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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESPÍRITO SANTO – UNESC VERONICA VIEIRA EFICÁCIA DA PROFILAXIA DENTÁRIA EM EQUINOS QUANTO A AVALIAÇÃO DAS FIBRAS FECAIS COLATINA 2015 VERONICA VIEIRA EFICÁCIA DA PROFILAXIA DENTÁRIA EM EQUINOS QUANTO A AVALIAÇÃO DAS FIBRAS FECAIS COLATINA 2015 Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC, sob orientação do Professor Diogo Almeida Rondon, como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Medicina Veterinária. VERONICA VIEIRA EFICÁCIA DA PROFILAXIA DENTÁRIA EM EQUINOS QUANTO A AVALIAÇÃO DAS FIBRAS FECAIS ORIENTADOR ____________________________________________________ ________ Diogo Almeida Rondon, Professor do UNESC Nota Especialista em Clínica e cirurgia de equinos AVALIADOR ____________________________________________________ ________ Professor do UNESC Nota Colatina, ____ de _______ de 2015. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC, sob orientação do Professor Diogo Almeida Rondon, como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Medicina Veterinária. Aos meus familiares, amigos e mestres que me ajudaram a persistir e não desistir dos meus sonhos. À Deus, por ter me dado forças, oportunidades e me acompanhado durante todo meu caminho. Aos meus familiares que possibilitaram e me deram todo o suporte para que eu pudesse me tornar Médica Veterinária. A minha mãe que me deu ânimo, e apoio quando eu precisava continuar tentando. Aos meus amigos, que caminharam comigo na luta diária de estudar e se dedicar à profissão, me ajudando nos momentos de desespero e nas paráfrases da minha monografia. Ao meu professor e orientador Diogo Rondon por ter me guiado durante todo o tempo, desde o início da monografia. E agradeço aos meus companheiros de labuta Iago, João Victor, Amanda, Luiz e Daniel que me incentivaram e possibilitaram o desenvolvimento do meu trabalho. Aos cavalos por serem sempre tão perfeitos. À professores e funcionários. Muito Obrigada!! ―Se podemos sonhar, também podemos tornar nossos sonhos realidade.‖ Walt Disney RESUMO As irregularidades da superfície de oclusão dentária causam restrições dos movimentos mandibulares em equinos durante a mastigação, além de contribuir para a queda do desempenho durante o exercício, devido a dor oral. Buscando identificar quais são as alterações de desgaste dentário que mais acometem os animais que nunca passaram por tratamentos odontológicos e provar a eficácia da profilaxia dentária mensurando o tamanho das fibras fecais dos animais, foram avaliados 30 equinos e as principais alterações dentárias encontradas nos cavalos foram: pontas excessivas de esmalte dentário (100 %), rampa (13,33%), achatamento (10%), gancho rostral ( 20%), cauda de andorinha (23,33%) , ulcera (23,33%), dente de lobo (20%) e onda (6,66%). Na avaliação das fibras fecais houve um declínio de 1cm em média por animal. Com base nos resultados, é possível observar que a profilaxia dentária em equinos gera um conforto no animal ao se alimentar e melhora o transito intestinal o que consequentemente irá diminuir problemas gastrointestinais Palavras-chave: Odontologia, afecções odontológicas, equino. ABSTRACT The irregularities of dental occlusion cause restrictions in mandibular moviments in equines during mastication, also contributing to decreased performance during exercise, because of dental pain. Research was done to identify which are the alterations of tooth wear that most affects the animals that have never been through orthodontic treatments and to prove the efficacy of prophylaxis measuring the size of fecal fibers of animals, 30 equines were evaluated and the primary dental alterations found in the horses were: excessive points of tooth enamel (100%), tooth inclination (13,33%), flatness (10%), rostral hooks (20%), swallowtail (23,33%) ulcers (23,33%), wolf teeth (20%) and waves (6,66%). In the evaluation of the fecal fibers there were found to be a decline of on average 1cm per animal. Based on these results, it’s possible to observe that a dental prophylaxis in equines generates a greater comfort in the animal when feeding and improves the intestinal tract which consequently decreases gastrointestinal problems. Key words: Orthodontics, orthodontic affections, equine. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Esquema representativo dos quatro diferentes grupos de dentes de um equino................................................................... 18 Figura 2 - Anatomia de um dente incisivo do equino.................................. 19 Figura 3 - Esquema das fases do ciclo mastigatório dos equinos definidas de acordo com o movimento mandibular, representado pelo traço contínuo. Os números de 1 a 3 representam a fase de abertura; 4 e 5, a fase de fechamento; de 6 a 9, a fase de impacto e atrito (IA); e o número 10, a fase de retorno.............. 20 Figura 4 - Esquema representativo do sistema anatómico para os dentes incisivos permanentes................................................................. 22 Figura 5 - Esquema representativo do sistema Triadan modificado para dentes permanentes................................................................... 23 Figura 6 - Abre bocas de McPherson.......................................................... 25 Figura 7 - Grosas Manuais.......................................................................... 26 Figura 8 - Fotóforos ...................................................................................... 26 Figura 9 - Apoio para cabeça...................................................................... 27 Figura 10 - Alavancas, Alicates e Boticões................................................. 28 Figura 11 - Óculo, Seringa e bomda............................................................ 28 Figura 12 - Diagrama mostrando rampas................................................... 32 Figura 13 - Diagrama evidenciando desgaste dentário em ondas............ 33 Figura 14 – Boticão tipo cabeça de golfinho................................................ 38 Figura 15 – Elevador dentário...................................................................... 