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Eficácia da Profilaxia dentária em Equinos quanto a avaliação das fibras fecais

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESPÍRITO SANTO – UNESC 
VERONICA VIEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFICÁCIA DA PROFILAXIA DENTÁRIA EM EQUINOS QUANTO A 
AVALIAÇÃO DAS FIBRAS FECAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 COLATINA 
2015 
 
 
 
VERONICA VIEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFICÁCIA DA PROFILAXIA DENTÁRIA EM EQUINOS QUANTO A 
AVALIAÇÃO DAS FIBRAS FECAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COLATINA 
2015 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, 
apresentado ao Centro Universitário do 
Espírito Santo – UNESC, sob orientação do 
Professor Diogo Almeida Rondon, como 
requisito para a obtenção do Título de 
Bacharel em Medicina Veterinária. 
 
 
 
VERONICA VIEIRA 
 
 
 
 
EFICÁCIA DA PROFILAXIA DENTÁRIA EM EQUINOS QUANTO A 
AVALIAÇÃO DAS FIBRAS FECAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORIENTADOR 
 
____________________________________________________ ________ 
Diogo Almeida Rondon, Professor do UNESC Nota 
Especialista em Clínica e cirurgia de equinos 
 
AVALIADOR 
 
____________________________________________________ ________ 
Professor do UNESC Nota 
 
 
Colatina, ____ de _______ de 2015. 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, 
apresentado ao Centro Universitário do 
Espírito Santo – UNESC, sob orientação 
do Professor Diogo Almeida Rondon, 
como requisito para a obtenção do Título 
de Bacharel em Medicina Veterinária. 
 
 
 
 
Aos meus familiares, amigos e mestres 
que me ajudaram a persistir e não desistir dos 
meus sonhos. 
 
 
 
 
À Deus, por ter me dado forças, oportunidades 
e me acompanhado durante todo meu caminho. 
Aos meus familiares que possibilitaram e me 
deram todo o suporte para que eu pudesse me 
tornar Médica Veterinária. 
A minha mãe que me deu ânimo, e apoio 
quando eu precisava continuar tentando. 
Aos meus amigos, que caminharam comigo na 
luta diária de estudar e se dedicar à profissão, 
me ajudando nos momentos de desespero e 
nas paráfrases da minha monografia. 
Ao meu professor e orientador Diogo Rondon 
por ter me guiado durante todo o tempo, desde 
o início da monografia. 
E agradeço aos meus companheiros de labuta 
Iago, João Victor, Amanda, Luiz e Daniel que 
me incentivaram e possibilitaram o 
desenvolvimento do meu trabalho. 
Aos cavalos por serem sempre tão perfeitos. 
À professores e funcionários. 
Muito Obrigada!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
―Se podemos sonhar, também podemos tornar 
nossos sonhos realidade.‖ 
 
 
Walt Disney 
 
 
 
RESUMO 
 
As irregularidades da superfície de oclusão dentária causam restrições dos 
movimentos mandibulares em equinos durante a mastigação, além de contribuir 
para a queda do desempenho durante o exercício, devido a dor oral. Buscando 
identificar quais são as alterações de desgaste dentário que mais acometem os 
animais que nunca passaram por tratamentos odontológicos e provar a eficácia da 
profilaxia dentária mensurando o tamanho das fibras fecais dos animais, foram 
avaliados 30 equinos e as principais alterações dentárias encontradas nos cavalos 
foram: pontas excessivas de esmalte dentário (100 %), rampa (13,33%), 
achatamento (10%), gancho rostral ( 20%), cauda de andorinha (23,33%) , ulcera 
(23,33%), dente de lobo (20%) e onda (6,66%). Na avaliação das fibras fecais houve 
um declínio de 1cm em média por animal. Com base nos resultados, é possível 
observar que a profilaxia dentária em equinos gera um conforto no animal ao se 
alimentar e melhora o transito intestinal o que consequentemente irá diminuir 
problemas gastrointestinais 
 
Palavras-chave: Odontologia, afecções odontológicas, equino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The irregularities of dental occlusion cause restrictions in mandibular moviments in 
equines during mastication, also contributing to decreased performance during 
exercise, because of dental pain. Research was done to identify which are the 
alterations of tooth wear that most affects the animals that have never been through 
orthodontic treatments and to prove the efficacy of prophylaxis measuring the size of 
fecal fibers of animals, 30 equines were evaluated and the primary dental alterations 
found in the horses were: excessive points of tooth enamel (100%), tooth inclination 
(13,33%), flatness (10%), rostral hooks (20%), swallowtail (23,33%) ulcers (23,33%), 
wolf teeth (20%) and waves (6,66%). In the evaluation of the fecal fibers there were 
found to be a decline of on average 1cm per animal. Based on these results, it’s 
possible to observe that a dental prophylaxis in equines generates a greater comfort 
in the animal when feeding and improves the intestinal tract which consequently 
decreases gastrointestinal problems. 
Key words: Orthodontics, orthodontic affections, equine. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Esquema representativo dos quatro diferentes grupos de 
dentes de um equino................................................................... 
 
18 
Figura 2 - Anatomia de um dente incisivo do equino.................................. 
 
19 
Figura 3 - Esquema das fases do ciclo mastigatório dos equinos definidas 
de acordo com o movimento mandibular, representado pelo 
traço contínuo. Os números de 1 a 3 representam a fase de 
abertura; 4 e 5, a fase de fechamento; de 6 a 9, a fase de 
impacto e atrito (IA); e o número 10, a fase de retorno.............. 
 
 
 
 
20 
Figura 4 - Esquema representativo do sistema anatómico para os dentes 
incisivos permanentes................................................................. 
 
22 
Figura 5 - Esquema representativo do sistema Triadan modificado para 
dentes permanentes................................................................... 
 
23 
Figura 6 - Abre bocas de McPherson.......................................................... 25 
Figura 7 - Grosas Manuais.......................................................................... 26 
Figura 8 - Fotóforos ...................................................................................... 26 
Figura 9 - Apoio para cabeça...................................................................... 27 
Figura 10 - Alavancas, Alicates e Boticões................................................. 28 
Figura 11 - Óculo, Seringa e bomda............................................................ 28 
Figura 12 - Diagrama mostrando rampas................................................... 32 
Figura 13 - Diagrama evidenciando desgaste dentário em ondas............ 33 
Figura 14 – Boticão tipo cabeça de golfinho................................................ 38 
Figura 15 – Elevador dentário...................................................................... 
 
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 -. Tabela comparativa da primeira e segunda fase, da coleta de 
fibras fecais n os 30 equinos avaliados com intervalo de 
sete dias...................................................................................... 
 
 
39 
Tabela 2- Afecções encontradas nos 30 equinos avaliados nas 
propriedade de Linhares e Colatina..... ......................................................... 
 
