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Agravo de instrumento O agravo será o recurso adequado contra decisão interlocutória proferida em qualquer espécie de procedimento ou grau de jurisdição. Obs.: Não é toda decisão interlocutória que será recorrível. Para que seja é necessário estar EXPRESSAMENTE previsto em lei a recorribilidade da decisão, art. 1.015 do CPC. E caso a decisão interlocutória não seja recorrível imediatamente pela via do agravo de instrumento, poderá ser suscitada em sede de recurso ou contrarrazões de apelação. Art. 1.015 do CPC: I – Tutela provisória; II – Mérito do processo; III – Rejeição da alegação de convenção de arbitragem; IV – Incidente da desconsideração da personalidade jurídica; V – Rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; VI – Exibição ou posse de documento ou coisa; VII – Exclusão de litisconsorte; VIII – Rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; IX – Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; X – Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; XI -Redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, §10; - OBS.: Lembrando que além do rol do art. 1.015, a lei também poderá prever demais hipóteses de cabimento do agravo de instrumento, por isso, se atentem. - Prazo: 15 dias; - Interposição: diretamente no juízo “ad quem”, protocolo integrado. - Forma: petição escrita; - Preparo: sim (art. 1.017, §1º); - Efeito: art. 995, apenas devolutivo, 1.019, inciso I, EXCEPCIONALMENTE suspensivo. - Contrarrazões: sim, art. 1.019, inciso II; - Retratação: sim, art. 1.018, §1º; - Sustentação oral: não, exceto se o agravo de instrumento impugnar decisão interlocutória que verse sobre tutela provisória, de urgência ou de evidência. O instrumento nada mais é que “novos autos”. E assim, permite que seja julgado no tribunal enquanto ainda pendente o processo em primeiro grau. a) Cópia da petição inicial; b) Cópia da contestação; c) Cópia da petição que ensejou a decisão agravada; d) Cópia da própria decisão agravada; e) Cópia da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade; f) Cópia das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado. Obs.: temos também as peças “facultativas”, além das peças obrigatórias, também chamadas de “essenciais”. As facultativas são aquelas peças necessárias para que o tribunal tome conhecimento integral da controvérsia. Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso. § 1º Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo de instrumento. § 2º Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput, no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento. § 3º O descumprimento da exigência de que trata o § 2º, desde que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento. O artigo 1.019 do CPC enuncia os poderes do relator, bem como a ordem que deve ser seguida. Vejamos: Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias: I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; II - ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso de recebimento, quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta com aviso de recebimento dirigida ao seu advogado, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do recurso; III - determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias. Importante ressaltar que no CPC de 1973 era extremamente criticada a irrecorribilidade da decisão do relator que convertesse o agravo de instrumento em retido ou lhe concedesse a antecipação de tutela recursal ou o efeito suspensivo, por isso era aceitável a impetração de mandado de segurança. Assim, o CPC de 2015 prevê legalmente a recorribilidade da decisão interlocutória. Adota-se o entendimento de que, sobrevindo sentença, não deve ser tido o agravo de instrumento, automaticamente, por prejudicado, mas sim analisado o caso concreto para aferir a prejudicialidade da decisão interlocutória em relação à sentença antes de o fazer.
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