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1 Disciplina: Elaboração de indicadores na área da saúde Autor: Esp. Fabiano Felipe Portela Santos Revisão de Conteúdos: Esp. Murillo Hochuli Castex Revisão Ortográfica: Esp. Juliano de Paula Neitzki Ano: 2019 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 2 Fabiano Felipe Portela Santos Elaboração de indicadores na área da Saúde 1ª Edição 2019 Curitiba, PR Editora São Braz 3 Editora São Braz Rua Cláudio Chatagnier, 112 Curitiba – Paraná – 82520-590 Fone: (41) 3123-9000 Coordenador Técnico Editorial Marcelo Alvino da Silva Revisão de Conteúdos Murillo Hochuli Castex Revisão Ortográfica Juliano de Paula Neitzki Desenvolvimento Iconográfico Juliana Emy Akiyoshi Eleutério FICHA CATALOGRÁFICA SANTOS, Fabiano Felipe Portela. Elaboração de indicadores na área da saúde / Fabiano Felipe Portela Santos. – Curitiba: Editora São Braz, 2019. 52 p. ISBN: 978-85-5475-407-5 1.Indicadores. 2. Informação. 3. Saúde. Material didático da disciplina de Elaboração de Indicadores na área da saúde – Faculdade São Braz (FSB), 2019. Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870 4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos, o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 5 Sumário Prefácio ................................................................................................................. 7 Aula 1 – Introdução à elaboração de indicadores de saúde ................................... 8 Apresentação da Aula 1 ......................................................................................... 8 1.1 O indicador de saúde ............................................................................... 8 1.1.1 Conceitos relevantes para o gestor de saúde ........................................ 9 1.1.2 O que é gerenciar? ................................................................................ 10 1.1.3 O que é uma Organização?.................................................................... 10 1.1.4 Qual é a Visão das Organizações? ........................................................ 11 1.1.5 Sistema ou Processo ............................................................................. 12 1.1.6 Ambiente interno e externo da organização ........................................... 14 1.2 Por que usar os indicadores? .................................................................... 15 1.3 Tecnologia da informação (TI) .................................................................. 17 Conclusão da Aula 1 .............................................................................................. 18 Aula 2 – Conhecendo o indicador .......................................................................... 19 Apresentação da Aula 2 ......................................................................................... 19 2.1 Indicadores ............................................................................................... 19 2.2 Indicadores ou índices .............................................................................. 20 2.3 Quantidade de informação e nível de agregação ...................................... 21 2.4 Indicadores na hierarquia empresarial ...................................................... 21 2.5 Aplicação do conceito de produtividade .................................................... 22 2.6 Definição do Indicador .............................................................................. 24 2.6.1 Relação com o ambiente de avaliação ................................................... 25 2.6.2 Relação com a estrutura do indicador .................................................... 27 Conclusão da Aula 2 .............................................................................................. 27 Aula 3 – Cálculo dos indicadores ........................................................................... 28 Apresentação da Aula 3 ......................................................................................... 28 3.1 Cálculos dos indicadores .......................................................................... 28 3.2 Descrição dos indicadores ........................................................................ 29 3.3 Expressões dos indicadores ..................................................................... 29 3.3.1 Número .................................................................................................. 29 3.3.2 Média ..................................................................................................... 29 3.3.3 Razão .................................................................................................... 30 3.3.4 Proporção .............................................................................................. 30 3.3.5 Taxa ....................................................................................................... 31 3.3.6 Incidência .............................................................................................. 31 3.3.7 Prevalência ............................................................................................ 32 6 3.4 Uso da porcentagem ................................................................................. 32 3.5 Ficha técnica do indicador ........................................................................ 33 3.6 Construção dos indicadores ..................................................................... 34 3.6.1 Cronologia de Indicadores ..................................................................... 34 3.6.2 Etapas para definição ............................................................................ 34 3.6.3 Plano para definição dos indicadores .................................................... 35 Conclusão da Aula 3 .............................................................................................. 35 Aula 4 – Representação dos indicadores ............................................................... 36 Apresentação da Aula 4 ......................................................................................... 36 4.1 Representação dos Indicadores ............................................................... 36 4.2 Levantamento de dados ...........................................................................37 4.3 Representação da informação .................................................................. 38 4.3.1 Tabelas .................................................................................................. 38 4.3.2 Gráficos ................................................................................................. 39 4.4 Interpretação e análise ............................................................................. 43 4.5 Indicadores de saúde ................................................................................ 43 Conclusão da Aula 4 .............................................................................................. 46 Índice Remissivo ................................................................................................... 