 
41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 1 - Gráfico 1 – Frequência, em percentagem, das principaisalterações encontradas em 30 equinos examinados nas 
propriedades de Linhares e Colatina – ES.................................. 
 
 
43 
 
 
 
LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS 
 
PEED – Pontas Excessivas de Esmalte Dentário. 
gr – Gramas 
cm – Centímetros 
mg – Miligramas 
kg – Kilograma 
UA – Unidade animal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13 
1 OBJETIVOS ........................................................................................................... 15 
1.1OBJETIVOS GERAIS ........................................................................................... 15 
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 15 
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 16 
2.1 CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS..................................... 17 
2.1.1 Classificação da arcada dentária .................................................................. 21 
2.2 PROFILAXIA DENTÁRIA .................................................................................... 23 
2.3 INSPEÇÃO DA CAVIDADE ORAL ...................................................................... 24 
2.3.1 Materiais utilizados na inspeção oral ........................................................... 25 
2.4 PRINCIPAIS AFECÇÕES DENTÁRIAS ............................................................. 29 
2.4.1 Fraturas ........................................................................................................... 29 
2.4.2 Cauda de andorinha ....................................................................................... 29 
2.4.3 Projeção Inferior ............................................................................................. 30 
2.4.4 Projeção Superior .......................................................................................... 30 
2.4.5 Pontas excessivas de esmalte ...................................................................... 30 
2.4.6 Feridas ............................................................................................................. 31 
2.4.7 Dente de lobo .................................................................................................. 31 
2.4.8 Desgaste dentário em forma de ganchos e rampas ................................... 31 
2.4.9 Desgaste dentário em "ondas” ..................................................................... 32 
2.5 AVALIAÇÃO DAS FIBRAS .................................................................................. 33 
2.5.1 Pennisetum clandestinum ............................................................................. 34 
2.5.2 Brachiaria humidicola .................................................................................... 35 
3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ................................................................... 36 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 39 
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 44 
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 45 
ANEXO ..................................................................................................................... 48 
 
 
 
13 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A domesticação e confinamento cada vez mais precoce dos animais 
favoreceu a modificação dos hábitos e padrões alimentares, desta maneira 
comprometendo a formação dentária natural, levando a uma série de afecções 
odontológicas. 
Problemas dentários causam, frequentemente, lacerações intra-orais nos 
tecidos moles, gerando dor à mastigação, mudança da sua biomecânica e queda no 
desempenho e alteração no bolo fecal. Algumas afecções orais são diagnosticadas 
tardiamente. 
Nessas situações, a perda de peso crônica em equinos está relacionada a 
transtornos dentários. Essas alterações, em sua maioria, podem ser corrigidas e 
contribuem para o aumento da degradação das fibras e dos nutrientes na dieta dos 
equinos, mesmo naqueles sem lesões orais e com escore corporal adequado. 
Após a realização da profilaxia, são necessários alguns cuidados para que 
não haja complicações no momento pós-procedimento. Deve-se atentar para um 
jejum imediato, após a sedação com o Cloridrato de Detomidina, fazer a utilização 
de antiinflamatórios não esteroidais para controle de processos inflamatórios que 
possam ocorrer como: dor, edema, calor, rubor e perda de função tecidual. Caso 
haja lesão no momento da profilaxia, pode-se recorrer ao uso de antibióticos de 
forma profilática. 
Com o objetivo de diminuir estas alterações, a prática clínica equina tem vindo 
a enfatizar cada vez mais a importância da odontologia. Esta área da medicina 
equina estuda e trata todo o sistema estomatognático do cavalo. 
Dessa forma foi realizado uma pesquisa experimental em uma fazenda 
escolhida para o estudo, localizado no município de Linhares –ES e em uma 
propriedade em Colatina -ES. As coletas de fezes dos equinos selecionados foram 
processadas e analisadas no laboratório de química do Centro Universitário do 
Espirito Santo - UNESC, favorecendo os dados pertinentes ao estudo desenvolvido. 
Sendo assim, o presente estudo teve como avaliar a eficácia da profilaxia 
dentária nos equinos, mensurando as fibras nas fezes e sua importância no bem 
estar e saúde animal. Visto que os resultados foram bem satisfatórios para o 
primeiro tratamento odontológico de cada animal, em média obtivemos uma queda 
14 
 
 
de 0,58 cm das fibras fecais. Assim podemos afirmar a eficácia do tratamento 
odontológico nos equinos, gerando um conforto ao se alimentar e melhorando o 
transito intestinal o que consequentemente irá diminuir problemas gastrointestinais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
1 OBJETIVOS 
 
1.1 OBJETIVOS GERAIS 
 
Avaliar as diferentes alterações nos parâmetros estudados, para demonstrar os 
benefícios dos tratamentos dentários em equinos. 
 
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Avaliar as alterações geradas na postura do animal, antes e depois da 
profilaxia dentária. 
 
 Mensurar a quantidade de fibras contidas nas fezes dos equinos, antes e 
depois da profilaxia dentária. 
 
 Comparar o desempenho físico do animal, antes e depois da profilaxia 
dentária. 
 
 
16 
 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
A odontologia equina tem sido praticada ao longo dos séculos, sendo que o 
registro mais antigo data de 1207 dC., o primeiro livro publicado nesta área data de 
1889, e foi escrito por T D Hinebauch, professor de Ciências Veterinárias da 
Universidade de Purdue, e a primeira escola de odontologia equina foi inaugurada 
em 1980 em Glenns Ferry, Idaho (SILVA et al., 2003) 
O Brasil possui o segundo maior rebanho equino do mundo, com 
aproximadamente sete milhões de animais. No entanto, o número de animais que 
recebe algum tipo de cuidado odontológico é bastante reduzido. É sabido que uma 
boa saúde oral deve ser estabelecida para manter a higidez dos equinos, uma vez 
que os problemas digestórios representam as principais causas de enfermidades 
nesses animais (ALVES, 2004). 
A odontologia veterinária é conhecidamente uma área de estudo em pleno 
desenvolvimento. Hoje, acredita-se e defende-se que cuidados dentários preventivos 
denotam zelo pelo patrimônio (ALVES, 2004). Em equinos, a odontologia tem-se 
demonstrado uma importante ferramenta para permitir uma boa qualidade de vida, 
manutenção da saúde e melhora na função esportiva. Correções dentais devem ser 
periódicas (BOTELHO et al., 2007) evitando o desenvolvimento de anomaliasgraves 
ou retardando o progresso (DIXON e DU TOIT, 2012; RALSTON et al., 2001). 
É importante a inclusão do exame da cavidade bucal ao exame clínico dos 
potros logo após o nascimento, assim problemas congênitos podem ser rapidamente 
diagnosticados e as medidas necessárias podem ser tomadas. Deve-se observar a 
presença de qualquer defeito de palato ou lábios, simetria da cabeça e da função 
mastigatória, bem como avaliar a sequência de erupção dos dentes, inclusive, o 
alinhamento dos incisivos. Quando existe disparidade entre os dentes incisivos, o 
alinhamento desigual de molares e pré-molares podem-se observar ganchos rostrais 
nos segundos pré-molares e ganchos caudais nos terceiros molares (DACRE e 
DIXON, 2005). 
Uma boa prática odontológica requer inspeções periódicas, bianuais, que 
permitam um diagnóstico atempado de eventuais alterações e aprevenção da 
evolução destas sobre o estado clínico do equino (BOTELHO et al., 2007) 
 
