acreditar tanto neste trabalho. O contato com você fez toda a diferença na conclusão desta etapa. À arquiteta ADRIANA FILGUEIRAS LIMA, pelo carinho que sempre me recebeu no Sarah – Rio, pelas informações e materiais concedidos e pelo tempo despendido para esta pesquisa. À arquiteta Paisagista BEATRIZ SECCO. Obrigada não apenas pelas entrevistas concedidas, mas também pelo carinho e atenção com que sempre me atendeu. Ao arquiteto ANTÔNIO CARLOS BASTOS DOS SANTOS, pela visita guiada na obra do Rio, e intensa ajuda ao longo desses anos. Ao engenheiro ROBERTO VITORINO, por me receber tão bem em seu escritório, pela entrevista concedida, compartilhando comigo seus valiosos conhecimentos e sua paixão pela engenharia, e pela atenção disponibilizada durante este trabalho. Ao arquiteto NEUTON BACELAR. Obrigada, por me receber diversas vezes no Sarah de Salvador, pelas informações disponibilizadas e constante apoio. Agradeço a toda equipe de manutenção do Sarah de Salvador, em especial a JORGE ANTÔNIO e JOSÉ VENTURA, pelo auxílio no desenvolvimento da pesquisa de campo. Obrigada pela paciência de permanecerem por uma hora a mais dos seus horários de expediente para me ajudar a recolher todos os equipamentos, e, mais do que isso, pela atenção durante esse período. A toda equipe do CENTRO DE TECNOLOGIA DA REDE SARAH de Salvador. Em especial ao ANDRÉ BORÉM, pela visita guiada ao CTRS, ao HURANDY MATOS, pela atenção dedicada a este trabalho, à arquiteta ANA AMÉLIA, por todos os materiais fornecidos, e à arquiteta DENISE MENICUCCI, pela entrevista e constante atenção. Ao arquiteto JOSÉ FERNANDO MINHO, pela entrevista, atenção e importantes informações concedidas. Ao engenheiro mecânico GEORGE RAULINO. Obrigada, pela entrevista concedida, pela paciência em solucionar todas as minhas dúvidas e pela oportunidade incrível de conhecer seu trabalho. O contato com você foi primordial para a realização desta pesquisa. Ao arquiteto HAROLDO PINHEIRO, pela entrevista, pelos materiais fornecidos, pelas incontáveis dúvidas solucionadas e, principalmente, por ter colaborado com esse trabalho de uma forma tão única. Ao DR. ALOYSIO CAMPOS DA PAZ JUNIOR, por me receber no Sarah-Brasília, pela entrevista fundamental e, principalmente, pela atenção e dedicação a este trabalho. Agradeço também aos seus secretários: ALESSANDRA, ANA PAULA e EDSON, pela paciência em atender minhas ligações e pela receptividade no Sarah-Brasília. A toda a FUNDAÇÃO ATHOS BULCÃO, pela beleza do seu trabalho, em especial à VALÉRIA CABRAL, pelotempo disponibilizado e pela entrevista concedida. A todos os PACIENTES DA REDE DE HOSPITAIS SARAH, em especial os do Sarah de SALVADOR e do RIO DE JANEIRO, pela compreensão da importância desta pesquisa. Obrigada por terem permitido que eu invadisse esse espaço, pela colaboração durante as medições e pelas conversas durante a minha estadia no Rio e Salvador, que transformaram a minha forma de ver o mundo. Meus sinceros agradecimentos. A EDSON MATSUMOTO, doutor, grande mestre e amigo. Obrigada, pelo constante apoio no planejamento e execução dos ensaios no túnel de vento, pela paciência em solucionar minhas dúvidas, pela incansável disposição, pelas correções e, principalmente, por compartilhar comigo seus valiosos conhecimentos. É difícil expressar em palavras o meu agradecimento. Aos colegas do curso de Mestrado e Doutorado em Arquitetura e Urbanismo da EESC/USP, que fizeram estes anos inesquecíveis e dos quais sentirei saudade. Agradeço em especial: à ANA BARBOSA, pela amizade desde o início, pelo incentivo e por sempre ter uma palavra amiga nas horas certas; à ANA CAROLINA FRÓES, pelo carinho, apoio incondicional, amizade e constante preocupação, que fez muita diferença nesses anos; à CRIS BUENO pela amizade, pelo alto astral contagiante e pela ajuda com o inglês; à GERUSA, pela amizade, apoio e ajuda nos assuntos técnicos; à MONICA, parceira de conforto. Obrigada pela amizade, pelos trabalhos realizados em conjunto e pelo incentivo em todos os momentos; à LORE PAVESI, pela amizade, apoio e atenção, demonstrando sempre muito carinho; à VANESSA pelo carinho que sempre me ajudou e por transmitir tanta tranqüilidade; à RITA, pela amizade e constante apoio online; ao grande amigo RODRIGO JABUR, pela amizade que se iniciou em Maringá e se fortaleceu em São Carlos. Obrigada, pelos inúmeros momentos de descontração, pelas conversas, companheirismo, e pelo apoio nos momentos mais difíceis, que foram essenciais para tornar essa estadia em São Carlos muito mais agradável; às queridas amigas do ArqTec DÉBORA, IARA, MARINA e MICHELE, por me “adotarem” como se eu fizesse parte desse grupo de pesquisa, pelas risadas, conversas e atenção nos momentos mais difíceis; aos queridos amigos nordestinos: ADRIANA LEAL, pelo apoio na finalização deste trabalho, mostrando-se uma pessoa muito querida; JOSI, amiga e parceira de sala. Obrigada, pela companhia diária e apoio constante; RÉRISSON, pelo incentivo e momentos de descontração e RAFAEL, pelas visitas “rápidas” à sala da pós- graduação, trazendo alegrias em todos os momentos. Todos vocês estarão guardados em meu coração e espero que essas amizades ultrapassem os limites de São Carlos. À KELEN DORNELLES, que se mostrou uma grande amiga ao longo desse trabalho. Obrigada pelas longas conversas, importantes ensinamentos e atenção, estando sempre disposta a ajudar. Agradeço também ao VICTOR RORIZ, pelo auxílio e atenção e por ceder seu tempo para me ajudar com as correções. Muito obrigada! À Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, e a todos os professores do Departamento de Arquitetura e Urbanismo dessa instituição, que muito contribuíram para meu crescimento e aprendizado. A todos os funcionários do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da EESC, em especial: SÉRGIO, FÁTIMA, OSVALDO, EVANDRO, PAULO CENEVIVA E ZANARDI, pela assistência nesses anos. Aos queridos CAIO, GERALDO e MARCELINHO, pela paciência, atenção e momentos de descontração. Sem a ajuda de vocês, tudo ficaria muito mais difícil. Muito Obrigada! Ao Prof. Dr. EDMUNDO ROGÉRIO ESQUÍVEL, pelo constante apoio, incentivo e amizade. Obrigada por acreditar tanto no meu potencial e por ter aberto as portas do Departamento de Geotecnia para mim. À Universidade Estadual de Campinas, em especial ao Laboratório de Física Aplicada e Conforto Ambiental, onde foram realizados os ensaios no túnel de vento e ao Laboratório de Automação e Prototipagem para Arquitetura e Construção, na execução das maquetes. Agradeço em especial os técnicos do Laboratório de Conforto Ambiental e Física Aplicada da Unicamp DANIEL GHIDOTTI e OBADIAS PEREIRA DA SILVA JUNIOR. Obrigada, pela paciência e enorme apoio na separação e programação de todos os equipamentos. À Profa. ROSANA e seu esposo ERWIN. Vocês me receberem em Campinas como se fosse minha casa. Obrigada pela maravilhosa estadia e apoio nessa etapa. Ao querido casal MARINA e AURÉLIO, por também me acolherem tão calorosamente em Campinas, durante os ensaios na Unicamp. Obrigada, pelas inúmeras caronas, jantarzinhos especiais, passeios e principalmente pela amizade tão verdadeira. À UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM), que foi essencial na minha formação. Agradeço também a todos os professores da UEM, pelo conhecimento passado durante toda a faculdade. Agradeço, em especial, aos professores: CÉSAR IMAI, GISELA BARCELLOS DE SOUZA E PAULO FERNANDO SOARES, por despertarem em mim a “paixão” pela pesquisa, o que foi essencial para eu realizar esse sonho. A todos os amigos que fiz durante a graduação em Arquitetura e Urbanismo na UEM, em especial à querida ARIANNE VATANABE, minha amiga-irmã. Apesar da distância física, sempre esteve presente torcendo por este trabalho. Obrigado pelas ligações e presença constante... “amizade para sempre e ainda é muito pouco”. Ao arquiteto MARCO ANTÔNIO GOÉS, o grande incentivador nessa área da arquitetura hospitalar. Obrigada, pelo apoio e incentivo constante. Aos professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro: Prof. Dr. OSCAR CORBELLA, Prof. Dr. FÁBIO BITTENCOURT e Profa. Dra. CLÁUDIA KRAUSE, que colaboraram de longe com este trabalho, fornecendo importantes informações sobre o clima da cidade do Rio de Janeiro. À FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE SÃO PAULO – FAPESP, pela bolsa de mestrado concedida e por todo o apoio financeiro. E, finalmente, a todos que colaboraram e participaram desta pesquisa de forma direta ou indireta, os meus sinceros agradecimentos. “Quando nada parece ajudar, eu vou e olho o cortador de pedras martelando sua rocha talvez cem vezes sem que nem uma só rachadura apareça. No entanto, na centésima primeira martelada, a rocha se abre em duas, e eu sei que não foi aquela a que conseguiu, mas sim todas aquelas que vieram antes” Jacob Riis i Resumo RESUMO LUKIANTCHUKI, Marieli Azoia. A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro. 2010. 320p. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2010. O emprego da ventilação e da iluminação natural nas construções minimiza os impactos ambientais e possibilita uma maior harmonia entre o entorno e o edifício. Isso pode ser ilustrado através das obras do arquiteto João Filgueiras Lima, Lelé, que proporcionam o uso racional da energia elétrica, conforto aos usuários e humanização dos espaços. Este trabalho evidencia as metodologias de projeto de Lelé e sua equipe na elaboração de um edifício mais confortável. Posteriormente, identifica as estratégias de conforto térmico e ventilação natural utilizadas por ele, por meio da comparação e avaliação de dois hospitais da Rede Sarah, localizados nas cidades de Salvador - BA e do Rio de Janeiro - RJ. A análise se divide em duas etapas: primeiramente a qualitativa, através da identificação e caracterização dessas estratégias. Em seguida, é efetuada a análise quantitativa, por meio de medições in loco das variáveis ambientais temperatura, umidade relativa e velocidade do ar e dos níveis de iluminância e através de ensaios no túnel de vento. A análise dos resultados é baseadaem entrevistas; pesquisas de campo; nas normas ASHRAE Standard 55- 2004 e NBR/ABNT 5413; na comparação da velocidade do vento em cada hospital analisado nos ensaios no túnel de vento e nos parâmetros adquiridos em literatura especializada. As análises apresentadas neste trabalho demonstram a preocupação de Lelé na incorporação dos aspectos bioclimáticos desde a concepção do projeto, destacando a importância de suas experiências profissionais. Além disso, destaca-se que a principal evolução que ocorreu no Sarah – Rio foi à estrutura e a geometria da cobertura em sheds. Palavras-chave: Ventilação natural. Conforto ambiental. João Filgueiras Lima (Lelé). Hospitais da Rede Sarah. ii Evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro iii Abstract ABSTRACT LUKIANTCHUKI, Marieli Azoia. The evolution of the thermal comfort and natural ventilation strategies in João Filgueiras Lima, Lelé: Salvador and Rio de Janeiro Sarah Network of Rehabilitation Hospitals. 2010. 320p. Master thesis – School of Engineering at São Carlos, University of São Paulo, São Carlos, 2010. The use of natural ventilation and lighting by buildings reduces the environmental impacts and allows a better harmony between the building and its surroundings. It can be seen in the work of the architect João Filgueiras Lima, Lelé, which provides a rational use of electricity, comfort to the users and the humanization of the spaces. This work shows Lelé’s design methodology for the conception of a more comfortable building. After that, this research identifies thermal comfort and natural ventilation strategies used by this architect through the evaluation of two Sarah Network Rehabilitation hospitals, which are located in the Salvador - BA and Rio de Janeiro - RJ. The analysis is divided in two steps: initially a qualitative analysis based on the identification and characterization of these strategies. Then it was done the quantitative analysis based on field research of environmental variables as temperature, humidity and air velocity, lighting levels and also through wind tunnel experiments. The analysis of the results was based on interviews, field research, the ASHRAE 55-2004 and NBR/ABNT 5413 standards, the comparison of the air velocity variables in each hospital analyzed in the wind tunnel, and the data obtained in specialized literature. The analysis presented in this work shows the Lelé’s concern about the incorporation of bioclimatic aspects since the design conception, highlighting the importance of his professional experiences. Furthermore, the results indicated that the main evolution occurred in the Rio de Janeiro Sarah Hospital was about structure and geometry of the sheds on the roofing. Keywords: Natural ventilation. Environmental comfort. João Filgueiras Lima (Lelé). Sarah Network of Rehabilitation Hospitals. iv A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro v Lista de figuras LISTA DE FIGURAS Figura 1: Enfermaria e capela Second Hospital of the Knights Rhodes. ........................................ 46 Figura 2: Leito compartilhado entre os doentes ................................................................................. 46 Figura 3: Enfermaria Nightingale St Thomas Hospital. ........................................................................ 47 Figura 4: Sanatório Adhemar de Barros – São José dos Campos, SP – 1938. ............................... 48 Figura 5: Esquadrias – projeto de Karl Turban ...................................................................................... 48 Figura 6: Projeto para o Centro de Diagnóstico Nuffield - Corby ................................................... 48 Figuras 7: Luz natural e humanização no Sarah de Fortaleza ......................................................... 50 Figura 8: Universidade de Manaus ........................................................................................................ 53 Figura 9: SUFRAMA .................................................................................................................................... 53 Figuras 10 e 11: Local de implantação das escadas drenantes e montagem do sistema ...... 56 Figura 12: Sheds da DISBRAVE ................................................................................................................ 58 Figura 13: Vista geral da DISBRAVE........................................................................................................ 58 Figura 14: Sheds no ambulatório ............................................................................................................ 59 Figura 15: Protetores solares do hospital de Taguatinga .................................................................. 59 Figura 16: Sheds da sede do planalto de automóveis/FORD .......................................................... 59 Figura 17: Secretarias do centro administrativo da Bahia ................................................................ 60 Figura 18: Corte das secretarias do centro da Bahia ........................................................................ 60 Figura 19: Gráfico de insolação – Fachada norte ............................................................................. 60 Figura 20: Fachada sul dos edifícios com os rasgos nos peitoris ..................................................... 60 Figura 21: Vista geral da igreja do centro administrativo da Bahia ............................................... 61 Figura 22: Convento de Brotas ............................................................................................................... 61 Figura 23: Corte do convento de Brotas .............................................................................................. 61 Figura 24: Corte das escolas transitórias .............................................................................................. 62 Figura 25: Creches Mais ........................................................................................................................... 62 Figura 26: CIACS ........................................................................................................................................ 62 Figura 27: Corte com o esquema de ventilação ............................................................................... 63 Figura 28: Corte do auditório .................................................................................................................. 63 Figura 29: Corte do Tribunal de Natal ................................................................................................... 64 Figura 30: Corte do Tribunal de Aracaju .............................................................................................. 64 Figuras 31: Sedes dos Tribunais de Contas da União de Maceió, Teresina e Cuiabá ................ 64 Figura 32: Tribunal Regional Eleitoral da Bahia ................................................................................... 64 Figura 33: Sistema de ventilação do escritório do Lelé no CTRS ..................................................... 65 Figura 34: Corte do projeto da rodoviária de Ribeirão Preto .......................................................... 65 Figura 35: Tribunal Regional do Trabalho - TRT .................................................................................... 66 Figura 36: Corte da Fundação Darcy Ribeiro .....................................................................................66 Figura 37: Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek (Sarinha) no dia da inauguração. ......... 68 vi A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro Figura 38: Capa do projeto para desenvolvimento de um Programa de Medicina do Aparelho Locomotor e de Reabilitação.............................................................................................. 