49 Referências ........................................................................................................... 51 7 Prefácio Na disciplina de Elaboração de indicadores na área da saúde temos como base a compreensão dos ambientes externos e internos das organizações de saúde, para que, como gestores, possamos tomar decisões mais assertivas com maior rapidez. É possível afirmar que os indicadores de saúde são ferramentas do gestor para que possa realizar o acompanhamento de uma ação de melhoria até a efetividade de um projeto, com base nas características e perfil da sociedade na qual presta seus serviços. Por isso, dizemos que os indicadores são a informação sobre determinada situação que precisa ser gerenciada. Como toda informação, precisamos compreender os fatos geradores que são o alvo das mudanças e correções para atingir os objetivos estabelecidos. Durante a disciplina, você estará relembrando alguns conceitos importantes sobre as organizações, para que possa atingir os objetivos estratégicos como empresa e como prestador de serviços à comunidade, por meio da elaboração de indicadores que irão auxiliá-lo na aplicação e controle de melhorias no processo da saúde. 8 Aula 1 – Introdução à elaboração de indicadores da saúde Apresentação da aula 1 Esta aula será a introdução à elaboração dos indicadores de saúde, de modo que veremos um pouco da sua história, a sua padronização a nível mundial, o indicador como informação para a tomada de decisão e a visão empresarial do gestor na organização e na prestação de serviços com os objetivos de proporcionar uma melhor qualidade de vida à população. 1.1 O indicador de saúde Como avaliar a saúde? Essa é a pergunta mais frequente entre os profissionais de saúde, pois existe uma grande quantidade de variáveis que podem influenciar o seu resultado. Estamos falando de fatores como o nível e o padrão de vida da comunidade em que se trabalha. Estudos vêm sendo realizados pelos países, inclusive o Brasil, observando um modelo de comparação entre as regiões com base na linha de tempo. São pesquisas periódicas que ajudam o gestor de saúde a usá-las como benchmarking para comparar e avaliar a qualidade de vida nos países, estados, municípios e na própria região em que trabalha. Essas pesquisas seguem as definições da Organização Mundial de Saúde, que, por meio da formação de um comitê na década de 1950, analisou as melhores condições para a avaliação do nível de saúde. Como não se conseguiu chegar a um único indicador, foram definidos 12 componentes passíveis de quantificação, são eles: 1. Saúde, incluindo condições demográficas; 2. Alimentos e nutrição; 3. Educação, incluindo alfabetização e ensino técnico; 4. Condições de trabalho; 5. Situação de emprego; 6. Consumo e economia gerais; 7. Transporte; 9 8. Moradia, incluindo saneamento e instalações domésticas; 9. Vestuário; 10. Recreação; 11. Segurança social; 12. Liberdade humana. Como o padrão e o nível de vida influenciam os indicadores de saúde, podemos perceber a complexidade quanto à avaliação e envolvimento dos componentes. Para o nosso estudo, estaremos nos concentrando no item 1, “Saúde incluindo condições demográficas”. Dessa maneira, segundo Pereira, o indicador de saúde tem a conotação de demostrar a situação de saúde de um indivíduo ou de uma população. 1.1.1 Conceitos relevantes para o gestor de saúde Atualmente, o gestor de saúde precisa, além do conhecimento de sua área de atuação, conhecer sobre custos, recursos humanos, suprimentos, estratégias, mercado etc., ou seja, conceitos da administração. Vamos relembrar alguns desses conceitos que serão importantes para a elaboração dos indicadores nas próximas aulas. Gestor de saúde Fonte: https://setorsaude.com.br/teresinhavalduga/files/2013/07/Como-formar- gestores-para-a-sa%C3%BAde.jpg 10 1.1.2 O que é gerenciar? Ao procurar em qualquer dicionário da Língua Portuguesa, ele informará que “gerenciar” é o sinônimo de administrar, ou seja, o gerenciamento de uma área é o mesmo que fazer a sua gestão ou administrá-la. Dessa maneira, em uma organização, quando identificamos o gerente, e/ou o diretor ou presidente, podemos concluir que o principal papel deles é gerir ou administrar a organização ou determinadas áreas sob sua responsabilidade. Como exemplos: o gerente da pediatria, o gerente da cardiologia, o gerente da clínica médica etc. Podemos dizer que o gerente deve conhecer o seu processo, pois é o responsável pelos resultados na sua área de atuação (ex.: pediatria), proporcionando a qualidade de vida aos seus pacientes (indicadores importantes como: mortalidade, morbidade etc.) e correspondendo aos objetivos da organização em que trabalha (natalidade, amamentação, vacinação etc.). 1.1.3 O que é uma Organização? Uma organização é uma empresa a ser administrada. Podemos considerá-la como uma entidade social formada por pessoas e recursos que se relacionam a um proposito ou objetivo comum. As organizações na área de saúde são os hospitais, laboratórios, clínicas e consultórios, podendo ser de iniciativa privada, estatal ou organizações não governamentais sem fins lucrativos (ONGs). Vejamos: é uma entidade social porque as organizações somente existem para atender as necessidades das pessoas. Se uma organização não realiza os serviços que a população necessita, ela se torna obsoleta. Quando falamos que a organização deve ter um objetivo comum, é porque elas estrategicamente devem identificar o porquê da sua existência. Como exemplo, um hospital que tem em seu propósito atender a população carente apresenta objetivos e esforços humanos e materiais voltados para adequar as suas condições a esta realidade. 11 1.1.4 Qual é a Visão das Organizações? Para que uma organização possa sobreviver no mercado, o gestor deve se atentar à existência de três itens importantes, que chamamos de visão de futuro e que podemos observar na imagem a seguir: Visão de futuro das empresas privadas Fonte: elaborado pelo autor (2019). Satisfação do Cliente: a satisfação do cliente é sinônimo de que ele comprará novamente o seu produto ou serviço e o indicará para novos possíveis compradores. Podemos usar a velha expressão “o cliente satisfeito sempre volta”; Participação no Mercado: a empresa precisa sempre pensar em crescer. Desse modo, investe em ampliar o seu mercado de atuação, por meio da localização de venda ou de novos produtos ou serviços que a farão crescer em produção e vendas, não ficando restrita apenas a uma região ou clientes; Lucro: uma empresa existe se possuir resultado positivo financeiramente, ou seja, lucro. Sem ter o lucro a médio e longo prazo, a empresa acaba em falência, pois terá o acúmulo de prejuízos. O dono, sócios e/ou acionistas de uma empresa somente investem para que possam ter umretorno do seu Satisfação do Cliente Participação de Mercado Lucro $$ ~~~~Velocidade 12 investimento. Já nas empresas estatais e ONGs, podemos alterar a participação de mercado, possibilitando que o lucro e os resultados sejam alcançados. Observe a figura abaixo: Visão de futuro das empresas estatais Fonte: elaborado pelo autor (2019). É possível concluir que os três itens que compõem a visão de uma empresa precisam estar funcionando simultaneamente e que por meio de uma organização adequada da empresa eles acabam gerando os resultados positivos esperados. Se um deles não funcionar, os demais podem ser comprometidos. 