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1 2 Sinopse Ivy encontrou seu cavalheiro perfeito, só que ela agora não tem certeza se queria um cavalheiro. Será que ele abaixará a guarda e, quando o fizer, seu passado a obrigará a correr para as colinas? Com a perfeita Bela Adormecida, seu namorado Kian está tentando manter sua vida sob controle. Ele está se apaixonando por Ivy, mas ele não tem a menor ideia do que fazer com ela quando ela está acordada. 3 4 5 Capítulo Um Ivy “Talvez, da próxima vez que eu te beijar, você estará acordada.” Meu Deus, pensei que ele ia me beijar naquele momento. Ele estava tão perto que eu podia sentir o jeito que sua respiração constante subia e descia. Seu cheiro me deixou tonta, e os meus joelhos enfraqueceram com a antecipação. O canto de sua boca se inclinou em um sorriso provocante. Tão perto que eu podia saboreá-lo. Só que ele não me beijou, ele se afastou e eu senti como se ele tivesse arrancado meu coração com um único passo para trás. Kian me levou de volta para o meu carro, segurando minha mão, mas nada mais do que isso. O ar entre nós se chocou com a carga de eletricidade e a tensão era palpável. Eu estava nessa bolha e a única coisa que existia era Kian, mas a bolha estourou quando ele beijou a minha bochecha e fechou a porta do carro, terminando nosso encontro. Dirigi para casa com as mãos trêmulas. Tive um bom tempo, mas me senti tão - tão rejeitada e desiludida. Naqueles 6 poucos momentos eu queria que ele me beijasse, para me empurrar contra o corrimão e me violentar, mas não. Não, Kian ele é um maldito cavalheiro. Um cavalheiro misterioso, fascinante, maior pegador e que está me enlouquecendo! Mais enlouquecida. Porque eu já me sinto maluca. As coisas estão fora do controle, eu preciso ir e ter minha dose de medicação corrigida. Estou esquecendo as coisas, sinto que estou vendo coisas e a ansiedade e o medo me dominam. Eu preciso de ajuda. Ajuda - e transar. Santo Deus, estou com tesão. E o Sr. Maldito Cavalheiro está tornando impossível eu pensar em qualquer outra coisa. — Vou sair com Kian hoje à noite. – eu digo para Misha, que está no viva-voz enquanto eu me visto. — E hoje à noite não há como ele ser um cavalheiro e me beijar na bochecha. Ele não vai ser capaz de resistir a mim nesta roupa. – eu digo olhando no espelho. — Ah, sua vadia pervertida. – ela faz um som de gemido que é tudo menos sexy. — Não entendo, ele parecia afim de mim, então nos aproximamos e, não, ele simplesmente para. Eu posso ver o seu tesão, sei que ele é atraído por mim, mas ele para todo maldito tempo! — Ele é gay? — Não é gay. – Definitivamente não. — Então não é gay. — Ele é virgem? — O jeito que ele fala obscenidades, eu duvido disso. — O que você está vestindo? – ela pergunta. 7 — O vestido verde. — Simmm. – ela sussurra no telefone. — Meias, cinta-liga e estou sem calcinha. – eu não vou deixar nada ao acaso hoje à noite. Hoje à noite eu vou fazer sexo, mesmo que eu tenha que encontrar alguém no Tinder depois que ele se for. — Estou farta de jogos. – Misha ri de mim. Eu estico as meias de rendas até minhas pernas depiladas e isso me dá arrepios. Tenho aquela sensação desagradável de estar sendo observada. Eu olho em volta do meu quarto como se alguém estivesse lá, e tento acalmar minha mente estúpida. — Deixe-me adivinhar, você está vestindo os saltos de “foda-me” e seu cabelo está solto para que ele possa puxá-lo. – ela é a única com a mente poluída, mas posso dizer sem dúvida que é exatamente o que eu estou fazendo esta noite. — Você acha que sou eu? Há algo de errado comigo? Eu quero dizer, por que ele não iria querer fazer sexo comigo? Porra, nem me beija direito. Estou enlouquecendo. Eu sonho com ele à noite e eles não são sonhos para menores de 13 anos. – Meu celular apita com uma mensagem recebida, distraindo-nos da nossa conversa. — Atenda ele. E me ligue depois que for completamente fodida. – Misha ri e desliga a ligação. Kian: Você está ficando bonita para mim? É de Kian, e eu olho ao redor da sala novamente como se alguém pudesse me ver. É claro que ele está dizendo isso 8 porque temos um encontro, ele sabe que eu vou me preparar para vê-lo. Eu: Estou ficando bonita para mim. Queria dizer algo mais como 'Estou ficando bonita porque quero ser fodida, mas você não está interessado, então não é para você'. Eu não sei. Estou irritada com ele e isso é irracional e estúpido. Eu: Vejo você agora, quando tudo terminar, eu estou ficando bonita. ;) Kian: Use calcinhas bonitas, eu gosto de renda. Como ele sabia? Talvez esteja apenas sendo engraçado. Eu engulo a náusea que sobe na minha garganta. Minha coluna arrepia de desconforto quando pego uma calcinha de renda verde para combinar com o sutiã de renda que eu estou. A renda e o cetim são suaves contra a minha parte íntima recém- depilada. Eu realmente espero que ele tenha dito isso porque esta noite é a noite. Eu sempre uso calcinhas bonitas… se você me despisse, saberia. Não posso evitar, a parte maluca de mim acabou de assumir e eu apertei o enviar. 9 Você quer que eu te dispa? Prefiro ver você se despir para mim. Agora ele está apenas me provocando e me irritando, fazendo-me apertar minhas partes íntimas mais forte do que antes. Tudo o que posso pensar agora é ele sentado na cadeira em frente à minha cama me vendo tirar as minhas roupas de baixo rendadas. Eu me toco sobre o tecido frágil da minha calcinha e estou tão apertada que é quase o suficiente para me fazer gozar. Espero que você esteja pronto para um show depois do jantar. Seu perfil muda para off-line e ele não responde. Estou irracionalmente chateada quando fecho o vestido que transmite minhas intenções tão bem. Eu vou seduzir ele hoje à noite. 10 Capítulo Dois Kian Posso vê-la pela porta do quarto que ela deixou aberta. Ela estava conversando animadamente com alguém no viva-voz antes de eu mandar uma mensagem para ela. Eu podia ver o plano dela, o jeito que ela estava tomando cuidado extra para se preparar. Estou a deixando louca. Ela está perdendo a cabeça, um pouco de cada vez. Eu ainda observo ela dormir, mas ela não descansa mais. Ela geme e se toca, chamando meu nome em seu sono. Não há nada mais erótico do que vê-la foder comigo em seus sonhos. Eu tenho me segurado porque sou mais atraído pela versão adormecida dela, não quero estragar isso a beijando quando ela está acordada. De longe, ela é tudo de que preciso e, de perto, ela é esmagadora. Isso me assusta. Nunca levei isso tão longe antes, nunca as conheci quando estão acordadas. Da escuridão, escondendo-me nas sombras, observando enquanto dormem, é como gosto de admirá-las. Mas Ivy, ela capturou minha atenção e eu não posso me afastar. Não quando ela está dormindo e não 11 quando está acordada. Eu não consigo o suficiente dela, isso está ficando perigoso agora. Eu continuo me aproximando, toda noite eu fico até mais tarde, fico mais tempo, fico mais perto. Ela não vai me deixar sair esta noite sem dar mais a ela. Eu posso dizer que ela está frustrada, confusa e excitada. Um beijo na bochecha não será suficiente. Vou ter que dar-lhe algo para que eu possa continuar recebendo o que eu preciso. Não posso continuar vendo, então eu desligo meu celular e vou tomar banho. Preciso de tempo suficiente para pegar um Uber para pegar meu carro. Não posso tê-la vendo ele aqui em sua vizinhança. Ela está no limite, está procurando coisas fora do lugar e sei que faria perguntas se achasse que eu estava perto demais para me encorajar. Ela acha que seu ex está de volta à cidade, que ele está a seguindo. Ele não está. Ele não é mais um problema, ela deveria parar de se preocupar.Suas anotações adesivas verdes estão na minha cômoda e eu sorrio para o sorriso fofo de sua caligrafia, a forma como suas letras fluem da maneira mais feminina. Eu amo o jeito que ela escreve anotações para si mesma, o jeito que ela tem de se lembrar do que merece. Eu não peguei mais nada de sua casa - ainda. Apenas suas anotações, gosto do jeito que me sinto ligado a ela através delas. Nós não nos vemos há alguns dias, bem , ela não me viu. Estou ansioso para passar o tempo com ela e ela parece um presente esperando para ser desembrulhado naquele maldito vestido. Controlar-me pode ser difícil hoje à noite. Alivio um pouco da minha tensão sexual no chuveiro, me masturbando com a lembrança dela transando com o seu travesseiro enquanto dormia, o jeito que seus lábios deixaram 12 escapar o meu nome. Apenas o pensamento é o suficiente para me fazer gozar. A tensão entre meus ombros desaparece quando ejaculo nos azulejos frios do meu chuveiro. Todo o estresse reprimido de segurar meus desejos é liberado e meu corpo se solta. Seguro uma mão contra a parede para me apoiar enquanto o xampu escorre do meu cabelo pelo ralo. Deus, ela está me deixando tão louco quanto eu estou a deixando. Eu me visto melhor do que o necessário para onde estamos indo, porque eu sei que ela está maravilhosa e eu quero que ela pense que me importo. Que quero parecer bem para ela. Ainda com os pés descalços, pego duas bebidas energéticas geladas da geladeira e as tomo rapidamente, injetando cafeína no sistema para tentar compensar o sono que nunca consigo sentir. Sua nudez interrompeu minha soneca e me distraiu do descanso que tanto precisava, mas nunca encontrava. Não querendo ser sugado de novo, entro no meu quarto e termino de me arrumar, não posso vê-la daqui. Coloco minha loção pós-barba e o meu quarto cheira como se eu estivesse usado demais quando termino. Eu chamo um Uber e uso a escada dos fundos para sair do prédio e esperar onde ela não pode me ver de seu prédio. Ele leva onze