Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NOME: _________________________________________________________________ PROVA 1 SIMULADO: POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão INSTRUÇÕES: 1. Ao receber a ordem do fiscal de sala, confira este caderno com muita atenção, pois nenhuma reclamação sobre o total de questões e/ou falhas na impressão serão aceitas depois de iniciada a prova. 2. Cartão de respostas: a) Tem, obrigatoriamente, de ser assinado e não poderá ser substituído, portanto, não o rasure nem o amasse; b) Marque, no cartão de respostas, para cada questão, uma única resposta. A ausência de marcação, a rasura ou a marcação de mais de um campo implicará anulação dessa questão; c) No cartão de respostas, a marcação das letras correspondentes às respostas deve ser feita cobrindo a letra e preenchendo todo o espaço do campo, de forma continua e densa. A leitora ótica é sensível a marcas escuras; portanto, preencha fortemente os campos de marcação completamente, veja o exemplo: d) Reserve os trinta (30) minutos finais para marcar seu cartão de respostas. 3. Será eliminado o candidato que: a) Utilizar-se, durante a realização das provas, de máquinas e/ou relógios de calcular, bem como de rádios gravadores, headphones, telefones celulares ou fontes de consulta de qualquer espécie; b) Ausentar-se da sala em que se realizam as provas levando consigo o caderno de questões e/ou o cartão de respostas; c) Recusar-se a entregar o caderno de questões e/ou o cartão de resposta quando terminar o tempo estabelecido. Observações: Recursos até terça-feira às 12 horas. ALFACON CONCURSOS PÚBLICOS Obs.: (X) item anulado. Estar preparado é tão importante quanto a vontade de vencer! (Autor desconhecido) Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 3 Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão Língua Portuguesa Os brasileiros, os galegos e os portugueses Portugal, a Galiza e o Brasil protagonizam um triângulo amoroso muito curioso Marco Neves Nós e os brasileiros Gostamos muito de falar dos brasileiros. Alguns de nós, mais inclinados para a pureza, reclamamos muito por causa da suposta brasileirização da cultura portuguesa, a começar no excesso de telenovelas brasileiras (tópico na moda há uns anos, entretanto apagado por via duma dieta prolongada de novelas da TVI) e a terminar no horror ao Acordo Ortográfico, para muitos uma cedência imperdoável da nossa alma linguística ao Brasil. Outros de nós gostamos do Brasil porque nos dá uma sensação de grandeza, chamemos-lhe lusofonia ou a tal pátria que é a língua portuguesa. Sem o Brasil, a lusofonia seria uns pedacinhos de terra europeus e africanos. Quem gosta de sentir uma identidade mais misturada em direcção ao sul gosta muito do Brasil e não se importa com miscigenações culturais e linguísticas. Fica até aliviado, que isto da pureza cansa muito. Há ainda quem misture um pouco as coisas e goste de pensar que os brasileiros falem a nossa língua, mas gostava mais se não tivessem esse desplante de a falar doutra maneira. Para o mal e para o bem, o Brasil é uma das balizas da nossa identi- dade: pelo medo ou pelo fascínio, está bem presente nas discussões sobre o que é ser português. Ora, para os brasileiros, somos pouco mais do que um povo europeu como os outros (que por obra do mero acaso lhes deu o nome à língua e aparece nos livros de história). Enfim, também lhes demos alguns imigrantes, umas boas anedotas e, agora, alguns actores desempoeirados. Pouco mais do que isso. Os brasileiros conhecem Portugal, até têm avós transmontanos, mas estamos longe de ser uma das balizas da identidade brasileira. Somos uma curiosidade histórica. A língua portuguesa é parte, claro, da identidade brasileira, mas sem que por isso os brasileiros sintam uma ligação especial ao longínquo país donde a língua veio (e donde vieram os brasileiros quase todos, claro). Para os brasileiros, o nome da língua é um pormenor: o importante é não ser a mesma língua dos vizinhos. Em suma, o que para nós é um foco de tensão identitária, para eles não aquece nem arrefece. Os galegos e nós Ora, curiosamente, há um povo que parece ter uma relação conosco parecida com esta nossa relação com os brasileiros: os galegos. Sim, os galegos olham para Portugal e sabem que a relação com o vizinho do sul é significativa: seja para se afastarem e ficarem imersos na nação espanhola, seja para se afirmarem como algo diferente dos restantes espanhóis. Mesmo na ortografia da língua, os galegos têm este foco de tensão: ou se aproximam dos espanhóis, com “ñ” e tudo o mais, ou se aproximam de nós, com os “nh” e outros que tais. Por cá, ignoramos olimpicamente as questões existenciais dos galegos. Sim, conhecemos a Galiza, sabemos que é uma região dos nossos vizinhos, e até sabemos que há por lá uma outra língua, que mal sabemos reconhecer (na escrita até vemos algumas parecen- ças com o português, mas quando os galegos falam soa tudo a espanhol e pronto). Para lá desses factos soltos, a Galiza não entra no radar dos portugueses. É assim na cabeça dos portugueses – tal como muitos brasileiros nem sabem que os portugueses têm outro sotaque, poucos portu- gueses sabem que o galego tem uma relação tão íntima com o português. Talvez fosse engraçado começarmos a virar a nossa atenção também para os vizinhos de cima. A Galiza é essa curiosa região espanhola onde vemos muito de Portugal, mas com alguma distor- ção, o que nos dá aquela vertigem de espelho ondulado. É como se voltássemos à nossa terra muitos anos depois: reconhecemos algumas coisas, outras são-nos estranhas, mas há uma mistura de conforto e diferença que sabe bem. Entretanto, podemos esperar (talvez sentados) que os brasilei- ros descubram a cultura portuguesa – quando um dia acontecer, ganharão muito com isso, tal como ganham imenso os leitores portugueses que ultrapassam certos bloqueios mentais e começam a ler literatura brasileira, para lá dos lugares comuns dos medos e dos fascínios. (Disponível em: <https://medium.com/tribo-humana/os-brasileiros-os-galegos-e-os-portugueses- -6668256cb8f7>. Acesso em 30/06/2015.) 1 Com base no texto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas: ( ) Na linha 26, “eles" refere-se aos brasileiros. ( ) Em cada um dos títulos, “nós" faz referência a todos os falantes da língua portuguesa. ( ) Na linha 32, “Por cá" refere-se ao Brasil. ( ) A expressão “não aquece nem arrefece" (linha 23) tem o mesmo significado que a expressão “não fede nem cheira". Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo: a) V – F – F – V. b) V – F – V – F. c) F – V – V – F. d) F – V – F – V. e) F – F – V – V. Gabarito: A Comentário: Afirmativa 1: Na linha 23, “eles" refere-se aos brasileiros. Análise: Na frase “Em suma, o que para nós é um foco de tensão identitária, para eles não aquece nem arrefece”, o pronome “eles” retoma “brasileiros”, ou seja, “para os brasileiros não aquece nem arrefece”. Resposta: verdadeira. Afirmativa 2: Em cada um dos títulos, “nós" faz referência a todos os falantes da língua portuguesa. Análise: Em cada um dos títulos, “nós" faz referência aos portugueses. 4 Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão Resposta: falsa. Afirmativa 3: Na linha 32, “Por cá" refere-se ao Brasil. Análise: Na frase “Por cá, ignoramos olimpicamente as questões existenciais dos galegos.”, a expressão “por cá” refere-se a Portugal. Resposta: falsa. Afirmativa 4: A expressão “não aquece nem arrefece" (linha 23) tem o mesmo significado que a expressão “não fede nem cheira". Análise: as duas expressões indicam o mesmo valor semântico (sentido). Resposta: verdadeira. Os brasileiros, os galegos e os portugueses Portugal, a Galiza e o Brasil protagonizam um triângulo amoroso muito curioso Marco Neves Nós e os brasileiros Gostamos muito de falar dos brasileiros. Alguns de nós, mais inclinados para a pureza, reclamamosmuito por causa da suposta brasileirização da cultura portuguesa, a começar no excesso de telenovelas brasileiras (tópico na moda há uns anos, entretanto apagado por via duma dieta prolongada de novelas da TVI) e a terminar no horror ao Acordo Ortográfico, para muitos uma cedência imperdoável da nossa alma linguística ao Brasil. Outros de nós gostamos do Brasil porque nos dá uma sensação de grandeza, chamemos-lhe lusofonia ou a tal pátria que é a língua portuguesa. Sem o Brasil, a lusofonia seria uns pedacinhos de terra europeus e africanos. Quem gosta de sentir uma identidade mais misturada em direcção ao sul gosta muito do Brasil e não se importa com miscigenações culturais e linguísticas. Fica até aliviado, que isto da pureza cansa muito. Há ainda quem misture um pouco as coisas e goste de pensar que os brasileiros falem a nossa língua, mas gostava mais se não tivessem esse desplante de a falar doutra maneira. Para o mal e para o bem, o Brasil é uma das balizas da nossa identi- dade: pelo medo ou pelo fascínio, está bem presente nas discussões sobre o que é ser português. Ora, para os brasileiros, somos pouco mais do que um povo europeu como os outros (que por obra do mero acaso lhes deu o nome à língua e aparece nos livros de história). Enfim, também lhes demos alguns imigrantes, umas boas anedotas e, agora, alguns actores desempoeirados. Pouco mais do que isso. Os brasileiros conhecem Portugal, até têm avós transmontanos, mas estamos longe de ser uma das balizas da identidade brasileira. Somos uma curiosidade histórica. A língua portuguesa é parte, claro, da identidade brasileira, mas sem que por isso os brasileiros sintam uma ligação especial