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Direito Civil I Prof. Luís Eduardo Lessa Ferreira Programação da aula de hoje 1) Direitos da Personalidade. DIREITOS DA PERSONALIDADE ● CONCEITO ● Os Direitos da personalidade vêm tradicionalmente definidos como direitos essenciais do ser humano, os quais funcionam como o conteúdo mínimo necessário e imprescindível da personalidade humana. Conceito Pode-se definir os direitos da personalidade como categoria especial de direitos subjetivos que, fundados na dignidade da pessoa humana garantem o gozo e o respeito ao seu próprio ser, em todas as suas manifestações físicas ou espirituais. Reconhecimento Constitucional Os direitos e garantias fundamentais instituídos no art. 5º da Constituição Federal têm como fonte ética, a dignidade da pessoa humana como forma de proteção e desenvolvimento da pessoa. Código Civil/2002 ● Não há definição no Código Civil Brasileiro ● Art. 11, do CCB “Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”. Definição segundo Otto Von Gierke Citado pelo Prof. Menezes Cordeiro. “Chamamos direitos da personalidade aos direitos que concedem ao seu sujeito um domínio sobre uma parte da sua própria esfera de personalidade. Com este nome, eles caracterizam-se como “direitos sobre a própria pessoa” distinguindo-se com isso, através da referência à especialidade do seu objeto, de todos os outros direitos. Os direitos da personalidade distinguem-se, como direitos privados especiais, do direito geral da personalidade, que consiste na pretensão geral, conferida pela ordem jurídica, de valer como pessoa. O direito de personalidade é um direito subjectivo e deve ser observado por todos.” Definição: Carlos Alberto da Mota Pinto Os direitos da personalidade incidem sobre a vida da pessoa, sua saúde física, sua integridade física, sua honra, sua liberdade física e psicológica, seu nome, sua imagem, a reserva sobre a intimidade da vida privada, caracterizando um “círculo de direitos necessários; um conteúdo mínimo e imprescindível da esfera jurídica de cada pessoa” Antecedentes históricos do Direito Brasileiro ● Segundo Teixeira de Freitas ● Os direitos da personalidade não poderiam ser inseridos no Código Civil, pois, não continham os elementos caracterizadores do direito da propriedade. A IDÉIA DE BEM JURÍDICO ● Individualidade ● Susceptibilidade de apreciação econômica ● Utilidade CARACTERÍSTICAS ● PESSOAIS ● INTRANSMISSÍVEIS ● IRRENUNCIÁVEIS E INDISPONÍVEIS ● IMPRESCRITÍVEIS ● INATOS ● ABSOLUTOS PESSOAIS ● Extra-patrimonais. ● Morais. ● São pessoais em face de seu caráter não patrimonial, o que não impede que eles fundamentem ações de responsabilidade civil. ● Alguns direitos da personalidade tem um caráter patrimonial (imagem, voz). Ex. Caso Ana Bag, a bíblia narrada de Cid Moreira. INTRANSMISSÍVEL ● Os bens jurídicos da personalidade física e moral constituem o ser da pessoa do seu titular, pelo que são inerentes, inseparáveis e necessários à pessoa do seu titular, não podendo ser cedidos, alienados, onerados ou sub-rogados a favor de outrem. ● Não podem ser transmitidos mortis-causa. ° Danos à pessoa do falecido. ° Legitimação. IRRENUNCIABILIDADE ● Bens fora do comércio. ● A pessoa não podem autorizar lesões aos seus direitos da personalidade. ● Limitação voluntária. ● Direito ● Exercício do direito. INATOS ou ADQUIRIDOS ● INATOS ● Nascem com a pessoa, desde a concepção são protegidos pelo Direito. ● Vida, integridade física, saúde. ● ADQUIRIDOS ● Aqueles que são incorporados à esfera jurídica da pessoa a partir do surgimento do fato jurídico típico. ● Nome, imagem, cartas missivas, fatos relativos à privacidade. ABSOLUTOS ● ERGA OMNES ● Obrigação negativa em que todas as pessoas devem respeitar a personalidade do titular do direito. RESTRINÇÕES NEGOCIAIS ● Art. 11. CC “Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”. ● Não importa em Abdicação do Direito, mas sim a tolerância de lesão do direito, ou o seu exercício por outra pessoa. Comparando o Direito ● No direito civil português, há disposição expressa possibilitando a limitação voluntária ao exercício do direito da personalidade, desde que não seja contrária aos princípios de ordem pública. ● Aquele que consente que sua privacidade seja violada não fere direito da personalidade, pois, o ato não é contrário à ordem pública e aos bons costumes. Atenção. ● Contudo, mesmo havendo autorização do titular para o exercício do direito da personalidade, tal autorização é sempre revogável, ficando, porém, o titular do direito obrigado a indenizar o dano causado às legítimas expectativas da outra parte. PERGUNTA???????????? ● Uma atriz de televisão após gravar diversos programas expondo a sua imagem como uma profissional, resolve se aposentar e a partir de então determina que a sua imagem antes gravada e divulgada não poderá mais aparecer em nenhum programa de televisão. ● Tal revogação será possível, ou não????? Exemplos práticos ● Caso do lançamento de anões. ● Contrário ao princípio de ordem pública??? ● Caso Daniele Cicarelli e Revista Vip. ● Direito a revogação do exercício ao direito de imagem??? ● Caso Xuxa