minutos para chegar a mim e outros vinte e oito para me deixar na garagem onde mantenho meu carro. Sendo cuidadoso. Sempre com cuidado. Verifico meu relógio antes de entrar no meu carro. Ela disse que eu poderia buscá-la hoje à noite, sem carros separados. Ela está baixando a guarda. Ficando confortável. Ou desesperada. Meu coração dispara quando a cafeína e o pensamento dela em meu banco de couro entra em ação. Meus pneus cantam no chão liso da garagem quando saio com tempo suficiente para chegar cinco minutos mais cedo. Todo farol 13 vermelho me faz ranger os dentes e a antecipação de vê-la me deixa nervoso. Não posso esperar para sentir aquele vestido quando eu a puxar para perto, eu quero respirar o doce perfume que ela espirrou entre seus seios, e inalar sua alma com ele. O farol fica verde, e alguém atrás de mim buzina, eu estava perdido em meus próprios pensamentos e senti falta dela. Sua impaciência me irrita, o som detestável estourou minha bolha de Ivy e me fez ciente das coisas ao meu redor. Como o fato de que eu deveria ter limpado meu carro, e quão lento o trânsito está fluindo na direção que preciso ir. Verifico meu cabelo no meu espelho retrovisor. Preciso descansar um pouco, mesmo que não durma. Eu preciso diminuir a velocidade. Há uma vaga de estacionamento gratuito perto de sua porta, e quando eu o coloco, olho por cima do meu ombro para onde minha janela tem vista para este local. O lugar onde eu a vejo. Meu predileto. Eu olho para a porta dela, e então volto para o relógio no painel. Sete minutos, não é cedo demais. Pego as escadas e não o elevador, o som dos meus pés aumentando meu ritmo cardíaco acelerado. O pico de cafeína pode ter sido demais, uma bebida teria feito o trabalho. Meus dedos estão prestes a bater na porta quando ela abre com um amplo sorriso. Eu posso sentir o cheiro dela, senti-lo, ele está me cercando, assumindo os meus sentidos enquanto a cumprimento. — Oi, linda. – Passo o meu olhar para cima e para baixo dela, eu não posso evitar a maneira como meu corpo reage. — Oi. – ela beija minha bochecha, se aproximando. Seu corpo está quente, o calor irradia dela e mesmo sem tocar eu posso sentir isso. Eu a beijo também, desta vez em sua boca, é casto e suave, mas a faz suspirar. O som suave me sacode como 14 um terremoto, ela faz o mesmo som quando está dormindo. Por que tudo é tão diferente com a Ivy? Eu quero perder o controle. Quero mais do que eu queria antes. — Você está pronta para ir? – eu pergunto quando ela fecha a porta atrás dela. — Eu acho que estou, onde exatamente estamos indo? — Jantar e em algum lugar. – digo com um sorriso e pego sua mão na minha, ela está nervosa e a mão dela está suada. Esperamos em silêncio que o elevador se abra, ela olha para os sapatos e eu também olho. Os saltos pretos agulha deixam suas pernas lindas e eu as imagino envoltas em meus ombros e ela em nada mais. Me movendo, eu me arrumo para que ela não possa ver o efeito que ela tem em mim. A porta se abre com um som e eu coloco minha mão na parte de baixo das costas dela e a conduzo para dentro. Ivy está mais quieta do que o normal, e ela olha de lado para mim, eu o mantenho no espelho e não faço nenhum esforço para esconder o fato de que estou olhando para ela. Bebendo ela, e deixando minha mente vagar para o que sei que está embaixo daquele vestido. Aposto que os mamilos dela estão duros como pedra contra o sutiã. — Você realmente não vai me dizer para onde estamos indo? – ela faz beicinho e eu quero morder o lábio inferior. — Não. – balancei minha cabeça e lhe dei um sorriso diabólico. Colocando meu braço em volta de sua cintura, eu puxo-a para o meu lado e a seguro lá. Perto o suficiente para fazer seu pulso acelerar, mas longe o suficiente para mantê-la querendo muito mais. Eu abro a porta do carro para ela, e vislumbro sua calcinha enquanto ela sobe o mais graciosamente possível. Ela me viu, e 15 suas bochechas coraram de rosa, da mesma cor dos seus mamilos. Eu fecho a porta e tomo um tempo para me ajustar novamente, esses jeans são muito apertados para uma ereção como a que ela me dá. Mesmo quando ela está acordada. O restaurante está tranquilo, mas eu faço questão de me sentar à sua frente e não ao seu lado. Ela cruza as pernas, pressionando-as juntas. Sei que ela está pensando em todas as coisas que ela quer que eu faça com ela. As coisas que não vou fazer com ela enquanto estiver acordada. Pedimos vinho, ela bebe metade da garrafa e sua postura muda, ela relaxa e sorri mais. Recostando-se na cadeira, ela agita os cílios e lambe os lábios, tentando me seduzir. — Então, para onde estamos indo? – ela tenta novamente para eu contar a ela, introduzindo a pergunta em nossa conversa sobre seu trabalho e seus amigos. Tentando me enganar com seu sorriso malicioso e sua pele corada, me atraindo para uma armadilha, mas não estou caindo nela. — Nós estamos indo a lugar nenhum até que tenhamos a sobremesa. – eu a provoco, pegando a sua mão sobre a mesa e deixando meu joelho tocar sua perna. Ivy lambe o chocolate da colher, fazendo um espetáculo só para mim. Eu sei que ela está fazendo um ponto, mas não sou o único aqui que pode vê-la. Uma pontada de ciúmes me atinge bem no peito. Sua língua lambendo-a, do jeito que seria se eu a deixasse colocar em mim. O pensamento de seus lábios carnudos em volta do meu pau me faz suar, a temperatura sobe cem graus com uma única imagem na minha cabeça. Pego o cheque porque não posso suportar mais um minuto disso. Secretamente, gostaria de poder drogá-la e vê-la dormir no meu carro. Isso seria muito ousado, é muito cedo para fazer 16 algo assim. O drive-in na cobertura é um segredo bem guardado, há apenas alguns ingressos à venda para cada sessão. Nós estacionamos enquanto o sol se põe, esperandoo filme começar. Ivy sorri de emoção, ela riu quando percebeu o que íamos fazer. Ganhei dez por romance escolhendo este lugar. As luzes se apagam e os créditos de abertura passam. Eu abro as janelas apenas o suficiente para que não fiquem embaçadas antes de colocar minha mão em sua coxa. Dê um pouco, Kian, digo a mim mesmo e aperto suavemente. Ivy coloca a mão sobre a minha. Ela quer que eu suba mais, ela ainda quer mais. Mudando de lugar, ela finge assistir ao filme. Vejo seus olhares de lado e sua inquietude. Levantando a mão para a minha boca, eu beijo seus dedos suavemente antes de colocar a mão no meu colo, dando-lhe o poder de tomar mais se ela quiser. Olhando para frente, não vejo o filme, tudo o que vejo são as imagens na minha cabeça dela na cama. O gosto daquele beijo ainda permanece na minha língua e eu me pergunto se ela vai ter o mesmo quando estiver acordada? Eu sinto seus dedos se moverem, morrendo de vontade de dar o primeiro passo, mas com medo de pará-la. Eu vou pará-la. 17 Capítulo Três Ivy Eu queria pegar o pau dele através dos jeans perfeitamente justos, e considerei rastejar sobre o painel central e sentar nele, então não tinha como escapar. Mas minhas inseguranças levaram a melhor sobre mim. Meu estômago deu um nó com "e se" e "por que" até que não consegui segurá-la por mais tempo. — Existe uma razão para estarmos no lugar mais romântico de todos os tempos e você ainda não me beijar? – eu puxei minha mão para longe de onde ele colocou em sua perna musculosa e vestida de jeans. — Porque isso já está ficando velho. Eu não entendo, se você não gosta de mim, por que continua me convidando para sair? Os olhos de Kian escurecem quando ele olha para mim, e há um flash de algo neles que me assusta. Ele parece ferido pela minha pergunta, como se eu o tivesse ofendido. Eu sou a única que deveria estar ofendida, eu continuo me jogando nele e ele apenas - simplesmente não faz nada. 18 — Ivy. – ele balança a cabeça, e o olhar violento em seus olhos desaparece. — Eu gosto muito de você, e meu Deus, quero fazer todas as coisas sujas com você que estão passando pela sua mente. Elas estão correndo pela minha também. Ele pega a minha mão de novo, segurando-a, passando o polegar sobre meus dedos de novo e de novo. A conexão física me distrai da minha própria raiva. — Você não gosta desses sentimentos? O querer, esperar e antecipar? Amo esses sentimentos, às vezes conseguir o que você quer muito cedo, estraga isso. Eu quero saborear esse sentimento, esse desejo que é como a eletricidade entre nós. Estranhamente, o que ele diz faz sentido. Eles são excitantes e emocionantes de se sentir desta forma. — Eu quero você, Ivy. Mas, gosto de querer você, então eu vou tomar meu tempo e apenas aproveitar isso, até que eu não possa mais controlar. – ele se inclina, colocando meu cabelo atrás da minha orelha para sussurrar. — Então, vou tornar você minha. – Sua respiração no meu pescoço agita o meu interior, provoca pensamentos que eu não posso desligar e eu me inclino para ele, desesperada por mais. Ele beija a minha bochecha suavemente, segurando a minha mandíbula em sua grande mão. É um beijo suave, doce e inocente, mas a maneira como ele disse minha deixa obsceno, provocando desejos e provocando uma necessidade em mim. Ele é um cavalheiro paciente filho da puta. Porra. — Hoje à noite, no entanto... – ele diz e eu prendo a respiração, com seus dedos descendo pelo meu pescoço até o meu decote exposto. — Hoje à noite eu quero beijar você, quero tanto que não tenho como me impedir. – Por favor, me beije, porra. — Posso te beijar, Ivy? — Sim. – sussurro baixinho, com minha voz atada com desespero. Virando a cabeça um pouco para que os nossos 19 lábios estejam perto o suficiente para que eu possa prová-lo já, olho em seus olhos escuros e sei que ele me quer. Meu interior aperta com antecipação, esperando