Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MAYRA ALENCAR @maydicina Hemograma HEMATOPOIESE *UFC – unidade formadora de colônia. ERITROGRAMA Valores de Referência Eritrócitos – quantidade total 4,0 a 5,4 Hematócrito – percentagem de sangue representado pelas hemácias 36,0 a 48,0 Hemoglobina – quantidade de hemoglobina 11,6 a 15,6 V.C.M – volume corpuscular médio das hemácias 80 a 98 H.C.M – concentração média da hemoglobina 28 a 32 C.H.C.M – concentração de hemoglobina corpuscular média 32 a 36 R.D.W – avaliação quantitativa da variação da distribuição do volume das hemácias Até 15,0 LEUCOGRAMA Valores de Referência Leucócitos – quantidade total de células de defesa 3600 a 11000 Basófilos 0 a 220 Eosinófilos 0 a 500 Neutrófilos – inclui bastonetes até 10% 1500 a 7000 Linfócitos 1000 a 4500 Monócitos 100 a 1000 PLAQUETOGRAMA Valor de Referência Plaquetas – quantidade total 150.000 a 440.000 Curso UNASUS - UFCSPA MEDULA ÓSSEA • Líquido contido dentro dos ossos longos. • Maior quantidade de medula óssea no adulto → osso do quadril. • ↓ Idade = ↑ Quantidade de medula óssea. • ↑ Idade = ↑ Liposubstituição da medula – com o tempo, esse tecido vivo se substitui por gordura. MAYRA ALENCAR @maydicina HEMÁCIAS QUALITATIVO ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS Eliptócitos Alterações na membrana da hemácia fazendo o formato mudar Hemácias em alvo Acontece em esplenectomia quando as hemácias são produzidas em um formato diferente Drepanócitos Hemácias em formato de foice (seta branca), comum na anemia falciforme Drepanócitos Hemácias em formato de foice (seta branca), comum na anemia falciforme Esferócitos Hemácias arredondadas, a exemplo na esferocitose. Esquizócito Medula em sofrimento: produção de hemácias alteradas, quebradas, fragmentadas. TAMANHO Normocítica: tamanho normal Microcitose: VCM < 80 Anemia ferropriva, Doença crônica, Talassemia Macrocitose: VCM > 101 Hipotireoidismo, Etilismo, Anemia megaloblástica Anisocitose: hemácias de tamanhos diferentes Aumento do R.D.W. Frequente em anemia microcítica. COLORAÇÃO Hipocromia: menos hemoglobina que a média Hemoglobina, H.C.M e C.H.C.M. Policromatofilia: hemácias de tamanho e coloração diferente. Imaturas. Número de reticulócitos aumentado. MAYRA ALENCAR @maydicina QUANTITATIVO • Quanto menos hematócrito e hemoglobina, maior tendência a ter anemia, e ao contrário, policitemia. • Há variações devido a fisiologia do paciente. • Pacientes negos normalmente tem menos leucócitos do que a média dos caucasianos. • Homens têm maior quantidade de hematócrito e de hemoglobina devido a testosterona, pois esta ativa mais ainda a medula óssea. Medição Unidade Faixa normal (aproximada) Hemoglobina g/dL Masculino: 13,5 – 17,5 Feminino: 12 – 16 Hematócrito % Masculino: 40 – 52 Feminino: 36 – 48 Contagem de Glóbulos Vermelhos (RBC) X10/uL de sangue Masculino: 4,5 – 6 Feminino: 4 – 5,4 Média volume celular (MVC) fL 81 – 99 Média de hemoglobina (MCH) Pg 30 – 34 Concentração média de hemoglobina (MCHC) g/dL 30 – 36 Largura de distribuição RBC RDW – CV RDW – SD % fL 12 – 14 37 – 47 Contagem reticulócitos (nº absoluto) No. /uL de sangue 20.000 – 100.000 Porcentagem de reticulócitos % de RBCs 0,5 – 1,5 LEUCÓCITOS MORFOLOGIA Neutrófilos hipersegmentados Núcleos segmentados, alguns neutrófilos possuem mais segmentos do que a média em situações de alcoolismo, deficiências vitamínicas e alterações genéticas e hematológicas. Granulações grosseiras Eosinófilos, basófilos etc têm o nome assim por causa do tipo de grânulo. Basófilo é azul, eosinófilo é avermelhado. Granulações grosseiras significam que essas células estão ativadas, portanto passando por uma infecção (no hemograma acompanha leucocitose). Blastos Células imaturas que não deveriam estar no hemograma. Aparece em situações em que a medula está sob estresse ou situações de leucemia. Leucopenia Redução no número de leucócitos no sangue total. MAYRA ALENCAR @maydicina Leucocitose