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Saude am- biental Aula 1 Conceito de saúde É a forma de completo bem estar físico, mental e social., antes definida como ausênciaantes definida como ausênciaantes definida como ausência de doençade doençade doença, foi redefinida por observar que vai muito além da saúde física. A Constituição Federal de 1988, em seu arti-A Constituição Federal de 1988, em seu arti-A Constituição Federal de 1988, em seu arti- go 196, go 196, go 196, diz que “a saúde ésaúde ésaúde é direito de todos e dever do Estado, garantidodireito de todos e dever do Estado, garantidodireito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais emediante políticas sociais emediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do riscoeconômicas que visem à redução do riscoeconômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravosde doença e de outros agravosde doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e ser- viços para sua promoção, proteção e recuperação” (Brasil, 1988). Conceito de Meio Ambiente • “O conjunto de condições, leis, influências econdições, leis, influências econdições, leis, influências e interações de ordem física,interações de ordem física,interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e re-química e biológica, que permite, abriga e re-química e biológica, que permite, abriga e re- ge a vida em todas as suasge a vida em todas as suasge a vida em todas as suas formasformasformas” (Lei n° 6.938 de 31/08/1981). • O meio ambiente em que vivemos não es- tá ecologicamente equilibrado. Para alcançarmos este equilíbrio, falta a instituição de políticas públicas voltadas para o meio ambiente, que venham a asse- gurar todos os tipos de relações. • “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê- lo e preservá-lo para as gerações presentes e futuras” (Constituição Fede- ral/1998 – artigo nº 225). O meio ambiente se divide em seres bióticos e abióticos. Meio ambiente natural (físico) • Formado pelo solo, a água, o ar atmosféri- co, a flora; por toda interação dos seres vivos e seu meio. Meio ambiente artificial • Formado pelo espaço urbano construído. Meio ambiente cultural: • Diferente do meio ambiente artificial, por possuir um valor “especial” e contar a história do local, podemos dizer que é formado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico e turístico das cidades. Saúde e meio ambiente A saúde ambiental é o equilíbrio ecológico que deve existir entre o homem e seu meio para fazer possível o seu bem-es- tar. Tal bem-estar refere-se ao homem em sua totalidade; não somente à saúde física, mas também à saúde mental e a um conjunto de relações sociais ótimas. • Por outro lado, refere-se ao “meio em sua totalidade, desde a morada individual até toda a morada terrestre” (CE- PIS/OPAS, 2001). Conferência de Estocolmo • A Conferência de Estocolmo foi a primeira atitude mundial na tentativa de preservar o meio ambiente. Buscou con- scientizar a sociedade mundial sobre a importância de melhorar a relação com o meio ambiente, buscando atender as necessidades da socie- dade atual, sem comprometer as gerações futuras. • Neste período, a ideia era de que o meio ambiente seria uma fonte inesgotável. Hoje, sabemos que isto não é verdade. O desenvolvimento sem limites levou o homem a manter uma relação desigual com a natureza, o que gerou grandes prejuízos pa- ra o meio ambiente. • EUA - Os desenvolvidos, como os Estados Unidos da América, se dispuseram a reduzir a poluição na natureza. • Brasil - Neste período, o Brasil não demons- trou interesse em mudar sua forma de crescimento econômico, visando um cresci- mento a qualquer preço. Não havia interesse em buscar o equilíbrio entre atividades huma- nas e o meio ambiente Esta Conferência, realizada em 1992, no Rio de Janeiro, reafirmou a Declaração de Estocolmo e buscou avan- çar, estabelecendo uma nova e justa parceria, através de novos níveis de cooperação entre os Estados. • Conhecido também como Rio-92 ou Eco- 92, o evento teve a participação de mais de 35 mil pessoas e 106 chefes de estado. Reconheceu a natureza interdependente e integral da Terra. • Neste encontro, os EUA não assinaram os acordos de compromisso com as questões ambientais globais, frustrando todos os países envolvidos. Enfermagem e a saúde ambiental • “A influência de fatores ambientais na saúde humana, embora já destacada por Hipócrates 400 anos a.C., ganhou impor- tância no último século com a valorização dos efeitos adversos à saúde pela presença de poluentes tóxicos no ar, solo, água e