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SIMULADO PC CE ALFACON - RESPOSTAS COMENT

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Prévia do material em texto

NOME: _________________________________________________________________
PROVA 1
SIMULADO: POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ
 Aplicação : 20/06/2021 
Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
INSTRUÇÕES:
1. Ao receber a ordem do fiscal de sala, confira este caderno com muita atenção, 
pois nenhuma reclamação sobre o total de questões e/ou falhas na impressão serão 
aceitas depois de iniciada a prova.
2. Cartão de respostas:
a) Tem, obrigatoriamente, de ser assinado e não poderá ser substituído, portanto, não o 
rasure nem o amasse;
b) Marque, no cartão de respostas, para cada questão, uma única resposta. A ausência de 
marcação, a rasura ou a marcação de mais de um campo implicará anulação dessa questão;
c) No cartão de respostas, a marcação das letras correspondentes às respostas deve ser feita 
cobrindo a letra e preenchendo todo o espaço do campo, de forma continua e densa. A 
leitora ótica é sensível a marcas escuras; portanto, preencha fortemente os campos de 
marcação completamente, veja o exemplo:
d) Reserve os trinta (30) minutos finais para marcar seu cartão de respostas.
3. Será eliminado o candidato que:
a) Utilizar-se, durante a realização das provas, de máquinas e/ou relógios de calcular, bem 
como de rádios gravadores, headphones, telefones celulares ou fontes de consulta de 
qualquer espécie;
b) Ausentar-se da sala em que se realizam as provas levando consigo o caderno de questões 
e/ou o cartão de respostas;
c) Recusar-se a entregar o caderno de questões e/ou o cartão de resposta quando terminar o 
tempo estabelecido.
Observações: Recursos até terça-feira às 12 horas.
ALFACON CONCURSOS PÚBLICOS
Obs.: (X) item anulado.
Estar preparado é tão importante quanto a vontade de vencer!
(Autor desconhecido)
Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
3
Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
Língua Portuguesa
 
Os brasileiros, os galegos e os portugueses
Portugal, a Galiza e o Brasil protagonizam um triângulo amoroso 
muito curioso
Marco Neves
Nós e os brasileiros
Gostamos muito de falar dos brasileiros.
Alguns de nós, mais inclinados para a pureza, reclamamos muito 
por causa da suposta brasileirização da cultura portuguesa, a 
começar no excesso de telenovelas brasileiras (tópico na moda há 
uns anos, entretanto apagado por via duma dieta prolongada de 
novelas da TVI) e a terminar no horror ao Acordo Ortográfico, 
para muitos uma cedência imperdoável da nossa alma linguística 
ao Brasil.
Outros de nós gostamos do Brasil porque nos dá uma sensação de 
grandeza, chamemos-lhe lusofonia ou a tal pátria que é a língua 
portuguesa. Sem o Brasil, a lusofonia seria uns pedacinhos de 
terra europeus e africanos. Quem gosta de sentir uma identidade 
mais misturada em direcção ao sul gosta muito do Brasil e não 
se importa com miscigenações culturais e linguísticas. Fica até 
aliviado, que isto da pureza cansa muito.
Há ainda quem misture um pouco as coisas e goste de pensar 
que os brasileiros falem a nossa língua, mas gostava mais se não 
tivessem esse desplante de a falar doutra maneira.
Para o mal e para o bem, o Brasil é uma das balizas da nossa identi-
dade: pelo medo ou pelo fascínio, está bem presente nas discussões 
sobre o que é ser português.
Ora, para os brasileiros, somos pouco mais do que um povo 
europeu como os outros (que por obra do mero acaso lhes deu o 
nome à língua e aparece nos livros de história). Enfim, também 
lhes demos alguns imigrantes, umas boas anedotas e, agora, alguns 
actores desempoeirados. Pouco mais do que isso.
Os brasileiros conhecem Portugal, até têm avós transmontanos, 
mas estamos longe de ser uma das balizas da identidade brasileira. 
Somos uma curiosidade histórica.
A língua portuguesa é parte, claro, da identidade brasileira, mas 
sem que por isso os brasileiros sintam uma ligação especial ao 
longínquo país donde a língua veio (e donde vieram os brasileiros 
quase todos, claro). Para os brasileiros, o nome da língua é um 
pormenor: o importante é não ser a mesma língua dos vizinhos.
Em suma, o que para nós é um foco de tensão identitária, para eles 
não aquece nem arrefece.
Os galegos e nós
Ora, curiosamente, há um povo que parece ter uma relação conosco 
parecida com esta nossa relação com os brasileiros: os galegos.
Sim, os galegos olham para Portugal e sabem que a relação com 
o vizinho do sul é significativa: seja para se afastarem e ficarem 
imersos na nação espanhola, seja para se afirmarem como algo 
diferente dos restantes espanhóis.
Mesmo na ortografia da língua, os galegos têm este foco de tensão: 
ou se aproximam dos espanhóis, com “ñ” e tudo o mais, ou se 
aproximam de nós, com os “nh” e outros que tais.
Por cá, ignoramos olimpicamente as questões existenciais dos 
galegos. Sim, conhecemos a Galiza, sabemos que é uma região dos 
nossos vizinhos, e até sabemos que há por lá uma outra língua, que 
mal sabemos reconhecer (na escrita até vemos algumas parecen-
ças com o português, mas quando os galegos falam soa tudo a 
espanhol e pronto). Para lá desses factos soltos, a Galiza não entra 
no radar dos portugueses.
É assim na cabeça dos portugueses – tal como muitos brasileiros 
nem sabem que os portugueses têm outro sotaque, poucos portu-
gueses sabem que o galego tem uma relação tão íntima com o 
português.
Talvez fosse engraçado começarmos a virar a nossa atenção 
também para os vizinhos de cima. A Galiza é essa curiosa região 
espanhola onde vemos muito de Portugal, mas com alguma distor-
ção, o que nos dá aquela vertigem de espelho ondulado. É como 
se voltássemos à nossa terra muitos anos depois: reconhecemos 
algumas coisas, outras são-nos estranhas, mas há uma mistura de 
conforto e diferença que sabe bem.
Entretanto, podemos esperar (talvez sentados) que os brasilei-
ros descubram a cultura portuguesa – quando um dia acontecer, 
ganharão muito com isso, tal como ganham imenso os leitores 
portugueses que ultrapassam certos bloqueios mentais e começam 
a ler literatura brasileira, para lá dos lugares comuns dos medos e 
dos fascínios.
(Disponível em: <https://medium.com/tribo-humana/os-brasileiros-os-galegos-e-os-portugueses-
-6668256cb8f7>. Acesso em 30/06/2015.)
1 Com base no texto, identifique como verdadeiras (V) ou 
falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) Na linha 26, “eles" refere-se aos brasileiros.
( ) Em cada um dos títulos, “nós" faz referência a todos os falantes 
da língua portuguesa.
( ) Na linha 32, “Por cá" refere-se ao Brasil.
( ) A expressão “não aquece nem arrefece" (linha 23) tem o mesmo 
significado que a expressão “não fede nem cheira".
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima 
para baixo:
a) V – F – F – V.
b) V – F – V – F.
c) F – V – V – F.
d) F – V – F – V.
e) F – F – V – V.
Gabarito: A
Comentário: Afirmativa 1: Na linha 23, “eles" refere-se aos 
brasileiros.
Análise: Na frase “Em suma, o que para nós é um foco de tensão 
identitária, para eles não aquece nem arrefece”, o pronome “eles” 
retoma “brasileiros”, ou seja, “para os brasileiros não aquece nem 
arrefece”.
Resposta: verdadeira.
Afirmativa 2: Em cada um dos títulos, “nós" faz referência a todos 
os falantes da língua portuguesa.
Análise: Em cada um dos títulos, “nós" faz referência aos 
portugueses.
4
Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
Resposta: falsa.
Afirmativa 3: Na linha 32, “Por cá" refere-se ao Brasil.
Análise: Na frase “Por cá, ignoramos olimpicamente as questões 
existenciais dos galegos.”, a expressão “por cá” refere-se a Portugal.
Resposta: falsa.
Afirmativa 4: A expressão “não aquece nem arrefece" (linha 23) 
tem o mesmo significado que a expressão “não fede nem cheira".
Análise: as duas expressões indicam o mesmo valor semântico 
(sentido).
Resposta: verdadeira.
 