1.1.5 Sistema ou Processo Charlene e Murray (1994) apontam que os sistemas de uma organização também podem ser conhecidos como processos. Todo processo é uma série de etapas que transformam o resultado ou o produto à medida que este percorre a sequência de tarefas ou funções. Observe a imagem a seguir: Processo ou Sistema Fonte: elaborado pelo autor (2019). Podemos identificar dois tipos de sistemas ou processos, são eles: Satisfação do Cliente Ser Referência no Mercado Resultados 13 Sistema (ou Processo) Fechado: não depende e não sofre influência de fatores externos. Exemplos: relógio, máquina. Sistema (ou Processo) Aberto: depende e sofre influência de fatores internos e externos a ele. Exemplos: sistemas biológicos, sistemas sociais. Quando a empresa excede suas atividades internas, é necessária a criação de um modelo sintetizado das diversas funções, com relações entre o ambiente interno e externo. Empresa Sistema Aberto Tal visão ressalta que o ambiente em que a empresa está inserida é essencialmente dinâmico, fazendo com que um sistema organizacional, para sobreviver, tenha de responder eficazmente às pressões exercidas pelas mudanças contínuas e rápidas. As organizações passaram a se preocupar mais com os seus processos para evitar perdas durante a transformação ou produtos danificados, de modo a se tornarem mais competitivas. Dessa maneira, começaram a controlar melhor o seu processo por meio de técnicas de controle estatístico de processo e medidas de performance ou indicadores específicos em cada etapa. Controle do Processo de Transformação Fonte: elaborado pelo autor (2019). 14 Para poder medir a performance do processo, são utilizados indicadores com relação à sua capacidade de resposta, que podem estar ligados aos processos e que demonstram a qualidade, custo e produtividade. No processo podemos ter os indicadores de eficiência e os de eficácia: Indicador de Eficiência: indica a capacidade que uma empresa tem de resolver problemas internos. O indicador demonstra a melhoria a cada momento no seu processo. Ex.: indicador de produtividade dos médicos em atendimento ao público; Indicador de Eficácia: indica a capacidade que uma empresa tem de resolver problemas externos. O indicador demostra a assertividade em atender a população. Ex.: indicador de campanha de vacinação, que deve atingir um determinado número da população. Não pode ser menor do que a meta. 1.1.6 Ambiente interno e externo da organização O ambiente interno de uma organização é formado pelos seus processos e subprocessos. Vejamos como é um Sistema ou Processo no ambiente interno da empresa: Processo no Ambiente Interno Fonte: elaborado pelo autor (2019). As etapas do processo de produção de um produto ou serviço correspondem às necessidades de recursos (mão de obra, capital, energia, matéria-prima etc.) utilizados no trabalho de transformação e podemos identificar como sendo o INPUT (entradas). Com esses recursos, realizamos o trabalho de 15 transformação, em que, ao final da etapa, no output (saídas), teremos o produto ou serviço. Observe que, até o momento, estamos falando do ambiente interno de uma empresa. Agora, vejamos qual a interferência do ambiente externo no processo organizacional: Interferências Externas no Processo Interno (Ambiente Externo) Fonte: elaborado pelo autor (2019). O processo do ambiente interno da organização sofre interferência de vários fatores externos, como fornecedores, clientes, tecnologia, recursos naturais, leis, conceitos e padrões, sociedade, economia, concorrência e política. Dessa maneira, para que o processo interno seja eficiente, é preciso equilibrar e entender esses fatores externos. 1.2 Por que usar os indicadores? Segundo o ORBIS (Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade), os indicadores são fundamentais para subsidiar a formulação de políticas sociais, possibilitando o monitoramento das condições de vida e bem-estar da população e a dinâmica das mudanças sociais. Para potencialização das atividades do analista, os indicadores são usados: Para avaliar a evolução da sociedade e os níveis de qualidade de vida das pessoas; 16 Para planejar, medir e comunicar os resultados e os impactos alcançados; Para manter o foco, fazendo a coisa certa, no tempo certo; Para cuidar das prioridades, alertando sobre riscos, exercendo a cidadania. 1.2.1 Sistema de informação É qualquer sistema que possui dados de entrada que tenham por fim gerar informações de saída para suprir determinadas necessidades. Permite ainda: manter o fluxo de informações na organização e criar relacionamentos entre os departamentos. Por isso, na elaboração dos indicadores, é preciso compreender como eles são formados. Assim, precisamos dos seguintes conceitos: Dados: conjunto que expressa um fato isolado gerado por uma atividade que pode ser controlada. É um sinal não processado, relacionado, ou interpretado sem qualquer sentido inerente em si mesmo; Informação: são os dados organizados e classificados para suprir um objetivo específico. É a organização de uma série de dados de forma significativa, analisados e processados, gerando hipóteses, sugerindo soluções e sugestões justificadas com argumentos críticos usados para apoiar o processo de tomada de decisão. Conhecimento: segundo Beal (2008), é a informação adicionada ao conhecimento pré-existente, experiências e valores. Então, vejamos: 17 Organização para a tomada de decisão Fonte: elaborado pelo autor (2019). Podemos evidenciar também que a Gestão da Informação é organizar os dados para que possamos tomar decisões mais assertivas no ambiente empresarial e a Gestão do Conhecimento é utilizar a informação com a experiência acumulada. 1.3 Tecnologia da informação (TI) Base estrutural para um ambiente em que os dados possam ser corretamente coletados e as informações corretamente processadas e distribuídas em toda a organização. As TIs, então, são ferramentas utilizadas no sistema de informação como o software informatizado para gestão, aplicativos (APP), nuvem, impressoras, smartphones, notebooks, redes wifi, Business Intelligence (BI) etc. As TIs ainda estão relacionadas aos seguintes fatores: Resolução de problemas; Melhorar o controle; Melhorar o fluxo de informações; Melhorar o processo de tomada de decisões. 