 
17 
 
 
2.1 CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS 
 
À semelhança dos restantes mamíferos domésticos, a dentição do cavalo é 
classificada como heterodonte, ou seja, é composta por diversos tipos ou grupos de 
dentes - incisivos, caninos, pré-molares e molares - cada um dos quais com 
características e funções específicas, sendo que os incisivos cortam, os caninos 
seguram e rasgam, e os pré-molares e molares esmagam e trituram os alimentos 
(DIXON, 1999). 
Nos equinos ―o espaço existente entre os caninos e os pré-molares presentes 
numa arcada, designa-se barra ou diastema e é particularmente grande quando os 
caninos se encontram ausentes‖ (SILVA et al., 2003), o que acontece sobretudo nas 
fêmeas. 
A entrada do trato digestório é formada por lábios fortes e extremamente 
móveis. O cavalo apreende o alimento principalmente com os lábios e a língua, e no 
pastoreio ou na ingestão de substâncias mais firmes (ramos e tubérculos) também 
são usados os incisivos (superiores e inferiores), o que lhe permite pastar próximo 
ao solo, cortando a forragem. O lábio superior é utilizado para colocar a forragem 
entre os dentes do cavalo (MEYER, 1997; FRAPE, 2008). 
A saliva é produzida e misturada com o alimento somente durante a 
mastigação. Assim o tempo de ingestão tem grande influência sobre este fator. 
Cavalos produzem cerca de 40-90 ml de saliva por minuto, quantidade variável com 
a natureza do alimento (FRAPE, 2008). 
Uma vez que os equinos possuem duas dentições, sendo a primeira, 
decídua,temporária ou de leite e a segunda, permanente ou definitiva, estes animais 
são também classificados como difiodontes (SILVA et al., 2003), (Figura 1).
18 
 
 
 Fonte: Adaptado de KRELING (2003). 
 
É sabido que os dentes dos cavalos crescem de 0,3 a 0,4 cm ao ano, ou seja, 
no final do ano os dentes superiores e inferiores crescem quase um centímetro, mas 
graças ao desgaste que acontece todos os dias pela mastigação os dentes se 
mantêm sempre com o tamanho normal (BREDER, 2010). 
Os dentes dos equinos possuem coroas longas, de sete a dez centímetros no 
sentido ápico-coronal, sendo classificados como hipsodontes. A porção visível de 
um elemento dentário na cavidade oral é chamada de coroa clínica e a porção 
inserida no alvéolo dentário é composta pela coroa de reserva e raízes. A dentina, 
esmalte e cemento na superfície oclusal remodelam-se constantemente graças à 
diferença de resistência entre os três tecidos que compõem os dentes (LOWDER; 
MUELLER,1998). 
No interior do dente encontra-se a cavidade pulpar cuja forma se assemelha a 
este. Na raiz esta cavidade termina num orifício designado forâmen apical, por onde 
passam os vasos e os nervos que suprem o dente (CARNEIRO e JUNQUEIRA, 
1995; SILVA et al., 2003). 
A polpa, tecido conjuntivo inervado e altamente vascularizado que constitui a 
estrutura interna do dente, encontra-se na cavidade ou câmara pulpar (SILVA et al., 
2003). 
Segundo DACRE (2006), cerca de dois a seis milímetros (mm) de dentina 
secundária estão depositados entre a superfície oclusal dos pré-molares (com 
exceção do primeiro) e molares e a respectiva polpa. 
Figura 1 Esquema representativo dos quatro diferentes grupos de dentes de 
um equino 
 
19 
 
 
O periodonto, designação das estruturas responsáveis pela fixação dos 
dentes, inclui o cemento, o ligamento periodontal e o osso alveolar (SILVA et al., 
2003). 
O cemento, tecido mineralizado especializado, cobre a raiz dos dentes 
(CARNEIRO e JUNQUEIRA, 1995; SILVA et al., 2003), (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
Fonte: Adaptado de LOWDER e MUELLER (1998). 
 
Os equinos possuem doze (12) dentes incisivos, sendo seis incisivos 
mandibulares e seis incisivos maxilares. Os dentes incisivos tem como função a 
apreensão e corte de forragem. Cavalos confinados e que não tem acesso ao 
pastoreio não usam os dentes incisivos para cortar a forragem e isso pode tornar 
esses dentes muito mais longos que o padrão normal, devido a falta de atrito 
(EASLEY,1996). 
Os dentes caninos normalmente localizam-se no diastema de machos 
adultos. A sua erupção ocorre quase sempre entre os 4,5 e 6 anos de idade, época 
que corresponde ao inicio do pico da maturidade sexual. Acredita-se que a função 
seja de defesa da manada e combate a outros machos. Os caninos superiores 
estão situados na junção aos incisivos laterais que os caninos superiores. 
Juntamente com os incisivos inferiores, os caninos inferiores servem de suporte 
para a língua no cavalo relaxado. Quando presente em éguas os caninos são 
vestigiais, principalmente na mandíbula (EASLEY, 2004). 
Figura 2 Anatomia de um dente incisivo do equino. 
 
20 
 
 
Figura 3 Esquema das fases do ciclo mastigatório dos equinos definidas de acordo com 
o movimento mandibular, representado pelo traço contínuo. Os números de 1 a 3 representam 
a fase de abertura; 4 e 5, a fase de fechamento; de 6 a 9, a fase de impacto e atrito (IA); e o 
Os dentes de lobo são os primeiros pré-molares vestigiais e ocorrem de 
maneira inconsistente (DACRE e DIXON, 2005). Esses dentes de lobo podem ser 
ausentes ou rudimentares (LOWDER e MUELLER,1998). 
O equino adulto possui 12 dentes pré-molares e 12 molares que formam 4 
fileiras de 6 dentes acomodados nos ossos da mandíbula e maxila (EASLEY, 2006; 
LOWDER e MUELLER, 1998; DIXON, 2005). Sua função é de triturar e mastigar os 
alimentos quando ocorrem os principais fenômenos físico-mecânicos da digestão. 
A importância desses fenômenos é dar inicio ao processo digestivo na boca e criar 
condições para ocorrer os demais processos digestivos subsequentes (ALVES, 
2004). 
Alterações dentárias podem afetar a biomecânica do ciclo mastigatório e 
prejudicar a adequada trituração dos alimentos (BAKER, 2002), (Figura 3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de BAKER (2002). 
 