Os brasileiros, os galegos e os portugueses
Portugal, a Galiza e o Brasil protagonizam um triângulo amoroso 
muito curioso
Marco Neves
Nós e os brasileiros
Gostamos muito de falar dos brasileiros.
Alguns de nós, mais inclinados para a pureza, reclamamosmuito 
por causa da suposta brasileirização da cultura portuguesa, a 
começar no excesso de telenovelas brasileiras (tópico na moda há 
uns anos, entretanto apagado por via duma dieta prolongada de 
novelas da TVI) e a terminar no horror ao Acordo Ortográfico, 
para muitos uma cedência imperdoável da nossa alma linguística 
ao Brasil.
Outros de nós gostamos do Brasil porque nos dá uma sensação de 
grandeza, chamemos-lhe lusofonia ou a tal pátria que é a língua 
portuguesa. Sem o Brasil, a lusofonia seria uns pedacinhos de 
terra europeus e africanos. Quem gosta de sentir uma identidade 
mais misturada em direcção ao sul gosta muito do Brasil e não 
se importa com miscigenações culturais e linguísticas. Fica até 
aliviado, que isto da pureza cansa muito.
Há ainda quem misture um pouco as coisas e goste de pensar 
que os brasileiros falem a nossa língua, mas gostava mais se não 
tivessem esse desplante de a falar doutra maneira.
Para o mal e para o bem, o Brasil é uma das balizas da nossa identi-
dade: pelo medo ou pelo fascínio, está bem presente nas discussões 
sobre o que é ser português.
Ora, para os brasileiros, somos pouco mais do que um povo 
europeu como os outros (que por obra do mero acaso lhes deu o 
nome à língua e aparece nos livros de história). Enfim, também 
lhes demos alguns imigrantes, umas boas anedotas e, agora, alguns 
actores desempoeirados. Pouco mais do que isso.
Os brasileiros conhecem Portugal, até têm avós transmontanos, 
mas estamos longe de ser uma das balizas da identidade brasileira. 
Somos uma curiosidade histórica.
A língua portuguesa é parte, claro, da identidade brasileira, mas 
sem que por isso os brasileiros sintam uma ligação especial ao 
longínquo país donde a língua veio (e donde vieram os brasileiros 
quase todos, claro). Para os brasileiros, o nome da língua é um 
pormenor: o importante é não ser a mesma língua dos vizinhos.
Em suma, o que para nós é um foco de tensão identitária, para eles 
não aquece nem arrefece.
Os galegos e nós
Ora, curiosamente, há um povo que parece ter uma relação conosco 
parecida com esta nossa relação com os brasileiros: os galegos.
Sim, os galegos olham para Portugal e sabem que a relação com 
o vizinho do sul é significativa: seja para se afastarem e ficarem 
imersos na nação espanhola, seja para se afirmarem como algo 
diferente dos restantes espanhóis.
Mesmo na ortografia da língua, os galegos têm este foco de tensão: 
ou se aproximam dos espanhóis, com “ñ” e tudo o mais, ou se 
aproximam de nós, com os “nh” e outros que tais.
Por cá, ignoramos olimpicamente as questões existenciais dos 
galegos. Sim, conhecemos a Galiza, sabemos que é uma região dos 
nossos vizinhos, e até sabemos que há por lá uma outra língua, que 
mal sabemos reconhecer (na escrita até vemos algumas parecen-
ças com o português, mas quando os galegos falam soa tudo a 
espanhol e pronto). Para lá desses factos soltos, a Galiza não entra 
no radar dos portugueses.
É assim na cabeça dos portugueses – tal como muitos brasileiros 
nem sabem que os portugueses têm outro sotaque, poucos portu-
gueses sabem que o galego tem uma relação tão íntima com o 
português.
Talvez fosse engraçado começarmos a virar a nossa atenção 
também para os vizinhos de cima. A Galiza é essa curiosa região 
espanhola onde vemos muito de Portugal, mas com alguma distor-
ção, o que nos dá aquela vertigem de espelho ondulado. É como 
se voltássemos à nossa terra muitos anos depois: reconhecemos 
algumas coisas, outras são-nos estranhas, mas há uma mistura de 
conforto e diferença que sabe bem.
Entretanto, podemos esperar (talvez sentados) que os brasilei-
ros descubram a cultura portuguesa – quando um dia acontecer, 
ganharão muito com isso, tal como ganham imenso os leitores 
portugueses que ultrapassam certos bloqueios mentais e começam 
a ler literatura brasileira, para lá dos lugares comuns dos medos e 
dos fascínios.
(Disponível em: <https://medium.com/tribo-humana/os-brasileiros-os-galegos-e-os-portugueses-
-6668256cb8f7>. Acesso em 30/06/2015.)
2 Nesse texto, Marco Neves:
a) explica como barreiras culturais têm criado obstáculos para 
uma aproximação linguística entre portugueses, brasileiros e 
galegos.
b) reivindica a precedência de Portugal como elemento baliza-
dor da identidade cultural tanto do Brasil quanto da Galícia.
c) descreve semelhanças entre as línguas de portugueses, galegos 
e brasileiros, de modo a demonstrar sua unidade identitária.
d) lamenta o afastamento cultural entre países cujas línguas têm 
profundas semelhanças.
e) defende a integração linguística dos três povos como condição 
para o fortalecimento da lusofonia.
Gabarito: D
Comentário: 
Ao longo do texto, o autor aponta o afastamento cultural entre 
duas regiões cujas línguas têm profundas semelhanças com a língua 
portuguesa (Portugal), o Brasil e a Galiza.
Nesse contexto, o autor lamenta o desinteresse dos brasileiros pela 
cultura portuguesa, afirmando que Portugal é apreciado apenas 
como uma curiosidade histórica.
5
Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
Além disso, no período “Para o mal e para o bem, o Brasil é 
uma das balizas da nossa identidade: pelo medo ou pelo fascínio, 
está bem presente nas discussões sobre o que é ser português”, 
depreende-se que o Brasil influencia na identidade de Portugal e 
está bem presente nas discussões que definem o que é ser “portu-
guês”. No entanto, o contrário não pode ser afirmado, os brasileiros 
conhecem Portugal, até têm avós transmontanos, mas Portugal está 
longe de ser uma das balizas da identidade brasileira.
 
Curto, logo existo
Luís Antônio Giron
1 Com a evolução e o aumento de usuários e da importância das 
redes sociais, o nome e a fotografia de cada pessoa passaram
2 a funcionar como o substituto do sujeito. O “eu” real se esvaziou 
para dar lugar ao “perfil”. O filósofo francês René Descartes
3 estabeleceu um novo modelo de pensamento no século XVII, 
ao formular em latim a seguinte proposição: “Penso, logo existo”
4 (Cogito, ergo sum). Era uma forma de demonstrar que aquele 
que existe raciocina e, por conseguinte, põe em xeque o mundo que
5 o cerca. A dúvida científica substituía a certeza religiosa. Hoje, 
Descartes se reviraria no seu túmulo em Estocolmo, caso pudesse
6 observar o que se passa na cabeça dos seres humanos. “Curto, 
logo existo” (Amo, ergo sum) parece ser a nova atitude lógica
7 popularizada pelo Facebook. A dúvida científica cedeu espaço à 
presunção tecnológica.
8 Melhor ainda é a formulação da jornalista americana Nancy Jo 
Sales no livro Bling Ring – a gangue de Hollywood. A dúvida
9 sobre a existência do ego deu lugar, na cultura do ultraconsumis-
mo e das celebridades, a um outro tipo de pergunta: “Se postei algo
10 no Facebook e ninguém ‘curtiu’, eu existo?”.
11 A resposta é: provavelmente não. Eu existo se meus tuítes não 
são comentados nem retuitados? Claro que não. E se são
12 curtidos ou retuitados, tampouco! Ninguém existe nas redes 
sociais senão como representações, que estão ali no lugar dos
13 indivíduos. Não há uma transparência ou uma continuidade 
natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes
14 sociais. Isso parece óbvio, mas não o é para muita gente. Agora 
as pessoas reais guardam uma alta concentração de nada nos
15 cérebros, pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via 
suas representações nas redes sociais. Elas se tornam ocas para
16 rechear de signos seus perfis. O verdadeiro eu migrou do mundo 
off-line para o online.
17 É óbvio que os signos na internet podem enganar, mentir e 
insidiosamente simular um alter ego digital. Os vigaristas e
18 falsários pululam alegremente com suas máscaras nas redes 
sociais. Quando alguém me “curte” ou “não curte”, está agindo com
19 sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligen-
te? Ou está ironizando? Nesse sentido, se o eu do Facebook quiser
20 se sentir mais vivo com o número de pessoas que o curtiram, 
estará caindo em uma armadilha. Pois ele não é oque é nem quem
21 curte é o que parece ser. Mesmo quando a boa-fé existe, ela 
deixa de o ser porque nada se mantém estável no ambiente da 
“curtição”
22 do Facebook. (Os robôs do Facebook geram mensagens aleató-
rias para que usuários vivos ou mortos “cutuquem” alguém que já
23 está morto, ou “curtam” perfis que já subiram aos céus).
24 (...)
25 O ato de “curtir” tem um poder ontológico: ele alterou irreme-
diavelmente a nossa forma de encarar o mundo, os outros e a
26 nós mesmos. Pois o “curtir” é a manifestação mais aguda da 
insistência do ego na cadeia da lógica binária do Facebook. Se eu
27 “curto”, desejo afirmar minha existência, mas eu menos existo do 
que penso que possa existir. Se alguém me “curte”, posso adquirir
28 certeza de que estou no mundo e me encher de felicidade com 
o elogio, mas não há como verificar a veracidade dele e, assim, se
29 eu pensar demais nisso, mergulho na frustração e na sensação de 
vazio existencial. E se o mundo existe só porque todos se “curtem”
30 mutuamente, então ele virou um círculo vicioso de aprovações 
que o levarão inevitavelmente ao caos. O mundo, em suma, não
31 pode existir fora do moto perpétuo da troca infinita de elogios e 
aprovações. Quem curte não curte algo, mas curte o próprio ato de
32 curtir. Esse mundo paralelo peculiar se destruiria se houvesse 
contradições, confrontos e refutações. As redes sociais deram 
origem
33 a universos de consenso absoluto. De minha parte, não curto, 
logo desisto.
(Adaptado de Revista Época, 01/08/13, Ed. Globo. Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/
luis-antonio-giron/noticia/2013/08/bcurtoblogo-existo.html). Acesso em 27 de fevereiro de 2014.
3 Acerca de expressões empregadas no texto, identifique como 
verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) Em “põe em xeque o mundo que o cerca” (linhas 4 e 5), os dois 
vocábulos sublinhados têm a mesma função gramatical.
( ) O vocábulo “dele” (linha 28) retoma a palavra “elogio” (linha 
28).
( ) Em “mas não o é para muita gente” (linha 14), o referente do 
vocábulo “o” é a obviedade anteriormente referida.
( ) O vocábulo “o” (linha 30) retoma “círculo vicioso” (linha 30).
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima 
para baixo.
a) F – V – F – V
b) F – V – V – F.
c) V – V – F – V.
d) F – F – V – V.
e) V – F – V – F.
Gabarito: B
Comentário: .
Afirmativa 1: Em “põe em xeque o mundo que o cerca” (linhas 4 e 
5), os dois vocábulos sublinhados têm a mesma função gramatical.
6
Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
Análise: O primeiro “o” tem função de adjunto adnominal (artigo 
que acompanha um substantivo), o segundo “o” tem função de 
objeto direto do verbo “cercar”.
Resposta: falsa.
Afirmativa 2: O vocábulo “dele” (linha 28) retoma a palavra 
“elogio” (linha 28).
Análise: Na frase “Se alguém me “curte”, posso adquirir certeza 
de que estou no mundo e me encher de felicidade com o elogio, 
mas não há como verificar a veracidade dele”, o vocábulo “dele” 
retoma “elogio”.
Resposta: verdadeira.
Afirmativa 3: Em “mas não o é para muita gente” (linha 14), o 
referente do vocábulo “o” é a obviedade anteriormente referida.
Análise: Na frase “Isso parece óbvio, mas não o é para muita 
gente”, o vocábulo “o” retoma o referente “óbvio”.
Resposta: verdadeira.
Afirmativa 4: O vocábulo “o” (linha 30) retoma “círculo vicioso” 
(linha 30).
Análise: Na frase “E se o mundo existe só porque todos se 
“curtem” mutuamente, então ele virou um círculo vicioso de 
aprovações que o levarão inevitavelmente ao caos”, o vocábulo 
“o” retoma “mundo”.
Resposta: falsa.
 
