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Controle local e humoral do fluxo sanguíneo dos tecidos

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1 Ester Ratti ATM 25 
Controle local e humoral do fluxo 
sanguíneo dos tecidos 
GUYTON, CAP. 17 
CONTROLE LOCAL DO FLUXO SANGUINEO EM 
RESPOSTA ÀS NECESSIDADES TECIDUAIS 
A maioria dos tecidos apresenta a capacidade de 
controlar seu próprio fluxo sanguíneo, em proporção 
às suas necessidades metabólicas especificas. 
Algumas necessidades especificas dos tecidos em 
relação ao fluxo sanguíneo: 
 Suprimento de oxigênio 
 Suprimento de nutrientes 
 Remoção de dióxido de carbono 
 Remoção de íons hidrogênio 
 Manutenção de concentrações iônicas 
 Transporte hormonal 
 Pele: perda de calor pelo corpo = regulação 
da temperatura corporal 
 Rins: filtração e excreção de produtos do 
metabolismo corporal e regulação 
hidroeletrolítica. 
Regulação do fluxo sanguíneo acontece de duas 
formas: 
CONTROLE AGUDO: É realizado por maio de rápidas 
variações da vasodilatação e vaso constrição local 
das arteríolas, metarteríolas e esfíncteres pré-
capilares. Geralmente acontece o agudo, 
monitoramento se o tecido precisa de mais ou 
menos suprimento em dado momento. 
CONTROLE A LONGO PRAZO: Consiste em variações 
lentas e controladas do fluxo sanguíneo ao longo de 
dias, semanas ou até mesmo meses. Em geral, essas 
variações resultam no melhor controle do fluxo em 
proporção às necessidades teciduais. Essas variações 
ocorrem como resultado do aumento ou diminuição 
nas dimensões físicas e no número de vasos que 
suprem o tecido 
CONTROLE AGUDO DO FLUXO SANGUÍNEO 
LOCAL 
 
Conforme aumenta o metabolismo, aumenta o 
fluxo. No músculo esquelético um aumento de 
8x no metabolismo pode aumentar até 4x o fluxo 
 
Disponibilidade reduzida de oxigênio eleva o fluxo 
sanguíneo tecidual. Essa quantidade de oxigênio 
diminui em diversas situações, como: grandes 
altitudes, pneumonia, intoxicação por monóxido de 
carbono (impede a hemoglobina de transportar 
 
2 Ester Ratti ATM 25 
oxigênio) ou cianeto (impede os tecidos de utilizar 
oxigênio) que fazem com que o fluxo aumente para 
tentar suprir essa falta. 
As teorias que explicam como acontece essa 
regulação aguda do fluxo sanguíneo se combinam: 
 TEORIA DA VASODILATAÇÃO: quanto maior 
a intensidade do metabolismo ou menor a 
disponibilidade de oxigênio ou de outros 
nutrientes para o tecido, maior a produção 
de substancias vasodilatadoras pelas células 
teciduais (produtos do metabolismo), como 
adenosina (produto da degradação de ATP), 
CO2, H+, K, os compostos fosfatados de 
adenosina e a histamina, eles se acumulam 
no tecido e se difundem fazendo as 
arteríolas, metarteríolas e esfíncteres 
capilares se dilatarem aumentando o fluxo 
sanguíneo. 
 TEORIA DA DEMANDA DE OXIGÊNIO: O 
oxigênio é fundamental para o tônus vascular 
(contração do músculo vascular), se os níveis 
de oxigênio caem, os vasos relaxam 
resultando naturalmente em uma dilatação e 
consequentemente, aumento de fluxo para 
esse tecido. Além disso, o aumento da 
utilização de oxigênio, como resultado do 
metabolismo mais intenso, teoricamente 
diminuiria a quantidade de oxigênio 
disponível o que também ocasionaria 
vasodilatação local. Os esfíncteres pré-
capilares e as metarteríolas abrem e fecham 
de forma cíclica muitas vezes por minuto 
para atender as necessidades metabólicas de 
oxigênio do tecido (vasomotilidade). 
 Além do oxigênio, acredita-se que outros 
nutrientes estão envolvidos no controle local 
do fluxo sanguíneo. A falta de glicose no 
sangue pode provocar vasodilatação tecidual 
local. Também é possível que esse mesmo 
efeito ocorra com outros nutrientes, como: 
aminoácidos ou ácidos graxos. Além disso, a 
vasodilatação ocorre na deficiência 
vitamínica do beribéri, em que o fluxo 
sanguíneo vascular periférico aumenta muito 
CONTROLE LOCAL AGUDO POR FEEDBACK DO 
FLUXO SANGUÍNEO 
 