ao longínquo país donde a língua veio (e donde vieram os brasileiros quase todos, claro). Para os brasileiros, o nome da língua é um pormenor: o importante é não ser a mesma língua dos vizinhos. Em suma, o que para nós é um foco de tensão identitária, para eles não aquece nem arrefece. Os galegos e nós Ora, curiosamente, há um povo que parece ter uma relação conosco parecida com esta nossa relação com os brasileiros: os galegos. Sim, os galegos olham para Portugal e sabem que a relação com o vizinho do sul é significativa: seja para se afastarem e ficarem imersos na nação espanhola, seja para se afirmarem como algo diferente dos restantes espanhóis. Mesmo na ortografia da língua, os galegos têm este foco de tensão: ou se aproximam dos espanhóis, com “ñ” e tudo o mais, ou se aproximam de nós, com os “nh” e outros que tais. Por cá, ignoramos olimpicamente as questões existenciais dos galegos. Sim, conhecemos a Galiza, sabemos que é uma região dos nossos vizinhos, e até sabemos que há por lá uma outra língua, que mal sabemos reconhecer (na escrita até vemos algumas parecen- ças com o português, mas quando os galegos falam soa tudo a espanhol e pronto). Para lá desses factos soltos, a Galiza não entra no radar dos portugueses. É assim na cabeça dos portugueses – tal como muitos brasileiros nem sabem que os portugueses têm outro sotaque, poucos portu- gueses sabem que o galego tem uma relação tão íntima com o português. Talvez fosse engraçado começarmos a virar a nossa atenção também para os vizinhos de cima. A Galiza é essa curiosa região espanhola onde vemos muito de Portugal, mas com alguma distor- ção, o que nos dá aquela vertigem de espelho ondulado. É como se voltássemos à nossa terra muitos anos depois: reconhecemos algumas coisas, outras são-nos estranhas, mas há uma mistura de conforto e diferença que sabe bem. Entretanto, podemos esperar (talvez sentados) que os brasilei- ros descubram a cultura portuguesa – quando um dia acontecer, ganharão muito com isso, tal como ganham imenso os leitores portugueses que ultrapassam certos bloqueios mentais e começam a ler literatura brasileira, para lá dos lugares comuns dos medos e dos fascínios. (Disponível em: <https://medium.com/tribo-humana/os-brasileiros-os-galegos-e-os-portugueses- -6668256cb8f7>. Acesso em 30/06/2015.) 2 Nesse texto, Marco Neves: a) explica como barreiras culturais têm criado obstáculos para uma aproximação linguística entre portugueses, brasileiros e galegos. b) reivindica a precedência de Portugal como elemento baliza- dor da identidade cultural tanto do Brasil quanto da Galícia. c) descreve semelhanças entre as línguas de portugueses, galegos e brasileiros, de modo a demonstrar sua unidade identitária. d) lamenta o afastamento cultural entre países cujas línguas têm profundas semelhanças. e) defende a integração linguística dos três povos como condição para o fortalecimento da lusofonia. Gabarito: D Comentário: Ao longo do texto, o autor aponta o afastamento cultural entre duas regiões cujas línguas têm profundas semelhanças com a língua portuguesa (Portugal), o Brasil e a Galiza. Nesse contexto, o autor lamenta o desinteresse dos brasileiros pela cultura portuguesa, afirmando que Portugal é apreciado apenas como uma curiosidade histórica. 5 Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão Além disso, no período “Para o mal e para o bem, o Brasil é uma das balizas da nossa identidade: pelo medo ou pelo fascínio, está bem presente nas discussões sobre o que é ser português”, depreende-se que o Brasil influencia na identidade de Portugal e está bem presente nas discussões que definem o que é ser “portu- guês”. No entanto, o contrário não pode ser afirmado, os brasileiros conhecem Portugal, até têm avós transmontanos, mas Portugal está longe de ser uma das balizas da identidade brasileira. Curto, logo existo Luís Antônio Giron 1 Com a evolução e o aumento de usuários e da importância das redes sociais, o nome e a fotografia de cada pessoa passaram 2 a funcionar como o substituto do sujeito. O “eu” real se esvaziou para dar lugar ao “perfil”. O filósofo francês René Descartes 3 estabeleceu um novo modelo de pensamento no século XVII, ao formular em latim a seguinte proposição: “Penso, logo existo” 4 (Cogito, ergo sum). Era uma forma de demonstrar que aquele que existe raciocina e, por conseguinte, põe em xeque o mundo que 5 o cerca. A dúvida científica substituía a certeza religiosa. Hoje, Descartes se reviraria no seu túmulo em Estocolmo, caso pudesse 6 observar o que se passa na cabeça dos seres humanos. “Curto, logo existo” (Amo, ergo sum) parece ser a nova atitude lógica 7 popularizada pelo Facebook. A dúvida científica cedeu espaço à presunção tecnológica. 8 Melhor ainda é a formulação da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro Bling Ring – a gangue de Hollywood. A dúvida 9 sobre a existência do ego deu lugar, na cultura do ultraconsumis- mo e das celebridades, a um outro tipo de pergunta: “Se postei algo 10 no Facebook e ninguém ‘curtiu’, eu existo?”. 11 A resposta é: provavelmente não. Eu existo se meus tuítes não são comentados nem retuitados? Claro que não. E se são 12 curtidos ou retuitados, tampouco! Ninguém existe nas redes sociais senão como representações, que estão ali no lugar dos 13 indivíduos. Não há uma transparência ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes 14 sociais. Isso parece óbvio, mas não o é para muita gente. Agora as pessoas reais guardam uma alta concentração de nada nos 15 cérebros, pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representações nas redes sociais. Elas se tornam ocas para 16 rechear de signos seus perfis. O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online. 17 É óbvio que os signos na internet podem enganar, mentir e insidiosamente simular um alter ego digital. Os vigaristas e 18 falsários pululam alegremente com suas máscaras nas redes sociais. Quando alguém me “curte” ou “não curte”, está agindo com 19 sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligen- te? Ou está ironizando? Nesse sentido, se o eu do Facebook quiser 20 se sentir mais vivo com o número de pessoas que o curtiram, estará caindo em uma armadilha. Pois ele não é oque é nem quem 21 curte é o que parece ser. Mesmo quando a boa-fé existe, ela deixa de o ser porque nada se mantém estável no ambiente da “curtição” 22 do Facebook. (Os robôs do Facebook geram mensagens aleató- rias para que usuários vivos ou mortos “cutuquem” alguém que já 23 está morto, ou “curtam” perfis que já subiram aos céus). 24 (...) 25 O ato de “curtir” tem um poder ontológico: ele alterou irreme- diavelmente a nossa forma de encarar o mundo, os outros e a 26 nós mesmos. Pois o “curtir” é a manifestação mais aguda da insistência do ego na cadeia da lógica binária do Facebook. Se eu 27 “curto”, desejo afirmar minha existência, mas eu menos existo do que penso que possa existir. Se alguém me “curte”, posso adquirir 28 certeza de que estou no mundo e me encher de felicidade com o elogio, mas não há como verificar a veracidade dele e, assim, se 29 eu pensar demais nisso, mergulho na frustração e na sensação de vazio existencial. E se o mundo existe só porque todos se “curtem” 30 mutuamente, então ele virou um círculo vicioso de aprovações que o levarão inevitavelmente ao caos. O mundo, em suma, não 31 pode existir fora do moto perpétuo da troca infinita de elogios e aprovações. Quem curte não curte algo, mas curte o próprio ato de 32 curtir. Esse mundo paralelo peculiar se destruiria se houvesse contradições, confrontos e refutações. As redes sociais deram origem 33 a universos de consenso absoluto. De minha parte, não curto, logo desisto. (Adaptado de Revista Época, 01/08/13, Ed. Globo. Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ luis-antonio-giron/noticia/2013/08/bcurtoblogo-existo.html). Acesso em 27 de fevereiro de 2014. 3 Acerca de expressões empregadas no texto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas: ( ) Em “põe em xeque o mundo que o cerca” (linhas 4 e 5), os dois vocábulos sublinhados têm a mesma função gramatical. ( ) O vocábulo “dele” (linha 28) retoma a palavra “elogio” (linha 28). ( ) Em “mas não o é para muita gente” (linha 14), o referente do vocábulo “o” é a obviedade anteriormente referida. ( ) O vocábulo “o” (linha 30) retoma “círculo vicioso” (linha 30). Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) F – V – F – V b) F – V – V – F. c) V – V – F – V. d) F – F – V – V. e) V – F – V – F. Gabarito: B Comentário: . Afirmativa 1: Em “põe em xeque o mundo que o cerca” (linhas 4 e 5), os dois vocábulos sublinhados têm a mesma função gramatical. 6 Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão Análise: O primeiro “o” tem função de adjunto adnominal (artigo que acompanha um substantivo), o segundo “o” tem função de objeto direto do verbo “cercar”. Resposta: falsa. Afirmativa 2: O vocábulo “dele” (linha 28) retoma a palavra “elogio” (linha 28). Análise: Na frase “Se alguém me “curte”, posso adquirir certeza de que estou no mundo e me encher de felicidade com o elogio, mas não há como verificar a veracidade dele”, o vocábulo “dele” retoma “elogio”. Resposta: verdadeira. Afirmativa 3: Em “mas não o é para muita gente” (linha 14), o referente do vocábulo “o” é a obviedade anteriormente referida. Análise: Na frase “Isso parece óbvio, mas não o é para muita gente”, o vocábulo “o” retoma o referente “óbvio”. Resposta: verdadeira. Afirmativa 4: O vocábulo “o” (linha 30) retoma “círculo vicioso” (linha 30). Análise: Na frase “E se o mundo existe só porque todos se “curtem” mutuamente, então ele virou um círculo vicioso de aprovações que o levarão inevitavelmente ao caos”, o vocábulo “o” retoma “mundo”. Resposta: falsa. 