4 No contexto em que se encontram, os dois pontos da linha 
25 podem ser substituídos, com ajustes de vírgulas, pela 
expressão:
a) por isso.
b) portanto.
c) visto que.
d) se bem que.
e) no entanto.
Gabarito: C
Comentário: 
Na frase “O ato de “curtir” tem um poder ontológico: ele alterou 
irremediavelmente a nossa forma de encarar o mundo, os outros e 
a nós mesmos”, os dois pontos foram empregados para introduzir 
uma explicação para o ato de “curtir” ter um poder ontológico.
a) INCORRETA. A locução “por isso” estabelece valor semântico 
de conclusão, dessa forma não pode substituir corretamente os dois 
pontos.
b) INCORRETA. A conjunção “portanto” estabelece valor semân-
tico de conclusão, dessa forma não pode substituir corretamente os 
dois pontos.
c) CORRETA. A Locução conjuntiva “visto que” estabelece valor 
semântico explicativo, portanto, no contexto pode substituir corre-
tamente os dois pontos sem prejuízo para a correção gramatical e 
sentido do texto.
d) INCORRETA. A locução conjuntiva “se bem que” estabelece 
valor semântico concessivo, dessa forma não pode substituir corre-
tamente os dois pontos.
e) INCORRETA. A locução “no entanto” estabelece valor semân-
tico de adversidade ou oposição, dessa forma não pode substituir 
corretamente os dois pontos.
 
5 O texto discute, essencialmente:
a) as mudanças que o ato de “curtir” no Facebook desenca-
dearam nos modos como as pessoas percebem o mundo, as 
relações interpessoais.
b) a passagem do paradigma religioso para o científico e a 
passagem do paradigma científico para o tecnológico.
c) o efeito de simulacro na vida real, gerado pelo modo como se 
dão as interações nas redes sociais.
d) a cultura do ultraconsumismo e da valorização do “ser 
célebre”, desencadeada pela era virtual.
e) as contradições geradas na rede social Facebook.
Gabarito: A
Comentário: 
a) CORRETA. O autor do texto apresenta como tema central 
as mudanças que o ato de “curtir” no Facebook influenciaram no 
modo como as pessoas encaram o mundo, os outros e a si mesmos. 
Nesse contexto, o “eu” real deu lugar ao “perfil”, e as “curtidas” se 
tornaram uma forma de provar a sua existência e ter certeza de que 
pertence ao mundo.
b) INCORRETA. Trata-se de uma extrapolação. O texto não 
discute a passagem do paradigma religioso para o científico e a 
passagem do paradigma científico para o tecnológico.
c) INCORRETA. O efeito de simulacro na vida real, gerado pelo 
modo como se dão as interações nas redes sociais não é discutido 
como tema central do texto.
d) INCORRETA. O autor do texto cita que a existência do ego 
deu lugar, na cultura do ultraconsumismo e das celebridades, a um 
outro tipo de pergunta: “Se postei algo no Facebook e ninguém 
‘curtiu’, eu existo?”.
e) INCORRETA. O debate central do texto vai muito além do 
que as contradições geradas pelo ato de curtir apenas no facebook, 
mas sim nas redes sociais e no mundo virtual.
 
Cientista ensina como ter sucesso no trabalho ao controlar distra-
ção digital.
Não há dúvidas de que as redes sociais e outras ferramentas [aviso 
de mensagem no WhatsApp] de comunicação digital facilitem a 
vida moderna. O problema é que ascensão e a onipresença dessas 
ferramentas [alerta de marcação em foto no Facebook] transfor-
mou em cacos a atenção de trabalhadores.
Quem afirma isso é o americano Cal Newport, cientista que 
estuda o impacto da tecnologia no trabalho. Seguindo a tendên-
cia das chamadas filosofias “deep”, de tentar isolar as distrações 
da vida moderna, ele criou o “deep work” (trabalho profundo, em 
tradução livre). […]
Newport afirma que as redes sociais e a tendência geral à hiperco-
nectividade estão prejudicando carreiras e impedindo o sucesso e 
a excelência profissional.
De modo geral, o cientista da computação diz que atividades 
superficiais na internet, como checar e-mails constantemente ou 
7
Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
ver as atualizações na timeline de uma das inúmeras redes sociais 
existentes, tomam um tempo excessivamente grande em troca de 
muito pouco.
Segundo Newport, a tentativa de fazer muitas coisas ao mesmo 
tempo leva a um trabalho com menor valor agregado e facilmente 
replicável. Ele chama isso de “shallow work” (trabalho superficial).
Do outro lado, o “deep work” seria a realização de atividades 
profissionais em estado de concentração, o que levariaas capacida-
des cognitivas ao limite e, consequentemente, produziria conheci-
mento, valor e resultados dificilmente replicáveis.
Uma das bases do pensamento de Newport é a questão da atenção 
residual. Segundo ele, à medida que alternamos entre atividades, 
uma parcela de nossa atenção permanece na tarefa original.
A ideia é partilhada por Dora Góes, psicóloga do Programa de 
Dependências Tecnológicas do Hospital das Clínicas da USP. 
“Essa história de cérebro multitarefa não existe. Se estou fazendo 
várias coisas, haverá foco maior em uma delas e as outras ficarão 
deficitárias. Mas achamos que damos conta”.
O resultado disso, tanto para a psicóloga quanto para Newport, é 
uma menor capacidade para aprender novas coisas. “Isso interfere 
na nossa memória a longo prazo, na nossa concentração”, afirma 
Góes. “A mente que está agitada entre um aplicativo e outro é 
muito diferente de uma que está concentrada lendo um texto mais 
profundo”. […]
(Folha de S. Paulo, 10 jan. 2017. Adaptado)
6 Considere a seguinte passagem retirada do texto:
De modo geral, o cientista da computação diz que atividades 
superficiais na internet, como checar e-mails constantemente ou 
ver as atualizações na timeline de uma das inúmeras redes sociais 
existentes, tomam um tempo excessivamente grande em troca de 
muito pouco. […] Uma das bases do pensamento de Newport é a 
questão da atenção residual. Segundo ele, à medida que alterna-
mos entre atividades, uma parcela de nossa atenção permanece na 
tarefa original.
A respeito dos marcadores do discurso destacados nessa passagem, 
assinale a alternativa que apresenta as respectivas relações que eles 
estabelecem.
a) Alternância – conformidade.
b) Causa – alternância.
c) Causa – proporcionalidade.
d) Alternância – proporcionalidade.
e) Comparação – alternância.
Gabarito: D
Comentário: 
No excerto “[...] como checar e-mails constantemente ou ver 
as atualizações na timeline de uma das inúmeras redes sociais 
existentes [...]”, a conjunção “ou” introduz uma oração coordenada 
sindética alternativa e estabelece uma ideia de alternância, ou seja, 
apresenta fatos que alternam.
No excerto “Segundo ele, à medida que alternamos entre ativida-
des, [...]”, a locução feminina adverbial destacada introduz uma 
oração subordinada de natureza adverbial proporcional e estabelece 
uma ideia de proporção em relação à oração principal.
 