Aumento no número de leucócitos no sangue total. Neutropenia • Subtipo de leucopenia; • Redução do número de granulócitos neutrófilos, sendo esta a mais abundante entre os leucócitos • Agranulocitose refere-se a queda importante de neutrófilos, geralmente abaixo de 100 células/mm³. CAUSAS • Induzida por drogas: agranulocitose causada por propiltiuracil, metimazol, penicilinas, cloranfenicol, mebendazole, naproxeno, mirtazipine, entre outros. • Anemia aplástica. • Mielofibrose: câncer metastático, granulomas, fibrose medular. • Hematopoiese ineficaz: anemia megaloblástica, pós quimio ou radioterapia. Linfopenia Linfopenia ou linfocitopenia é definida pelo número de linfócitos abaixo do normal no sangue total. CAUSAS • Infecções recentes como gripe. • Uso de corticoesteróides, infecções por HIV ou outros agentes fúngicos ou bacterianos, má nutrição, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide, sarcoidose, pós quimioterapia. CAUSAS • Frequentemente um sinal de reação inflamatória, mais comumente o resultado de uma infecção e observado em certas infecções parasitárias. • Pode ocorrer pós exercício intenso, crise convulsiva, anestesia, administração de epinefrina. • Há cinco principais tipos de leucocitoses: neutrofilia, a mais comum linfocitose, monocitose, eosinofilia e basofilia. Linfocitose CAUSAS É o aumento no número absoluto ou na proporção de linfócitos no sangue. Os linfócitos normalmente representam 20 a 40% dos leucócitos circulantes. Linfocitose relativa ocorre quando há uma proporção maior que 40% de linfócitos entre os leucócitos, enquanto a contagem absoluta de linfócitos é normal. Linfocitose relativa é comum entre crianças abaixo de 2 anos. • Infecção em crianças, doenças linfoproliferativas em idosos. • Causas da linfocitose absoluta: infecções virais agudas (hepatites, EBV, CMV), pertussis, toxoplasmose, Chagas, TB, brucelose, pós-esplenectomia. • Causas da linfocitose relativa: infecções virais agudas, tireotoxicose, doença de Addison, esplenomegalia com sequestro de granulócitos MAYRA ALENCAR @maydicina LEUCOPENIA NEUTROPENIA LINFOPENIA LINFOCITOSE EOSINOFILIA LEUCOCITOSE PLAQUETAS TROMBOCITOSE Mais plaquetas que o habitual (>450.000) → Alteração reacional. INFECÇÃO → quando estimula uma série de leucócitos também aumenta as plaquetas. FERROPENIA → menstruação ou dieta, a medula óssea aumenta a produção de hemácias mas com pouco substrato que temos, e por conseguinte aumenta as plaquetas em reação. NEOPLASIA → invasão por células de câncer na medula óssea, não só câncer hematológica. TROMBOCITEMIA ESSENCIAL → doença hematológica rara que faz uma produção aumentada de plaquetas (diagnóstico diferencial, não deve ser o primeiro a ser considerado). TROMBOCITOPENIA OU PLAQUETOPENIA (MIELOGRAMA) Diminuição de plaquetas (<150.000) → O mais frequente são alterações relacionadas a consumo periférico. A medula óssea produz de maneira adequada, mas algo acontece na transferência da medula para o sangue periférico. • Medula óssea hiperplásica, superfuncionante (pois o problema não é na produção). • “Sequestro” das plaquetas. PÚRPURAS IMUNES (PTI) → destruição das plaquetas que saem da medula em número normal. INFECÇÕES POR VÍRUS HIV OU HEPATITE C → há um consumo de plaquetas e células de defesa para cessar a infecção ALTERAÇÕES REUMATOLÓGICAS → Lúpus eritematoso sistêmico e síndrome antifosfolipídica. HIPERESPLENISMO → aumento da função do baço, mas nem sempre quando isso acontece significa que tem esplenomegalia. HOSPITAL → heparina, sepse, coagulaçãointravascular disseminada (CID), púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) Eosinofilia Aumento do número de eosinófilos no sangue periférico. A eosinofilia pode ser idiopática (primária) ou secundária a outra doença. CAUSAS • Nos países desenvolvidos as causas mais comuns são as alérgicas: asma, alergia a drogas. • Nos países em desenvolvimento as mais comuns são as doenças parasitárias e as menos