69 Figura 39: Evolução da cama-maca ................................................................................................... 73 Figura 40: Mapa com a localização de todas as unidades da Rede Sarah ............................... 73 Figura 41: CTRS em instalações provisórias .......................................................................................... 75 Figura 42: Implantação atual do CTRS em destaque ....................................................................... 75 Figura 43: Centro de Tecnologia da Rede Sarah .............................................................................. 75 Figura 44: Planta do CTRS ........................................................................................................................ 75 Figura 45: Oficinas do CTRS (a) metalúrgica pesada, (b) metalúrgica leve, (c) argamassa armada, (d) marcenaria e (e) pintura ................................................................................................. 76 Figuras 46 e 47: Planta e vista do Habitat, respectivamente .......................................................... 79 Figura 48: Hospital Sarah de Brasília ...................................................................................................... 80 Figura 49: Terraços-jardins das enfermarias ......................................................................................... 80 Figura 50: Sheds do Sarah de Brasília .................................................................................................... 81 Figura 51: Sarah São Luís .......................................................................................................................... 81 Figura 52: Sarah Salvador ........................................................................................................................ 81 Figuras 53 e 54: Vista do Sarah - Belo horizonte e detalhe da cobertura, respectivamente ... 82 Figura 55: Sarah – Fortaleza .................................................................................................................... 83 Figura 56: Geometria dos sheds e sistema de nebulização ............................................................ 83 Figura 57: Jardins internos no Sarah de Fortaleza .............................................................................. 84 Figura 58: Cobertura em arco ................................................................................................................ 84 Figura 59: Cortes do Centro - geometria dos sheds .......................................................................... 85 Figura 60: Centro de Reabilitação Infantil ........................................................................................... 85 Figura 61: Vegetação ao redor do Centro ......................................................................................... 85 Figura 62: Sarah Lago Norte ................................................................................................................... 86 Figura 63: Sheds e iluminação natural .................................................................................................. 86 Figura 64: Sheds do ginásio ..................................................................................................................... 86 Figura 65: Sarah - Macapá ..................................................................................................................... 87 Figura 66: Sarah - Belém .......................................................................................................................... 87 Figura 67: Hospital Sarah do Rio de Janeiro ........................................................................................ 87 Figura 68: Sarah - Natal ............................................................................................................................ 88 Figura 69: Sarah - Recife .......................................................................................................................... 88 Figura 70: Projeto do hospital Sarah para a cidade de Curitiba .................................................... 89 Figura 71: Hospital Escola Municipal de São Carlos .......................................................................... 89 Figura 72: Forros basculantes .................................................................................................................. 90 Figura 73: Espelho d'água com as entradas das galerias ................................................................ 90 Figura 74: Hospitais da Rede Sarah Kubitschek .................................................................................. 95 Figura 75: Hospitais Sarah de Brasília .................................................................................................... 96 Figura 76: Hospitais Sarah de São Luís do Maranhão ........................................................................ 96 vii Lista de figuras Figura 77: Hospital Sarah de Salvador .................................................................................................. 98 Figura 78: Hospital Sarah do Rio de Janeiro ........................................................................................ 98 Figura 79: Pontos onde foram instalados os equipamentos de medição de temperatura e umidade, e dos ambientes onde foram realizadas as medições de ventilação natural no Sarah - Salvador ...................................................................................................................................... 106 Figura 80: Pontos onde foram instalados os equipamentos de medição de temperatura e umidade, e dos ambientes onde foram realizadas as medições de ventilação natural no Sarah – Rio de Janeiro............................................................................................................................ 107 Figura 81: Registrador de temperatura e umidade modelo 175-H1 ............................................ 108 Figura 82: HOBO RH/Temp..................................................................................................................... 108 Figura 83: Equipamento externo no Sarah – Rio nos recipientes de proteção .......................... 108 Figura 84: Indicação dos locais onde foram instalados os equipamentos de medição da velocidade do vento no Sarah - Salvador ........................................................................................ 110 Figura 85: Indicação dos locais onde foram instalados os equipamentos de medição da velocidade do vento no Sarah - Rio ................................................................................................... 111 Figura 86: Registrador multifunção Testo e sensor de esfera quente ........................................... 111 Figura 87: Luxímetro LX-107 light meter ............................................................................................... 112 Figura 88: Enfermaria do Sarah – Salvador, com os pontos de medição ................................... 114 Figura 89: Enfermaria do Sarah - Rio de Janeiro, com os pontos de medição ......................... 114 Figura 90: Apartamento individual do hospital do Rio, com os pontos de medição ............... 115 Figura 91: Túnel de vento da Unicamp .............................................................................................. 115 Figuras 92 e 93:Vista frontal e posterior da placa composta por tubos de PVC para simular a turbulência, respectivamente .............................................................................................................. 116 Figura 94: Módulo selecionado do hospital de Salvador .............................................................. 117 Figura 95: Planta do módulo do Sarah - Salvador ........................................................................... 117 Figura 96: Corte do módulo do Sarah - Salvador ............................................................................. 118 Figura 97: Módulo selecionado do hospital do Rio de Janeiro ..................................................... 119 Figura 98: Planta do módulo do Sarah do Rio de Janeiro ............................................................. 119 Figura 99: Corte do módulo do Sarah do Rio de Janeiro ............................................................... 119 Figura 100: Corte das peças no Laboratório de Automação e Prototipagem da Unicamp . 120 Figura 101: Maquete do Sarah de Salvador ..................................................................................... 120 Figura 102: Detalhe dos dutos de ventilação ................................................................................... 120 Figura 103: Maquete do Sarah do Rio de Janeiro ........................................................................... 