Meneguel, filme impróprio. ● Indenização do produtor do filme??? Distinção com os direitos fundamentais ● Há distinção. ● Segundo o Professor Paulo Luiz Netto Lôbo, não. ● “Na esfera constitucional são espécies do gênero direitos fundamentais.” Há distinção. ● Direitos da personalidade ● Os direitos da personalidade revelam relações de igualdade e são tutelados através de mecanismos juscivilisticos, em matéria de responsabilidade civil e providências especiais preventivas ou reparadoras. ● Direitos fundamentais ● Pressupõe relações juspublicístas, de poder, são oponíveis ao Estado no exercício do seu ius imperri e tem mecanismos próprios de tutela constitucional. (declaração de inconstitucionalidade) distinção ● Direitos da Personalidade ● Direito da pessoa ● Relações de Igualdade ● inato ● Direitos fundamentais ● Direito do cidadão ● Relações de Poder ● Constitucional Direito da personalidade e a Pessoa Jurídica ● O art. 52 do Código Civil dispõe que: “aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”. ● Tem a pessoa jurídica direitos da personalidade ? Fundamento na dignidade da pessoa humana ● Na verdade, os bens que podem ser considerados objeto dos direitos da personalidade, satisfazem necessidades de ordem física e moral da pessoa natural, onde nem todas são existentes nas pessoas jurídicas. ● O princípio que a personalidade é inerente às pessoas jurídicas na mesma medida em que cabe às pessoas naturais, encontra uma limitação na própria essência das pessoas jurídicas, cujo substrato natural difere profundamente daquele das pessoas físicas Dano moral sofrido pela PJ ● Contudo, há quem defenda a possibilidade de extensão dos direitos da personalidade às pessoas jurídicas, com fundamento na atual jurisprudência do STJ que admite a reparabilidade do dano moral sofrido pelas pessoas jurídicas. ● Súmula nº 227 do STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral” Honra objetiva da empresa ● Os fundamentos para a reparação dos danos morais em face da pessoa natural são diferentes dos fundamentes aplicados à pessoa jurídica. ● O dano moral causado à pessoa natural tem o seu fundamento na violação da dignidade da pessoa humana, enquanto que o dano moral causado à pessoa jurídica, fundamenta-se em seu patrimônio imaterial, no âmbito da honra objetiva da empresa. ● Deve-se assim concluir que, apesar do Novo Código Civil determinar a aplicação às pessoas jurídicas da proteção dos direitos da personalidade, sua extensãoé limitada e restrita à proteção de certas situações análogas baseadas nos direitos fundamentais, como fonte da indenização por dano moral, em face do art. 5, inc. X, da Constituição Federal, onde: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. TUTELA JURÍDICA ● PROTEÇÃO JURÍDICA ● GARANTIA DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE TUTELA JURÍDICA ● ART. 12 DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO ● Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. MODALIDADES ● TUTELA PRIVADA ● TUTELA INDENIZATÓRIA ● TUTELA PREVENTIVA ● TUTELA ATENUANTE TUTELA PRIVADA ● USO DA AUTORIDADE E DA FORÇA DO SUJEITO ATIVO CONTRA O OFENSOR A DIREITO DA PERSONALIDADE. Exemplos? MODALIDADES TÍPICAS ● LEGITIMA DEFESA ● ESTADO DE NECESSIDADE ● QUE TAMBÉM FUNCIONAM COMO EXCLUDENTE DE ILICITUDE LEGÍTIMA DEFESA ● Art. 25 do Código Penal ● Entende-se em legítima defesa, quem usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente a direito seu ou de outrem. ESTADO DE NECESSIDADE ● Art. 188, II do Código Civil ● Não constitui atos ilícitos : a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. TUTELA INDENIZATÓRIA ● AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS. ● RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA E SUBJETIVA TUTELA PREVENTIVA E ATENUANTE ● PREVENTIVA: EVITAR A CONSUMAÇÃO DA AMEAÇA. ● ATENUANTE: MINORAR OS EFEITOS DA OFENSA JÁ COMETIDA REMÉDIO JURÍDICO PRÓPRIO. ● ● ● NÃO HÁ NO BRASIL. ● A AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS NÃO É REMÉDIO EXCLUSIVO DO DIREITO DA PERSONALIDADE. TUTELA JURÍDICA ● ART. 12 DO CÓDIGO CIVIL ● Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. QUAL O REMÉDIO QUE O JUIZ DEVE UTILIZAR ? ● TUTELA ANTECIPADA E ACAUTELATÓRIA CARTA BRANCA ● O JUIZ TEM A LIBERDADE PARA TOMAR AS PROVIDÊNCIAS ADEQUADAS À MANUTENÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE. Direitos especiais da personalidade ● Inclusão no Código de tipos restritos ● Direito à vida e à integridade física ● Direito ao nome ● Direito à imagem, aos escritos pessoais e a voz. ● Direito à vida privada Direito à vida ● O direito à vida é reconhecido como o direito mais essencial entre os essenciais, vez que sem a vida não há existência da pessoa e do próprio direito da personalidade. O caráter essencial da vida faz com que nenhum outro bem exista separadamente deste. Vida x suicídio ● Por sua vez, o direito à vida não reconhece ao seu titular o direito de dispor de sua própria vida, sendo pois, inválido o consentimento autorizando ou pedindo para que outrem lhe cause a morte, tirando-lhe a vida, bem como a renúncia da própria vida pelo suicídio. ● Posto que