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TCC LUIZ CORRIGIDO ATUAL

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CENTRO UIVERSITÁRIO MAURICIO DE NASSAU
ENGENHARIA CIVIL
JHONATAN LIMA BRITO
LUIZ DOS SANTOS LIMA
PABLO HENRIQUE UCHOA DA SILVA
	AVALIAÇÃO SOCIOAMBIENTAL E CONDIÇÃO SANITÁRIA DA PRAIA DO OLHO D’AGUA EM SÃO LUIS- MARANHÃO.
São Luís
2019
JHONATAN LIMA BRITO
LUIZ DOS SANTOS LIMA
PABLO HENRIQUE UCHOA DA SILVA 
AVALIAÇÃO SOCIOAMBIENTAL E CONDIÇÃO SANITÁRIA DA PRAIA DO OLHO D’AGUA EM SÃO LUIS- MARANHÃO.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Mauricio de Nassau, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em engenharia Civil.
Orientador: Abraão Martins Terceiro
Coorientador: Alex da Silva Oliveira
São Luís
2019
JHONATAN LIMA BRITO
LUIZ DOS SANTOS LIMA
 PABLO HENRIQUE UCHOA DA SILVA
AVALIAÇÃO SOCIOAMBIENTAL E CONDIÇÃO SANITÁRIA DA PRAIA DO OLHO D’AGUA EM SÃO LUIS- MARANHÃO.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Mauricio de Nassau requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Civil.
Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em: dia, mês e ano.
Banca examinadora:
______________________________________________________
Prof. (titulação). (Nome do Orientador)
Orientador
 (sigla da instituição)
______________________________________________________
Prof. (titulação). (Nome do membro da banca)
 (sigla da instituição)
______________________________________________________
Prof. (titulação). (Nome do membro da banca)
 (sigla da instituição)
Dedico este trabalho a todos os professores e a equipe de colaboradores que cooperaram para a graduação finalizar e, a nossas famílias que apoiaram cada instante.
“As grandes ideias surgem da observação dos pequenos detalhes”.
 Augusto Cury
AVALIAÇÃO SOCIOAMBIENTAL E CONDIÇÃO SANITÁRIA DA PRAIA DO OLHO D’AGUA EM SÃO LUIS- MARANHÃO.
RESUMO
Observado nas praias da Ilha do Maranhão (Brasil) é um processo intenso de urbanização iniciado a partir da década de 70, nem sempre acompanhado por uma estruturação e planejamento do espaço urbano, ocasionando inúmeros problemas ambientais, principalmente no que concerne ao saneamento ambiental. Com o processo de ocupação urbana das praias da Ilha do Maranhão, tem-se observado uma depreciação da qualidade sanitária das águas, a qual pode repercutir em danos à saúde pública e ao setor econômico. Com o objetivo de identificar padrões espaços-temporais na série de dados de 1989 a 2009 da condições de balneabilidade da praia do Olho d’ Água, realizou-se pesquisa documental com relatórios de balneabilidade (SEMA), e pesquisa em campo e laboratorial, obedecendo às recomendações da Resolução CONAMA n° 274, de 29 de novembro de 2000, e dos Standard Methods for the Examination of Water or Wasterwater (APHA, 1999), por meio Teste Autoanálitico Colilert.
Palavras-Chaves: balneabilidade, Diagnostico orla marítima, Socioambiental, praia do Olho d’agua
ABSTRACT
Observed at the beaches of the Island of Maranhão (Brazil) is an intense process of urbanization begun starting from the decade of 70, not always accompanied by a structuring and planning of the urban space, causing countless environmental problems, mainly in what it concerns to the environmental sanitation. With the process of urban occupation of the beaches of the Island of Maranhão, a depreciation of the sanitary quality of the waters has been observing, which can rebound in damages to the public health and the economical section. With the objective of to identify patterns in space-time series data from 1989 to 2009 of bathing water quality of the beache of the Olho d’ Água, it was accomplished researches documental with bathing water quality reports, obtained with the Clerkship of State of the Environment and Water Resources of Maranhão (SEMA), and with scientific works (articles, monographs, dissertations and theses) containing data about sanitary quality of the beaches; and researches in field and laboratorial, obeying the recommendations of the CONAMA Resolution n° 274, January 29, 2000, and of the Standard Methods for the Examination of Water or Wasterwater (APHA, 1999), for half Autoanalytic Test Colilert. 