38 LISTA DE TABELAS Tabela 1 -. Tabela comparativa da primeira e segunda fase, da coleta de fibras fecais n os 30 equinos avaliados com intervalo de sete dias...................................................................................... 39 Tabela 2- Afecções encontradas nos 30 equinos avaliados nas propriedade de Linhares e Colatina..... ......................................................... 41 LISTA DE GRÁFICOS Tabela 1 - Gráfico 1 – Frequência, em percentagem, das principaisalterações encontradas em 30 equinos examinados nas propriedades de Linhares e Colatina – ES.................................. 43 LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS PEED – Pontas Excessivas de Esmalte Dentário. gr – Gramas cm – Centímetros mg – Miligramas kg – Kilograma UA – Unidade animal SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13 1 OBJETIVOS ........................................................................................................... 15 1.1OBJETIVOS GERAIS ........................................................................................... 15 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 16 2.1 CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS..................................... 17 2.1.1 Classificação da arcada dentária .................................................................. 21 2.2 PROFILAXIA DENTÁRIA .................................................................................... 23 2.3 INSPEÇÃO DA CAVIDADE ORAL ...................................................................... 24 2.3.1 Materiais utilizados na inspeção oral ........................................................... 25 2.4 PRINCIPAIS AFECÇÕES DENTÁRIAS ............................................................. 29 2.4.1 Fraturas ........................................................................................................... 29 2.4.2 Cauda de andorinha ....................................................................................... 29 2.4.3 Projeção Inferior ............................................................................................. 30 2.4.4 Projeção Superior .......................................................................................... 30 2.4.5 Pontas excessivas de esmalte ...................................................................... 30 2.4.6 Feridas ............................................................................................................. 31 2.4.7 Dente de lobo .................................................................................................. 31 2.4.8 Desgaste dentário em forma de ganchos e rampas ................................... 31 2.4.9 Desgaste dentário em "ondas” ..................................................................... 32 2.5 AVALIAÇÃO DAS FIBRAS .................................................................................. 33 2.5.1 Pennisetum clandestinum ............................................................................. 34 2.5.2 Brachiaria humidicola .................................................................................... 35 3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ................................................................... 36 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 39 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 44 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 45 ANEXO ..................................................................................................................... 48 13 INTRODUÇÃO A domesticação e confinamento cada vez mais precoce dos animais favoreceu a modificação dos hábitos e padrões alimentares, desta maneira comprometendo a formação dentária natural, levando a uma série de afecções odontológicas. Problemas dentários causam, frequentemente, lacerações intra-orais nos tecidos moles, gerando dor à mastigação, mudança da sua biomecânica e queda no desempenho e alteração no bolo fecal. Algumas afecções orais são diagnosticadas tardiamente. Nessas situações, a perda de peso crônica em equinos está relacionada a transtornos dentários. Essas alterações, em sua maioria, podem ser corrigidas e contribuem para o aumento da degradação das fibras e dos nutrientes na dieta dos equinos, mesmo naqueles sem lesões orais e com escore corporal adequado. Após a realização da profilaxia, são necessários alguns cuidados para que não haja complicações no momento pós-procedimento. Deve-se atentar para um jejum imediato, após a sedação com o Cloridrato de Detomidina, fazer a utilização de antiinflamatórios não esteroidais para controle de processos inflamatórios que possam ocorrer como: dor, edema, calor, rubor e perda de função tecidual. Caso haja lesão no momento da profilaxia, pode-se recorrer ao uso de antibióticos de forma profilática. Com o objetivo de diminuir estas alterações, a prática clínica equina tem vindo a enfatizar cada vez mais a importância da odontologia. Esta área da medicina equina estuda e trata todo o sistema estomatognático do cavalo. Dessa forma foi realizado uma pesquisa experimental em uma fazenda escolhida para o estudo, localizado no município de Linhares –ES e em uma propriedade em Colatina -ES. As coletas de fezes dos equinos selecionados foram processadas e analisadas no laboratório de química do Centro Universitário do Espirito Santo - UNESC, favorecendo os dados pertinentes ao estudo desenvolvido. Sendo assim, o presente estudo teve como avaliar a eficácia da profilaxia dentária nos equinos, mensurando as fibras nas fezes e sua importância no bem estar e saúde animal. Visto que os resultados foram bem satisfatórios para o primeiro tratamento odontológico de cada animal, em média obtivemos uma queda 14 de 0,58 cm das fibras fecais. Assim podemos afirmar a eficácia do tratamento odontológico nos equinos, gerando um conforto ao se alimentar e melhorando o transito intestinal o que consequentemente irá diminuir problemas gastrointestinais. 15 1 OBJETIVOS 1.1 OBJETIVOS GERAIS Avaliar as diferentes alterações nos parâmetros estudados, para demonstrar os benefícios dos tratamentos dentários em equinos. 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Avaliar as alterações geradas na postura do animal, antes e depois da profilaxia dentária. Mensurar a quantidade de fibras contidas nas fezes dos equinos, antes e depois da profilaxia dentária. Comparar o desempenho físico do animal, antes e depois da profilaxia dentária. 