 
EXEMPLOS DE CONTROLE METABÓLICO 
LOCAL DO FLUXO SANGUÍNEO: 
Hiperemia= aumento de fluxo sanguíneo a um 
tecido, ela pode ser: 
Hiperemia reativa: em resposta(compensatória) a 
uma isquemia (dura mais ou menos o que durou a 
isquemia) 
 Hiperemia ativa: em reposta a um aumento da 
atividade metabólica do tecido 
 
 
 
3 Ester Ratti ATM 25 
AUTORREGULAÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO 
DURANTE AS VARIAÇÕES DA PRESSÃO 
ARTERIAL 
Em qualquer tecido do corpo, a elevação rápida da 
pressão arterial provoca o aumento imediato do 
fluxo sanguíneo. Entretanto, após menos de um 
minuto, o fluxo na maioria dos tecidos retorna 
praticamente a seu nível normal, embora a pressão 
arterial seja mantida elevada. (autorregulação) 
 
Teorias que explicam porque esse fluxo consegue se 
manter apesar da elevação da pressão 
 TEORIA METABÓLICA: quando a pressão 
arterial aumenta, o excesso de fluxo 
sanguíneo fornece oxigênio em demasia, 
além de muitos outros nutrientes, aos 
tecidos e “elimina” os vasodilatadores 
liberados pelos tecidos, o que provoca a 
contração reflexa dos vasos (já que possui 
substrato) e o retorno do fluxo aos níveis 
normais, apesar da pressão aumentada. 
 TEORIA MIOGÊNICA: quando aumenta a 
pressão estira a musculatura da parede do 
vaso, em resposta a isso, acontece uma 
contração reflexa que mantém o fluxo 
estável. Ao contrário, sob baixas pressões, o 
nível de estiramento é menor, de modo que 
o músculo liso relaxe, reduzindo a resistência 
vascular e ajudando o fluxo voltar ao normal. 
A resposta miogênica é inerente ao musculo 
liso vascular, podendo ocorrer na ausência 
de influencias neurológicas ou hormonais. Ela 
é mais pronunciada nas arteríolas mas pode 
acontecer em outros vasos (até linfáticos) 
também. A contração miogênica é 
desencadeada pela despolarização vascular 
induzida pelo estiramento, que aumenta 
rapidamente o movimento dos íons cálcio do 
liquido extracelular para as células, 
provocando sua contração. Ademais, 
variações da pressão vascular também 
podem abrir ou fechar outros canis iônicos 
que influenciam a contração dos vasos. O 
mecanismo miogênico é importante na 
prevenção de estiramento excessivo dos 
vasos sanguíneos quando a pressão 
aumenta. 
Ambas teorias se complementam.llll 
A longo prazo, o ajuste é mais preciso do que 
quando aumenta de forma aguda. 
CONTROLE DO FLUXO SANGUÍNEO TECIDUAL PELOS 
FATORES DERIVADOS DO ENDOTÉLIO 
ÓXIDO NÍTRICO: é um gás lipofílico, liberado pelas 
células endoteliais em resposta a uma variedade de 
estímulos químicos e físicos. As enzimas eNOS 
derivadas do endotélio sintetizam NO a partir de 
arginina e oxigênio, assim como pela redução de 
substratos inorgânicos. Depois da difusão para fora 
da célula endotelial, ele tem uma meia vida curta e 
age nos tecidos locais onde é liberado. O NO ativa 
guanilato-cliclases solúveis nas células dos 
vasculares do musculo liso, resultando na conversão 
de cGTP e cGMP e ativação de uma proteína quinase 
dependente de GMP (PKG), com ações intensas que 
causam relaxamento dos vasos sanguíneos. 
O NO é um vasodilatador liberado por células 
endoteliais em resposta a um estresse por 
cisalhamento que é causado pelo fluxo sanguíneo 
sobre esse endotélio (devido ao tracionamento 
viscoso do sangue contra as paredes do vaso=atrito) 
e distorce as células endoteliais na direção do fluxo, 
 