18 As empresas procuram gestores que compreendam e apliquem a tecnologia nos seus processos. Para a organização, os maiores problemas em seus sistemas de informações para a tomada de decisões são a disponibilidade da informação e a rapidez de degradação de informação. Conclusão da aula 1 É possível constatar que para a compreensão de uma adequada elaboração dos indicadores é necessário conhecer os conceitos referentes ao processo que se quer controlar, identificado as etapas de input, transformação e output, bem como os conceitos de dados e informação, que são respectivamente o cruzamento dos dados coletados para geração da informação que será o indicador.Destacamos a identificação do sistema de informação e as ferramentas de TI, uma vez que o sistema de informação da organização gera muitos dados e precisamos da tecnologia para o rápido processamento dos dados e informações para a adequada tomada de decisão dos gestores. Nesta aula iniciamos a introdução à elaboração dos indicadores de saúde, de modo que verificamos quais são as características desses indicadores e como eles são formados. Para isso, foi preciso entender o seu contexto no ambiente em que desenvolvemos nossas atividades e relembrar de alguns conceitos empresarias importantes. Atividade de Aprendizagem Escolha uma área de saúde como: pediatria, clínica geral, oncologia etc. Monte um processo macro utilizando o input, transformação e output e identifique quais variáveis externas podem interferir na realização do serviço final (output). No seu processo, identifique os dados que devem ser coletados para gerar a informação de controle. 19 Aula 2 – Conhecendo o indicador Apresentação da aula 2 Nesta aula iremos conhecer a importância do uso do indicador pelo gestor para a organização e também dar início à estruturação do indicador e à coleta de dados para a sua composição. Poderemos perceber que os dados podem informar indicadores que atendem aos três níveis hierárquicos da empresa. 2.1 Indicadores A necessidade de desenvolver métodos objetivos de avaliação da qualidade tem determinado o crescente interesse das organizações em investir em mecanismos quantitativos, precisos, de fácil visibilidade e perfeitamente adequados a processos dinâmicos. Os indicadores são hoje a principal ferramenta do gestor. Tomando por base a interpretação de gráficos, o gestor pode rapidamente tomar uma decisão em função da tendência apresentada ou rapidamente se aprofundar no que gerou a mudança da constância desse gráfico. Já, quando falamos da avaliação de vários indicadores, a ação do gestor pode ser mais assertiva ainda. Dizemos então que o gestor precisa de um painel de controle. Painel de controle Fonte: https://www.brainsell.net/wp-content/uploads/2018/04/power-bi-screenshot- sm.jpg https://www.brainsell.net/wp-content/uploads/2018/04/power-bi-screenshot-sm.jpg https://www.brainsell.net/wp-content/uploads/2018/04/power-bi-screenshot-sm.jpg 20 Curiosidade Você lembra do carro Fusca? O painel do fusca era muito simples, pois somente tinha o velocímetro e o marcador de combustível. Isso quer dizer que se houvesse uma perda de potência do motor em função de aquecimento, você não saberia o que estaria acontecendo. Por outro lado, os carros atuais possuem um painel de controle mais completo, no qual podemos rapidamente identificar um problema desta natureza. Nas empresas de hoje é assim também. Importante O que significa controlar? Significa conhecer a realidade, compará-la com o que foi previsto, tomar conhecimento rápido das divergências, suas origens e tomar atitudes para a sua correção. 2.2 Indicadores ou índices Indicadores são variáveis definidas que estão relacionadas a um significado social, econômico ou ambiental, com intenção de orientar uma decisão sobre determinado fenômeno. Índices referem-se à combinação de diversas variáveis que sintetizam um conceito complexo, ou seja, a junção de vários indicadores para proporcionar uma avaliação. Vejamos como exemplo: Como Fenômenos Multidimensionais, temos a: qualidade de vida. Como conceito, temos condições de vida. O que envolve: aspectos físicos, mentais, emocionais e psicológicos que envolvem saúde, educação, renda e meio ambiente. Ex. de indicador: número de anos que se pode viver, conforme taxa de mortalidade e espaço geográfico (expectativa de vida); 21 Ex. de índice: FIB (Felicidade Interna Bruta). Combinação de nove dimensões: bem-estar, meio ambiente, saúde, educação, cultura, padrão de vida, uso do tempo, vitalidade e boa governança. Porém, tanto indicadores como índices são considerados como indicadores quando relacionamos à saúde. 2.3 Quantidade de informação e nível de agregação Podemos observar que quanto maior o nível de agregação dos dados, maior será a facilidade de interpretação das informações, permitindo a rapidez na tomada de decisão. Pirâmide – Quantidade de informação e nível de agregação Fonte: (ORBIS, 2011). Nesse contexto, quanto menor o nível de agregação dos dados, melhor a possibilidade de cruzar os dados e aplicar estatísticas para aprofundar o conhecimento. 2.4 Indicadores na hierarquia empresarial Os dados tratados podem ser utilizados em mais de um indicador na empresa, podendo ser utilizados em indicadores a nível operacional (operação da empresa), nível tático (gerência) e nível estratégico (direção). 22 Nível Hierárquico e Indicadores Fonte: elaborado pelo autor (2019). Como exemplos, podemos observar: Indicador Operacional: quantidade de horas médico pediatra x dia; Indicador Tático: quantidade de horas médico pediatra x valor da hora; Indicador Estratégico: custo do médico pediatra x faturamento do hospital. 2.5 Aplicação do conceito de produtividade A produtividade demonstra se estamos melhorando, piorando ou mantendo uma mesma base na realização das atividades ou ações, não avaliando somente o número absoluto. Dessa maneira, a produtividade é calculada pela regra básica de cálculo com a visão do fluxo do processo, utilizando o output (saída) pelo input (entrada). 23 Fonte: elaborado pelo autor (2019). Exemplo: qual a eficiência econômica de uma empresa que incorreu em custos de $150.000,00 para gerar uma receita de $176.000,00? Custos é o INPUT (o que é necessário para produzir algo) = $ 150.0000,00 Receita é o OUTPUT (foi o resultado do que você precisou nos custos) = $ 176.000,00 Produtividade = 176.000,00 / 150.000,00 = 1,173 Converse Com Seus Colegas No mês de janeiro, a empresa ABC produziu 1.250 unidades do produto Alpha, com a utilização de 800 homens/hora. Em fevereiro, devido ao número de dias úteis, produziu 1.100 unidades, com a utilização de 700 homens/hora. Junto a um colega, determine a produtividade total nos meses de janeiro, fevereiro e sua variação. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA No livro Iniciação a Sistemas, Organização e Métodos: SO&M, Idalberto Chiavenato apresenta conceitos essenciais para a sistematização e organização de empresas. Ao longo da obra, evidencia a inovação como fator fundamental para o desenvolvimento de um perfil criativo voltado para a SO&M. Observa-se que, dentro do conceito de produtividade, o gestor possui três ações gerenciais a serem tomadas, são elas: 24 Três ações gerenciais Fonte: elaborado pelo autor (2019). 