que ele se aproxime. A sensação agradável de borboletas no meu estômago e a necessidade dolorida entre as minhas coxas está me deixando louca, já que segundos levam horas para passar. Kian lambe o lábio inferior lentamente, como se ele estivesse com fome e se preparando para devorar uma refeição. Sua mão está na minha nuca me puxando ainda mais perto, o painel central crava em mim quando me aproximo, me deixando no colo dele. Seus dedos se prendem no meu cabelo e posso sentir o cheiro de loção pós-barba, o cheiro amadeirado é masculino e puro. Imagino como é a pele dele sob a camisa que se agarra a seu peito largo, passando a mão por ele. Ansiosa por mais. Quando seus lábios encontram os meus pela primeira vez, paro de respirar e paro de pensar. Nada importa, apenas a sensação de sua boca na minha, o jeito que ele me beija com o desejo contido, apenas tomando um pouco. Seus lábios, são como doces para uma viciada em açúcar e não consigo o suficiente. Colocando as mãos em ambos os lados do meu rosto, ele me puxa para ele, me segurando ainda, me beijando mais forte. Sua língua dança com a minha em um perigoso tango. Minha respiração é roubada por ele, meu coração acelera e minha cabeça balança com a luxúria que explode entre nós. Eu quero que ele me toque em todos os lugares. Eu preciso de mais do que isso. Kian e eu nos beijamos a noite toda e eu nunca vi um momento do filme. Foi quente, forte e o mais fodido beijo de 20 destruição que eu já tive. Mas, não teve nada mais, ele não me tocou onde o meu corpo gritava para ser tocado. Ele me alimentou com migalhas de pão quando eu queria o pão inteiro. Pelo menos eu sabia que ele estava definitivamente afim de mim, ele estava apenas indo devagar e curtindo a perseguição, o desejo. Ele me beijou na minha porta e depois a fechou entre nós, me mandando para a cama, me dizendo para dormir bem. — Sonhe comigo. – disse ele. Sonhei com ele todas as noites. Ambos os nossos horários foram loucos e, além de um almoço rápido, não consegui vê-lo novamente desde o nosso encontro no drive-in. Ele disse que tem que sair da cidade esta semana, que sairíamos na sexta- feira quando ele voltasse. Eu não posso esperar. — Juro que não posso encontrar meus malditos óculos novamente. Eu os coloquei na mesa de café enquanto estava trabalhando ontem à noite, eu sei disso. Eu não posso trabalhar sem eles. – eu lamento para Misha durante o almoço. — Estou perdendo tudo. Continuo esquecendo onde coloco as coisas. Eu me preocupo com a possibilidade de estar ficando sonâmbula. — Você precisa tirar férias. 21 — Não posso sair de férias. – eu disse para ela, porque ela sabe que eu não posso. — Como é o 'alto, moreno e fodível'? Você já entrou nas calças dele? — Ah. – suspiro, porque Deus sabe que eu tentei. — Nós finalmente nos beijamos, como se você fosse um beijo de dezesseis anos. Mas ele diz que quer ir devagar, que ele gosta do sentimento de querer algo mais do que a sensação de tê-lo. — Ele é estranho - ou gay. Mas, principalmente estranho. — Ele não é gay! – digo um pouco alto demais, recebendo mais do que alguns olhares de todo a cafeteria. — Ele é apenas diferente, ele é um cavalheiro adequado, que você sabe que é difícil de encontrar nos dias de hoje. — Isso é verdade, mas até mesmo cavalheiros gostam de sexo. – ela tem sexo no cérebro. Minha espinha arrepia e olho em volta - é como se houvesse olhos me apunhalando. Estou sendo vigiada, mas não há ninguém me observando. — O que há de errado? – Misha pergunta, percebendo meu desconforto. — Continuo tendo essa sensação de que alguém está me observando. Não me chame de maluca, mas tenho certeza de que alguém esteve no meu apartamento. — Você está louca. – ela diz isso com um sorriso preocupado. Nós duas sabemos que tenho uma história. Um passado não tão divertido, em que namorados parecidos com stalkerseram um problema. Mudei para cá por causa disso. — Ele não está aqui, Ivy. — Eu sei, talvez precise ir buscar meus remédios, ou talvez esteja apenas cansada. Não sei, tem algo está estranho apenas. 22 — Está sexualmente frustrada, esse é o problema. Transe e você deixará de ser tão paranoica. – O sexo é sua resposta para tudo. — Você é uma amiga terrível. — Eu te disse isso no primeiro dia que nos conhecemos. – Misha me lembra. Ela não está mentindo, foi uma das primeiras coisas que ela disse. Sou uma amiga terrível, mas gosto de você. Ela nunca mentiu sobre nada, é por isso que a tolero. Sua honestidade brutal é refrescante. Termino meu bagel, e engulo com o último gole do meu café gelado antes de sairmos. Assim que eu saio, sinto arrepios em minha pele e tenho certeza que alguém acabou de passar por cima da minha sepultura. Eu olho para os dois lados da rua e os prédios, mas novamente não há nada lá. Pego meu celular e envio uma mensagem para Kian, só para deixá-lo saber que estou pensando nele, esperando contra a esperança de ouvir sobre ele. Eu me tornei aquela garota patética esperando um garoto me mandar uma mensagem - foda-se. Não soube de Kian, ele disse que estava indo embora para o trabalho. Quando abro meu notebook e tomo meu vinho, verifico meu celular novamente e percebo que nem sei o que ele faz. Digito o seu nome na barra de pesquisa do Facebook, mas nada aparece, nem mesmo uma sugestão. Estranho. Quem não tem redes sociais? Justifico o fato de que ele não está 23 perdendo nada na face da terra. Eu tento o Google, e tudo que eu vejo é uma foto dele, muito mais jovem, com a sua família em um evento de caridade para um hospital infantil em outro estado. Ele parece diferente, mas o mesmo de certa forma. Seu cabelo era mais longo, indisciplinado e tinha uma forma infantil. Agora ele é viril e mais velho. Gosto mais do Kian mais velho - muito melhor. Eu procuro sua família, mas não há muito além de algumas imagens de seu pai que era um médico bem conhecido e pesquisador médico. Sacudindo meus desejos de stalker, eu bebo metade do meu vinho, pego as minhas anotações adesivas e começo a passar pela montanha de trabalho que não consegui me concentrar nesta tarde. Desde Kian, eu não preciso me lembrar de quantas vezes eu valho, eu não preciso das notas pessoais com metade dele. Talvez essa coisa devagar seja boa para mim. Quando o vinho me deixa com as pálpebras se fechando, levanto, escovo os dentes, pego as minhas pílulas e coloco uma blusa e a minha calcinha. Com preguiça de procurar pijamas, caminho para a cama e sonho com Kian. Só nos meus sonhos ele não é um cavalheiro. 24 Capítulo Quatro Kian Beijar Ivy quando ela está acordada foi o meu primeiro erro, gostar tanto quanto eu estava era um erro ainda maior. Seu gosto está queimado na minha língua, seus sons suaves presos em meus tímpanos, tornando difícil se concentrar em qualquer coisa. Mas preciso me concentrar. Eu preciso dormir. Apenas um cochilo breve, qualquer coisa. Minha mente está gritando por descanso. Quando fecho os meus olhos, tudo que vejo é ela. Eu preciso que isso pare. Oi cara, fui na sua casa, não tem ninguém em casa? O vizinho disse que você está de férias... Verdade? Para onde você foi? 25 Porra, porra... porra! Como eu digo: “bem, mudei-me de cidade para ver a mais recente obsessão da minha vida, o trajeto estava me matando?” Esse cara me conhece, mas não essa minha parte. Corben teria me comprometido em um piscar de olhos, ele é um psiquiatra por causa disso. Oi, estou na casa de um colega de trabalho do outro lado da cidade. Ele precisava de alguém para alimentar seu gato. Parece plausível. Você odeia animais. Ele é louco? Esse pobre gato ainda está vivo? Quando você volta? Estamos nos reunindo na quinta-feira, é o aniversário da Jen, você sabe... Austin queria fazer alguma coisa. Jen, claro que eu sei. Eu sei mais do que qualquer um deles sabem. Estar lá será uma tortura, mas não estar será um insulto aos meus melhores amigos. Onde? Eu estarei lá. Eu não quero estar em outro lugar senão na poltrona observando Ivy dormir à noite, mas vou ter que ir. Preciso de 26 algum espaço, não posso continuar assim e permanecer no controle. Eu digito uma mensagem de texto para Ivy que eu estou saindo da cidade para trabalho e que vou vê-la na sexta- feira. Isso me dá quatro dias para recarregar, ver meus amigos e voltar aqui sem disparar o alarme. Pegando algumas coisas, eu as enfio em uma mochila e chamo um Uber. Esperando no meu lugar habitual atrás do prédio, ignoro sua mensagem de texto e desligo meu celular. Eu não estou disponível até que eu possa me recuperar por um tempo. Meu motorista para do lado de fora do prédio, a placa desbotada acima da porta me lembra de quantas vezes fiz isso. Era nova a primeira vez que fui trazido para cá. CLINICA DO SONO. Este lugar me salvou algumas vezes ao longo dos anos. — Três dias, me ajude e me coloque para dormir Doutor. – digo ao médico que se tornou minha tábua de salvação ao longo dos anos. — Eu não posso mais. Eu tentei. — Ok, vamos arrumar uma cama e colocar você para dormir. Kian, precisamos trabalhar em uma solução melhor. Eu posso ver que você ficou assim por muito tempo. — Eu sei. Tenho me distraído. – não minto, eu me distraio com ela dormindo. Ela me roubou o pequeno sono que consegui encontrar. — Nós já falamos sobre isso antes, Kian. Você precisa eliminar as distrações. Não posso te ajudar se você não se ajudar. – Sei que ele está certo. O problema é que eu não quero me ajudar desta vez, não tem como eu me afastar de Ivy. Já 27 cruzei uma linha e sei exatamente como essa história vai acabar. — Eu estou tentando. – minto através dos meus dentes. — Ok, vamos dar entrada e mandar você para la-la land por alguns dias. Você