comuns são neoplasias, doenças do tecido conjuntivo, infecções não-parasitárias, entre outros. MAYRA ALENCAR @maydicina O mielograma precisa ser feito caso haja algum dos dois. Existem situações em que essas alterações podem ser relacionadas a deficiências vitamínicas e etc porém esse tipo de alteração pode estar relacionado a doenças raras que precisam de acompanhamento mais profissional. Anemias Homens: ↓ 13 g/dL Mulheres: ↓ 12g/dL Crianças e gestantes: ↓ 11 g/dL VARIAÇÕES Sexo Raça Faixa etária Altitude Atletas Tabagismo Estudo retrospectivo de hemogramas BICITOPENIA PANCITOPENIA MIELOGRAMA Alterações de duas das linhagens do hemograma Alterações das três linhagens do hemograma FORMAS INCORRETAS DE EXAMINAR • Diluição da Amostra → Pancitopenia • Erros Pré-Analíticos o Hemólise: destruição de hemácias por erros na coleta ou no armazenamento da amostra. Aumenta o número de plaquetas e diminui o número de hemácias. Como tem hemácias mais destruídas, a máquina vai contar menos, e como a hemácia está menor, a máquina pode contar como plaquetas. o Quanto mais tempo entre a coleta do sangue e a análise, maior a possibilidade de erro. Os anticoagulantes dentro dos vidros podem alterar, tanto o aumento do VCM e do hematócrito, pois as células fazem o consumo do próprio anticoagulante. o Lipemia → Elevação Hb. o Hiperglicemia → Aumento VCM e hematócrito. • Erros Analíticos o EDTA: alguns pacientes há agregação plaquetária. Pseudotrombocitopenia Amostra com hemólise depois de centrifugação com hemoglobina livre Amostra normal após centrifugação MAYRA ALENCAR @maydicina TIPOS DE ANEMIA ANEMIAS MICROCÍTICAS • Anemia por deficiência de ferro; • Anemia de doença crônica; • Anemia sideroblástica; • Talassemia; • Traço falcêmico; • Toxicidade pelo alumínio; • Toxicidade pelo chumbo. ANEMIAS NORMOCÍTICAS • Anemia por doença crônica; • Anemia por perda aguda de sangue; • Esferocitose; • Hemoglobinoptias; • Anemia de doença renal crônica; • Endocrinopatias; • Falência medular; • Leucemia linfocítica crônica; • Esplenomegalia; • Mycoplasma; • Idiopática. MACROCÍTICAS MEGALOBLÁSTICAS • Deficiência de vitamina B12; • Deficiência de ácido fólico. MACROCÍTICAS NÃO MEGALOBLÁSTICAS • Alcoolismo; • Hipotireoidismo; • Hepatopatia; • Uso de alguns medicamentos Anemia Ferropriva • A deficiência de ferro é a causa mais comum de anemia no mundo. SINTOMAS • Cansaço; • Fraqueza; • Sonolência excessiva; • Intolerância aos esforços; • Letargia; • Dispneia progressiva; • Ortopneia • Palpitações • Sopro cardíaco • Angina • Claudicação intermitente; • Disfagia; • Perversão do apetite; • Pagofagia (comer gelo); • Cefaleia; • Zumbidos; • Perda de libido. NA CRIANÇA • Irritabilidade; • Disfunção cognitiva; • Diminuição do desenvolvimento psicomotor. CAUSAS DA DEFICIÊNCIA DE FERRO • Subdesenvolvimento; • Nutricional – dieta não balançada com deficiência de ferro, absorção inadequada de vitamina C, dieta vegetariana. • Gestação, parto e lactação – pelas necessidades inerentes no período. Crianças alimentadas com leite de vaca apresentam perda crônica de sangue nas fezes. • Sangramento urogenital – fluxo menstrual. • Sangramento gastrointestinal – uso crônico de AAS e anti inflamatórios, carcinoma de colon, carcinoma gástrico, úlcera gástrica benigna, angiodisplasia, esofagite e carcinoma de esôfago. • Má absorção intestinal – doença celíaca, gastrectomia total ou parcial e cirurgia bariátrica. • Parasitoses intestinais – Necator americanus, Ancylostoma duodenale, Schistossoma mansoni, Trichuris trichiura. • Hemorroidas; • Hemodiálise; • Doação de sangue; • Causas desconhecidas. CARACTERÍSTICAS DO FERRO • É essencial para o metabolismo; • Adquirido através da dieta alimentar; • Absorvido no duodeno e jejuno proximal; • É armazenado no fígado, baço e na medula óssea sob a forma de ferritina e hemossiderina. MAYRA ALENCAR @maydicina CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS SOBRE A DOSAGEM DE FERRO E FERRITINA