2.6 Definição do Indicador Refere-se a um mecanismo de avaliação formulado em bases mensuráveis (quantitativas), ou seja, sempre expressos em números (valores associados e escalas contínuas). Podemos dizer que os indicadores medem a qualidade e são chamados de KPI (Key Performance Indicator). Desse modo, possuem um conjunto de características bem definidas: 1. Objetividade; 2. Clareza; 3. Precisão; 4. Viabilidade; 5. Representatividade; 6. Visualização; 7. Ajuste; 8. Unicidade; 9. Alcance; 10. Resultados. Os indicadores são baseados na informação e precisam seguir rigorosamente as seguintes etapas: 25 O planejamento da coleta de dados; A organização dos dados obtidos; A classificação das informações, sobretudo em termos de sua representatividade, confiabilidade e importância; A veiculação, seguindo um fluxo que favoreça a análise do valor. Os indicadores são definidos em função de dois conjuntos de dados associados: a relação do indicador com o ambiente de avaliação e a estruturado indicador. Ví deo O vídeo O que são indicadores, publicado pelo Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV), apresenta, de maneira sucinta, uma introdução básica ao conceito de indicadores. Acesso em: https://www.youtube.com/watch?v=2Ns1Bnmhrn4 2.6.1 Relação com o ambiente de avaliação Este aspecto está associado a 4 informações básicas: Objetivo; Justificativa; Ambiente; Padrão. O objetivo determina o que deverá ser avaliado, envolvendo o estudo de um momento; a análise para uma tomada de decisão; o monitoramento de processo para otimizar o funcionamento e a análise de resultados de ações práticas. A justificativa envolve o porquê de fazê-lo, nesse sentido contempla a necessidade de acompanhar um momento; a urgência de uma tomada de decisão e o cuidado em ações práticas de alto nível de investimento. O ambiente está atrelado à ideia de definir corretamente o tipo de indicador. O padrão destina-se a verificar se houve melhoria no processo sob avaliação. 26 Quanto à padronização, podemos separar em três tipos de indicadores de uma forma não física, mas de maneira a compreender o que se pretende medir: Ambiente interno: Ambiente externo: Apoio: Para fixar um padrão, há 4 possibilidades, expressas a seguir: Maior proximidade do resultado esperado Melhoria em termos de objetivo Melhoria em ambientes inline eficiência Melhoria em ambientes online eficácia Melhoria em ambientes offline integração 27 Fonte: elaborado pelo autor (2019). 2.6.2 Relação com a estrutura do indicador A relação com a estrutura do indicador agrega três componentes básicos: Elemento: custo, pessoas ou financeiro; Fator: um ou mais dados; Medida: unidades de medida. Para Refletir “Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, não há sucesso no que não se gerencia” (DEMING, 1989). Conclusão da aula 2 Nesta aula foi possível identificar a importância dos indicadores na organização, compreendendo-se que a sua elaboração precisa atender alguns critérios importantes para que possamos identificar qual o objetivo que almejamos com ele. Por padrões naturais Por proximidade em relação a determinadas metas Por benchmarking externo Por benchmarking interno 28 Os indicadores são a principal ferramenta de gestão dos profissionais de saúde. Por meio do seu uso, podemos identificar quais os objetivos e metas que queremos com o desenvolvimento de projetos e programas nas empresas em que atuamos, identificando os resultados relacionados à eficiência ou eficácia. Atividade de Aprendizagem Identifique no seu ambiente de trabalho um indicador que demostre eficiência e outro que apresente eficácia. Descreva como eles são elaborados e os resultados esperados. Aula 3 – Cálculo dos indicadores Apresentação da aula 3 Nesta aula serão apresentados os tipos de cálculos matemáticos utilizados nos indicadores e as etapas para a sua construção em equipe. 3.1 Cálculos dos indicadores Os cálculos matemáticos utilizados nos indicadores seguem os princípios da matemática básica e podemos considerá-los como de uma baixa complexidade de cálculos, ou seja, são fáceis de compreender em sua construção. Podemos então resumir: Indicadores possuem baixa complexidade de cálculos; Princípios básicos da matemática; Fácil compreensão relacionada à sua construção. 29 3.2 Descrição dos indicadores Dados contínuos: são dados coletados por meio de instrumentos de medição, como uma balança, régua, voltímetro, etc. A expressão geralmente inicia com a unidade de medida. Alguns exemplos são: a área do município em hectares; a tensão elétrica do sistema de distribuição de energia elétrica; o volume de CO2 despejado na atmosfera em toneladas etc. Dados discretos: são dados de uma contagem ou de uma classificação. Alguns exemplos são: a população residente; domicílios com acesso à rede de abastecimento de água etc. 3.3 Expressões dos indicadores A descrição do indicador é sempre iniciada por uma expressão, como número, percentual, razão, taxa, proporção, incidência, prevalência, média e cada um tem uma lógica de construção. 3.3.1 Número O indicador é expresso por um número ou uma contagem/estimativa em valor absoluto. Ex.: números de casos de dengue no estado em 2018. 3.3.2 Média Representa um valor da população total. É definida como o valor da soma de todos os valores da população e dividida pelo número de observações. Ex.: renda média do trabalhador formal com nível superior no país em 2018 30 3.3.3 Razão É a divisão entre duas medidas, sendo que o denominador não inclui o numerador. São duas medidas excludentes. Ex.: razão entre homens e mulheres alfabetizadas no país em 2018 3.3.4 Proporção É o coeficiente entre dois dados, sendo o numerador o número de casos específicos, e o denominador o número de casos possíveis. Ex.: proporção de pessoas abaixo da linha de pobreza na população em 2018. 31 3.3.5 Taxa Propõe-se a acompanhar a variação de determinado fenômeno. Ex.: taxa de mortalidade infantil (a cada mil nascidos vivos) no estado em 2019. Pode-se verificar o uso de proporções e taxas ao realizar a comparação entre municípios que possuem tamanhos diferentes. Por exemplo: a cidade de São Paulo tem o maior número de homicídios do país, mas sua população é a maior de todas as cidades. Assim, ela não é a maior taxa do país. 3.3.6 Incidência É o número de novos casos ou ocorrências surgidas em relação à população. Ex.: número de novos casos de Aids registrados em relação à população do país em 2019. 32 3.3.7 Prevalência Número de casos existentes em relação a uma determinada população. Ex.: número de pessoas com HIV/AIDS em relação à população em 2019. É possível verificar o uso de incidências e prevalências ao avaliar o avanço de doenças e epidemias. A exemplo, pode-se observar que a incidência de fumantes no país está diminuindo, mas a prevalência continua alta. 3.4 Uso da porcentagem Para facilitar a compreensão dos resultados dos cálculos de proporções, taxas, incidências e prevalências, usamos as operações de divisão expressas em diferentes potências de 10. Uso da Porcentagem Ex.: 1 pessoa para cada 5 vagas Representa uma Fração 1/5 Valor decimal 0,2 Percentual 20% Ex.: 58 funcionários de uma empresa de 800 funcionários apresentaram obesidade elevada. Proporção de 0,073 Percentual 7% 7 a cada 100 pessoas Quanto maior a potência (10, 100, 1.000, 1.000.000, etc.), mais rara será a ocorrência. 