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Anomalias de formação e desenvolvimento afetando dentes Esse tipo de anomalia está relacionado com a odontogênese Odontogênese: processo complexo que envolve a interação epitélio oral e o ectomesenquima subjacente. Genes determinam número, forma, tamanho e posição dos dentes – alterações nesses genes geram anomalia dentárias Tipos de anomalia: Alterações de desenvolvimento do número de dentes → Agenesia: Anomalia de desenvolvimento congênita comum Ausência congênita de um ou mais dentes decíduos ou permanentes - Anodontia: ausência de todos os dentes (é raro, ocorre geralmente em casos sindrômicos). - Oligodontia: Ausência de desenvolvimento de seis ou mais dentes - Hipodontia: Termo genérico para dentes ausência até de cinco dentes. É uma anomalia mais comum, Relacionada com a fase de iniciação e proliferação da lâmina dentária. Geralmente ocorre com terceiros molares, segundo pré-molar e incisivos laterais superiores. Incomum em decíduos, associada a microdontia, fatores ambientais e genéticos (mutação nos genes MSX1 e PAX9) Tratamento – apenas relacionado a condição que o paciente apresenta, geralmente ligado a estética, pode ocorrer o aparecimento de diastemas (espaços entre os dentes) Doenças associadas à hipodontia Displasia ectodérmica hipoidrótica hereditária: Distúrbio das estruturas geradas pelo ectodérmica – pode ser a ausência do elemento ou a má formação Nariz em sela, lábios protrusos (mais carnudo), orelhas mal formadas, hiperpigmentação periocular, pelos escassos (hipotricose), diminuição do suor (hipoidrose), hipodontia, oligodontia ou anodontia, mucosa oral seca, pregueada, hipossalivação e xerostomia Problemas com relação ao suor e salivação estão ligadas a deficiências nas glandulas do corpo, visto que essas derivam do ectodérmica A redução do suor gera uma dificuldade para que se consiga controlar a temperatura corporal. Observamos também que os dentes que ainda existem nos pacientes apresentam formato de cone Tratamento de um modo geral para esses pacientes é a restauração da função e estética, em algumas situações pode precisar de próteses totais, tratamento ortodôntico/protético/dentística e até mesmo implantes. → Hiperdontia: Desenvolvimento de um número maior de dentes chamados de supranumerários De 76% a 86% são de um único dente Mais frequente na dentição permanente – 95% em maxila Predileção pela região anterior da maxila Geralmente ocorre com incisivos superiores, molares, pré molares, caninos Pode irromper ou não, ou assumir posição ectópica A teoria mais aceita é da hiperatividade da lâmina dentária Mesiodentes – supranumerário na região de incisivos superiores Distomolar ou distodente – 4° molar formado, geralmente menor que os demais e com raízes fusionadas Paramolar – formados ao lado do molar Dentes natais e neonatais: Natais – presentes ao nascimento Neonatais – surgem em até 30 dias após o nascimento Muitas vezes pode ser supranumerário, podem ser dentes normal da arcada, cistos da lâmina dentária (parece dente, mas não é) Geralmente não se indica a remoção do elemento, se deve analisar se realmente é um dente e observar o que esses dentes estão provocando, pois podem gerar ulcerações devido possuírem uma borda cortante (CD lixa o dente) Deve-se descobrir se é supranumerário ou dente normal da arcada mais à frente na vida dessa criança pois recém nascidos são inviáveis de realizar raio X OBS. No caso de nascerem dentes aos dois/três meses de vida chama-se de erupção precoce (aos cinco meses já é normal). Esse padrão de erupção também pode ser retardado. Úlcera de riga-fede: ulcera traumática dos tecidos moles que podem ocorrer durante a amamentação Síndromes associadas à hiperdontia Displasia cleidocraniana: clavículas hipoplásicas, crânio grande, falta de erupção de vários elementos dentários, incluindo um número grande de supranumerários Síndrome de Gardner: dentes supranumerários, osteomas (tumores em ossos longos), pólipos intestinais, odontomas, dentes impactados → Microdontia: Microdontia isolada – comum diâmetro MD reduzido, comum incisivos laterais superiores e 3° molares Microdontia