4 No contexto em que se encontram, os dois pontos da linha 25 podem ser substituídos, com ajustes de vírgulas, pela expressão: a) por isso. b) portanto. c) visto que. d) se bem que. e) no entanto. Gabarito: C Comentário: Na frase “O ato de “curtir” tem um poder ontológico: ele alterou irremediavelmente a nossa forma de encarar o mundo, os outros e a nós mesmos”, os dois pontos foram empregados para introduzir uma explicação para o ato de “curtir” ter um poder ontológico. a) INCORRETA. A locução “por isso” estabelece valor semântico de conclusão, dessa forma não pode substituir corretamente os dois pontos. b) INCORRETA. A conjunção “portanto” estabelece valor semân- tico de conclusão, dessa forma não pode substituir corretamente os dois pontos. c) CORRETA. A Locução conjuntiva “visto que” estabelece valor semântico explicativo, portanto, no contexto pode substituir corre- tamente os dois pontos sem prejuízo para a correção gramatical e sentido do texto. d) INCORRETA. A locução conjuntiva “se bem que” estabelece valor semântico concessivo, dessa forma não pode substituir corre- tamente os dois pontos. e) INCORRETA. A locução “no entanto” estabelece valor semân- tico de adversidade ou oposição, dessa forma não pode substituir corretamente os dois pontos. 5 O texto discute, essencialmente: a) as mudanças que o ato de “curtir” no Facebook desenca- dearam nos modos como as pessoas percebem o mundo, as relações interpessoais. b) a passagem do paradigma religioso para o científico e a passagem do paradigma científico para o tecnológico. c) o efeito de simulacro na vida real, gerado pelo modo como se dão as interações nas redes sociais. d) a cultura do ultraconsumismo e da valorização do “ser célebre”, desencadeada pela era virtual. e) as contradições geradas na rede social Facebook. Gabarito: A Comentário: a) CORRETA. O autor do texto apresenta como tema central as mudanças que o ato de “curtir” no Facebook influenciaram no modo como as pessoas encaram o mundo, os outros e a si mesmos. Nesse contexto, o “eu” real deu lugar ao “perfil”, e as “curtidas” se tornaram uma forma de provar a sua existência e ter certeza de que pertence ao mundo. b) INCORRETA. Trata-se de uma extrapolação. O texto não discute a passagem do paradigma religioso para o científico e a passagem do paradigma científico para o tecnológico. c) INCORRETA. O efeito de simulacro na vida real, gerado pelo modo como se dão as interações nas redes sociais não é discutido como tema central do texto. d) INCORRETA. O autor do texto cita que a existência do ego deu lugar, na cultura do ultraconsumismo e das celebridades, a um outro tipo de pergunta: “Se postei algo no Facebook e ninguém ‘curtiu’, eu existo?”. e) INCORRETA. O debate central do texto vai muito além do que as contradições geradas pelo ato de curtir apenas no facebook, mas sim nas redes sociais e no mundo virtual. Cientista ensina como ter sucesso no trabalho ao controlar distra- ção digital. Não há dúvidas de que as redes sociais e outras ferramentas [aviso de mensagem no WhatsApp] de comunicação digital facilitem a vida moderna. O problema é que ascensão e a onipresença dessas ferramentas [alerta de marcação em foto no Facebook] transfor- mou em cacos a atenção de trabalhadores. Quem afirma isso é o americano Cal Newport, cientista que estuda o impacto da tecnologia no trabalho. Seguindo a tendên- cia das chamadas filosofias “deep”, de tentar isolar as distrações da vida moderna, ele criou o “deep work” (trabalho profundo, em tradução livre). […] Newport afirma que as redes sociais e a tendência geral à hiperco- nectividade estão prejudicando carreiras e impedindo o sucesso e a excelência profissional. De modo geral, o cientista da computação diz que atividades superficiais na internet, como checar e-mails constantemente ou 7 Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão ver as atualizações na timeline de uma das inúmeras redes sociais existentes, tomam um tempo excessivamente grande em troca de muito pouco. Segundo Newport, a tentativa de fazer muitas coisas ao mesmo tempo leva a um trabalho com menor valor agregado e facilmente replicável. Ele chama isso de “shallow work” (trabalho superficial). Do outro lado, o “deep work” seria a realização de atividades profissionais em estado de concentração, o que levariaas capacida- des cognitivas ao limite e, consequentemente, produziria conheci- mento, valor e resultados dificilmente replicáveis. Uma das bases do pensamento de Newport é a questão da atenção residual. Segundo ele, à medida que alternamos entre atividades, uma parcela de nossa atenção permanece na tarefa original. A ideia é partilhada por Dora Góes, psicóloga do Programa de Dependências Tecnológicas do Hospital das Clínicas da USP. “Essa história de cérebro multitarefa não existe. Se estou fazendo várias coisas, haverá foco maior em uma delas e as outras ficarão deficitárias. Mas achamos que damos conta”. O resultado disso, tanto para a psicóloga quanto para Newport, é uma menor capacidade para aprender novas coisas. “Isso interfere na nossa memória a longo prazo, na nossa concentração”, afirma Góes. “A mente que está agitada entre um aplicativo e outro é muito diferente de uma que está concentrada lendo um texto mais profundo”. […] (Folha de S. Paulo, 10 jan. 2017. Adaptado) 6 Considere a seguinte passagem retirada do texto: De modo geral, o cientista da computação diz que atividades superficiais na internet, como checar e-mails constantemente ou ver as atualizações na timeline de uma das inúmeras redes sociais existentes, tomam um tempo excessivamente grande em troca de muito pouco. […] Uma das bases do pensamento de Newport é a questão da atenção residual. Segundo ele, à medida que alterna- mos entre atividades, uma parcela de nossa atenção permanece na tarefa original. A respeito dos marcadores do discurso destacados nessa passagem, assinale a alternativa que apresenta as respectivas relações que eles estabelecem. a) Alternância – conformidade. b) Causa – alternância. c) Causa – proporcionalidade. d) Alternância – proporcionalidade. e) Comparação – alternância. Gabarito: D Comentário: No excerto “[...] como checar e-mails constantemente ou ver as atualizações na timeline de uma das inúmeras redes sociais existentes [...]”, a conjunção “ou” introduz uma oração coordenada sindética alternativa e estabelece uma ideia de alternância, ou seja, apresenta fatos que alternam. No excerto “Segundo ele, à medida que alternamos entre ativida- des, [...]”, a locução feminina adverbial destacada introduz uma oração subordinada de natureza adverbial proporcional e estabelece uma ideia de proporção em relação à oração principal. Cientista ensina como ter sucesso no trabalho ao controlar distra- ção digital. Não há dúvidas de que as redes sociais e outras ferramentas [aviso de mensagem no WhatsApp] de comunicação digital facilitem a vida moderna. O problema é que ascensão e a onipresença dessas ferramentas [alerta de marcação em foto no Facebook] transfor- mou em cacos a atenção de trabalhadores. Quem afirma isso é o americano Cal Newport, cientista que estuda o impacto da tecnologia no trabalho. Seguindo a tendên- cia das chamadas filosofias “deep”, de tentar isolar as distrações da vida moderna, ele criou o “deep work” (trabalho profundo, em tradução livre). […] Newport afirma que as redes sociais e a tendência geral à hiperco- nectividade estão prejudicando carreiras e impedindo o sucesso e a excelência profissional. De modo geral, o cientista da computação diz que atividades superficiais na internet, como checar e-mails constantemente ou ver as atualizações na timeline de uma das inúmeras redes sociais existentes, tomam um tempo excessivamente grande em troca de muito pouco. Segundo Newport, a tentativa de fazer muitas coisas ao mesmo tempo leva a um trabalho com menor valor agregado e facilmente replicável. Ele chama isso de “shallow work” (trabalho superficial). Do outro lado, o “deep work” seria a realização de atividades profissionais em estado de concentração, o que levaria as capacida- des cognitivas ao limite e, consequentemente, produziria conheci- mento, valor e resultados dificilmente replicáveis. Uma das bases do pensamento de Newport é a questão da atenção residual. Segundo ele, à medida que alternamos entre atividades, uma parcela de nossa atenção permanece na tarefa original. A ideia é partilhada por Dora Góes, psicóloga do Programa de Dependências Tecnológicas do Hospital das Clínicas da USP. “Essa história de cérebro multitarefa não existe. Se estou fazendo várias coisas, haverá foco maior em uma delas e as outras ficarão deficitárias. Mas achamos que damos conta”. O resultado disso, tanto para a psicóloga quanto para Newport, é uma menor capacidade para aprender novas coisas. “Isso interfere na nossa memória a longo prazo, na nossa concentração”, afirma Góes. “A mente que está agitada entre um aplicativo e outro é muito diferente de uma que está concentrada lendo um texto mais profundo”. […] (Folha de S. Paulo, 10 jan. 2017. Adaptado) 7 Assinale a alternativa em que o trecho escrito sobre o texto- -base segue as normas de pontuação da língua padrão. a) O texto apresenta dois termos sobre o estado de trabalho. Deep work e shallow work. O primeiro refere-se, ao trabalho, com grande concentração enquanto o segundo refere-se ao trabalho superficial, quando