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TRABALHO - PENA DE MORTE

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UNIVERSIDADE SAGRADO CORAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RENATA APARECIDA VIANA 
 
 
 
 
 
 
 
A PENA DE MORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BAURU 
2016 
 
1 – INTRODUÇÃO 
No mundo atual, diariamente nos confrontamos com as diversas formas de 
violência e criminalidade, gerando uma sensação de “normalidade” ou ainda, de ser 
algo “comum”. 
Através dos meios de comunicação obtemos informações de que nosso país tem 
se tornado muito violento, levando a sociedade a buscar soluções eficazes para 
resolver a problemática da criminalidade. 
Diante disso, uma solução rapidamente apontada é a aplicação da pena de 
morte (também conhecida como pena capital). Vale ressaltar que aqui no Brasil essa 
pena não é aplicada, pois não é prevista em nossa Carta Magna, salvo em casos de 
guerra declarada, e também que o nosso país segue os Acordos e Pactos 
Internacionais de defesa dos Direitos Humanos, inclusive da Declaração de Viena 
(1993). Com isso, o Brasil demonstra grande compromisso com a preservação da vida 
e com os Direitos Humanos. 
Mas nesse mundo civilizado no qual nos inserimos, é possível que haja espaço 
para a execução de uma pena em que é retirado da vítima o que lhe há de mais 
precioso e único: a vida? Quando surgiu esse tipo de condenação? Há países que 
ainda a mantém? Qual o posicionamento da Igreja Católica sobre esse tema? Como 
alguns filósofos se posicionam diante da Pena de Morte? 
 
 
2 – ASPECTOS HISTÓRICOS DO TEMA 
2.1 ORIGEM 
 A pena de morte, ou também conhecida como pena capital, remonta sua origem 
junto com o surgimento da humanidade, uma vez que desde o início da civilização o 
homem procura minimizar ou acabar com a criminalidade. 
Nas comunidades tribais existentes nos primórdios de nosso tempo este tipo de 
punição surgiu como ato de vingança para os casos de afrontas contra famílias e 
grupos e, como naquele tempo não havia o conceito sobre cárcere ou a criação de 
prisões para que os criminosos ficassem reclusos da sociedade, este tipo de ato tinha a 
utilidade de prevenir determinadas ofensas ou era visto como necessário para que a 
prática de ações que a sociedade considerava criminosa fosse extirpada. 
 Na Suméria, em suas cidades-estados, a pena de morte era aplicada nos casos 
em que ocorriam homicídios e adultérios. O Código de Hamurabi, que pode ser 
considerado como o primeiro código penal datando por volta de 2000 a.C. criado pelo 
rei Hamurabi que futuramente criaria também o Império Babilônico, instituía os castigos 
corporais e que somente o indivíduo que cometeu a infração é que deveria cumprir a 
pena, conforme podemos ver em alguns de seus 282 artigos: 
 
Art. 6°. Se um homem roubou bens de Deus ou do palácio, deverá ser 
morto juntamente com aquele que recebeu o objeto roubado. Art. 7°. Se 
um homem comprou ou recebeu em custódia prata ou ouro, escravo ou 
escrava, boi ou ovelha, asno ou qualquer outro valor da mão do filho de 
alguém ou do escravo de um homem, sem testemunha nem contrato, 
esse homem é ladrão e deverá ser morto. Art.15°. Se um homem fez 
sair pela porta da cidade um escravo ou uma escrava do palácio ou de 
outra pessoa, ele será morto. Art. 22°. Se um homem cometeu um 
assalto e foi preso, deverá ser morto. Art.153°. Se a esposa de um 
homem, por causa de outro homem mandou matar seu marido, essa 
mulher será empalada. Art.157°. Se um homem, depois da morte de seu 
pai, dormiu no seio de sua mãe, eles o queimarão. Art.209°. Se um 
homem agrediu a filha de um outro homem e a fez expelir o fruto de seu 
seio, pesará dez siclos de prata pelo fruto de seu seio. Se essa mulher 
morrer: matarão a sua filha. Art.229°. Se um pedreiro edificou uma casa 
para um homem, mas não a fortificou e a casa caiu e matou o seu dono, 
esse pedreiro será morto. Art. 230°. Se causou a morte do filho do dono 
da casa, matarão o filho desse pedreiro. (SOUSA, 2007) 
 