121 Figura 104: Detalhe dos brises externos .............................................................................................. 121 Figura 105: Sensores miniaturas do anemômetro de fio quente................................................... 121 Figura 106: Localização dos pontos medidos no Sarah de Salvador – valores em metros na planta e no corte, respectivamente. ................................................................................................. 122 Figura 107: Localização dos pontos medidos no Sarah do Rio de Janeiro – valores em metros na planta e no corte, respectivamente.. .......................................................................................... 123 Figura 108: Sarah de Salvador instrumentado dentro do túnel: (a) posição real e (b) posição invertida .................................................................................................................................................... 123 viii A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro Figura 109: Sarah do Rio de Janeiro instrumentado dentro do túnel: (a) posição real e (b) posição invertida .................................................................................................................................... 123 Figura 110: Estudo de implantação do Sarah de Fortaleza .......................................................... 137 Figura 111: Presença de jardins nos primeiros croquis do arquiteto ............................................ 139 Figura 112: Esquemas feitos à mão pelo arquiteto Lelé ................................................................. 140 Figuras 113 e 114: Animações desenvolvidas no flash ................................................................... 141 Figuras 115 e 116: Animações desenvolvidas no flash ................................................................... 141 Figura 117: Software TRACE700, da Trane Co ................................................................................... 142 Figura 118: Modelo físico do Hospital Sarah – Rio de Janeiro no interior do túnel de vento .. 145 Figura 119: Sheds na igreja do Centro Paroquial de Bolonha – Alvar Aalto .............................. 149 Figura 120: Sheds no hospital Sarah de Fortaleza - Lelé ................................................................. 149 Figura 121: Luz natural na igreja do Centro Paroquial de Bolonha - Alvar Aalto ...................... 149 Figura 122: Centro de Reabilitação Infantil - Lelé ............................................................................ 149 Figura 123: Carta Bioclimática com TRY de Salvador ..................................................................... 159 Figura 124: Carta Bioclimática com TRY do Rio de Janeiro ........................................................... 159 Figura 125: Corte do terreno ................................................................................................................ 163 Figura 126: Esquema da implantação ............................................................................................... 163 Figura 127: Massa vegetativa preservada ........................................................................................ 164 Figura 128: Uso do bosque para lazer dos usuários ......................................................................... 164 Figura 129: Ônibus para transporte dos pacientes .......................................................................... 164 Figura 130: Bondes contrapesados ..................................................................................................... 164 Figura 131: Mapa de localização ....................................................................................................... 165 Figuras 132 e 133: Vista externa e interna do pavimento técnico, respectivamente ............. 166 Figura 134: Espelho d’água na faixa frontal do terreno ................................................................. 167 Figura 135: Implantação do Hospital Sarah – Rio. ........................................................................... 167 Figura 136: Espelho d’água na faixa frontal do terreno ................................................................. 168 Figura 137: Implantação do Hospital Sarah - Salvador................................................................... 169 Figura 138: Concha acústica, rodeada por vegetação ............................................................... 169 Figura 139: Espaços externos para lazer dos pacientes ................................................................. 169 Figura 140: Implantação do hospital – Rio de Janeiro. ................................................................... 170 Figura 141: Áreas externas de lazer ..................................................................................................... 170 Figura 142: Áreas externas de tratamento ........................................................................................ 170 Figura 143: Galerias subterrâneas do Sarah de Salvador .............................................................. 171 Figura 144: Pavimento técnico do Sarah do Rio de Janeiro ......................................................... 171 Figura 145: Terraço-jardim externo do Sarah - Salvador ................................................................. 172 Figura 146: Varandas externas e os solários do Sarah – Rio ........................................................... 172 Figura 147: Croqui e foto da circulação interna e do espaço de convivência, respectivamente ..................................................................................................................................... 172 Figura 148: Hidroterapia do hospital de Salvador ............................................................................ 173 ix Lista de figuras Figura 149: Hidroterapia do hospital do Rio de Janeiro .................................................................. 173 Figura 150: Residência médica e centro de estudos - Salvador................................................... 173 Figura 151: Acesso ao auditório - Rio de Janeiro ............................................................................. 173 Figura 152: Divisórias pré-fabricadas de argamassa armada ....................................................... 174Figura 153: Corte do hospital de Salvador com a modulação utilizada. ................................... 175 Figura 154: Sheds totalmente soltos dos ambientes internos ......................................................... 176 Figura 155: Cobertura do Sarah de Salvador.................................................................................... 177 Figura 156: Cobertura do Sarah do Rio de Janeiro ......................................................................... 177 Figuras 157 e 158: Orientação solar e direção dos ventos dominantes no Sarah de Salvador e Rio de Janeiro, respectivamente ......................................................................................................... 181 Figura 159: Entorno do hospital Sarah Kubitschek de Salvador e vistas ao redor do terreno . 182 Figura 160: Entorno do hospital Sarah Kubitschek do Rio de Janeiro e vistas ao redor do terreno ....................................................................................................................................................... 182 Figura 161: Ambientes que utilizam ar condicionado e ventilação natural no Sarah - Salvador. ................................................................................................................................................... 183 Figura 162: Ventilação natural, mecânica e artificial no Sarah - Rio ........................................... 185 Figura 163: Corte e planta das galerias de ventilação .................................................................. 187 Figura 164: Ventilação natural pelos sheds ....................................................................................... 187 Figura 165: Esquadrias com peças basculantes ............................................................................... 188 Figura 166: Forros basculantes fechados ........................................................................................... 188 Figura 167: Forros basculantes abertos ............................................................................................... 188 Figura 168: Coberturas em arcos retráteis ......................................................................................... 188 Figura 169: Teto curvo do centro de convivência ........................................................................... 189 Figura 170: Sequência das peças de correr dos tetos curvos ....................................................... 189 Figura 171: Galerias do hospital Sarah de Salvador ........................................................................ 