do contrário se atentaria contra a ordem pública, pois, a pessoa não pode renunciar ao seu direito de viver, o que supõe atentado contra os princípios gerais do direito à vida. E as atividades de risco? ● E as pessoas que exercem atividades de risco. Ex. esportes de risco, trabalhos em minas de carvão, etc. ??? ● Em regra, apesar de certas atividades profissionais importarem em risco de vida, não há nesses casos uma renúncia anterior ao direito de viver. Aquele que pratica esportes de risco, não está renunciando ao direito de viver. Eutanásia x prolongamento inútil da vida ● Assim, por exemplo, uma pessoa, que no estado atual da medicina se considera absolutamente incapaz de sobreviver por si, pode se mantida artificialmente com vida através de máquinas que supram o funcionamento de órgãos necrosados. Eutanásia ● Entende-se por eutanásia, causar a morte a outra pessoa, com ou sem o seu consentimento, para evitar dores ou padecimentos físicos ou morais, que se estimam insuportáveis. A eutanásia tanto pode ser por ação ou omissão. A primeira, quando são praticados atos que importem na morte do paciente, e a segunda quando consiste em um não fazer, omitir, adotando-se as designações de eutanásia ativa e passiva. DIREITO À VIDA ● AUTONOMIA DA VONTADE. ● ATO MÉDICO E CONSENTIMENTO INFORMADO. ● Art. 15 do Código Civil Brasileiro ● “Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou intervenção cirúrgica.” Direito à integridade física ● O direito da personalidade à integridade física protege a pessoa contra lesões ao seu corpo e a sua mente, consistindo na manutenção da higidez física e mental do ser, repelindo as lesões causadas ao funcionamento normal do corpo humano. Integridade física ● A integridade física interessa a preservação no homem dos seguintes elementos: 1. a totalidade das partes e atributos físicos ou corporais que compõem o corpo humano; 2. o estado de saúde física e mental que corresponda naturalmente a uma pessoa determinada, no espaço e no tempo; 3. a aparência física ou corporal própria dessa pessoa. Comentário ao artigo 13 do Código Civil ● Art. 13 do Código Civil. “Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. ● Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplantes, na forma estabelecida na lei especial”. Comentário ao artigo 14 do Código Civil ● Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. ● Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. Atenção ● Assim, o corpo da pessoa morta goza das mesmas prerrogativas dos direitos da personalidade, às quais lhe sejam inerentes, fazendo-se ressaltar a vedação a comercialização do corpo e a validade da disposição vinculada a objetivo científico ou altruístico. Comentário ao artigo 15 do Código Civil ● Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou intervenção cirúrgica. ● Questão bastante discutida é a recusa de tratamento médico por razões religiosas, especialmente em relação às testemunhas de Jeová que não se permite a transfusão de sangue, em face de sua autonomia da vontade e a liberdade de dispor e desenvolver livremente a sua vida. Direito ao nome ● O nome possibilita a identificação da pessoa diante da sociedade, nos diversos núcleos possíveis, permitindo a individualização da pessoa e evitando a confusão com outras. ● Assim, os elementos de identificação vão facilitar a localização da pessoa em sua família e perante o Estado possibilitando a verificação de sua condição pessoal e patrimonial. Art. 17 do Código Civil ● Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. ● O uso indevido do nome da pessoa pode determinar a obrigação de reparação por danos morais, principalmente quando o seu uso é feito de forma difamatória, com a imputação de fato que incide na reprovação social. Atenção: ● Mesmo que a utilização do nome da pessoa não seja difamatória, nem mesmo traga desprezo público, pelo contrário, sendo uma afirmação laudatória, se a utilização não for autorizada e tiver interesse comercial, deve a pessoa titular do nome ser indenizada, vez que o direito não permite o enriquecimento indevido. Direito à imagem ● Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lheatingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. Exceção ao uso da imagem Segundo o Código Civil, Jurisprudência, Doutrina: 1. a notoriedade da pessoa ou o cargo que desempenhe; 2. as finalidades de reprodução, se forem policiais, judiciais, científicas, didáticas ou culturais; 3. o enquadramento da imagem em lugares públicos, ou fatos de interesse público, ou que hajam decorrido publicamente. Exceção da Exceção ● Por sua vez, tais exceções também sofrem restrições, quando sua exposição vier a atingir a honra, a boa fama e a respeitabilidade da pessoa, facultando inclusive o direito de pedir indenização. DIREITO À VIDA PRIVADA ● Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. ● Mesma regra citada para o Direito à Imagem. Clínica de Direitos da Personalidade. Primeiro Caso: • Direito à morte digna. • Eutanásia, ortotanásia e distanásia. • Suicídio assistido. Notícia: • Holanda • Em abril de 2002, a Holanda tornou-se o primeiro país do mundo a