deixou seus pais saberem que você está aqui desta vez? – ele pergunta com uma preocupação silenciosa. — Papai sabe que eu estou aqui. – Não é mentira, mandei uma mensagem para avisá-lo, porque se eu não fizesse o amigo médico dele aqui faria. Ele balança a cabeça e eu o sigo pelo corredor familiar até o fim, o mesmo cômodo que tenho a cada visita. Eu tranco os meus pertences no pequeno armário ao lado da cama, e me dispo em meus boxers. Essa rotina é uma que conheço bem. O médico me deixa a vontade, voltando com uma enfermeira, um carrinho de remédios e um gráfico. Ela é gentil com a intravenosa, que é uma mudança das últimas vezes que visitei. Enquanto ela pega a medicação, sou tomado pelo calor, depois pela imprecisão e, finalmente, me afasto no sono que não consigo encontrar sozinho. Eu nado na escuridão feliz que afoga minha mente hiperativa. — Kian, você precisa manter as coisas sob controle. Você sabe que pode realmente morrer por não dormir - isso é uma verdade. – Meu médico fala seriamente enquanto arrumo as 28 minhas coisas, mas não consigo ouvi-lo. Tudo o que posso pensar é passar pela noite e ver Ivy. Senti a falta dela. Quando eu abri os olhos, ela foi o primeiro pensamento na minha cabeça, e esse vazio no meu interior por sentir falta dela. Ela me mandou uma mensagem mais de uma dúzia de vezes, as últimas pareciam irritadas e desconfiadas. Porra. Deveria ter sabido. Ivy não gosta de ser ignorada, ela gosta de atenção. Suas mensagens de textos e de voz ficaram mais desesperadas à medida que a semana passava. Sei que se ligar para ela agora ela vai querer me ver hoje à noite, ela não será capaz de esperar até amanhã. Ela tem pensamentos passando por sua cabeça, aqueles em que estou com outra mulher ou pior. Meu Uber está esperando no estacionamento em frente, e por mais que precisasse disso, estou sempre feliz em sair. O motorista parece rude, como se tivessetrabalhado a noite toda e bebesse um gim no café da manhã, mas não julgo. Às vezes, eu pareço grosseiro e não tem nada a ver com beber ou comemorar. Não, isso é apenas a minha incapacidade crônica de dormir. Esta coisinha para vê-la se mantém em mim, coçando por baixo da superfície. Eu sei que vou para ela depois que ela estiver dormindo esta noite. Eu vou vê-la em seus lençóis de algodão branco. Eu bocejo, com as drogas ainda me deixando lento e minhas pálpebras pesadas, apenas não pesadas o suficiente para fechar e dormir por si mesmas. O motorista me leva para casa, minha verdadeira casa. Isso está indo longe demais, rápido demais. Ela é mais do que eu planejei, muito mais. Alguma distância pode ajudar agora que eu dormi e 29 minha neblina na cabeça se dissipou, talvez eu veja a razão e pare com isso agora. Não há uma chance do caralho. Depois de um banho, e folheando uma revista de carros, eu fui à farmácia há algumas semanas, minha inquietação está pior do que nunca. Eu faço algo que nunca fiz antes. Você gostaria de vir comigo para encontrar meus amigos hoje à noite? Senti sua falta e não quero esperar até amanhã. Eu digito o texto sem pensar, sem lembrar por que estamos nos encontrando em primeiro lugar. Porra, porra, porra. Esta é a pior ideia que tive em séculos. Eu vejo a mensagem lida, então os três pontos aparecem, mas depois desaparecem novamente sem uma resposta. Ela está chateada. Espero pacientemente para ver se ela responde para mim, talvez ela vai perceber o quão grande isso é para mim. Percebendo a profundidade da porra em que me aterrei apenas perguntando a ela, eu ligo para o número de Corben e espero pacientemente que ele responda, ou para o correio de voz para me dizer que ele está com um paciente. — E aí cara. Você está vivo? – ele responde, como se ainda fôssemos colegas do colegial. — Eu estou vivo. Eu tinha algumas coisas de trabalho para fazer. – Todos pensam que eu trabalho para a fundação do meu pai, o que tecnicamente faço - eles me pagam para não entrar e foder as coisas. Esse é o meu trabalho, não interferir. 30 — Nós estamos vendo você hoje à noite? Você parou de responder minhas mensagens de textos. — Sobre isso... – eu começo e ouço-o respirar. — Olha cara, você pode pelo menos aparecer, pelo menos uma vez. — Eu disse que estaria lá! O que eu estava tentando dizer é que posso trazer alguém comigo... uma amiga. – Seu silêncio chocado dura mais do que eu me sinto confortável. Limpando minha garganta, eu me apronto para dizer algo mais quando ele diz: — Uau, você está saindo com alguém, ou esta amiga te cobra por hora? Quero matá-lo. Se pudesse rastrear o celular e estrangulá- lo, eu o faria. — Eu estou saindo com alguém, e se você disser qualquer coisa, mesmo perto disso na frente dela, eu vou matar você com minhas próprias mãos. Isso foi um golpe baixo. — Pelo menos sabemos onde você esteve. – ele tenta esclarecer seu comentário. — Está na hora, Kian. Você chorou por muito tempo. Já passava da hora. Como ela é? Qual é o nome dela? – ele começa com perguntas, e eu egoísta não quero compartilhar as respostas com ele. — O nome dela é Ivy, e ela é… hum… ela é especial. Se ela vier comigo, você pode ver por si mesmo. Só não seja um idiota, e você poderia dizer isso a Austin por mim? 31 — Porra, sim, vou dar-lhe um aviso. Por que vale a pena, Kian, estou feliz por você. Se você soubesse a verdade, ficaria infeliz, ficaria desapontado comigo, meu amigo. — Obrigado, eu te vejo mais tarde. — Até mais tarde, Kian. – ele diz e eu desligo antes que ele possa dizer mais. Não quero ir. Lembrar dói. Jen não é algo que eu me lembre - ela está comigo toda vez que eu fecho os meus olhos. Talvez, ter a Ivy tornará mais fácil. Espero que ela venha comigo. Por favor, venha comigo. 32 Capítulo Cinco Ivy — O que é isto? Não retornou as mensagens de textos por três dias inteiros então “quer conhecer os meus amigos?”. Eu quero dizer, quem faz isso? — Bem e você? Quer conhecer os amigos dele? — Eu realmente nunca pensei que ele tivesse amigos, ele está sempre sozinho. Ele nunca fala sobre eles, pelo menos eu falo sobre você. — “Conhecer meus amigos” poderia ser um código para sexo. – Misha bufa e ri da sua própria piada sem graça. — Não é brincadeira. O que devo dizer para ele? Eu estou brava com ele, lembra? Estou preocupada que ele tenha uma esposa secreta, ou uma namorada ou uma família inteira em outro estado! Estou chateada! Por que ele me pediu para conhecer seus amigos quando sabe que estou chateada? – Minha última nota de voz não foi muito bonita. 33 — Talvez ele esteja com medo de ficar sozinho com você caso você o mate. – ela realmente acha que é engraçada agora. — Porra. Eu vou? — Sim, você vai! Seus amigos lhe dirão todas as coisas que ele não vai dizer. – ela tem razão. Eu vou com você. Mas precisamos conversar. Antes ou depois. Eu estou brava com você. Eu mando uma mensagem para ele enquanto Misha olha para o entregador que acabou de chegar ao escritório. — O que há na caixa? – ela pergunta a ele, olhando para a sua virilha. Eu reviro meus olhos e espero para ver se Kian responde a minha mensagem de texto. Algumas insinuações são posteriores, e Misha tem um encontro com o cara da Fedex e um sorriso no rosto. — Você vai pegar algo um dia desses. – digo, girando na cadeira do meu escritório. — Você não pode traçar qualquer cara que você vê. — Na verdade, eu posso. – diz ela com um encolher de ombros. Eu sei que ela certamente vai tentar. — Eu não posso com você. – eu digo, e ela se afasta para sua mesa carregando o pacote de outra pessoa com ela. Eu vou buscá-la por volta das 7:30. 34 É isso aí. Nenhum pedido de desculpas, não um 'vamos conversar'. Não, só vou te buscar. Deus, homens são tão idiotas e irritantes. Eu passo o resto da tarde checando meu celular e adiando como se fosse um trabalho e eu sou a gerente. Cinco minutos antes de sair, já estou arrumando a bolsa e vendo o relógio, ansiosa para sair. Ansiosa para ver Kian, mesmo que eu esteja louca. O vento está soprando lá fora e eu posso sentir o tempo girando, amanhã vai ser uma merda. Há aquele frio no ar que faz você querer usar um suéter. Meus pelos do pescoço e a minha pele se arrepiam com o medo de algo que não posso ver, que apenas sinto. Meu estômago aperta e eu engulo a náusea ameaçando arder a minha garganta. Quando chego em casa, não consigo fechar a porta rápido o suficiente, minhas respirações são irregulares e rápidas, meu pulso acelera e minhas palmas úmidas tremem quando tranco a porta. Por que eu estou assim? Por que minha mente estúpida não consegue se acalmar? Vou direto para o banheiro e engulo uma pílula de ansiedade, esses pequenos salvadores brancos dos quais me tornei tão dependente. Eu me sento no chão e me permito chorar por minha estupidez e por minha loucura silenciosa. Então, eu me levanto e me recomponho. Preciso me preparar para ir com Kian e não quero ter que explicar um rosto manchado de lágrimas. Deixando o chuveiro esquentar, eu me dispo enquanto o banheiro se enche de vapor. Meu batimento cardíaco estabiliza e meus tremores finalmente se foram. Eu fico sob a água quente e a deixo cair sobre mim enquanto tento desacelerar minha mente acelerada. Tudo o que consigo fazer é me irritar com Kian, o desaparecimento e o não retorno das mensagens - quem faz 35 isso? Ninguém, a menos que estejam escondendo alguma coisa. Eu estou com raiva dele porque eu estava começando a sentir coisas reais por ele, e não estou falando sobre o formigamento entre minhas pernas. Coisas reais e emocionais de verdade - não vou rotulá-las porque sou alérgica a emoções, mas elas estavam lá. Não vou me incomodar de depilar minhaspernas porque ele não vai tentar entrar na minha calça. Por