Ferro Ferritina Pouco sensível para diagnóstico Mais sensível e específica quando diminuída Sofre variação circadiana Reflete a quantidade de ferro armazenada Sofre variação pela ingesta oral na última semana Aumenta nas doenças crônicas e algumas neoplasias Deve estar presente para fins de cálculo de saturação de transferrina CARACTERÍSTICAS DOS EXAMES DE ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO Hemograma VCM: ↓ 80 fL HCM: ↓ 24 pg CHCM: ↓ 32 g/dL RDW: ↑ 14% Plaquetas ↑ Reticulócitos ↓ Ferro sérico ↓ Capacidade total de ligação do ferro ↑ Saturação de transferrina ↓ Ferritina sérica ↓ Esfregaço de sangue periférico: micocitose, hipocromia, eliptócitos, células em alvo e dacriócitos. Exame de urina: hematúria pode estar presente se a causa do sangramento for do trato urinário. Outros exames a considerar: endoscopia do trato digestivo alto e colonoscopia. TRATAMENTO Adulto • Sulfato ferroso 300mg (60mg de ferro elementar) • Gotas – dose usual: 2 gotas/kg • Via oral, de 8/8h usualmente, podendo chegar a 6/6h • 1 a 2 horas longe das refeições • Preferencialmente com vitamina C ou suco cítrico. Observações • A hemoglobina aumenta 1g/dL/semana • Resposta em 2 ou 3 semanas • Manter o tratamento por 4 a 6 meses para reposição das reservas ou até a ferritina atingir 50ng/mL em adultos; • Em criança, 3 a 4 meses ou por mais 2 meses quando houver a normalização da hemoglobina; • Para fazer a confirmação da normalização das reservas deve ser dado um intervalo de 7 dias após administração do fármaco. Reposição parenteral de ferro • Endovenosa ou intramuscular: • Indicado para quem não tolera os efeitos gastrointestinais; incapacidade de ingerir o comprimido; má-absorção, deficiência grave de ferro; perda de sangue maior que a absorção; diálise. • Dar preferência para a endovenosa, pois a IM é dolorosa, lenta, errática. • 1% tem reação analilática → fazer uma dose teste. Criança Sulfato ferroso, solução de 4,5 a 6mg/kg/dia de 8/8h SINAIS IMPORTANTES • Queda de cabelo; • Palidez conjuntival (atentar para variação individual existente); • Glossite; • Gueilite angular; • Palidez nas palmas das mãos; • Unhas friáveis, quebradiças; • Coiloníquia; • Síndrome de Paterson-Kelly ou Prummer Vinson; • Anemia retiniana; • Telangiectasia DIAGNÓSTICO • Hemograma; • Contagem de plaquetas; • Esfregaço ou lâmina de sangue periférico; • Ferritina sérica; • Contagem de reticulócitos; • Saturação de transferrina; • Capacidade total de ligação do ferro (TIBC); • Exame simples de urina; • Exame parasitológico de fezes; • Pesquisa de sangue oculto nas fezes. MAYRA ALENCAR @maydicina DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL – ANEMIA CRÔNICA • Solicitação de ELETROFORESE da Hemoglobina no caso de VCM baixo + RDW diminuído ou normal (Talassemia). o O exame vai se mostrar elevado. • Caso a reposição de ferro seja instituída inadequadamente em portadores de Talassemia, haverá uma sobrecarga do metal com dano tecidual. Anemia Perniciosa • Anemia Macrocítica Megaloblástica: aumento do VCM, quando se desenvolve por completo, o VCM é maior que 110. O diagnostico é baseado no esfregaço do sangue periférico que mostra hipersegmentação dos neutrófilos. A megaloblastose relaciona-se coma síntese defeituosa de DNA, porém a síntese de RNA continua, resultando em uma célula maior com núcleo menor. A vitamina B12, cobalamina e o ácido fólico são importantes cofatores da síntese de DNA. A dispoiese traduz o desequilíbrio da maturidade citoplasmática maior que a nuclear dos eritrócitos e é reconhecida pelos macrófagos que destroem os megaloblastos no interior da própria medula óssea. Esse fenômeno é chamado de eritropoiese ineficaz e consequentemente há o aparecimento de hiperbilirrubinemia indireta e hiperuricemia. A dispoiese acaba afetando todas as linhagens celulares desenvolvendo reticulocitemia, leucopenia e trombocitopenia. Eritrócitos maiores e ovais acabam entrando na circulação. • Vitamina