190 Figura 172: Pavimento técnico do Sarah do Rio de Janeiro ......................................................... 190 Figura 173: Ventiladores na entrada das galerias ............................................................................ 191 Figura 174: Ventiladores instalados no pavimento técnico ........................................................... 191 Figura 175: Sistema de aspersão do hospital de Salvador ............................................................. 192 Figura 176: Sistema de aspersão do hospital do Rio de Janeiro ................................................... 192 Figura 177: Bocal de entrada de ar dos dutos - Salvador .............................................................. 193 Figura 178: Entradas de ar dos dutos - Rio de Janeiro .................................................................... 193 Figura 179: Venezianas no Sarah - Salvador ..................................................................................... 193 Figura 180: Venezianas no Sarah - Rio ................................................................................................ 193 Figura 181: Venezianas para saída de ar na hidroterapia, nos vestiários e na cozinha do Sarah - Rio, respectivamente ............................................................................................................... 194 Figura 182: Sistema de ventilação natural ......................................................................................... 194 Figura 183: Esquema da ventilação mecânica ............................................................................... 195 Figuras 184 e 185: Maquete do sistema de ventilação natural mostrando a entrada das galerias e os dutos verticais que insuflam o ar, respectivamente ................................................ 195 x A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro Figuras 186 e 187: Portas de correr nas fachadas de incidência dos ventos dominantes no hospital de Salvador e Rio de Janeiro, respectivamente .............................................................. 196 Figura 188: Janelas com venezianas e a substituição por vidro. .................................................. 197 Figura 189: Sheds com vidros ............................................................................................................... 197 Figura 190: Ventiladores de teto produzidos no CTRS ..................................................................... 197 Figura 191: Dutos do ar condicionado entre as divisórias .............................................................. 197 Figura 192: Saída de ar no teto dos ambientes................................................................................ 197 Figura 193: Laboratório de marcha com forro metálico ................................................................ 198 Figura 194: Detalhe do forro metálico ................................................................................................ 198 Figura 195: Peças com as passagens dos dutos; dutos entre as paredes e as saídas de ar no forro metálico .......................................................................................................................................... 198 Figura 196: Cobertura do hospital Sarah de Salvador .................................................................... 203 Figura 197: Cobertura do hospital Sarah do Rio de Janeiro .......................................................... 203 Figura 198: Iluminação natural no Sarah de Salvador .................................................................... 204 Figura 199: Iluminação natural no Sarah do Rio de Janeiro .......................................................... 204 Figuras 200: Varanda do Sarah – Salvador ....................................................................................... 205 Figura 201: Varanda do Sarah – Rio de Janeiro ............................................................................... 205 Figura 202: Varandas para banho de sol no Sarah - Salvador ..................................................... 205 Figura 203: Solários para banho de sol no Sarar - Rio...................................................................... 205 Figura 204: Varandas das enfermarias – fachada nordeste ......................................................... 207 Figura 205: Varandas do centro estudo –fachada nordeste ........................................................ 207 Figura 206: Vista externa da fachada nordeste ............................................................................... 208 Figura 207: Vista interna do jardim com o muro do Athos ao fundo. .......................................... 208 Figura 208: Corte do bloco de serviços e fachada nordeste, respectivamente ...................... 208 Figura 209: Varanda do refeitório – fachada sudeste .................................................................... 209 Figura 210: Fachada sudeste do centro de estudos ....................................................................... 209 Figura 211: Fachada noroeste do CAPC ........................................................................................... 210 Figura212: Esquema da fachada noroeste do bloco de serviços. ............................................. 210 Figura 213: Fachada sudoeste do bloco de serviços ..................................................................... 210 Figura 214: Fachada sudoeste do centro de estudos .................................................................... 210 Figuras 215 e 216: Fachada sudoeste na época da inauguração do hospital e, atualmente, depois da reforma .................................................................................................................................. 211 Figura 217: Corte - quebra-sóis de proteção. ................................................................................... 211 Figura 218: Vista lateral - quebra-sóis e vegetação ........................................................................ 211 Figura 219: Quebra - sol com e sem a manta, respectivamente. ................................................ 212 Figura 220: Fachada norte do edifício de serviços gerais.............................................................. 213 Figura 221: Fachada norte do bloco de internação ...................................................................... 213 Figura 222: Fachada sul - bloco de serviços ..................................................................................... 213 Figura 223: Insolação para a fachada sul - bloco de serviços ..................................................... 213 xi Lista de figuras Figura 224: Fachada leste - setor de fisioterapia .............................................................................. 214 Figura 225: Estudo da insolação na fachada leste para o solstício de verão ........................... 214 Figura 226: Centro de estudos e residência médica ....................................................................... 215 Figura 227: Entrada da radiação solar direta ................................................................................... 215 Figura 228 e 229: Fachada oeste do bloco de serviço e detalhe dos brises verticais, respectivamente ..................................................................................................................................... 216 Figura 230e 231: Fachada oeste do bloco de serviços gerais e detalhe dos brises, respectivamente ..................................................................................................................................... 216 Figura 232: Vista interna e externa da face oeste – apartamentos individuais ......................... 217 Figura 233: Estudo da insolação na fachada oeste – apartamentos individuais ..................... 217 Figura 234: Auditório com a cúpula fechada................................................................................... 218 Figura 235: Auditório com a cúpula totalmente aberta ................................................................. 218 Figura: 236: Vistas internas e externas da cúpula se abrindo ........................................................ 219 Figura 237: Passarelas dispostas no sentido leste-oeste .................................................................. 219 Figura 238: Passarelas dispostas no sentido norte-sul ...................................................................... 219 Figura 239: Vista do hospital de Salvador circundado pela vegetação. ................................... 222 Figura 240: Área verde preservada no terreno ................................................................................ 222 Figura 241: Espelho d'água frontal com vegetações aquáticas .................................................. 223 Figura 242: Jardins e vegetações ao redor das edificações - Salvador. .................................... 