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Resumo completo - fibromialgia

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centro de ensino grau técnico 
TÉCNICO EM ENFERMAGEM – MÓDULO I
FIBROMIALGIA 
FIBROMIALGIA
Aspectos gerais acerca da doença
De acordo com Provenza (2004) A síndrome da fibromialgia pode ser definida como uma síndrome dolorosa crônica, não inflamatória, que se manifesta principalmente no sistema muscular, podendo também afetar o sistema esquelético e apresentar sintomas em outros aparelhos e sistemas. Sua definição constitui motivo de controvérsia, basicamente pela ausência de substrato anatômico na sua fisiopatologia e por sintomas que se confundem com a depressão maior e a síndrome da fadiga crônica. Por estes motivos, alguns ainda consideram-na uma síndrome de somatização.
Freitas et. al (2017) aborda em seu estudo que a síndrome da fibromialgia é uma síndrome crônica caracterizada por dores intensas e generalizadas. A dor provoca diversas repercussões na vida da pessoa, sendo compreendida como um fenômeno multifatorial, ao passo que decorre de lesões teciduais, aspectos emocionais, sociais, culturais e ambientais. Dentre os aspectos emocionais que potencializam a dor e são, frequentemente, vistos associados à doença, a depressão e a ansiedade são os aspectos com maior visibilidade na literatura científica. A etiologia desta síndrome é pouco descrita na literatura, porém, o que se acredita, é que os fatores que podem desencadear a fibromialgia manifestem-se após um estresse psicossomático. A partir desse evento, inicia-se o aparecimento de dores localizadas que, com o tempo, aumentam de intensidade e duração. Após esta fase inicial, a dor passa a comprometer outros locais do corpo e, por fim, torna-se generalizada. 
Devido a esses fatores que a doença não apresenta formas de transmissão, mas vale ressaltar que indivíduos com o histórico familiar de parentes ou antecedentes com casos de fibromialgia devem ficar atentos, pois apresentam predisposição genética a ter a síndrome crônica. Além disso, algumas doenças reumáticas podem desencadear a fibromialgia, como o lúpus eritematoso e a artrite reumatoide, comprometendo assim, a qualidade de vida do paciente (JORGE et al. 2017). Dessa forma, sexo, histórico familiar e transtornos como o lúpus e artrite configuram fatores de risco para a doença.
De acordo com vários estudos epidemiológicos realizados por reumatologistas nos Estados Unidos e no Canadá, a fibromialgia é a terceira doença reumatológica mais comum no adulto, sendo apenas ultrapassada pela artrite reumatóide e pela osteoartrite (Marques et al., 2017). A fibromialgia é uma doença que não discrimina grupos etários, étnicos ou socioeconómicos e acomete maioritariamente o género feminino, sendo este 5 a 9 vezes mais afetado que o masculino (Salaffi et al., 2016).
Aspectos históricos sobre a fibromialgia
Conforme Heymann (2017) os primeiros relatos que surgiram acerca da temática são do ano de 1592 e o termo fibromialgia foi utilizado pela primeira vez em um estudo de Hench no ano de 1976, mas seu reconhecimento como síndrome só ocorreu após a publicação do trabalho de Yunus et al. em 1981, que descreveram e caracterizaram o quadro clinico da fibromialgia. Entretanto, seu diagnóstico na prática diária e a escolha de pacientes para estudos clínicos eram desafiadores pela ausência de marcador clínico ou laboratorial objetivo. 
Para minimizar a subjetividade do julgamento clínico, vários critérios diagnósticos foram elaborados a partir de 1980, no entanto não houve unanimidade e geraram mais confusão diagnóstica. Em 1990 o Colégio Americano de Reumatologia (ACR) elaborou critérios de classificação que foram aceitos pela comunidade científica, contribuindo muito para a homogeneização do diagnóstico e impulsionando o desenvolvimento de estudos sobre a doença. Segundo esses critérios, a doença como dor difusa acomete um indivíduo por pelo menos três meses, além de permitir uma presença de sensibilidade em 11 ou mais dos 18 pontos dolorosos à digito palpação, denominados tender points (HAMMERLY, 2006). Para isto, era efetuado um exame físico no qual era realizado uma pressão digital de 4kg em regiões corporais pré-estabelecidas (e.g. trapézio, epicôndilos, grande trocânter). Na figura 1, temos retratados esses tender points.
Figura 1 – Tender points da fibromialgia.
Fonte: Elaborada pela autora.
Conforme Albuquerque (2020) Wolfe e colaboradores desde 2010 vêm trabalhando com aspectos relacionados à fibromialgia e constataram que houve evoluções nesse processo de avaliação da doença. Até 2016, deixou de existir a avaliação clínica do tender points, e passou a ter uma avaliação subjetiva da severidade dos sintomas (Symptom Severity Scale - SSS) e um índice generalizado de dor (Widespread Pain Index - WPI) avaliada através de questionários. De forma específica, os critérios válidos para diagnóstico positivo da fibromialgia foram definidos como: (i) valores WPI ≥7 e SS ≥ 9 ou WPI 3-6 e SS ≥ 9; (ii) presença de sintomas com mesma intensidade por no mínimo 3 meses; (iii) nenhuma outra condição clínica que justifique os sintomas descritos, sendo necessário apresentar os três critérios para obter o diagnóstico. 