difusa – incomum, associado a síndrome de Down, nanismo hipofisário Microdontia relativa – maxilares maiores e dentes do tamanho normal naquele espaço maior, é um caso de macrognatia, faz parecer que os dentes é que são menores, mas na verdade é a maxila/mandíbula. → Macrodontia: Dentes maiores que o normal no sentido MD e longitudinal Macrodontia difusa (raro) – gigantismo hipofisário Macrodontia isolada: geralmente em incisivos ou caninos, temos dificuldade na erupção devido seu tamanho e dente mais suscetível a cárie, pois podem ficar mal alinhados na arcada dificultando a limpeza Alterações de desenvolvimento da forma dos dentes → Geminação: Tentativa de um único germe dentário de se dividir para formar dois dentes, contudo a tentativa é frustrada pois não ocorre essa divisão Resulta em um dente aumentado e geralmente apresenta uma raiz e um canal radicular, observamos até mesmo a formação de um sulco na coroa do dente. A contagem dentária é normal visto que o dente anômalo é considerado como único. → Fusão: União de dois germes (ainda não é dente) dentários que normalmente estão separados acabam se unindo por motivo desconhecido Resulta em dente unido com confluência de dentina, temos duas raízes e canais radiculares Dente único aumentado/unido no qual a contagem dentária revela a falta de um dente quando o dente anômalo é contado como um Não há necessidade de tratamento nos casos de fusão ou geminação, visto que geralmente ocorre em dentes decíduos. → Concrescência: União de dois dentes pelo cemento, não envolve a confluência da dentina. Pode ocorrer devido trauma e então o cemento aumenta na tentativa de reparar a lesão, em outros casos também de necrose pulpar causado por cárie levando a uma destruição tecidual de cemento que pode unir o elemento a outro que esteja perto Ocorre união apenas pelo cemento de dois dentes ligados ao longo das superfícies radiculares Importância clínica de saber se temos concrescência para casos de exodontia dos dentes envolvidos nesses processos para que não ocorram fraturas → Cúspides acessórias: Cúspide/tubérculo de carabelli: cúspide acessória na palatina da cúspide mesiolingual dos molares superiores. Ocorre em decíduos ou permanentes. Pode ser necessário ocorrer um selamento da região prevenindo a formação de cárie, por exemplo. Devido sua posição ela não gera interferência oclusão Cúspide em garra: cúspide adicional na superfície lingual de um dente anterior (cíngulo aumentado). Ocorre geralmente nos ILS (incisivo lateral superior) e IC (Incisivo central). Pode acabar prejudicando a oclusão. Caso raro na dentição decídua. Dente evaginado: Consiste em uma elevação semelhante a uma cúspide de esmalte. Ocorre na região central da face oclusal, pode promover contato prematuro na oclusão – deve então se realizar um desgaste seletivo em várias sessões, deve-se observar se existe processo carioso na região Localizada no sulco central ou na crista lingual da cúspide vestibular de pré-molares ou de molares O dente evaginado pode se associar a uma variação chamada de incisivos em forma de pá (foto) → Dente invaginado (dens in dent): Invaginação acentuada na superfície da coroa ou raiz limitada por esmalte Predomínio em incisivos laterais superiores, mas pode ocorrer também em incisivos centrais, pré-molares, canino Incomum na dentição decídua Invaginação contornada por esmalte dando o aspecto de um dente dentro de outro O dente invaginado é caracterizado por profunda invaginação da superfície da coroa ou da raiz que é limitada pelo esmalte. Se esse dens in dentnão for percebido logo pode ocorrer a manifestação de um processo carioso A comunicação do dens in dent com a polpa pode ocasionar a necrose desta, ou então ele está muito próximo com a polpa, logo se faz importante o diagnóstico precoce A área radiopaca se refere a presença de esmalte no dens in dent sendo periférica, no seu interior é radiolúcido, pois é tecido conjuntivo. → Esmalte ectópico: Esmalte em locais que não deveria existir, provavelmente na odontogênese ocorreu uma reativação da bainha de hertwig São estruturas esféricas de esmalte, podem conter dentina e polpa subjacentes