há tentativa de fazer muitas coisas ao mesmo tempo com pouca atenção em cada uma. b) O texto apresenta dois termos sobre o estado de trabalho: deep work e shallow work. O primeiro refere-se ao trabalho com grande concentração, enquanto o segundo refere-se ao trabalho superficial, quando há tentativa de fazer muitas coisas ao mesmo tempo com pouca atenção em cada uma. c) O texto apresenta dois termos sobre o estado de trabalho; deep work e shallow work. O primeiro, refere-se ao trabalho 8 Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão com grande concentração, enquanto o segundo, refere-se ao trabalho superficial, quando há tentativa de fazer muitas coisas, ao mesmo tempo com pouca atenção em cada uma. d) O texto apresenta dois termos sobre o estado de trabalho, deep work e shallow work. O primeiro: refere-se ao trabalho com grande concentração, enquanto o segundo: refere-se ao trabalho superficial, quando há tentativa de fazer muitas coisas ao mesmo tempo com pouca atenção em cada uma. e) O texto apresenta dois termos sobre o estado de trabalho deep work e shallow work. O primeiro refere-se ao trabalho com grande concentração enquanto o segundo, refere-se ao trabalho superficial, quando há tentativa de fazer muitas coisas ao mesmo tempo: com pouca atenção em cada uma. Gabarito: B Comentário: a) INCORRETA. As vírgulas empregadas para separar “ao trabalho” estão incorretas gramaticalmente, pois separa o verbo (referir-se) de seu complemento (ao trabalho). b) CORRETA. Há três pontos que devem ser analisados: Dois pontos: foram empregados para separar o aposto “deep work e shallow work”. 1ª vírgula: separar uma oração de natureza adverbial temporal introduzida pela conjunção “enquanto”. 2ª vírgula: separar uma oração de natureza adverbial temporal introduzida pela conjunção “quando”. c) INCORRETA. Há três pontos que devem ser analisados: Ponto e vírgula: foi empregado de maneira incorreta. 1ª e 2ª vírgulas: separam os sujeitos de seus predicados. d) INCORRETA. Os dois pontos empregados em suas duas ocorrências estão incorretos gramaticalmente, pois separam os sujeitos de seus predicados. e) INCORRETA. A vírgula empregada após a palavra “segundo” está incorreta gramaticalmente, pois separa o sujeito do predicado. 8 A expressão “atenção residual”, utilizada no texto, pode ser substituída, sem prejuízo do significado original, por atenção afetada: a) Pela ansiedade da próxima tarefa. b) Pelo grande número de tarefas que se faz ao mesmo tempo. c) Pelos resíduos de outros pensamentos de natureza física ou emocional. d) Pelos pensamentos remanescentes da tarefa anterior. e) Pelo excesso de interferências externas. Gabarito: D Comentário: No trecho “Uma das bases do pensamento de Newport é a questão da atenção residual. Segundo ele, à medida que alternamos entre atividades, uma parcela de nossa atençãopermanece na tarefa original”, pode-se inferir que a “atenção residual” significa a atenção afetada pelo grande número de atividades que alternamos ao mesmo tempo, no qual uma parcela de nossa atenção permanece na tarefa original. 9 Sobre o gênero textual, é correto afirmar que se trata de um texto: a) Argumentativo, o que se evidencia pela presença da opinião autoral presente nas citações da psicóloga. b) Dissertativo, por apresentar diversas opiniões sobre a distra- ção no trabalho. c) Informativo, caracterizado por informações dadas pelo autor, sem se posicionar sobre o assunto. d) Narrativo, marcado pela presença de uma protagonista e de um narrador que conta a sua história. e) Descritivo, marcado pela descrição das características dos diferentes tipos de trabalho. Gabarito: C Comentário: O texto é predominantemente informativo e apresenta dados sobre como ter sucesso no trabalho ao controlar a distração digital. O autor do texto expõe os dados e/ou informações/conceitos de modo objetivo e com linguagem clara e direta, sem se posicionar sobre o assunto. cientista ensina como ter sucesso no trabalho ao controlar distra- ção digital Não há dúvidas de que as redes sociais e outras ferramentas [aviso de mensagem no WhatsApp] de comunicação digital facilitem a vida moderna. O problema é que ascensão e a onipresença dessas ferramentas [alerta de marcação em foto no Facebook] transfor- mou em cacos a atenção de trabalhadores. Quem afirma isso é o americano Cal Newport, cientista que estuda o impacto da tecnologia no trabalho. Seguindo a tendên- cia das chamadas filosofias “deep”, de tentar isolar as distrações da vida moderna, ele criou o “deep work” (trabalho profundo, em tradução livre). […] Newport afirma que as redes sociais e a tendência geral à hiperco- nectividade estão prejudicando carreiras e impedindo o sucesso e a excelência profissional. De modo geral, o cientista da computação diz que atividades superficiais na internet, como checar e-mails constantemente ou ver as atualizações na timeline de uma das inúmeras redes sociais existentes, tomam um tempo excessivamente grande em troca de muito pouco. Segundo Newport, a tentativa de fazer muitas coisas ao mesmo tempo leva a um trabalho com menor valor agregado e facilmente replicável. Ele chama isso de “shallow work” (trabalho superficial). Do outro lado, o “deep work” seria a realização de atividades profissionais em estado de concentração, o que levaria as capacida- des cognitivas ao limite e, consequentemente, produziria conheci- mento, valor e resultados dificilmente replicáveis. Uma das bases do pensamento de Newport é a questão da atenção residual. Segundo ele, à medida que alternamos entre atividades, uma parcela de nossa atenção permanece na tarefa original. A ideia é partilhada por Dora Góes, psicóloga do Programa de Dependências Tecnológicas do Hospital das Clínicas da USP. “Essa história de cérebro multitarefa não existe. Se estou fazendo várias coisas, haverá foco maior em uma delas e as outras ficarão deficitárias. Mas achamos que damos conta”. 9 Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão O resultado disso, tanto para a psicóloga quanto para Newport, é uma menor capacidade para aprender novas coisas. “Isso interfere na nossa memória a longo prazo, na nossa concentração”, afirma Góes. “A mente que está agitada entre um aplicativo e outro é muito diferente de uma que está concentrada lendo um texto mais profundo”. […] (Folha de S. Paulo, 10 jan. 2017. Adaptado) 10 Com base no texto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas: ( ) Usar as redes sociais durante a realização de uma tarefa é um exemplo de “deep work”, de acordo com o autor. ( ) “Shallow work” são atividades profissionais feitas enquanto se está conectado a redes sociais que prejudicam a excelência no mundo do trabalho. ( ) De acordo com a psicóloga da USP, Dora Goés, o cérebro não consegue processar diversas tarefas e pensamentos da mesma forma, pois sempre haverá uma atenção maior em uma tarefa específica. ( ) A hiperconectividade deixa a mente agitada, com uma maior capacidade de aprender coisas novas. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) F – V – V – F. b) V – V – F – V. c) F – V – F – V. d) V – F – V – F. e) F – F – V – V. Gabarito: A Comentário: Afirmativa 1: Usar as redes sociais durante a realização de uma tarefa é um exemplo de “deep work”, de acordo com o autor. Análise: De acordo com o trecho “Seguindo a tendência das chamadas filosofias “deep”, de tentar isolar as distrações da vida moderna, ele criou o “deep work” (trabalho profundo, em tradução livre). […]”, pode-se concluir o contrário: deep work é a realização de uma tarefa isolada das distrações da vida moderna. Resposta: falso. Afirmativa 2: “Shallow work” são atividades profissionais feitas enquanto se está conectado a redes sociais que prejudicam a excelência no mundo do trabalho. Análise: De acordo com o trecho “Segundo Newport, a tentativa de fazer muitas coisas ao mesmo tempo leva a um trabalho com menor valor agregado e facilmente replicável. Ele chama isso de “shallow work” (trabalho superficial).”, realizar o trabalho em conjunto com outras atividades, levaria a um trabalho com menor valor agregado, prejudicando a excelência. Resposta: verdadeiro. Afirmativa 3: De acordo com a psicóloga da USP, Dora Goés, o cérebro não consegue processar diversas tarefas e pensamentos da mesma forma, pois sempre haverá uma atenção maior em uma tarefa específica. Análise: No trecho “A ideia é partilhada por Dora Góes, psicó- loga do Programa de Dependências Tecnológicas do Hospital das Clínicas da USP. “Essa história de cérebro multitarefa não existe. Se estou fazendo várias coisas, haverá foco maior em uma delas e as outras ficarão deficitárias. Mas achamos que damos conta”, pode-se inferir que na opinião da psicóloga, o cérebro multitare- fas não existe, uma vez que o indivíduo priorizaria uma tarefa em relação às outras. Resposta: verdadeiro. Afirmativa 4: A hiperconectividade deixa a mente agitada, com uma maior capacidade de aprender coisas novas. Análise: De acordo com Newport, as redes sociais e a tendência geral à hiperconectividade estão prejudicando carreiras e impedin- do o sucesso e a excelência profissional. Resposta: falso. Informática 11 Os computadores possuem alguns tipos de software para desempenhar suas funções. Sabendo disso, os softwares que gerenciam o hardware e ainda fornecem aos programadores e aos programas de aplicativos um conjunto de recursos abstra- tos e claros, ao invés de recursos confusos de hardware, são conhecidos como a) Sistemas Seguros. b) Softwares Utilitários. c) Softwares Aplicativos. d) Sistemas