legalizar a eutanásia e também descriminalizou o suicídio assistido. • O país impôs, no entanto, uma série de condições: é preciso que a doença diagnosticada seja incurável e que o paciente esteja sofrendo de uma dor "insuportável", sem perspectiva de melhora. • O paciente ainda deve fazer o pedido de auxílio para morrer estando ainda "totalmente consciente" e manter este desejo ao longo do tempo. • A parte mais controversa da nova norma é provavelmente a previsão da idade para a prática, sendo permitida para pacientes a partir dos 12 anos, apesar de que aqueles com até 16 anos precisam ter a autorização dos seus responsáveis legais. • Membros da Associação Médica Cristã afirmam que a legislação saiu de controle desde então, com um aumento de 15% dos casos em 2014, para 5 mil suicídios assistidos. • Mas um estudo publicado no periódico científico The Lancet em 2012 contradiz esta crença, ao afirmar que o número de pessoas que morreram com eutanásia ou suicídio assistido não aumentou depois da lei. Casos: Vida e Integridade Física • Testemunhas de Jeová; • Casos de modificação corporal extrema; Segundo Caso: Testemunhas de Jeová • Fatos e números • 8 milhões • de seguidores no mundo • 770 mil • de adeptos no Brasil • 239 países em que o grupo religioso está presente Testemunhas de Jeová • Levítico 7:26, 27 • E não deveis comer nenhum sangue em qualquer dos lugares em que morardes, quer seja de ave quer de animal. Toda alma que comer qualquer sangue, esta alma terá de ser decepada do seu povo. • Levítico 17:10, 11 • Quanto a qualquer homem da casa de Israel ou algum residente forasteiro que reside no vosso meio, que comer qualquer espécie de sangue, eu certamente porei minha face contra a alma que comer o sangue, e deveras o deceparei dentre seu povo. Pois a alma da carne está no sangue, e eu mesmo o pus para vós sobre o altar para fazer expiação pelas vossas almas, porque é o sangue que faz expiação pela alma [nele]. • Atos dos Apóstolos 15:19, 20 • Por isso, a minha decisão é não afligir a esses das nações, que se voltam para Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das coisas poluídas por ídolos, e da fornicação, e do estrangulado, e do sangue. • Testemunhas de Jeová • Caso: • A 6.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que em casos de risco eminente de morte o médico deve fazer a transfusão de sangue em testemunha de Jeová mesmo que a família não concorde. Um caso envolvendo esta situação foi o que motivou a decisão na semana passada, em São Vicente, litoral de São Paulo. O médico foi condenado por não ter realizado o procedimento. • Entenda o caso • O STJ isentou de responsabilidade pela morte da menina Juliana Bonfim da Silva, de 13 anos, os pais dela, que alegaram motivos religiosos para se opor à realização de uma transfusão sanguínea e depositaram à responsabilidade aos médicos. • A menina foi internada no hospital São José em julho de 1993, durante uma crise causada pela anemia falciforme e somente a transfusão de sangue poderia salvá-la. Apesar dos médicos explicarem a importância da transfusão para salvar a menina a família negou. • Para o ministro Sebastião Reis Júnior, que votou na terça-feira (12/08), a oposição dos pais à transfusão não deveria ser levada em consideração pelos médicos, que deveriam ter feito o procedimento — mesmo que contra a vontade da família. Assim, a conduta dos pais não constituiu assassinato, já que não causou a morte da menina. • As Testemunhas de Jeová baseiam-se na “Bíblia” para recusar o uso e consumo de sangue (humano ou animal). Testemunhas de Jeová e Código de Ética Médica • o código de ética médico, nos artigos 31 e 32 cita claramente que “é vedado ao médico desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte. Deixar de usar todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento, cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente”. Testemunhas de Jeová • Resolução do CFM • A resolução 1.201/80 do Conselho Federal de Medicina estabelece que, se houver recusa de permitir a transfusão de sangue, o médico, obedecendo ao Código de Ética Médica, deve agir da seguinte forma: se não houver iminente perigo de vida, respeitará a vontade do paciente ou dos responsáveis; se houver iminente perigo de vida, praticará a transfusão mesmo sem consentimento do paciente ou de seus responsáveis. Testemunhas de Jeová • Prevalência da liberdade de crença: • EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. TESTEMUNHA DE JEOVÁ. TRANSFUSÃO DE SANGUE. DIREITOS FUNDAMENTAIS. LIBERDADE DE CRENÇA E DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PREVALÊNCIA. OPÇÃO POR TRATAMENTO MÉDICO QUE PRESERVA A DIGNIDADE DA RECORRENTE. A decisão recorrida deferiu a realização de transfusão sanguínea contra a vontade expressa da agravante, a fim de preservar-lhe a vida. A postulante é pessoa capaz, está lúcida e desde o primeiro momento em que buscou atendimento médico dispôs, expressamente, a respeito de sua discordância com tratamentos que violem suas convicções religiosas, especialmente a transfusão de sangue. Impossibilidade de ser a recorrente submetida a tratamento