 
A fórmula dental dos equinos para dentes decíduos é: 2 x ( incisivos 3/3, 
caninos 0/0, pré-molares 3/3 e molares 0/0). Para dentes permanentes: 2 x ( 
incisivos 3/3, caninos 1/1 (machos), ou 0/0 (fêmeas), pré-molares 3/3 ou 4/4 e 
21 
 
 
molares 3/3) = 36 a 44 dentes, dependendo da presença e quantidade de dentes do 
lobo e caninos (DIXON, 2005; TOIT, 2006). 
 
 
2.1.1 Classificação da arcada dentária 
 
Dois sistemas são usados são usados para identificar um dente no equino: 
um sistema anatômico e um sistema numérico. O sistema anatômico nomeia o dente 
de acordo com sua função (ex: incisivos e pré-molares). O sistema numérico, 
conhecido como Sistema de Triadan modificado, identifica cada dente com um 
número particular. O conhecimento da época e da erupção é importante para o 
entendimento dos dois sistemas (LOWDER,1998). 
No sistema anatómico, o tipo de dente a ser descrito é definido por uma letra, 
sendo os decíduos representados por letras minúsculas (i = incisivos, p = pré-
molares) e os permanentes por maiúsculas (I = incisivos, C = caninos,P = pré-
molares, M = molares). A esta letra é então anexado um número que define a 
localização do dente na cavidade oral, esta que se admite estar dividida em quatro 
quadrantes, sendo o lado direito da arcada maxilar considerado o primeiro, 
seguindo-se os restantes (segundo, terceiro e quarto), por ordem no sentido dos 
ponteiros do relógio. A localização do dente é então representada pela letra e o 8 
número em torno desta, posicionando-o assim num dos quatro quadrantes (ex. 1I = 
primeiro incisivo permanente direito da arcada mandibular; ³M = terceiro molar 
permanente direito da arcada maxilar; p² = segundo pré-molar temporário esquerdo 
da arcada maxilar; i3 = terceiro incisivo temporário esquerdo da arcada mandibular). 
Este sistema tem vindo gradualmente a entrar em desuso (LOWDER, 1998; 
FOSTER, 2008), (Figura 4). 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de FOSTER (2008). 
 
 
No sistema Triadan modificado, que é um sistema exclusivamente numérico, 
cada dente é descrito através de três dígitos. O primeiro refere-se ao quadrante, 
sendo a dentição permanente numerada de 1 a 4 (no sentido dos ponteiros do 
relógio), e a decídua de 5 a 8. Por exemplo: 1 identifica o quadrante superior direito 
de dentes permanentes, 7 identifica o quadrante inferior esquerdo de dentes 
decíduos. O segundo e terceiro dígitos desta nomenclatura identificam o dente 
dentro do respectivo quadrante (ex. 1 identifica o primeiro incisivo e 11 o último 
molar). Para uma melhor compreensão e a título de exemplo: o número 311 
identifica o último molar permanente esquerdo da arcada inferior, o número 108 
identifica o quarto pré-molar permanente direito da arcada superior, o número 601 
refere-se ao primeiro incisivo decíduo esquerdo da arcada superior, o número 806 
indica o segundo pré-molar decíduo direito da arcada inferior. (DIXON, 1999). 
Este sistema é o mais utilizado atualmente (LOWDER, 1998), (Figura 5). 
Figura 4: Esquema representativo do sistema 
anatómico para os dentes incisivos permanentes. 
 
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de FOSTER (2008). 
 
 
2.2 PROFILAXIA DENTÁRIA 
 
Das enfermidades orais que acometem os equinos, as ocorrências dentárias 
são de maior importância na prática veterinária equina. Constituem a terceira 
casuística mais comum na abundante prática animal nos Estados Unidos. Além 
disso, estudos pós-morte têm demonstrado achados significativos, de problemas 
dentários não diagnosticados em equinos (DACRE e DIXON, 2005). 
O exame dentário do equino deve ser realizado duas vezes ano, como parte 
da rotina do programa de manutenção da saúde do animal (SMITH, 2006). 
Figura 5 Esquema representativo do sistema Triadan modificado para dentes 
permanentes 
 
24 
 
 
A rotina no cuidado dos dentes é essencial para a saúde dos equinos. 
Exames periódicos e manutenção regular são procedimentos extremamente 
necessários devido à alteração na dieta e padrões alimentares dos equinos que 
ocorreram principalmente com o advento da domesticação e confinamento desses 
animais. Tudo isso somado, altera muito o desgaste e manutenção natural dos 
dentes (SOUZA, 2009). 
 
2.3 INSPEÇÃO DA CAVIDADE ORAL 
 
As repercussões de alterações dentárias ao nível da conformação e 
desempenho do animal são muitas vezes subestimadas. No entanto sabe-se que um 
regular exame da cavidade oral, com particular incidência ao nível dos dentes, de 
preferência bianual, é considerada suficiente para a prevenção destas alterações 
e/ou sua identificação precoce, possibilitando, deste modo um tratamento atempado, 
antes do surgimento de quaisquer complicações (BAKER, 2002). 
A realização de uma boa inspeção dentária deve obedecer a uma 
determinada ordem, começando pela elaboração da história pregressa, seguida da 
inspeção externa do equino, verificação da mobilidade da cabeça e mandíbula e só 
por último a inspeção interna da cavidade oral sem abre-bocas e com abre-bocas 
(ALVES,2004). 
A inspeção externa pode ser realizada em três fases: visual, olfativa e táctil. 
Durante a inspeção visual deve ter-se em especial atenção o estado geral do animal, 
a simetria, conformação e forma da cabeça, a presença de inflamações, 
deformações, abcessos na mandíbula e maxila ou eventual corrimento nasal; a 
simetria das articulações temporo-mandibulares, entre outros. Na inspeção olfativa 
pesquisa-se a presença de halitose que pode ser indicativa de patologia oral. Na 
fase de inspeção táctil deve palpar-se externamente a zona dos pré-molares e 
molares, as articulações temporo-mandibulares, o espaço existente entre a 
mandíbula e as asas do atlas, os gânglios da cabeça e glândulas salivares. Devem 
procurar-se alterações, deformações ou eventuais zonas dolorosas à palpação 
(MANSO e SAN ROMÁN, 2002). 
 