Operacionais. Gabarito: D Comentário: SISTEMA OPERACIONAL é considerado o principal programa (software) do computador. Responsável por gerenciar todo o funcionamento do computador, tanto na gerencia dos Softwares quanto dos Hardwares. É considerado o elemento intermediário entre a comunicação do usuário com a máquina, possuindo, basicamente, duas formas no processo de comunicação do usuário com o Sistema Operacional: a forma visual/interativa, modo Gráfico de interatividade e através do sistema Batch, que é o modo Shell de interatividade. Já Software Embarcado que também é chamado de Sistema Embar- cado e Programa Embarcado, é um dispositivo de software que realiza um conjunto de tarefas predefinidas, geralmente com confi- gurações especificadas durante a fabricação. Alguns dispositivos possuem sistema operacional próprio e software de funcionamento. É armazenado em memória do tipo ROM não podendo gravar novas informações, mas podendo atualizar as já existentes. Uma dica é Firmware = Software Embarcado ≠ Driver 12 Qual o comando do Sistema Operacional Linux utilizado para remover arquivos e opcionalmente diretórios? a) del b) delete c) erased) remove e) rm Gabarito: E 10 Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão Comentário: Alternativas A e B, erradas: del ou delete removem somente arquivos no Prompt de Comando do Windows; Alternativas C e D, erradas: inexistem tais comandos no sistema operacional Linux; Alternativa E, correta: rm (contração de remove) é comando utili- zado para remover arquivos e diretórios no sistema operacional Linux. 13 Caso não tenha sido alterado o local de download padrão, o diretório padrão de download de arquivos do navegador Chromium, no Ubuntu, é: a) /Users/<nome de usuário>/Downloads b) /home/<nome de usuário>/Downloads c) \Arquivo de Programas\Chrome\Downloads d) \Windows\Downloads e) \Usuários\<nome de usuário>\Downloads Gabarito: E Comentário: Tanto no Windows como no Linux os navegadores de internet utilizam como destino padrão a pasta Downloads dentro da pasta do usuário. É importante observar que o caminho de pastas no Windows é representado com a contrabarra \ enquanto no Linux usa-se a barra normal /. 14 Assinale a alternativa onde consta um endereço sintatica- mente correto. a) google.com.br b) www.google.com.br c) \\/www.google.com.br d) http:\\www.google.com.br e) http://www.google.com.br Gabarito: E Comentário: Um URL (Uniform Resource Locator – Localizador Uniforme de Recursos) é um endereço através do qual se encontra algum recurso computacional disponível. Sua forma simplificada é [PROTOCOLO]://[DOMÍNIO OU SERVIDOR]/ [CAMINHO]/[RECURSO] Note que a sintaxe utiliza barras comuns (/) e não as barras inver- tidas ou contrabarras (\). Registre-se, contudo, que os navegado- res Chrome e Firefox efetuam a substituição das barras invertidas pelas barras comuns para adequar as URLs à sintaxe corretas antes de enviá-las. É comum que não seja necessária a especificação completa do servidor na forma www.[DOMÍNIO], bastando o [DOMÍNIO]. No caso, tanto o emprego do domínio google.com.br ou do servidor www.google.com.br, bastariam. O [CAMINHO], geralmente associado à estrutura do sistema de arquivos do servidor, e [RECURSO], que em geral correspon- de a um arquivo, são opcionais, já que o servidor tem definidos [CAMINHO] e [RECURSO] padrões para URLs que não os especificam. O [PROTOCOLO] é de preenchimento opcional para o usuário, porém os navegadores, antes de enviarem a URL, realizam o preen- chimento com o protocolo padrão HTTP. Assim, o endereço que atende plenamente aos requisitos de sintaxe impostos para as URLs, sem necessidade de qualquer intervenção do navegador, é a apresentada na alternativa E. Tanto o Google Chrome quanto o Mozilla Firefox corrigem com sucesso os endereços apresentados nas alternativas A, B e D, porém estes não estão em plena conformidade com a sintaxe formal para URLs. Note que a mera especificação do domínio, como apresen- tado na alternativa A, seria suficiente, porém o endereço completo padece da falta dos demais requisitos. O endereço apresentado na alternativa C é inválido e ambos os navegadores devolverão mensagem de erro. 15 Ao digitar um novo e válido endereço da internet no browser em um equipamento devidamente configurado e conecta- do na internet, o serviço que traduz o nome do site para o respectivo endereço IP denomina-se: a) HTTP b) NTP. c) SMTP. d) DNS. e) POP3. Gabarito: D Comentário: Alternativa A, errada: HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – é um protocolo de comunicação que pode transferir tanto arquivos contendo definições de hipertexto como eventuais objetos por eles referidos, como imagens, vídeos, áudios, dentre outros. Alternativa B, errada: NTP – Network Time Protocol – Protocolo para a sincronização dos relógios de computadores e dispositivos conectados em rede. Alternativa C, errada: SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – Protocolo padrão para envio de mensagens de correio eletrônico (e-Mail) através da Internet. Alternativa D, correta: DNS – Domain Name System – é um sistema hierárquico e distribuído responsável pela associação de nomes a endereços IPs. Alternativa E, errada: POP3 – Post Office Protocol, Version 3 – protocolo para acesso remoto a um servidor de correio eletrônico. 16 Com relação ao navegador Google Chrome, assinale a tecla de atalho que abre a barra “localizar”, para busca de um texto na página ativa. a) Ctrl+A b) Ctrl+B c) Ctrl+F d) Ctrl+S e) Ctrl+W Gabarito: C Comentário: A alternativa A está errada: CRTL + A seleciona o conteúdo da página exibido pelo navegador Chrome. Também errada a Alternativa B: CRTL + B não é um atalho válido no Chrome. Correta a alternativa C: CRTL + F (find) abre o caixa de diálogo para busca textuais na página ativa. 11 Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão Errada a alternativa D: CRTL + S abre o diálogo para salvar a página ativa. Por fim, errada também a alternativa E: CRTL + W fecha a aba ativa no navegador Chrome. 17 Qual é o atalho para abrir uma Nova Janela Anônima no navegador Google Chrome? a) Ctrl+Alt+I b) Ctrl+shift+I c) Ctrl+shift+J d) Ctrl+shift+N e) Ctrl+shift+P Gabarito: D Comentário: A alternativa A está errada: CRTL + ALT + I não é um atalho válido no navegador Chrome. Também errada a Alternativa B: CRTL + SHIFT + I abre as ferramentas de desenvolvedor na aba Elementos. Também errada a Alternativa C: CRTL + SHIFT + J abre as ferramentas de desenvolvedor na aba Console. Correta a alternativa D: CRTL + SHIFT + N abre uma nova janela no navegador Chrome em modo anônimo. Errada a alternativa E: CRTL + SHIFT + P abre o diálogo para impressão da página ativa no navegador Chrome. Para o acompanhamento de alterações em um documento no LibreOffice Writer (geralmente utilizado para revisão ou edição de textos), é necessário ativar a gravação de mudanças. 18 Assinale a alternativa que apresenta o caminho para a ativação dessa funcionalidade. a) Arquivo→Propriedades→Controlar mudanças b) Editar→Registrar alterações→Registrar c) Editar→ Mostrar Marcações d) Revisão→Mostrar Marcações e) Revisão→Controlar alterações Gabarito: B Comentário: O recurso para controlar as alterações no Libre Office Writer está disponível no menu Editar ou pelo atalho CTRL + SHIFT + C. Este recurso é do tipo ativado desativado, uma vez ativo as alterações executadas no documento são marcadas como sugestões de alteração, de modo que as inserções ficam com outra cor e sublinhadas e as exclusões além de outra cor ficam tachadas. No Word a função equivalente é encontrada na guia Revisão ou pelo atalho CTRL + SHIFT + E. 19 Com relação ao Libre Office Calc, assinale a alternativa que apresenta a fórmula sintaticamente correta a) =Plan1.A3*Plan2.A4 b) =Plan1%A3*Plan2%A4 c) =A3.Plan1*A4.Plan2 d) =A3!Plan1*A4.Plan2 e) =Plan1(A3)*Plan2(A4) Gabarito: A Comentário: A identificação de uma célula de modo que seja possível realizar cálculos com valores entre planilhas de um mesmo arquivo envolve primeiro a identificação da planilha que possui o valor desejado e depois a célula da planilha, ou intervalo, que se deseja utilizar. Deste modo caso o arquivo seja composto pelas seguintes planilhas: Planilha1, Planilha2 e Exemplo, é possível realizar cálculo usando a expressão: =Planilha2.A1 + Exemplo.A3. Assim, será realizada a soma do valor da célula A1 da Planilha1 com o valor da célula A3 da planilha Exemplo. Caso sejam usados valores da planilha em que se encontra a fórmula não há necessida- de de indicar qual planilha se trata. Desta forma caso seja inserida a seguinte expressão =Exemplo.A4+A2 em uma célula da planilha Planilha2 será realizada a soma do valor da célula A2 da Planilha2 (atual) com o valor da célula A4 da planilha Exemplo. No Caso do Excel a diferença é que ao invés do sinal ponto separando o nome da planilha do endereço célula, usa-se o sinal exclamação, desta forma o último exemplo no Excel ficaria =Exemplo!A4+A2. 