São dentes mais propícios de terem doenças periodontais, logo deve ocorrer uma higiene mais eficientes. Não temos tratamento, apenas um reforço na higiene do paciente Podemos ter uma extensão cervical do esmalte: extensão triangular do esmalte a partir da junção amelocementária para a bifurcação de um dente molar → Taurodontia: Aumento do corpo e da camara pulpar de um dente multirradicular com deslocamento apical do assoalho pulpar e da bifurção das raízes (raízes se tornam curtas, pois a bifurcação ocorre mais apical) Recebe esse nome, pois o dente se assemelha ao de ruminantes O grau de taurodontia pode ser classificado de acordo com o grau de deslocamento apical do assoalho pulpar Síndromes associadas a taurodontia: Não há necessidade de tratamento, e o diagnóstico é radiográfico Sua importância clinica é que aquele elemento dentário poderia interferir no tratamento de uma prótese fixa, pois ele não poderia ser usado como pilar de uma prótese, visto que apresenta uma raiz curta. → Hipercementose: Deposição não neoplásica excessiva de cemento ao longo do cemento radicular normal Ocorre o espessamento da raiz ou raiz rômbica (arredondada) Lâmina dura intacta Localizada ou generalizada – pré-molares Ocorre predominantemente em adultos e a frequência aumenta com a idade Umas das causas da hipercementose é o trauma, logo ocorre sua ligação com a idade Implicação clínica: exodontia e movimentação ortodôntica Fatores associados à hipercementose: Doença de Paget do osso: sem nenhum proposito (anárquicas) ocorre a reabsorção e deposição óssea resultando em deformidade e enfraquecimento esquelético Em portadores dessa doença precisam constantemente trocar de prótese dentária devido ao crescimento ósseo Essa doença pode ser chamada de doença do chapéu Complicações clinicas da hipercementose são na exodontia e ortodontia pois o trabalho se torna mais complicado/trabalhoso → Raízes supranumerárias: Aumento do número de raízes nos dentes, comparado com aquele classicamente descrito na odontologia Implicação clínica: casos de endodontia e exodontia → Dilaceração: Angulação anormal ou curvatura na raiz ou, menos frequentemente, na coroa do dente Fatores idiopáticos (não se sabe a causa), traumáticos ou secundariamente a cisto ou tumor adjacente Radiografia essencial – implicação clínica na endodontia, ortodontia (cuidado na movimentação do dente para não promover reabsorção da raiz dos dentes vizinhos) e exodontia Alterações da estrutura dentária Anormalidades na formação do esmalte ficam permanentemente marcadas na superfície dos dentes O desenvolvimento do esmalte passa por estágios – formação de matriz, mineralização, maturação O esmalte não sofre remodelação, apenas o osso O período em que ocorre a agressão aos ameloblastos tem grande importância na localização e aparência do defeito do esmalte → Hipoplasia de esmalte: Defeito na estrutura do esmalte causado por um fator ambiental, o fator pode ter agido em diferentes fases da formação do esmalte Defeito quantitativos ocorrendo na forma de fosseta, ranhuras ou grandes áreas sem ausência de esmalte – não ocorre em todos os dentes O período em que a agressão ocorreu tem grande importância no defeito do esmalte Defeito do esmalte causado pela doença inflamatória periapical dos dentes decíduos sobrejacentes ou por trauma O trauma pode fazer com que os ameloblastos façam uma parada na produção de esmalte A hipoplasia de Turner está relacionada com uma hipoplasia do esmalte causada por trauma, em casos de problema endodôntico/cárie no dente decíduo pode prejudicar o permanente Fatores que determinam o grau de danos aos dentes permanentes pela infecção do dente decíduo: • Estágio de desenvolvimento dentário • Período de tempo da infecção ativa • Virulência dos organismos infecciosos • Resistência do hospedeiro à infecção O aspecto clínico das alterações varia em função da época e da gravidade do dano A superfície dos incisivos superiores é mais acometida devido a posição do ápice e do germe dentário Podem surgir zonas de pigmentação branca ou amarelo-acastanhada com ou sem área de hipoplasia do esmalte OBS. Traumas podem influenciar em