Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
– ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Introdução: As resinas são consideradas um material atual, que surgiu há pouco tempo. → Em 1950: começaram a surgir os primeiros materiais desse compósito: silicatos e resinas acrílicas; → Em 1953: Buonocore desenvolve o condicionamento ácido como método para promover a adesão; → 1962: Rafael Bowen cria o composto macroparticulado (Bis-GMA + Silano), formando assim a primeira resina; → 1980: Descobrem a adesão em dentina (luz ultravioleta); → 1990: Surge o composto de partículas médias, a fim de proporcionar estética e função em um único material; → 2000: São desenvolvidas resinas com diferentes viscosidades, composições e etc. (luz alógena - LED). E surgem também as reninas Bulk Fill, com uma proposta de evolução de materiais e técnicas. As resinas compostas/compósitos têm sua estrutura formada por vários componentes. Há quatro componentes principais: • : geralmente um dimetacrilato como o Bis-GMA ou UDMA associado a outros monômeros de menor peso molecular, como TEGDMA – necessários para regular a viscosidade; • é formada por partículas de vidro, quartzo e/ou sílica, presentes em diferentes tamanhos, formas e quantidades. Esse material possui radiopacidade (nas radiografias); • as partículas de carga não têm adesão direta à matriz orgânica, por essa razão, durante o processo de fabricação dos compósitos, a superfície das partículas é recoberta por um agente de união – como o silano (uma molécula bifuncional, capaz de se unir tanto à carga inorgânica como à matriz polimérica. Fazendo uma associação da resina composta com o brigadeiro: • A matriz orgânica seria o chocolate; • A carga inorgânica seria o granulado; • O agente de união seria manteiga, que une o chocolate ao granulado. M a t r i z o r g â n i c a M a t r i z o r g â n i c a M a t r i z o r g â n i c a “A falta de união entre os componentes ocasiona um aumento no desgaste e da rugosidade superficial das restaurações” – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • envolve componentes responsáveis pela reação de polimerização: ▪ Nos materiais de polimerização química, a reação inicia-se com a mistura de duas pastas, uma contendo o acelerador e outra o iniciador; ▪ Nos materiais fotopolimerizáveis, o acelerador e o iniciador estão presentes na mesma pasta, porém a reação só se inicia quando o iniciador é estimulado por luz de um comprimento de onda específico. O fotoiniciador mais comumente utilizado é a canforoquinona, que tem seu pico de absorção na faixa de luz com comprimento de onda de 470 nm. Classificação das resinas compostas: As resinas podem ser classificadas com base no tamanho das partículas, na viscosidade e no sistema de polimerização. • As primeiras resinas introduzidas no mercado apresentavam partículas consideravelmente grandes, com até 40 µm . Esses materiais, conhecidos como compósitos de , apresentam como grande desvantagens a dificuldade de obtenção de um bom polimento e, principalmente a dificuldade de manutenção da lisura superficial ao longo do tempo. No entanto, apresentavam uma boa resistência mecânica, mas não apresentavam uma boa estética. Essa resina não está mais disponível no mercado. • As resinas de surgiram para contornar os problemas da resina de macropartículas. Essas resinas têm partículas com tamanho médio de 0,04 µm, o que resulta em superfícies que, além de extremamente fáceis de polir, mantêm o brilho e lisura por mais tempo. Porém, essas resinas apresentam baixa quantidade de partículas de carga e baixa resistência mecânica. Esse tipo ainda está disponível no mercado e são utilizadas quando se deseja um alto nível de estética na restauração. • Para contornar essa limitação, foram desenvolvidas os compósitos , que associa partículas grandes e pequenas, com o intuito de fornecer alta capacidade de polimento, ótimas características de manipulação e boas propriedades. Apesar das vantagens, avaliações clínicas mostram que essas resinas não mantêm o polimento ao longo do tempo. Ainda há uma subdivisão que inclui o composto micro-híbrido - com menor tamanho da partículas, melhor polimento e melhor distribuição no tamanho das partículas. • Mais recentemente, foram introduzidas no mercado as resinas , com partículas em escala nanométrica de 0,1 a 100 nm. O seu método de fabricação permite combinar boas propriedades físico- mecânicas, em virtude da alta quantidade de carga, e um bom polimento. Esse é o compósito mais próximo do ideal até hoje. A canforoquinona, no entanto, é uma molécula fotoiniciadora de coloração amarela, que pode proporcionar o amarelamento da restauração. Por conta disso, surgiram outras moléculas fotoiniciadoras como o BAPO (óxido de fosfino) e PPD (2,4,6 trimetilbenzoil), com o intuito de oferecer uma estética melhor para as restaurações. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Os compósitos apresentam-se em diversas consistências, de acordo com a finalidade para a qual são destinados. • Regular ou convencional: ▪ Diferentes níveis de translucidez; ▪ Esmalte/Dentina; ▪ Grande maioria das indicações. • Baixa viscosidade (Flow): ▪ Possuem alta fluidez; ▪ A tática dos fabricantes para diminuir a viscosidade do material é a redução da quantidade de carga, que acarreta prejuízo às propriedades mecânicas do compósito e aumenta a contração de polimerização; ▪ Apresenta baixa resistência; ▪ Indicado para áreas de difícil acesso, também pode ser usado como selante, base e para colagem de fragmentos. • Alta viscosidade: ▪ Esses compósitos apresentam maior viscosidade, necessitando de mais pressão durante a inserção e adaptação à cavidade; ▪ Possuem grande quantidade de carga e, consequentemente, boas propriedades físico- mecânicas; ▪ São indicadas basicamente para dentes posteriores; ▪ Proporcionam alta tensão de polimerização. • são ativadas quimicamente, o acelerador e o iniciador são disponibilizados em embalagens diferentes. A reação de polimerização inicia- se somente no momento em que as pastas são misturadas. • necessitam de um estímulo físico para iniciar a reação de polimerização: luz azul com comprimento de onda específico. A luz reage com uma amina orgânica, promovendo a conversão de monômeros em cadeias de polímeros. O fotoiniciador mais utilizado é a canforoquinona, que tem seu pico de absorção na faixa de comprimento de onda de 470 nm. • a reação de polimerização é ativada tanto de forma química como física. É necessário que o iniciador e o ativador sejam disponibilizados em embalagens separadas. No momento em que as duas pastas são misturadas, tem inicia a parte química da polimerização. E por conta da presença de fotoiniciadores sensíveis à luz azul, é possível ativar também a parte física da reação. Fotoativação: • A fotoativação é o processo de conversão de monômeros para longas cadeias poliméricas; • Fotoiniciadores = moléculas que ao serem ativadas, desencadeiam a reação de polimerização; • Unidades de fotoativação = trata-se da luz azul que estimula a molécula fotoiniciadora; • Para que o agente iniciador seja estimulado pela energia luminosa, de modo a desencadear a polimerização, é essencial que a unidade de fotoativação utilizada supra a faixa espectral específica de cada fotoiniciador. • A fotoativação é essencial para promover a polimerização. Compósitos mal-polimerizados apresentam propriedades físico-mecânicas inadequadas, além de certa toxicidade, devido ao monômero residual. Micro-híbridas Boas Bom Universal Micropartículas Regulares Muito Bom Face vestibular de dentes anteriores e restauraçõesclasse V Nanopartículas Boas Muito Bom Universal UNIVERSAL: significa que a resina pode ser utilizada em áreas estéticas (como os dentes anteriores) e áreas de esforços mastigatórios (como os dentes posteriores). – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Como ocorre a polimerização: 1. Os monômeros estãos afastados entre 0,3 ou 0,4 nanômetros; 2. Na fotoativação eles se aproximam formando cadeias de moléculas e estabelecendo ligações primárias covalentes; 3. Após essa aproximação passam a ter uma distância de 0,1 nanômetros entre sí. A reação de polimerização é caracterizada pela aproximação das moléculas de monômero e, consequentemente, por uma redução no volume do material, fenômeno conhecido como • Com a contração de polimerização e a consequente redução do volume do material -> são geradas tensões na interface entre o compósito e os substratos dentais; • Quando as forças relacionadas ao estresse de contração são superiores à resistência adesiva, pode ser criado um espaço, que pode ter consequências clínicas indesejadas, como a infiltração marginal. • Quando o estresse de contração é alto, as forças podem ser transmiticas ao remanescente, causando problemas como flexão de cúspides e sensibilidade pós-operatória; • Esses espaços também podem proporcionar o acúmulo de biofilme. Portanto, para driblar esse encolhimento, foram implementadas algumas medidas: • Uma vez que a deformação do compósito ocorre principalmente das superfícies livres em direção às superfícies aderidas, é evidente que quanto maior a área aderida em relação à área livre, maior será o estresse de polimerização. • O fator C é uma configuração cavitária que busca minimizar a contração da resina. ▪ Trata-se de realizar a introdução da resina em incrementos de no máximo 2mm. ▪ Estes devem ser aplicados de forma fracionada, permitindo um encolhimento fracionado. Pois, incrementos maiores levam ao aumento do encolhimento. ▪ Esses incrementos devem ser oblíquos, tocando até duas paredes da cavidade; ▪ Esse fator é a razão entre o número de superfícies aderidas pelo número de superfícies livres existentes em uma cavidade: Paredes aderidas Paredes livres ▪ Exemplo: o fator C de uma cavidade classe I oclusal é 5 -> pois são 5 paredes aaderidas (vestibular, lingual, mesial, distal e pulpar) e apenas 1 superfícies livre (a oclusal); 5 = 5 1 ▪ Quanto maior a área livre do incremento em relação à