 
25 
 
 
2.3.1 Materiais utilizados na inspeção oral 
 
Devido à grande variedade de alterações que podem ser encontradas na 
boca de um equino, ao aumento da procura de serviços odontológicos nesta espécie 
e ainda devido ao aumento do recurso a sedativos e analgésicos que possibilitam 
uma melhor contenção do animal, tem vindo a ser desenvolvida uma vasta gama de 
instrumentos com o intuito de melhorar em quantidade e qualidade a prática 
odontológica nos equinos. A escolha dos instrumentos varia conforme a patologia 
presente, o conhecimento, a experiência e os gostos pessoais do veterinário, sendo 
que deve obedecer a requisitos de facilidade de manuseamento, conforto de 
utilização e permitir garantia de bons resultados (EASLEY, 1998). 
Os equipamentos utilizados para a realização da profilaxia dentária podem ser 
de 2 (duas) formas: manual e elétrica (THOMASSIAN, 2005). 
Os instrumentos odontológicos mais utilizados para um boa inspeção e 
tratamento são: Abridor de bocas, fotóforo, seringa ou bomba, espelho, óculos de 
proteção, boticão, alavancas apical, grossas manuais e grossas elétricas (ALVES, 
2004), (Figuras 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12). 
 
 
Fonte: http://www.dentistadecavalo.com.br/images/stories/abridor%20de%20boca.jpg. 
Acesso em 20 nov. 2014. 
Figura 6 : Abre bocas de McPherson 
 
26 
 
 
Figura 7 Grosas Manuais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.dentistadecavalo.com.br/images/stories/grosas%20manuais.jpg. Acesso em 
20 nov. 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.dentistadecavalo.com.br/images/stories/fotoforos.jpg. Acesso em 20 nov. 
2014. 
 
Figura 8: Fotóforos 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: 
http://www.dentistadecavalo.com.br/images/stories/cabeada%20odontologica.jpg.Acesso em 
20 nove. 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.dentistadecavalo.com.br/images/stories/alavancas.jpg. Acesso em 20 
nov. 2014. 
 
Figura 10: Alavancas, Alicates e Boticões. 
Figura 9: Apoio para cabeça. 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11: Óculo, Seringa e bomda. 
Fonte: http://www.dentistadecavalo.com.br/images/stories/oculos.jpg. Acesso em 20 
nov. 2014. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.dentistadecavalo.com.br/images/stories/oculos.jpg. Acesso em 20 
nov. 2014. 
 
 
Figura 11: Óculo, Seringa e bomda. 
29 
 
 
2.4 PRINCIPAIS AFECÇÕES DENTÁRIAS 
 
Algumas patologias dentárias podem ser resultantes de diversas etiologias, 
sendo desta forma, muito difícil definir qual é o real agente(s) desencadeador(es) do 
processo patológico (BAKER, 2002) 
 
2.4.1 Fraturas 
 
A má oclusão causa fraturas dentárias e a formação superfícies pontiagudas 
que podem ferir a língua e a bochecha e provocar ulcerações muito dolorosas 
(MANSO e SAN ROMÁN, 2002). 
 É observada alta incidência de fraturas dentárias sagital palatina, lingual e 
vestibular e de fraturas mesiais proximal e distal nos locais de prematuridade 
iatrogênica acentuada. Em processos crônicos, a extrusãoda superfície oclusal 
antagonista pode deslocar o ponto de contato prematuro para a hemiface oposta, 
predispondo a região a novas fraturas dentárias. Observa-se com frequência 
fraturas antigas do primeiro ou do segundo dente molar provocando uma 
desarmonia oclusal tão intensa que ocorrem fraturas em região semelhante do outro 
lado da arcada. Dentes que apresentam hipoplasia de cemento apresentam maior 
possibilidade de fraturas sob ação do trauma oclusal. A compactação de alimento 
nos locais de fratura favorece o desenvolvimento de doença periodontal (SOUZA, 
2009). 
A técnica de osteossíntese mais utilizada em fraturas maxilares e 
mandibulares é a cerclagem nos dentes adjacentes. Em fraturas mais extensas e 
instáveis, a cerclagem pode estar associada à tração em sentido caudal, com apoio 
entre o segundo e o terceiro pré-molares ou nos dentes caninos ou em perfuração 
mandibular, formando uma banda de tensão (DART e PASCOE, 1987). 
 
2.4.2 Cauda de andorinha 
 
Consiste numa aresta, formada nos cantos (incisivos), devido a desgaste do 
dente, na sua parte mais central, pelo que fica com um bico na ponta mais afastada 
das pinças. A cauda de andorinha aparece por volta dos 7 anos e novamente por 
30 
 
 
volta dos 13 anos. Em ambos os casos acaba por desaparecer, com o tempo e 
uniformização do desgaste. Durante esta fase, à que prestar atenção especial às 
fezes do animal, tentando ver se a situação dentária lhe permite triturar e esmagar 
bem os alimentos, o que é vital para evitar problemas graves (THOMASSIAN, 2005). 
 
2.4.3 Projeção Inferior 
 
Consiste no encurtamento anormal da mandíbula em relação à pré-maxila, 
sem oclusão entre os dentes incisivos; ou seja, os incisivos maxilares encontram-se 
projetados à frente dos dentes incisivos mandibulares( DIXON, 2005). 
As maiores dificuldades dos acometidos consistem na preensão do capim em 
pastos baixos, mastigação deficiente (ALVES,2005). 
 
2.4.4 Projeção Superior 
 
Estes problemas ocorrem quando os dentes incisivos não se tocam. O 
prognatismo superior acontece quando os dentes incisivos superiores ficam a frente 
dos incisivos inferiores sendo assim o animal é bragnata dos incisivos inferiores e o 
prognatismo inferior ocorre quando os incisivos inferiores se colocam a frente dos 
incisivos superiores, sendo assim o animal bragnata de incisivos superiores 
Quando ocorre um destes dois problemas citados acima o animal não utiliza o atrito 
dos dentes para mastigar e sim o palato (prognatismo superior) ou a parte mole 
próximo a língua formando calos nestes locais (prognatismo inferior), já que os 
dentes incisivos não têm atrito nenhum (DART e PASCOE, 1987). 
 
2.4.5 Pontas excessivas de esmalte 
 
Na mastigação ocorre o aparecimento das pontas de esmalte, causadas pela 
má oclusão das arcadas dentárias, com isso pode ocasionar ferimentos nas 
bochechas e na língua, fazendo com que o animal fique incomodado com a dor. 
Cavalos com pontas de esmalte dentário trituram mal os alimentos, possuem 
digestão demorada e apresentam emagrecimento progressivo e, também, 
predisposição a alta incidência de quadros de cólica (THOMAZIAN, 2005). 
31 
 
 
2.4.6 Feridas 
 
Alterações dentárias podem ocasionar lesões em tecidos moles, causando 
prejuízo à mastigação e ao desempenho animal. (ALVES, 2004). 
A mucosa oral deverá apresentar-se intacta, húmida, coberta de saliva, 
indolor e com coloração rosada. A presença de petéquias, hemorragias, neoplasias 
ou outras lesões é indicativa de patologia oral. Devem observar-se os lábios e a 
língua quanto à forma e mobilidade (MANSO e SAN ROMÁN , 2002) 
 
2.4.7 Dente de lobo 
 
O Dente de Lobo que é um dente vestigial e não possui função mastigatória, 
no entanto quando em contato com o bridão ou embocadura provocam dor e 
desconforto no animal. Alterações comportamentais durante a montaria como 
puxões nas rédeas ou movimento de abaixar e levantar a cabeça, agressividade e 
rebeldia, podem ser confundidas com problemas de temperamento, mas que na 
verdade estão relacionados com problemas dentários. Além das alterações 
comportamentais cavalos com distúrbios na cavidade oral podem ainda apresentar 
emagrecimento ou dificuldade de ganhar peso, acúmulo de alimento na boca, 
mastigação lenta, edema de face e/ou mandíbula, fistulas, secreção nasal, e cólicas 
intestinais (EASLEY, 2005). 
 