que eu estou incomodada com esse encontro, ou seja lá o que for? Eu me pergunto se seus amigos vão gostar de mim? Eu quero que eles gostem de mim? De repente, estou ansiosa de novo. Pego um jeans skinny escuro e um suéter de cashmere azul bebê. Eu não sei para onde estamos indo, então não tenho ideia do que vestir. Espero que isso seja bom o suficiente. Colocando um par de saltos nudes, me olho no espelho de corpo inteiro e silenciosamente aprovo minha roupa antes de colocar uma maquiagem e prender meu cabelo para cima em um rabo de cavalo elegante – está muito vento. São apenas seis e meia quando coloco o relógio. Uma hora inteira sozinha com os meus pensamentos – eu vou precisar de vinho. Eu o coloco em uma grande taça vermelha e abro uma caixa de bolachas porque sei que meu estômago pode se revoltar se eu adicionar vinho e comida. Ligo o rádio para me distrair, não quero ficar toda zangada de novo antes de vê- lo. Quero tentar e ser racional. O vinho misturado com meus comprimidos de ansiedade rapidamente me faz relaxar, eu me sinto como em marshmallows. O mundo parece menos duro e posso respirar sem o meu peito apertar. O apresentador do noticiário está falando sobre um terremoto que aconteceu há dez anos e como sobreviventes estão tendo um memorial. Sou 36 silenciosamente grata por viver onde as chances de um terremoto - ou qualquer outro desastre natural - são quase nulas. Eles me assustam mais do que tudo, não há como controlar a natureza e isso é aterrorizante. O vento lá fora avisa sobre uma tempestade, que é tão ruim quanto chega aqui. O boletim de notícias das sete da tarde começa e eu tiro do canal, realmente não querendo ouvir todas as coisas erradas no mundo hoje. Estou prestes a encher minha taça quando a campainha da minha porta me faz pular. Porra. Ele está adiantado. Não estou pronta - eu precisava de mais vinho. Eu aperto o botão para abrir a porta sem dizer nada no interfone. Destrancando a porta da frente, encho outra taça de vinho, tomo um longo gole e espero que ele chegue. Batendo meus dedos na taça vazia, tento agir como se estivesse bem, como se nada estivesse errado. Eu não sou um caso perdido, uma garota maluca que está perdendo a cabeça lentamente. Ele bate na porta antes de tentar a maçaneta. Como um cavalheiro. Quando a porta se abre, ele fala um suave "Oi". — Entre. – eu digo, tentando controlar o som da minha própria voz. — Oi, linda. – diz ele com aquele meio-sorriso de lado que faz meus joelhos enfraquecerem. — Eu senti sua falta. – ele me puxa para um abraço, e esqueço porque eu estava brava, ou ansiosa. Eu esqueço tudo e absorvo seu calor e essa sensação de estar presa. — Eu também senti sua falta. – digo, respirando seu cheiro, cheirando-o como se ele fosse uma droga e eu preciso de uma dose. 37 Sua mão segura meu queixo e levanta meu rosto para olhar para ele, e tenho vergonha de como me senti. Não há nada além de honestidade em seus olhos quando ele diz: — Eu sei. Tenho todas as suas mensagens. Eu simplesmente não conseguia responder enquanto estava ocupado. Sinto muito por ter te chateado. Da próxima vez vou tentar ser melhor em manter contato. – ele não está mentindo, posso sentir isso quando seus lábios encostam nos meus em um beijo desesperado. Deixa-me sem fôlego e abalada, rouba-me todos os meus argumentos e deixa-me com a boca cheia de dentes quando ele pergunta: — O que você quer falar? — Não é mais importante. Estou feliz por você estar de volta. – digo com um sorriso. — Onde estamos indo? Estou um pouco nervosa em conhecer seus amigos. — Sobre isso... – diz ele, esfregando a mão sobre a barba no queixo. — Eu preciso te contar uma coisa sobre esta noite e sobre mim. Antes de irmos, eu não quero que você se sinta desconfortável e se você não quiser vir eu vou entender. – ele está me deixando preocupada agora. Eu me movo e sento no sofá. — OK. — Eles estão se reunindo porque é o aniversário da morte de um nossos amigos. — Isso é um pouco mórbido, não acha? – pergunto, então percebo que era uma coisa grosseira a dizer. — Desculpe, estou um pouco chocada, isso é tudo. — Austin era o meu melhor amigo de infância, morávamos no mesmo condomínio fechado e os nossos pais trabalhavam juntos. Ele tinha uma irmã - Jen. Ela era basicamente minha 38 irmã também, até que um dia ela foi mais. Ele e eu brigamos, ele até me bateu algumas vezes, mas Jen e eu não conseguíamos ficar longe um do outro. – ele para e olha para baixo, para onde suas mãos estão fechadas em punhos apertados. — Eu a amava. – ele olha para mim e eu não posso explicar por que, mas isso me machuca. Eu não quero saber sobre ele amar alguém, mas ele nunca me disse nada, nada pessoal de qualquer maneira. Então, eu apenas olho para ele esperando pelo resto da história, porque sei que deve haver muito mais. Seu pomo de Adão move quando ele engole as próximas palavras antes que elas saiam. — Eu a levei para as férias, planejei pedir ela em casamento. Nós ficamos naquele belo edifício histórico que ela estava obcecada. Eu não quero saber como esta história termina, porque o olhar em seus olhos me diz que não há nada de bom nisso. Não há felicidade em seus olhos - apenas dor. — Há dez anos houve um terremoto. Aconteceu enquanto dormíamos, e o prédio antigo não era feito para terremotos. Ele desmoronou e caiu em cima de nós. Jen morreu em um instante, mas eu acordei ao lado do corpo dela e fiquei preso lá por oito dias antes que eles nos encontrassem. Eu não consegui acordá-la. Eu ainda não durmo à noite porque o medo impede a minha mente de desligar. Há dias que ainda choro por ela. Então, eu pedi a você para ir hoje à noite porque não sei se posso encarar isso sozinho. E eu sei que ainda estamos dando pequenos passos, e é um pedido um pouco estranho, mas esses são meus únicos amigos verdadeiros, e eles não se reúnem com frequência. Eu quero que te conheçam e eu quero que você os conheça. Eu preciso fechar um capítulo hoje à noite para que eu possa realmente começar este novo com você. – eu quero chorar por ele, abraçá-lo e confortá-lo. Eu quero tirar a dor que eu posso sentir no meu próprio peito por ele. — Desculpe. – diz ele. — Isso foi muito. 39 — Estou feliz que você tenha me contado. E eu adoraria ir com você. – digo. A distância entre nós é como um oceano. Ele está longe, se afogando em dor e pensamentos do que perdeu. Eu sou tão chata por pressioná-lo, por tentar forçá-lo a ir mais rápido. Eu sou tão vadia. 40 Capítulo Seis Kian Eu nunca disse nada disso em voz alta, a não ser para um médico profissional. Mesmo assim, não consegui contar porque já sabiam. Ela está olhando para mim e não sei o que fazer ou dizer agora. É como se ela tivesse visto dentro de mim, e eu quero fechar as janelas para que ela não possa mais ver. Seria fácil rejeita-la, afastar-se e nunca mais olhar para trás. É tão simples e tão difícil quanto. Esta é a primeira vez que não quero ir embora, não quero parar - preciso de mais dela. Preciso de Ivy como se precisasse de ar, ela substituiu o sono e sem ela eu vou murchar e morrer. Eu tenho medo de admitir para mim mesmo o quão profundo meu vício por ela anda e quanto tempo isso tem sido construído. Minha obsessão está se tornando um monstro que não vou conseguir alimentar. — Você virá? – eu não posso acreditar que ela não acabou de me chutar para fora. — Mesmo que eu seja um idiota confuso? 41 — Eu vou. – ela me dá um sorriso tímido que faz suas bochechas corarem. — Seus amigos são idiotas como você? – Nós dois rimos e eu balanço a cabeça. — Entendo. Todos temos coisas que preferimos esquecer. – ela fica mexendo nas unhas e mordendo o lábio. — Sinceridadetotal, eu tenho algumas coisas não tão boas que me seguem, literalmente. – Ah, Ivy. Eu sei tudo sobre o seu stalker, e você realmente não precisa se preocupar com isso mais. — Mas podemos falar sobre elas outra hora. Não vamos nos atrasar? – ela olha para o relógio para verificar a hora, mas eu olho para ela. Tudo o que vejo é ela e não me importo com o quão atrasados estamos. Levantando-me, estendo a mão para ajudá- la a sair do sofá. Ela se levanta e me abraça, com seus braços em volta de mim no abraço mais caloroso. O tempo para e eu apenas a abraço, e seu genuíno cuidado por mim. O futuro pisca na minha frente e me pergunto se posso sustentar isso. Eu poderia ter uma vida com outra pessoa? Quanto tempo antes da minha loucura se mostra e ela ir embora? Mesmo que ela vá, eu nunca a deixarei. Eu poderia voltar a apenas observá-la dormir à noite? Porque eu estou pisando em um terreno perigoso. O bar cheira a fumaça e vomito de tequila. Os meus pés grudam no chão e me pergunto por que diabos viemos aqui todas as noites. Eu não me lembro dele ser uma espelunca, e agora eu estou um pouco envergonhado por ter trazido Ivy comigo. A mesma banda antiga toca músicas tristes do palco do 42 canto, as mesmas músicas que tocaram na minha juventude. O lugar todo está congelado há muito tempo. Eu aperto sua mão com mais força enquanto cruzamos o lugar lotado até onde eu posso ver meus amigos em nosso lugar. Não teve ninguém desde Jen, nenhum que eu tenha deixado eles conhecerem de qualquer maneira, e as minhas entranhas se contorcem de nervosismo. E se eles a odiarem? E se isso perturbar Austin? E se ele acha que eu estou desrespeitando Jen? Esta foi uma ideia estúpida. A pior ideia que tive em dez anos - e eu tive algumas ideias idiotas naquela época. Eu normalmente não levo minhas más ideias em encontros ou deixo que elas conheçam meus amigos. Mas Ivy é diferente. Austin, Corben, Vee e Zane levantam-se e cumprimentam- nos, cada um apresentando-se a Ivy. Fico feliz em ver que Zane tem Vee com ele, então ela não é a única dama na mesa. — É bom conhecê-la. – diz ela para Ivy quando nos sentamos. — Kian geralmente não traz suas namoradas para nos conhecer. Esta é uma boa surpresa. – eu vejo o queixo de Austin se contorcer, mas ele mantém o que está incomodando para si mesmo. — Isso é porque eu não tive uma namorada para trazer por um longo tempo. – eu me defendo quando não deveria precisar. Estes são meus amigos, as únicas pessoas na terra que sabem o que eu vivi, e eles deveriam saber melhor do que me julgar. Ivy apenas sorri e olha nervosamente para mim, isso é muito. Ela não me conhece tão bem quanto eu a conheço, isso não vai ajudar com suas inseguranças e carências. — Isso é um eufemismo. – diz Corben em uma tentativa ruim de aliviar o clima. 