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das A Gabarito utoatividades DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA Editora Centro Universitário Leonardo da Vinci Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040 Bairro Benedito - CEP 89130-000 Indaial - Santa Catarina - 47 3281-9000 Elaboração: Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Prof. Josenei Martins Prof.ª Marlen Batista de Martino 3UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A GABARITO DAS AUTOATIVIDADES DE DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA Editora Centro Universitário Leonardo da Vinci Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040 Bairro Benedito - CEP 89130-000 Indaial - Santa Catarina - 47 3281-9000 Elaboração: Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI UNIDADE 1 TÓPICO 1 1 A partir da leitura, especialmente da parte inicial desse tópico, elabore um conceito de Didática. R.: O conceito elaborado deve estar de acordo com os conceitos de Haydt e Libâneo. 2 Cite algumas das principais ideias dos seguintes teóricos da Didática: R.: Comenius: seu método, dentre outras coisas, previa o seguinte: tudo o que se deve saber deve ser ensinado; qualquer coisa que se ensine deverá ser ensinada em sua aplicação prática, no seu uso definido; deve-se ensinar de maneira direta e clara; ensinar a verdadeira natureza das coisas, partindo de suas causas; explicar primeiro os princípios gerais; ensinar as coisas em seu devido tempo; não abandonar nenhum assunto até sua perfeita compreensão; dar a devida importância às diferenças que existem entre as coisas. Para ele, o homem deve buscar, em última instância, a felicidade eterna, dentro da tradição cristã, na qual foi ele também educado. A educação deve, então, perseguir esse objetivo, ou seja, preparar as crianças e jovens para alcançar a felicidade eterna. Rousseau: Rousseau sugere um sistema educacional capaz de formar um jovem que consiga conviver com a sociedade que é, por definição, corrupta. Ele acredita que as pessoas nascem boas, mas a sociedade as corrompe. Suas ideias sobre a liberdade influenciaram muitas gerações de pensadores dos mais diversos matizes ideológicos, como liberais, socialistas e anarquistas. Pestalozzi: como Rousseau, Pestalozzi acreditava que o ser humano nasce bom e é formado pelo ambiente no qual vive. Era necessário, portanto, tornar o ambiente o mais próximo possível das condições naturais, para que o caráter do indivíduo fosse formado positivamente. Acreditava, também, que a transformação da sociedade se daria através da educação. A relação entre professor e aluno deve ser baseada no amor e no respeito mútuo. Para ele, o professor deve respeitar a individualidade do aluno; a finalidade da educação deve se basear no seu fim mais elevado, ou seja, favorecer 4 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A o desenvolvimento físico, mental e moral do educando; o ensino não deve objetivar a exposição dogmática e a memorização mecânica, mas o desenvolvimento das capacidades intelectuais; a educação deve auxiliar no desenvolvimento orgânico, por isso a atividade física é tão importante quanto a intelectual; a aprendizagem escolar não deve levar apenas à aquisição de conhecimentos, mas, principalmente, ao desenvolvimento de habilidades e ao domínio de técnicas; o método de instrução deve ter por base a observação ou percepção sensorial e começar pelos elementos mais simples; o ensino deve respeitar o desenvolvimento infantil, seguindo a ordem psicológica; o professor deve dedicar a cada tópico do conteúdo o tempo necessário para assegurar que o aluno aprenda. Herbart: a ação pedagógica deve se guiar por três procedimentos: a) o governo, que representa o controle exercido pelos pais e professores, para adaptar as crianças às normas do mundo adulto; b) a instrução, principal momento da educação, que deve se basear no interesse, sem o qual não há garantias da atenção dos alunos, nem de que novas ideias possam ser assimiladas; c) a disciplina, que ao contrário do governo (heterônomo), caracteriza já a autonomia do educando, em virtude do seu amadurecimento moral. O método didático de Herbart constitui-se de cinco passos: a) preparação: momento inicial, no qual o professor relembra os conhecimentos prévios a respeito do assunto; b) apresentação: o novo conteúdo é apresentado, partindo-se do concreto; c) assimilação: momento no qual o aluno, comparando o assunto novo com aquilo que já estudou, distingue as semelhanças e diferenças; d) generalização: partindo das experiências concretas, o aluno deve ser capaz de abstrair, desenvolvendo conceitos gerais; e) aplicação: através de exercícios, o aluno demonstra que consegue aplicar praticamente aquilo que estudou. Dewey: para ele, a atividade é inerente ao ser humano, por isso, o conhecimento e o ensino devem estar intimamente relacionados à ação, à vida prática, à experiência. Dewey considera o homem um ser eminentemente social. Por isso, as necessidades sociais é que norteiam sua concepção de vida e de educação. Ele considera que os motivos morais precisam estar a serviço de finalidades sociais. Assim, a cooperação e o trabalho grupal são os elementos fundamentais da vida coletiva, satisfazendo as necessidades sociais e psíquicas dos humanos. É dele a fórmula: vida humana = vida social = cooperação. 