Keywords: balneabilidade, Diagnose, seafront, Socioambiental, beach of the Eye of it longs for
1 INTRODUÇÃO
 De acordo com o relatório SANEL - DPC. (1974) O saneamento básico no Estado do Maranhão tem como referenciais históricos dois marcos bem distintos identificados como período pre-estatal que se desenvolveu do ano de 1850 a 1946 e período estatal que se inicia em 1947 e abrange os dias atuais. 
 Por ser um espaço geográfico de extrema importância, a Zona Costeira consta na Constituição Federal Brasileira (1988) como área de patrimônio nacional. O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro I e II (Lei Federal n° 7.661, de 16 de maio de 1988; Resolução CIRM n°05, de 3 de dezembro de 1997) consideram zona costeira como um espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou não, abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre; e praia, como área e bem público de uso comum, coberta e descoberta periodicamente pelas águas.
No tocante, Sirqueira (2009) relata em seu trabalho, o que se tem observado nas praias da Ilha do Maranhão (Brasil) é um processo intenso de expansão urbano iniciado a partir da década de 70, nem sempre acompanhado por uma estruturação e planejamento do espaço urbano, ocasionando inúmeros problemas ambientais, principalmente no que concerne ao saneamento ambiental. Soma-se um cenário local de grande procura turística, sobretudo no período de férias e na estação seca (verão); de expansão urbana, representado pela expansão imobiliária e populacional; de precariedade do planejamento urbano, no que tange principalmente ao saneamento básico e da inaplicabilidade da Educação Ambiental no comportamento dos usuários das praias de São Luís. 
As consequências destes painéis são materializadas na forma de degradação ambiental e de deterioração da qualidade das águas das praias em função da explosão populacional, do aumento de resíduos lançados e do descompasso entre capacidade de suporte da praia e os usos destinados. A deterioração ambiental de praias tem influência direta no setor econômico – já que parte do comércio e dos serviços locais desenvolve-se nestes segmentos (bares, restaurantes, empreendimentos imobiliários), atrelados ao turismo – e na saúde pública – considerando-se que as condições sanitárias das praias podem repercutir na transmissão de doenças.
Neste contexto, o monitoramento das condições de balneabilidade das águas das praias e a Educação Ambiental dos usuários surgem como importantes instrumentos da gestão ambiental, como ferramentas de informação e de conscientização à população e aos tomadores de decisões. Nesta conjuntura, a Política Nacional de Meio Ambiente, a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 – a qual tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando a assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana – tem entre seus princípios o acompanhamento do estado da qualidade ambiental e a Educação Ambiental.
 
 
 A Ilha do Maranhão, assim como acontece em outras áreas litorâneas brasileiras, possui deficiências nos sistemas de coleta, tratamento e disposição final dos esgotos, lançando os mesmos, direta ou indiretamente, em cursos d'água que afluem às praias, carregando microrganismos transmissores de doenças, tornando-se principal fator responsável por índices de balneabilidade impróprios. Guercio & Ulbricht, (2013).
 A problemáticada balneabilidade das praias da Ilha do Maranhão se apresenta como um campo de estudo propício para as representações sociais, que são aquelas construídas através das relações do individuo com o seu ambiente, valorizando a sua dimensão subjetiva para compreender os fatos do cotidiano e como esses fatos são expressos por meio de sua comunicação e em seu comportamento, se constituindo em uma tradução dinâmica da realidade. Reis & Bellini,(2011). 
OBJETO DE ESTUDO
 O objeto de estudo foi o atual contexto de expansão urbana, gerando como consequência o impacto socioambiental e o estudo do esgoto in natura lançados nos rios que desaguando na praia do olho d’agua. 