33 3.5 Ficha técnica do indicador Para facilitar a organização do indicador, utilizamos a ficha técnica em que estabelecemos as informações sobre o indicador. A ficha técnica descreve a definição do indicador até os parâmetros recomendados. Segue abaixo o modelo de ficha técnica da ORBIS utilizado para a Taxa de Mortalidade Infantil (por 1 mil nascidos vivos): Ficha Técnica do Indicador Fonte: (ORBIS, 2011). 34 3.6 Construção dos indicadores Para a construção dos indicadores, é necessário estabelecer um objetivo, ou seja, o que se quer controlar. Ex: a morbidade infantil em crianças menores de 1 ano. Meta: é o valor que se pretende atingir em determinado espaço de tempo. Ex: taxa de morbidade infantil de 5% no período de 2019. 3.6.1 Cronologia de Indicadores Para estabelecer indicadores úteis ao propósito e ajudar na implementação de programas, projetos, ações e tomadas de decisões, é possível estabelecer indicadores nas três fases do projeto, que são: antes, durantee depois. Cronologia de Indicadores Fonte: (ORBIS, 2011). 3.6.2 Etapas para definição Abaixo são elencadas as etapas para a definição dos objetivos: Etapa 1 – Sondagem e pré-diagnostico – relevância do Projeto; 35 Etapa 2 – Marco Zero – conhecer a situação atual; Etapa 3 – Definição de Prioridades – localizar e focar no problema ou oportunidade central; Etapa 4 – Seleção dos Indicadores – conjunto de medidas capazes de avaliar o andamento do trabalho; Etapa 5 – Implementação de Soluções – agir; Etapa 6 – Monitoramento e verificação dos resultados – monitorar para garantir a efetividade do trabalho; Etapa 7 – Relatório de Avaliação – melhorar e comunicar os resultados. 3.6.3 Plano para definição dos indicadores Após a definição dos objetivos, metas pretendidas no plano, projeto e/ou ação, partimos para a definição dos indicadores. Desse modo, para termos um conjunto de indicadores, é necessário responder às seguintes questões: O que medir? Por que medir? Como medir? Onde e quando coletar? Como interpretar? Conclusão da aula 3 Podemos concluir que os cálculos matemáticos dos indicadores não são complexos, possibilitando a identificação do seu cálculo em função do que queremos medir, podendo ser um valor numérico apenas ou taxas; proporções; 36 razão; incidência ou prevalência, que demandam uma organização e planejamento na elaboração dos indicadores. Nesse sentido, é necessário observar que o formato do que se quer medir é importante; os indicadores podem ser calculados no formato numérico, taxa, proporção, média, incidência e prevalência, tornando a sua leitura de fácil compreensão pelos interessados. Atividade de Aprendizagem Monte um projeto de implantação (ex.: vacinação), defina o indicador que você irá utilizar e desenvolva a sua ficha técnica. Aula 4 – Representação dos indicadores Apresentação da aula 4 Nesta aula será abordada a representação dos indicadores por meio de gráficos numéricos, que podem ser utilizados nas tomadas de decisão e no aprofundamento das informações. Serão contemplados os indicadores de saúde classe mundial, utilizados pelo Ministério da Saúde e o Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS). 4.1 Representação dos Indicadores Os indicadores de saúde são representados graficamente, mas seguem a padronização de elaboração observadas nas aulas anteriores. Além dos cálculos dos indicadores serem de baixa complexidade, os dados que compõem o indicador possuem a complexidade para a sua obtenção. É possível identificar três níveis de complexidade em função destes dados: 37 Baixa complexidade – monitoramento de processos já conhecidos; Média complexidade – monitoramento de resultados de empresas, órgãos, departamentos ou setores; Alta complexidade – monitoramento de políticas, programas e projetos multissetoriais, com ou sem o envolvimento da comunidade (médio e longo prazo). Para definir o indicador, deve-se seguir os seguintes passos: reunir a equipe; identificar temas prioritários; agrupar temas por afinidade; organizar os participantes; estabelecer objetivos, metas, indicadores por grupo e organizar as informações. Abaixo, segue um exemplo utilizando a cronologia dos indicadores: Definição de indicadores Fonte: (ORBIS, 2011). 4.2 Levantamento de dados Para o levantamento de dados, considerando os ambientes externo e interno, o importante é o planejamento da etapa de coleta: Coleta de dados: os dados devem seguir a padronização de coleta estabelecida por meio de formulários, pesquisas, entrevistas etc; 38 Amostragem: técnicas estatísticas utilizadas para obter os dados relacionados à população; Treinamento: as pessoas envolvidas na coleta de dados devem ser treinadas adequadamente para a confiabilidade dos dados. Na figura abaixo, evidencia-se um exemplo de formulário de coleta de dados no Excel: Tabela de coleta de dados Fonte: elaborado pelo autor (2019). 4.3 Representação da informação A representação da informação ou dos indicadores é apresentada nos formatos de tabelas e gráficos, para facilitar a compreensão. 4.3.1 Tabelas As tabelas ajudam na organização das informações e também para o aprofundamento da informação e dos dados. Tabela de Organização de Dados Fonte: elaborado pelo autor (2019). 39 4.3.2 Gráficos A representação do indicador em forma de gráfico ajuda na visualização e na rapidez para a tomada de decisão, podendo ser considerado como o relatório do gestor. A seguir são apresentados os tipos de gráficos mais comuns: Linha ou setorial: demonstra o comportamento do indicador ao longo do tempo (ano, mês, semana), possibilitando analisar a existência de tendência (evolução positiva ou negativa). É ideal para uma base histórica. Gráfico de linha ou setorial Fonte: (ORBIS, 2011). Diagrama de dispersão: é utilizado para fazer a comparação entre duas variáveis numéricas. Pode ser utilizado para avaliar a relação entre duas variáveis, procurando confirmar uma possível relação de causa e efeito. Podemos observar diferentes níveis de intensidade de relações diretas, ou inversamente proporcionais, a exemplo da relação entre a cobertura de saneamento e a mortalidade infantil. 40 Diagrama de Dispersão – Causa e Efeito Fonte: (ORBIS, 2011). Gráfico de pareto: este gráfico serve para demonstrar a distribuição de frequência (relativa e acumulada) das categorias (nominais) por ordem de importância. Gráfico de Pareto Fonte: (ORBIS, 2011). 41 Pirâmide etária: é utilizada para avaliar a distribuição de uma determinada população por idade e sexo, principalmente em análises demográficas ou demandas específicas de serviços essenciais, infraestrutura e emprego. Pirâmide Etária Fonte: (ORBIS, 2011). Gráfico de pizza: mostra a distribuição das categorias em frequência relativa, sendo que cada segmento representa, proporcionalmente, o percentual da área total do círculo. 42 Gráfico de Pizza Fonte: (ORBIS, 2011). Gráfico radar: faz a comparação entre diferentes atributos com a mesma classe de respostas, sendo normalmente uma afirmativa (conhece, está satisfeito etc.). Gráfico Radar Fonte: (ORBIS, 2011). 