3 O que era o Ratio Studiorum, utilizado pelos jesuítas aqui no Brasil, a partir de 1549? R.: O ideal do Ratio Studiorum era a formação do homem universal, humanista e cristão. A educação preocupava-se com o ensino humanista de cultura geral e enciclopédico. O Ratio enfocava instrumentos e regras metodológicas 5UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A compreendendo o “estudo privado”, cerne de todo o processo, no qual o professor prescrevia o método de estudo, o conteúdo e o horário. As aulas eram ministradas de forma expositiva. As lições eram tomadas dos alunos oralmente, repetindo o que fora exposto pelo mestre. As aulas eram preparadas, dando-se especial atenção ao método, que compreendia: verificação do conteúdo anterior, correção, repetição, explicação, interrogação e ditado. 4 Como era a Didática da Pedagogia Tradicional Leiga, segundo modelo de ensino conhecido no Brasil? R.: Era muito semelhante à Pedagogia Tradicional Religiosa, embora o foco não fosse a formação cristã. O relacionamento professor-aluno é hierárquico e autoritário. O professor é o centro do processo da aprendizagem, concebendo o aluno como um ser receptivo e relativamente passivo. Na sala de aula, mestres e alunos estão separados e não há necessidade de comunicação entre eles. A disciplina é a forma de garantir a atenção, o silêncio e a ordem. TÓPICO 2 1 Fazendo um balanço da realidade educacional com a qual você convive, qual(quais) da(s) tendência(s) pedagógica(s) estudada(s) você acredita estar(em) mais presente(s) no cotidiano escolar? Por quê? R.: A resposta é de cunho mais ou menos pessoal, pois dependerá do ambiente educacional no qual o(a) acadêmico(a) foi formado ou atua. Provavelmente, muitas respostas apontarão para a existência de diversas tendências, coexistindo em uma mesma realidade educacional. O(A) Tutor(a) Externo(a) deve estar atento(a), entretanto, à coerência entre a(s) tendência(s) apontada(s) e a justificativa a ser dada pelo(a) acadêmico(a) ao responder à pergunta por quê. 2 Escolha uma das tendências liberais estudadas e enumere alguns de seus princípios didáticos básicos. R.: São várias as tendências liberais referenciadas no texto. A resposta deve ser coerente com os princípios expostos para cada uma das tendências. 3 Escolha uma das tendências progressistas estudadas e enumere alguns de seus princípios didáticos básicos.6 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A R.: Assim como no caso das tendências liberais, também existem mais de uma tendência progressista. Espera-se, também nessa resposta, a coerência entre a tendência escolhida e os princípios expostos no texto. TÓPICO 3 1 Qual a importância da elaboração dos objetivos para o trabalho pedagógico? R.: Todo educador precisa ter clareza da meta ou metas que deseja alcançar, pois, quando não sabemos onde queremos chegar, qualquer caminho serve, ou seja, qualquer aula serve, qualquer método serve, qualquer conteúdo é suficiente. Quando temos metas e objetivos traçados, sabemos mais facilmente que tipos de metodologias ou procedimentos devemos usar, que conteúdos devemos trabalhar, como e para que avaliar. Resumindo, não há prática educativa sem objetivos. 2 Vimos que os objetivos específicos são desdobramentos dos objetivos gerais. Então, elabore um objetivo geral para uma suposta disciplina e, a partir dele, elabore três objetivos específicos. R.: A resposta pode ser de diversas maneiras. Deve haver atenção, entretanto, para a correlação e a coerência entre os objetivos específicos e o objetivo geral. É bom também certo cuidado para que tanto o objetivo geral quanto os específicos sejam passíveis de realização, não sejam objetivos impossíveis de ser alcançados. 3 Elabore um conceito de conteúdos de ensino. R.: Espera-se que o conceito elaborado esteja de acordo com aquele expresso no texto por Libâneo, e que não se limite a compreender conteúdos apenas como as matérias de ensino. 4 Escolha três dos critérios para seleção dos conteúdos apresentados no texto e disserte sobre a sua importância. R.: A resposta é de cunho pessoal, mas deve resguardar similaridades com o que o texto apresenta acerca de cada um dos critérios que o(a) acadêmico(a) escolher. 7UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A TÓPICO 4 1 Quando falamos do planejamento de um sistema educacional, afirmamos que “[...] esse nível de planejamento reflete a política de educação que se pretende adotar em um determinado período. O resultado desse planejamento é diretamente dependente do jogo de forças políticas e ideológicas presente nas instâncias decisórias do Estado”. Como isso vem se refletindo na prática? R.: A resposta pode ser dada de várias maneiras, mas é importante que o(a) acadêmico(a) reflita sobre alterações que se dão nas políticas educacionais quando grupos com ideologias diferentes estão no poder. Determinados grupos políticos tendem a valorizar mais os profissionais da educação, por exemplo. Dependendo, também, das forças políticas hegemônicas, em determinados momentos, a educação pública de qualidade é mais lembrada; em outros casos, prefere-se optar pela educação particular. Além dessas questões, muitas outras poderão aparecer. 2 Elabore um conceito de plano de ensino. R.: O plano de ensino, também chamado de plano de curso, constitui-se de um roteiro organizado das unidades didáticas a serem trabalhadas durante um ano ou semestre letivo. O plano de ensino deve conter a justificativa da disciplina, os objetivos gerais e específicos, os conteúdos, a metodologia a ser utilizada e o cronograma. 3 Com base nos componentes do plano de aula e nos modelos que sugerimos no texto, elabore um plano de aula. Fique bastante à vontade para escolher uma série fictícia, um recorte de conteúdo de alguma disciplina, os objetivos a serem alcançados naquele dia e os procedimentos de ensino e de avaliação. R.: O(A) acadêmico(a) fica bastante livre para elaborar seu plano de aula. É necessário perceber se os componentes sugeridos no texto aparecem no plano e se há, entre eles, coerência. 4 De acordo com a Leitura Complementar (A metodologia do trabalho pedagógico), quais são as principais características de um projeto de ensino-aprendizagem? R.: Um projeto é uma atividade intencional; num projeto, a responsabilidade e autonomia dos alunos são essenciais; a autenticidade é uma característica 8 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A fundamental de um projeto; um projeto envolve complexidade e resolução de problemas; um projeto percorre várias fases. 5 (ENADE 2008) Com relação ao projeto político-pedagógico, percebe- se que ele não se tem constituído em instrumento de construção da singularidade das escolas, visto que não encontramos, nas representações sociais dos conselheiros, referências aos pressupostos sociopolítico-filosóficos que dariam a feição da escola; além disso, em sua maioria, as representações sobre o projeto ancoram-se no planejamento. O projeto, porém, indica um grande avanço quando verificamos, consensualmente, que sua elaboração se deu de forma participativa. Participação essa que envolveu conflitos e negociações, resolvidos a partir de decisões majoritárias, indicando uma nova forma de organização escolar, que rejeita o caráter hierárquico historicamente construído. Assim, a elaboração do projeto político-pedagógico constitui-se em um momento de aprendizagem democrática. FONTE: MARQUES, L. R. O projeto político-pedagógico e a construção da autonomia e da democracia nas representações dos conselheiros. Educação e Sociedade, Campinas, n. 83, v. 24, 2003, p. 577-597 (com adaptações). Tendo em vista as conclusões apresentadas no texto acima, resultantes de pesquisa realizada com uma comunidade próxima a Recife, infere-se que o projeto pedagógico de uma instituição escolar: a) (x) Tem uma dimensão teórica pouco importante e ligada à efetivação da autonomia de escolas singulares, mas sua dimensão prática estimula a participação da comunidade escolar para planejar o futuro da escola. b) ( ) Depende do compartilhamento de pressupostos sociopolítico-filosóficos que possam dar feição à escola, pois nada adianta um discurso centrado no planejamento se não se sabe ao certo do que se está falando. c) ( ) Está intrinsecamente ligado ao caráter hierárquico da instituição escolar, vista como aparelho ideológico de Estado, a serviço da lógica do capital e da premissa da exploração do homem pelo homem, visando ao lucro. d) ( ) Depende de uma ruptura prévia com os modelos tradicionais de escola, o que conduz à conclusão obrigatória de que há uma ligação intrínseca entre a própria ideia de projeto pedagógico e inovação educacional, no sentido da aprendizagem. e) ( ) Tem funcionado apenas como um mote para catalisar a participação da comunidade em torno da escola, o que permite a ela que se compartilhem efetivamente os mesmos pressupostos sociopolítico-filosóficos que dão feição à escola. 9UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A UNIDADE 2 TÓPICO 1 1 A partir dos autores estudados, elabore um conceito de avaliação que você julgue coerente. R.: São diversas as perspectivas apresentadas pelos autores citados no texto, mas o ideal seria a elaboração de um conceito de avaliação que superasse os aspectos apenas quantitativos, endossados por alguns deles. 