alimentos, levando a risco de exposição a agentes biológicos, químicos/tóxicos e físicos, presen- tes em diversas situações da vida contemporânea” • (TAKAYANAGUI, 2005). Atuação do enfermeiro na saúde Am- biental: • O enfermeiro, em sua prática, principalmen- te dentro da estratégia de Saúde da Família, de acordo com a atual política do Mi- nistério da Saúde, atuará promovendo a saúde da população assistida. • A promoção da saúde viabiliza as mínimas condições de vida e cidadania, sendo possível a sua realização nos dias atuais. • Para concluirmos a aula, vamos atentar para o que coloca Porto (2007): • No mundo contemporâneo, os contextos vulneráveis, associados à complexa matriz de riscos ambientais novos e antigos, são agravados por um quadro social e institucional desigual e inadequado, como é o caso do Brasil. • A enfermagem está diretamente relaciona- da ao cuidado humano e à qualidade de vida por meio de ações de promoção da saúde, pois, assim como outras áreas, objetiva manter o ambiente saudável. Nessa perspectiva, esse artigo se propõe a refletir sobre promoção da saúde, educação ambiental e enfermagem. • O enfermeiro deve buscar um caminho pa- ra a estruturação de ações coletivas, identificando a realidade, bem como articulando diferentes aspectos que englobam a integração interse- torial em prol da saúde ambiental, necessitando de uma prática com- prometida com o bem-estar ecológico. • As ações educativas desenvolvidas por en- fermeiros devem compreender a significação de sujeito e incentivar as pessoas a refletirem sobre seu compromisso sócio-ambiental, permitindo uma conduta ativa na transformação do processo de aprendizagem. Aula 2 Conceito de Ecologia Ecologia é o corpo científico que se preocu- pa com a economia do homem; a investigação das relações totais dos animais e com seu ambiente orgânico. • “É a ciência que envolve todas as relações, amistosas ou não entre o animal e seu ambiente, seja orgânico ou inor- gânico, desde que haja contato direto ou indireto por meio de com- plexas inter-relações”. (MANO, PACHECO, BONELLI, 2005). Ecologia humana: • Existe uma área da ecologia conhecida co- mo Ecologia Humana. Seu interesse está centrado na relação do ser humano como o seu ambiente. O homem é visto como ator relevante no ce- nário ambiental. • A ecologia humana emerge como uma ci- ência que objetiva integrar as relações culturais, antropológicas, sociais e ambientais como fatores determinantes do desenvolvimento da huma- nidade (KORMONDY; BROWN, 2002) •As áreas rurais são diferentes das áreas preservadas, pois o equilíbrio é mantido artificialmente pelo homem, que o transforma para a produção de alimentos. A agricultura, a silvicultura e a pecuária sofreram grandes transformações nos últimos anos com o sur- gimento de novas tecnologias. • A urbanização provoca grandes impactos no meio ambiente. A modificação do ambiente para a construção das cidades gera grandes desequilíbrios ambientais, principalmente em regiões onde não existe planejamento para estas construções. • A pavimentação de quase todas as áreas nas cidades, quando não existe um sistema adequado de escoamento das águas pluviais, promove inundações. Ecossistema: • O ecossistema é um sistema composto pe- los seres vivos (meio biótico) e o local onde eles vivem (meio abiótico)e de to- das as relações destes com o meio e entre si. • Fatores abióticos Fatores abióticos Fatores abióticos • luz • Temperatura • Água • Fatores bióticos Fatores bióticos Fatores bióticos • Produtores • Consumidores • Decompositores Nicho ecológicoNicho ecológicoNicho ecológico • - Papel ecológico que uma espécie desem- penha numa comunidade. • Magnitude trópica • Concentração de substâncias não biodegra- dáveis ao longo da cadeia alimentar. Interações ecológicas: • Agora vamos ver o significado das intera- ções ecológicas que vimos na atividade anterior, que podem ser harmônicas (positivas) ou desarmônicas (negativas), intraespecíficas ou interespecíficas. • Predação ou predatismo • (+/-) - Um animal (predador +) captura e mata indivíduos de outra espécie (presa -) para se alimentar. • Ex.: cobra e rato; onça e cotia; • sapo e inseto. Parasitismo • Indivíduos de uma espécie (parasitos) vivem no corpo de indivíduos de outra espécie, e deles retiram alimentos, des- gastando o sistema imune do portador, podendo em casos mais graves levá-lo à morte. • Ex.: lampreia e tubarão; cipó-chumbo (ele retira substâncias orgânicas de outros vegetais, para garantir sua nutrição) Comensalismo • (+/0) - Associação em que um deles, deno- minado comensal (+), aproveita restos do alimento ingerido pelo outro, sem prejudicá-lo (0). • Ex.: tubarão e peixe-piloto; • leões e hienas; urubus e onças. Mutualismo • Associações obrigatórias em que ambos se beneficiam. • Ex.: líquens (associações simbióticas entre fungos e algas); ruminantes e protozoários; cupins e protozoários. • Canibalismo • Relação em que um indivíduo mata outro da mesma espécie para se alimentar. • Ex.: alguns insetos e aracnídeos, peixes, roedores. • Herbívoria • Interação entre uma espécie animal (a es- pécie herbívora) e uma ou mais espécies vegetais, das quais a espécie animal se alimenta. • Ex.: boi e capim. Tríade ecológica • • Orienta na discussão do processo saúde doença; • • Permite uma localização racional das inter- venções. • O susceptível (hospedeiro) • Espécie que permite que fatores ambientais atuem de forma a causar-lhes doença. • Hospedeiro • Agente meio ambiente AgenteAgenteAgente • Causador da doença. • Pode ser ou não identificado. • Doenças não infecciosas e infecciosas. • Meio ambiente • Conjunto de fatores que mantêm relação interativa com o agente e com o susceptível, sem se confundir com eles. • Temperatura, umidade, pluviosidade – rela- ção com o desenvolvimento de vetores comuns nos trópicos. Aula 3 Definição de Epidemiologia Segundo ALMEIDA F. 1992, a epidemiologia é uma ciência que estuda quantitativamente a distribuição dos fenôme- nos de saúde/doença, e seus fatores condicionantes e determinantes, nas populações humanas. Alguns autores também incluem na definição que a epidemiologia permite ainda a avaliação da eficácia das in- tervenções realizadas no âmbito da saúde pública. • Considerada como a principal “ciência bási- ca” da saúde coletiva, a Epidemiologia analisa a ocorrência de doenças em massa, ou seja, em sociedades, coletividades, classes sociais, gru- pos específicos, dentre outros levando em consideração causas cate- goricas dos geradores estados ou eventos relacionados à saúde das populações características e suas aplicações no controle de problemas de saúde. A disciplina de Epidemiologia: • Contribui para tornar evidente a relação en- tre ambiente e agravos à saúde; • Calcula riscos pela exposição a determina- dos poluentes ambientais; • Possibilita a implantação de programas de intervenção e mitigação de riscos, tais como sistemas de vigilância e mo- nitoramento ambiental, por exemplo. O conceito de risco na Epidemiologia : • Risco é entendido pela Epidemiologia como a “probabilidade de ocorrência de uma doença, agravo, óbito ou condição relacionada à saúde (incluindo cura, recuperação ou me- lhora) em uma população ou grupo, durante um período de tempo determinado” (Almeida Filho e Rouquayrol, 2002). • O risco é estimado em Epidemiologia sob a forma de uma proporção matemática. DICA • O estudo de risco ambiental apareceu formal- mente nos Estados Unidos de 1940 a 1950, ao mesmo tempo em que surgiu a indústria nuclear e a segurança das instalações das refinadoras de petróleo, aeroespacial e da indústria química. Fatores de risco à Saúde: São componentes que podem levar à doen- ça ou contribuir para o risco de adoecimento e manutenção dos agravos de saúde. Podem, também, ser definidos como: “atributos de um grupo da população que apresenta maior incidência de uma doença ou agravo à saúde em comparação com outros grupos que não o tenha ou com me- nor exposição a tal característica” (Almeida Filho e Rouquayrol). • Ruídos • ar poluído • lixo hospitalar • alimentos contaminados • água não tratada/ contaminada - ambiente mal ventilado ou iluminado • sangue potencialmente contaminado • Micro-organismos patogênicos – • Presença de vetores de doenças • As alterações ambientais também podem se tornar fatores de risco à saúde, conhecidas como danos ambientais, como por exemplo, lixo mal acondicionado. POLUIDOR : • Surge nesse cenário o termo poluidor. O poluidor é a pessoa, física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, di- reta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. Como vimos até agora, a degradação am- biental gera desequilíbrio, que favorece o adoecimento das populações que ali residem ou trabalham Vivemos em um mundo tão moderno onde a única coisa que não evoluiu foi a mente do ser humano, pois não são ca- pazes de raciocinar que futuramente serão punidos por suas ações impensadas. O nosso planeta encontra-se assim: Em total desequilíbrio ambiental, precisamos nos conscientizar de que o maior prejudicado com tudo isso somos nós mesmos. Saude ambiental
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