significativa alteração na dentição permanente, os incisivos centrais são os mais acometidos → Hipoplasia causa por terapia antineoplásica: Aumento no número de alterações de desenvolvimento. Produz alterações em pacientes abaixo de 12 anos de idade e mais extensamente em pacientes com menos de 5 anos. Alterações mais frequentes: Hipodontia, Microdontia, Hipoplasia. Rizomicria – raiz com tamanho menor que o normal → Fluorose dentária: alguns autores também chamam de hipoplasia do esmalte. O flúor cria defeitos através da retenção das amelogeninas – hipomineralização A gravidade da fluorose dentária é dose-dependente Ingestão de doses elevadas de flúor durante períodos críticos do desenvolvimento dentários – fluorose mais grave Áreas com esmalte branco, opaco e sem brilho – pode apresentar áreas amarelas ou marrom-escura O diagnóstico requer: Defeitos bilaterais – simétricos, encontrar evidencias de consumo excessivo de flúor, níveis elevados de flúor no esmalte ou outro tecido. ▪ Hipoplasia sifilítica Sífilis congênita-tríade = Dentes de Hutchinson, ceratite ocular e surdez Temos incisivos de Hutchinson e molares em amora (deposição irregular de esmalte em glóbulos lembrando uma amora) A sífilis congênita resulta em um quadro de hipoplasia de esmalte ▪ Amelogênese imperfeita Grupo complexo de condições que demonstram alterações de desenvolvimento na estrutura do esmalte na ausencia de uma alteração sistêmica ou síndrome Não tem relação com fatores ambientais, apenas genético/hereditário As alterações podem surgir em qualquer etapa de formação do esmalte – pode se relacionar com a elaboração da matriz orgânica, mineralização da matriz e maturação do esmalte Pode ser de herança autossômica dominante, autossômica recessiva (mais grave – compromete todos os dentes de todas dentições), ou ligada ao cromossomo X. Temos o acometimento difuso tanto dos dentes decíduos como dos permanentes, na grande maioria ▪ Hipoplásica – a alteração básica se concentra na deposição inadequada da matriz de esmalte (altera a forma) -> padrão pode ser generalizado ou localizado ▪ Hipomaturada: contém proteína residual no esmalte – devem ser reabsorvidas Matriz de esmalte apropriadamente depositadas (quantidade do esmalte é normal), mas os cristais não maturam e não temos a remoção completa das proteínas Ocorre mineralização Forma normal, manchas opacas, brancas, marrom ou amarelas Ligadas ao cromossomo X ou são autossômicas recessivas ▪ Hipocalcificada: Falta de proteína residual, mas não tem mineralização Anormalidades mais graves Temos um esmalte mole e facilmente perdido, coloração marrom, amarelado, alaranjado A maioria é autossômica dominante De modo geral... Amelogênese imperfeita compromete estética, alteração de cor, aumento da prevalência de cárie, perda da estrutura do esmalte (dimensão vertical) Tratamento: depende do tamanho e tipo da alteração, alémda gravidade → Dentinogênese imperfeita: Distúrbio de desenvolvimento da dentina na ausência de desordem sistêmica Todos os dentes de ambas as dentições são afetados – decídua mais afetada Mutação no gene da sialoproteína da dentina Dentes com aspecto mais azulado ▪ Temos os tipos: Tipo I – associada a osteogênese imperfeita Tipo II – apenas alteração dentária Tipo III – tipo brandywine (tipo raro) Osteogênese imperfeita: doença caracterizada por fragilidade óssea causa por defeito qualitativo ou quantitativo do colágeno tipo 1 (distúrbio na maturação do colágeno, mutação em genes que guiam a formação do colágeno, esclera azul, deformidade nos ossos longos) ▪ Características clínicas do tipo I e II: Coloração azul-amorronzada, castanho, azulado, cinza, com brilho opalescente Dentes decíduos afetados mais gravemente Junção amelo-dentinária defeituosa – faz com que o esmalte se destaque Desgaste rápido da dentina exposta - sensibilidade Dentes em forma de concha Radiograficamente os dentes apresentam coroas bulbosas, constricção cervical, raízes delgadas e obliteração precoce dos canais radiculares e câmaras pulpares. Tratamento para restaurar estética e função de acordo com cada caso observado
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