 
A conhecida Lei de Talião a qual diz que o infrator deve pagar do mesmo modo 
que infringiu a vítima, tem sua origem no Código de Hamurabi em seu artigo 196: “Se 
alguém arranca o olho a um outro, se lhe deverá arrancar o olho.” Esta Lei juntamente 
com o Código de Hamurabi são as bases de muitos outros conjuntos de leis civis e 
penais de outras civilizações da antiguidade, em especial do povo israelita, o povo de 
Deus. 
Os israelitas têm como grande legislador o hebreu Moisés, que por volta de 1450 
a.C., durante a sua peregrinação junto de seu povo pelo deserto, cria um conjunto de 
leis a respeito de diversos assuntos, e entre eles alguns semelhantes aos de Hamurabi 
e Talião, entre eles podemos citar o livro de Êxodo no capítulo 21 e versículos 23 ao 27: 
 
23 - Mas se houver morte, então darás vida por vida, 24 - Olho por olho, 
dente por dente, mão por mão, pé por pé, 25 - Queimadura por 
queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe 26 - E quando alguém ferir 
o olho do seu servo, ou o olho da sua serva, e o danificar, o deixará ir 
livre pelo seu olho. 27 - E se tirar o dente do seu servo, ou o dente da 
sua serva, o deixará ir livre pelo seu dente. 
 
 Avançando um pouco mais na escala cronológica nos deparamos com outro 
código de grande importância, o qual ocorreu na Índia no ano 1000 a.C. e este conjunto 
de artigos recebeu o nome de Código de Manu. O mesmo apresenta um sistema penal 
teocrático que dividia a sociedade em quatro castas (ou camadas) sendo os brâmanes 
a casta mais elevada e os sudras que nada valiam. 
 Na Roma da antiguidade tal prática também ocorria, mas para crimes ou 
infrações de grande relevância, tais como: traição à Pátria, falso testemunho, 
homicídios e outros. Além dessa prática, a pena de morte era utilizada como 
entretenimento para o Imperador romano e seus concidadãos. Dentre essas sádicas 
práticas para mero divertimento pode-se citar as lutas travadas por prisioneiros de 
guerra que ao tornarem-se escravos do Império lutavam até a morte de um dos dois 
combatentes, e os casos ocorridos no Coliseu contra os cristãos, onde estes eram 
“abandonados” no centro da arena sem qualquer tipo de proteção e armas diante de 
ferozes leões. 
 Em meados do século XVIII na França, por intermédio da doutrina iluminista, 
surgiu um movimento que obteve notoriedade, pois mudou a característica da política 
 
 
mundial da época, a famosa Revolução Francesa (1789). Depois de inúmeras batalhas 
travadas contra o rei francês Luiz XVI, os revolucionários alcançaram a vitória e, como 
consequência retorna com toda a força a pena de morte, uma vez que diante da derrota 
a família real francesa e os considerados como “inimigos da revolução” tiveram suas 
vidas ceifadas de forma sumária mediante a execução na guilhotina. 
 E por fim nessa nossa caminhada histórica da pena capital, encontramos seu 
retorno na primeira metade do século XX e o local de seu renascimento foi nos campos 
de concentração nazista e por toda a Alemanha que, sob o comando de Adolf Hitler (o 
maior expoente do movimento) perseguiu e executou de modo bárbaro os povos que 
foram considerados inferiores a raça ariana. Entre os povos executados com a pena 
capital podemos citar os judeus, ciganos, homossexuais e toda pessoa que 
apresentasse qualquer tipo de deficiência física. 
 
2.1 A APLICAÇÃO DA PENA DE MORTE EM ALGUNS PAÍSES DO MUNDO 
 Em uma matéria publicada em 2015 no seu site de notícias, o Estadão publicou 
as seguintes informações conforme relato da Anistia Internacional: 
 
De acordo com a Anistia Internacional, 57 países ainda aplicam a pena 
de morte com frequência. Outros 35 têm legislação que permite a pena 
capital, mas não a aplicam há mais de 10 anos. Em sete países, 
incluindo o Brasil, a pena de morte é ilegal para crimes comuns, sendo 
aplicada apenas em contextos de guerra. Em 98 países as execuções 
foram completamente erradicadas. Entre os que ainda aplicam a pena 
de morte, estão países como Estados Unidos e Japão únicos 
pertencentes ao G8, Afeganistão, Botswana, Etiópia,Guatemala, Índia, 
Nigéria, Sudão, Síria, Zimbábue e Uganda. A pena foi abolida na 
França, Argentina, Bolívia, Finlândia, Itália, Alemanha, Portugal, México, 
África do Sul, Suíça, Canadá e Venezuela. 
 