43 — Não vamos esquecer por que estamos aqui esta noite. – diz Austin contrariado, fazendo a Ivy pular e desviar os olhos. Ela olha para as mãos, afastando-se da conversa. — É difícil esquecer quando está no noticiário o dia todo. – diz Zane, tentando impedir a consequência que está prestes a acontecer. Meu sangue ferve de raiva. Austin me odiava por estar com Jen, isso destruiu nossa amizade e agora ele me inveja com o direito de seguir em frente. — Sei porque estamos aqui, Austin. Caso você esqueça, eu estava lá. Aquele edifício desabou em mim também. Eu não tive a sorte de morrer. Então, vai se foder. – Ivy se move desconfortavelmente em seu lugar. — Você não acha que eu preferiria que fosse a minha morte do que nos lembrarmos hoje de que é a dela? — Eu só acho que é um pouco desrespeitoso trazer alguma mulher aleatória para o aniversário da morte dela, isso é tudo. – ele diz que tem estado na ponta da sua língua desde que chegamos aqui. Eu posso ver as lágrimas no canto dos olhos de Ivy enquanto se desculpa e vai para o banheiro feminino. Vee diz que vai com ela, deixando-nos para resolver nossas queixas em particular. — Ela não é apenas uma mulher aleatória, seu idiota insensível. Você acha que eu traria apenas alguém aqui, hoje de todos os dias? – eu aceno para a garçonete trazendo uma jarra de cerveja antes que ela possa se aproximar. — Ivy não é qualquer uma, ela é mais. E eu a trouxe porque não a vi a semana toda, eu estava na clínica. Sentia falta dela e não queria esperar até amanhã. A coisa é que eu não queria desapontar vocês também. Eu não tinha contado a ela sobre Jen até hoje, e você sabe o que, ela ainda queria vir comigo esta noite. Depois que eu fui um fantasma durante toda a semana, e em seguida, 44 disse a ela sobre o amor morto da minha vida e ela ainda veio. Então, quando ela voltar, acho que você deve pedir desculpas. Você tem um problema comigo, então desconte em mim, não nela. — Ela sabe onde você estava? — Não, e ninguém vai contar a ela. Estou com alguns problemas para dormir de novo e estou tentando controlá- lo. Não é algo que eu queira discutir com a mulher que estou tentando namorar. — Ela é uma distração? – pergunta Zane. Ele sabe um pouco mais do que os outros dois, e agora ele está com preocupação em todo o seu rosto. — Ela era, mas ela é mais do que isso agora. Ele esvazia o que resta em seu copo e fica em silêncio, enquanto Austin e Corben parecem perdidos. — Eu não a trouxe aqui para desrespeitar Jen, trazê-la não significa que não amo Jen. Eu sempre vou, mas Ivy é especial e eu queria que ela fosse uma parte real da minha vida, o que significava conhecer vocês. Jen morreu, mas isso não significa que eu tenha que parar de viver também. Pareceu assim por tanto tempo que tentei tantas vezes encontrar a pessoa certa para seguir em frente. Eu acho que encontrei. – Zane tem uma ideia de como eu a encontrei e parece que teremos palavras sérias quando estivermos sozinhos depois. — Tanto faz, cara. – Austin dá uma resposta indiferente. É alta. Jen era sua irmãzinha e eu era seu melhor amigo. As coisas entre nós nunca estarão certas. 45 — Ela parece muito legal. – Corben tenta manter a paz enquanto as garotas voltam para a mesa, ambas sorrindo e conversando uma com a outra. Quando Ivy se senta ao meu lado, ela coloca a mão na minha. Ela precisa saber que tudo está bem. Não está bem, mas pego a mão dela e seguro-a porque tenho medo que ela desapareça quando eu fechar os olhos e serei deixado sozinho de novo. As coisas melhoraram com a noite, quando a esposa de Austin, Taylor, chegou e o maldito humor dele melhorou dramaticamente. Não sei como ela o aguenta. Ivy, Vee e Taylor se deram bem e até trocaram números. De repente, tudo parecia muito confortável. Bom demais. Muito certo. Muito real. Nós dissemos boa noite cedo, porque eu estava sufocando com a realidade do que eu tinha feito, e eu estava preocupado que Zane tomasse cervejas demais para segurar a sua língua e dizer algo estúpido. Ivy estava quieta no carro e eu não sabia o que dizer ou perguntar. Eu queria que ela cochilasse e então o silêncio seria lindo, mas ela apenas olhava pela janela com um olhar vazio que eu não conseguia ler. Eu a acompanhei até a porta dela e a beijei na bochecha antes de sair, mais isso teria sido errado - esta noite não posso dar mais do que isso. Acho que ela entendeu, porque ela me 46 deu um pequeno sorriso e beijou a minha bochecha antes de fechar a porta entre nós. Senti como se eu pudesse respirar novamente depois de ter um peso de chumbo no meu peito a noite toda. Da minha janela, observei-a se despir e se trocar para seu pijama, os macios e sedosos de que gosto tanto. Eles se moldam sua pele de pêssego, envolvendo cada curva, tornando difícil ignorar seu corpo. Ela tem uma carranca triste no rosto, eu posso ver que ela está com problemas mesmo a daqui. Eu sei que esta noite não foi do jeito que ela queria. Não foi do jeito que eu queria também.Eu queria que fosse de uma certa maneira? Sei o que quero? Ivy é o que eu quero? Assim, mais do que apenas uma bela adormecida para observar à noite? Quando se tornou mais? Como deixei isso acontecer? Isso nunca aconteceu antes. Quando eu a vejo indo para a cama eu espero, observando o movimento, me perguntando se ela já está dormindo. Eu não posso conter a necessidade de ir até ela por muito mais tempo. Eu pude vigiar você a noite toda, embrulhada em seda e espalhada sem um cuidado no mundo. Dormindo como se você nem tivesse vivido a mesma noite que eu. Ivy está dormindo, a cerveja e os comprimidos para dormir garantem que seu corpo não possa ficar acordado, mesmo se ela 47 quisesse. Da minha cadeira no canto, vejo o seu peito subir e descer, com a boca ligeiramente aberta esta noite. Com nenhum sonho a assombrando. Há uma quietude incomum em seu quarto esta noite, eu senti falta dela. Eu senti saudades disso. Observando-a dormir tornou-se meu vício, estar perto de Ivy é meu vício e eu não consigo o suficiente. Eu digo a mim mesmo que é por isso que pedi a ela para vir hoje à noite - eu estava perseguindo o vício de estar com ela. Preciso ir. O relógio de cabeceira diz que são quase quatro da manhã e ela vai começar a acordar em breve. Posso voltar depois que ela for para o trabalho. Há algumas coisas que quero fazer hoje. A porta se fecha atrás de mim e eu pego a escada de incêndio para sair, não querendo ser visto por nenhum dos madrugadores. A rua está vazia enquanto atravesso e olho para a janela dela em busca de algo que eu sei que não estará lá. Depois que ela está no trabalho e eu mandei um bom dia para ela, tomo um banho e volto para a rua. Subo as escadas de dois em dois para seu apartamento e verifico que o corredor está claro através da pequena janela de vidro. Entro, trancando a porta por dentro. Ivy saiu apressada esta manhã, ela dormiu novamente porque alterei o alarme dela sabendo que ela estaria de ressaca e cansada. Ela fica tão animada quando está nervosa e atrasada. Eu a vi correr e sair correndo pela porta da frente como se estivesse sendo perseguida por um grande lobo mau. O lobo não está perseguindo ela - ele está fazendo sua toca em sua casa. Troco seus comprimidos para dormir pelos meus, eles são os mesmos, apenas mais fortes. Preciso ter certeza de que ela não vai acordar. Ela precisa descansar, eu nunca mais quero ver olheiras de cansaço sob seus olhos. Jogando as pílulas no vaso sanitário, viro o papel higiênico para o lado direito - nunca para 48 baixo, ela não aprendeu isso? Sua pasta de dentes também é espremida do meio, como se ela estivesse em uma corrida louca. Tomo um tempo para consertar e organizar sua pia. Com o armário de remédios arrumado e a toalha endireitada no corrimão, vou até o quarto dela e jogo fora a garrafa de água aberta, substituindo-a por uma nova da geladeira e certificando- me de que esteja fechada. Não há anotações adesivas porque ela estava comigo ontem à noite - ela não escreveu. 