Cientista ensina como ter sucesso no trabalho ao controlar distra-
ção digital.
Não há dúvidas de que as redes sociais e outras ferramentas [aviso 
de mensagem no WhatsApp] de comunicação digital facilitem a 
vida moderna. O problema é que ascensão e a onipresença dessas 
ferramentas [alerta de marcação em foto no Facebook] transfor-
mou em cacos a atenção de trabalhadores.
Quem afirma isso é o americano Cal Newport, cientista que 
estuda o impacto da tecnologia no trabalho. Seguindo a tendên-
cia das chamadas filosofias “deep”, de tentar isolar as distrações 
da vida moderna, ele criou o “deep work” (trabalho profundo, em 
tradução livre). […]
Newport afirma que as redes sociais e a tendência geral à hiperco-
nectividade estão prejudicando carreiras e impedindo o sucesso e 
a excelência profissional.
De modo geral, o cientista da computação diz que atividades 
superficiais na internet, como checar e-mails constantemente ou 
ver as atualizações na timeline de uma das inúmeras redes sociais 
existentes, tomam um tempo excessivamente grande em troca de 
muito pouco.
Segundo Newport, a tentativa de fazer muitas coisas ao mesmo 
tempo leva a um trabalho com menor valor agregado e facilmente 
replicável. Ele chama isso de “shallow work” (trabalho superficial).
Do outro lado, o “deep work” seria a realização de atividades 
profissionais em estado de concentração, o que levaria as capacida-
des cognitivas ao limite e, consequentemente, produziria conheci-
mento, valor e resultados dificilmente replicáveis.
Uma das bases do pensamento de Newport é a questão da atenção 
residual. Segundo ele, à medida que alternamos entre atividades, 
uma parcela de nossa atenção permanece na tarefa original.
A ideia é partilhada por Dora Góes, psicóloga do Programa de 
Dependências Tecnológicas do Hospital das Clínicas da USP. 
“Essa história de cérebro multitarefa não existe. Se estou fazendo 
várias coisas, haverá foco maior em uma delas e as outras ficarão 
deficitárias. Mas achamos que damos conta”.
O resultado disso, tanto para a psicóloga quanto para Newport, é 
uma menor capacidade para aprender novas coisas. “Isso interfere 
na nossa memória a longo prazo, na nossa concentração”, afirma 
Góes. “A mente que está agitada entre um aplicativo e outro é 
muito diferente de uma que está concentrada lendo um texto mais 
profundo”. […]
(Folha de S. Paulo, 10 jan. 2017. Adaptado)
7 Assinale a alternativa em que o trecho escrito sobre o texto-
-base segue as normas de pontuação da língua padrão.
a) O texto apresenta dois termos sobre o estado de trabalho. 
Deep work e shallow work. O primeiro refere-se, ao trabalho, 
com grande concentração enquanto o segundo refere-se ao 
trabalho superficial, quando há tentativa de fazer muitas 
coisas ao mesmo tempo com pouca atenção em cada uma.
b) O texto apresenta dois termos sobre o estado de trabalho: 
deep work e shallow work. O primeiro refere-se ao trabalho 
com grande concentração, enquanto o segundo refere-se ao 
trabalho superficial, quando há tentativa de fazer muitas 
coisas ao mesmo tempo com pouca atenção em cada uma.
c) O texto apresenta dois termos sobre o estado de trabalho; 
deep work e shallow work. O primeiro, refere-se ao trabalho 
8
Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
com grande concentração, enquanto o segundo, refere-se 
ao trabalho superficial, quando há tentativa de fazer muitas 
coisas, ao mesmo tempo com pouca atenção em cada uma.
d) O texto apresenta dois termos sobre o estado de trabalho, 
deep work e shallow work. O primeiro: refere-se ao trabalho 
com grande concentração, enquanto o segundo: refere-se 
ao trabalho superficial, quando há tentativa de fazer muitas 
coisas ao mesmo tempo com pouca atenção em cada uma.
e) O texto apresenta dois termos sobre o estado de trabalho 
deep work e shallow work. O primeiro refere-se ao trabalho 
com grande concentração enquanto o segundo, refere-se ao 
trabalho superficial, quando há tentativa de fazer muitas 
coisas ao mesmo tempo: com pouca atenção em cada uma.
Gabarito: B
Comentário: 
a) INCORRETA. As vírgulas empregadas para separar “ao 
trabalho” estão incorretas gramaticalmente, pois separa o verbo 
(referir-se) de seu complemento (ao trabalho).
b) CORRETA. Há três pontos que devem ser analisados:
Dois pontos: foram empregados para separar o aposto “deep work 
e shallow work”.
1ª vírgula: separar uma oração de natureza adverbial temporal 
introduzida pela conjunção “enquanto”.
2ª vírgula: separar uma oração de natureza adverbial temporal 
introduzida pela conjunção “quando”.
c) INCORRETA. Há três pontos que devem ser analisados:
Ponto e vírgula: foi empregado de maneira incorreta.
1ª e 2ª vírgulas: separam os sujeitos de seus predicados.
d) INCORRETA. Os dois pontos empregados em suas duas 
ocorrências estão incorretos gramaticalmente, pois separam os 
sujeitos de seus predicados.
e) INCORRETA. A vírgula empregada após a palavra “segundo” 
está incorreta gramaticalmente, pois separa o sujeito do predicado.
 
8 A expressão “atenção residual”, utilizada no texto, pode ser 
substituída, sem prejuízo do significado original, por atenção 
afetada:
a) Pela ansiedade da próxima tarefa.
b) Pelo grande número de tarefas que se faz ao mesmo tempo.
c) Pelos resíduos de outros pensamentos de natureza física ou 
emocional.
d) Pelos pensamentos remanescentes da tarefa anterior.
e) Pelo excesso de interferências externas.
Gabarito: D
Comentário: 
No trecho “Uma das bases do pensamento de Newport é a questão 
da atenção residual. Segundo ele, à medida que alternamos entre 
atividades, uma parcela de nossa atençãopermanece na tarefa 
original”, pode-se inferir que a “atenção residual” significa a 
atenção afetada pelo grande número de atividades que alternamos 
ao mesmo tempo, no qual uma parcela de nossa atenção permanece 
na tarefa original.
 
9 Sobre o gênero textual, é correto afirmar que se trata de um 
texto:
a) Argumentativo, o que se evidencia pela presença da opinião 
autoral presente nas citações da psicóloga.
b) Dissertativo, por apresentar diversas opiniões sobre a distra-
ção no trabalho.
c) Informativo, caracterizado por informações dadas pelo autor, 
sem se posicionar sobre o assunto.
d) Narrativo, marcado pela presença de uma protagonista e de 
um narrador que conta a sua história.
e) Descritivo, marcado pela descrição das características dos 
diferentes tipos de trabalho.
Gabarito: C
Comentário: 
O texto é predominantemente informativo e apresenta dados sobre 
como ter sucesso no trabalho ao controlar a distração digital. O 
autor do texto expõe os dados e/ou informações/conceitos de modo 
objetivo e com linguagem clara e direta, sem se posicionar sobre o 
assunto.
 
cientista ensina como ter sucesso no trabalho ao controlar distra-
ção digital
Não há dúvidas de que as redes sociais e outras ferramentas [aviso 
de mensagem no WhatsApp] de comunicação digital facilitem a 
vida moderna. O problema é que ascensão e a onipresença dessas 
ferramentas [alerta de marcação em foto no Facebook] transfor-
mou em cacos a atenção de trabalhadores.
Quem afirma isso é o americano Cal Newport, cientista que 
estuda o impacto da tecnologia no trabalho. Seguindo a tendên-
cia das chamadas filosofias “deep”, de tentar isolar as distrações 
da vida moderna, ele criou o “deep work” (trabalho profundo, em 
tradução livre). […]
Newport afirma que as redes sociais e a tendência geral à hiperco-
nectividade estão prejudicando carreiras e impedindo o sucesso e 
a excelência profissional.
De modo geral, o cientista da computação diz que atividades 
superficiais na internet, como checar e-mails constantemente ou 
ver as atualizações na timeline de uma das inúmeras redes sociais 
existentes, tomam um tempo excessivamente grande em troca de 
muito pouco.
Segundo Newport, a tentativa de fazer muitas coisas ao mesmo 
tempo leva a um trabalho com menor valor agregado e facilmente 
replicável. Ele chama isso de “shallow work” (trabalho superficial).
Do outro lado, o “deep work” seria a realização de atividades 
profissionais em estado de concentração, o que levaria as capacida-
des cognitivas ao limite e, consequentemente, produziria conheci-
mento, valor e resultados dificilmente replicáveis.
Uma das bases do pensamento de Newport é a questão da atenção 
residual. Segundo ele, à medida que alternamos entre atividades, 
uma parcela de nossa atenção permanece na tarefa original.
A ideia é partilhada por Dora Góes, psicóloga do Programa de 
Dependências Tecnológicas do Hospital das Clínicas da USP. 
“Essa história de cérebro multitarefa não existe. Se estou fazendo 
várias coisas, haverá foco maior em uma delas e as outras ficarão 
deficitárias. Mas achamos que damos conta”.
9
Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
O resultado disso, tanto para a psicóloga quanto para Newport, é 
uma menor capacidade para aprender novas coisas. “Isso interfere 
na nossa memória a longo prazo, na nossa concentração”, afirma 
Góes. “A mente que está agitada entre um aplicativo e outro é 
muito diferente de uma que está concentrada lendo um texto mais 
profundo”. […]
(Folha de S. Paulo, 10 jan. 2017. Adaptado)
10 Com base no texto, identifique como verdadeiras (V) ou 
falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) Usar as redes sociais durante a realização de uma tarefa é um 
exemplo de “deep work”, de acordo com o autor.
( ) “Shallow work” são atividades profissionais feitas enquanto 
se está conectado a redes sociais que prejudicam a excelência no 
mundo do trabalho.
( ) De acordo com a psicóloga da USP, Dora Goés, o cérebro não 
consegue processar diversas tarefas e pensamentos da mesma 
forma, pois sempre haverá uma atenção maior em uma tarefa 
específica.
( ) A hiperconectividade deixa a mente agitada, com uma maior 
capacidade de aprender coisas novas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima 
para baixo.
a) F – V – V – F.
b) V – V – F – V.
c) F – V – F – V.
d) V – F – V – F.
e) F – F – V – V.
Gabarito: A
Comentário: 
Afirmativa 1: Usar as redes sociais durante a realização de uma 
tarefa é um exemplo de “deep work”, de acordo com o autor.
Análise: De acordo com o trecho “Seguindo a tendência das 
chamadas filosofias “deep”, de tentar isolar as distrações da 
vida moderna, ele criou o “deep work” (trabalho profundo, em 
tradução livre). […]”, pode-se concluir o contrário: deep work é 
a realização de uma tarefa isolada das distrações da vida moderna.
Resposta: falso.
Afirmativa 2: “Shallow work” são atividades profissionais feitas 
enquanto se está conectado a redes sociais que prejudicam a 
excelência no mundo do trabalho.
Análise: De acordo com o trecho “Segundo Newport, a tentativa 
de fazer muitas coisas ao mesmo tempo leva a um trabalho com 
menor valor agregado e facilmente replicável. Ele chama isso de 
“shallow work” (trabalho superficial).”, realizar o trabalho em 
conjunto com outras atividades, levaria a um trabalho com menor 
valor agregado, prejudicando a excelência.
Resposta: verdadeiro.
Afirmativa 3: De acordo com a psicóloga da USP, Dora Goés, 
o cérebro não consegue processar diversas tarefas e pensamentos 
da mesma forma, pois sempre haverá uma atenção maior em uma 
tarefa específica.
Análise: No trecho “A ideia é partilhada por Dora Góes, psicó-
loga do Programa de Dependências Tecnológicas do Hospital das 
Clínicas da USP. “Essa história de cérebro multitarefa não existe. 
Se estou fazendo várias coisas, haverá foco maior em uma delas 
e as outras ficarão deficitárias. Mas achamos que damos conta”, 
pode-se inferir que na opinião da psicóloga, o cérebro multitare-
fas não existe, uma vez que o indivíduo priorizaria uma tarefa em 
relação às outras.
Resposta: verdadeiro.
Afirmativa 4: A hiperconectividade deixa a mente agitada, com 
uma maior capacidade de aprender coisas novas.
Análise: De acordo com Newport, as redes sociais e a tendência 
geral à hiperconectividade estão prejudicando carreiras e impedin-
do o sucesso e a excelência profissional.
Resposta: falso.
 