20 Em uma rede local, os endereços IP dos computadores dos funcionários são atribuídos automaticamente. Qual dasalter- nativas indica o serviço/protocolo que deve estar disponível em um servidor para essa funcionalidade? a) DNS b) FTP c) TCP d) WWW e) DHCP Gabarito: E Comentário: Alternativa A, incorreta: DNS – Domain Name System – é um sistema hierárquico e distribuído responsável pela associação de nomes a endereços IPs. Alternativa B, incorreta: FTP, ou File Transfer Protocol, é um protocolo especificamente desenvolvido para a transferência bilate- ral de arquivos por usuários autorizados. Alternativa C, incorreta: TCP, ou Transmission Control Protocol, protocolo de camada de transporte, amplamente utilizado em redes de computadores para prover confiabilidade, entrega de pacotes em sequência correta, verificação e correção de erros.. Alternativa D, incorreta. WWW – World Wide Web – é emara- nhado de documentos de diversas naturezas interligados através da rede mundial de computadores. Alternativa E, correta. DHCP – Dynamic Host Configuration Protocol – é um protocolo de configuração dinâmica de compu- tadores conectados a uma rede. Trata-se de um regime de conces- são que precisa ser renovada periodicamente. Dentre os parâme- tros configuráveis, estão o endereço IP, máscara de rede, roteador padrão e endereços IP de servidores de DNS. Direito Penal 21 Acerca dos princípios básicos do direito penal brasileiro, assinale a opção correta. a) O princípio da fragmentariedade ou o caráter fragmentário do direito penal quer dizer que a pessoa cometerá o crime se sua conduta coincidir com qualquer verbo da descrição desse crime, ou seja, com qualquer fragmento de seu tipo penal. b) O princípio da anterioridade, no direito penal, informa que ninguém será punido sem lei anterior que defina a conduta 12 Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão como crime e que a pena também deve ser prevista previa- mente, ou seja, a lei nunca poderá retroagir. c) É possível que uma lei penal mais benigna alcance condutas anteriores à sua vigência, seja para possibilitar a aplicação de pena menos severa, seja para contemplar situação em que a conduta tipificada passe a não mais ser crime. d) O princípio da insignificância no direito penal dispõe que nenhuma vida humana será considerada insignificante, sendo que todas deverão ser protegidas. e) O princípio da ultima ratio ou da intervenção mínima do direito penal significa que a pessoa só cometerá um crime se a pessoa a ser prejudicada por esse crime o permitir. Gabarito: C Comentário: A lei penal mais benéfica ao réu poderá retroagir (art. 5º, XL da CF). Pode haver nesse caso, uma abolitio criminis (em que há a exclusão da conduta como crime) ou uma lex in mellius (lei que sancione uma pena menos gravosa ao réu). “Chamamos de extra-atividade a capacidade que tem a lei penal de se movimentar no tempo regulando fatos ocorridos durante sua vigência, mesmo depois de ter sido revogada, ou de retroagir no tempo, a fim de regular situações ocorridas anteriormente à sua vigência”. (GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral. vol. 1. 17. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2015, p.159). Segundo esse autor a extra-atividade é gênero do qual seriam espécies a ultra-a- tividade e a retroatividade. 22 Leia as afirmativas a seguir e marque a alternativa correta: a) A garantia penal positivada na Constituição Federal brasilei- ra (1988) promove a retroatividade da lei penal mais benéfica quando o condenado, por uma conduta típica, apresenta residência fixa, após cometimento do ilícito penal. b) A lei penal possui ultra-atividade, nos casos em que, mesmo após sua revogação por lei mais gravosa, continua sendo válida em relação aos efeitos penais mais brandos da lei que era vigente no momento da prática delitiva. c) A aplicação da irretroatividade em direito penal funciona como garantia legal do ius puniendi que pretende auferir a punição mais gravosa ao condenado. d) A ultra-atividade da lei penal funciona como mecanismo de endurecimento da norma penal, ao passo que funciona como técnica de resolução de conflito para aplicação de um direito penal punitivo. e) A figura da ultra-atividade da norma penal realiza o objetivo de garantir a condenação do réu pela norma penal vigente na prática da conduta delitiva, com o principal objetivo de promover a segurança jurídica em âmbito penal. Gabarito: B Comentário: a) (ERRADO) – A assertiva está incorreta, uma vez que a Consti- tuição não apresenta qualquer condição legal para a aplicação da lei penal mais benéfica. b) (CERTA) – A assertiva está correta, pois se o crime for cometido sob a vigência de determinada lei, mais branda, que vem a ser revogada por outra, mais gravosa, aquela continuará a regular o fato, mesmo com a entrada em vigor da lei nova. “Art. 2°, Parágrafo único – A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. ” c) (ERRADO) – A assertiva está incorreta, outrossim, prevê o ordenamento penal que, será sempre aplicada a lei mais favorável ao réu, diante de um conflito de leis penais no tempo. “Art. 2°, Parágrafo único – A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. ” d) (ERRADO) – A assertiva está incorreta, pois como analisado nas alternativas anteriores, a ultra-atividade ocorrerá nos casos em que a norma penal vigente à época dos fatos for mais benéfica ao réu, portanto não será mecanismo de endurecimento. e) (ERRADO) – A assertiva está errada, haja vista que, a ultra-a- tividade ocorrerá nos casos em que a norma penal vigente à época dos fatos for mais benéfica ao réu. 23 Observa-se nas leis temporárias que: a) não adotam a regra da retroatividade benigna. b) sua vigência depende da excepcionalidade que a gerou. c) não são ultra-ativas nem retroativas. d) possuem a característica da retroatividade, sempre para beneficiar o réu. e) sua vigência é previamente fixada pelo legislador. Gabarito: E Comentário: Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 24 O direito penal não admite analogias incriminadoras Essa afirmativa é uma decorrência do princípio da: a) adequação social. b) responsabilidade penal pessoal. c) individualização das penas. d) legalidade. e) responsabilidade penal subjetiva. Gabarito: D Comentário: – O princípio da legalidade possui quatro funções fundamentais: 1 – proibir a retroatividade da lei penal; 2 – proibir a criação de crimes e penas pelos costumes; 3 – proibir o emprego de ANALOGIA para criar crimes, funda- mentar ou agravar penas; 4 – proibir incriminações vagas e indeterminadas. 13 Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 25 Em relação à teoria geral do crime, assinale a alternativa INCORRETA. a) A diferença entre autoria indireta intelectual e autoria indireta mediata é que naquela, há o planejamento pelo autor indireto e a execução do crime por um terceiro. Nesta, o autor se vale de um instrumento, alguém que esteja sob coação moral irresistível, por exemplo, para a prática do crime. Na autoria indireta mediata, não haverá concurso de pessoas. b) De acordo com o entendimento que prevalece, atualmente, na doutrina, há a possibilidade de reconhecimento de tenta- tiva no dolo eventual, entretanto, esse mesmo entendimento, majoritário doutrinariamente, não admite o reconhecimento da tentativa naqueles crimes identificados como crimes de ímpeto. c) O Código Penal adota a teoria da atividade, no que diz respeito ao tempo do crime. Já com relação ao lugar do crime, o Código Penal adota a teoria da ubiquidade, também chamada de teoria eclética. d) De acordo com a doutrina, prevalece o entendimento de que em um crime praticado em concurso de agentes, a aplica- ção da denominada “pontede prata”, prevista no artigo 16 do Código Penal, quando reconhecida para um, estende-se aos seus comparsas. e) O que a doutrina denomina crime oco, nada mais é do que o crime impossível, também conhecido como quase crime, reconhecido pelo artigo 17 do Código Penal. Gabarito: B Comentário: A autoria intelectual é uma modalidade de autoria indireta, uma vez que o autor indireto intelectual planeja a ação delitiva, mas não realiza diretamente a conduta tipificada no dispo- sitivo penal respectivo, cuja prática fica a cargo de outrem. Existe, portando, concurso de agentes, nos termos do disposto no artigo 29 do Código Penal. Na autoria indireta mediata, o agente mediato, também conhecido como o "sujeito de trás", serve-se de outrem como se fosse um instrumento do crime que executa diretamente a conduta prevista no tipo penal respectivo. Na autoria mediata, a situação do agente imediato, empregado na realização do verbo típico, não permite que se reúnam todos os requisitos para que possa ser punido pelo ato praticado. No que tange à tentativa, em hipóteses em que se dá o dolo eventual, prevalece na doutrina o entendimento de que é admissí- vel. Neste sentido, é oportuno trazer a lição de Cleber Masson, em seu Direito Penal, Parte Geral, Esquematizado, Vol. 1: "Prevalece no Brasil o entendimento favorável ao cabimento da tentativa nos crimes cometidos com dolo eventual, equiparado pelo art. 18, I, do Código Penal, no tocante ao seu tratamento, ao dolo direto.9 A dificuldade de prova do início da execução de um crime que não se consuma por circunstâncias alheias ao consentimento do agente é questão de natureza processual, em nada interferindo na tipicidade do fato. A teoria da atividade é adotada pelo artigo 4º do Código Penal, que estabelece que “considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado." No que tange ao lugar do crime, o artigo 6º, do Código Penal, estabelece que "considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado". Aplica-se, portanto, a teoria da ubiquidade, mista ou eclética. A chamada "ponte de prata" é um instituto de natureza penal que permite mitigar as consequências do crime já consumado, propor- cionando, assim, a diminuição de pena. O arrependimento eficaz é um exemplo de "ponte de prata", previsto no artigo 16 do Código Penal. Crime oco é um dos sinônimos de crime impossível, que também é conhecido pelos nomes de tentativa inidônea e tentativa impossí- vel. Encontra-se previsto no artigo 17 do Código Penal que assim dispõe: "Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime". 