JUSTIFICATIVA
 Estudos da avaliação socioambiental e condição sanitária da praia do olho d’agua de acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA,1998) em levantamento realizado diagnosticou um quadro problemático que inicio a partir da década de 70, quando se iniciou a urbanização da orla da Ilha do Maranhão. Ainda de acordo com SEMA (1998), a partir dos anos 70 passou a existir ao longo da orla marítima, ou mesmo nela, diversos empreendimentos imobiliários, principalmente, residências, prédios de apartamentos, condomínios fechados, bares, restaurantes e hotéis. Estas urbanizações desordenadas, segundo alguns pesquisadores entre eles Mourão (2003) e Oliveira (2007), veio associada à falta de infraestrutura e saneamento básico.
 Assim, tem-se um panorama local em que a expansão urbana intensifica na forma de expansão imobiliária e populacional, soma-se à precariedade do planejamento urbano na orla marítima. As consequências são materializadas na forma de degradação ambiental e de deterioração da qualidade das águas nas praias em função dos seus múltiplos usos e conflitos. A deterioração das praias tem influência direta no setor da economia, saúde e turismo.
 Neste contexto, o estudo da qualidade ambiental surge somo importante instrumento da gestão ambiental, como ferramenta de informação e de conscientização a população e aos tomadores de decisões. Nesta conjuntura, a Política Nacional de Meio Ambiente, a Lei número 6938, de 31 de agosto de 1981- a qual tem como objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando a assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos de interesse da segurança nacional e a proteção da dignidade da vida humana – tem entre seus princípios o acompanhamento do estado da qualidade ambiental.
 Diante do exposto, sob o aspecto teórico, a pesquisa justifica-se na medida em busca articular e confrontar variáveis socioeconômicas e ambientais. Sob ponto de vista prático os resultados podem fornecer subsídios técnicos ferramentas de ação aos tomadores de decisões e para a sociedade, além de aperfeiçoar as concepções sobre gestão e sustentabilidade de áreas costeiras.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL 
 Propor ferramentas de auxilio ao gerenciamento integrado e sustentabilidade na forma de séries temporais e modelos numéricos preditivos dos níveis de coliformes totais na água da praia do olho d’agua, da orla marítima da ilha do Maranhão (Brasil)
 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Levantar dados referentes aos elementos de qualidade de água ( parâmetros físico-químicos e coliformes totais da água), expansão urbana e saneamento básico na área de estudo.
b) Construir e analisar séries temporais dos níveis de coliformes totais na água da água da praia em estudo com base nos dados levantados, para verificação de tendências e de fatores sazonais..
c) Verificar correlações entre elementos de qualidade de água, expansão urbana e saneamento básico sobre os níveis de coliformes totais na água da praia em estudo.
d) Incorporar as relações sazonais em modelos numéricos preditivos para níveis de coliformes totais na água da praia.
2 METODOLOGIA
2.1 Área de estudo
 Os procedimentos metodológicos foram desenvolvidos através de levantamento e análise bibliográfica, aquisição de material cartográfico, visita de campo para obtenção de dados referentes e registros fotográficos dos processos identificados ao eixo temático. Com a seleção de uma das praias mais frequentadas da Ilha do Maranhão, Olho d’água. A seleção da praia baseou-se nos seguintes critérios (a) ter sido realizado monitoramento e pesquisas cientificas sobre condições sanitárias de suas águas; (b) ter reconhecimento científico do processo de expansão urbana. Da Silva, (2006.).
02
°42• S
02
°28• S
Escala Aproximada:
1:585.000
44
°20• W
44
°07• W
Praia do Olho d’Água.
Figura 01: Vista Parcial da Praia do Olho d’ Água
Fonte: Adaptado de Google Maps (2007).
Figura 01: Localização da Praia do Olho d’ Água.
Fonte: Adaptado de Google Maps (2007) e Wikipédia (2007).
 
Área de Estudo
Afloramentos
rochosos. 
Bairro do Olho
d’água.
Figura 02: Vista Parcial da Praia do Olho d’ Água
Fonte: Adaptado de Google Maps (2008).