Informática
 
11 Os computadores possuem alguns tipos de software para 
desempenhar suas funções. Sabendo disso, os softwares que 
gerenciam o hardware e ainda fornecem aos programadores e 
aos programas de aplicativos um conjunto de recursos abstra-
tos e claros, ao invés de recursos confusos de hardware, são 
conhecidos como
a) Sistemas Seguros.
b) Softwares Utilitários.
c) Softwares Aplicativos.
d) Sistemas Operacionais.
Gabarito: D
Comentário: SISTEMA OPERACIONAL é considerado o 
principal programa (software) do computador. Responsável por 
gerenciar todo o funcionamento do computador, tanto na gerencia 
dos Softwares quanto dos Hardwares. É considerado o elemento 
intermediário entre a comunicação do usuário com a máquina, 
possuindo, basicamente, duas formas no processo de comunicação 
do usuário com o Sistema Operacional: a forma visual/interativa, 
modo Gráfico de interatividade e através do sistema Batch, que é o 
modo Shell de interatividade.
Já Software Embarcado que também é chamado de Sistema Embar-
cado e Programa Embarcado, é um dispositivo de software que 
realiza um conjunto de tarefas predefinidas, geralmente com confi-
gurações especificadas durante a fabricação. Alguns dispositivos 
possuem sistema operacional próprio e software de funcionamento.
É armazenado em memória do tipo ROM não podendo gravar 
novas informações, mas podendo atualizar as já existentes.
Uma dica é Firmware = Software Embarcado ≠ Driver
 
12 Qual o comando do Sistema Operacional Linux utilizado 
para remover arquivos e opcionalmente diretórios?
a) del
b) delete
c) erased) remove
e) rm
Gabarito: E
10
Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
Comentário: Alternativas A e B, erradas: del ou delete removem 
somente arquivos no Prompt de Comando do Windows;
Alternativas C e D, erradas: inexistem tais comandos no sistema 
operacional Linux;
Alternativa E, correta: rm (contração de remove) é comando utili-
zado para remover arquivos e diretórios no sistema operacional 
Linux.
 
13 Caso não tenha sido alterado o local de download padrão, 
o diretório padrão de download de arquivos do navegador 
Chromium, no Ubuntu, é:
a) /Users/<nome de usuário>/Downloads
b) /home/<nome de usuário>/Downloads
c) \Arquivo de Programas\Chrome\Downloads
d) \Windows\Downloads
e) \Usuários\<nome de usuário>\Downloads
Gabarito: E
Comentário: Tanto no Windows como no Linux os navegadores de 
internet utilizam como destino padrão a pasta Downloads dentro 
da pasta do usuário. É importante observar que o caminho de 
pastas no Windows é representado com a contrabarra \ enquanto 
no Linux usa-se a barra normal /.
 
14 Assinale a alternativa onde consta um endereço sintatica-
mente correto.
a) google.com.br
b) www.google.com.br
c) \\/www.google.com.br
d) http:\\www.google.com.br
e) http://www.google.com.br
Gabarito: E
Comentário: Um URL (Uniform Resource Locator – Localizador 
Uniforme de Recursos) é um endereço através do qual se encontra 
algum recurso computacional disponível. Sua forma simplificada é
[PROTOCOLO]://[DOMÍNIO OU SERVIDOR]/
[CAMINHO]/[RECURSO]
Note que a sintaxe utiliza barras comuns (/) e não as barras inver-
tidas ou contrabarras (\). Registre-se, contudo, que os navegado-
res Chrome e Firefox efetuam a substituição das barras invertidas 
pelas barras comuns para adequar as URLs à sintaxe corretas antes 
de enviá-las.
É comum que não seja necessária a especificação completa do 
servidor na forma www.[DOMÍNIO], bastando o [DOMÍNIO]. 
No caso, tanto o emprego do domínio google.com.br ou do servidor 
www.google.com.br, bastariam.
O [CAMINHO], geralmente associado à estrutura do sistema 
de arquivos do servidor, e [RECURSO], que em geral correspon-
de a um arquivo, são opcionais, já que o servidor tem definidos 
[CAMINHO] e [RECURSO] padrões para URLs que não os 
especificam.
O [PROTOCOLO] é de preenchimento opcional para o usuário, 
porém os navegadores, antes de enviarem a URL, realizam o preen-
chimento com o protocolo padrão HTTP.
Assim, o endereço que atende plenamente aos requisitos de sintaxe 
impostos para as URLs, sem necessidade de qualquer intervenção 
do navegador, é a apresentada na alternativa E.
Tanto o Google Chrome quanto o Mozilla Firefox corrigem com 
sucesso os endereços apresentados nas alternativas A, B e D, porém 
estes não estão em plena conformidade com a sintaxe formal para 
URLs. Note que a mera especificação do domínio, como apresen-
tado na alternativa A, seria suficiente, porém o endereço completo 
padece da falta dos demais requisitos.
O endereço apresentado na alternativa C é inválido e ambos os 
navegadores devolverão mensagem de erro.
 
15 Ao digitar um novo e válido endereço da internet no browser 
em um equipamento devidamente configurado e conecta-
do na internet, o serviço que traduz o nome do site para o 
respectivo endereço IP denomina-se:
a) HTTP
b) NTP.
c) SMTP.
d) DNS.
e) POP3.
Gabarito: D
Comentário: Alternativa A, errada: HTTP – Hyper Text Transfer 
Protocol – é um protocolo de comunicação que pode transferir 
tanto arquivos contendo definições de hipertexto como eventuais 
objetos por eles referidos, como imagens, vídeos, áudios, dentre 
outros.
Alternativa B, errada: NTP – Network Time Protocol – Protocolo 
para a sincronização dos relógios de computadores e dispositivos 
conectados em rede.
Alternativa C, errada: SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – 
Protocolo padrão para envio de mensagens de correio eletrônico 
(e-Mail) através da Internet.
Alternativa D, correta: DNS – Domain Name System – é um 
sistema hierárquico e distribuído responsável pela associação de 
nomes a endereços IPs.
Alternativa E, errada: POP3 – Post Office Protocol, Version 3 – 
protocolo para acesso remoto a um servidor de correio eletrônico.
 
16 Com relação ao navegador Google Chrome, assinale a tecla 
de atalho que abre a barra “localizar”, para busca de um texto 
na página ativa.
a) Ctrl+A
b) Ctrl+B
c) Ctrl+F
d) Ctrl+S
e) Ctrl+W
Gabarito: C
Comentário: A alternativa A está errada: CRTL + A seleciona o 
conteúdo da página exibido pelo navegador Chrome.
Também errada a Alternativa B: CRTL + B não é um atalho válido 
no Chrome.
Correta a alternativa C: CRTL + F (find) abre o caixa de diálogo 
para busca textuais na página ativa.
11
Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
Errada a alternativa D: CRTL + S abre o diálogo para salvar a 
página ativa.
Por fim, errada também a alternativa E: CRTL + W fecha a aba 
ativa no navegador Chrome.
 
17 Qual é o atalho para abrir uma Nova Janela Anônima no 
navegador Google Chrome?
a) Ctrl+Alt+I
b) Ctrl+shift+I
c) Ctrl+shift+J
d) Ctrl+shift+N
e) Ctrl+shift+P
Gabarito: D
Comentário: A alternativa A está errada: CRTL + ALT + I não é 
um atalho válido no navegador Chrome.
Também errada a Alternativa B: CRTL + SHIFT + I abre as 
ferramentas de desenvolvedor na aba Elementos.
Também errada a Alternativa C: CRTL + SHIFT + J abre as 
ferramentas de desenvolvedor na aba Console.
Correta a alternativa D: CRTL + SHIFT + N abre uma nova 
janela no navegador Chrome em modo anônimo.
Errada a alternativa E: CRTL + SHIFT + P abre o diálogo para 
impressão da página ativa no navegador Chrome.
 
Para o acompanhamento de alterações em um documento no 
LibreOffice Writer (geralmente utilizado para revisão ou edição 
de textos), é necessário ativar a gravação de mudanças.
18 Assinale a alternativa que apresenta o caminho para a ativação 
dessa funcionalidade.
a) Arquivo→Propriedades→Controlar mudanças
b) Editar→Registrar alterações→Registrar
c) Editar→ Mostrar Marcações
d) Revisão→Mostrar Marcações
e) Revisão→Controlar alterações
Gabarito: B
Comentário: O recurso para controlar as alterações no Libre Office 
Writer está disponível no menu Editar ou pelo atalho CTRL + 
SHIFT + C. Este recurso é do tipo ativado desativado, uma vez 
ativo as alterações executadas no documento são marcadas como 
sugestões de alteração, de modo que as inserções ficam com outra 
cor e sublinhadas e as exclusões além de outra cor ficam tachadas. 
No Word a função equivalente é encontrada na guia Revisão ou 
pelo atalho CTRL + SHIFT + E.
 
19 Com relação ao Libre Office Calc, assinale a alternativa que 
apresenta a fórmula sintaticamente correta
a) =Plan1.A3*Plan2.A4
b) =Plan1%A3*Plan2%A4
c) =A3.Plan1*A4.Plan2
d) =A3!Plan1*A4.Plan2
e) =Plan1(A3)*Plan2(A4)
Gabarito: A
Comentário: A identificação de uma célula de modo que seja 
possível realizar cálculos com valores entre planilhas de um mesmo 
arquivo envolve primeiro a identificação da planilha que possui 
o valor desejado e depois a célula da planilha, ou intervalo, que 
se deseja utilizar. Deste modo caso o arquivo seja composto pelas 
seguintes planilhas: Planilha1, Planilha2 e Exemplo, é possível 
realizar cálculo usando a expressão: =Planilha2.A1 + Exemplo.A3. 
Assim, será realizada a soma do valor da célula A1 da Planilha1 
com o valor da célula A3 da planilha Exemplo. Caso sejam usados 
valores da planilha em que se encontra a fórmula não há necessida-
de de indicar qual planilha se trata. Desta forma caso seja inserida 
a seguinte expressão =Exemplo.A4+A2 em uma célula da planilha 
Planilha2 será realizada a soma do valor da célula A2 da Planilha2 
(atual) com o valor da célula A4 da planilha Exemplo. No Caso do 
Excel a diferença é que ao invés do sinal ponto separando o nome 
da planilha do endereço célula, usa-se o sinal exclamação, desta 
forma o último exemplo no Excel ficaria =Exemplo!A4+A2.
 