223 Figura 243: Jardins ao redor das edificações – Rio. ......................................................................... 223 Figura 244: Presença forte da vegetação – Rio de Janeiro. ......................................................... 224 Figura 245: Vegetação próxima das fachadas. .............................................................................. 224 Figura 246: Vegetação nos espaços externos - Salvador .............................................................. 225 Figura 247: Vegetação nos espaços externos – Rio de Janeiro. .................................................. 225 Figura 248: Jardim na recepção do Sarah de Salvador ................................................................ 226 Figura 249: Jardim interno presente no centro de convivência ................................................... 226 Figura 250: Muro– composição geométrica e uso de cores. ........................................................ 228 Figura 251: Painel de MDF do refeitório .............................................................................................. 228 Figura 252: Painel de MDF vazado da recepção ............................................................................ 228 Figura 253: Azulejo do hospital de Taguatinga ................................................................................. 229 Figura 254: Boxes individuais do Sarah do Rio de Janeiro .............................................................. 229 Figura 255: Painel utilizado no Sarah Lago norte .............................................................................. 229 Figura 256: Painel utilizado no Sarah Rio de Janeiro ....................................................................... 229 Figura 257: Introdução, incorporação e alteração das estratégias de conforto nos hospitais de Salvador e do Rio de Janeiro ......................................................................................................... 233 Figuras 258, 259 e 260: Vedação da recepção, enfermaria externa e ginásio de atividades, respectivamente ..................................................................................................................................... 235 Figura 261: Planta com indicação dos pontos medidos – Sarah de Salvador .......................... 236 Figura 262: Localização dos pontos de medição da ventilação natural no hospital Sarah de Salvador .................................................................................................................................................... 241 xii A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro Figuras 263, 264 e 265: Enfermaria, ginásio de atividades e sala de fisioterapia ...................... 249 Figura 266: Planta com indicação dos pontos medidos ................................................................ 250 Figura 267: Localização dos pontos de medição da ventilação natural .................................. 257 Figura 268: Localização dos pontos medidos no Sarah de Salvador (a) posição real e (b) posição invertida .................................................................................................................................... 268 Figura 269: Localização dos pontos medidos no Sarah de Salvador (a) posição real e (b) posição invertida .................................................................................................................................... 270 Figura 270: Máscaras de sombra para as fachadas nordeste (a) bloco principal e (b) bloco da residência médica e centro de estudos ..................................................................................... 313 Figura 271: Máscaras de sombra para as fachadas sudeste (a) bloco principal e (b) e bloco de centro de estudos residência médica ......................................................................................... 313 Figura 272: Máscaras de sombra para a fachada sudeste do CAPC ........................................ 314 Figura 273: Máscaras de sombra para a fachadanoroeste (a)bloco de centro de estudos e residência médica e (b) bloco de serviços ...................................................................................... 314 Figura 274: Máscaras de sombra para a fachada noroeste do CAPC ...................................... 314 Figura 275: Máscara de sombra para a fachada sul do bloco de serviços .............................. 315 Figura 276: Máscara de sombra para a fachada leste do bloco principal/enfermarias ....... 315 Figura 277: Máscara de sombra para a fachada oeste do bloco principal/enfermarias ...... 315 Figura 278: Planta com indicação dos pontos medidos – Sarah de Salvador .......................... 317 Figura 279: Planta com indicação dos pontos medidos – Sarah do Rio de Janeiro ................ 319 xiii Lista de tabelas LISTA DE TABELAS Tabela 1: Oficinas do Centro de Tecnologia da Rede Sarah - CTRS ............................................. 76 Tabela 2: Evolução dos sheds nos hospitais da rede Sarah ............................................................. 91 Tabela 3: Dimensões do módulo do hospital de Salvador ............................................................. 118 Tabela 4: Dimensões do módulo do hospital do Rio de Janeiro ................................................... 120 Tabela 5: Velocidade do vento e seu impacto ............................................................................... 127 Tabela 6: Efeitos da velocidade do vento sobre os seres humanos ............................................ 127 Tabela 7: Efeitos da velocidade do ar sobre os seres humanos ................................................... 128 Tabela 8: Processo criativo da Rede de hospitais Sarah Kubitschek ........................................... 155 Tabela 9: Dados climatológicos de Salvador (BA) - 1961 a 1990 .................................................. 158 Tabela 10: Dados climatológicos do Rio de Janeiro (RJ) – 1961 a 1990 ...................................... 158 Tabela 11: Estratégias bioclimáticas para Salvador (%) ................................................................. 160 Tabela 12: Estratégias bioclimáticas para Rio de Janeiro (%) ....................................................... 161 Tabela 13: Superfícies e cargas solares no verão ............................................................................. 179 Tabela 14: Período de insolação nas fachadas do hospital de Salvador .................................. 180 Tabela 15: Período de insolação nas fachadas do hospital do Rio de Janeiro ........................ 180 Tabela 16: Estratégias para proteção da radiação solar direta no Sarah - Salvador .............. 206 Tabela 17: Estratégias para proteção da radiação solar direta no Sarah – Rio de Janeiro ... 212 Tabela 18: Estratégias de insolação para o Sarah - Salvador ....................................................... 220 Tabela 19: Estratégias de insolação para o Sarah - Rio de Janeiro ............................................. 221 Tabela 20: Materiais e revestimento dos ambientes analisados ................................................... 235 Tabela 21: Períodos em que os ambientes permanecem fora da zona de conforto .............. 238 Tabela 22: Materiais e revestimento dos ambientes analisados ................................................... 249 Tabela 23: Velocidades médias do ar do hospital de Salvador ................................................... 264 Tabela 24: Velocidades médias do ar do hospital do Rio de Janeiro ......................................... 264 Tabela 25: Razão entre as velocidades no hospital de Salvador ................................................. 265 Tabela 26: Razão entre as velocidades no hospital do Rio de Janeiro ....................................... 265 Tabela 27: Diferença (%) entre as razões médias nos hospitais de Salvador e Rio ................... 266 xiv A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro xv Lista de gráficos LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Intervalos de temperatura interna aceitáveis para espaços condicionados naturalmente (Adaptador de ASHRAE Standard, 2004, p.10) ....................................................... 125 Gráfico 2: Decréscimo da temperatura equivalente, percebida pelos usuários, em função da velocidade do ar .................................................................................................................................... 128 Gráfico 3: Temperatura do ar média (°C) externa e nos ambientes internos e limites superior e inferior recomendado pela ASHRAE (a) nordeste e (b) sudoeste ............................................ 236 Gráfico 4: Umidade relativa do ar média (°C) externa e nos ambientes internos ................... 240 Gráfico 5: Gráfico da velocidade do ar para a enfermaria interna ........................................... 