2.2 Coleta de dados e variáveis de estudo
As séries de dados secundários de balneabilidade foram obtidas junto a Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA), Fundação Nacional de Saúde no Maranhão (FUNASA/MA), A presente investigação teve caráter qualitativo e foi realizada na Ilha do Maranhão, que é constituída pelos municípios de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, na região costeira do Estado do Maranhão, limitando ao norte com o Oceano Atlântico; ao sul, com a baía de São José e o Estreito dos Mosquitos; a leste com a baía de São José e a oeste com a baía de São Marcos, nas coordenadas 02º22’23” e 02º51’00” Lat. Sul; 44º26’41” e 43º59’41” de Long. Oeste (Situação Ambiental da Ilha do Maranhão, 2011). Foi investigada em destaque a praia do olho d’agua. Também se fez uso do tratamento digital de imagens e fotointerpretação, a partir de imagens geoprocessadas pelo banco de imagens do Google Earth e fotografias aéreas, e da análise dos setores censitários (IBGE), referentes aos dados socioeconômicos de infraestrutura do saneamento básico, população, caracterização dos domicílios, densidade demográfica estimada, os quais são referenciados pela literatura como influentes na qualidade das águas (Boolmann, 2003). (CONAMA, 2001).
Na análise das condições de balneabilidade, as coletas ocorreram em domingos consecutivos, compreendendo a estação chuvosa e seca, bem como períodos de grande afluxo de banhistas nas praias. As condições de amostragem foram as mais críticas, isto é, feita no período da vazante, nos dias de maior afluxo de banhistas e em pontos com maior afluência de banhistas, seguindo na medida do possível as mesmas metodologias empregadas pelos órgãos de monitoramento. As amostras de água do mar serão coletadas manualmente, na isóbata de 1m, e acondicionadas em caixas isotérmicas contendo gelo, de acordo com o recomendado pela APHA (1999). Empregou-se o método cromofluorométrico, pela técnica substrato definido, empregado na SEMA e FUNASA, utilizando o teste auto-análitico quali-quantitativo COLILERT/ QUANTY-TRAY. Sirqueira (2009).
3 RESULTADOS E DISCURSÕES
3.1 Aspectos socioambientais
A área territorial da Ilha do Maranhão, Ilha de São Luís, ou simplesmente, São Luís, é de 827 km², com uma população estimada em cerca de 1.000.000 habitantes pelo IBGE (2007) e com um litoral com extensão avaliada em 32 km, como destaca Oliveira (2007). Segundo Novaes et al (2007), a Ilha do Maranhão ocupa a parte setentrional do Golfão Maranhense, parte integrante da Bacia Costeira de São Luís, formada durante o Cretáceo, limitando-se ao norte pela Plataforma Ilha de Santana, ao sul pelos Altos Estruturais Arco Férrer Urbano Santos, a leste pelo Horst de Rosário e a oeste pelo Arco de Tocantins. A sequência sedimentar é constituída por intercalações de arenitos, arenitos argilosos, lamitos e calcário (Ab’saber, 1960).
Em linhas gerais, segundo Rebouças & Silva (1972), dentre as formações geomorfológicas daIlha do Maranhão, do interior para costa, percebe-se a presença de mesas dissecadas – áreas mais altas formadas pela evolução de processos de dissecação em interflúvios tabulares; colinas dissecadas – áreas de transição entre as topografias mais alta e mais baixa; e a Planície Fluvial – áreas baixas vinculadas aos vales da drenagem principal, como planícies das ingressões quaternárias, vales fluviais e manguezais.
Segundo estimativas do IBGE, de 1989 a 2009, a população urbana de São Luís passou de cerca de 600.000 habitantes para aproximadamente 1.000.000 de habitantes. A densidade populacional em 1989 era estimada em 841habitantes/km2, enquanto que dez anos depois a densidade populacional passou a ser estimada em 1191.8 habitantes/km2. 
A maior concentração populacional relacionada à intensificação da expansão urbana encontra-se ao longo da zona costeira da Ilha do Maranhão, que caracteriza a parte mais frequentada da orla marítima da Ilha e onde se encontram as praia do, Olho d’água. 
