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LOAS - BPC - QUEM TEM DIREITO

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BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (BPC), QUEM TEM DIREITO?
	
Adriana Carolina Resende[footnoteRef:1] [1: Bacharela em Serviço Social pela UNOPAR. Assistente Social na Unidade de Pronto Atendimento do Município de Capim Grosso/BA. Bacharelanda em Direito na Faculdade AGES de Jacobina. E-mail: acr_adriana@yahoo.com.br] 
Ailma Rodrigues da Silva Jatobá[footnoteRef:2] [2: Bacharelando em Direito na Faculdade AGES de Jacobina. E-mail: ailma67j@gmail.com] 
Beatriz Lages Cavalcanti[footnoteRef:3] [3: Bacharelanda em Direito na Faculdade AGES de Jacobina. E-mail: beatrizhz09@gmail.com
4 Bacharelanda em Direito na Faculdade AGES de Jacobina. E-mail: bsff.ferreira01@gmail.com
5 Auxiliar Administrativa no Município de Capim Grosso- BA. Bacharelanda em Direito na Faculdade AGES de Jacobina. E-mail: naydiasematheus@gmail.com
6 Bacharel em Serviço Social pela UNOPAR. Bacharel em Administração pela Faculdade Capim Grosso. Técnico Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. Bacharelando em Direito na Faculdade AGES de Jacobina. E-mail: edson_pepeu@hotmail.com
7 Licenciada em Ciências Biológicas pela Faculdade de Tecnologia e Ciências. Bacharelanda em Direito na Faculdade AGES de Jacobina. E-mail: gleicegoncalves.bio@gmail.com
8 Licenciado em Matemática pela Faculdade de Ciências Educacionais Capim Grosso. Bacharel em Administração pela Faculdade Capim Grosso. Agente administrativo da EMBASA. Presidente da Câmara de Vereadores do Município de Capim Grosso/BA. Bacharelando em Direito na Faculdade AGES de Jacobina. E-mail: jefferson.ferreira@outlook.pt
9 Licenciado em Letras Vernáculas pela UNOPAR. Bacharel em Administração Pública pela UNIVASF. Especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade do Noroeste de Minas. Técnico Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. Bacharelando em Direito na Faculdade AGES de Jacobina. E-mail: jesseroberto@yahoo.com.br
10 Bacharelando em Direito na Faculdade AGES de Jacobina. E-mail: vini.mota@gmail.com] 
Beatriz Silva Ferreira4
Ednaiara de Almeida Dias dos Santos5
Edson Oliveira da Silva6
Gleice da Cruz Gonçalves7
Jefferson Ferreira da Silva8
Jessé Roberto Matos da Silva9
Vinícius Sá Pinto de Carvalho Mota10
Resumo
O Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social tem como objetivo proporcionar um auxílio no valor de um salário mínimo ao idoso com mais de 65 anos e a pessoa com deficiência que não possuem condições de prover sua subsistência, encontrando-se em situação de miserabilidade. O presente trabalho visa trazer uma análise acerca desse benefício assistencial, conceituando-o e definindo quem são os seus beneficiários.
Palavras-chave: BPC; LOAS; idoso; deficiente; miserabilidade.
Introdução
A assistência social é em um direito do cidadão, sendo um dever do Estado prover os mínimos sociais para garantir o atendimento as necessidades básicas. O Benefício de Prestação Continuada (BPC) consiste na prestação paga pela previdência social que visa garantir um salário mínimo mensal às pessoas com deficiência ou idosos com a idade superior a 65 (sessenta e cinco anos) que não possuem meios de prover sua subsistência, ou de tê-la provida por sua família. Embora seja de competência do INSS, o BPC não consiste em um benefício previdenciário. Para a obtenção desse benefício não é necessário que o requerente tenha contribuído com o INSS, basta que esse se enquadre no requisitos dispostos no art. 20 da Lei n. 8.742/1993: 
O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. (BRASIL, 1993)
Já de início é importante destacar que a nomenclatura correta do benefício assistencial em comento é BPC (Benefício de Prestação Continuada) que é previsto na LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social. Assim, embora o aludido benefício seja popularmente conhecido como LOAS, esta é a lei que prevê o pagamento do BPC.
De acordo com a legislação do BPC, pessoa com deficiência é aquela possui impedimento a longo prazo, ou seja, mínimo de 2 (dois) anos, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que cause obstrução da sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. A comprovação de tal deficiência se dá através de avaliação medica e social por peritos do INSS. Sobre a temática, veja-se o que lecionam Castro e Lazzari (2020, p. 1.283):
A Pessoa com Deficiência (PcD) deverá comprovar, de forma cumulativa: a) a existência de impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com uma ou mais barreiras, obstruam sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas; b) família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo, podendo ser utilizados outros elementos probatórios da condição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnerabilidade; e c) não possuir outro benefício no âmbito da Seguridade Social ou de outro regime, inclusive o seguro-desemprego, salvo o de assistência médica e a pensão especial de natureza indenizatória.
A comprovação do último requisito (letra “c”) poderá ser feita mediante declaração do requerente ou, no caso de sua incapacidade para os atos da vida civil, do seu curador ou tutor. 
Para a pessoa idosa, faz-se necessária a comprovação cumulativa dos seguintes requisitos: idade superior a 65 (sessenta e cinco anos), se encontrar em condição de miserabilidade ou de vulnerabilidade tanto individual quando de seu grupo familiar, e não possuir nenhum outro benefício, conforme pontuado por Agostinho (2020, p. 526):
Pessoa idosa – comprovação cumulativa: ▪ 65 anos de idade ou mais; ▪ condição de miserabilidade do grupo familiar e situação de vulnerabilidade; e ▪ não possuir outro benefício no âmbito da Seguridade Social ou de outro regime, inclusive o seguro-desemprego, salvo o de assistência médica e a pensão especial de natureza indenizatória.