4 Ester Ratti ATM 25 
faz essas células liberarem NO. O oxido nítrico 
difunde para as células vizinha (cel. Musculares lisas) 
que vão sofrer relaxamento, vasodilatando esse vaso 
(é mais importante nos vasos de maior calibre) 
A síntese e liberação desse vasodilatador pelas 
células endoteliais também são estimuladas por 
alguns vaso constritores (como angiostensina II) para 
proteger da vasoconstrição excessiva. 
Quando as células endoteliais são danificadas por 
hipertensão crônica ou aterosclerose, a síntese 
comprometida de NO pode contribuir para 
vasoconstrição excessiva e piorar a hipertensão e 
lesão tecidual podendo causar lesões em tecidos 
mais vulneráveis como coração, cérebro erins. 
Médicos usavam nitroglicerina e outros derivados de 
nitrato para tratar pacientes com angina pectoris 
(dor peitoral intensa causada por isquemia do 
músculo cardíaco). Esses medicamentos quando 
clivados quimicamente liberam NO provocando 
vasodilatação por todo corpo, incluindo os vasos 
coronarianos 
Fármacos que inibem a fofodiesterase-5 (PDE-5) 
especifica para GMPc (enzima que degrada GMPc) 
prolongam as ações do NO. Usados em disfunção 
erétil: a ereção peniana é causada por impulsos 
parassimpáticos atraves dos nervos pélvicos até o 
pênis, onde liberam NO e acetilcolina, então, 
prevenindo a degradação do NO aumenta-se a 
dilatação desses vasos e ajuda na ereção 
ENDOTELINA: grande peptídeo que requer apenas 
quantidades minúsculas para causar forte 
vasoconstrição. Ela está presente nas células 
endoteliais mas aumenta quando há lesão no 
endotélio, causando a vasoconstrição para 
prevenção de hemorragias. 
CONTROLE A LONGO PRAZO DO FLUXO 
SANGUÍNEO LOCAL 
Essa regulação a longo prazo é um controle muito 
mais completo de fluxo de sangue. A regulação a 
longo prazo é especialmente importante quando as 
demandas metabólicas do tecido se alteram. Assim, 
se o tecido passa a ser cronicamente hiperativo e, 
portanto, precisa de quantidades maiores de 
oxigênio e outros nutrientes, as arteríolas e vasos 
capilares, em geral, aumentarão em número e 
tamanho após algumas semanas para suprir as 
necessidades do tecido. 
Alteração na vascularização tecidual em resposta a 
demanda metabólica (angiogenese: produção de 
novos vasos) 
Acredita-se que a deficiência de O2 e outros 
nutrientes leve a fatores de crescimento vascular 
(fatores angiogênicos) 
A ANGIOGENESE começa com o brotamento de 
novos vasos a partir de outros. O primeiro passo é a 
dissolução da membrana basal no local e então 
começa a rápida reprodução de novas células 
endoteliais emergindo da parede vascular, como 
cordões que se estendem em direção ao fator 
angiogenico. Elas continuam a se dividir (em cada 
cordão) e depois se curvam formando um tubo. A 
seguir, esse tubo se conecta a outro tubo, brotando 
de outro vaso doador e forma alça capilar, pela qual 
o sangue começa a fluir. Se o fluxo for 
suficientemente intenso, as células musculares lisas, 
por fim, invadem a parede e assim alguns dos novos 
vasos crescem e formam novas arteríolas ou vênulas 
ou ate vasos maiores 
Por outro lado, algumas substancias como alguns 
hormônios esteroides, causam efeito oposto, 