2 Comente a frase: “Ao negar o positivismo e o tecnicismo não estamos querendo negar a importância da quantificação, mas, se a avaliação não superar a mera quantificação, de nada ou muito pouco contribuirá para a melhoria das relações de aprendizagem”. R.: O sentido da frase, conforme aparece no texto, deve nos levar a refletir sobre a necessidade de se pensar a avaliação também no seu aspecto qualitativo. Entretanto, dispor de dados quantificáveis ou mensuráveis é indispensável para se avançar na direção da qualificação. O que não se deve é fazer dos números ou conceitos o ponto de chegada da avaliação, mas seu ponto de partida. 3 Como era a atuação doprofessor na primeira tradição histórica em avaliação? R.: O professor era investido de autoridade e legitimidade para avaliar seus alunos, sendo, portanto, um competente “especialista” em avaliação. Essa função é exercida de maneira bastante simples, isto é, atribuir notas a seus alunos. Nessa época não há maiores discussões em torno do processo de avaliação, que fica dependente da subjetividade do professor. 4 Quais as semelhanças e diferenças entre a segunda e terceira formas históricas de avaliação escolar? R.: As semelhanças residem no fato de ambas se inspirarem no positivismo e no tecnicismo e estarem preocupadas com a objetividade. As diferenças estão relacionadas ao fato de, na terceira forma histórica de avaliação, a pedagogia condutista surgir no cenário, trazendo consigo os testes criteriais. 10 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A 5 Escolha dois dos mitos vigentes sobre a avaliação do desempenho escolar e proponha estratégias para a sua superação. R.: José Eustáquio Romão propõe oito mitos vigentes em nossas escolas sobre a avaliação do desempenho escolar. Dentre esses o(a) acadêmico(a) deverá escolher dois e caracterizá-los. As estratégias para a superação desses dois mitos deverão ser propostas em consonância com as considerações apresentadas no texto, embora sejam de caráter mais ou menos pessoal. TÓPICO 2 1 Escolha dois dos princípios da avaliação propostos por Haydt e comente-os. R.: Dentre os quatro princípios propostos pela autora, o(a) acadêmico(a) escolhe dois e os comenta. Espera-se que os comentários tratem de elementos presentes nas afirmações da autora, entretanto, a resposta é pessoal. 2 Cite algumas das principais características da abordagem qualitativa em avaliação. R.: Relativização da objetividade; aceitação da falibilidade de quem avalia; atenção não somente ao que o aluno aprendeu ou deixou de aprender, mas também aos porquês de ter ou não aprendido; entendimento da avaliação como ato vinculado a valores; atenção aos efeitos secundários e de longo prazo e não apenas às condutas manifestas e de curto prazo; mudança de polo: da ênfase nos produtos à ênfase nos processos; substituição das generalizações estatísticas pelas análises mais particulares; uso de metodologias que consigam captar diferenças, imprevistos; pluralidade e flexibilidade metodológicas. 3 Cite algumas das principais características da abordagem quantitativa em avaliação. R.: Excesso de objetividade; utilização do método hipotético-dedutivo; apreço pelos dados estatísticos; ênfase nos produtos e resultados; controle das variáveis, a exemplo do modelo experimental de laboratório; desconsideração de dados que não sejam numericamente relevantes; tendência ao emprego de grandes amostragens, dando pouca ênfase aos efeitos menos usuais e interferências locais. 11UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A 4 Como devemos agir para superar a dicotomia aspectos quantitativos x aspectos qualitativos na avaliação educacional? R.: Para superarmos a dicotomia entre aspectos quantitativos x aspectos qualitativos, devemos, antes de tudo, compreender que ambos não se excluem. Os dados quantitativos são indispensáveis, mas não são um fim em si mesmos. Os dados quantitativos são o ponto de partida para as reflexões qualitativas. Sem dados sobre a realidade educacional não é possível avaliá- la. Porém, sem reflexões, de nada valem os dados empíricos. 5 Dentre as características da avaliação escolar propostas por Libâneo, escolha três que você julgar mais importantes e comente-as. R.: A resposta é de cunho pessoal, mas espera-se que os comentários acerca das três características da avaliação escolhidas façam referência às ideias que Libâneo desenvolve a respeito. 6 Por que se pode afirmar que a parte mais importante da avaliação é a análise dos resultados pelo professor e pelos alunos? R.: Porque a análise dos resultados traz benefícios tanto ao professor quanto aos alunos. Os alunos, ao perceberem os erros cometidos, podem descobrir porque erraram e retomar os estudos daqueles aspectos. O professor, ao analisar os resultados, pode rever suas aulas e suas estratégias, pois, quando muitos alunos demonstram não compreender um mesmo conteúdo, pode ter havido falha na comunicação durante as aulas ou na elaboração da prova. Ou, ainda, o nível de exigência pode estar além das possibilidades reais de muitos alunos. TÓPICO 3 1 Escreva sobre a importância de pelo menos três das funções da avaliação propostas por Haydt. R.: A resposta é pessoal. Dentre as cinco funções da avaliação que o texto apresenta, o(a) acadêmico(a) comentará pelo menos três. Espera-se, na resposta, que fique evidenciada a importância de cada uma das funções escolhidas. 