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A cultura do cancelamento e o fanatismo no Brasil

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A cultura do cancelamento e o fanatismo no Brasil
O advento da Terceira Revolução Industrial, reconhecida como Técnico-Científico Informacional, permitiu a polarização da “internet” e, no que lhe concerne, a sociedade foi reintegrada pelos veículos de comunicação. No contexto, o aperfeiçoamento de técnicas, por exemplo: a implantação de diferentes canais midiáticos e o bombardeio de informações fizeram da “internet” um lugar público com formadores de opinião, ditos “influencers”, que são capazes de induzir apoiadores fanáticos a construir e a destruir reputações. Nesse sentido, a propagação da era do cancelamento revela militância, ao mesmo tempo, em que provoca danos muito graves para a vida da vítima.
Nos veículos de comunicação, as pessoas podem ser repudiadas a qualquer momento, uma vez que o público virtual assume a falsa ideia de juiz perfeito para atacar o indivíduo. Sob esse viés, a cultura do cancelamento traz a intolerância de opiniões, o que explicita a falta de empatia nas relações sociais ao passo que intensifica os atos desumanos. A exemplo da atriz Alessandra Negrini, que foi acusada de apropriação cultural por colocar seu legado artístico e político à disposição da luta indígena. Nesse espaço de alienação, os usuários das redes sociais imaginam o perfeccionismo dos influenciadores digitais, haja vista a exposição de padrões, o que implica grandes responsabilidades. Dessa maneira, quanto maior o espaço de influência de uma pessoa, maior será o risco de ser cancelada.
Por conseguinte, o cancelamento pode denotar fanatismo perseguidor, o que compromete a sociedade na totalidade, já que o fomentador da ação idealiza o direito de exterminar quem pensa diferente dele. No resgate do ostracismo, o ser humano que promove o cancelamento desconhece a própria ignorância e admite o julgamento por meio da “eliminação” do indivíduo. Diante dessa conjuntura, a tentativa de validação do caráter das pessoas desgasta a sanidade mental do cancelado, visto que a vida alheia foi posta à prova por um comportamento, na maioria das vezes, simples, porém mal interpretado e causador de balbúrdia digital. Com isso, observam-se os casos de estresse excessivo, de depressão e de suicídio como efeitos dessa problemática no mundo virtual e real.
Portanto, faz-se necessária a reflexão acerca dessa prática contemporânea e a sua mitigação. Como solução, o Governo Federal, mediante a mídia, deve promover campanhas de ponderação de atitudes de cancelamento, com o fito de incentivar o diálogo e a comunicação saudável nos meios digitais. Isso pode ser feito através de propagandas e de ferramentas nos aplicativos. Além disso, torna-se imprescindível a reprodução do assunto em programas televisivos, como os jornais. Feito isso, os brasileiros passarão por um processo de reeducação e a cultura poderá ser atenuada na certeza de que cancelar não muda para melhor a vida alheia.
Redação escrita por Celina Vitória Matias Oliveira.

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