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Práticas Integrativas e Complementares Profª Lígia Fernanda Aula 2 – Termalismo, Crenoterapia e Balneoterapia Relação Homem - Água Breve Histórico • Mitologia grega e o Império Romano – relatam o uso de águas minerais; • Estâncias – é o município que contém fontes naturais de água dotadas de alta qualidade terapêutica em quantidade suficiente para atender a demanda a que se destinam • No Brasil, o termalismo iniciou-se com a vinda da família real com a primeira Estância Termal Brasileira em 1818 em Caldas de Imperatriz SC, com a construção de um hospital termal; • 1945 – várias Estâncias Termais foram criadas, a crenologia e a hidrologia médica eram ensinadas nas faculdades de medicina, com tratamentos de 21 dias e protocolos específicos. Termalismo no Brasil • Poços de Caldas – Thermas Antonio Carlos em parceria com a PUC-MG; • São Lourenço –MG; Águas de São Pedro – SP; Águas de Lindóia-SP; Estância Balneária de Peruíbe- SP (Projeto Lama Negra) ligado ao SUS e Cipó-BA; • O uso terapêutico da água para a saúde pode receber diversas nomenclaturas que variam de acordo com tipo, temperatura, composição química, modo de utilização da água e até da categoria profissional que a utiliza; • Balneoterapia - É um descritor internacional em ciências da saúde para designar terapia que utiliza banhos quentes, balneários de águas minerais para recuperação da saúde; • Águas minerais – são procedentes de fontes naturais ou fontes artificialmente captadas que tem composição física e/ou físico- químicas distintas da água comum; Uso da água em Terapias • Hidroterapia – uso de banhos, compressas, não necessariamente da água mineral; • Talassoterapia – uso da agua do mar como elemento terapêutico; • Crioterapia – uso da água gelada como terapia; • Hidroginástica – exercício físico realizado na água ou em água termal; • Hidrologia médica – é uma especialidade médica, inexistente no Brasil; • Termalismo – uso de água termal (aquecida) no âmbito da saúde; • Termalismo social – ampliação do uso da água na prevenção/ promoção à saúde de Todos; • Crenoterapia – uso da água mineral quente ou fria como elemento terapêutico; • Balneoterapia – descritor internacionalmente conhecido do elemento hídrico aplicado à saúde. Termalismo Thermai, do grego, e Thermae, do latim referem-se a termas, banhos, quentes e, é usado de maneira geral para designar o emprego das águas minerais (crenoterapia), do clima (climaterapia), do mar (Talassoterapia), das lamas (frangoterapia), das areias e emanações radioativas (Radioclimatoterapia) e do microclima de determinadas grutas, cavernas e galerias subterrâneas (Espeleoterapia) com finalidades de tratamento e manutenção da saúde. Tipos de água • Natural – fonte de chuvas, rios, degelo, subterrânea; • Potável – tem como características básicas insípida, inodora e incolor, sobre adição de germicidas e é própria para o consumo humano; • Destilada – água sem adição de sais minerais, é inapropriada ao consumo humano, utilizada na administração de medicamentos; • Mineral – tem adição naturais de sais minerais, pode ser doce, salobra e salgada, poderá ou não ser potável, pode haver excesso de minerais. Classificação quanto a temperatura da água na fonte • Fontes frias – temperatura inferior a 25°C; • Fontes hipotermais – temperatura entre 25°C e 33°C; • Fontes mesotermais – temperatura entre 33°C e 36°C; • Fontes isotermais – temperatura entre 36°C e 38°C; • Fontes hipertermais –temperatura superior a 38°C. Classificação segundo o pH da água Características da água segundo os rótulos • Resíduos de evaporação – são resíduos (minerais) presentes na água após a sua evaporação, podem ser menos ou mais pesadas; • Temperatura na Fonte – mais leves ou mais pesada; • Classificação da água – propriedade física da água como a radiação, alcalina, bicarbonatada, litinada, sulfurada, dependendo da quantidade de elementos poderá ter finalidade terapêutica específica; Classificação da água Indicações Terapêuticas Ação Bicarbonatadas (sódio, potássio e magnésio) Litíase renal, distúrbios gastrointestinais, hepatopatias, artrite reumatóide, gota (MS). Uso fundamental por via oral. Estimula a secreção enzimática do pâncreas, alcaliniza a urina e o pH gástrico. Antiácidas e alcalinizantes (ES). Sulfatadas (Sulfato de potássio) Constipação, colite, hepatopatias, tratamento das vias urinárias e afecções metabólica (MS). Estimula o peristaltismo intestinal, com predominância de sódio e magnésio com efeito laxante (ES). Sulforosas (enxofre) Distúrbios funcionais do fígado, reumatismo, afecções da pele (psoríase), artrite reumatoide e inflamações no