2.1.1 ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 
 Os Estados Unidos da América (EUA) é um dos países onde a pena de morte é 
permitida, mas este ato não ocorre na totalidade de seu território, mas em mais de trinta 
estados que o compõem. Entre os cidadãos há uma divisão entre a favor e contra a 
 
prática de tal pena, apresentando ao longo dos últimos tempos uma leve tendência no 
sentido da pena de morte ser extinta. 
 Um aspecto que é levado em consideração pelos estados que não praticam a 
pena de morte é o econômico. Segundo Amaral (2014): 
 
Para especialistas no assunto, existe ainda o aspecto econômico que 
deve em conta, pois custa mais caro para o governo executar alguém do 
que usar a prisão perpétua, em que o gasto é menor. Num caso de pena 
de morte, há ao menos oito recursos, e o julgamento dura em média 13 
anos, tornando muito dispendioso para o Estado. 
 
2.1.2 CHINA 
 A China é um dos países que adotam a pena de morte em todo seu território, 
mas a punição com a morte fica a cargo do poder judiciário. Todas as sessões 
referentes à condenação de um réu são públicas exceto nos casos: segredo de Estado, 
infrações juvenis, etc. 
 Dentre os países que aplicam a pena de morte em todo nosso planeta, a China 
lidera esse ranking com mais de três mil execuções anuais e muitos dos casos a 
aplicação da pena ocorre antes da revisão da mesma pela Suprema Corte. Há indícios 
que o governo chinês busca uma solução legal, isto é, uma revisão em sua legislação 
(lei criminal) visando minimizar a quantidade de delitos condenáveis com a pena capital: 
a morte. 
 
2.1.3 OUTROS PAÍSES 
 Segundo o boletim da Ordem dos Advogados de Portugal (2010), há relatos da 
aplicação da pena de morte em outras regiões do planeta como, por exemplo, na 
Europa “apenas a Bielorrússia continua a aplicar a pena de morte (os dados sobre este 
país são, contudo, confidenciais, pelo que não se sabe com exactidão qual o número de 
execuções ali praticadas)” (p. 7), no Oriente Médio: “Na Arábia Saudita, Iémen, Irão, 
Sudão e Mauritânia a homossexualidade é, ainda hoje, punida com a pena de morte.” 
(p. 7) e no leste asiático podemos citar o Japão onde “os condenados à pena capital 
 
 
estão separados e fechados em celas, onde apenas conseguem estar sentados, com 
períodos de exercícios físicos duas vezes por semana. O regime é de isolamento e 
silêncio total.” (p. 24). 
 
3 – A PENA DE MORTE NO TERRITÓRIO NACIONAL 
A temática da pena de morte gera muitas dúvidas a respeito da sua existência 
em nossa história e Constituição. É importante ressaltar que, no Brasil essa prática já 
esteve em vigência há muito tempo atrás, evidentemente utilizando-se de outros 
métodos para aplicá-la, comuns naquela época. 
Há aproximadamente 400 anos, aqui no Brasil, as mais diversas formas de 
concretizar a pena de morte eram por: mutilamento físico ocasionado por espada, pelo 
esquartejamento do condenado, fogueira e corpo amarrado na boca de um canhão. O 
fim, formalmente só aconteceu com a Constituição de 1891, no governo de Manuel 
Deodoro da Fonseca. 
Atualmente no Brasil a pena máxima para todo e qualquer delito podendo chegar 
até 30 anos (trinta anos de reclusão), conforme diz a nossa legislação, não havendo 
permissão para a implantação de pena de morte, salvo nos períodos de guerra, como 
diz o artigo 5º Inciso XLVII da Constituição Federal: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo – se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, a igualdade, à 
segurança e a propriedade, nos termos seguintes: 
XLVII – não haverá penas: 
a) de morte, salvo em casos de guerra declarada, nos termos do artigo 
84, XIX. 
 