B12: encontrada apenas em alimentos de origem animal como carnes, ovos, leite e derivados. No estomago sofre ação do ácido gástrico e da pepsina para romper a associação. Em seguida, liga-se a proteína R produzida pela saliva e pelo suco gástrico. No duodeno, a ligação é desfeita pelas enzimas pancreáticas e imediatamente a vit B12 se prende ao fator intrínseco, que é secretado pelas células parietais do fundo gástrico e endocárdio. O fator intrínseco carrega a vitamina B12 até o íleo distal para sua absorção. No plasma, carreadores proteicos (transcobalaminas) cumprem o papel de transporte da vitamina para órgãos e tecidos. Obedecido o mecanismo de absorção, metade das reservas se encontrarão no fígado. Suas reservas duram até 12 anos, mas se houver prejuízo na absorção o estoque pode durar ate 6 anos. Quem se submete a cirurgia bariátrica tem o esgotamento mais rápido de suas reservas. • Causas de deficiência de vitamina B12: dieta deficiente, dieta vegetariana, defeitos inatos (ausência congênita do fator intrínseco), funcionamento anormal do fator intrínseco, defeito no metabolismo da cobalamina, má absorção seletiva, uso de medicamentos como anticonvulsivantes, contraceptivos orais e metformina, gastrectomia, doenças que afetam o íleo terminal, super crescimento bacteriano do intestino delgado, divertículo regional, síndrome da alça cega, ressecção intestinal, doença de Crohn, doença pancreática crônica, síndrome de Zollinger Ellison, tênia do peixe, etc. • Origem: hereditária e autoimune. ANEMIA FERROPRIVA ANEMIA DE DOENÇAS CRÔNICAS TALASSEMIA ANEMIA SIDEROBLÁSTICA VCM N ou RDW N ou N ou N ou Reticulócitos N ou Ferro N Ferritina N ou N Sat. Transferrina TIBC N N MAYRA ALENCAR @maydicina • Faixa etária: a partir da 3º década, porém maior por volta dos 60 anos. • Sexo: mais comum entre mulheres. • Relaciona-se com a deficiência do fator intrínseco, como a correspondência de anticorpos contra células parietais e contra o fator intrínseco. AVALIAÇÃO LABORATORIAL Hemograma: VCM > 101 Lâmina de sangue periférico: hipersegmentação dos neutrófilos Dosagem de vitamina B12: - <200 ng/mL = confirma - 200 ng/mL até 300ng/mL = inconclusivo - 300 ng/mL = exclui LDH ↑ Bilirrubina indireta ↑ Homocisteína sérica ↑ Ácido metilmalônico sérico e urinário: ↑ Teste de Schiling Anticorpos anti-célula parietal: presente em 90% dos casos Endoscopia digestiva alta: gastrite atrófica Anticorpos bloqueadores do fator intrínseco: específico e pouco sensível Biópsia de medula OBS: mesmo com seus níveis normais, as manifestações neurológicas podem ocorrer com uma dosagem sérica de vitamina B12 baixa. TRATAMENTO Reposição parenteral intramuscular de vitamina B12 é a mais eficaz e recomendada. Após 1000 ug/mês indefinidamente. A melhora do quadro é observada em 2 meses. Aplica-se 1000 ug/dia por 7 dias, seguidos de 1000 ug/semana por 4 semanas. Deve-se fazer a dosagem de potássio nas primeiras 48 horas pelo risco de retenção que poderá descompesar uma pessoa com cardiopatia. FOLATO OU ÁCIDO FÓLICO SINTOMAS • Parestesia nas mãos e pés; • Propriocepção diminuída; • Hiperreflexia patelar; • Alteração visual; • Alteração na gustação; • Alteração no olfato; • Diminuição da memória; • Palpitações; • Dor precordial; • Astenia; • Fraqueza. SINAIS • Palidez cutânea; • Glossite; • Icterícia. DOENÇAS ASSOCIADAS • Mielose funicular; • Gastrite atrófica; • Helicobacter pylori; • Adenocarcinoma gástrico; • Tireoide de Hashimoto; • Vitiligo; • Doença de Chagas. CONCEITO • Presente em vegetais verdes, frutas, carnes e alimentos enriquecidos. O cozimento prolongado os destrói. • Estão envolvidos na síntese de purinas e piriminas constituintes do DNA; • Indispensáveis na formação do sistema nervoso fetal; • Tem como local de absorção o duodeno e o jejuno proximal; • O alcoolismo interfere na absorção e na reabsorção enterohepática; • Suas reservas encontram-se no fígado e duram em torno 5 meses. MAYRA ALENCAR @maydicina