2 Como o professor deve proceder para que a técnica de observação possa auxiliá-lo na avaliação de seus educandos? 12 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A R.: Deve tomar cuidado para evitar conclusões precipitadas, preconceituosas ou generalizações apressadas. 3 Em sua opinião, quais as vantagens pedagógicas da utilização da técnica de autoavaliação? R.: Diversas podem ser as vantagens que os acadêmicos descrevam. Dentre elas, pode figurar aquilo que o próprio texto enfatiza: a prática da autoavaliação cria um ambiente mais participativo, democrático e ajuda a responsabilizar mais o educando por sua aprendizagem, pois o conscientiza de seus avanços, limites e necessidades. 4 Escolha duas vantagens e duas desvantagens da utilização de portfólios da avaliação e disserte sobre elas. R.: A resposta é pessoal, mas espera-se que o(a) acadêmico(a) saiba fazer uso das “dicas” que o Caderno de Estudos apresenta para a confecção dos referidos instrumentos de avaliação do rendimento escolar. 5 Escolha dois dos tipos de questões objetivas exemplificadas no texto e elabore duas questões hipotéticas sobre algum conteúdo escolar que você domine. R.: A resposta é pessoal, mas espera-se que o(a) acadêmico(a) saiba fazer uso das “dicas” que o Caderno de Estudos apresenta para a confecção dos referidos instrumentos de avaliação do rendimento escolar. 6 Quais as pistas que a Leitura Complementar nos dá para melhor compreender o papel seletivo do sistema escolar? R.: A resposta é pessoal. Verifique o que cada acadêmico(a) produziu e aproveite o momento para realizar uma socialização. UNIDADE 3 TÓPICO 1 1 Elabore, a partir do texto, um conceito de método de ensino. 13UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A R.: Os métodos de ensino são um conjunto de procedimentos, ações, técnicas, passos utilizados pelo professor e pelos alunos, tendo em vista a aprendizagem. 2 Diferencie método de ensino e técnica de ensino. R.: Se o método é o conjunto de procedimentos e ações que alunos e professores utilizam, a técnica é a operacionalização do método, ou seja, é colocá-lo em prática. 3 Enumere alguns usos incorretos do método de exposição pelo professor. R.: Fazer da aula uma aprendizagem mecânica, memorizando e decorando regras, fatos e definições, sem uma compreensão efetiva do assunto; uso de linguagem inadequada para os alunos; uso de palavras que as crianças não conheçam; apresentar noções sem conexão com os conteúdos estudados anteriormente; expor a matéria sem antes despertar o interesse e a atenção dos alunos; expor a matéria sem a preocupação de atingir a todos os alunos; exigir silêncio com ameaças; usar instrumentos avaliativos que exijam “decoreba”. 4 Como deve ser o comportamento do professor diante da classe para que o método de elaboração conjunta seja eficaz? R.: O professor não deve fazerdesse método uma sabatina, mas um diálogo; evitar reações impacientes ou nervosas, pois com isso os alunos podem se sentir amedrontados ou se precipitarem na formulação de suas respostas; mesmo que as respostas sejam incompletas ou imaturas, ou que contenham apenas parte da verdade, a atitude do professor deve ser positiva, para não desencorajar a turma. 5 Vimos que o método de trabalho em grupo pode dar ótimos resultados, mas, para isso, são necessários alguns cuidados. Quais são? R.: Os grupos devem ter entre 3 e 5 alunos; o professor precisa deixar bem claro aos alunos o objetivo da atividade e os passos que devem ser seguidos; é necessário cuidado para que não haja dispersão em relação aos objetivos definidos; cada grupo deve ter um coordenador que garanta a participação de todos; alunos com diferentes níveis de rendimento devem participar do mesmo grupo. 14 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A TÓPICO 2 1 Qual a importância da Escola dos Annales para os estudos históricos e a análise de imagem? R.: A Revista dos Annales foi fundada em 1929 e congregou uma série de historiadores por diversas gerações cujas investigações foram fundamentais para o delineamento e a reconfiguração da própria disciplina histórica. Na terceira fase dos Annales, na década de sessenta, a geração conhecida por fundar os pressupostos da Nova História provocou grande repercussão no meio através de publicações de historiadores como Jacques Le Goff e Georges Duby, que, possuindo uma atitude crítica, reivindicaram novas formas a serem incorporadas pelos historiadores. Conferindo um novo savoir faire, isto é, uma outra habilidade epistemológica que recusava as pesquisas quantitativas tão em voga na época, eles se destinaram a analisar os dados realizando aproximações com diferentes disciplinas do conhecimento, como a filosofia, as artes e as ciências sociais. 