médico com o qual não concorda e que para ser procedido necessita do uso de força policial. Tratamento médico que, embora pretenda a preservação da vida, dela retira a dignidade proveniente da crença religiosa, podendo tornar a existência restante sem sentido. Livre arbítrio. Inexistência do direito estatal de "salvar a pessoa dela própria", quando sua escolha não implica violação de direitos sociais ou de terceiros. Proteção do direito de escolha, direito calcado na preservação da dignidade, para que a agravante somente seja submetida a tratamento médico compatível com suas crenças religiosas. AGRAVO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70032799041, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Cláudio Baldino Maciel, Julgado em 06/05/2010) Testemunhas de Jeová – Orientação MP; • PGR arquiva representação de Testemunhas de Jeová contra transfusão de sangue sem autorização prévia. • O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, decidiu arquivar a representação (Adin) proposta pela Associação das Testemunhas Cristãs de Jeová questionando a Portaria n. 92/98 da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES/DF). A norma permite a transfusão de sangue sem autorização prévia da vítima ou de representante legal em caso de perigo de vida. • Trechos da promoção de arquivamento: • “Caso configurada situação de risco iminente de morte, ou seja, de situação na qual a vida, direito indisponível constitucionalmente assegurado, está prestes a ser lesada,não mais será possível falar-se em direito à liberdade de religião e na necessidade de consentimento do cidadão para ser submetido à transfusão de sangue ou derivados” • “ao recusarem a transfusão, os seguidores da religião impõem ao médico a restrição ao exercício ético da profissão, o que equivaleria a uma autorização a que, ao exercer o direito próprio, seja violado o direito de outrem”. Testemunhas de Jeová. • Conclusões. • Problemática da Resolução do caso por meio de Soft Law. 3° Caso: Modificações corporais extremas. Direito à integridade física • A integridade física interessa a preservação no homem dos seguintes elementos: 1. a totalidade das partes e atributos físicos ou corporais que compõem o corpo humano; 2. o estado de saúde física e mental que corresponda naturalmente a uma pessoa determinada, no espaço e no tempo; 3. a aparência física ou corporal própria dessa pessoa. Comentários ao Art. 13 do CC/02. • Art. 13 do Código Civil. “Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. • Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplantes, na forma estabelecida na lei especial”. Casos relacionados • Transplantes; • Cirurgias de adequação sexual. .... Direito ao nome • O nome possibilita a identificação da pessoa diante da sociedade, nos diversos núcleos possíveis, permitindo a individualização da pessoa e evitando a confusão com outras. Assim, os elementos de identificação vão facilitar a localização da pessoa em sua família e perante o Estado possibilitando a verificação de sua condição pessoal e patrimonial. • Finalidades: existenciais e policiais. Nome No G1 20/01/2015 07h05 - Atualizado em 20/01/2015 12h40 Cartório que recusou registro de Piedro já barrou 'Xismen' e 'Gesptsfl' 'Tem que pensar no futuro da criança', diz oficial de Sorocaba (SP). Pai escolheu o nome Pietro após cartório não aceitar a primeira opção. “Xismen” (em referência aos mutantes das histórias em quadrinhos X-Men), “Alucard” (Drácula, de trás pra frente) e o impronunciável “Gesptsfl”. Em outro episódio, um pai quis colocar na criança o sobrenome de “Corinthians”. O caso foi para análise da juíza, onde o responsável pelo bebê comparou o nome do time com o sobrenome “Santos”. A justificativa, entretanto, não foi aceita, e o pai também foi impedido de ter o seu time registrado no sobrenome da criança. O caso de Gesptsfl é um dos mais recentes. “Os pais nem sabiam o que significava isso. Disseram que tinham inventado e achavam bonito. Nós não concordamos e mandamos para a juíza, que também não concordou”, conta. Nome • https://www.youtube.com/watch?v=fSFlhsNRGMM Tutela específica do direito ao nome. • Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. • O uso indevido do nome da pessoa pode determinar a obrigação de reparação por danos morais, principalmente quando o seu uso é feito de forma difamatória, com a imputação de fato que incide na reprovação social. • Atenção: Mesmo que a utilização do nome da pessoa não seja difamatória, nem mesmo traga desprezo público, pelo contrário, sendo uma afirmação laudatória, se a utilização não for autorizada e tiver interesse comercial, deve a pessoa titular do nome ser indenizada, vez que o direito não permite o enriquecimento indevido. Direito à imagem • Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. Direito à imagem • A condição das pessoas conhecidas, famosas. • Caso das manifestações – Menezes Cordeiro. • Caso Maitê Proença; • Caso Ana bag; • Caso do “caldo”. Exceções ou regras de balizamento. 