ATIVIDADE 4 - BASE DAS RELAÇÕES PRIVADAS - ATOS ILÍCITOS

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ATOS ILÍCITOS 
 
O ato ilícito é o desconforme ao direito. O conceito de ato ilícito corresponde à 
ideia de antijuridicidade, cujos potenciais efeitos são contrários à norma (mais 
geral do que a lei). 
Professor Silvio Venosa (2013, p. 24) define que: 
“O ato ilícito é o conceito de maior relevância para que seja possível 
estudar acerca do campo da responsabilidade civil em um todo, posto 
que é a partir dele que gera à pessoa que o suportou o direito de invocar 
a responsabilidade civil para que seja indenizada naquele dano que 
sofreu.” 
Ato ilícito é, portanto, a infração ao dever de não lesar outrem. Este instituto 
ganhou autonomia conceitual e independência dos seus efeitos nos arts. 186 e 
187 do Código Civil. Seguindo esta lógica, a doutrina divide o ato ilícito em 2 
espécies: o Subjetivo (art. 186 do CC/02) e Objetivo (art. 187 do CC/02). 
Vejamos: 
- O ato ilícito subjetivo é a violação de um direito alheio causando dano à 
outrem. A violação do direito alheio e consequente evento danoso dá-se 
culposamente. Para sua configuração é preciso que haja: Conduta (comissiva 
ou omissiva) + Culpa lato sensu (dolo ou culpa stricto sensu) + Dano moral ou 
material + Nexo de causalidade entre a conduta culposa e o dano. 
- Já o ato ilícito objetivo ou abuso de direito é um ato ilícito comportamental, 
partindo da “quebra da confiança” e, consequentemente, está desassociado da 
culpa. Até mesmo sem querer, é possível a violação da confiança. O ato ilícito 
comportamental não está fundado no elemento anímico (subjetivo), decorrendo 
apenas e tão-somente do comportamento do titular de um direito. Portanto, o 
ato ilícito objetivo é ilícito, aperfeiçoando-se quando alguém exerce um direito 
excedendo os limites. 
A diferença é de clareza solar. O ilícito subjetivo nasce e morre ilícito. O ilícito 
objetivo nasce lícito, mas transforma-se em um ilícito pelo excesso no seu 
exercício. São requisitos do ilícito objetivo ou abuso de direito: exercício de um 
direito pelo titular + excesso no exercício do direito + violação manifesta da 
boa-fé, bons costumes ou função social.