26 A embriaguez provocada pelo uso do álcool pode excluir a culpabilidade quando: a) For preordenada. b) Decorrer de força maior e diminuir a capacidade de entender a ilicitude do fato. c) For culposa. d) For patológica. e) For habitual. Gabarito: D Comentário: Para excluir a culpabilidade, a embriaguez oriunda de caso fortuito ou força maior terá que ser completa. Se for incomple- ta poderá diminuir a pena. A embriaguez patológica (art. 26, caput e parágrafo único) ocorre na hipótese de pessoas que se colocam em estado de embriaguez em virtude de uma vontade invencível de consumir a bebida (alcoolismo, por exemplo). Além disso, ela exclui a culpabilidade quando retirar totalmente a capacidade de entender e querer (art. 26, caput, CP). 27 Com relação ao concurso de crimes, é CORRETO afirmar: a) Não se admite a aplicação da suspensão condicional do processo ao crime continuado. b) No caso hipotético em que Gioconda, ao dirigir seu automó- vel de maneira imprudente, perde o controle do carro, matando três pessoas e lesionando gravemente outras cinco, deve ser reconhecido o concurso formal próprio de crimes pelo qual lhe será aplicada somente uma pena, a mais grave, aumentada de um sexto até a metade. c) No concurso de crimes, a aplicação da pena de multa observa as regras pertinentes à modalidade de concurso que incide no caso concreto. d) No concurso formal, aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até a metade, ainda que os crimes concorrentes resultem de desígnios autônomos. e) NDA Gabarito: B Comentário: Conforme o entendimento da Súmula 723 do STF, não se admite a suspensão condicional do processo por crime conti- nuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano. Neste sentido, não ultrapassando um ano cabe a suspensão. 14 Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão De fato tal conduta se amolda ao concurso formal próprio ou perfeito, uma vez que são vários crimes praticados através de uma só conduta. Será aplicada a pena mais grave do homicídio culposo acrescida de 1/6 até a metade. Conforme leciona o art. 72, CP, no concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente. No concurso formal, aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumula- tivamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. A respeito de consumação e tentativa delitiva, julgue os itens a seguir. I Tentativa inacabada é impunível, pois nela é impossível a consu- mação delitiva pela ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto material. II Nos casos de desistência voluntária e arrependimento eficaz, o agente responderá apenas pelos atos delitivos já praticados, mas não por delito tentado. III Crime monossubsistente, contravenção penal e crime preter- doloso não admitem punição por tentativa. IV No caso de crime habitual ou continuado, a consumação se prolonga no tempo por vontade do agente, e o prazo prescricional se inicia quando cessada a consumação. 28 Estão certos apenas os itens a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) I, III e IV. e) II, III e IV. Gabarito: C Comentário: Item I: A tentativa inacabada (também chamada de tentativa imperfeita ou tentativa propriamente dita) se caracteri- za quando ainda havia atos de execução a serem levados a efeito, mas o agente não conseguiu concluí-los por razões alheias a sua vontade. É punível, nos termos do artigo 14, II,CP: “Art. 14: Diz-se o crime: II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.” Ademais, de acordo com o artigo 17,CP "não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta improprie- dade do objeto, é impossível consumar-se o crime". Portanto, considera-se falsa a afirmação que diz que a tentativa inacabada é impunível. Item II: No que tange a desistência voluntária, não importa o motivo do agente não ter prosseguido, basta que não tenha prosse- guido com a ação por vontade sua previsto no artigo 15 do Código Penal: "O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados". Portanto, considera-se verdadeira a afirmação “Nos casos de desistência voluntária e arrependimento eficaz, o agente respon- derá apenas pelos atos delitivos já praticados, mas não por delito tentado.” Item III: Os crimes unissubsistentes ou monossubsistentes são aqueles que são praticados por uma só conduta, não podendo haver a fragmentação dos atos executórios. Diante disso, não se admite a modalidade tentada desses crimes. Além disso, de acordo com o artigo 4º do DL nº 3.668/1941 "Não é punível a tentativa de contravenção". Ademais, os crimes preterdolosos não admitirem a forma tentada, pois o resultado não é o desejado pelo agente (pois incide o dolo no antecedentee a culpa no consequente). Portanto, considera-se verdadeira a afirmação no item III. Item IV: A assertiva está errada, pois o crime habitual não tem a consumação prolongada no tempo, diferente do crime permanente. O crime habitual é aquele que a pratica da conduta é indiferente, mas a partir do momento que aquela conduta é reiterada, ela passa a ter importância penalmente. O crime continuado é uma modalidade de concurso de crimes, portanto, não é um único crime em que se adota a teoria da ficção jurídica. De acordo com o Art.71°CP: “Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.” Dessa forma, deve ser aplicada a Súmula 711 STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanen- te, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.” 29 Com relação aos prazos no Código Penal, considere as afirmações abaixo. I - Os prazos penais são contados. segundo o calendário grego- riano, no qual o dia, de acordo com o sistema romano, é o espaço de tempo de meia-noite (0h) à meia – noite (24h). Inclui-se, no cômputo prazo penal, o dia de seu início o mês poderá ter 28, 29, 30 ou 31 dias e o ano 365 ou 366 (bissexto) dias,· ainda assim, serão contados sempre como um mês e como um ano. II - A contagem do prazo prescricional não se Interrompe nem se suspende por férias, domingos ou feriados. A hora do crime é Indiferente, pois, ainda que o fato tenha sido praticado minutos antes da meia-noite de determinado dia, este será o do início do curso prescricional. III - Quando o mesmo prazo estiver previsto no Código Penal e no Código de Processo Penal, aplica-se a contagem mais favorável ao agente. Quais estão corretas? a) Apenas ll b) Apenas I e II c) Apenas I e III d) Apenas II e III e) I, II e III 15 Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão Gabarito: E Comentário: Sobre o item, importa citar a doutrina: “A segunda regra determina que os dias, os meses e os anos são contados pelo calendário comum. De acordo com o calendário gregoriano (comum), dia é o lapso temporal entre meia-noite e meia-noite. Os meses não são contados como sendo o período sucessivo de 30 dias (ex numero), mas sim de acordo com o número característico de cada um (ex numeratione dierum). Em outros termos: para o CP, o mês não tem 30 dias, mas 28, 29, 30 ou 31, conforme o calen- dário. A mesma regra é aplicada em relação ao ano. Assim, terá 365 dias, ou 366, se bissexto. Dessa forma, se o juiz tiver de condenar o réu a dois meses ou dois anos, não poderá se referir a 60 dias ou 730 dias. O mês é contado de determinado dia à véspera do mesmo dia do mês seguinte, terminando o prazo às 24h. Assim, no caso de o agente ter sido condenado a três meses de detenção, começando a cumprir a pena às 18h de 4 de julho, o prazo terminará às 24h de 3 de outubro. O dia do começo é computado por inteiro, excluído o do vencimento da pena. Da mesma forma, um ano é contado de certo dia às 24h da véspera do dia de idêntico número do mesmo mês do ano seguinte, não importando seja bissexto qualquer deles. Suponha-se uma pena de um ano e quatro meses, iniciando o condenado o seu cumprimento às 20h de 3 de janeiro: terminará às 24h de 2 de maio do ano seguinte.” DAMASIO DE JESUS. DIREITO PENAL, PARTE GERAL. 35ed. p.136. Assim, os prazos penais são contados, segundo o calendário grego- riano, no qual o dia, de acordo com o sistema romano, é o espaço de tempo de meia-noite (0h) à meia – noite (24h). Além disso, inclui-se, no cômputo prazo penal, o dia de seu início o mês poderá ter 28, 29, 30 ou 31 dias e o ano 365 ou 366 (bissexto) dias,· ainda assim, serão contados sempre como um mês e como um ano. Prefeito, a contagem do prazo prescricional não se Interrompe nem se suspende por férias, domingos ou feriados. Realmente a hora do crime é Indiferente, pois, ainda que o fato tenha sido praticado minutos antes da meia-noite de determinado dia, este será o do início do curso prescricional. Inclui-se o dia do começo, mesmo se for cometido às 23h. No caso a banca aplicou o entendimento que se o mesmo prazo estiver previsto no Código Penal e no Código de Processo Penal, aplica-se a contagem mais favorável ao agente. Caio tem um desafeto a quem sempre faz ameaças de morte. O último encontro foi num bar. Caio observou que havia um revólver com seis munições sobre uma mesa e aproveitou para concreti- zar o desejo de matar seu oponente. Anunciou que iria matar seu desafeto PEDRO, efetuando um disparo na sua perna. Neste momento PEDRO suplica por sua vida. Caio, sensível ao apelo da vítima, desiste de continuar disparando, afirma que não iria mais matar o rival e deixa a arma em cima da mesa. Em seguida, se retira do local. 