Sendo assim, na nossa Constituição a pena de morte não poderá existir, pois, é 
contrária aos direitos e garantias fundamentais do indivíduo que são consideradas 
cláusulas pétreas da Carta Magna de 1988. 
Destarte, caso o Brasil queira instituir novamente a pena capital na Constituição, 
isso não seria possível mediante as cláusulas pétreas que impedem qualquer emenda 
com esse objetivo, sendo assim necessária a instituição de uma nova Assembleia 
Constituinte para abolir a atual Constituição e elaborar outra incluindo a pena de morte. 
Porém, isso acarretaria problemas ao Brasil em âmbito internacional, uma vez 
que é signatário da Convenção Americana de Direitos Humanos, Convenção esta que 
proíbe explicitamente a pena de morte. Ademais, porque a pena capital fere a Tratados 
 
 
internacionais e a própria Declaração Universal dos Direitos Humanos, que tem em seu 
art. 3º a garantia à vida: “Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança de 
sua pessoa”. 
 
4 – A PERCEPÇÃO FILOSÓFICA NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE 
Ao examinar a história humana é possível constatar divergentes opiniões de 
filósofos a respeito do assunto questionável que é a pena de morte. Durante séculos a 
questão preponderante era: “É lícito condenar o culpado de um crime à morte?”. 
Para elucidar as diferentes opiniões sobre a pena de morte, será referido o 
posicionamento de Platão, Kant, Hegel e Cesare Beccaria. 
Platão (427 a.C – 347 a.C), filósofo e matemático do período clássico da Grécia 
antiga, no Livro IX, evidencia que “a pena de morte deve ter a finalidade de tornar 
melhor”, mas argumenta que, “se demonstrar que o malfeitor é incurável, a morte será 
para ele o menor dos males.” Platão relata também que os que ali cometessem erros 
deveriam necessariamente “pagar a pena natural”, ou seja, “padecer” ao que se fez. 
Esse primórdio nasceu da doutrina da reciprocidade, que foi redigida pelos juristas 
medievais, originando a famosa expressão que o malum passionis deve corresponder 
ao malum actionis. 
Kant (1724 - 1804) defende uma teoria retributiva da pena (não refrear os delitos, 
mas fazer justiça) e chega a mencionar que a pena de morte é até mesmo um dever. O 
dever da pena de morte cabe ao Estado e é um imperativo categórico, não tem relação 
com o imperativo hipotético, que é fundado na relação meio-fim. Uma frase significativa 
de Kant em sua concepção ao tema (A era dos Direitos, 2004, p.70) 
 
Se ele matou, deve morrer. Não há nenhum sucedâneo, nenhuma 
comutação de pena que possa satisfazer a justiça. Não há nenhuma 
comparação possível entre uma vida, ainda que penosa, e a morte; e, 
por conseguinte, nenhuma outra compensação entre o delito e a 
punição, salvo a morte juridicamente infligida ao criminoso, mas 
despojada de toda maldade que poderia, na pessoa de quem a padece, 
revoltar a humanidade. 
 
Assim, Kant considera que mesmo que um assassino fosse condenado a uma 
vida miserável ainda seria melhor que a morte, de modo que se a pena não for a morte, 
qualquer pena que ele sofresse não se equivaleria ao crime que cometeu. Por meio 
desse critério, 
 
 
Em consonância com isso, todo assassino – todo aquele que cometer 
assassinato, ordená-lo ou ser cúmplice deste – deverá ser executado. 
Isso é o que a justiça, como ideia do poder judiciário, quer de acordo 
com leis universais que têm fundamento a priori. (Akamine Ausgabe – 
Tradução: edição Academia - VI 334- ). 
 
É importante ressaltar que Kant descarta a possibilidade de maus tratos, torturas 
entre tantas alternativas terríveis que alguém poderia sofrer, sendo admissíveis apenas 
as penas de modo direto e respeitoso. Porém, além do assassinato outro crime também 
pode ser punido com a morte, diz Kant, que seria a revolta política. 
Kant adota como critério formal para o fundamento da pena, especialmente em 
caso de assassinato, a defesa de Ius Talionis (A lei de talião), a lei mais antiga da 
história da humanidade e expressada pelo pensamento olhopor olho, dente por dente. 
Kant afirma: 
 
[...] somente a lei de Talião (ius talionis) – entendida, é claro, como 
aplicada por um tribunal (não por teu julgamento particular) – é capaz de 
especificar definitivamente a qualidade e a quantidade de punição; todos 
os demais princípios são flutuantes e inadequados a uma sentença de 
pura e estrita justiça [...]. (AA, VI 332) 
 
 No contexto da filosofia do direito de Kant, a justiça penal nada mais é do que 
um “componente indispensável para a garantia dos princípios categóricos do direito”. 
Hegel (1770 – 1831), filósofo alemão, considera que o delinquente deve ser 
punido com a morte, já que a punição é que fará o papel de resgatá-lo e é somente 
através dessa punição que o mesmo será reconhecido como ser racional. Ele designa 
um método dialético em que a pena em suma seria a reafirmação do direito. O indivíduo 
vive em função do Estado, e assim deve obediência a ele. Quando esse indivíduo 
comete um crime, desobedecendo ao Estado, deve ser retirado da sociedade para que 
não viole mais o direito. Hegel baseia-se também na lei do talião. 
 