20 Em uma rede local, os endereços IP dos computadores dos 
funcionários são atribuídos automaticamente. Qual dasalter-
nativas indica o serviço/protocolo que deve estar disponível 
em um servidor para essa funcionalidade?
a) DNS
b) FTP
c) TCP
d) WWW
e) DHCP
Gabarito: E
Comentário: Alternativa A, incorreta: DNS – Domain Name 
System – é um sistema hierárquico e distribuído responsável pela 
associação de nomes a endereços IPs.
Alternativa B, incorreta: FTP, ou File Transfer Protocol, é um 
protocolo especificamente desenvolvido para a transferência bilate-
ral de arquivos por usuários autorizados.
Alternativa C, incorreta: TCP, ou Transmission Control Protocol, 
protocolo de camada de transporte, amplamente utilizado em redes 
de computadores para prover confiabilidade, entrega de pacotes em 
sequência correta, verificação e correção de erros..
Alternativa D, incorreta. WWW – World Wide Web – é emara-
nhado de documentos de diversas naturezas interligados através da 
rede mundial de computadores.
Alternativa E, correta. DHCP – Dynamic Host Configuration 
Protocol – é um protocolo de configuração dinâmica de compu-
tadores conectados a uma rede. Trata-se de um regime de conces-
são que precisa ser renovada periodicamente. Dentre os parâme-
tros configuráveis, estão o endereço IP, máscara de rede, roteador 
padrão e endereços IP de servidores de DNS.
 
Direito Penal
 
21 Acerca dos princípios básicos do direito penal brasileiro, 
assinale a opção correta.
a) O princípio da fragmentariedade ou o caráter fragmentário 
do direito penal quer dizer que a pessoa cometerá o crime se 
sua conduta coincidir com qualquer verbo da descrição desse 
crime, ou seja, com qualquer fragmento de seu tipo penal.
b) O princípio da anterioridade, no direito penal, informa que 
ninguém será punido sem lei anterior que defina a conduta 
12
Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
como crime e que a pena também deve ser prevista previa-
mente, ou seja, a lei nunca poderá retroagir.
c) É possível que uma lei penal mais benigna alcance condutas 
anteriores à sua vigência, seja para possibilitar a aplicação de 
pena menos severa, seja para contemplar situação em que a 
conduta tipificada passe a não mais ser crime.
d) O princípio da insignificância no direito penal dispõe que 
nenhuma vida humana será considerada insignificante, sendo 
que todas deverão ser protegidas.
e) O princípio da ultima ratio ou da intervenção mínima do 
direito penal significa que a pessoa só cometerá um crime se 
a pessoa a ser prejudicada por esse crime o permitir.
Gabarito: C
Comentário: A lei penal mais benéfica ao réu poderá retroagir (art. 
5º, XL da CF). Pode haver nesse caso, uma abolitio criminis (em 
que há a exclusão da conduta como crime) ou uma lex in mellius 
(lei que sancione uma pena menos gravosa ao réu).
 
“Chamamos de extra-atividade a capacidade que tem a lei penal 
de se movimentar no tempo regulando fatos ocorridos durante sua 
vigência, mesmo depois de ter sido revogada, ou de retroagir no 
tempo, a fim de regular situações ocorridas anteriormente à sua 
vigência”. (GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral. 
vol. 1. 17. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2015, p.159). Segundo esse 
autor a extra-atividade é gênero do qual seriam espécies a ultra-a-
tividade e a retroatividade.
22 Leia as afirmativas a seguir e marque a alternativa correta:
a) A garantia penal positivada na Constituição Federal brasilei-
ra (1988) promove a retroatividade da lei penal mais benéfica 
quando o condenado, por uma conduta típica, apresenta 
residência fixa, após cometimento do ilícito penal.
b) A lei penal possui ultra-atividade, nos casos em que, mesmo 
após sua revogação por lei mais gravosa, continua sendo 
válida em relação aos efeitos penais mais brandos da lei que 
era vigente no momento da prática delitiva.
c) A aplicação da irretroatividade em direito penal funciona 
como garantia legal do ius puniendi que pretende auferir a 
punição mais gravosa ao condenado.
d) A ultra-atividade da lei penal funciona como mecanismo de 
endurecimento da norma penal, ao passo que funciona como 
técnica de resolução de conflito para aplicação de um direito 
penal punitivo.
e) A figura da ultra-atividade da norma penal realiza o objetivo 
de garantir a condenação do réu pela norma penal vigente 
na prática da conduta delitiva, com o principal objetivo de 
promover a segurança jurídica em âmbito penal.
Gabarito: B
Comentário: 
a) (ERRADO) – A assertiva está incorreta, uma vez que a Consti-
tuição não apresenta qualquer condição legal para a aplicação da lei 
penal mais benéfica.
b) (CERTA) – A assertiva está correta, pois se o crime for 
cometido sob a vigência de determinada lei, mais branda, que vem 
a ser revogada por outra, mais gravosa, aquela continuará a regular 
o fato, mesmo com a entrada em vigor da lei nova.
“Art. 2°, Parágrafo único – A lei posterior, que de qualquer modo 
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que 
decididos por sentença condenatória transitada em julgado. ”
c) (ERRADO) – A assertiva está incorreta, outrossim, prevê o 
ordenamento penal que, será sempre aplicada a lei mais favorável 
ao réu, diante de um conflito de leis penais no tempo.
“Art. 2°, Parágrafo único – A lei posterior, que de qualquer modo 
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que 
decididos por sentença condenatória transitada em julgado. ”
d) (ERRADO) – A assertiva está incorreta, pois como analisado 
nas alternativas anteriores, a ultra-atividade ocorrerá nos casos em 
que a norma penal vigente à época dos fatos for mais benéfica ao 
réu, portanto não será mecanismo de endurecimento.
e) (ERRADO) – A assertiva está errada, haja vista que, a ultra-a-
tividade ocorrerá nos casos em que a norma penal vigente à época 
dos fatos for mais benéfica ao réu.
 
23 Observa-se nas leis temporárias que:
a) não adotam a regra da retroatividade benigna.
b) sua vigência depende da excepcionalidade que a gerou.
c) não são ultra-ativas nem retroativas.
d) possuem a característica da retroatividade, sempre para 
beneficiar o réu.
e) sua vigência é previamente fixada pelo legislador.
Gabarito: E
Comentário: Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora 
decorrido o período de sua duração
ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato 
praticado
durante sua vigência.
 
24 O direito penal não admite analogias incriminadoras Essa 
afirmativa é uma decorrência do princípio da:
a) adequação social.
b) responsabilidade penal pessoal.
c) individualização das penas.
d) legalidade.
e) responsabilidade penal subjetiva.
Gabarito: D
Comentário: – O princípio da legalidade possui quatro funções 
fundamentais:
1 – proibir a retroatividade da lei penal;
2 – proibir a criação de crimes e penas pelos costumes;
3 – proibir o emprego de ANALOGIA para criar crimes, funda-
mentar ou agravar penas;
4 – proibir incriminações vagas e indeterminadas.
13
Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
 
25 Em relação à teoria geral do crime, assinale a alternativa 
INCORRETA.
a) A diferença entre autoria indireta intelectual e autoria 
indireta mediata é que naquela, há o planejamento pelo autor 
indireto e a execução do crime por um terceiro. Nesta, o autor 
se vale de um instrumento, alguém que esteja sob coação 
moral irresistível, por exemplo, para a prática do crime. Na 
autoria indireta mediata, não haverá concurso de pessoas.
b) De acordo com o entendimento que prevalece, atualmente, 
na doutrina, há a possibilidade de reconhecimento de tenta-
tiva no dolo eventual, entretanto, esse mesmo entendimento, 
majoritário doutrinariamente, não admite o reconhecimento 
da tentativa naqueles crimes identificados como crimes de 
ímpeto.
c) O Código Penal adota a teoria da atividade, no que diz 
respeito ao tempo do crime. Já com relação ao lugar do 
crime, o Código Penal adota a teoria da ubiquidade, também 
chamada de teoria eclética.
d) De acordo com a doutrina, prevalece o entendimento de que 
em um crime praticado em concurso de agentes, a aplica-
ção da denominada “pontede prata”, prevista no artigo 16 do 
Código Penal, quando reconhecida para um, estende-se aos 
seus comparsas.
e) O que a doutrina denomina crime oco, nada mais é do que 
o crime impossível, também conhecido como quase crime, 
reconhecido pelo artigo 17 do Código Penal.
Gabarito: B
Comentário: A autoria intelectual é uma modalidade de autoria 
indireta, uma vez que o autor indireto intelectual planeja a ação 
delitiva, mas não realiza diretamente a conduta tipificada no dispo-
sitivo penal respectivo, cuja prática fica a cargo de outrem. Existe, 
portando, concurso de agentes, nos termos do disposto no artigo 29 
do Código Penal. Na autoria indireta mediata, o agente mediato, 
também conhecido como o "sujeito de trás", serve-se de outrem 
como se fosse um instrumento do crime que executa diretamente 
a conduta prevista no tipo penal respectivo. Na autoria mediata, 
a situação do agente imediato, empregado na realização do verbo 
típico, não permite que se reúnam todos os requisitos para que 
possa ser punido pelo ato praticado.
No que tange à tentativa, em hipóteses em que se dá o dolo 
eventual, prevalece na doutrina o entendimento de que é admissí-
vel. Neste sentido, é oportuno trazer a lição de Cleber Masson, em 
seu Direito Penal, Parte Geral, Esquematizado, Vol. 1: "Prevalece 
no Brasil o entendimento favorável ao cabimento da tentativa nos 
crimes cometidos com dolo eventual, equiparado pelo art. 18, I, do 
Código Penal, no tocante ao seu tratamento, ao dolo direto.9 A 
dificuldade de prova do início da execução de um crime que não se 
consuma por circunstâncias alheias ao consentimento do agente é 
questão de natureza processual, em nada interferindo na tipicidade 
do fato.
A teoria da atividade é adotada pelo artigo 4º do Código Penal, 
que estabelece que “considera-se praticado o crime no momento 
da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado." 
No que tange ao lugar do crime, o artigo 6º, do Código Penal, 
estabelece que "considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se 
produziu ou deveria produzir-se o resultado". Aplica-se, portanto, 
a teoria da ubiquidade, mista ou eclética.
A chamada "ponte de prata" é um instituto de natureza penal que 
permite mitigar as consequências do crime já consumado, propor-
cionando, assim, a diminuição de pena. O arrependimento eficaz é 
um exemplo de "ponte de prata", previsto no artigo 16 do Código 
Penal.
Crime oco é um dos sinônimos de crime impossível, que também 
é conhecido pelos nomes de tentativa inidônea e tentativa impossí-
vel. Encontra-se previsto no artigo 17 do Código Penal que assim 
dispõe: "Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta 
do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o crime".
 