49 Capítulo Sete Ivy Estou atrasada novamente. Que porra de vida! Não há nem mesmo tempo para tomar café e tomar um banho, então apenas escovo os dentes e domo o meu cabelo o suficiente para ser apresentável. Kian me manda um bom dia - claro que ele manda, ele é um cavalheiro. Um cavalheiro com uma montanha de bagagem e amigos que não gostam de mim. Senhor, tenha misericórdia, hoje será um longo dia. Felizmente é sexta-feira e saio ao meio-dia. Kian não disse nada sobre nossos planos para esta noite, acho que nós dois nos sentimos em estado de choque e abalados depois de ontem à noite. Eu nem sequer respondi sua mensagem, não sei porque, mas meu instinto está dizendo, 'fuja'. Que há muito em seu passado para equilibrar qualquer futuro que possamos ter juntos. Eu não posso ignorar o jeito que ele parecia quando contou sua história, o amor óbvio que ele ainda sente por Jen. E se eu nunca for suficiente? E se eu não puder viver com ela? Eu quero competir com uma garota morta por sua afeição? Porque agora que sei a verdade, sinto como se estivesse. Depois de 50 dormir, eu me pergunto se a falta de um momento sexual é por causa dela. Então me lembro de toda a minha bagagem. Max e minha carência. Ele não é o único nessa relação com um passado confuso, talvez somos a nova folha que nós dois precisamos. O escritório está lotado e eu nem sequer consigo ver a Misha. Ela me manda uma mensagem dizendo que ela está no conselho, encontrando o inferno. Quando o fim do meu dia está se aproximando, eu olho para o meu celular e me pergunto se eu deveria mandar uma mensagem para o Kian e ver se ele diz algo sobre esta noite. Bom dia. Eu estava pensando em você. Eu envio o texto e olho para o meu celular, observando para ver se ele lê ou não. Não vou fazer mais nenhum trabalho, sei muito bem que eu vou levar para casa e trabalhar no final de semana, algo que era mais fácil antes de eu ter um namorado. Namorado. Kian é meu namorado? Ele nunca usou essa palavra. Pensamentos obscenos espero. Ele responde e isso me faz sorrir. Na verdade, eu não estava tendo pensamentos sexuais sobre ele pela primeira vez. Eu só precisava da garantia de que as coisas entre nós não estavam implodindo. Porque sou carente e insegura e devo trabalhar nisso. Isso alimenta minha ansiedade e essa fera não precisa crescer. 51 Não, só sinto sua falta. Ainda estamos nos vendo noite? Eu não posso evitar, preciso saber. Olhe para mim, perseguindo um garoto novamente. Típico, Ivy. Se não perguntar, vou passar o dia inteiro em pânico porque ele não me perguntou sobre hoje à noite. Preocupada que eu fiz algo errado, ou que seus amigos lhe dissessem para me largar. Sim. É tudo que recebo, mas é tudo que preciso. Bocejando, arrumo a minha mesa e enfio meu notebook na mochila, não faz sentido fazer nada por dez minutos. Talvez eu deva tirar um cochilo esta tarde, estou exausta depois da madrugada da noite passada. O pensamento só entrou na minha cabeça quando Misha me ligou da sua mesa. — Quer ir tomar uma bebida depois do trabalho? – Não realmente. — Claro, eu vou encontrá-la em dez minutos. Ela ri. — Estou ansiosa para ouvir como eram os amigos de Kian. — Ah, Jesus, você não quer saber. Confie em mim. – suspiro, me levantando da minha mesa. — Podemos conversar em alguns minutos, George está escutando. – eu dou para o cara na mesa em frente o meu olhar de nojo, e desligo a ligação da minha amiga. Bem, lá vai minha soneca. 52 Eu espero pela minha amiga que é sempre a última pessoa a sair do prédio. Se alguma vez houvesse um incêndio, ela seria a que foi queimada viva. — Estou me encontrando com Kian mais tarde, então não podemos ficar a tarde toda. – digo enquanto entramos no restaurante de sushi na esquina do trabalho. A comida é boa e sua bebida é mais barata do que a maioria dos restaurantes nesta parte da cidade. — Então, como foi conhecer os amigos? – eu sabia que ela iria me perguntar. Não sei se deveria contar tudo a ela - parecia que ele confiava em mim como se não quisesse que eu contasse a ninguém sobre ele. — Acho que eles não gostam de mim. – eu dou a ela uma meia verdade. — Mais como eles simplesmente não gostam de mim com ele. Ele costumava namorar a irmã desse cara, então as coisas estão um pouco amargas. — Aaaah. – Sua boca faz este pequeno “A” perfeito e eu sei que estou em mais problemas do que eu imaginava. — Isso é um pouco difícil. — Sim, foi uma plateia difícil. – Nós pegamos os pratos da gigantesca esteira de sushi que passa na nossa frente. — Eu não sei, talvez ele não seja o único. Minha reação idiota depois de ontem é só desistir e voltar a deslizar para a esquerda e para a direita para tentar encontrar alguém.— Você vê, isso é o que acontece quando as pessoas não gozam muito o suficiente. – Seu cérebro vai direto para o sexo. — Se você soubesse que ele era ótimo na cama, você teria uma ideia melhor do que fazer. — Sua mente está sempre na sujeira! Como foi o Fedex? 53 — Ah meu Deus, ele tinha o maior pau. Tive um momento em que não pensei que aquela coisa estivesse acontecendo na minha vagina, amiga. – O chef engasga com o ar, nos ouvindo, e eu com as risadas. — Mas, ele realmente não sabia o que fazer com aquilo, então estava abaixo do esperado, sabe? Ah, você não sabe, porque quem sabe quando você irá conseguir? — Realmente, você tem que parar com isso. — Você vai precisar de um amigo operado por bateria em breve, se ele mantiver isso. Não é natural, as coisas lá embaixo ficam secas e murchas. Quero morrer porque as pessoas ao nosso redor agora podem ouvir a sua voz muito alta. — Não preciso de nada. Estamos indo devagar. — Como a velocidade da preguiça. – Misha engole sua taça de vinho como se fosse uma competição de cerveja. — O que vocês dois farão hoje à noite? — Ele não disse. Ele gosta de me surpreender com as coisas. — Que romântico. – diz ela, revirando os olhos. — Olha, não sei porque gosto tanto dele. Só gosto. Então, por favor, você pode apenas tentar ser legal sobre isso? — OK. Eu acho que posso tentar. — Acho que Max está na cidade. E mais especificamente, acho que ele esteve no meu apartamento. — Não é possível. – diz ela. — Como você sabe? Ele já fez isso antes. 54 — Porque a última vez que você disse que tinha a sensação de que eu fiz alguma pesquisa. Max não está chegando perto de você. Ele teve um acidente, ele precisa de cuidados médicos em tempo integral. Algum tipo de coisa de afogamento onde ele dirigiu em um lago, ou lagoa ou algo. Acabei de ler a parte em que dizia que ele era um repolho que não pode limpar o próprio nariz. Engraçado como a roda gira e o karma aparece. — Eu estava com medo de procurá-lo, caso ele pudesse dizer que eu estava stalkeando. Ela balança a cabeça, entendendo meu medo. — Eu sei, eu estou seguindo ele. Mas, eu acho que você precisa conversar com seu terapeuta sobre essa paranoia. Está ficando ruim de novo, Ivy. — Acho que está. – eu tenho certeza que não estou imaginando as coisas acontecendo em minha mente. Eu sei que não estou perdendo a cabeça - não desta vez. Eu sacudo meu momento de dúvida e tento curtir o almoço e rir com Misha. Eu gostaria de poder ver o mundo através de seus olhos, sem ansiedade, preocupação ou medo - ela ri e vive todos os dias como se não houvesse nada que a impedisse. Talvez eu devesse pular com os dois pés com Kian. Nós nos abraçamos na calçada depois de muito vinho e uma boa risada, e seguimos nossos caminhos separadas. Ela virá amanhã para que possamos acompanhar o trabalho que não fizemos hoje. Balanço a minha cabeça com as funcionárias terríveis que realmente somos, noventa por cento do meu trabalho é feito depois do expediente porque eu odeio trabalhar no escritório. Não se vista. Eu vou te ver às seis. 55 O texto de Kian chega quando estou tentando abrir a porta da frente, fazendo malabarismo com a mochila com o meu notebook, bolsa, chaves e celular. A mochila com o notebook cai no chão com um ruído sinistro. — Porra. – digo, sabendo que nada de bom poderia vir daquele som. Arrastando-me e todas as minhas coisas para dentro, eu as atiro no sofá, tiro meus sapatos e respondo. Eu te vejo daqui a pouco. Eu insiro e removo um emoji de coração cerca de seis vezes antes de removê-lo e apertar enviar. Eu quero tomar banho e me trocar antes que ele venha. Mesmo que ele disse para não me vestir, eu ainda me sinto nojenta e cheirando a wasabi e vinho barato. Coloco um pouco de música enquanto seco meu cabelo, e estou cantando na minha escova de cabelo quando a campainha da porta toca. Porra. Eu olho para o meu relógio na cômoda, são cinco para as seis. Por que ele é tão pontual? Afofando o meu cabelo meio seco em uma bagunça apresentável, eu me levanto para abrir a porta. Ele disse para não me vestir. — Olá, linda. – ele me cumprimenta com aquele meio sorriso e um brilho nos olhos. Kian está carregando uma sacola e uma garrafa do meu vinho favorito. — Eu pensei que eu iria cozinhar o jantar e poderíamos apenas ficar em casa e relaxar. – diz ele, olhando em volta para a minha falta de televisão. — Isso soa bem. – Isso realmente soa bem. Estou cansada e uma noite fora não é o que eu preciso depois de ontem, talvez 56 possamos conversar um pouco mais. Tomando o vinho, fecho a porta e ele leva as sacolas para a cozinha. Ele parece tão bem em calça de moletom cinza e uma camiseta com decote em V envolvendo o agora em lugares tão errados. — Sente-se, vou servir o vinho e você pode me ver cozinhar com esses olhos de foda-me. – diz ele com um sorriso e uma sacudida de cabeça, me pegando no meio do olhar. 57 Capítulo Oito Kian O cabelo dela ainda está úmido e ela está descalça, tudo nela é macio e bonito agora. É difícil me concentrar em cozinhar a comida quando eu posso senti-la me despindo com os olhos, ela cheira a desejo e shampoo quando beijei sua testa. Eu quero que o caos de ontem seja apagado e a tensão já seja menor. É estranho estar aqui enquanto ela está acordada, é diferente de observar do outro lado da rua. Eu posso senti-la, ver cada pequena expressão e movimento. Ivy está inquieta com o cabelo e vem até onde eu estou ocupado na cozinha e desliza seus braços em volta de mim por trás. Meus músculos relaxam em seu toque, eu senti falta dela. Ontem foi estranho e havia uma distância entre nós que nenhum de nós poderia fazer a ponte. Fechando o forno, eu me viro, com seus braços ainda ao meu redor. — Você está tentando me fazer queimar o jantar? – eu pergunto, beijando-a, com um suave beijo nos lábios. Deus, ela é perfeita em todos os sentidos. 