Foi realizada então em 2016, uma atualização dos critérios estabelecidos em 2010. Diante dos novos critérios, a presença dos sintomas com mesma intensidade por um período mínimo de 3 meses foi um critério mantido. Por sua vez, houve alterações nos valores relativos à classificação dos índices avaliados (WPI ≥7 e SS ≥ 5 ou WPI 4-6 e SS ≥ 9) e a implementação de mais dois pontos, sendo eles: (i) presença de dor generalizada em pelo menos 4 de 5 regiões pré-determinadas (4 quadrantes corporais ou região axial) e (ii) diagnóstico da fibromialgia torna-se válido independente da presença de outros diagnósticos clínicos, visto que não exclui a presença de outras possíveis doenças (Wolfe et al., 2016).
Fisiopatologia da doença 
Costa et al. 2020, fala que a fisiopatologia da doença ainda é desconhecida, porém estudos apontam diferentes fatores que podem estar associados ao surgimento da síndrome, tais como fatores genéticos, emocionais, alterações da biomecânica corporal, dentre outros fatores. A causa que mais se sobressaiu nos últimos estudos está relacionada a alguma alteração no mecanismo central de controle da dor, que seriam níveis elevados de substância P e níveis reduzidos de serotonina. A substância P é mediadora das vias aferentes, enquanto a serotonina é um mediador para a inibição da dor, isso poderia ocasionar uma disfunção neuro-hormonal, levando a uma queda dos neurotransmissores inibitórios (serotonina, encefalina, norepinefrina etc) ou uma hiperatividade de neurotransmissores excitatórios (substância P, glutamato, bradicinina e outros peptídeos). 
Outra possibilidade seria essas duas disfunções estarem presentes juntamente, resultando em alterações no processamento sensorial, contribuindo consequentemente para a piora da sensibilidade dolorosa e persistência da dor difusa. Tais disfunções poderiam ser desencadeadas por uma infecção viral, estresse mental ou por um trauma físico (KÜMPEL, 2016).
Manifestações clínicas 
O sintoma mais importante da fibromialgia é a dor difusa pelo corpo. Habitualmente, o paciente tem dificuldade de definir quando começou a dor, se ela começou de maneira localizada que depois se generalizou ou se já começou no corpo todo. O paciente sente mais dor no final do dia, mas pode haver também pela manhã. De uma forma simples é como se a dor fosse sentida “nos ossos” ou “na carne” ou ao redor das articulações.
Existe uma maior sensibilidade ao toque, sendo que muitos pacientes não toleram ser “agarrados” ou mesmo abraçados. Não há inchaço das articulações, pois não há inflamação nas articulações. A sensação de inchaço pode aparecer pela contração da musculatura em resposta à dor.
A alteração do sono na fibromialgia é frequente, afetando quase 95% dos pacientes. No início da década de 80, descobriu-se que pacientes com fibromialgia apresentam um defeito típico no sono – uma dificuldade de manter um sono profundo. O sono tende a sersuperficial e/ou interrompido. Com o sono profundo interrompido, a qualidade de sono cai muito e a pessoa acorda cansada, mesmo que tenha dormido por um longo tempo – “acordo mais cansada do que eu deitei” e “parece que um caminhão passou sobre mim” são frases frequentemente usadas. Esta má qualidade do sono aumenta a fadiga, a contração muscular e a dor.
Outros problemas no sono afetam os pacientes com fibromialgia. Alguns referem um desconforto grande nas pernas ao deitar na cama, com necessidade de esticá-las, mexê-las ou sair andando para aliviar este desconforto. Este problema é chamado Síndrome das Pernas Inquietas e possui tratamento específico. Outros apresentam a Síndrome da Apneia do Sono, e param de respirar durante a noite. Isto também causa uma queda na qualidade do sono e sonolência excessiva durante o dia.
A fadiga (cansaço) é outro sintoma comum na fibromialgia, e parece ir além ao cansaço somente pelo sono não reparador. Os pacientes apresentam baixa tolerância ao exercício, o que é um grande problema, já que a atividade física é um dos grandes tratamentos.
A depressão está presente em 50% dos pacientes com fibromialgia. Isto quer dizer duas coisas: a depressão é comum nestes pacientes e nem todo paciente com fibromialgia tem depressão. Por muito tempo pensou-se que a fibromialgia era uma “depressão mascarada”. Hoje, sabemos que a dor da fibromialgia é real, e não se deve pensar que o paciente está “somatizando”, isto é, manifestando um problema psicológico através da dor. Por outro lado, não se pode deixar a depressão de lado ao avaliar um paciente com fibromialgia. A depressão, por si só, piora o sono, aumenta a fadiga, diminui a disposição para o exercício e aumenta a sensibilidade do corpo. Ela deve ser detectada e devidamente tratada se estiver presente.