geral, auxilia na diabetes, hipertensão e excitação neuropsíquica (MS). Sedante da hipertensão, usado processos reumáticos, otorrinolaringológicos e problemas respiratórios crônicos (ES) Ferruginosas (rica em Fe) Uso em casos de anorexia, diferentes tipos de anemia, parasitoses, alergias e acne juvenil (MS). A bionisponibilidade de ferro confere rápida absorção por via ora (ES) Indicações pautadas em documentos do Ministério da Saúde (MS) (BRASIL, 200?); Ministério da Saúde da Espanha (ES) (Espanha, 2006) Classificação da água Indicações Terapêuticas Ação Cloradas (rica em Cl¯) Por via oral estimulam a secreção e mobilidade gástrica intestinal. Ativam o metabolismo geral e estimulam a secreção do ácido clorídrico (ES) Facilitam a cicatrização da pele e tem efeito anti-inflamatório, além dos citados (ES). Carbogasosas Rica em sais minerais, ajuda a repor a perda dos atletas, facilita o transito intestinal e estimula o apetite, ação contra a HAS e litíase biliar e renal. (MS) Diurética, digestiva, ideal para acompanhar as refeições (ES). Radioativas (Radônio) Ação funcional nas afecções renais e biliares, favorece a digestão, diminui o ácido úrico e tende a reduzir a pressão sanguínea (MS). Tem efeito diurético e laxante, indicada no tratamento do reumatismo (MS). Oligomineral Estimula o funcionamento pancreático (diabete mellitus), auxílio no peristaltismo e constipação (MS). Ação nos transtornos gástricos (hipercloria), acidez em digestões pesadas (MS). Indicações pautadas em documentos do Ministério da Saúde (MS) (BRASIL, 200?); Ministério da Saúde da Espanha (ES) (Espanha, 2006) Técnicas de Aplicação Uso hidropínico – ingestão da água Inaloterapia (inalação) Duchas/ saunas/ banho de vapor Banhos de imersão (total ou parcial) – 15 a 20 minutos – indicados a temperatura média de 35°C a 39°C Uso hidropínico • Cálculo básico de ingesta diária → 35 mL por Kg de peso; • Observar o tipo de patologia que restringe a ingesta de água Indicações terapêuticas do Termalismo e Crenoterapia • É individual e considera: idade, estado de saúde, tipos de modalidade; • A duração do tratamento depende da finalidade: de 4 até 21 dias; Afecções Principais indicações Contraindicações Específicas Reumatológicas Artroses, tendinopatias, fibromialgia, reumatismo inflamatório crônico Radiculalgias severas, reumatismo inflamatórios tratados com altas doses de Metotrexato associado à cortecosteróide, Respiratórias Rinite, rinofaringite, otites, sinusites, laringite, bronquite, asma Câncer e doenças secundárias Cardiovasculares Doença de Raynaud ICC, IAM, AVC (há menos de 6 meses); Has não controlada; isquemias agudas ou críticas como a gangrena e intervenções vasculares há menos de 3 meses; Metabólicas & Digestivas Doença de crohn em formas leve e moderada, sobrepeso, obesidade, diabetes Dermatológicas Eczemas, psoríase e lesões Infecções bacterianas, virais, fúngicas ou parasitárias (contraindicação temporária) Urológicas Litíase urinária, prostatites crônicas ou reincidentes - Efeitos • A balneoterapia tem efeitos benéficos ao tônus muscular, mobilidade articular e alívio das dores; • A imersão aumenta a pressão hidrostática causando mudanças fisiológicas como aumento da diurese e do débito cardíaco,reduz os espasmos musculares; • O calor provoca uma série neuroendócrinas, como liberação de cortisol e prolactina e do hormônio do crescimento (GH); • A hipertermia exerce papel ativador no sistema imune, extensibilidade dos tecidos ricos em colágeno, tais como tendões, e cápsulas articulares e faciais. Balneoterapia em pediatria • A spa terapia é utilizada em casos de asma e custeada pelo serviço nacional de saúde; • Lavagem nasal a partir dos 3 anos, aerossóis, inaladores e nebulizadores; • Tratamentos dermatológicos para psoríase e queimaduras; Vídeos • https://www.youtube.com/watch?v=CSdvwlUVz7M https://www.youtube.com/watch?v=CSdvwlUVz7M Referências Bibliográficas • HELLMANN, Fernando; DRAGO, Lívia Crespo. Termalismo e crenoterapia: potencialidades e desafios para a saúde coletiva no Brasil. J Manag Prim Healh Care, Brasil, v. 8, n. 2, p. 309- 321, ago. 2017. Disponível em: https://www.jmphc.com.br/jmphc/article/view/527/571. Acesso em: 21 ago. 2020. • ANTUNES, J.M; DAHER, D.V.; GIARETTA, V.M.A; FERRARI, M.F.M; POSSO, M.B.S. Hidroterapia e crenoterapia no tratamento da dor: revisão integrativa. BrJP, São Paulo, v.2, n.2, abr-jun, p. 187-198, 2019. Disponível em < https://www.scielo.br/pdf/brjp/v2n2/pt_2595-0118-brjp-02-02- 0187.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2020. https://www.scielo.br/pdf/brjp/v2n2/pt_2595-0118-brjp-02-02-0187.pdf
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