1. a notoriedade da pessoa ou o cargo que desempenhe; 2. as finalidades de reprodução, se forem policiais, judiciais, científicas, didáticas ou culturais; 3. o enquadramento da imagem em lugares públicos, ou fatos de interesse público, ou que hajam decorrido publicamente. Por sua vez, tais exceções também sofrem restrições, quando sua exposição vier a atingir a honra, a boa fama e a respeitabilidade da pessoa, facultando inclusive o direito de pedir indenização. Caso 4: As manifestações - MC • Júlia participou numa manifestação e foi fotografada e exposta na primeira página de um jornal. Considerem... • Variante 1: e se Júlia for dirigente de um dos movimentos cívicos que convocaram a manifestação? N • Variante 2: e se Júlia for dirigente do principal partido convocador da manifestação? S • Variante 3: e se Júlia foi fotografada quando vomitava devido a uma insolação? N Caso 5: Caso Maitê Proença. • DIREITO DE IMAGEM • Tribuna da Imprensa terá de pagar R$ 50 mil à Maitê Proença • O jornal Tribuna da Imprensa, do Rio de Janeiro, foi condenado a pagar R$ 50 mil à atriz Maitê Proença por ter publicado, sem autorização, fotos tiradas exclusivamente para a revista Playboy. O valor é referente à remuneração pela utilização da imagem da atriz. • A decisão foi tomada pelo Tribunal de Justiça fluminense. Em primeira instância, o diário havia sido condenado ao pagamento de indenização por danos morais e patrimoniais. • Os desembargadores reformaram a sentença e negaram o pedido referente aos danos morais. Pela decisão, só se caracteriza o dano moral, quando o ato acarreta sofrimento, vexame, humilhação, etc. • O voto proferido pela relator, desembargador Wilson Marques, norteou o entendimento de que "só mulher feia pode se sentir humilhada, constrangida, vexada em ver seu corpo desnudo estampado em jornais ou em revistas. As bonitas, não". • Consta do acórdão que se Maitê Proença fosse "feia, gorda, cheia de estrias, de celulite, de culote e de pelancas, a publicação de sua fotografia desnuda - ou quase - em jornal de grande circulação, certamente lhe acarretaria um grande vexame". • Para os desembargadores, "tratando-se de uma das mulheres mais lindas do Brasil", nada justifica o pedido de indenização por danos morais. Com a decisão, o Tribuna da Imprensa terá de pagar apenas pela utilização indevida da imagem da atriz. • Revista Consultor Jurídico, 15 de fevereiro de 2000, 0h00 Caso 6: Ana bag • A modelo e apresentadora Ana Hickmann levou a melhor em um processo contra a grife de bolsas La Chica Chic. A empresa está obrigada a pagar R$ 80 mil de indenização para a apresentadora - 50% do valor por uso indevido de imagem e os outros por uso indevido do nome dela. A determinação é do juiz Jorge Alberto Quadros de Carvalho Silva, da 3ª Vara Cível do Fórum Regional de Santana, em São Paulo. Ainda cabe recurso. • Ela recorreu à Justiça depois que viu sua imagem vinculada a uma marca que não era sua. É que a dona da Marca La Chica Chic anunciou em seu site que Ana havia emprestado sua imagem para comercialização da bolsa batizada pela grife de “Ana bag”. • De acordo com o processo, a dona da marca fez questão de presentear a modelo com uma bolsa. Aproveitou a oportunidade e tirou uma foto dentro do camarim de Ana e, logo depois, a publicou na internet dizendo que a modelo adorou a bolsa e autorizou sua comercialização. • Por esse motivo, a modelo pediu indenização por direito de imagem. Alegou que a grife ofendeu a personalidade de Ana ao tirar uma foto sua dentro do camarim, com o celular, sem o seu consentimento. Os advogados fizeram também menção a concorrência desleal, conforme os artigos 130, 195, VII da Lei de Propriedade Industrial. A defesa pediu também indenização por danos morais e materiais e alegouconcorrência desleal. • A grife, para se defender, alegou que tudo não passava de uma homenagem feita à modelo Ana Hickmann. Por isso, dedicou um modelo de bolsa, batizado de Ana bag, “seguindo-se então a entrega de uma unidade como presente para ela”. Os argumentos caíram por terra. • Revista Consultor Jurídico, 12 de março de 2009, 18h49 Caso 7: “Caldo”. Depois de processo contra o 'Pânico', Preta Gil vai montar ONG para mulheres Cantora fala como pretende levantar auto-estima de outras mulheres e de como ficou traumatizada com episódio do "caldo" em Ipanema No principio, era só a foto de uma “famosa” levando um “caldo” na badalada praia de Ipanema, no Rio. Depois vieram as piadas, a mágoa e finalmente o processo de Preta Gilcontra os humoristas do programa “Pânico na TV” por danos morais. A decisão judicial em primeira instância saiu na quinta-feira, 6. Eles foram condenados a pagar R$ 100 mil à cantora. O resultado da ação serviu para ela expurgar a paranóia que ela não tinha, mas que adquiriu ao longo do episódio – Preta ficou nove meses sem ir à praia -, e também para ela começar a pensar em ajudar outras mulheres. A cantora quer usar a indenização para montar uma ONG que pretende ajudar gordinhas a lidar melhor com o corpo. Para entender melhor tudo isso, o EGO conversou com Preta Gil.Confira! http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL315844-9798,00-PRETA+GIL+LEVA+CALDO+EM+IPANEMA.html http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL315844-9798,00-PRETA+GIL+LEVA+CALDO+EM+IPANEMA.html