242 Gráfico 6: Gráfico da velocidade do ar para a enfermaria externa .......................................... 242 Gráfico 7: Níveis de iluminância para as enfermarias do Sarah de Salvador ............................ 246 Gráfico 8: Curvas isolux para enfermaria externa do Sarah Salvador (a)09h30 e (b) 14h30 .. 247 Gráfico 9: Curvas isolux para enfermaria interna do Sarah Salvador (a)10h00 e (b) 15h00 ... 248 Gráfico 10: Temperatura do ar para o dia 13/07/2010 (°C) externa e nos ambientes internos e limites superior e inferior recomendado pela ASHRAE (a) ambientes para leste, (b) oeste e (c) sul. ........................................................................................................................................................ 250 Gráfico 11: Umidade relativa do ar externa e interna para o dia 13/07/2010 (%) .................... 253 Gráfico 12: Média da temperatura do ar (°C) externa e nos ambientes internos dos dias 14/07/2010 e 15/07/2010 e limites superior e inferior da temperatura recomendado pela ASHRAE ...................................................................................................................................................... 254 Gráfico 13: Média da umidade relativa do ar (%) externa e nos ambientes internos dos dias 14/07/2010 e 15/07/2010........................................................................................................................ 255 Gráfico 14: Velocidade do ar para o ginásio de atividades ......................................................... 257 Gráfico 15: Velocidade do ar para a enfermaria ............................................................................ 257 Gráfico 16: Níveis de iluminância para a enfermaria e o apartamento do Sarah - Rio .......... 260 Gráfico 17: Curvas isolux para o apartamento do Sarah - Rio (a)10h00 e (b) 15h00 ............... 261 Gráfico 18: Curvas isolux para a enfermaria do Sarah - Rio (a)09h30 e (b) 14h30 .................... 262 Gráficos 19 e 20: Variação da velocidade do vento, nos pontos internos e externos, em função da velocidade na fachada do hospital (V1) no Sarah Salvador e no Sarah Rio de Janeiro, respectivamente. .................................................................................................................... 264 Gráficos 21 e 22: Razão entre as velocidades nos pontos internos e externos e a velocidade na fachada do hospital (V1), em função de V1; no Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro, respectivamente. .................................................................................................................................... 266 Gráficos 23 e 24: Velocidades medidas para cada ponto em função dasfrequências ensaiadas, para oos sheds de Salvador como extrator e captador, respectivamente. ........ 268 Gráfico 25: Gráficos comparativos das velocidades do ar de cada ponto medido do Sarah de Salvador na posição real e invertida ............................................................................................ 269 Gráficos 26 e 27: Velocidades medidas para cada ponto em função das frequências ensaiadas, para os sheds do Rio como captador e extrator, respectivamente. ..................... 270 Gráfico 28: Gráficos comparativos das velocidades do ar de cada ponto medido do Sarah do Rio de Janeiro na posição real e invertida .................................................................................. 271 Gráfico 29: Temperatura do ar externa e nos ambientes internos (°C) ..................................... 317 xvi A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro Gráfico 30: Umidade relativa do ar externa e nos ambientes internos (%) ............................... 317 Gráfico 31: Temperatura do ar externa e nos ambientes internos no Sarah - Rio (°C) ............ 319 Gráfico 32: Umidade relativa do ar externa e nos ambientes internos no Sarah – Rio (%) ..... 319 xvii Sumário Sumário RESUMO....................................................................................................................................................i ABSTRACT................................................................................................................................................iii LISTA DE FIGURAS...................................................................................................................................v LISTA DE TABELAS..................................................................................................................................xiii LISTA DE GRÁFICOS..............................................................................................................................xv 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 35 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E MOTIVAÇÃO DA PESQUISA ................................................................. 35 1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................................................ 37 1.2.1 – Objetivo Geral ....................................................................................................................... 37 1.2.2 – Objetivos Específicos ........................................................................................................... 37 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO .............................................................................................................. 37 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................................................... 43 2.1 USO DOS RECURSOS NATURAIS NO PROJETO ARQUITETÔNICO ............................................. 43 2.1.1 O contexto brasileiro .............................................................................................................. 43 2.1.2 Arquitetura para a saúde e o conforto ambiental .......................................................... 44 2.1.2.1 Antecedentes hospitalares e a relação com o conforto ambiental................. 45 2.1.2.2 Uma nova consciência: o surgimento da humanização..................................... 49 2.1.3 A aplicação dos conceitos de conforto ambiental em projetos de arquitetura ..... 51 2.2 O ARQUITETO JOÃO FILGUEIRAS LIMA, LELÉ ............................................................................... 54 2.2.1 Um pouco de sua trajetória .................................................................................................. 54 2.2.2 A formação e afirmação de sua postura climática ........................................................ 57 2.2.3 A importância do arquiteto no contexto de estudo ....................................................... 66 2.3 HOSPITAIS DA REDE SARAH KUBITSCHEK ..................................................................................... 67 2.3.1 O surgimento e os princípios que estruturam a Rede Sarah .......................................... 67 2.3.2 O Centro de Tecnologia da Rede Sarah – CTRS .............................................................. 74 2.3.2.1 O CTRS hoje................................................................................................................ 77 2.3.3 A evolução dos hospitais da rede Sarah Kubitschek ...................................................... 79 3. OS EDIFÍCIOS ESCOLHIDOS .................................................................................................................. 95 4. METODOLOGIA .................................................................................................................................... 101 4.1 LEVANTAMENTO DE DADOS......................................................................................................... 101 4.1.1 Palestras e cursos ................................................................................................................... 101 4.1.2 Pesquisas de campo ............................................................................................................ 101 4.1.3 Entrevistas ................................................................................................................................ 102 4.2 ANÁLISE QUALITATIVA .................................................................................................................. 104 4.3 ANÁLISE QUANTITATIVA ............................................................................................................... 105 4.3.1 Medições in loco ................................................................................................................... 105 4.3.2 Ensaios no túnel de vento .................................................................................................... 115 4.4 FORMA DE ANÁLISE DOS RESULTADOS ...................................................................................... 124 5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................... 