dissolvendo as células vasculares levando ao 
desaparecimento dos vasos. Assim, os vasos podem 
ser desfeitos quando desnecessários. Peptídeos 
produzidos nos tecidos também podem ter esse 
efeito antigênico, exemplos: angiostatina e 
endostatina 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Ester Ratti ATM 25 
O oxigênio é importante não apenas na regulação a 
curto prazo, mas também a longo prazo. Exemplos: 
vascularização aumentada nos tecidos de animais 
que vivem em altas altitudes (nível oxigênio baixo) e 
bebês prematuros mantidos em tendas de oxigênio 
cujo excesso de O2 quase interrompe a angiogenese 
da retina. Após serem retirados da tenda há um 
hipercrescimento explosivo dos vasos da retina 
podendo levar a cegueira=fibroplasia retrolenticular 
A vascularização é determinada, em sua maior parte, 
pelo nível máximo de fluxo sanguíneo necessário, 
não pela necessidade media (ex: exercício intenso) 
Após o desenvolvimento da vascularização adicional, 
os novos vasos sanguíneos normalmente 
permanecem contraídos, só se abrindo para permitir 
o fluxo extra quando estímulos locais apropriados 
ativarem esse fluxo adicional necessário 
Regulação do fluxo sanguíneo através do 
desenvolvimento de circulação colateral 
Remodelamento vascular em resposta às alterações 
crônicas no fluxo sanguíneo ou na pressão arterial 
(ler guyton 210 a 212) 
CONTROLE HUMORAL DA CIRCULAÇÃO 
Substâncias que agem de forma sistêmica (controle 
humoral e não local) que caem na circulação e tem 
efeito sobre o controle do fluxo sanguíneo dos 
tecidos 
AGENTES VASOCONSTRITORES 
 Norepinefrina 
 Epinefrina* (vasoconstritora na maioria dos 
tecidos, mas na circulação do coração 
(artérias coronárias) tem efeito 
vasodilatador) 
 Angiotensina II 
 Vasopressina (ADH) (mais potente e junto 
com a angiotensina tem importante papel na 
regulação da pressão arterial) 
AGENTES VASODILATADORES 
 Bradicinina 
 Histamina 
 Relacionadas a lesão vasculares e processos 
inflamatório, além de aumentar o fluxo, 
normalmente aumentam a permeabilidade 
dos vasos, contribuem na formação de 
edemas (dão aquela vermelhidão justamente 
para aumentar o fluxo ao local) 
CONTROLE VASCULAR POR ÍONS E OUTROS FATORES 
QUIMICOS 
 Vasodilatadores: 
 Potássio 
 Magnésio 
 Aumento da concentração de H 
(diminuição do ph) 
 Ânions como acetato e citrato 
 Aumento da concentração de dióxido 
de carbono ( no cérebro causa uma 
vasodilatação acentuada e pode agir 
sobre o centro vasomotor 
indiretamente e transmitindo pelo 
sistema nervoso vasoconstritor 
simpático, causando vasoconstrição 
generalizada de todo corpo 
 Vasoconstritores: 
 Diminuição da concentração de H 
 Cálcio 
Devido a capacidade de cada tecido de autorregular 
seu fluxo de acordo com as suas necessidades 
metabólicas e outras funções teciduais, a 
administração tanto de vasoconstritores quanto de 
vasodilatadores tem pouco efeito a longo prazo se 
não alterar a intensidade metabólica do tecido. 
Portanto, o fluxo sanguíneo é geralmente regulado 
de acordo com as necessidades específicas do 
tecido, desde que a pressão arterial seja adequada 
para a perfusão desses tecidos.

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