43 4.4 Interpretação e análise A análise e a interpretação das informações nos gráficos são importantes, pois seguem o histórico dos acontecimentos. No exemplo abaixo, pode-se observar a implantação de um projeto ou programa antes, durante e depois de suas ações. Esta condição concede parâmetros para saber a evolução das ações. Gráfico temporal Fonte: (ORBIS, 2011). 4.5 Indicadores de saúde Nos indicadores de saúde, podemos observar como crítica comum à medição da saúde avaliando-se a doença ou morte (ausência definitiva de saúde). São Indicadores “positivos” de saúde? A dificuldade é como entender alguns indicadores como natalidade e fecundidade: são positivos ou negativos? A mensuração apresenta-se difícil frente à enorme subjetividade, em aspectos como: bem-estar, qualidade de vida, normalidade. Ex.: percepção da violência por moradores de SP e RJ comparada com outras cidades. Entre as principais modalidades dos indicadores de saúde, podemos citar: 44 1. Mortalidade/sobrevivência; 2. Morbidade/gravidade/incapacidade; 3. Nutrição/crescimento e desenvolvimento; 4. Aspectos demográficos; 5. Condições socioeconômicas; 6. Saúde ambiental; 7. Serviços de saúde. O Sistema de Saúde (SUS) contextualizou a avaliação de desempenho do sistema de saúde utilizando os quadros determinantes de desempenhode saúde apresentados abaixo: Matriz de Avaliação de Desempenho do Sistema de Saúde Fonte: (ALBUQUERQUE; MARTINS, 2017). Classificou a condição de saúde da população: Matriz de Condição de Saúde da População Fonte: (ALBUQUERQUE; MARTINS, 2017). No quadro abaixo, é possível verificar o desempenho dos serviços de saúde: 45 Matriz de Avaliação de Desempenho dos Serviços de Saúde Fonte: (ALBUQUERQUE; MARTINS, 2017). O SUS definiu sessenta e sete indicadores, levando-se em consideração os quadros de matrizes. A seguir, seguem exemplos de alguns: Indicadores de saúde segundo a classificação da Matriz do Proadess e Pactos do SUS de 2006 a 2014 Fonte: (ALBUQUERQUE; MARTINS, 2017). Abaixo são apresentadas as dimensões das condições de saúde: 1. Dimensão socioeconômica da saúde; 2. Dimensão de condições de saúde da população; 3. Dimensão de financiamento do sistema de saúde; 4. Dimensão de recursos humanos do sistema de saúde; 5. Dimensão de acesso do sistema de saúde. 46 Exemplo de conjunto de indicadores Fonte: (ALY; REIS; CARNEIRO; MORAES, 2017). Conclusão da aula 4 Nesta aula obtivemos a base de representação no formato gráfico dos indicadores de acordo com cada tipo de gráfico e a composição dos indicadores usados pelo SUS no Brasil como base comparativa de dados. Nesse sentido, abordaram-se os principais temas referentes à apresentação gráfica dos indicadores e a formatação dos indicadores apresentados pela Sistema Único de Saúde (SUS). Foi possível observar que para cada tipo de indicador tem-se um formato gráfico que melhor adequa à representatividade da informação. Essa representação gráfica faz parte da elaboração dos indicadores quanto ao projeto ou programa, dentro do acompanhamento dos seus objetivos e metas dentro do período de tempo sob análise. Quanto aos indicadores de classe mundial utilizados pelo SUS, pode-se observar a organização dentro das dimensões para que a saúde seja medida e que, além de benchmarking, esses indicadores possam ser aplicados diretamente ao local de trabalho. Atividade de Aprendizagem Com base na montagem dos indicadores de saúde do SUS, monte os indicadores que podem ser utilizados no ambiente hospitalar, aplicando os tipos de gráficos que se adequam ao controle. 47 Conclusão da disciplina Como avaliar a saúde? Essa é a pergunta mais frequente entre os profissionais de saúde, pois existe uma grande quantidade de variáveis que podem influenciar o seu resultado. Estamos falando em fatores como o nível e padrão de vida da comunidade com que se trabalha. Como o padrão e nível de vida influenciam os indicadores de saúde, é possível perceber a complexidade quanto à avaliação e envolvimento dos componentes. Dessa maneira, segundo Pereira, o indicador de saúde tem a conotação de demostrar a situação de saúde de um indivíduo ou de uma população. Os indicadores são hoje a principal ferramenta do gestor. Com base no meio gráfico, o gestor pode rapidamente tomar uma decisão em função da tendência apresentada ou aprofundar-se no que gerou a mudança da constância desse gráfico. Os indicadores são variáveis definidas que estão relacionadas a um significado social, econômico e ambiental, com intenção de orientar uma decisão sobre determinado fenômeno. Índices dizem respeito à combinação de diversas variáveis que sintetizam um conceito complexo, ou seja, a junção de vários indicadores para proporcionar uma avaliação. Os dados tratados podem ser utilizados em mais de um indicador na empresa, podendo ser utilizados em indicadores a nível operacional (operação da empresa), tático (gerência) e estratégico (direção). Dessa maneira, a produtividade é calculada pela regra básica de cálculo, com a visão do fluxo do processo, utilizando a divisão do output (saída) pelo input (entrada). Podemos dizer que os indicadores medem a qualidade e são chamados de KPI (Key Performance Indicator), apresentando um conjunto de Características bem definidas: objetividade, clareza, precisão, viabilidade, representatividade, visualização, ajuste, unicidade, alcance e resultados. 48 Os indicadores são definidos em função de dois conjuntos de dados associados, que são a relação do indicador com o ambiente de avaliação e a estrutura do indicador. Os cálculos matemáticos utilizados nos indicadores seguem os princípios da matemática básica, sendo que é possível considerá-los como de baixa complexidade de cálculos, ou seja, são fáceis de compreender em sua construção. A descrição do indicador é sempre iniciada por uma expressão como: número, percentual, razão, taxa, proporção, incidência, prevalência, média e cada um tem uma lógica de construção. Para estabelecer indicadores úteis ao propósito e ajudar na implementação de programas, projetos e ações e tomadas de decisões, é possível estabelecer indicadores nas três fases do projeto, que são: antes, durante e depois. As tabelas ajudam na organização das informações e também no aprofundamento da informação e dos dados. A representação do indicador em forma de gráfico ajuda na visualização e na rapidez para a tomada de decisão, podendo ser considerada como o relatório do gestor. Nos indicadores de saúde, podemos observar, como crítica comum, a medição da saúde, avaliando-se a doença ou morte (ausência definitiva de saúde). 49 Índice Remissivo Ambiente interno e externo da organização ........................................................... (Capital; energia; produtos) 14 Aplicação do conceito de produtividade ................................................................. (Input; output; transformação) 22 Cálculo dos indicadores ......................................................................................... (Cálculos; etapas; indicadores) 28 Cálculos dos indicadores ....................................................................................... (Cálculos; construção; princípios) 28 Conceitos relevantes para o gestor de saúde ........................................................ (Atuação; conhecimento; recursos) 9 Conhecendo o indicador ........................................................................................ (Importância; hierarquia; níveis) 19 Construção dos indicadores .................................................................................. (Controle; construção; objetivos) 34 Cronologia de Indicadores ..................................................................................... (Implementação; programas; projetos) 34 Definição do Indicador ........................................................................................... (Clareza; objetividade; precisão) 24 Descrição dos indicadores ..................................................................................... (Contínuos; discretos; instrumentos) 29 Etapas para Definição ........................................................................................... (Implementação; seleção; sondagem) 34 Expressões dos indicadores .................................................................................. (Número; percentual; razão) 29 Ficha técnica do indicador ..................................................................................... (Indicador; parâmetros; taxa) 33 Gráficos ................................................................................................................. (Diagrama; linha; pareto) 39 Incidência .............................................................................................................. (Casos; população; ocorrência) 31 Indicadores ............................................................................................................ (Ferramenta; gestão; visibilidade) 19 Indicadoresde saúde ............................................................................................ (Indicadores; medição; saúde) 43 Indicadores na hierarquia empresarial ................................................................... (Estratégico; operacional; tático) 21 Indicadores ou índices ........................................................................................... (Aspectos; indicador; qualidade) 20 Interpretação e análise .......................................................................................... (Análise; informações; interpretação) 43 Introdução à elaboração de indicadores de saúde ................................................. (História; padronização; saúde) 8 Levantamento de dados ........................................................................................ (Amostragem; coleta; treinamento) 37 Média .................................................................................................................... (Soma; população; valores) 29 Número ................................................................................................................. (Contagem; estimativa; valor) 29 O indicador de saúde ............................................................................................. (Avaliação; condições; qualidade) 8 O que é gerenciar? ................................................................................................ (Administrar; conceitos; gerenciar) 10 O que é uma Organização?.................................................................................... (Empresa; entidade; pessoas) 10 Plano para definição dos indicadores .................................................................... 35 50 (Conjunto; indicadores; questões) Por que usar os indicadores? ................................................................................ (Evolução; níveis; qualidade) 15 Prevalência ........................................................................................................... (Avaliar; incidências; uso) 32 Proporção .............................................................................................................. (Casos; dados; numeração) 30 Qual é a Visão das Organizações? ........................................................................ (Lucro; participação; satisfação) 11 Quantidade de informação e nível de agregação ................................................... (Dados; indicadores; índice) 21 Razão .................................................................................................................... (Divisão; medidas; numeração) 30 Relação com a estrutura do indicador .................................................................... (Elemento; fator; medida) 27 Relação com o ambiente de avaliação .................................................................. (Ambiente; justificativa; objetivo) 25 Representação da informação ............................................................................... (Formatos; gráficos; tabelas) 38 Representação dos indicadores ............................................................................ (Gráficos; números; saúde) 36 Representação dos Indicadores ............................................................................ (Baixa; média; alta) 36 Sistema ou Processo ............................................................................................. (Etapas; processos; sequência) 12 Tabelas ................................................................................................................. (Aprofundamento; dados; informações) 38 Taxa ...................................................................................................................... (Fenômeno; taxa; variação) 31 Tecnologia da informação (TI) ............................................................................... (Controle; fluxos; informações) 17 Uso da porcentagem ............................................................................................. (Cálculos; prevalências; proporções) 32 51 Referências ALBUQUERQUE, C.; MARTINS, M. Indicadores de desempenho no Sistema Único de Saúde: uma avaliação dos avanços e lacunas. SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 41, N. ESPECIAL, P. 118-137, MAR 2017 ALY, C. M. C.; REIS, A. T.; CARNEIRO, S. A. M.; MORAES, L. F. S. O Sistema Único de Saúde em série histórica de indicadores: uma perspectiva nacional para ação. SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 41, N. 113, P. 500-512, ABR-JUN 2017. ANDREOLI, P.T., ROSSINI, Fernando. Organização, Sistemas e Métodos. Curitiba: Intersaberes, 2015. BEAL, Adriana. Segurança da informação: princípios e melhores práticas para a proteção dos ativos de informação nas organizações. 1ª. ed. 2ª. reimpr. São Paulo: Atlas, 2008. BRASIL, Catálogo ORBIS SESI FIEP. Construção e Análise de Indicadores. Curitiba: ORBIS, 2011. BRASIL. Indicadores de Saúde https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/1207 BRASIL. Ministério da Saúde - Indicadores e dados básicos – http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm BRASIL. Pesquisa nacional de saúde : 2013 : indicadores de saúde e mercado de trabalho : Brasil e grandes regiões / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. - Rio de Janeiro : IBGE, 2016. BRASIL. 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