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO A odontologia equina tem sido praticada ao longo dos séculos, sendo que o registro mais antigo data de 1207 dC., o primeiro livro publicado nesta área data de 1889, e foi escrito por T D Hinebauch, professor de Ciências Veterinárias da Universidade de Purdue, e a primeira escola de odontologia equina foi inaugurada em 1980 em Glenns Ferry, Idaho (SILVA et al., 2003) O Brasil possui o segundo maior rebanho equino do mundo, com aproximadamente sete milhões de animais. No entanto, o número de animais que recebe algum tipo de cuidado odontológico é bastante reduzido. É sabido que uma boa saúde oral deve ser estabelecida para manter a higidez dos equinos, uma vez que os problemas digestórios representam as principais causas de enfermidades nesses animais (ALVES, 2004). A odontologia veterinária é conhecidamente uma área de estudo em pleno desenvolvimento. Hoje, acredita-se e defende-se que cuidados dentários preventivos denotam zelo pelo patrimônio (ALVES, 2004). Em equinos, a odontologia tem-se demonstrado uma importante ferramenta para permitir uma boa qualidade de vida, manutenção da saúde e melhora na função esportiva. Correções dentais devem ser periódicas (BOTELHO et al., 2007) evitando o desenvolvimento de anomaliasgraves ou retardando o progresso (DIXON e DU TOIT, 2012; RALSTON et al., 2001). É importante a inclusão do exame da cavidade bucal ao exame clínico dos potros logo após o nascimento, assim problemas congênitos podem ser rapidamente diagnosticados e as medidas necessárias podem ser tomadas. Deve-se observar a presença de qualquer defeito de palato ou lábios, simetria da cabeça e da função mastigatória, bem como avaliar a sequência de erupção dos dentes, inclusive, o alinhamento dos incisivos. Quando existe disparidade entre os dentes incisivos, o alinhamento desigual de molares e pré-molares podem-se observar ganchos rostrais nos segundos pré-molares e ganchos caudais nos terceiros molares (DACRE e DIXON, 2005). Uma boa prática odontológica requer inspeções periódicas, bianuais, que permitam um diagnóstico atempado de eventuais alterações e aprevenção da evolução destas sobre o estado clínico do equino (BOTELHO et al., 2007) 17 2.1 CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS À semelhança dos restantes mamíferos domésticos, a dentição do cavalo é classificada como heterodonte, ou seja, é composta por diversos tipos ou grupos de dentes - incisivos, caninos, pré-molares e molares - cada um dos quais com características e funções específicas, sendo que os incisivos cortam, os caninos seguram e rasgam, e os pré-molares e molares esmagam e trituram os alimentos (DIXON, 1999). Nos equinos ―o espaço existente entre os caninos e os pré-molares presentes numa arcada, designa-se barra ou diastema e é particularmente grande quando os caninos se encontram ausentes‖ (SILVA et al., 2003), o que acontece sobretudo nas fêmeas. A entrada do trato digestório é formada por lábios fortes e extremamente móveis. O cavalo apreende o alimento principalmente com os lábios e a língua, e no pastoreio ou na ingestão de substâncias mais firmes (ramos e tubérculos) também são usados os incisivos (superiores e inferiores), o que lhe permite pastar próximo ao solo, cortando a forragem. O lábio superior é utilizado para colocar a forragem entre os dentes do cavalo (MEYER, 1997; FRAPE, 2008). A saliva é produzida e misturada com o alimento somente durante a mastigação. Assim o tempo de ingestão tem grande influência sobre este fator. Cavalos produzem cerca de 40-90 ml de saliva por minuto, quantidade variável com a natureza do alimento (FRAPE, 2008). Uma vez que os equinos possuem duas dentições, sendo a primeira, decídua,temporária ou de leite e a segunda, permanente ou definitiva, estes animais são também classificados como difiodontes (SILVA et al., 2003), (Figura 1). 18 Fonte: Adaptado de KRELING (2003). É sabido que os dentes dos cavalos crescem de 0,3 a 0,4 cm ao ano, ou seja, no final do ano os dentes superiores e inferiores crescem quase um centímetro, mas graças ao desgaste que acontece todos os dias pela mastigação os dentes se mantêm sempre com o tamanho normal (BREDER, 2010). Os dentes dos equinos possuem coroas longas, de sete a dez centímetros no sentido ápico-coronal, sendo classificados como hipsodontes. A porção visível de um elemento dentário na cavidade oral é chamada de coroa clínica e a porção inserida no alvéolo dentário é composta pela coroa de reserva e raízes. A dentina, esmalte e cemento na superfície oclusal remodelam-se constantemente graças à diferença de resistência entre os três tecidos que compõem os dentes (LOWDER; MUELLER,1998). No interior do dente encontra-se a cavidade pulpar cuja forma se assemelha a este. Na raiz esta cavidade termina num orifício designado forâmen apical, por onde passam os vasos e os nervos que suprem o dente (CARNEIRO e JUNQUEIRA, 1995; SILVA et al., 2003). A polpa, tecido conjuntivo inervado e altamente vascularizado que constitui a estrutura interna do dente, encontra-se na cavidade ou câmara pulpar (SILVA et al., 2003). Segundo DACRE (2006), cerca de dois a seis milímetros (mm) de dentina secundária estão depositados entre a superfície oclusal dos pré-molares (com exceção do primeiro) e molares e a respectiva polpa. Figura 1 Esquema representativo dos quatro diferentes grupos de dentes de um equino 19 O periodonto, designação das estruturas responsáveis pela fixação dos dentes, inclui o cemento, o ligamento periodontal e o osso alveolar (SILVA et al., 2003). O cemento, tecido mineralizado especializado, cobre a raiz dos dentes (CARNEIRO e JUNQUEIRA, 1995; SILVA et al., 2003), (Figura 2). . Fonte: Adaptado de LOWDER e MUELLER (1998). Os equinos possuem doze (12) dentes incisivos, sendo seis incisivos mandibulares e seis incisivos maxilares. Os dentes incisivos tem como função a apreensão e corte de forragem. Cavalos confinados e que não tem acesso ao pastoreio não usam os dentes incisivos para cortar a forragem e isso pode tornar esses dentes muito mais longos que o padrão normal, devido a falta de atrito (EASLEY,1996). Os dentes caninos normalmente localizam-se no diastema de machos adultos. A sua erupção ocorre quase sempre entre os 4,5 e 6 anos de idade, época que corresponde ao inicio do pico da maturidade sexual. Acredita-se que a função seja de defesa da manada e combate a outros machos. Os caninos superiores estão situados na junção aos incisivos laterais que os caninos superiores. Juntamente com os incisivos inferiores, os caninos inferiores servem de suporte para a língua no cavalo relaxado. Quando presente em éguas os caninos são vestigiais, principalmente na mandíbula (EASLEY, 2004). Figura 2 Anatomia de um dente incisivo do equino. 