Mesmo considerando este crescimento populacional e a expansão urbana, o alcance dos serviços de saneamento básico é proporcionalmente reduzido. Estima-se que no ano de 2009, o número de domicílios ligados a rede coletora de esgoto chegue a cerca de 60%, contudo a ausência de saneamento básico no município, representado, sobretudo pela inoperância das estações de tratamento de esgoto, agravado pela falta ou insuficiência de estudos sobre drenagem urbana, tornam este dado desprezível.
Além da contribuição de carga poluidora por parte de rios e córregos, ainda existem como agravantes de uma provável depreciação da qualidade da águas das praias de São Luís, inúmeros pontos de lançamento de esgoto in natura e expansão urbana crescente nestas áreas não acompanhada de expansão dos serviços de saneamento. Sirqueira (2009).
3.2 Avaliação das condições de balneabilidade 
De acordo com as Resoluções CONAMA nº 274, de 29 de novembro de 2000, Art. 2º, balneabilidade é definida como a qualidade das águas doces, salobras e salinas destinadas à recreação de contato primário.
De acordo com a resolução n° 274/ 2000, a água é considerada Própria quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras coletadas nas últimas cinco semanas, no mesmo local, houver, no máximo, 1000 NMP de coliformes fecais por 100 mililitros de água, e Excelente, Muito Boa e Satisfatória, quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras coletadas nas últimas cinco semanas, no mesmo local, houver, no máximo, 250, 500 e 1000 NMP de coliformes fecais por 100 mililitros, respectivamente. É considerada Imprópria quando em mais de 20% de um conjunto de amostras coletadas nas últimas cinco semanas, no mesmo local, a contagem for superior a 1000 NMP de coliformes fecais por 100 mililitros ou quando na última amostra for encontrado valor superior a 2500 coliformes fecais termotolerantes independentemente do resultado das demais amostras. A resolução também traz como indicadores de balneabilidade, Escherichia coli e enterococos.
Algumas pesquisas têm sido realizadas para avaliar a qualidade ambiental de praias da Ilha do Maranhão. Souza (2003) realizou levantamento de estudos sobre as condições de balneabilidade da praia do Olho d’agua no município de São Luís (MA) nos anos de 1993 a 2002. O autor constatou que em todos os períodos de análise a praia foi considera Imprópria, também identificou queda da qualidade ambiental da praia do Olho d’agua ao longo dos dez anos da série de dados arrolados na pesquisa.
Da - Silva (2006) desenvolveu um estudo sobre contaminação por enterococos, coliforme termotolerantes e Escherichia coli com finalidade de avaliar as condições higiênico-sanitárias da água das praias da Ponta da Areia, Calhau, Olho d’ Água e Araçagi, em São Luís (MA). As conclusões de Da Silva (2006) indicaram que no período das coletas a praia da Ponta da Areia estava imprópria para todos os indicadores, a praia do Calhau se apresentou imprópria para enterococos, mas considerada própria para os níveis de coliformes termotolerantes e E.coli, e as praias do Olho d’ Água e do Araçagi foram consideradas próprias para todos os indicadores. 
Em estudo também realizado no ano de 2005, Mourão (2006) – com base na avaliação de coliformes termotolerantes – classificou a praia da Ponta da Areia como Imprópria e as praias do Calhau, Olho d’Água e Araçagi como Próprias. Do mesmo modo que Da Silva (2006), o autor constatou que as maiores concentrações de coliformes termotolerantes foram obtidas no período chuvoso, na ordem de 2800 NMP/ 100 mL. Oliveira (2007) desenvolveu estudo similar, onde concluiu que o regime de preamar contribuiu para o incremento da poluição da zona costeira por coliformes termotolerantes; os níveis de contaminação mais acentuados ocorreram no período chuvoso; e os parâmetros pH e salinidade não mostraram influência sobre os indicadores de poluição fecal.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais – SEMA informa, abaixo, as condições de Balneabilidade das praias de parte da Região Metropolitana de São Luís, resultante dos laudos laboratoriais emitidos pelo Laboratório de Análises Ambientais – LAA, desta Secretaria. O presente laudo refere-se à ação de monitoramento realizada no período de 20/05/2019 a 17/06/2019, integrando a série de acompanhamento semanal das condições de balneabilidade das praias da Ilha do Maranhão. Para o presente laudo, foram coletadas e analisadas amostras de água de 21 (vinte e um) pontos distribuídos nas praias da Ponta d’Areia, São Marcos, Calhau, Olho d’Água, Praia do Meio e Araçagy. A ação foi empreendida por técnicos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais – SEMA. O monitoramento obedece aos padrões fixados na Resolução CONAMA nº 274/00 Os resultados qualitativos resultantes dessa etapa do monitoramento são os seguintes:
O monitoramento obedece aos padrões fixados na Resolução CONAMA nº 274/00 Os resultados qualitativos resultantes dessa etapa do monitoramento são os seguintes: Todas as praias improprias para banho.