2.4.8 Desgaste dentário em forma de ganchos e rampas 
 
Definem-se ganchos e rampas como projeções dos dentes em mais de 1/3 da 
superfície oclusal. Os ganchos projetam-se ventralmente, além desta superfície, 
sendo quase que exclusivamente, uma morbidade que atinge os dentes molares 
maxilares. Enquanto que, as rampas são projeções dorsais além da superfície 
oclusal que acometem os dentes molares mandibulares (CARMALT & RACH, 2003). 
THOMASSIAN (2005) define rampas como sendo ganchos que se projetam 
dorsalmente, ocorrendo nos molares caudais da mandíbula. Por não encontrarem 
seus opostos não param de crescer, desenvolvendo os ganchos e as rampas. 
Equinos acometidos sofrem muito e sentem muita dor ao tentar mastigar, pois as 
32 
 
 
projeções atingem a maxila - no caso das rampas - e/ou a mandíbula, no caso de 
ganchos (THOMASSIAN, 2005). Os ganchos podem decorrer de defeitos 
hereditários de oclusão, ou adquiridos ao longo da vida. A ocorrência de ganchos 
impede que o equino desenvolva livremente movimentos mastigatórios ―lado a lado‖, 
como também movimentos rostro-caudais, resultando no desgaste impróprio e 
excessivo dos dentes pré-molares e/ou molares. (figura 12) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Adaptado de OMURA, (2009) 
 
 
 
2.4.9 Desgaste dentário em "ondas” 
 
Quando a erupção dos dentes ocorre em velocidades diferentes, gera uma 
ondulação na superfície oclusal no sentido rostro-caudal vulgarmente denominada 
pelos americanos de ―wave mouth‖, ou seja, ―boca em onda‖. A erupção dentaria, 
por sua vez, depende da saúde da membrana periodontal, ou seja, uma membrana 
saudável promove uma boa erupção, enquanto que uma membrana infeccionada 
promove uma erupção retardada dos dentes. Esta diferença entre as velocidades de 
erupção é um dos principais agentes causadores das ondas na superfície oclusal 
(DIXON & DACRE, 2005). 
Segundo OMURA (2009), este problema de oclusão deve ser tratado em 
estágios, para que o equino não perca a capacidade de esmagar os alimentos. Se 
muito severo, não deve ser completamente corrigido na primeira intervenção, mas 
Figura 12 - Diagrama mostrando rampas 
33 
 
 
com o tempo e com uma boa manutenção, irá melhorar gradativamente. Consiste na 
redução, através da grosagem, dos complexos ondulares, mantendo um ângulo 
apropriado da mesa molar (OMURA, 2009). (figura 13) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de THOMASSIAN, (2009) 
 
2.5 AVALIAÇÃO DAS FIBRAS 
 
O processo de digestão alimentar no cavalo inicia-se na boca com a 
apreensão do capim ou ração pelos lábios e dentes incisivos. Através da mastigação 
(trituração mecânica) o alimento é reduzido a pequenas partículas, permitindo assim 
um melhor aproveitamento dos nutrientes. Problemas bucais podem levar a déficits 
de mastigação e a ingestão de alimentos mal triturados predispondo o cavalo 
a desenvolver distúrbios gastrintestinais(ALVES, 2004). 
O exame da mastigação, apesar de muito importante, não tem sido 
completamente realizado pela maioria dos profissionais. A capacidade de 
mastigação seria checada pela observação visual dos movimentos mastigatórios 
concomitante a audição dos sons durante a mastigação, pela palpação extra e intra-
oral, inspeção dos dentes e das fezes (ALVES, 2004; DIXON, 2005; EASLEY, 2005). 
Figura 13 :Diagrama evidenciando desgaste dentário em ondas. 
 
34 
 
 
Atenção deve ser direcionada às fezes do paciente, para se ter uma idéia de 
como o alimento foi processado e digerido. O exame das fezes não deverevelar a 
presença de grãos inteiros ou partículas de forragem maiores que aproximadamente 
0,64cm de comprimento (EASLEY, 2005). 
Cavalos com boa saúde bucal possuem melhores aproveitamentos de 
nutrientes, riscos diminuídos de problemas intestinais, melhor desempenho de suas 
atividades atléticas e de trabalho (THOMASSIAN, 2005). 
O comportamento ingestivo dos animais é influenciado pela estrutura da 
pastagem e pela heterogeneidade da distribuição espacial da vegetação, sendo a 
estrutura da pastagem o principal fator que afeta as variáveis comportamentais de 
consumo dos animais (EASLEY, 2005). 
Os equinos em condições extensivas de manejo podem gastar até 16 horas 
diárias pastejando (MEYER,1995). 
 
2.5.1 Pennisetum clandestinum 
 
O Pennisetum clandestinum, comumente conhecido como capim quicuio, foi 
trazido para o Brasil em 1924 e logo saudado como de excepcional qualidade, tendo 
sido, nos primeiros anos de sua introdução, comparado em qualidade com a alfafa 
(OTERO, 1946). 
É uma Gramínea perene atingindo até 1 m de altura, de colmos finos, ocos, 
glabros, tenros, de entrenós curtos; eretos ou decumbentes; as folhas são estreitas 
(5 mm), de comprimento variável (10-30 cm), alternas, invaginantes, cobertas de 
pêlos curtos, finos, mais frequentes na página dorsal. Possui ainda colmos 
crepitantes e rizomas (ANDRADE, 1948). 
O capim quicuio tem digestibilidade muito boa, tendo obtido índices de 65% 
para proteína bruta, 70% para extrativo, nitrogenado e 60% para fibra bruta. Pode 
ser utilizado diretamente como pasto ou como matéria prima para elaboração de 
feno, que é de excelente qualidade (PUPO, 1985). 
Além de sua qualidade nutritiva, outra característica importante da boa 
forrageira para pastagem é sua resistência ao pisoteio. Essa qualidade foi apontada 
por diversos autores. Eles apontaram também a produção de bom feno como outra 
característica importante. Em seguida, apontaram a resistência ao frio, a facilidade 
35 
 
 
de adaptação a todo terreno, rusticidade, resistência a seca, facilidade de brotação, 
palatabilidade, resistência ao fogo, vigor, boa capacidade de suporte, bom para 
corte, é fibroso na seca e é indicado para pastejo de vacas leiteiras e equinos 
(PUPO, 1985). 
 