20 Figura 3 Esquema das fases do ciclo mastigatório dos equinos definidas de acordo com o movimento mandibular, representado pelo traço contínuo. Os números de 1 a 3 representam a fase de abertura; 4 e 5, a fase de fechamento; de 6 a 9, a fase de impacto e atrito (IA); e o Os dentes de lobo são os primeiros pré-molares vestigiais e ocorrem de maneira inconsistente (DACRE e DIXON, 2005). Esses dentes de lobo podem ser ausentes ou rudimentares (LOWDER e MUELLER,1998). O equino adulto possui 12 dentes pré-molares e 12 molares que formam 4 fileiras de 6 dentes acomodados nos ossos da mandíbula e maxila (EASLEY, 2006; LOWDER e MUELLER, 1998; DIXON, 2005). Sua função é de triturar e mastigar os alimentos quando ocorrem os principais fenômenos físico-mecânicos da digestão. A importância desses fenômenos é dar inicio ao processo digestivo na boca e criar condições para ocorrer os demais processos digestivos subsequentes (ALVES, 2004). Alterações dentárias podem afetar a biomecânica do ciclo mastigatório e prejudicar a adequada trituração dos alimentos (BAKER, 2002), (Figura 3). Fonte: Adaptado de BAKER (2002). A fórmula dental dos equinos para dentes decíduos é: 2 x ( incisivos 3/3, caninos 0/0, pré-molares 3/3 e molares 0/0). Para dentes permanentes: 2 x ( incisivos 3/3, caninos 1/1 (machos), ou 0/0 (fêmeas), pré-molares 3/3 ou 4/4 e 21 molares 3/3) = 36 a 44 dentes, dependendo da presença e quantidade de dentes do lobo e caninos (DIXON, 2005; TOIT, 2006). 2.1.1 Classificação da arcada dentária Dois sistemas são usados são usados para identificar um dente no equino: um sistema anatômico e um sistema numérico. O sistema anatômico nomeia o dente de acordo com sua função (ex: incisivos e pré-molares). O sistema numérico, conhecido como Sistema de Triadan modificado, identifica cada dente com um número particular. O conhecimento da época e da erupção é importante para o entendimento dos dois sistemas (LOWDER,1998). No sistema anatómico, o tipo de dente a ser descrito é definido por uma letra, sendo os decíduos representados por letras minúsculas (i = incisivos, p = pré- molares) e os permanentes por maiúsculas (I = incisivos, C = caninos,P = pré- molares, M = molares). A esta letra é então anexado um número que define a localização do dente na cavidade oral, esta que se admite estar dividida em quatro quadrantes, sendo o lado direito da arcada maxilar considerado o primeiro, seguindo-se os restantes (segundo, terceiro e quarto), por ordem no sentido dos ponteiros do relógio. A localização do dente é então representada pela letra e o 8 número em torno desta, posicionando-o assim num dos quatro quadrantes (ex. 1I = primeiro incisivo permanente direito da arcada mandibular; ³M = terceiro molar permanente direito da arcada maxilar; p² = segundo pré-molar temporário esquerdo da arcada maxilar; i3 = terceiro incisivo temporário esquerdo da arcada mandibular). Este sistema tem vindo gradualmente a entrar em desuso (LOWDER, 1998; FOSTER, 2008), (Figura 4). 22 Fonte: Adaptado de FOSTER (2008). No sistema Triadan modificado, que é um sistema exclusivamente numérico, cada dente é descrito através de três dígitos. O primeiro refere-se ao quadrante, sendo a dentição permanente numerada de 1 a 4 (no sentido dos ponteiros do relógio), e a decídua de 5 a 8. Por exemplo: 1 identifica o quadrante superior direito de dentes permanentes, 7 identifica o quadrante inferior esquerdo de dentes decíduos. O segundo e terceiro dígitos desta nomenclatura identificam o dente dentro do respectivo quadrante (ex. 1 identifica o primeiro incisivo e 11 o último molar). Para uma melhor compreensão e a título de exemplo: o número 311 identifica o último molar permanente esquerdo da arcada inferior, o número 108 identifica o quarto pré-molar permanente direito da arcada superior, o número 601 refere-se ao primeiro incisivo decíduo esquerdo da arcada superior, o número 806 indica o segundo pré-molar decíduo direito da arcada inferior. (DIXON, 1999). Este sistema é o mais utilizado atualmente (LOWDER, 1998), (Figura 5). Figura 4: Esquema representativo do sistema anatómico para os dentes incisivos permanentes. 23 Fonte: Adaptado de FOSTER (2008). 2.2 PROFILAXIA DENTÁRIA Das enfermidades orais que acometem os equinos, as ocorrências dentárias são de maior importância na prática veterinária equina. Constituem a terceira casuística mais comum na abundante prática animal nos Estados Unidos. Além disso, estudos pós-morte têm demonstrado achados significativos, de problemas dentários não diagnosticados em equinos (DACRE e DIXON, 2005). O exame dentário do equino deve ser realizado duas vezes ano, como parte da rotina do programa de manutenção da saúde do animal (SMITH, 2006). Figura 5 Esquema representativo do sistema Triadan modificado para dentes permanentes 24 A rotina no cuidado dos dentes é essencial para a saúde dos equinos. Exames periódicos e manutenção regular são procedimentos extremamente necessários devido à alteração na dieta e padrões alimentares dos equinos que ocorreram principalmente com o advento da domesticação e confinamento desses animais. Tudo isso somado, altera muito o desgaste e manutenção natural dos dentes (SOUZA, 2009). 