26 A embriaguez provocada pelo uso do álcool pode excluir a 
culpabilidade quando:
a) For preordenada.
b) Decorrer de força maior e diminuir a capacidade de entender 
a ilicitude do fato.
c) For culposa.
d) For patológica.
e) For habitual.
Gabarito: D
Comentário: Para excluir a culpabilidade, a embriaguez oriunda de 
caso fortuito ou força maior terá que ser completa. Se for incomple-
ta poderá diminuir a pena. A embriaguez patológica (art. 26, caput 
e parágrafo único) ocorre na hipótese de pessoas que se colocam 
em estado de embriaguez em virtude de uma vontade invencível de 
consumir a bebida (alcoolismo, por exemplo). Além disso, ela exclui 
a culpabilidade quando retirar totalmente a capacidade de entender 
e querer (art. 26, caput, CP).
 
27 Com relação ao concurso de crimes, é CORRETO afirmar:
a) Não se admite a aplicação da suspensão condicional do 
processo ao crime continuado.
b) No caso hipotético em que Gioconda, ao dirigir seu automó-
vel de maneira imprudente, perde o controle do carro, 
matando três pessoas e lesionando gravemente outras cinco, 
deve ser reconhecido o concurso formal próprio de crimes 
pelo qual lhe será aplicada somente uma pena, a mais grave, 
aumentada de um sexto até a metade.
c) No concurso de crimes, a aplicação da pena de multa observa 
as regras pertinentes à modalidade de concurso que incide no 
caso concreto.
d) No concurso formal, aplica-se a mais grave das penas cabíveis 
ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em 
qualquer caso, de um sexto até a metade, ainda que os crimes 
concorrentes resultem de desígnios autônomos.
e) NDA
Gabarito: B
Comentário: Conforme o entendimento da Súmula 723 do STF, 
não se admite a suspensão condicional do processo por crime conti-
nuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o 
aumento mínimo de um sexto for superior a um ano. Neste sentido, 
não ultrapassando um ano cabe a suspensão.
14
Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
De fato tal conduta se amolda ao concurso formal próprio ou 
perfeito, uma vez que são vários crimes praticados através de uma 
só conduta. Será aplicada a pena mais grave do homicídio culposo 
acrescida de 1/6 até a metade.
Conforme leciona o art. 72, CP, no concurso de crimes, as penas de 
multa são aplicadas distinta e integralmente.
No concurso formal, aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, 
se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, 
de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumula-
tivamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes 
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo 
anterior.
 
A respeito de consumação e tentativa delitiva, julgue os itens a 
seguir.
I Tentativa inacabada é impunível, pois nela é impossível a consu-
mação delitiva pela ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto material.
II Nos casos de desistência voluntária e arrependimento eficaz, o 
agente responderá apenas pelos atos delitivos já praticados, mas 
não por delito tentado.
III Crime monossubsistente, contravenção penal e crime preter-
doloso não admitem punição por tentativa.
IV No caso de crime habitual ou continuado, a consumação se 
prolonga no tempo por vontade do agente, e o prazo prescricional 
se inicia quando cessada a consumação.
28 Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
Gabarito: C
Comentário: Item I: A tentativa inacabada (também chamada de 
tentativa imperfeita ou tentativa propriamente dita) se caracteri-
za quando ainda havia atos de execução a serem levados a efeito, 
mas o agente não conseguiu concluí-los por razões alheias a sua 
vontade. É punível, nos termos do artigo 14, II,CP: “Art. 14: Diz-se 
o crime: II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma 
por circunstâncias alheias à vontade do agente.”
Ademais, de acordo com o artigo 17,CP "não se pune a tentativa 
quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta improprie-
dade do objeto, é impossível consumar-se o crime".
Portanto, considera-se falsa a afirmação que diz que a tentativa 
inacabada é impunível.
Item II: No que tange a desistência voluntária, não importa o 
motivo do agente não ter prosseguido, basta que não tenha prosse-
guido com a ação por vontade sua previsto no artigo 15 do Código 
Penal: "O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na 
execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos 
atos já praticados".
Portanto, considera-se verdadeira a afirmação “Nos casos de 
desistência voluntária e arrependimento eficaz, o agente respon-
derá apenas pelos atos delitivos já praticados, mas não por delito 
tentado.”
Item III: Os crimes unissubsistentes ou monossubsistentes são 
aqueles que são praticados por uma só conduta, não podendo haver 
a fragmentação dos atos executórios.
Diante disso, não se admite a modalidade tentada desses crimes. 
Além disso, de acordo com o artigo 4º do DL nº 3.668/1941 "Não 
é punível a tentativa de contravenção".
Ademais, os crimes preterdolosos não admitirem a forma tentada, 
pois o resultado não é o desejado pelo agente (pois incide o dolo no 
antecedentee a culpa no consequente).
Portanto, considera-se verdadeira a afirmação no item III.
Item IV: A assertiva está errada, pois o crime habitual não tem a 
consumação prolongada no tempo, diferente do crime permanente. 
O crime habitual é aquele que a pratica da conduta é indiferente, 
mas a partir do momento que aquela conduta é reiterada, ela passa 
a ter importância penalmente.
O crime continuado é uma modalidade de concurso de crimes, 
portanto, não é um único crime em que se adota a teoria da ficção 
jurídica.
De acordo com o Art.71°CP: “Quando o agente, mediante mais 
de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma 
espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução 
e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como 
continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, 
se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer 
caso, de um sexto a dois terços.”
Dessa forma, deve ser aplicada a Súmula 711 STF: “A lei penal 
mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanen-
te, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência.”
 
29 Com relação aos prazos no Código Penal, considere as 
afirmações abaixo.
I - Os prazos penais são contados. segundo o calendário grego-
riano, no qual o dia, de acordo com o sistema romano, é o 
espaço de tempo de meia-noite (0h) à meia – noite (24h). 
Inclui-se, no cômputo prazo penal, o dia de seu início o mês 
poderá ter 28, 29, 30 ou 31 dias e o ano 365 ou 366 (bissexto) 
dias,· ainda assim, serão contados sempre como um mês e 
como um ano.
II - A contagem do prazo prescricional não se Interrompe nem se 
suspende por férias, domingos ou feriados. A hora do crime 
é Indiferente, pois, ainda que o fato tenha sido praticado 
minutos antes da meia-noite de determinado dia, este será o 
do início do curso prescricional.
III - Quando o mesmo prazo estiver previsto no Código Penal 
e no Código de Processo Penal, aplica-se a contagem mais 
favorável ao agente.
Quais estão corretas?
a) Apenas ll
b) Apenas I e II
c) Apenas I e III
d) Apenas II e III
e) I, II e III
15
Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
Gabarito: E
Comentário: Sobre o item, importa citar a doutrina: “A segunda 
regra determina que os dias, os meses e os anos são contados 
pelo calendário comum. De acordo com o calendário gregoriano 
(comum), dia é o lapso temporal entre meia-noite e meia-noite.
Os meses não são contados como sendo o período sucessivo de 30 
dias (ex numero), mas sim de acordo com o número característico 
de cada um (ex numeratione dierum). Em outros termos: para o 
CP, o mês não tem 30 dias, mas 28, 29, 30 ou 31, conforme o calen-
dário. A mesma regra é aplicada em relação ao ano. Assim, terá 365 
dias, ou 366, se bissexto. Dessa forma, se o juiz tiver de condenar 
o réu a dois meses ou dois anos, não poderá se referir a 60 dias ou 
730 dias. O mês é contado de determinado dia à véspera do mesmo 
dia do mês seguinte, terminando o prazo às 24h. Assim, no caso de 
o agente ter sido condenado a três meses de detenção, começando 
a cumprir a pena às 18h de 4 de julho, o prazo terminará às 24h de 
3 de outubro. O dia do começo é computado por inteiro, excluído 
o do vencimento da pena. Da mesma forma, um ano é contado de 
certo dia às 24h da véspera do dia de idêntico número do mesmo 
mês do ano seguinte, não importando seja bissexto qualquer deles. 
Suponha-se uma pena de um ano e quatro meses, iniciando o 
condenado o seu cumprimento às 20h de 3 de janeiro: terminará 
às 24h de 2 de maio do ano seguinte.” DAMASIO DE JESUS. 
DIREITO PENAL, PARTE GERAL. 35ed. p.136.
Assim, os prazos penais são contados, segundo o calendário grego-
riano, no qual o dia, de acordo com o sistema romano, é o espaço 
de tempo de meia-noite (0h) à meia – noite (24h). Além disso, 
inclui-se, no cômputo prazo penal, o dia de seu início o mês poderá 
ter 28, 29, 30 ou 31 dias e o ano 365 ou 366 (bissexto) dias,· ainda 
assim, serão contados sempre como um mês e como um ano.
Prefeito, a contagem do prazo prescricional não se Interrompe nem 
se suspende por férias, domingos ou feriados. Realmente a hora 
do crime é Indiferente, pois, ainda que o fato tenha sido praticado 
minutos antes da meia-noite de determinado dia, este
será o do início do curso prescricional. Inclui-se o dia do começo, 
mesmo se for cometido às 23h.
No caso a banca aplicou o entendimento que se o mesmo prazo 
estiver previsto no Código Penal e no Código de Processo Penal, 
aplica-se a contagem mais favorável ao agente.
 