Os dados pertinentes a expansão urbana, intentou-se utilizar dados por bacia oceânica e por praia, contudo em função, mais uma vez, da incompletude das informações, optou-se por considerar a densidade populacional estimada por análise de setores censitários e população urbana da zona urbana da Ilha do Maranhão (Brasil), obtidos junto ao IBGE e por estimativas. Foi adotado o mesmo procedimento para os dados de saneamento básico. 
Um fato importante a ser considerado a esta pesquisa, è que a Ilha do Maranhão não tem tratamento de esgoto, sendo os rios os principais receptores da carga poluidora. Estes rios desaguando muitos deles na baia de São Marcos, onde esta inserida a praia de estudo – compõem bacias oceânicas, quais sejam o Rio Pimenta e outros, com grandes bacias de drenagem, alcançando áreas bastantes afastadas das praias e extrapolando os próprios limites da orla marítima na faixa terrestre 
Os dados levantados, de coliformes totais da água da praia do olho d’agua compreenderam aos relatórios dos anos de 2003, 2005, 2006, 2007 e 2019: e anos de 2003 e 2006 foi considerada imprópria, e no ano de 2007 foi considerada própria e no ano de 2019 foi considerada imprópria. Em função, da incompletude e da não continuidade nas séries de dados.
A incompletude e a não continuidade nas séries de dados representam um grande problema em pesquisas que pretendem tratar da evolução de variáveis ao longo do tempo, isto é, analisar séries temporais, já que estimações e extrapolações para complementação das séries implicam em diminuição ou perda da fidedignidade do estudo.
Assim, nesta pesquisa foram selecionadas as variáveis:
a) Coliformes totais
b) pH
c) Focos de poluição in natura.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que se compreendeu nas representações analisadas foi que a praia é considerada como um importante ambiente restaurador dentro do espaço urbano. Dessa forma, ações de preservação são necessárias para que se conserve esse estado. Confirmamos que os meios de informaçãopossuem um papel crucial de divulgação da qualidade ambiental e que a sociedade tem um senso crítico em relação às notícias veiculadas por eles, baseadas na percepção e na vivência individual. Esse mesmo senso crítico apontou para a uma maior responsabilização pelos índices de balneabilidade ao lançamento de esgotos sem tratamento nos cursos de água, o que levou as pessoas a manifestarem um anseio por ações concretas por parte dos órgãos competentes para a atenuação dessa problemática. Há também na população o entendimento de que o turismo, a economia e saúde são diretamente afetados pela poluição da orla
De certo que estas condições são notórias, contudo, cabe ressaltar que os dados obtidos em relatórios da SEMA e FUNASA-MA, aqui apresentados, representam resultados somente de um cenário de maré vazante. Sabe que o mar praias de São Luís apresenta elevada amplitude, cerca de 7 m de variação, que proporcionam entrada de grande volume de água e provavelmente maior capacidade de diluição de carga poluidora, dentro obviamente de sua capacidade de suporte.
Assim, percebe-se a necessidade de monitoramento e fiscalização ambientais, de estudos que reflitam cenários de vazante e enchente da maré, a geomorfologia praial e a hidrodinâmica e da integração do gerenciamento costeiro e a gestão de bacias hidrográficas na forma de políticas públicas. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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