133 5.1 METODOLOGIAS DE PROJETO: O PROCESSO CRIATIVO DA REDE SARAH ........................... 133 5.1.1 O trabalho em equipe: Processo de Projeto Integrado ................................................ 135 xviii A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro 5.1.2 O clima e o microclima local: A escolha do terreno .................................................... 136 5.1.3 Projeto paisagístico ............................................................................................................... 138 5.1.4 Metodologias relacionados à insolação ......................................................................... 139 5.1.5 Conforto térmico: A parceria com o engenheiro George Raulino ............................ 141 5.1.6 Normatização ........................................................................................................................ 145 5.1.7 Educação e formação técnica ........................................................................................ 146 5.1.8 Experiências profissionais anteriores .................................................................................. 147 5.1.9 CTRS: A possibilidadede avaliar o edifício em funcionamento ................................. 151 5.1.10 Principais influências que definiram o processo de projeto do Lelé ........................ 153 5.2 ANÁLISE QUALITATIVA .................................................................................................................. 157 5.2.1 Evolução cronológica: Sarah Salvador e Sarah Rio de Janeiro ................................. 157 5.2.1.1 Caracterização climática das cidades................................................................ 157 5.2.1.2 Localização do terreno e implantação............................................................... 162 5.2.1.3 Os hospitais............................................................................................................... 168 5.2.1.4 Materiais e sistemas construtivos............................................................................ 173 5.2.1.5 Estratégias de conforto ambiental........................................................................ 179 5.3 ANÁLISE QUANTITATIVA ............................................................................................................... 234 5.3.1 Hospital Sarah Kubitschek – Salvador ............................................................................... 234 5.3.1.1 Caracterização dos ambientes analisados......................................................... 234 5.3.1.2 Temperatura e Umidade........................................................................................ 235 5.3.1.3 Velocidade do vento.............................................................................................. 241 5.3.1.4 Níveis de iluminância............................................................................................... 245 5.3.2 Hospital Sarah Kubitschek – Rio de Janeiro ..................................................................... 248 5.3.2.1 Caracterização dos ambientes analisados......................................................... 248 5.3.2.2 Temperatura e Umidade........................................................................................ 250 5.3.2.3 Velocidade do vento.............................................................................................. 256 5.3.2.4 Níveis de iluminância............................................................................................... 260 5.3.3 Ensaios no túnel de vento ................................................................................................... 263 5.3.3.1 Ensaios de velocidade............................................................................................ 263 5.3.3.2 Sheds funcionando como extrator e captador.................................................. 267 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................... 275 6.1 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................................................... 280 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................... 281 8. ANEXOS................................................................................................................................................. 295 8. 1 CRONOLOGIA DA REDE DE HOSPITAIS SARAH KUBITSCHEK ................................................. 295 8. 2 FICHA TÉCNICA DO HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK SALVADOR .......................................... 297 8. 3 FICHA TÉCNICA DO HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK RIO DE JANEIRO ................................. 299 8. 4 LEVANTAMENTO DE DADOS ....................................................................................................... 301 8. 5 PERGUNTAS INICIAIS DAS ENTREVISTAS APLICADAS .............................................................. 303 8. 6 MÁSCARAS DE SOMBRA – HOSPITAL SARAH DE SALVADOR ................................................ 313 8. 7 MÁSCARAS DE SOMBRA – HOSPITAL SARAH DO RIO DE JANEIRO ...................................... 315 8. 8 GRÁFICOS DAS MEDIÇÕES IN LOCO – HOSPITAL SARAH DE SALVADOR ........................... 317 8. 9 GRÁFICOS DAS MEDIÇÕES IN LOCO – HOSPITAL SARAH DO RIO DE JANEIRO ................ 319 INTRODUÇÃO1 Nos hospitais ingleses, as enfermarias tinham grandes portas e no verão, quando vinha o sol, as enfermeiras abriam todas as portas e empurravam, em camas muito pesadas, os doentes para fora do hospital, para tomar sol e para conversar. Então, essa ideia de contato com a natureza, de você ter espaços acessíveis, fora do confinamento, veio de lá. Na Inglaterra faz muito pouco sol, e o dia que faz sol todo mundo sai pra rua. Então, essa ideia do espaço amplo e do contato com a natureza fundamentalmente surgiu daí. Hospitais sem lugar para os pacientes irem tomar sol e sem terraço, totalmente confinados, deixam os pacientes mais angustiados e mais tristes. O Lelé compreendeu isso muito bem. Ele soube compreender, desde o início, essas questões e planejou o espaço de uma forma totalmente adequada a esses princípios. Eles são humanos, sem dúvida nenhuma, e isso é fundamental. Entrevista realizada com Dr. Aloysio Campos da Paz Junior , no dia 25 de junho de 2009 Créditos fotográficos: Celso Brando - Acervo CTRS, 2008 35 1. Introdução 1. INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E MOTIVAÇÃO DA PESQUISA Atualmente, uma das principais funções dos arquitetos é a concepção de projetos mais eficientes que proporcionem conforto aos usuários, ao mesmo tempo que reduzam os impactos ambientais e o consumo de energia elétrica. O aproveitamento dos recursos naturais e das condicionantes do clima melhora a integração do edifício com o entorno e a obtenção do conforto através de sistemas passivos de condicionamento. No Brasil, o arquiteto João Filgueiras Lima, Lelé, é muito conhecido por utilizar, em suas obras, estratégias de ventilação e iluminação naturais. Através da criação de novas soluções de conforto, ele integra princípios funcionais, econômicos e ambientais, alcançando não apenas um menor gasto com a energia elétrica, como também espaços mais agradáveis, menos herméticos e, consequentemente, humanizados. O grande destaque de sua produção arquitetônica são os hospitais da Rede Sarah Kubitschek, considerados verdadeiros exemplos de arquitetura bioclimática, devido às soluções de conforto utilizadas. A ventilação natural em seus projetos é trabalhada como um dos aspectos principais. No Brasil, país com grandes extensões de clima tropical, e pelo fato de a grande maioria dos hospitais dessa rede estar localizada em regiões de clima quente e úmido, o uso da ventilação natural como estratégia para alcançar o conforto térmico dos usuários é essencial e, ao mesmo tempo, reduz o consumo de energia elétrica. De acordo com Jones (2001), um dos principais benefícios da ventilação natural é a conservação da energia, pois minimiza diretamente o uso de sistemas de ventilação mecânica e ar condicionado. Além disso, a importância dessa estratégia tem também como razão a salubridade dos ambientes e de seus ocupantes, com a renovação contínua do ar interno de um recinto. As experiências que o arquiteto vem realizando ao longo de 30 anos nessa rede foram determinantes para que um novo padrão de arquitetura hospitalar fosse implantado. Edifícios construídos com base na industrialização que utilizam recursos naturais 36 A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro através de soluções criativas e flexíveis de ventilação e iluminação naturais se transformam em locais confortáveis, econômicos e agradáveis. O interesse em estudar as suas obras, deve-se ao fato de Lelé ser um dos principais arquitetos no Brasil, que considera o conforto
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