2.3 INSPEÇÃO DA CAVIDADE ORAL As repercussões de alterações dentárias ao nível da conformação e desempenho do animal são muitas vezes subestimadas. No entanto sabe-se que um regular exame da cavidade oral, com particular incidência ao nível dos dentes, de preferência bianual, é considerada suficiente para a prevenção destas alterações e/ou sua identificação precoce, possibilitando, deste modo um tratamento atempado, antes do surgimento de quaisquer complicações (BAKER, 2002). A realização de uma boa inspeção dentária deve obedecer a uma determinada ordem, começando pela elaboração da história pregressa, seguida da inspeção externa do equino, verificação da mobilidade da cabeça e mandíbula e só por último a inspeção interna da cavidade oral sem abre-bocas e com abre-bocas (ALVES,2004). A inspeção externa pode ser realizada em três fases: visual, olfativa e táctil. Durante a inspeção visual deve ter-se em especial atenção o estado geral do animal, a simetria, conformação e forma da cabeça, a presença de inflamações, deformações, abcessos na mandíbula e maxila ou eventual corrimento nasal; a simetria das articulações temporo-mandibulares, entre outros. Na inspeção olfativa pesquisa-se a presença de halitose que pode ser indicativa de patologia oral. Na fase de inspeção táctil deve palpar-se externamente a zona dos pré-molares e molares, as articulações temporo-mandibulares, o espaço existente entre a mandíbula e as asas do atlas, os gânglios da cabeça e glândulas salivares. Devem procurar-se alterações, deformações ou eventuais zonas dolorosas à palpação (MANSO e SAN ROMÁN, 2002). 25 2.3.1 Materiais utilizados na inspeção oral Devido à grande variedade de alterações que podem ser encontradas na boca de um equino, ao aumento da procura de serviços odontológicos nesta espécie e ainda devido ao aumento do recurso a sedativos e analgésicos que possibilitam uma melhor contenção do animal, tem vindo a ser desenvolvida uma vasta gama de instrumentos com o intuito de melhorar em quantidade e qualidade a prática odontológica nos equinos. A escolha dos instrumentos varia conforme a patologia presente, o conhecimento, a experiência e os gostos pessoais do veterinário, sendo que deve obedecer a requisitos de facilidade de manuseamento, conforto de utilização e permitir garantia de bons resultados (EASLEY, 1998). Os equipamentos utilizados para a realização da profilaxia dentária podem ser de 2 (duas) formas: manual e elétrica (THOMASSIAN, 2005). Os instrumentos odontológicos mais utilizados para um boa inspeção e tratamento são: Abridor de bocas, fotóforo, seringa ou bomba, espelho, óculos de proteção, boticão, alavancas apical, grossas manuais e grossas elétricas (ALVES, 2004), (Figuras 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12). Fonte: http://www.dentistadecavalo.com.br/images/stories/abridor%20de%20boca.jpg. Acesso em 20 nov. 2014. Figura 6 : Abre bocas de McPherson 26 Figura 7 Grosas Manuais Fonte: http://www.dentistadecavalo.com.br/images/stories/grosas%20manuais.jpg. Acesso em 20 nov. 2014. Fonte: http://www.dentistadecavalo.com.br/images/stories/fotoforos.jpg. Acesso em 20 nov. 2014. Figura 8: Fotóforos 27 Fonte: http://www.dentistadecavalo.com.br/images/stories/cabeada%20odontologica.jpg.Acesso em 20 nove. 2014. Fonte: http://www.dentistadecavalo.com.br/images/stories/alavancas.jpg. Acesso em 20 nov. 2014. Figura 10: Alavancas, Alicates e Boticões. Figura 9: Apoio para cabeça. 28 Figura 11: Óculo, Seringa e bomda. Fonte: http://www.dentistadecavalo.com.br/images/stories/oculos.jpg. Acesso em 20 nov. 2014. Fonte: http://www.dentistadecavalo.com.br/images/stories/oculos.jpg. Acesso em 20 nov. 2014. Figura 11: Óculo, Seringa e bomda. 29 2.4 PRINCIPAIS AFECÇÕES DENTÁRIAS Algumas patologias dentárias podem ser resultantes de diversas etiologias, sendo desta forma, muito difícil definir qual é o real agente(s) desencadeador(es) do processo patológico (BAKER, 2002) 2.4.1 Fraturas A má oclusão causa fraturas dentárias e a formação superfícies pontiagudas que podem ferir a língua e a bochecha e provocar ulcerações muito dolorosas (MANSO e SAN ROMÁN, 2002). É observada alta incidência de fraturas dentárias sagital palatina, lingual e vestibular e de fraturas mesiais proximal e distal nos locais de prematuridade iatrogênica acentuada. Em processos crônicos, a extrusãoda superfície oclusal antagonista pode deslocar o ponto de contato prematuro para a hemiface oposta, predispondo a região a novas fraturas dentárias. Observa-se com frequência fraturas antigas do primeiro ou do segundo dente molar provocando uma desarmonia oclusal tão intensa que ocorrem fraturas em região semelhante do outro lado da arcada. Dentes que apresentam hipoplasia de cemento apresentam maior possibilidade de fraturas sob ação do trauma oclusal. A compactação de alimento nos locais de fratura favorece o desenvolvimento de doença periodontal (SOUZA, 2009). A técnica de osteossíntese mais utilizada em fraturas maxilares e mandibulares é a cerclagem nos dentes adjacentes. Em fraturas mais extensas e instáveis, a cerclagem pode estar associada à tração em sentido caudal, com apoio entre o segundo e o terceiro pré-molares ou nos dentes caninos ou em perfuração mandibular, formando uma banda de tensão (DART e PASCOE, 1987). 2.4.2 Cauda de andorinha Consiste numa aresta, formada nos cantos (incisivos), devido a desgaste do dente, na sua parte mais central, pelo que fica com um bico na ponta mais afastada das pinças. A cauda de andorinha aparece por volta dos 7 anos e novamente por 30 volta dos 13 anos. Em ambos os casos acaba por desaparecer, com o tempo e uniformização do desgaste. Durante esta fase, à que prestar atenção especial às fezes do animal, tentando ver se a situação dentária lhe permite triturar e esmagar bem os alimentos, o que é vital para evitar problemas graves (THOMASSIAN, 2005). 2.4.3 Projeção Inferior Consiste no encurtamento anormal da mandíbula em relação à pré-maxila, sem oclusão entre os dentes incisivos; ou seja, os incisivos maxilares encontram-se projetados à frente dos dentes incisivos mandibulares( DIXON, 2005). As maiores dificuldades dos acometidos consistem na preensão do capim em pastos baixos, mastigação deficiente (ALVES,2005). 2.4.4 Projeção Superior Estes problemas ocorrem quando os dentes incisivos não se tocam. O prognatismo superior acontece quando os dentes incisivos superiores ficam a frente dos incisivos inferiores sendo assim o animal é bragnata dos incisivos inferiores e o prognatismo inferior ocorre quando os incisivos inferiores se colocam a frente dos incisivos superiores, sendo assim o animal bragnata de incisivos superiores Quando ocorre um destes dois problemas citados acima o animal não utiliza o atrito dos dentes para mastigar e sim o palato (prognatismo superior) ou a parte mole próximo a língua formando calos nestes locais (prognatismo inferior), já que os dentes incisivos não têm atrito nenhum (DART e PASCOE, 1987). 