http://ego.globo.com/Gente/Celebridades/0,,LEA576-9805,00-PRETA+GIL.html http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL852632-9798,00-HUMORISTICO+E+CONDENADO+A+PAGAR+R+MIL+A+PRETA+GIL+POR+DANOS+MORAIS.html Vida Privada: Privacidade e Intimidade • Teoria das esferas; • Vida privada e vida pública; • Caso Cicarelli vs. Google; • Caso tabloide – Menezes Cordeiro; • Caso das biografias não autorizadas; • Direito ao esquecimento? Caso Programa Linha direta. Caso 8: Cicarelli • A modelo Daniella Cicarelli e seu namorado Renato Aufiero Malzoni Filho perderam a ação em que pretendiam impedir a exibição de vídeo com cenas íntimas do casal em uma praia na Espanha pelos sites Youtube, IG Internet Group do Brasil Ltda e pelas Organizações Globo de Comunicação. A decisão, do juiz Gustavo Santini Teodoro, é a sentença do processo de primeira instância, que tramita na 23ª Vara Cível da Capital. • Proibição • O desembargador Ênio Santarelli Zuliani, da 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinara o bloqueio aos internautas brasileiros o acesso ao vídeo em que aparecem o empresário Renato Aufiero Malzoni Filho e a modelo Daniela Cicarelli, em uma praia na Espanha, no site Youtube. O vídeo mostra o casal em cenas de namoro e, segundo divulgou a TV Globo, mantendo relações sexuais. • Local público • Em sua contestação, a Globo sustentou que, muito embora tenha cumprido a ordem judicial proveniente do agravo de instrumento, não praticou ilícito, pois o local dos fatos - uma praia aberta ao público - não assegurava privacidade ao casal. Caso 9: o Famoso e o vizinho jornalista • Bianca trabalha para um tablóide. Patrícia, atriz, mudou-se para o edifício onde Bianca mora. Bianca ouve as discussões entre Patrícia e o seu esposo e relata-as no tablóide. Em consequência, Bianca recebe um aumento generoso de ordenado. • Observação: esse caso é inspirado por um exemplo da cátedra do prof. Menezes Cordeiro. Solução • – teoria das esferas: esfera íntima, tutela absoluta. • Nem a natureza do caso, nem a condição de D, justificam arevelação do conteúdo das discussões [art. 80º-2]. Para mais,a revelação dos factos afecta a honra e decoro de D [art. 79º-3, por aplicação extensiva]. • 1. Interpelado por D, C afirma que tudo o que escreve é verdadeiro. Argumento improcedente: exceptio veritatis • Irrelevante.Precisamente por se tratar de factos verdadeiros, deve Cmanter a reserva. Não é pertinente [inter esse público] arevelação dos factos, ainda que verdadeiros. • D pode exigir que C deixe de escrever as crónicas ofensivas,art. 70º-2 [cessação da actividade]. • 2. D interpela C para que este o indemnize pelos prejuízos. C afirma terouvido as discussões de modo natural, sem recorrer a dispositivos. • Argumento improcedente: o dever de reserva sobre aintimidade da vida privada de outrem não depende da ilicitudeda obtenção dos conhecimentos quanto a essa vida privada[art. 80º-1]. • Obrigação de indemnizar [art. 70º-2 e 483º e 496º]. Danosnão patrimoniais, função compensatória e punitiva [MC]. • 3. C defende-se dizendo que o dever de indemnizar não produziria efeitoface à violação dos bons costumes por D. Soluções; • • • Argumento improcedente: o disposto no art. 280º apenas seaplica a NJs ou a actos jurídicos, quando a analogia se justifique [art. 295º]. Não é o caso. • • • Admitindo que tal era possível, a nulidade não impede aprodução do efeito responsabilidade civil [efeitosanci onatório], mas sim apenas respeita aos efeitos jurídicosque o acto se destinava a produzir. • 4. Pode a sociedade civil X, proprietária do tablóide, ser responsabilizada,sabendo que C não é sócio, mas sim mero prestador de serviços? • • • A sociedade X pode ser responsabilizada civilmente pelosactos de C [art. 998º], praticados no exercício das funçõesque lhe foram cometidas. • • • A sociedade também responde em nome próprio, ao abrigo doart. 483º, porque estimulou a publicação das crónicas,aumentando o ordenado de C [enriquecimento sem causa]. Caso 10: Biografias não Autorizadas. VEJA SP: “Livro ‘Roberto Carlos em Detalhes’ é vendido em sebos por até 1099 reais” Apesar da decisão desta quarta (10) do STF a favor da liberação de biografias não-autorizadas, a obra proibida não deve voltar às livrarias (access_time5 dez 2016, 12h23 - Publicado em 10 jun 2015, 18h35) Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária a autorização prévia do indivíduo biografado, das demais pessoas relatadas, nem de seus familiares. Essa autorização prévia seria uma forma de censura, não sendo compatível com a liberdade de expressão consagrada pela CF/88. Julgamento STF: “é inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária a autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes ou de familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes”. Atenção: Caso o biografado ou qualquer outra pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos foram violados pela publicação, terá direito À reparação, que poderá ser feita não apenas por meio de indenização pecuniária, como também por outras formas, tais como a