Anemia Falciforme AVALIAÇÃO LABORATORIAL • Sempre solicitar a dosagem de ambas as vitaminas na avaliação laboratorial inicial. A deficiência combinada requer um tratamento concomitante. • Dosagem sérica: inferior a 2 ng/mL = confirma; 2 ng/mL até 4 ng/mL = inconclusivo; acima de 4 ng/mL = exclui. • Homocisteína sérica: elevada TRATAMENTO • Comprimidos de ácido fólico de 1 a 5 mg, 1x por dia até melhora do quadro. Pode-se chegar a 10 mg/dia na homocistinúria. • A reposição de ácido fólico está indicada na pré gestação até o final da terceira semana de gravidez como um importante preventivo de anomalias congênitas do tubo neural. • Lembrar que a deficiência de vitamina B12 deve ser sempre descartada antes do início do tratamento com folato. O ácido fólico pode aliviar a anemia por deficiência de vitamina B12, mas não reverterá os déficits neurológicos. CAUSAS DE DEFICIÊNCIA DE FOLATO • Nutrição deficiente; • Alcoolismo; • Pobreza; • Dificuldade na absorção; • Defeito no metabolismo; • Lactentes alimentados com leite de cabra; • Doença celíaca; • Espru tropical; • Psoríase; • Necessidades aumentadas (gravidez); • Uso de fármacos (metotrexato, trimetoprim, anticonvulsionantes, anticoncepcionais). SINAIS E SINTOMAS • Mesmos sinais e sintomas que a deficiência de vitamina B12. • A única exceção é que a deficiência de folato não provoca sintomas neurológicos. DEFINIÇÃO • Anemia hemolítica crônica. • Doença hereditária, multissistêmica, crônica e autossômica. • Heterozigotos não desenvolvem a doença. • Quase que exclusivamente em afrodescendentes. • Provocada por uma modificação estrutural do DNA da hemoglobina normal (HbA), por substituição na posição 6 do aminoácido ácido glutâmico pela valina da cadeia β, gerando a mutação com predomínio da hemoglobina S (HbS). • Os filhos herdam dos pais genes que podem gerar o traço falcêmico (Hb AS) ou produzir a doença falciforme propriamente dita, conforme homozigose (Hb SS). • O gene HbS pode se combinar com outras anormalidades hereditárias, como betatalassemias, HBc, HbD e gerar várias combinações da doença falciforme • O início da doença ocorre no primeiro ano de vida, quando há uma diminuição da hemoglobina fetal (HbF) que confere certa proteção. MAYRA ALENCAR @maydicina FISIOPATOLOGIA • A hemoglobina S sob condições como baixa tensão de oxigênio, diminuição do pH e o aumento da temperatura promovem uma polimerização formando hemácias rígidas em forma de foice. Em condições normais, a maioria das células afoiçadas voltam ao normal. Existem hemácias que permanecem com falcização irreversível. • As hemácias falciformes desencadeiam o fenômeno vaso oclusivo, possui meia vida curta e são fagocitadas pelos macrófagos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Síndrome mão-pé ou Dactilite Pode ser o primeiro episódio de vaso oclusão na infância. • Episódio agudo que pode ser recorrente. • É extremamente dolorosa. • Edema no dorso das mãos e pés com dactilite associada. • Durade 1 a 2 semanas. Síndrome torácica aguda • Maior causa de morte; • Instalação abrupta; • Febre; • Hipoxemia; • Taquipneia; • Tosse; • Dor pleurítica; • Leucocitose; • Raio X com infiltrado pulmonar difuso; • Streptococcus; • Micoplasma e clamídia. Dor abdominal • Dor difusa e aguda; • Sinais de irritação peritoneal; • Isquemia e microinfartos mesentéricos; • Hepatomegalia e hepatite; • Colelitíase e coledocolitíase por cálculos de bilirrubinato de cálcio; • Icterícia; • Elevação das bilirrubinas, transaminases e gamaglutamiltransferase. Úlceras perimaleolares • Associadas a pele ressecada; • Provocada por pequenos traumatismos, picadas de insetos; • Apresentam-se como úlceras rasas; • Localizam-se mais comumente nos maléolos medial e lateral, uni ou bilateralmente e são recorrentes. Complicações renais • Necrose de papila renal com comprometimentos obstrutivos pelo seu deslocamento; • Perda da capacidade de concentrar a urina – isostenúria; • Hematúria