2 Após a leitura deste tópico, escreva sobre as transformações na historiografia provocadas pelas pesquisas empreendidas pelo filósofo Michel Foucault. R.: A década de sessenta gestou o que é denominado por contracultura, período onde o universo da cultura jovem sacudiu a atmosfera intelectual, através do questionamento dos cânones tradicionais de comportamento. Diversos temas considerados tabus foram postos em cena, como a possibilidade de casamentos interétnicos, a homossexualidade e o aborto. Neste mesmo período, o filósofo francês Michel Foucault, vivendo na França, vivenciou a ebulição representada pela contracultura em um momento importantíssimo e decisivo para os estudos da história cultural. Ele elabora em suas brilhantes investigações um método de pesquisa cuja ruptura no tecido constitutivo das ciências humanas é evidente. Através da reivindicação de uma abordagem mais diversificada, realiza uma aproximação entre a filosofia e a história. Em Foucault a imagem do intelectual: criar é lutar e resistir, na tentativa de ampliar os horizontes imaginativos, no sentido de possibilitar a existência de outras crenças e outras concepções de mundo. 3 Disserte acerca da perspectiva de Hannah Arendt em relação às mudanças na forma de olhar do sujeito moderno ocasionadas pelos acontecimentos ocorridos no século XVI. R.: No livro intitulado A condição humana, Hannah Arendt reflete acerca das transformações provocadas por três grandes acontecimentos: “no limiar da 15UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A era moderna há três grandes eventos que lhe determinaram o caráter: a descoberta da América e subsequente exploração de toda a terra; a Reforma [...]; e a invenção do telescópio [...]” (ARENDT, 2009, p. 260). Podemos pensar que estes episódios, apontados por Arendt, estão estreitamente associados ao olhar, visto que modificaram a concepção ocular e espacial do homem daquele período. Imaginem o que foi a descoberta de novas terras para europeus habituados a andar na velocidade do passo ou na dos cavalos e acostumados ao convívio de uma ótica restrita às terras por eles cultivadas. Conceber a amplitude, o alargamento das distâncias e a reconfiguração dos mapas transforma o campo ótico e o expande. O telescópio possibilitou a observação dos astros, estrelas e satélites e a percepção de corpos celestes de maneira a relativizar a noção de distância e proximidade concebidas. A última transformação levantada por Arendt trata da Reforma Protestante empreendida por Martinho Lutero, quando em 1517, foram afixadas as 95 teses na porta da Igreja de Wittenberg, deflagrando o inevitável desafio à própria ortodoxia e a imediata ameaça à tranquilidade espiritual dos homens, imprimindo desta forma uma nova modalidade de olhar interior que romperia com as visões ideológicas e repercutiria nas concepções ideológicas do homem contemporâneo. TÓPICO 3 1 Escreva acerca de alguns dados curiosos relativos à biografia de Aby Warburg e comente a sua proposta metodológica. R.: Filho de um banqueiro e criado no seio de uma proeminente família judia na Alemanha do século XIX, Warburg renunciou à primogenitura, às responsabilidades gerenciais e contábeis que ela implicava, para dedicar- se exclusivamente às suas paixões: a leitura, a pesquisa e a criação de sua biblioteca-cosmos. Estudada por uma série de historiadores contemporâneos, dentre eles Carlo Ginzburg e Didi-Hubermann, a biblioteca possui um sistema de organização e classificação completamente distinto das demais, pois sua disposição espelha a complexa e sofisticada compreensão warburguiana. Aby Warburg realiza uma viagem até o interior dos Estados Unidos, ainda no início do século XX, na qual se depara com os costumes dos índios Moki e o rito de dançarem com cobras venenosas, o que denomina no livro “Ritual da Serpente” como uma cerimônia em que, em sua noção simbólica, se assemelharia aos rituais realizados pelos gregos no período arcaico. 2 Reflita sobre o conceito relativo ao “paradigma indiciário” de modo a explicar como se dava a pesquisa de Giovanni Morelli. 16 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A R.: Despontando a partir do século XVI, com o auge no século XIX, o paradigma indiciário foi um método científico cuja valorização da observação de pequenos e ínfimos detalhes constituiria a cartografia do acontecido. Um exemplo clássico da aplicação desta técnica seria o famoso detetive Sherlock Holmes, criado pelo também médico Arthur Conan Doyle, que na tentativa de resolver intrincados casos de homicídio, apropria-se do método investigativo do paradigma indiciário para realizar suas deduções. No século XIX o médico Morelli desenvolve um método de análise utilizado amplamente pelos peritos do início do século para desvendar falsificações nas obras de arte. Morelli declara o fato de os museus estarem repletos de quadros atribuídos incorretamente a determinados pintores. Com o intuito de devolver a cada quadro a sua autenticidade, através da denominação correta de sua autoria, afirma, ao contrário do que faziam os especialistas do período, que, ao investigarem a autoria de uma obra, pesquisavam os traços mais marcantes dos pintores e gravadores, o pesquisador morelliano deveria acalentar o desejo pelos mínimos detalhes, pelo indício, pelos sinais invisíveis. 