A pena para Hegel apresenta-se, em conclusão, como condição lógica 
inerente à existência mesma do direito, que não pode permanecer sendo 
direito senão pela negação da vontade particular do delinquente, 
representada pelo delito, pela vontade geral (da sociedade) 
representada peça lei. (QUEIROZ, 2005, p. 23) 
 
 
Cesare Beccaria (1738 – 1794) foi um Iluminista Italiano que foi contra a pena de 
morte. Beccaria propaga que em um Estado onde as penas são justas e harmônicas, os 
crimes são inferiores. Agora, a pena de morte promoveria o efeito contrário: “Quanto 
mais atrozes forem os castigos, tanto mais audacioso será o culpado para evitá-los. 
Acumulará os crimes, para subtrair-se à pena merecida pelo primeiro.” (BECCARIA, 
2001, p.62). 
 
A pena de morte é ainda funesta à sociedade, pelos exemplos de 
crueldade que dá aos homens. Se as paixões ou a necessidade da 
guerra ensinam a espalhar o sangue humano, as leis, cujo fim é suavizar 
os costumes, deveriam multiplicar essa barbárie, tanto mais horrível 
quanto dá morte com mais aparato e formalidades? 
Não é absurdo que as leis, que são a expressão da vontade geral, que 
detestam e punem o homicídio, ordenem um morticínio público, para 
desviar os cidadãos do assassínio? (BECCARIA, 2001, p.70 – 71) 
 
 Beccaria se questiona, como pode o Estado proteger seus cidadãos e condená-
los à morte? 
 
Quem poderia ter dado a homens o direito de degolar seus 
semelhantes? Esse direito não tem certamente a mesma origem que as 
leis que protegem. A soberania e as leis não são mais do que a soma 
das pequenas porções de liberdade que cada um cedeu à sociedade. 
Representam a vontade geral, resultado da união das vontades 
particulares. Mas quem já pensou em dar a outros homens o direito de 
tirar-lhes a vida? Será o caso de supor que, no sacrifício que faz de uma 
pequena parte de sua liberdade, tenha cada indivíduo querido arriscar a 
própria existência, o mais precioso de todos os bens? (BECCARIA, 
2001, p.64 – 65) 
 
 Devido às reflexões de Beccaria, a pena de morte foi abolida, pela primeira vez, 
em 1786, no Grão-ducado da Toscana (Itália). 
Foi através do livro revolucionário, Dos delitos e das penas, que houve um 
avanço significativo das ideias em nossa história. Em poucas páginas, Beccaria 
fundamenta o desenvolvimento do Direito Penal Moderno, pondo fim à concepção de 
que a pena de morte é justificável. 
Sendo assim, qual será o melhor meio para diminuir o número de crimes? 
Beccaria ao finalizar seu livro escreveu uma frase importantíssima para que todos 
 
 
possam refletir, a respeito dessa pergunta: “Enfim, o meio mais seguro, mas ao mesmo 
tempo mais difícil de tornar os homens menos inclinados a praticar o mal, é aperfeiçoar 
a educação” (BECCARIA, 2001, p.132). 
 