grosseira; • Glomérulo esclerose focal e segmentar; • Rins de tamanhos aumentados; • Insuficiência renal crônica. Priapismo • Na maioria das vezes, é de curta duração; • Pode ser recorrente; • Pode ocorrer durante o sono REM; • Se mais do que 24 horas, associa-se a impotência sexual; • Desenvolvimento de algum grau de impotência no futuro. Gravidez • De alto risco, risco de aborto espontâneo por insuficiência útero placentária; • A gestante deve ser assistida por equipe multidisciplinar; • Consultas em ambulatório de alto risco de forma frequente; • Suplementação de ácido fólico de 1 a 5mg/dia. Acidente vascular cerebral • Acomete as artérias do polígono de Willis e carótidas internas; • Infartos silenciosos e recorrentes; • AVC isquêmico em crianças e hemorrágico em adultos; • Aneurismas; • Evolui com sequela neurológica. MAYRA ALENCAR @maydicina EM CASO DE DOR: • É o principal motivo que leva uma pessoa com anemia falciforme a procurar atendimento médico. • Na admissão fazer coleta de exames laboratoriais e radiografia de tórax. • Proceder a uma hidratação parenteral (sf 0,9% + sg 5% na proporção de 1:1). • Suplementar oxigênio se a saturação em ar ambiente for menor que 92% TRATAMENTO DA DOR – DETERMINAÇÃO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 DOR GRADUADA DE 1 A 3: Iniciar com dipirona VO: • Crianças: Gotas (500mg/ml) 1 gota/kg (máximo 40 gotas) de 6/6h até de 4/4h; • Adultos: 1cp 500mg de 6/6h até de 4/4h; Suspender após 24 horas sem dor. DOR GRADUADA DE 4 A 6: Iniciar com dipirona de 4/4h associado a Anti-inflamatório Não Esteroide (AINE): • Crianças: Ibuprofeno 60mg/kg/dia dividido de 6/6h ou de 8/8h; • Adultos: diclofecano VO (50mg de 8/8h ou 75mg de 12/12h); Após 24h sem dor, retirar o ibuprofeno/diclofenaco e manter a dipirona de 4/4h por mais 24h; Em caso de retorno da dor, retornar ao diclofenaco e buscar atendimento em emergência de referência. DOR GRADUADA DE 7 A 10: • Crianças: iniciar com dipirona VO de 4/4h + codeína Via Oral ou Via Retal (1,0 a 1,5 mg/kg/dose de 4/4h) + ibuprofeno 60mg/kg/dia dividido de 6/6h ou de 8/8h); • Adultos: iniciar com dipirona Via Oral de 4/4h + codeína VO ou Via retal (10-20mg/dose de 4/4h ou de 6/6h) + diclofenaco VO (50mg de 8/8h ou 75mg de 12/12h). Após 24h sem dor, retirar a dipirona e manter a codeína 4/4h e o ibuprofeno/diclofenaco; Após mais 24h sem dor, retirar completamente a codeína, mantendo o ibuprofeno/diclofenaco por mais 24h; Em caso de regresso da dor retornar ao diclofenaco e procurar emergência de referência. TRATAMENTO Vacinação antipneumocócica contra H. influenza e hepatite B Ácido fólico 5mg/dia Transfusões de sangue específicas e criteriosas Hidroxiuréia com dose de 5 a 35 mg/kg obedecendo as doses de ataque Esplenomegalia em pessoas com recidiva de sequestro esplênico Colecistectomia em pessoas sintomáticas INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL DIAGNÓSTICO SEGUIMENTO Teste do pezinho Bilirrubinas Hemograma Transaminases Contagem de reticulócitos Fosfatase alcalina Plaquetas Gama GT Eletroforese de hemoglobina VSG Esfregaço de sangue periférico Investigação familiar sempre que possível MAYRA ALENCAR @maydicina Alterações Plaquetárias • São relativamente raras; • História e exame físico completos são absolutamente fundamentais quando há suspeita de alterações da coagulação relacionadas ou não a alterações plaquetárias. • Intensidade e frequência de sangramentos espontâneos ou induzidos, incluindo história menstrual, história de equimoses e hematomas, história de sangramento não usual secundário a extrações dentárias, cirurgias prévias devem fazer parte do questionamento ao paciente. • Lista completa das medicações deve ser estudada, pois medicações muito comumente são causadoras de alterações de coagulação. • Viagens ou internações hospitalares também são importantes (doenças infectocontagiosas). • História familiar de sangramentos podem apontar para alterações de coagulação frequentes