58 — Talvez eu esteja. – ela abaixa as sobrancelhas para mim, com sua tentativa de ser sugestiva é apenas cômica, ela parece um personagem de desenho animado. Rio com ela, observando o jeito que toma seu vinho, deixando gloss no vidro. Eu sei o que esse gloss tem gosto, em seus lábios e em sua taça. — Então, por que não há TV? Isso faz com que todo a Netflix e o resgate do encontro sejam realmente difíceis. — Eu não gosto de TV, não tenho uma boa resposta sobre o porquê. Quando eu vivi sozinha, eu não podia pagar uma, e isso se tornou uma coisa, eu acho. Nunca precisei de uma, gosto de ler e trabalho quase todas as noites. Se eu quiser assistir a um filme, vou ao cinema e assisto a um filme. Não há anúncios e não há tentação de cair em uma toca de coelho. Talvez eu seja apenas louca. O jeito que ela diz louca, como se achasse que realmente é louca da cabeça, faz meu peito apertar. Ela não é louca ou maluca, ela simplesmente não tem fé em sua própria magia. — Você não é louca, eu gosto que você não tenha TV, podemos conversar e, você sabe, talvez fazer como adolescentes. – Suas bochechas coram, e ela tenta esconder o sorriso que está puxando seus perfeitos lábios. O desejo de provar esse doce gloss é demais para resistir. Segurando seu rosto em minhas mãos, inclino a sua cabeça para cima. Ela morde o lábio inferior e sua expectativa é palpável. Tudo o que ela precisa é de alguém para fazer sua alma transbordar, por trás daqueles tremores de cílios há outra ela, mas ela nunca lhe dirá esse segredo. Você tem que arrancar isso dela - ou vê-la dormir para saber. Beijar Ivy ensurdece meus pensamentos e sou assassinado pelas inúmeras distrações. Eu perco meu caminho, não há para 59 cima ou para baixo, nem para os lados nem para trás. Só existe ela. Quando paro, me afasto e respiro, sei que perdi todo o controle.— Deixe-me terminar o jantar. – eu me viro, ofegante com uma lufada de ar, tentando firmar as minhas mãos trêmulas. Eu espero que ela não possa me ver tentando me recompor. Eu mentalmente digo ao meu pau 'para baixo garoto' e tento arrumar minha calça sem ser óbvio. É difícil esconder tesão na calça de moletom. — Só estou indo para o banheiro. – diz ela, e sai da cozinha atrás de mim. Assim que a porta do banheiro se fecha, me seguro na beirada do balcão e mentalmente me falo fora de controle - que essa foi uma ideia terrível, eu deveria tê-la tirado de lá. Sirvo o jantar, e espero por alguns minutos antes de chamá- la: — O jantar está pronto. – eu não quero que ele fique frio e seja arruinado. Sei que salmão é o favorito dela, eu a observei um tempo suficiente para aprender algumas coisas que me fazem a combinação perfeita. Nos sentamos lado a lado no balcão da cozinha, apreciando a comida e o vinho. Um sabor que aprendi a saborear, aqueles restos em sua taça tarde da noite eram como um bálsamo de cura para minha alma ansiosa. Seu joelho encosta no meu, e eu sei que ela está fazendo isso de propósito. Eu coloco minha faca e garfo juntos no prato, e descanso minha mão em sua perna enquanto ela termina sua comida. O pequeno sorriso não me escapa, ela acha que ganhou essa batalha de vontades. Ela pode ter ganho algum terreno, mas não pretendo deixá-la vencer. 60 — Obrigada. Isso foi tão bom. Você pode realmente cozinhar. – ela diz, limpando a boca, deixando um brilho rosa no guardanapo. — Foi um prazer. – Observando-a desfrutar de sua refeição foi recompensa suficiente para mim. — Mais vinho? – eu ofereço, segurando a garrafa em sua taça vazia. Ela balança a cabeça e eu encho a taça antes de limpar nossos pratos e limpar as bancadas. — O que tem para a sobremesa? – ela me pergunta com um sorriso insolente, com seus olhos vagando para baixo, onde minha calça faz um trabalho ruim de esconder o que ela faz para mim. — Eu posso pensar em algumas coisas que eu gostaria de sobremesa. – respondo, pegando-a de surpresa. Seus olhos se arregalam por um segundo antes que ela olhe para baixo com um sorriso, evitando contato visual comigo. Ivy se move para o sofá e senta em seu lugar onde a almofada está desgastada e macia. Colocando-lhe uma perna debaixo dela, embalando sua taça de vinho na mão, ela espera que eu a siga. Seu anel faz um tilintar no vidro, e ela se recosta para ficar confortável, da mesma forma que faz todas as noites. Só que esta noite não há notebook, nenhum trabalho e nenhum livro para ler. Sento-me ao lado dela no pequeno sofá, posso cheirar seu creme para as mãos e ver o brilho suave em seus cabelos que secavam naturalmente enquanto comíamos. Seu gloss desapareceu, mas ainda posso sentir o gosto. — Sinto muito que a noite passada foi um desastre. – eu quero falar com ela, para saber como ela está se sentindo. Eu preciso da garantia de que eu não a afastei. 61 — Tudo bem, foi muito de uma só vez. Eu gostaria que você tivesse me contado mais sobre o seu passado antes. – ela diz, tomando seu vinho como se ela precisasse de apoio. — Eu tenho que perguntar, e sei que conversamos sobre isso no drive- in, mas Kian, por que você está comigo? Estou tão confusa. – Deixando escapar um suspiro suave, ela continua. — Gosto de você, provavelmente mais do que deveria. – ela está tentando expressar suas emoções, mas o medo a impede. — Eu também gosto de você, Ivy. – eu digo rapidamente, não dando minhas emoções. — Então por que tudo isso parece tão difícil? — Nada vale a pena ter. Eu sei que não sou um cara fácil, tenho trabalho e hábitos estranhos. Eu gosto de esperar pelas coisas, para saboreá-las. Meus amigos e familiares são uma bagunça complicada. E eu sou muito, Ivy. E eu não pulo em nada a menos que eu tenha certeza disso. — Você não tem certeza de mim? – Sua insegurança aparece. — Estou aqui, não estou? — Eu preciso mais do que isso às vezes. Eu sou insegura e carente. Essas são minhas falhas, não as escondo. – ela coloca a taça na mesa lateral, frustrada. — Eu não sei onde estou com você e não posso viver assim. Eu tenho dificuldade em dormir, e isso está me deixando louca. Eu pego as duas mãos dela nas minhas e o contato físico a acalma instantaneamente. Ela anseia por isso, ela precisa ser segurada, tocada e desejada. Ivy deseja coisas que eu não tenho como dar a ela. 62 — O que você quer que eu diga? Você precisa de mim para dizer que você é minha namorada? Porque você é, mesmo que eu não diga. Você quer que eu pule na cama e faça sexo com você? Eu vou, mas só que não agora. Eu te respeito Ivy, quero saborear cada minuto de me apaixonar por você, para apreciar você. Eu perdi alguém antes e nunca mais quero olhar para trás com arrependimentos em minha vida novamente. Já tive o suficiente desses. — Por que estou dizendo isso? A chance de ir embora está bem aqui e não vou aceitar. Estou garantindo a minha própria insanidade. Eu não estou vendo outras mulheres, não estou namorando mais ninguém. Eu sou uma pessoa que precisa de espaço para apreciar o que eu tenho, eu preciso de tempo para aproveitar isso. Correr só faz o fim chegar mais perto, não que eu esteja dizendo que isso acabará, mas poderia. Então, por favor, Ivy, eu mostrei a minha alma para você, eu tentei fazer você entender. Estou estupidamente e loucamente apaixonado por você, mas estou fazendo isso devagar para que eu possa me lembrar de cada parte disso. Ela respira fundo, porque eu apenas a peguei. Suas mãos tremem nas minhas e sei que a tenho exatamente onde a quero. Só que ela está acordada. — Eu, hum, não sei o que dizer. – ela gagueja, porque dei a ela o que ela precisa. Eu puxo suas mãos suavemente, trazendo- a para mais perto. — Você não tem que dizer uma palavra, Ivy. – eu a beijo, envolvendo meus braços em torno de seu corpo, puxando-a para o meu colo. Meu corpo reage a ela por estar tão perto, meu pulso está acelerando como um trem de carga e minhas palmas estão cobertas com uma película de suor. Meu estômago aperta com o desejo de jogá-la no sofá e enterrar meu pau nela. Deixei minhas mãos deslizarem sobre o seu corpo vestido, 63 comprometendo cada curva em minha memória. O jeito que ela geme com nosso beijo quando pego o seu seio me faz querer fazer isso para sempre. Ela move a bunda no meu colo, me provocando. Cada minuto gasto beijando e tocando Ivy me leva mais longe na minha própria toca de coelho. Isso está errado. Ela tem gosto de sorvete em um dia quente e seu corpo se funde com o meu. Seus dedos deslizam por baixo da minha camisa, subindo pelo meu peito, me tocando com cautela e necessidade entrelaçada com o desejo ardente dela por mais. Sua língua dança com a minha e sua respiração é irregular. Ela se afasta e apoia a testa na minha. Posso ver as manchas em seus olhos, a maneira como o branco está ficando rosa com fadiga e vinho. Sua respiração continua e sussurra contra a minha pele, suas mãos se movem para baixo lentamente, mais deliberadamente. — Precisamos parar, Ivy. – eu digo, colocando minha mão sobre a dela. Ela me dá um sorriso trêmulo, ela acha que eu estou rejeitando ela. Eu estou salvando ela - para mais tarde. 64 Capítulo Nove Kian Dando-lhe um beijo de boa noite, há uma sinfonia de corrida estática na minha espinha. Não sei como vou esperar e ficar longe até ela dormir. Sei que a sua mente estará pensando em tudo e mesmo com o seu tablet ela vai demorar um pouco para adormecer. O caminho para estacionar meu carro e depois para casa de Uber mata algum tempo e quando eu subo as escadas e olho para o apartamento dela, as luzes já estão apagadas. Apenas a sua lâmpada de sensor de movimento está acesa e olho para o movimento. Tenho uma visão desobstruída através de sua janela
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