2.4.5 Pontas excessivas de esmalte Na mastigação ocorre o aparecimento das pontas de esmalte, causadas pela má oclusão das arcadas dentárias, com isso pode ocasionar ferimentos nas bochechas e na língua, fazendo com que o animal fique incomodado com a dor. Cavalos com pontas de esmalte dentário trituram mal os alimentos, possuem digestão demorada e apresentam emagrecimento progressivo e, também, predisposição a alta incidência de quadros de cólica (THOMAZIAN, 2005). 31 2.4.6 Feridas Alterações dentárias podem ocasionar lesões em tecidos moles, causando prejuízo à mastigação e ao desempenho animal. (ALVES, 2004). A mucosa oral deverá apresentar-se intacta, húmida, coberta de saliva, indolor e com coloração rosada. A presença de petéquias, hemorragias, neoplasias ou outras lesões é indicativa de patologia oral. Devem observar-se os lábios e a língua quanto à forma e mobilidade (MANSO e SAN ROMÁN , 2002) 2.4.7 Dente de lobo O Dente de Lobo que é um dente vestigial e não possui função mastigatória, no entanto quando em contato com o bridão ou embocadura provocam dor e desconforto no animal. Alterações comportamentais durante a montaria como puxões nas rédeas ou movimento de abaixar e levantar a cabeça, agressividade e rebeldia, podem ser confundidas com problemas de temperamento, mas que na verdade estão relacionados com problemas dentários. Além das alterações comportamentais cavalos com distúrbios na cavidade oral podem ainda apresentar emagrecimento ou dificuldade de ganhar peso, acúmulo de alimento na boca, mastigação lenta, edema de face e/ou mandíbula, fistulas, secreção nasal, e cólicas intestinais (EASLEY, 2005). 2.4.8 Desgaste dentário em forma de ganchos e rampas Definem-se ganchos e rampas como projeções dos dentes em mais de 1/3 da superfície oclusal. Os ganchos projetam-se ventralmente, além desta superfície, sendo quase que exclusivamente, uma morbidade que atinge os dentes molares maxilares. Enquanto que, as rampas são projeções dorsais além da superfície oclusal que acometem os dentes molares mandibulares (CARMALT & RACH, 2003). THOMASSIAN (2005) define rampas como sendo ganchos que se projetam dorsalmente, ocorrendo nos molares caudais da mandíbula. Por não encontrarem seus opostos não param de crescer, desenvolvendo os ganchos e as rampas. Equinos acometidos sofrem muito e sentem muita dor ao tentar mastigar, pois as 32 projeções atingem a maxila - no caso das rampas - e/ou a mandíbula, no caso de ganchos (THOMASSIAN, 2005). Os ganchos podem decorrer de defeitos hereditários de oclusão, ou adquiridos ao longo da vida. A ocorrência de ganchos impede que o equino desenvolva livremente movimentos mastigatórios ―lado a lado‖, como também movimentos rostro-caudais, resultando no desgaste impróprio e excessivo dos dentes pré-molares e/ou molares. (figura 12) Fonte: Adaptado de OMURA, (2009) 2.4.9 Desgaste dentário em "ondas” Quando a erupção dos dentes ocorre em velocidades diferentes, gera uma ondulação na superfície oclusal no sentido rostro-caudal vulgarmente denominada pelos americanos de ―wave mouth‖, ou seja, ―boca em onda‖. A erupção dentaria, por sua vez, depende da saúde da membrana periodontal, ou seja, uma membrana saudável promove uma boa erupção, enquanto que uma membrana infeccionada promove uma erupção retardada dos dentes. Esta diferença entre as velocidades de erupção é um dos principais agentes causadores das ondas na superfície oclusal (DIXON & DACRE, 2005). Segundo OMURA (2009), este problema de oclusão deve ser tratado em estágios, para que o equino não perca a capacidade de esmagar os alimentos. Se muito severo, não deve ser completamente corrigido na primeira intervenção, mas Figura 12 - Diagrama mostrando rampas 33 com o tempo e com uma boa manutenção, irá melhorar gradativamente. Consiste na redução, através da grosagem, dos complexos ondulares, mantendo um ângulo apropriado da mesa molar (OMURA, 2009). (figura 13) Fonte: Adaptado de THOMASSIAN, (2009) 2.5 AVALIAÇÃO DAS FIBRAS O processo de digestão alimentar no cavalo inicia-se na boca com a apreensão do capim ou ração pelos lábios e dentes incisivos. Através da mastigação (trituração mecânica) o alimento é reduzido a pequenas partículas, permitindo assim um melhor aproveitamento dos nutrientes. Problemas bucais podem levar a déficits de mastigação e a ingestão de alimentos mal triturados predispondo o cavalo a desenvolver distúrbios gastrintestinais(ALVES, 2004). O exame da mastigação, apesar de muito importante, não tem sido completamente realizado pela maioria dos profissionais. A capacidade de mastigação seria checada pela observação visual dos movimentos mastigatórios concomitante a audição dos sons durante a mastigação, pela palpação extra e intra- oral, inspeção dos dentes e das fezes (ALVES, 2004; DIXON, 2005; EASLEY, 2005). Figura 13 :Diagrama evidenciando desgaste dentário em ondas. 34 Atenção deve ser direcionada às fezes do paciente, para se ter uma idéia de como o alimento foi processado e digerido. O exame das fezes não deverevelar a presença de grãos inteiros ou partículas de forragem maiores que aproximadamente 0,64cm de comprimento (EASLEY, 2005). Cavalos com boa saúde bucal possuem melhores aproveitamentos de nutrientes, riscos diminuídos de problemas intestinais, melhor desempenho de suas atividades atléticas e de trabalho (THOMASSIAN, 2005). O comportamento ingestivo dos animais é influenciado pela estrutura da pastagem e pela heterogeneidade da distribuição espacial da vegetação, sendo a estrutura da pastagem o principal fator que afeta as variáveis comportamentais de consumo dos animais (EASLEY, 2005). Os equinos em condições extensivas de manejo podem gastar até 16 horas diárias pastejando (MEYER,1995). 