5 – CONCEPÇÃO RELIGIOSA – IGREJA CATÓLICA 
Muito se discute acerca da Pena de morte em âmbito jurídico, político, ético, 
sociológico, e não menos importante é a abordagem em âmbito religioso, afinal, o 
mandamento “não matarás” tem valor absoluto e diz respeito quer ao inocente quer ao 
culpado. 
Com o intuito de uma reflexão aprofundada no posicionamento religioso, o 
referido será o da Igreja Católica. 
Na passagem bíblica de Gênesis, capítulo 4, é elucidada a entrada da morte no 
mundo, a qual entra por causa da inveja do diabo (cf. Gn 3, 1.4-5) e do pecado dos 
primeiros pais (cf. Gn 2,17; 3,17-19). E a mesma se dá de modo violento, através do 
assassínio de Abel por obra do seu irmão: “Logo que chegaram ao campo, Caim 
levantou a mão contra o irmão Abel e matou-o” (Gn 4,8). Um pouco mais adiante, 
precisamente no versículo 10 encontra-se a indagação do Senhor para Caim: “Que 
fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama da terra até Mim”. A voz do sangue 
derramado pelos homens não cessa de clamar, de geração em geração, assumindo 
tons e acentos sempre novos e diversos. Assim, é a face da Pena de Morte, a qual com 
um equivocado conceito de justiça, ou melhor, uma regulamentação da vingança, 
embasada na lei de Talião: Olho por olho, dente por dente, é uma cruel e desumana 
medida, desrespeitando o direito inerente a qualquer ser humano, a vida. 
Mas o que é a vida? Como se pode conceituar a vida? Pela atividade cerebral? 
Pelo batimento cardíaco? Pela formação da consciência ou pela possibilidade de 
autoconsciência? Residirá a vida na possibilidade de fruição política ou de cidadania? 
Estará a vida atrelada a um conceito de padrão social ou econômico que, se não 
atingido, não permite a realização desta mesma vida? Será a vida medida, calculada, 
estimada pelo tempo de sua duração, sendo válida aquela que apenas perdurar por 
determinado decurso? (João Ibaixe, 2009) 
Qualquer reposta dada para alguma destas perguntas, desta maneira, permitiria 
um conceito e a vida seria colocada em nível reducionista a um objeto meramente 
causal. A vida vai muito além, transpõe o cognoscível, pois, segundo a Carta Encíclica 
Evangelium Vitae, do Papa João Paulo II (1995, n. 2), “o homem é chamado a uma 
 
 
plenitude de vida que se estende muito para além das dimensões da sua existência 
terrena, porque consiste na participação da própria vida de Deus”. 
A vida é sagrada, e especialmente a humana pertence unicamente a Deus. Vida 
humana, sem exceções. Neste caso, também o criminoso mantém o direito inviolável à 
vida, dom de Deus. 
Ainda de acordo com a Carta Encíclica Evangelium Vitae, do Papa João Paulo II 
(1995, n. 2) 
 
Mesmo por entre dificuldades e incertezas, todo homem sinceramente 
aberto à verdade e ao bem pode, pela luz da razão e com o secreto 
influxo da graça, chegar a reconhecer, na lei natural inscrita no coração, 
o valor sagrado da vida humana desde o seu início até ao seu termo, e 
afirmar o direito que todo o ser humano tem de ver plenamente 
respeitado este bem primário. 
 
Assim, a Igreja deve defender e promover o direito à vida de todo homem e 
mulher, consciente da verdade recordada pelo Concílio Vaticano II: “Pela sua 
encarnação, Ele o filho de Deus, uniu-Se de certo modo a cada homem”. Eis o amor 
infinito de Deus e o valor incomparável de cada pessoa humana. Valor este que se 
prolonga no artigo 3º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela 
Assembleia-geral das Nações Unidas em dezembro de 1948, no qual reconhece a cada 
pessoa o direito à vida e afirma categoricamente no artigo 5º que “Ninguém deverá ser 
submetido à tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes”. A 
este propósito recordou o Papa João XXIII na Encíclica Pacem in terris (1963) 
 
Hoje em dia crê-se que o bem comum consiste sobretudo no respeito 
dos direitos e deveres da pessoa. Oriente-se, pois, o empenho dos 
poderes públicos sobretudo no sentido que esses direitos sejam 
reconhecidos, respeitados, harmonizados, tutelados e promovidos, 
tornando-seassim mais fácil o cumprimento dos respectivos deveres. 
 
A inviolabilidade da vida humana é direito de todos; “o homem vivo constitui o 
primeiro e fundamental caminho da Igreja”. (Donum Vitae, 1988, n. 80) 
Em contrapartida com os posicionamentos acima mencionados, pode ser 
encontrado nos vários Catecismos antigos, nos documentos papais e nos escritos dos 
grandes teólogos da Igreja, o parecer de que a Igreja Católica sempre admitiu a 
 
aplicação da pena de morte. Um exemplo claro desta visão é Santo Tomás de Aquino, 
um dos maiores filósofos e teólogos de todos os tempos (Suma Teológica no Tratado 
da Justiça II, IIae, Q. 64, a.2.) 
 