Caio tem um desafeto a quem sempre faz ameaças de morte. O 
último encontro foi num bar. Caio observou que havia um revólver 
com seis munições sobre uma mesa e aproveitou para concreti-
zar o desejo de matar seu oponente. Anunciou que iria matar seu 
desafeto PEDRO, efetuando um disparo na sua perna. Neste 
momento PEDRO suplica por sua vida. Caio, sensível ao apelo da 
vítima, desiste de continuar disparando, afirma que não iria mais 
matar o rival e deixa a arma em cima da mesa. Em seguida, se 
retira do local.
30 Com relação aos fatos descritos indique a alternativa 
CORRETA.
a) Caio deve ser condenado por tentativa de homicídio.
b) Caio não deve responder por qualquer crime.
c) Há apenas o crime de ameaça a ser apurado.
d) Caio responde por tentativa de homicídio e ameaça.
e) Caio deve responder por lesão corporal.
Gabarito: E
Comentário: Vide comentário da alternativa E.
Vide comentário da alternativa E.
Vide comentário da alternativa E.
Vide comentário da alternativa E.
A conduta de Caio configura um caso típico de desistência volun-
tária, prevista na primeira parte, do artigo 15, do Código Penal. O 
enunciado da questão menciona expressamente que, na origem, a 
intenção de Caio era matar Pedro chegando, inclusive, a efetuar 
um disparo na sua perna. No mesmo enunciado também consta 
expressamente que Caio desiste de continuar disparando e chega a 
afirmar "que não iria mais matar o rival", largando a arma e retiran-
do-se do local em seguida. Com efeito, de acordo com o dispo-
sitivo legal em referência, Caio responderá apenas pelo resultado 
efetivamente já alcançado, ou seja, por lesão corporal, e não pelo 
crime de tentativa de homicídio. Cabe aqui consignar que, para 
que fique caracterizada a voluntariedade da desistência, basta que o 
agente mude de ideia, interrompendo o curso dos atos executórios 
de maneira a sustar a consumação do resultado por sua própria 
vontade. Não se exige que a desistência seja espontânea, ou seja, que 
surja do próprio agente sem a influência de fatores externos como, 
por exemplo, a súplica de Pedro pela vida.
 
31 Sobre os crimes contra o patrimônio assinale a opção consi-
derada correta:
a) Admitem a figura privilegiada os crimes de furto, dano, 
apropriação indébita, estelionato e receptação.
b) Não incide a agravante de crime praticado contra maior de 
sessenta anos no caso de estelionato contra idoso.
c) É isento de pena quem comete furto em prejuízo de ascen-
dente, independentemente da idade da vítima.
d) Constitui causa de aumento de pena do furto simples a 
subtração de semovente domesticável de produção, ainda que 
abatido ou dividido em partes no local da subtração.
e) O crime de dano praticado contra o patrimônio público tem 
causa de diminuição de pena quando executado na forma 
culposa.
Gabarito: B
Comentário: a) ERRADA: Item errado, pois a figura privilegiada 
não está prevista para o crime de dano.
b) CORRETA: Item correto, pois no estelionato tal circunstância 
já é considerada como causa de aumento de pena, na forma do art. 
171, §4º do CP, de modo que não pode ser considerada, no mesmo 
caso, como agravante, sob pena de bis in idem.
c) ERRADA: Item errado, pois, se o ascendente é pessoa idosa, ou 
seja, possui idade igual ou superior a 60 anos, não é aplicável tal 
causa pessoal de isenção de pena, na forma do art. 183, III do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois não se trata de causa de aumento 
de pena, e sim qualificadora,na forma do art. 155, §6º do CP.
e) ERRADA: o dano culposo é fato atípico.
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Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
 
32 Assinale a alternativa correta a respeito do concurso de 
pessoas na forma prevista no Código Penal.
a) No concurso de pessoas, se a participação for de menor 
importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a dois 
terços.
b) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide 
nas penas a este cominadas, independentemente de sua 
culpabilidade.
c) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter 
pessoal, inclusive quando elementares do crime.
d) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos 
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumen-
tada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado 
mais grave.
e) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo 
disposição expressa em contrário, são puníveis, mesmo se o 
crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
Gabarito: D
Comentário: Art. 29 § 1º CP.
Art. 29, caput CP.
Art. 30, caput CP.
É o teor do Art. 29 § 2º. É a chamada PARTICIPAÇÃO EM 
CRIME MENOS GRAVE.
Art. 31 CP. Essa regra decorre do caráter acessório da participação 
(todas essas ações são feitas pelo partícipe): o comportamento do 
partícipe só adquire relevância penal se o autor iniciar a execução 
do crime. E para fazer isso ele deve entrar pelo menos na esfera 
da tentativa. Ex: contratar um pistoleiro para matar alguém, por si 
só, não é crime. A não ser que este pistoleiro tente matar a pessoa 
determinada.
Essa é a regra. O CP pode prever disposição expressa em contrário.
 
33 Qual a consequência jurídica do erro de tipo permissivo (erro 
sobre a descriminante putativa) plenamente justificado pelas 
circunstâncias?
a) Exclui a culpabilidade.
b) Reduz a pena de 1/6 a 1/3.
c) Exclui o dolo, mas permite punição por culpa.
d) Permite a punição por crime culposo, sem exclusão do dolo
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
Gabarito: A
Comentário: Nos termos do art. 20, §1º do Código Penal o erro 
obre a descriminante putativa plenamente justificado pelas circuns-
tâncias exclui a culpabilidade.
Art. 20, § 1º – É isento de pena quem, por erro plenamente justi-
ficado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, 
tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro 
deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
Portanto, está correto o disposto na alternativa A.
 
34 João invade um museu público disposto a furtar um quadro. 
Durante a ação, quando já estava tirando o quadro da parede, 
depara-se com um vigilante. Diante da ordem imperativa para 
largar o quadro, e temendo ser alvejado, vulnera o vigilante 
com um projétil de arma de fogo. O vigilante vem a óbito; 
e João, impressionado pelos acontecimentos, deixa a cena do 
crime sem carregar o quadro. De acordo com o entendimento 
sumulado pelo Supremo Tribunal Federal, praticou-se:
a) Furto qualificado tentado em concurso com homicídio quali-
ficado consumado.
b) Roubo impróprio tentado em concurso com homicídio 
consumado.
c) Latrocínio consumado.
d) Latrocínio tentado.
e) Roubo próprio tentado em concurso com homicídio 
consumado.
Gabarito: C
Comentário: 
O crime cometido por João será de Latrocínio consumado, segundo, 
o que dispõe a súmula 610/STF:
“Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda 
que não realize o agente a subtração de bens da vítima”.
 
Considere os seguintes crimes contra a Administração Pública:
1. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subor-
dinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe 
falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade 
competente.
2. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
Administração Pública, valendo-se da qualidade de funcionário.
3. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida.
35 Assinale a alternativa que relaciona corretamente as condutas 
descritas e os respectivos tipos penais.
a) 1. Prevaricação – 2. Tráfico de influência – 3. Corrupção 
passiva.
b) 1. Advocacia administrativa – 2. Corrupção ativa – 3. Corrup-
ção passiva.
c) 1. Condescendência criminosa – 2. Tráfico de influência – 3. 
Concussão.
d) 1. Corrupção passiva – 2. Advocacia administrativa – 3. 
Corrupção passiva.
e) 1. Condescendência criminosa – 2. Advocacia administrativa 
– 3. Concussão.
Gabarito: E
Comentário: 
1. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subor-
dinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe 
falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade 
competente.
A afirmativa apresenta a definição de Condescendência crimi-
nosa, prevista no art. 320 do Código Penal:
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Aplicação : 20/06/2021 Simulado PC CE Inspetor/Escrivão 
Art. 320 – Deixar o funcionário, por indulgência, de responsa-
bilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo 
ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conheci-
mento da autoridade competente:
2. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
Administração Pública, valendo-se da qualidade de funcionário.
A afirmativa apresenta a definição de Advocacia administrativa, 
conforme art. 321 do Código Penal:
Art. 321 – Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado 
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de 
funcionário:
3. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que 
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem 
indevida.
A afirmativa apresenta a definição do crime de Concussão, 
previsto no art. 316 do CP:
Art. 316 – Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamen-
te, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão 
dela, vantagem indevida:
 
Direito Penal Especial
 
36 Sobre a lesão corporal praticada contra ascendente, descen-
dente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva 
ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das 
relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, cabe 
afirmar que
a) em se tratando de lesão corporal grave, aumenta-se a pena 
em dois terços.
b) sendo seguida de morte, caso as circunstâncias evidenciem 
que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de 
produzi-lo, aumenta-se a pena em um terço.
c) sendo praticada contra pessoa portadora de deficiência, 
aumenta-se a pena em dois terços.
d) acarreta necessariamente pena de reclusão.
e) a carreta necessariamente pena de reclusão e multa.
Gabarito: B
Comentário: Trata-se da combinação dos seguintes parágrafos 
(todos previstos no art. 129, CP): §9° (violência doméstica), §10 
(aumento de pena), §3° (lesão corporal seguida de morte: é crime 
exclusivamente preterdoloso).
 
Direito Penal
 
Maria e Mariana, ambas nascidas com genitais femininos, auto-i-
dentificadas e socialmente reconhecidas como mulheres, convivem 
em união estável e monogâmica. Ocorre que Maria, às escondidas, 
passa a manter relações sexuais com José. Mariana flagra Maria 
em ato sexual com José e, nesse contexto, Maria provoca injusta-
mente Mariana, dizendo a José, em tom de escárnio, que Mariana 
é “xucra, burra e ruim de cama”, e que, além disso, Mariana “gosta 
de ser traída e não tomará qualquer atitude, por ser covarde e 
medrosa”. Embora nunca tenha praticado ato de violência domés-
tica, Mariana é tomada por violenta emoção e dispara projétil de 
arma de fogo contra a cabeça de Maria, que morre imediatamente.
37 É correto afirmar que Mariana praticou:
a) ato típico, mas amparado por causa excludente de ilicitude.
b) homicídio qualificado, por meio insidioso.
c) feminicídio.
d) homicídio privilegiado.
e) homicídio qualificado, por motivo torpe.
Gabarito: D
Comentário: Não há no caso narrado nenhuma das causas de 
exclusão da ilicitude previstas no artigo 23 do Código Penal.
O meio insidioso é aquele caracterizado pelo emprego

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