2.5.1 Pennisetum clandestinum O Pennisetum clandestinum, comumente conhecido como capim quicuio, foi trazido para o Brasil em 1924 e logo saudado como de excepcional qualidade, tendo sido, nos primeiros anos de sua introdução, comparado em qualidade com a alfafa (OTERO, 1946). É uma Gramínea perene atingindo até 1 m de altura, de colmos finos, ocos, glabros, tenros, de entrenós curtos; eretos ou decumbentes; as folhas são estreitas (5 mm), de comprimento variável (10-30 cm), alternas, invaginantes, cobertas de pêlos curtos, finos, mais frequentes na página dorsal. Possui ainda colmos crepitantes e rizomas (ANDRADE, 1948). O capim quicuio tem digestibilidade muito boa, tendo obtido índices de 65% para proteína bruta, 70% para extrativo, nitrogenado e 60% para fibra bruta. Pode ser utilizado diretamente como pasto ou como matéria prima para elaboração de feno, que é de excelente qualidade (PUPO, 1985). Além de sua qualidade nutritiva, outra característica importante da boa forrageira para pastagem é sua resistência ao pisoteio. Essa qualidade foi apontada por diversos autores. Eles apontaram também a produção de bom feno como outra característica importante. Em seguida, apontaram a resistência ao frio, a facilidade 35 de adaptação a todo terreno, rusticidade, resistência a seca, facilidade de brotação, palatabilidade, resistência ao fogo, vigor, boa capacidade de suporte, bom para corte, é fibroso na seca e é indicado para pastejo de vacas leiteiras e equinos (PUPO, 1985). 2.5.2 Brachiaria humidicola A Brachiaria humidicola é uma das forrageiras tropicais bastante utilizadas para alimentação de equinos de serviço nas áreas de cerrado do Brasil Central onde praticamente se constitui na única opção forrageira além das pastagens nativas (MEYER,1995) Trata-se de uma gramínea perene, procedente do continente africano, onde ocorre em áreas relativamente úmidas. Adaptada às condições de clima e solo de cerrado, vegeta bem em regiões de solos fracos e de elevada acidez, propagando- se facilmente por sementes e mudas. Entretanto, a utilização de pastagens dessa espécie para equinos, em relação as suas características agronômicas desejáveis boa aceitação de regra os equinos que a utilizam apresentam desenvolvimento retardado, baixo rendimento no trabalho, além de problemas sanitários distúrbios metabólicos. Frequentemente ocorre intoxicação, claudicação, indisposição, cansaço, emagrecimento, fratura e mesmo morte (SILVA, 2004). As principais causas desses problemas residem na baixa qualidade da forrageira, especialmente baixo conteúdo protéico e de minerais, elevados teores de fibra e altas concentrações de princípios tóxicos (oxalatos). O déficit protéico na dieta dos animais normalmente interfere no seu desenvolvimento e desempenho (MEYER,1995) O capim Brachiaria humidicola tem de proteína bruta = 6,73, fibra em detergente neutro = 67,8; matéria seca = 33,80 (SILVA, 2004) 36 3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO Realizou-se uma pesquisa literária, abordando informações inerentes ao tema em artigos científicos, revistas especializadas, livros, site idôneos e com caraterísticas cientifica. Foi elaborado um estudo de campo descritivo com caráter longitudinal para se obter uma coleta de dados que possa caracterizar os objetivos instituídos no estudo a ser investigado. A pesquisa será delineada no caráter quantitativo. A coleta de dados foi atingida através da profilaxia dentária aplicada em 30 equinos na faixa etária de quatro a dezenove anos, sendo nove machos e vinte e uma fêmeas com peso corporal em média de 350kg e escore corporal 3. Os equinos pertenciam a duas propriedades, uma localizada em um município de Linhares e outra em Colatina, Espirito Santo. Os animais eram utilizados no trabalho de rotina das propriedades em escala de dez horas diárias. Tinham arcadas dentárias completas, com pontas excessivas de esmalte dentário, ondas, degrau, dente de lobo, achatamento e cauda de andorinha, porém sem histórico de alterações alimentares ou tratamento dentário. A alimentação consistiu de capim Brachiaria humidicola e Capim Quicuio (Pennisetum clandestinum). O período experimental foi dividido em duas fases. Na primeira, foi realizado o ajuste oclusal dos animais, coleta de amostras fecais retiradas da ampola retal, sem o uso de lubrificantes apenas com o auxílio de água e luvas de procedimento, para não alterar na secagem final, na quantidade de 200gr e anotação das afecções dentárias encontradas. As amostras foram identificadas de acordo com a numeração dos animais, pesadas e armazenadas em sacos de papel Kraft, processadas na estufa de secagem de matéria seca, na temperatura de 60ºC, mantidas por 72 horas, no laboratório de química da universidade. Logo após a secagem, as amostras foram repesadas e peneiradas para a separação das fibras e mensuradas com régua milimetrada, anotando o tamanho da fibra maior e menor encontrada. A segunda fase iniciou-se de sete a quinze dias após a primeira e consistiu em uma nova coleta de fezes, processamento e mensuração das fibras fecais. 37 No tratamento odontológico, os animais foram submetidos a exame clínico completo antes e depois de cada procedimento. Após jejum de 12 horas, foram pesados com fita para pesagem corporal métrica do perímetro torácico em equinos no ato contínuo, realizou-se sedação com Cloridrato de Detomidina (0,02mg/kg) e quando necessário Tartarato de Butorfanol (1ml/UA) por via endovenosa, repiques de Cloridrato de Detomidina foram feitos na dose de um terço da dosagem inicial do animal, administrados de acordo com o tempo de duração do tratamento odontológico. Com o animal sedado e contido no tronco, foi realizada a lavagem da cavidade bucal com água corrente para retirada de qualquer sujidade e inspeção da dentição incisiva (pinças, médios e cantos). Após o exame foi utilizado um abre- bocas tipo Hausmmam para inspeção da cavidade bucal, com foco de luz e espelho odontológico para inspeção visual detalhada dos demais elementos dentários (pré- molares e molares). A profilaxia dentária consistiu no desgaste corretivo das pontas excessivas de esmalte dentário e das demais afecções encontradas. Os materiais utilizados para o desgaste corretivo foram: grosa elétrica e grosas manuais. Na exodontia do dente de lobo foi realizado um bloqueio anestésico no palato duro com Cloridrato de Lidocaína 2,5 ml por elemento dentário divididos entre a prega rostral e caudal do dente, em seguida utilizou-se a elevador dentário (figura 15) para elevação da gengiva e sindesmotomia do elemento dentário, com auxílio do Boticão tipo cabeça de Golfinho (figura 14) realizou-se movimentos buco lingual para romper os ligamentos dentários e retirada do dente. Durante o período experimental, as amostras de alimento foram coletadas de forma aleatória na área comum de alimentação dos animais quantidade de 200gr, armazenadas em sacos de papel plástico Kraft para secagem na temperatura de 60 °C, por 72 horas para a avaliação da composição das fibras. Os resultados serão apresentados na forma de gráficos e tabelas para determinaçãoda conclusão a referente pesquisa. 