3 Conceitue o significado de iconologia e iconografia e descreva as características das etapas desenvolvidas por Erwin Panofsky. R.: Erwin Panofsky elaborou uma técnica efetiva de análise imagética que pudesse se contrapor, firmemente, às metodologias da época que priorizavam apenas informações superficiais sem a real profundidade solicitada pela imagem. São três as categorias criadas por Panofsky para analisar uma imagem: 1- Pré-iconográfico: nesta etapa deve–se fazer a descriçãodetalhada da cena vista. 2- Iconográfico: neste momento é necessário que haja uma compreensão do contexto histórico e cultural no qual foi produzida a imagem. 3- Iconológico: interpretação do conteúdo essencial da imagem através da interpretação e da expressão de seus valores. 4 Utilize o método iconológico para realizar a análise de uma pintura que apresente um acontecimento histórico. R.: Espera-se que o(a) acadêmico(a) escolha uma imagem histórica e se aproprie da metodologia descrita no exercício anterior de modo a sistematizar a análise utilizando as três etapas propostas por Erwin Panofsky: descrevendo as formas, contextualizando o enredo da imagem e percebendo relações com outras imagens e fontes literárias inerentes ao repertório cultural em questão. 17UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A TÓPICO 4 1 Estabeleça as diferenças entre os dois conceitos propostos por Roland Barthes: o studium e o punctum. R.: O studium relaciona-se às características compartilhadas pela imagem, sendo aliadas aos seus aspectos históricos, políticos e sociais. O studium obteria um caráter mais coletivo e determinaria o contexto cultural e destacaria o sentido óbvio, traços que podem ser codificados e decodificados com facilidade, como a imagem da Última Ceia, por exemplo, onde os países cristãos conseguem reconhecer imediatamente do que se trataria a cena. No entanto, ele atribui um significado distinto àquela condição, que seria a marca de sua análise: o punctum. De acordo com ele, o punctum dispararia no observador uma reação profunda estimulada por determinada fotografia. O punctum poderia produzir um alto grau de intensidade emocional. 2 Quais são as características pertinentes à análise semiótica? R.: Semeiotiké em grego significa: a arte dos sinais. A semiótica é a ciência dos signos e da semiose que estuda os fenômenos culturais através da interpretação de seus sistemas e signos. A ideia de Ferdinand de Saussure, linguista suíço que elevou um dos pilares da teoria semiótica, compreende a cultura como um sistema de signos. A semiologia, hoje conhecida como semiótica, seria uma ciência dos signos, que estudaria os diversos sistemas de convenções culturais que permitem que as ações humanas tenham um significado e se tornem signos. O significado de um signo estaria atrelado a seu valor cultural. Na semiótica, todo o signo compartilhado possui uma relação com o símbolo. A imagem de uma ave branca como a pomba, por exemplo, representaria não o animal, mas poderia ser interpretada como símbolo da paz. A semiótica é uma disciplina que se ocupa do estudo dos diferentes símbolos, do seu processo e sistema. 3 Estabeleça as distinções entre denotação e conotação. R.: A denotação representaria o sentido evidente exposto pelo enunciado, ou seja, detém o caráter descritivo da obra; enquanto que a conotação apresentaria o sentido figurado e a significação dos símbolos mais obscuros no processo de leitura de imagens. Esta etapa seria aquela em que o pesquisador estaria interessado, pois através das medidas relacionadas à conotação poderia constatar certas evidências, elocubrando qual o significado de determinado signo em questão. 18 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A 4 Utilizando a sugestão do UNI, escolha uma imagem antiga e se utilize da tabela de substantivo, adjetivo e sons para auxiliá-lo em uma análise semiótica da imagem. R.: Espera-se que em sua resposta o(a) acadêmico(a) realize no mínimo quatro listas: de verbos, adjetivos, substantivos e sons que se remetam ao universo imagético em questão, estabelecendo com isso critérios contemplativos para que, logo em seguida, ele se aproprie das impressões elencadas e construa uma análise de imagem consistente. TÓPICO 5 Questão única: No tópico anterior você conheceu o trabalho do pintor Cândido Portinari por meio da pintura “Menino morto”. Agora, assista ao filme de Walter Salles Júnior “Central do Brasil” e analise a relação entre a pintura do pintor Cândido Portinari e a imagem dos Retirantes do filme Vidas Secas, de Nélson Pereira dos Santos. Quais seriam as similaridades e distinções entres essas três linguagens e os modos de interpretar a mesma temática? R.: O filme Central do Brasil produzido na década de noventa, “Vidas Secas” dirigido por Nélson Pereira dos Santos e a tela “O menino morto”, do pintor Cândido Portinari, trazem como mote a paisagem árida do sertão nordestino. Apesar das imagens adquirirem tonalidades distintas, Portinari utiliza a rica miríade de cores de sua palheta, enquanto Nélson Pereira dos Santos constrói um filme em preto e branco empenhado nos pressupostos realistas do cinema novo que valorizam o cotidiano cru e sem retoques, no entanto ambos constroem a imagem de um sertão sem esperanças visíveis, com um menino morto atirado no colo de sua mãe. Nélson Pereira dos Santos se inspira no livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, romance que caracteriza a dura vida de uma família de sertanejos retirados da condição de cidadãos e despersonalizados à categoria de frutos de uma paisagem recrudescida e seca no Nordeste brasileiro. Os filhos dos personagens Fabiano e Sinhá Vitória não possuem nem mesmo nomes, são designados apenas como o mais novo e o mais velho. Apenas a cachorra, uma das personagens mais humanas da narrativa, é nomeada, curiosamente, como Baleia. A tela de Portinari e o pôster do filme de Nélson Pereira dos Santos se aproximam do tema de Central do Brasil; no entanto, no filme de Walter Salles ocorre o retorno ao sertão, onde a procura do pai Josué auxiliado por Dora, tenta reconstruir sua história e consolidar suas raízes. Assim como Portinari e Nélson Pereira dos Santos, Walter Salles Júnior se remete ao interior, todavia 19UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A a sua abordagem parece tecer uma perspectiva de retorno esperançoso rumo a um Brasil que se constrói também em sua interioridade radical. TÓPICO 5 1 Discorra sobre a análise de Perec e a exposição cotidiana de imagens e informações a que o sujeito contemporâneo está sujeito. R.: O escritor francês Georges Perec nos revela o absurdo das notícias que recebemos todos os dias; para ele, o que recebemos são notícias de grandes acontecimentos. Nas primeiras páginas e manchetes de jornais, há referência a massacres, mortes, acidentes de trens, aviões. As notícias existem enquanto eventos que destacam a grandiosidade e o extraordinário da vida. Os trens apenas valem existir e se tornar notícia se milhares de passageiros tiverem morrido ao ir trabalhar, em uma manhã de segunda-feira, em um ataque terrorista, em alguma região do mundo. Mortes, acidentes e tumultos acontecem, mas o que Perec expõe é que só passam a ser notícia se se tornam extraordinários. O escritor reivindica, em contraposição ao extraordinário exposto pela mídia, a valorização do que denomina de infraordinário. A maioria dos eventos que nos ocorrem são corriqueiros e banais e neles é que vivenciamos nosso zoológico de emoções; como estamos habituados a ele, não o questionamos, vivendo tantas vezes anestesiados em um tipo de letargia que retarda. Passamos os dias sobre nossos passos ordinários e, no final de cada um deles, paramos para ver o que de grande aconteceu em um outro lugar do mundo. Isso é o que chamamos de informação. Perec não faz uma apologia ao fim dos jornais e noticiários televisivos, ele clama por aquilo que chama de antropologia pessoal, o que se fala sobre nós, em suas palavras, o que nos faz olhar para as pequenas coisas, para nosso cotidiano e nossas histórias, afinal as coisas ao nosso redor parecem estar vivas nos espiando, e os pequenos movimentos que fazemos ao digitar asteclas do telefone também são nosso diário... O escritor escolhe apresentar o cotidiano como o espaço onde habita o insólito, mesmo no mais banal a vida apresenta-se como um lugar premente, incerto e repleto de desencontros, onde, na aparente banalidade, são encontradas as mais interessantes histórias, violentas ou não. 2 Escolha um filme com viés histórico e, através das perspectivas metodológicas de Moran, descritas em Napolitano, desenvolva uma análise fílmica. 20 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD D I D Á T I C A E M E T O D O L O G I A D O E N S I N O D E H I S T Ó R I A R.: Ao escolher o filme, o estudante deve realizar uma série de perguntas e questões a serem desenvolvidas no debate, facilitando uma abordagem criativa do vídeo na sala de aula. O(A) acadêmico(a), neste plano, deve criar situações para a discussão e análise de questões sociais, políticas, econômicas e artísticas que o filme desperta, com o intuito de formar um sujeito crítico e questionador e na tentativa de fugir das possíveis armadilhas representadas pela má utilização do vídeo em sala de aula.
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