2.5.2 Brachiaria humidicola 
 
A Brachiaria humidicola é uma das forrageiras tropicais bastante utilizadas 
para alimentação de equinos de serviço nas áreas de cerrado do Brasil Central onde 
praticamente se constitui na única opção forrageira além das pastagens nativas 
(MEYER,1995) 
Trata-se de uma gramínea perene, procedente do continente africano, onde 
ocorre em áreas relativamente úmidas. Adaptada às condições de clima e solo de 
cerrado, vegeta bem em regiões de solos fracos e de elevada acidez, propagando-
se facilmente por sementes e mudas. Entretanto, a utilização de pastagens dessa 
espécie para equinos, em relação as suas características agronômicas desejáveis 
boa aceitação de regra os equinos que a utilizam apresentam desenvolvimento 
retardado, baixo rendimento no trabalho, além de problemas sanitários distúrbios 
metabólicos. Frequentemente ocorre intoxicação, claudicação, indisposição, 
cansaço, emagrecimento, fratura e mesmo morte (SILVA, 2004). 
As principais causas desses problemas residem na baixa qualidade da 
forrageira, especialmente baixo conteúdo protéico e de minerais, elevados teores de 
fibra e altas concentrações de princípios tóxicos (oxalatos). O déficit protéico na 
dieta dos animais normalmente interfere no seu desenvolvimento e desempenho 
(MEYER,1995) 
O capim Brachiaria humidicola tem de proteína bruta = 6,73, fibra em 
detergente neutro = 67,8; matéria seca = 33,80 (SILVA, 2004) 
 
 
36 
 
 
3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO 
 
Realizou-se uma pesquisa literária, abordando informações inerentes ao tema 
em artigos científicos, revistas especializadas, livros, site idôneos e com 
caraterísticas cientifica. 
Foi elaborado um estudo de campo descritivo com caráter longitudinal para se 
obter uma coleta de dados que possa caracterizar os objetivos instituídos no estudo 
a ser investigado. A pesquisa será delineada no caráter quantitativo. 
A coleta de dados foi atingida através da profilaxia dentária aplicada em 30 
equinos na faixa etária de quatro a dezenove anos, sendo nove machos e vinte e 
uma fêmeas com peso corporal em média de 350kg e escore corporal 3. 
Os equinos pertenciam a duas propriedades, uma localizada em um município 
de Linhares e outra em Colatina, Espirito Santo. Os animais eram utilizados no 
trabalho de rotina das propriedades em escala de dez horas diárias. Tinham arcadas 
dentárias completas, com pontas excessivas de esmalte dentário, ondas, degrau, 
dente de lobo, achatamento e cauda de andorinha, porém sem histórico de 
alterações alimentares ou tratamento dentário. A alimentação consistiu de capim 
Brachiaria humidicola e Capim Quicuio (Pennisetum clandestinum). 
O período experimental foi dividido em duas fases. Na primeira, foi realizado o 
ajuste oclusal dos animais, coleta de amostras fecais retiradas da ampola retal, sem 
o uso de lubrificantes apenas com o auxílio de água e luvas de procedimento, para 
não alterar na secagem final, na quantidade de 200gr e anotação das afecções 
dentárias encontradas. 
 As amostras foram identificadas de acordo com a numeração dos animais, 
pesadas e armazenadas em sacos de papel Kraft, processadas na estufa de 
secagem de matéria seca, na temperatura de 60ºC, mantidas por 72 horas, no 
laboratório de química da universidade. Logo após a secagem, as amostras foram 
repesadas e peneiradas para a separação das fibras e mensuradas com régua 
milimetrada, anotando o tamanho da fibra maior e menor encontrada. 
A segunda fase iniciou-se de sete a quinze dias após a primeira e consistiu 
em uma nova coleta de fezes, processamento e mensuração das fibras fecais. 
 
 
37 
 
 
No tratamento odontológico, os animais foram submetidos a exame clínico 
completo antes e depois de cada procedimento. Após jejum de 12 horas, foram 
pesados com fita para pesagem corporal métrica do perímetro torácico em equinos 
no ato contínuo, realizou-se sedação com Cloridrato de Detomidina (0,02mg/kg) e 
quando necessário Tartarato de Butorfanol (1ml/UA) por via endovenosa, repiques 
de Cloridrato de Detomidina foram feitos na dose de um terço da dosagem inicial do 
animal, administrados de acordo com o tempo de duração do tratamento 
odontológico. Com o animal sedado e contido no tronco, foi realizada a lavagem da 
cavidade bucal com água corrente para retirada de qualquer sujidade e inspeção da 
dentição incisiva (pinças, médios e cantos). Após o exame foi utilizado um abre-
bocas tipo Hausmmam para inspeção da cavidade bucal, com foco de luz e espelho 
odontológico para inspeção visual detalhada dos demais elementos dentários (pré-
molares e molares). A profilaxia dentária consistiu no desgaste corretivo das pontas 
excessivas de esmalte dentário e das demais afecções encontradas. Os materiais 
utilizados para o desgaste corretivo foram: grosa elétrica e grosas manuais. 
Na exodontia do dente de lobo foi realizado um bloqueio anestésico no palato 
duro com Cloridrato de Lidocaína 2,5 ml por elemento dentário divididos entre a 
prega rostral e caudal do dente, em seguida utilizou-se a elevador dentário (figura 
15) para elevação da gengiva e sindesmotomia do elemento dentário, com auxílio do 
Boticão tipo cabeça de Golfinho (figura 14) realizou-se movimentos buco lingual 
para romper os ligamentos dentários e retirada do dente. 
Durante o período experimental, as amostras de alimento foram coletadas de 
forma aleatória na área comum de alimentação dos animais quantidade de 200gr, 
armazenadas em sacos de papel plástico Kraft para secagem na temperatura de 60 
°C, por 72 horas para a avaliação da composição das fibras. 
Os resultados serão apresentados na forma de gráficos e tabelas para 
determinaçãoda conclusão a referente pesquisa. 
 
 
 
38 
 
 
 
Figura 14 – Boticão tipo cabeça de golfinho. 
Fonte: Arquivo pessoal. 
 
Figura 15 – Elevador dentário. 
 Fonte: Arquivo pessoal 
 
 
 
39 
 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
A partir da análise e discussão do material bibliográfico selecionado foi possível 
perceber que a morfologia dentária dos equinos pode sofrer, ao longo da vida do 
animal, diversas e severas alterações, que podem ser da própria natureza animal – 
cronologia do desgaste etário – ou consequentes a patologias, acidentes ou até 
falhas no manejo diário dos mesmos que não podem ser negligenciadas. 
 Após o ajuste oclusal realizado em animais que nunca passaram por 
tratamento odontológico, verificou-se que as fibras fecais diminuíram em média 0,58 
cm, conforme mostra na Tabela 1. Esses resultados foram inferiores aos citados por 
BOTELHO et al., (2007) de 0,63 cm, porém comprovam a eficácia do ajuste oclusal 
bianual em equinos. 
Tabela 1 - Tabela comparativa da primeira e segunda fase, da coleta de 
fibras fecais nos 30 equinos avaliados com intervalo de sete a quinze dias, 
com os tamanhos máximos e mínimos encontrados em cada amostra fecal. 
 