Se fosse necessário para a saúde de todo o corpo humano a amputação 
de algum membro, por exemplo, se a parte está apodrecida e pode 
infeccionar as demais partes, tal amputação seria louvável e salutar. 
Pois bem, cada pessoa singular se compara a toda a comunidade como 
a parte para o todo. Portanto, se um homem é perigoso para a 
sociedade e a corrompe por algum pecado, louvável e salutarmente se 
lhe tira a vida para a conservação do bem comum, pois como afirma São 
Paulo, "um pouco de fermento corrompe toda a massa". 
 
Esta visão de Santo Tomás de Aquino é exatamente a premissa que circunda a 
pena de morte. Trata-se de uma situação em que uma pessoa está lesando o bem 
comum e não tem remissão, portanto, deve ser retirada do convívio da sociedade, seja 
pela prisão perpétua ou pela pena capital. 
Contudo, nos dias atuais, com o desenvolvimento das sociedades é possível 
retirar uma pessoa do convívio social de forma definitiva, sem necessariamente ter que 
aplicar a pena de morte. O Papa Francisco, atual Chefe da Igreja Católica, em uma 
alocução do Ângelus na Praça São Pedro, disse a esse respeito (2016) 
 
As sociedades modernas têm a possibilidade de reprimir eficazmente o 
crime sem privar de modo definitivo aquele que o cometeu da 
possibilidade de se redimir. O problema deve ser visto conforme a 
dignidade do homem e com o desígnio de Deus sobre o homem e sobre 
a sociedade e também com uma justiça penal aberta à esperança da 
reinserção na sociedade. 
 
Além dessa proposição, é preciso admitir que os sistemas judiciários não são 
infalíveis e que em alguns países são verdadeiros instrumentos de injustiça. Assim 
sendo, a pena de morte não encontra no mundo real a sua aplicabilidade. É isso o que 
o Papa João Paulo II afirma na sua Encíclica Evangelium Vitae, no número 56: 
 
Nesta linha, coloca-se o problema da pena de morte, à volta do qual se 
registra, tanto na Igreja como na sociedade, a tendência crescente para 
pedir uma aplicação muito limitada, ou melhor, a total abolição da 
mesma. O problema há-de ser enquadrado na perspectiva de uma 
 
 
justiça penal, que seja cada vez mais conforme com a dignidade do 
homem e, portanto, em última análise, com o desígnio de Deus para o 
homem e a sociedade. Na verdade, a pena, que a sociedade inflige, tem 
“como primeiro efeito o de compensar a desordem introduzida pela 
falta”. A autoridade pública deve fazer justiça pela violação dos direitos 
pessoais e sociais, impondo ao réu uma adequada expiação do crime 
como condição para ser readmitido no exercício da própria liberdade. 
Deste modo, a autoridade há-de procurar alcançar o objetivo de 
defender a ordem pública e a segurança das pessoas, não deixando, 
contudo, de oferecer estímulo e ajuda ao próprio réu para se corrigir e 
redimir. Claro está que, para bem conseguir todos estes fins, a medida e 
a qualidade da pena hão-de ser atentamente ponderadas e decididas, 
não se devendo chegar à medida extrema da execução do réu senão 
em casos de absoluta necessidade, ou seja, quando a defesa da 
sociedade não fosse possível de outro modo. Mas, hoje, graças à 
organização cada vez mais adequada da instituição penal, esses casos 
são já muito raros, se não mesmo praticamente inexistentes. 
 
O novo Catecismo da Igreja Católica trata de forma compilada o referido assunto 
(n. 2267): “Se os meios incruentos bastarem para defender as vidas humanas contra o 
agressor e para proteger a ordem pública e a segurança das pessoas, a autoridade se 
limitará a esses meios, porque correspondem melhor às condições concretas do bem 
comum e estão mais conformes à dignidade da pessoa humana”. 
Atualmente não só existem meios para reprimir o crime de modo eficaz sem 
privar definitivamente quem o cometeu da possibilidade de redimir-se (Evangelium 
Vitae, 27), mas desenvolveu-se também uma maior sensibilidade moral em relação ao 
valor da vida humana, suscitando uma crescente repugnância da pena de morte e o 
apoio da opinião pública às diversas disposições que têm por finalidade a sua abolição 
ou a suspensão da sua aplicação (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 405). 
A indagação feita pelo Senhor a Caim no Livro do Gênesis perante o assassinato 
do irmão e abordada no início da presente reflexão, é dirigida mais uma vez ao homem 
contemporâneo, para que tome consciência da amplitude e gravidade dos atentados à 
vida que continuam a registrar-se na história da humanidade: “Que fizeste?” O irmão 
mata o irmão. Como naquele primeiro fratricídio, também em cada homicídio é violado o 
parentesco espiritual que congrega os homens numa grande família, sendo todos 
participantes do mesmo bem fundamental: a igual dignidade pessoal. (EV, n. 8) 
Como anteriormente explicitado, a vida humana pertence unicamente a Deus, 
portanto, nem sequer o homicida, o criminoso perde a sua dignidade pessoal e o 
 