área aderida, maior a chance de ocorrer escoamento do compósito e menor será o estresse de polimerização. • Fatores que podem minimizar essa contração: ▪ Volume do compósito; ▪ O tipo do compósito; ▪ A polimerização; ▪ Proporção de superfícies aderidas X não aderidas (fator c). Durante muito tempo, a canforoquinona era a principal molécula fotoiniciadora e as unidades fotoiniciadoras possuíam o comprimento de onda específico para ativar apenas a canforoquinona. No entanto, a canforoquinona é uma molécula que pode deixar as restaurações amareladas, e por conta disso surgiram outras moléculas fotoiniciadoras. Dessa forma, também foram desenvolvidas outras unidades fotoiniciadoras com comprimentos de onda diferentes e capazes de ativar as outras moléculas e não apenas a canforoquinona. Essas unidades possuem dois picos de emissão, são as de terceira geração. Então, para utilizar resinas modernas com outras moléculas fotoiniciadoras (que não possuem a canforoquinona), é necessário possuir unidades fotoiniciadoras atuais, capazes de estimular essas moléculas. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Seleção de cor: • é a dimensão que distingue uma família de cor de outra, é o “nome” da cor – vermelho, azul, verde, amarelo. • descreve a saturação ou intensidade de um determinado matiz – azul claro, azul escuro, verde claro, verde escuro. • é a luminosidade da cor, a quantidade de luz que uma cor é capaz de refletir. Uma maneira simples de obervar a escala de valor é através de imagens em escala de cinza, nos quais se elimina a influência do matiz e do croma, permitindo uma melhor percepção das variações de luminosidade, desde o preto (valor baixo) ao branco (valor alto). A incisal do dente tem o valor mais baixo, é escurecida e a cervical tem o valor mais alto, é branca. • Matiz: amarronzado, amarelado, acizentado e arrosado; A B C D • Croma: A1 A2 A3 A3,5 A seleção de cor deve ser feita antes do isolamento absoluto. Uma técnica que pode ser utilizada consiste em aplicar um botão de resina no dente (sem o adesivo para não grudar), em seguida é feita a polimerizaçõa. Serve para observar qual cor se assemelha mais à cor natural do dente. • Se o teste for para esmalte, a bolinha deve ficar mais na incisal; Se for para dentina, a bolinha deve ficar mais na cervical; • O esmalte, por ser mais translúcido, necessita de resina que permita maior passagem de luz. Já a dentina, por ser mais opaca, necessita de uma resina que permita menor passagem de luz; • A literatura indica que, para realizar esse teste, a iluminação ideal proveniente da luz solar natural é a das 10 horas da manhã ou das 2 horas da tarde. Pois, antes das 10, prevalecem os raios azulados e depois das 2, prevalecem os raios avermelhados; • Todos os dados com relação a seleção de cor (matiz, croma) devem ser anotados no prontuário. Resinas Bulk Fill: • “Bulk Fill” significa preenchimento em massa”; 1. Contração de polimerização e tensão gerada de modo controlado para minimizar os danos à camada híbrida.; 2. Possibilidade de ser polimerizada em incrementos maiores que os tradicionais de 2 mm; Há uma técnica chamada de estratificação, que consiste em utilizar resinas diferentes em uma restauração, a fim de mimetizar as características relacionadas a cor do dente. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto 3. Propriedades mecânicas que a tornam passível de receber cargas mastigatórias de modo direto ou indireto; 4. Estética que seja, no mínimo, boa, para que possa ser usada em áreas posteriores que podem influenciar na estética, especialmente nos pré-molares; 5. Apresenta moduladores de polimerização: substâncias químicas que conseguem diminuir ou fazer com que as tensões geradas pela polimerização ocorram de modo mais controlado; 6. Possui fotoiniciadores específicos: maior e melhor sensibilidade à ação da luz do aparelho fotoativador (potentes); 7. O aumento da translucidez: a luz passa mais facilmente pela resina e consegue atingir áreas mais profundas; 8. Alteração nas partículas de carga: alguns fabricantes citam o uso de partículas de carga que funcionariam como “molas microscópicas” que minimiza os efeitos negativos da contração. • Com a Bulk Fill de baixa viscosidade (flow) -> realizar a técnica de aplicação da Bulk fill flow + convencional; • Bulk Fill de alta viscosidade – pode ser aplicada sozinha na cavidade. Referências: BARATIERI, Luiz Narciso et al. Odontologia Restauradora: fundamentos e técnicas. São Paulo: Livraria Santos Editora Ltda, 2010. Aula teórica de Dentística laboratorial. Faculdade Maurício de Nassau, Professor Rodolfo Xavier de Sousa Lima, Odontologia, 2021. Importante: utilizar aparelho de fotoativação 1000 mW/cm2 – 3ª geração. A fotoativação dessa resina é bem rápida. De acordo com a literatura, as resinas Bulk Fill apresentam resultado igual ou superior às resinas convencionais. Possuem uma performance clínica segura e positiva. Não apresentou diferença significativa das resinas convencionais.
Compartilhar