publicação de ressalva, de nova edição com correção, de direito de resposta. STF – Plenário. ADI 4815/DF. Rel. Min. Carmen Lúcia. Julg. 10/06/2015. (INFO. 789). Honra e bom-nome • Caso professor de letras de Menezes Cordeiro; • Caso das notícias falsas; • Casos dos cadastros de proteção ao crédito; • ... Caso 11: Notícia falsa ❖ Correio Braziliense é condenado por distorcer texto sobre ocorrência: Ao distorcer o conteúdo de uma ocorrência policial, o jornal Correio Braziliense publicou informações falsas sobre uma corretora de imóveis, atrapalhando sua vida profissional e ofendendo sua honra e reputação. Por isso, a 4ª Vara Cível de Taguatinga (DF) condenou o jornal a pagar indenização de R$ 20 mil. A mulher alegou que, ao ter seu nome veiculado na publicação, passou a sofrer danos no exercício de sua atividade profissional como corretora de imóveis. A reportagem descrevia que ela fora presa por falsidade ideológica ao usar identidade falsa e se apresentar como advogada de traficantes que estavam sendo presos em flagrante em uma operação policial. O juiz da 4ª Vara Cível de Taguatinga, no entanto, entendeu que “o trecho jornalístico, na forma em que veiculado, ofendeu a honra e a reputação da autora”. Segundo os autos, não há qualquerindício de que a requerente se apresentou como advogada de traficantes e nem que tenha apresentado falso documento durante a abordagem policial. Segundo a sentença, isso confirma que o jornal “procedeu de forma imprudente e negligente ao descrever os acontecimentos noticiados” e introduziu fatos inexistentes na ocorrência policial que deram maior gravidade ao que de fato ocorreu. Assim, o juiz condenou o jornal a pagar à autora o valor de R$ 20 mil como compensação pelos danos morais. O Correio Braziliense terá também que publicar, com o mesmo destaque conferido à publicação indevida, o inteiro teor da sentença no jornal impresso e em seu site – no prazo de até 10 dias, contados a partir do trânsito em julgado. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-DF.e Processo 2014.07.1.027699-3 údo de uma ocorrência policial, o jornal Correio Braziliense publicou informações falsas sobre uma corretora de imóveis, atrapalhando sua vida profissional e ofendendo sua honra e reputação. Por isso, a 4ª Vara Cível de Taguatinga (DF) condenou o jornal a pagar indenização de R$ 20 mil. • A mulher alegou que, ao ter seu nome veiculado na publicação, passou a sofrer danos no exercício de sua atividade profissional como corretora de imóveis. A reportagem descrevia que ela fora presa por falsidade ideológica ao usar identidade falsa e se apresentar como advogada de traficantes que estavam sendo presos em flagrante em uma operação policial. Caso 12: Extra Fotos com status "público" no Facebook não autorizam reprodução em notícia O livre acesso às páginas do Facebook não autoriza automaticamente a reprodução de fotografias pessoais, mesmo que estejam em modo "público" — quando qualquer pessoa consegue ver as imagens, inclusive quem não é cadastrado na rede social. Esse foi um dos entendimentos aplicados pela 2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo ao condenar a Globo e outros dois veículos de comunicação por publicarem uma notícia sobre uma ex-participante do Big Brother Brasil (BBB), Aline Cristina Tertuliano da Silva. Além de indenizar, os veículos foram obrigado a excluir a notícia. Aline participou do programa em 2005, sendo eliminada em disputa com a hoje atriz Grazi Massafera, que acabou vencendo aquela edição. Passados 11 anos, Aline foi procurada pela Globo, sendo convidada a voltar a participar do programa ou fazer gravações. Sem interesse, a ex-BBB negou os convites e não autorizou qualquer divulgação de sua vida. Disse que estava em outro momento de sua vida, casada e com filhos, trabalhando como carteira nos Correios. De acordo com a ação, a Globo chegou a ligar na assessoria de imprensa dos Correios, que também não autorizou qualquer divulgação de sua vida privada. Ainda assim, o site Ego, das organizações Globo, publicou uma notícia sobre a ex-BBB contando a atual situação de Aline. Além disso, afirmou que ela ficou conhecida no programa pelas fofocas, ganhando o apelido de Aline X-9, sendo eliminada com 95% dos votos. A notícia foi republicada pelos jornais Correio 24 Horas e Diário Gaúcho. Diante disso, a ex-BBB ingressou com ação de indenização por danos morais contra as três empresas de comunicação. Ela alegou que a publicação das fotos violou sua intimidade, teve comentários ofensivos e também continha inverdades que a colocaram em situação vexatória e humilhante. Por isso, pediu que fosse indenizada em R$ 100 mil, além de solicitar a exclusão das notícias. As empresas de comunicação alegaram que, ao participar do programa, Aline deixou de ser uma pessoa comum e tornou-se figura pública. Além disso, apontaram que a notícia apenas exerceu o direito à liberdade de imprensa, narrando o que aconteceu na época do programa e como está a situação atual da ex-BBB. Também afirmaram que as imagens utilizadas retiradas do Facebook eram públicas.
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