como doença de Von Willebrand. • Com acesso ou não a hemograma completo e exames básicos de coagulação, se você acha que a história de sangramento de um paciente é suspeita ENCAMINHE ao hematologista. PLAQUETOPENIA/TROMBOCITOPENIA • Definida como contagem plaquetária menor que 150.000 por microlitro. • Geralmente é descoberta em exames de rotina, a causa geralmente não é óbvia e requer investigação adicional. PLAQUETOPENIA E RISCO DE SANGRAMENTO • Como a plaquetopenia pode ser um achado ocasional, o importante é definir qual o risco de sangramento efetivo • Risco de sangramento espontâneo incluindo hemorragia petequial e hematomas não ocorre tipicamente a não ser que plaquetas caiam para 20.000 a 10.000/mcL. • Pacientes com disfunção plaquetária podem sangrar com números maiores de plaquetas. • Outra questão importante para avaliação é o quão rápido as plaquetas estão diminuindo → encaminhamento imediato para investigação. PLAQUETAS EM MICROLITRO X SANGRAMENTO • < 100.000 geralmente assintomático; • < 70.000 é geralmente assintomático, pacientes podem demonstrar resolução mais prolongada de equimoses pós trauma; • < 50.000 aparecimento de equimoses e hematomas espontâneos; • < 20.000 hematomas espontâneos, sangramento gengival, hematúria, sangramento nas fezes; • < 10.000 risco de AVC hemorrágico e outros sangramentos espontâneos graves. • Transfusão: abaixo de 10.000 plaquetas. NÚMERO DE PLAQUETAS DESEJÁVEIS PARA PROCEDIMENTOS • Prevenção de sangramento mucocutâneo espontâneo: > 10.000 a 20.000 mcL • Inserção de cateter venoso central: > 20.000 a 50.000 mcL • Administração de anticoagulantes terapêuticos: entre 30.000 a 50.000 mcL. • Pequena cirurgia ou procedimentos invasivos selecionados como endoscopia com biópsia: > 50.000 a 80.000 mcL • Grandes cirurgias: > 80.000 a 100.000 mcL (ex: cirurgia cardíaca). EMERGENCIAL OU NÃO? • Plaquetopenias não emergenciais podem ser tratadas em nível ambulatorial e plaquetopenias emergenciais geralmente requerem internação hospitalar. Algumas síndromes podem ser emergenciais ou não dependendo da severidade da plaquetopenia. GERALMENTE EMERGENCIAL • Purpura Trombocitopênica Idiopática (PTI); • Trombocitopenia induzida por Heparina (HIT); • Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT); • Pré-eclâmpsia e Hellp; • Outros GERALMENTE NÃO EMERGENCIAL • Induzida por drogas; • Infecções; • Doença hepática; • Trombocitopenia gestacional. MAYRA ALENCAR @maydicina ETIOLOGIA DA TROMBOCITOPENIA • Causas imunológicas: infecções virais, fármacos, doenças do tecido conjuntivo ou linfoproliferativas, transfusões de sangue etc • Causas não imunológicas: sepses, síndrome do desconforto respiratório agudo etc. Resultado do esfregaço Possíveldiagnóstico Comentários Linfócitos atípicos Infecção viral (e.g., vírus Epstein- Barr, citomegalovírus) Citoplasma abundante Pontilhados basófilos Talassemia, uso crônico de álcool, envenenamento por chumbo ou metal Precipitado ribossomal (aparece como grânulos azuis) pelo citoplasma do eritrócito. Crioglobulinas Crioglobulinemia, pneumonia micoplasma, mieloma múltiplo, algumas desordens autoimunes Proteínas que precipitam quando o sangue está abaixo da temperatura corporal. Plaquetas gigantes Trombocitopenia congênita, púrpura trombocitopênica imune Causada pelo aumento da rotatividade de plaquetas ou liberação de formas imaturas na circulação. Fragmentos de megacariócito Mielofibrose Presença de plaquetas grandes Glóbulos vermelhos nucleados Hemólise severa, mielofibrose Glóbulos vermelhos imaturos secundários a aceleração da eritropoiese Aglutinação plaquetária Pseudotrombocitopenia Aglomeração de plaquetas em pacientes com anticorpos antiplaquetários EDTA ativados. Hipogranulação plaquetária Síndrome mielodisplásica, mielofibrose Sugere síntese debilitada da medula marrom. Esquistocite Púrpura trombocitopênica imune, síndrome hemolítica urêmica, intravascular disseminada Fragmentos de eritrócitos.
Compartilhar