É importante frisar, inclusive, que o benefício em discussão não foi uma inovação da Lei n. 8.742/1993, mas a Constituição Federal, no artigo 203, inciso V, já previa a prestação de assistência social a portador de deficiência física ou a idoso, no valor de um salário mínimo, sujeita à comprovação do beneficiário não possuir meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família.
Há presunção legal de que a família com renda mensal per capita inferior a ¼ do salário-mínimo não é capaz de promover de forma digna a manutenção do membro idoso ou portador de deficiência física (§ 3º, art. 20, Lei 8.742/1993).
 Ressalte-se que nos termos do art. 20, § 1º, da Lei n. 8.742/1993, com redação dada pela Lei n. 12.435/2011, a família é composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto.
Vê-se, pois, que o BPC garante o pagamento de um salário-mínimo mensal às pessoas que não possuam meios de prover a própria subsistência ou de tê-la provida por sua família. É pago principalmente para aquelas pessoas que nunca tenham contribuído ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), e encontram-se em intensa situação de vulnerabilidade. Assim, um idoso ou pessoa com deficiência, mesmo que não seja segurado do RGPS (Regime Geral de Previdência Social), poderá requerer o benefício, mas, como o benefício não se trata de uma aposentadoria ou uma pensão, não terá direito a 13º salário e seus dependentes não poderão pleitear pensão por morte, caso o beneficiário venha a falecer. Além disso, também não poderá acumular tal recurso com outros benefícios, exceto se for relacionado à assistência médica, às pensões de natureza indenizatória ou a alguma remuneração que seja relacionada a contrato de aprendizagem.
Resultados e discussão
No que tocaa renda familiar per capita exigida para a obtenção do BPC, é de rigor destacar que o Plenário do STF manifestou-se, por ocasião da ADIN n. 1.232-1/DF, no sentido de que a lei estabeleceu hipótese objetiva de aferição da miserabilidade, contudo, o legislador não excluiu outras formas de verificação de tal condição. Para tal, cite-se outros benefícios de cunho assistencial instituídos posteriormente com critério objetivo de renda familiar per capita inferior a ½ do salário-mínimo (Lei n. 10.689/2003 e Lei n. 9.533/1997). Tais inovações legislativas demonstram o objetivo de salvaguarda do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.
Nessa linha de entendimento, a jurisprudência dos nossos tribunais passou a entender que, assim como o benefício assistencial pago a um integrante da família não deve ser considerado para fins de renda per capita, nos termos do parágrafo único do art. 34 da Lei 10.741/2003, os benefícios previdenciários de até um salário-mínimo, pagos a pessoa maior de 60 anos, não deveriam ser considerados. Isso fez, então, com que o legislador alterasse a redação original da LOAS, incluindo os §§ 14 e 15 ao artigo 20, dispondo que o benefício de prestação continuada ou o benefício previdenciário no valor de até 1 (um) salário-mínimo concedido a idoso acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com deficiência não deve ser computado para fins de concessão do benefício de prestação continuada a outro idoso ou pessoa com deficiência da mesma família, no cálculo da renda per capita; assim como que o BPC será devido a mais de um membro da mesma família quando atendidos os requisitos exigidos legais.
Tem-se, portanto, que os segurados do BPC são as pessoas com idade superior a 65 anos, e as pessoas com deficiência que não possuam meios para prover sua subsistência e nem de tê-la provida por sua família. Ainda nesse sentido, o INSS reconhece que os estrangeiros residentes do País também podem ser beneficiários desde que estejam presentes os requisitos legais.
Presentes as condições para concessão do Benefício de Prestação Continuada, esse terá início a partir da data de entrada do requerimento sendo devido enquanto permanecerem as condições que deram origem a concessão. O pagamento ao beneficiário ocorrerá em até 45 dias, após cumpridas todas as exigências junto ao INSS. 
O benefício deve ser revisto a cada dois anos para avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem. Seu cancelamento pode se dar nas seguintes situações: no caso de falta de comparecimento do beneficiário portador de deficiência ao exame médico- pericial, por ocasião de revisão do benefício; quando identificada irregularidades na concessão ou manutenção; quando superadas as condições que lhe deram origem; morte do beneficiário; em caso de ausência do beneficiário.
Conclusões
Podemos concluir que o BPC (ou LOAS, como é comumente chamado) trata-se de um benefício assistencial, no valor de um salário mínimo, que independe de contribuição para o custeio e que tem como destinatário os indivíduos portadores de deficiência ou idosos com 65 anos ou mais, que não possuam meios para prover sua própria manutenção, e tampouco sua família consegue exercer essa função. 
Nessa situação, o sujeito ativo é a pessoa idosa ou com deficiência, brasileiro ou estrangeiro que provem não ter condições para manter sua subsistência, ou de ser provida pela sua família, e que não seja segurado ou dependente de segurado da Previdência Social, e que atenda aos requisitos econômicos necessários. E o papel do sujeito passivo é desempenhado pelo INSS. A garantia desse benefício não é vitalícia, podendo assim haver cancelamento, e também é intransferível, não gerando direito a pensão. 
As regras gerais do benefício assistencial encontram-se no art. 203 da CF, na Lei n. 8.742/1993 (com as alterações das Leis n. 12.435/2011, 12.470/2011 e 13.146/2015) e no Decreto n. 6.214/2007 (com as alterações do Decreto n. 7.617/2011).
Referências
AGOSTINHO, Theodoro. Manual de Direito Previdenciário. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm. Acesso em: 21 junho 2021.
______. Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a Organização da Assistência Social e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, 8 dez. 1993. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm. Acesso em: 21 junho 2021.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 23. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.
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