ANIMAL TAMANHO DA 
FIBRA/CM 
1° COLETA 
TAMANHO DA 
FIBRA/CM 
2° COLETA 
01 3cm /7cm 2cm /5cm 
02 3cm/5cm 2cm/3cm 
03 3cm/7cm 2cm/4cm 
04 7cm/10cm 4cm/6cm 
05 3cm 2cm 
06 7cm/12cm 4cm/7cm 
07 2cm 1,5cm 
08 1,5cm 1cm 
09 1cm 0,7cm 
10 3cm 2,5cm 
11 2cm/3cm 2cm 
12 0,6cm /1cm 0,6cm 
13 2cm 1cm 
14 4cm 2,5cm 
40 
 
 
 15 2cm 1cm 
16 1cm 1cm 
17 2cm 1,5cm 
18 2cm/3cm 2cm 
19 0,7cm/2cm 0,7cm/1cm 
20 2cm 3cm 
21 5cm/7cm 2cm 
22 2cm 1cm 
23 2cm 1,5cm 
24 5cm 4cm 
25 4cm 3cm 
26 1cm 1cm 
27 6cm 4cm 
28 3cm 2,5cm 
29 2cm/3cm 2,5cm 
30 4cm 3,5cm 
Média 3,13 cm 2,55 cm 
Média total 0,58 cm 
Fonte: Propriedades de Linhares e Colatina - ES 
 
 Para se obter o resultado final, foi realizado um cálculo de média entre a fibra 
maior e menor encontradas em cada amostra, em seguida foi feita a média da 
primeira coleta, antes da profilaxia dentária, somando todos valores e dividindo pelo 
total de 30 animais, encontrando a média do grupo de 3,13 cm de fibras presentes 
nas fezes. O mesmo procedimento foi realizado para se obter a média da segunda 
coleta, após 7 a 15 dias da profilaxia dentária, sendo encontrado o valor de média 
de 2,55 cm de fibras, chegando a diferença final de 0,58 cm da primeira pra segunda 
amostra. 
DIXON ET AL (2011) citaram o estudo feito por BRIGHAM & DUNCANSON em 
2000 onde foram analisados os pré-molares e molares de 50 crânios de equinos de 
abatedouros, e encontraram as seguintes frequências: 20% de diastemas anômalos, 
26% com degraus, 56% com pontas excessivas de esmalte dentário, 20% não 
possuíam algum elemento dentário, 8% com onda, e 12% com cáries. EASLEY ET 
41 
 
 
AL (2011) relataram que principais alterações de desgaste dentário são: degraus, 
ganchos, ondas, cristas transversas excessivas e ―shear mouth‖. 
Conforme apresentado na Tabela 2, as principais alterações dentárias 
encontradas nos 30 cavalos foram: pontas excessivas de esmalte dentário ou PEED 
(100 %), rampa (13,33%), achatamento (10%), gancho rostral ( 20%), cauda de 
andorinha (23,33%) , ulcera (23,33%), dente de lobo (20%) e onda (6,66%). 
Demonstradas no Gráfico 1 a seguir. 
 
Tabela 2 – Afecções encontradas nos 30 equinos avaliados nas propriedade de 
Linhares e Colatina – ES, com faixa etária de quatro a dezenove anos. 
 
 
Animal PEED Gancho Dente 
de lobo 
Ulcera Cauda 
de 
andorinha 
Achatamento Rampa Onda 
01 x 211 205 103/203 
02 x 
03 x x 103/203 
04 x x 103/203 109 x x 
05 x 
06 x Rostral
bilater
al 
 x 103/203 
07 x 208 
08 x 
09 x x 
10 x 105 
/205 
 
11 x x 
12 x 
 
 
 
42 
 
 
13 x x 
14 x 406 x 
15 x 105 
16 x 
17 x 
18 x 406 x x 
19 x 
20 x 105/205 
21 x 311 x 103/203 309 
22 x 
23 x 105/205 
24 x 
25 x Rostral 
/bilater
al 
 x 103/203 
26 x 
27 x 
28 x 105/205 
29 x 
30 x 103/203 
 
 
 Fonte: Propriedade de Linhares e Colatina - ES 
 
 
 
 
43 
 
 
1
0
0
 
2
0
 
2
0
 
2
3
,3
3
 
1
0
 2
3
,3
3
 
1
3
,3
3
 
6
,6
6
 
AFECÇÕES ODONTOLOGICAS ENCONTRDAS 
Porcentagem das afecções
 
Gráfico 1 – Frequência, em percentagem, das principais alterações 
encontradas em 30 equinos examinados nas propriedades de Linhares e 
Colatina - ES 
 
Fonte: Propriedades de Linhares e Colatina – ES 
 
 
De acordo com a Tabela 2 podemos verificar que as afecções dentárias 
apresentam-se em associação o que gera um maior desconforto ao animal, o que 
altera a biomecânica da mastigação, gerando uma má trituração dos alimentos. Nos 
animais com mais de uma afecção dentária, foi possível verificar maiores alterações 
nos tamanhos e quantidades das fibras fecais analisadas. As alterações 
odontológicas mudam de acordo com a idade e alimentação do animal. 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Como foi abordado ao longo desse trabalho, a cavidade oral dos equinos é 
habitualmente sede de diversas alterações que ocorrem sobretudo a nível dos 
dentes e periodonto. 
Dessa forma, é necessário um bom conhecimento da estrutura e anatomia da 
cavidade oral do equino, da fisiologia da sua mastigação, dos principais métodos de 
avaliação da cavidade oral, dos principais sinais de alterações odontológicas e das 
patologias encontradas com maior frequência. É também imprescindível o domínio 
dos principais instrumentos e métodos terapêuticos utilizados para a sua resolução. 
O objetivo principal do trabalho foi mostrar a importância do ajuste oclusal dos 
equinos através da avaliação e mensuração das fibras fecais, tendo em vista que a 
profilaxia dentária feita bianual, gera um conforto mastigatório no animal melhorando 
a trituração dos alimentos ingeridos, gerando uma melhoria na digestibilidade, o que 
resulta em fibras fecais menores. 
A mensuração das fibras fecais é um método pouco utilizado para avaliação da 
saúde bucal, devido a demora no processamento das amostras, no entanto seria de 
extrema importância no auxílio para diagnosticar enfermidades previas nos equinos. 
45 
 
 
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 ANEXO
 
 
 
49

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