30 Com relação aos fatos descritos indique a alternativa CORRETA. a) Caio deve ser condenado por tentativa de homicídio. b) Caio não deve responder por qualquer crime. c) Há apenas o crime de ameaça a ser apurado. d) Caio responde por tentativa de homicídio e ameaça. e) Caio deve responder por lesão corporal. Gabarito: E Comentário: Vide comentário da alternativa E. Vide comentário da alternativa E. Vide comentário da alternativa E. Vide comentário da alternativa E. A conduta de Caio configura um caso típico de desistência volun- tária, prevista na primeira parte, do artigo 15, do Código Penal. O enunciado da questão menciona expressamente que, na origem, a intenção de Caio era matar Pedro chegando, inclusive, a efetuar um disparo na sua perna. No mesmo enunciado também consta expressamente que Caio desiste de continuar disparando e chega a afirmar "que não iria mais matar o rival", largando a arma e retiran- do-se do local em seguida. Com efeito, de acordo com o dispo- sitivo legal em referência, Caio responderá apenas pelo resultado efetivamente já alcançado, ou seja, por lesão corporal, e não pelo crime de tentativa de homicídio. Cabe aqui consignar que, para que fique caracterizada a voluntariedade da desistência, basta que o agente mude de ideia, interrompendo o curso dos atos executórios de maneira a sustar a consumação do resultado por sua própria vontade. Não se exige que a desistência seja espontânea, ou seja, que surja do próprio agente sem a influência de fatores externos como, por exemplo, a súplica de Pedro pela vida. 31 Sobre os crimes contra o patrimônio assinale a opção consi- derada correta: a) Admitem a figura privilegiada os crimes de furto, dano, apropriação indébita, estelionato e receptação. b) Não incide a agravante de crime praticado contra maior de sessenta anos no caso de estelionato contra idoso. c) É isento de pena quem comete furto em prejuízo de ascen- dente, independentemente da idade da vítima. d) Constitui causa de aumento de pena do furto simples a subtração de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. e) O crime de dano praticado contra o patrimônio público tem causa de diminuição de pena quando executado na forma culposa. Gabarito: B Comentário: a) ERRADA: Item errado, pois a figura privilegiada não está prevista para o crime de dano. b) CORRETA: Item correto, pois no estelionato tal circunstância já é considerada como causa de aumento de pena, na forma do art. 171, §4º do CP, de modo que não pode ser considerada, no mesmo caso, como agravante, sob pena de bis in idem. c) ERRADA: Item errado, pois, se o ascendente é pessoa idosa, ou seja, possui idade igual ou superior a 60 anos, não é aplicável tal causa pessoal de isenção de pena, na forma do art. 183, III do CP. d) ERRADA: Item errado, pois não se trata de causa de aumento de pena, e sim qualificadora,na forma do art. 155, §6º do CP. e) ERRADA: o dano culposo é fato atípico. 16 Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 32 Assinale a alternativa correta a respeito do concurso de pessoas na forma prevista no Código Penal. a) No concurso de pessoas, se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a dois terços. b) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, independentemente de sua culpabilidade. c) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, inclusive quando elementares do crime. d) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumen- tada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. e) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, são puníveis, mesmo se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. Gabarito: D Comentário: Art. 29 § 1º CP. Art. 29, caput CP. Art. 30, caput CP. É o teor do Art. 29 § 2º. É a chamada PARTICIPAÇÃO EM CRIME MENOS GRAVE. Art. 31 CP. Essa regra decorre do caráter acessório da participação (todas essas ações são feitas pelo partícipe): o comportamento do partícipe só adquire relevância penal se o autor iniciar a execução do crime. E para fazer isso ele deve entrar pelo menos na esfera da tentativa. Ex: contratar um pistoleiro para matar alguém, por si só, não é crime. A não ser que este pistoleiro tente matar a pessoa determinada. Essa é a regra. O CP pode prever disposição expressa em contrário. 33 Qual a consequência jurídica do erro de tipo permissivo (erro sobre a descriminante putativa) plenamente justificado pelas circunstâncias? a) Exclui a culpabilidade. b) Reduz a pena de 1/6 a 1/3. c) Exclui o dolo, mas permite punição por culpa. d) Permite a punição por crime culposo, sem exclusão do dolo e) Nenhuma das alternativas anteriores. Gabarito: A Comentário: Nos termos do art. 20, §1º do Código Penal o erro obre a descriminante putativa plenamente justificado pelas circuns- tâncias exclui a culpabilidade. Art. 20, § 1º – É isento de pena quem, por erro plenamente justi- ficado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Portanto, está correto o disposto na alternativa A. 34 João invade um museu público disposto a furtar um quadro. Durante a ação, quando já estava tirando o quadro da parede, depara-se com um vigilante. Diante da ordem imperativa para largar o quadro, e temendo ser alvejado, vulnera o vigilante com um projétil de arma de fogo. O vigilante vem a óbito; e João, impressionado pelos acontecimentos, deixa a cena do crime sem carregar o quadro. De acordo com o entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal, praticou-se: a) Furto qualificado tentado em concurso com homicídio quali- ficado consumado. b) Roubo impróprio tentado em concurso com homicídio consumado. c) Latrocínio consumado. d) Latrocínio tentado. e) Roubo próprio tentado em concurso com homicídio consumado. Gabarito: C Comentário: O crime cometido por João será de Latrocínio consumado, segundo, o que dispõe a súmula 610/STF: “Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima”. Considere os seguintes crimes contra a Administração Pública: 1. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subor- dinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. 2. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração Pública, valendo-se da qualidade de funcionário. 3. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. 35 Assinale a alternativa que relaciona corretamente as condutas descritas e os respectivos tipos penais. a) 1. Prevaricação – 2. Tráfico de influência – 3. Corrupção passiva. b) 1. Advocacia administrativa – 2. Corrupção ativa – 3. Corrup- ção passiva. c) 1. Condescendência criminosa – 2. Tráfico de influência – 3. Concussão. d) 1. Corrupção passiva – 2. Advocacia administrativa – 3. Corrupção passiva. e) 1. Condescendência criminosa – 2. Advocacia administrativa – 3. Concussão. Gabarito: E Comentário: 1. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subor- dinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. A afirmativa apresenta a definição de Condescendência crimi- nosa, prevista no art. 320 do Código Penal: 17 Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão Art. 320 – Deixar o funcionário, por indulgência, de responsa- bilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conheci- mento da autoridade competente: 2. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração Pública, valendo-se da qualidade de funcionário. A afirmativa apresenta a definição de Advocacia administrativa, conforme art. 321 do Código Penal: Art. 321 – Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: 3. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. A afirmativa apresenta a definição do crime de Concussão, previsto no art. 316 do CP: Art. 316 – Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamen- te, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Direito Penal Especial 36 Sobre a lesão corporal praticada contra ascendente, descen- dente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, cabe afirmar que a) em se tratando de lesão corporal grave, aumenta-se a pena em dois terços. b) sendo seguida de morte, caso as circunstâncias evidenciem que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo, aumenta-se a pena em um terço. c) sendo praticada contra pessoa portadora de deficiência, aumenta-se a pena em dois terços. d) acarreta necessariamente pena de reclusão. e) a carreta necessariamente pena de reclusão e multa. Gabarito: B Comentário: Trata-se da combinação dos seguintes parágrafos (todos previstos no art. 129, CP): §9° (violência doméstica), §10 (aumento de pena), §3° (lesão corporal seguida de morte: é crime exclusivamente preterdoloso). Direito Penal Maria e Mariana, ambas nascidas com genitais femininos, auto-i- dentificadas e socialmente reconhecidas como mulheres, convivem em união estável e monogâmica. Ocorre que Maria, às escondidas, passa a manter relações sexuais com José. Mariana flagra Maria em ato sexual com José e, nesse contexto, Maria provoca injusta- mente Mariana, dizendo a José, em tom de escárnio, que Mariana é “xucra, burra e ruim de cama”, e que, além disso, Mariana “gosta de ser traída e não tomará qualquer atitude, por ser covarde e medrosa”. Embora nunca tenha praticado ato de violência domés- tica, Mariana é tomada por violenta emoção e dispara projétil de arma de fogo contra a cabeça de Maria, que morre imediatamente. 37 É correto afirmar que Mariana praticou: a) ato típico, mas amparado por causa excludente de ilicitude. b) homicídio qualificado, por meio insidioso. c) feminicídio. d) homicídio privilegiado. e) homicídio qualificado, por motivo torpe. Gabarito: D Comentário: Não há no caso narrado nenhuma das causas de exclusão da ilicitude previstas no artigo 23 do Código Penal. O meio insidioso é aquele caracterizado pelo emprego
Compartilhar