38 Figura 14 – Boticão tipo cabeça de golfinho. Fonte: Arquivo pessoal. Figura 15 – Elevador dentário. Fonte: Arquivo pessoal 39 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir da análise e discussão do material bibliográfico selecionado foi possível perceber que a morfologia dentária dos equinos pode sofrer, ao longo da vida do animal, diversas e severas alterações, que podem ser da própria natureza animal – cronologia do desgaste etário – ou consequentes a patologias, acidentes ou até falhas no manejo diário dos mesmos que não podem ser negligenciadas. Após o ajuste oclusal realizado em animais que nunca passaram por tratamento odontológico, verificou-se que as fibras fecais diminuíram em média 0,58 cm, conforme mostra na Tabela 1. Esses resultados foram inferiores aos citados por BOTELHO et al., (2007) de 0,63 cm, porém comprovam a eficácia do ajuste oclusal bianual em equinos. Tabela 1 - Tabela comparativa da primeira e segunda fase, da coleta de fibras fecais nos 30 equinos avaliados com intervalo de sete a quinze dias, com os tamanhos máximos e mínimos encontrados em cada amostra fecal. ANIMAL TAMANHO DA FIBRA/CM 1° COLETA TAMANHO DA FIBRA/CM 2° COLETA 01 3cm /7cm 2cm /5cm 02 3cm/5cm 2cm/3cm 03 3cm/7cm 2cm/4cm 04 7cm/10cm 4cm/6cm 05 3cm 2cm 06 7cm/12cm 4cm/7cm 07 2cm 1,5cm 08 1,5cm 1cm 09 1cm 0,7cm 10 3cm 2,5cm 11 2cm/3cm 2cm 12 0,6cm /1cm 0,6cm 13 2cm 1cm 14 4cm 2,5cm 40 15 2cm 1cm 16 1cm 1cm 17 2cm 1,5cm 18 2cm/3cm 2cm 19 0,7cm/2cm 0,7cm/1cm 20 2cm 3cm 21 5cm/7cm 2cm 22 2cm 1cm 23 2cm 1,5cm 24 5cm 4cm 25 4cm 3cm 26 1cm 1cm 27 6cm 4cm 28 3cm 2,5cm 29 2cm/3cm 2,5cm 30 4cm 3,5cm Média 3,13 cm 2,55 cm Média total 0,58 cm Fonte: Propriedades de Linhares e Colatina - ES Para se obter o resultado final, foi realizado um cálculo de média entre a fibra maior e menor encontradas em cada amostra, em seguida foi feita a média da primeira coleta, antes da profilaxia dentária, somando todos valores e dividindo pelo total de 30 animais, encontrando a média do grupo de 3,13 cm de fibras presentes nas fezes. O mesmo procedimento foi realizado para se obter a média da segunda coleta, após 7 a 15 dias da profilaxia dentária, sendo encontrado o valor de média de 2,55 cm de fibras, chegando a diferença final de 0,58 cm da primeira pra segunda amostra. DIXON ET AL (2011) citaram o estudo feito por BRIGHAM & DUNCANSON em 2000 onde foram analisados os pré-molares e molares de 50 crânios de equinos de abatedouros, e encontraram as seguintes frequências: 20% de diastemas anômalos, 26% com degraus, 56% com pontas excessivas de esmalte dentário, 20% não possuíam algum elemento dentário, 8% com onda, e 12% com cáries. EASLEY ET 41 AL (2011) relataram que principais alterações de desgaste dentário são: degraus, ganchos, ondas, cristas transversas excessivas e ―shear mouth‖. Conforme apresentado na Tabela 2, as principais alterações dentárias encontradas nos 30 cavalos foram: pontas excessivas de esmalte dentário ou PEED (100 %), rampa (13,33%), achatamento (10%), gancho rostral ( 20%), cauda de andorinha (23,33%) , ulcera (23,33%), dente de lobo (20%) e onda (6,66%). Demonstradas no Gráfico 1 a seguir. Tabela 2 – Afecções encontradas nos 30 equinos avaliados nas propriedade de Linhares e Colatina – ES, com faixa etária de quatro a dezenove anos. Animal PEED Gancho Dente de lobo Ulcera Cauda de andorinha Achatamento Rampa Onda 01 x 211 205 103/203 02 x 03 x x 103/203 04 x x 103/203 109 x x 05 x 06 x Rostral bilater al x 103/203 07 x 208 08 x 09 x x 10 x 105 /205 11 x x 12 x 42 13 x x 14 x 406 x 15 x 105 16 x 17 x 18 x 406 x x 19 x 20 x 105/205 21 x 311 x 103/203 309 22 x 23 x 105/205 24 x 25 x Rostral /bilater al x 103/203 26 x 27 x 28 x 105/205 29 x 30 x 103/203 Fonte: Propriedade de Linhares e Colatina - ES 43 1 0 0 2 0 2 0 2 3 ,3 3 1 0 2 3 ,3 3 1 3 ,3 3 6 ,6 6 AFECÇÕES ODONTOLOGICAS ENCONTRDAS Porcentagem das afecções Gráfico 1 – Frequência, em percentagem, das principais alterações encontradas em 30 equinos examinados nas propriedades de Linhares e Colatina - ES Fonte: Propriedades de Linhares e Colatina – ES De acordo com a Tabela 2 podemos verificar que as afecções dentárias apresentam-se em associação o que gera um maior desconforto ao animal, o que altera a biomecânica da mastigação, gerando uma má trituração dos alimentos. Nos animais com mais de uma afecção dentária, foi possível verificar maiores alterações nos tamanhos e quantidades das fibras fecais analisadas. As alterações odontológicas mudam de acordo com a idade e alimentação do animal. 44 CONCLUSÃO Como foi abordado ao longo desse trabalho, a cavidade oral dos equinos é habitualmente sede de diversas alterações que ocorrem sobretudo a nível dos dentes e periodonto. Dessa forma, é necessário um bom conhecimento da estrutura e anatomia da cavidade oral do equino, da fisiologia da sua mastigação, dos principais métodos de avaliação da cavidade oral, dos principais sinais de alterações odontológicas e das patologias encontradas com maior frequência. É também imprescindível o domínio dos principais instrumentos e métodos terapêuticos utilizados para a sua resolução. O objetivo principal do trabalho foi mostrar a importância do ajuste oclusal dos equinos através da avaliação e mensuração das fibras fecais, tendo em vista que a profilaxia dentária feita bianual, gera um conforto mastigatório no animal melhorando a trituração dos alimentos ingeridos, gerando uma melhoria na digestibilidade, o que resulta em fibras fecais menores. A mensuração das fibras fecais é um método pouco utilizado para avaliação da saúde bucal, devido a demora no processamento das amostras, no entanto seria de extrema importância no auxílio para diagnosticar enfermidades previas nos equinos. 45 REFERÊNCIAS ALVES, G., PAGLIOSA, G., SANTOS, J. (2004). Mini-curso de odontologia equina. VI CongressoAlves, G.E.S. 2004. Odontologia como parte da gastroenterologia: sanidade e digestibilidade. p. 7-22. In: Alves, G.E.S., Pagliosa, G.M., Santos, J.A.M. (ed.) Congresso Brasileiro de Cirurgia e Anestesia Veterinária - Mini Curso De Odontologia Equina, 6. 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