próprio Deus faz-se seu garante. Como ensina Santo Ambrósio, Deus não quis castigar 
Caim com o homicídio, porque deseja o arrependimento do pecador e não a sua morte. 
(EV, 9) 
O Papa Francisco, em uma Carta ao Presidente da Comissão Internacional 
contra a Pena de Morte citou Dostoevskij: “Matar quem matou é um castigo 
incomparavelmente maior que o crime cometido. O assassínio em virtude de uma 
sentença é mais assustador do que o assassínio que comete um criminoso”. Nunca se 
alcançará a justiça matando um ser humano. 
Assim como discursou o Papa Francisco à Delegação da Associação 
Internacional de Direito Penal, que todos os cristãos e homens de boa vontade lutem 
não só pela abolição da pena de morte, legal ou ilegal, mas em todas as suas formas, 
como no respeito da dignidade humana das pessoas privadas da liberdade. 
Instaure-se na sociedade o Evangelho da vida, deveras mencionado nas 
referidas abordagens, para que as ações que os povos empreendem a favor da 
abolição desta pena cruel, sejam oportunas e fecundas. Para este fim, assim pediu o 
Papa Francisco: 
 
Confio-vos ao Senhor Jesus, que nos dias da sua vida terrena não quis 
que ferissem os seus perseguidores em sua defesa – “Embainha a tua 
espada” (Mt 26,52) – foi capturado e condenado injustamente à morte, e 
identificou-se com todos os presos, culpados ou não: “Estava na prisão 
e viestes visitar-me” (Mt 25,36). Ele que diante da mulher adúltera não 
se interrogou sobre a sua culpabilidade, mas convidou os acusadores a 
examinar a própria consciência antes de a lapidar (Jo 8, 1-11), vos 
conceda o dom da sabedoria. 
 
 
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Face ao exposto, constata-se que o direito à vida é assegurado pela Constituição 
Federal em seu artigo 5º, que resumidamente versa: “a inviolabilidade do direito à vida”. 
É o mais básico de todos os direitos, no sentido de que surge como verdadeiro pré-
requisito da existência dos demais direitos consagrados constitucionalmente. É, por 
isto, o direito humano mais consagrado (TAVARES, 2008, P.527); ter condições para 
permanecer vivo é o pressuposto para resguardar e cumprir os demais direitos. 
Destarte, a pena de morte é uma punição extrema, degradante e desumana, pois 
viola o direito à vida, a qual é inerente a todo ser humano. Contudo, em muitos países a 
pena capital é vigente, por meio da qual os governos justificam sua utilização alegando 
que esta previne a criminalidade.Porém, dados concretos não existem afirmando que 
esta medida seja mais eficaz na redução do crime em vista de outras práticas, até 
mesmo severas. 
É mister ter presente que a pena de morte é de caráter irrevogável e, 
considerando que o sistema de justiça está sujeito ao preconceito e ao erro, ou seja, 
não é infalível, incorre-se no risco de se executar uma pessoa inocente. Esse tipo de 
erro não é reversível. 
De acordo com pesquisadores de tal pena, a mesma não é a solução para a 
criminalidade, e sim uma afronta à dignidade humana. Faz-se, portanto, necessário 
compreender que a referida integra uma política pública destrutiva que não é 
condizente com os valores universalmente aceitos e aprovados. 
Finaliza-se a presente reflexão com a parábola de E. Magalhães de Noronha 
(NORONHA, p. 231): 
 
Enquanto não ficar demonstrado cabalmente que a pena de morte é o 
meio mais eficaz na luta contra o crime, não tem o homem o direito de 
invocá-la. De todas as penas é a que mais reveste o caráter de vingança 
(...) é repetir com Koestler: “Uma vida não vale nada, mas nada vale 
uma vida.”38 
 
 
 
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