Pacientes com fibromialgia queixam-se muito de alterações de memória e de atenção, e isso se deve mais ao fato da dor ser crônica do que a alguma lesão cerebral grave. Para o corpo, a dor é sempre um sintoma importante e o cérebro dedica energia lidando com esta dor e outras tarefas, como memória e atenção, ficam prejudicadas. 
Estima-se que a principal causa dor difusa nos pacientes seja uma maior sensibilidade à dor, por uma ativação do sistema nervoso central. Não é de espantar, portanto, que outros estímulos também sejam amplificados e causem desconforto. A síndrome do intestino irritável, por exemplo, acontece em quase 60% dos pacientes e caracteriza-se por dor abdominal e alteração do ritmo intestinal para mais ou para menos. Além disso, pacientes apresentam a bexiga mais sensível, sensações de amortecimentos em mãos e pés, dores de cabeça frequentes e maior sensibilidade a estímulos ambientais, como cheiros e barulhos fortes. Na figura 2, temos listadas as principais manifestações clínicas da doença.
Figura 2 – Principais sinais e sintomas da doença fibromialgia
Fonte: Adaptado de Pinheiro (2020) 
Diagnóstico e tratamento
O processo de diagnóstico da fibromialgia, geralmente, é tardio, devido à baixa a credibilidade dos profissionais da saúde sobre a doença, bem como a dificuldade de encontrar a especialidade médica que poderá verificar adequadamente os sinais e sintomas (HEYMANN et al., 2017). Na busca pelo diagnóstico, as pessoas passam por diversas especialidades médicas (ortopedistas, clínicos gerais, psiquiatras), resultando em uma demora excessiva em obter conhecimento sobre sua real condição. Além disso, a inexistência de marcadores clínicos ou laboratoriais para a síndrome dificulta a percepção dos profissionais sobre a doença.
Ainda relacionado ao diagnóstico é fundamental proporcionar informação sob a condição assimilável ao doente e à sua família, assegurando-lhes que os sintomas são reais e não produto da sua imaginação, promovendo uma atitude positiva face aos mesmos e às propostas terapêuticas apresentadas (GOMES, 2020). Resumidamente, o diagnóstico da fibromialgia é clínico, isto é, não se necessitam de exames para comprovar que ela está presente. Se o médico fizer uma boa entrevista clínica, pode fazer o diagnóstico de fibromialgia na primeira consulta e descartar outros problemas. Para essa doença, não exames específicos que a comprovem.
Quando falamos sobe o tratamento da doença, temos que a prática de atividades físicas está muito relacionada à diminuição da dor. Mesmo que o exercício físico se mostre uma intervenção importante para tal patologia, em casos mais severos, pode-se utilizar tratamentos medicamentosos de forma concomitante. Contudo, a intervenção não farmacológica como exercícios programados se mostrou eficaz quando respeitadas suas prescrições. Complementarmente ao alívio dos sintomas, ainda proporciona uma melhora no condicionamento cardiorrespiratório, do perfil lipídico (colesterol HDL e triglicérides) e aumento de força e flexibilidade (GONÇALVEZ, 2019). 
A explicação para os efeitos benéficos do exercício físico encontram respaldo em duas teorias. A primeira está relacionada ao fato de que a prática regular de exercícios físicos eleva os níveis de serotonina e endorfina, os quais se encontram diminuídos em pacientes com fibromialgia. Já a segunda sugere que a elevação da temperatura corporal tenha efeito tranquilizante. Contribuindo assim para a dor aguda e crônica, podendo ser a curto e longo prazo, variando de paciente para paciente. (GONÇALVEZ, 2019).
Em meio às atividades físicas temos os exercícios aeróbicos que são de suma importância, pois atuam diretamente na melhora dos sintomas, aumentando a força muscular, a disposição, autoestima e normalizando a sinalização neuroimune no sistema nervoso central, prevenindo e revertendo o desenvolvimento de hiperalgesia (MATSUDO; LILLO 2019). Além disso, favorece a coordenação motora para as atividades diárias, auxilia o controle de peso e ansiedade e melhora a condição cardiovascular. 
De acordo com alguns estudos, há evidências de que existem obstáculos para a adesão farmacológica, dificultando a eficácia do mesmo, pois a terapia medicamentosa conta com psicotrópicos, tais como: fluoxetina, clonazepan e rivotril. Estes possuem a função de agir em nível de Sistema Nervoso Central (SNC), aumentando níveis de hormônios, como a serotonina e a dopamina, conhecidos popularmente como hormônios da felicidade, a fim de eliminar ou atenuar a depressão e as fortes algias (CORDEIRO, 2018). Entretanto, na maioria dos casos, a terapêutica farmacológica não é suficiente para alívio das dores. Assim, diversos estudos comprovam a necessidade de uma implementação de cuidados conjugados, a fim de amenizar o sofrimento dessas pessoas, somando os tratamentos farmacológicos, exercícios físicos e Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).
De uma forma geral, o tratamento deve ser multidisciplinar, individualizado, contar com a participação ativa do doente e basear-se em modalidades farmacológicas e não farmacológicas singulares ou combinadas. Embora os tratamentos disponíveis para a fibromialgia não permitam uma remissão completa dos sintomas, em geral beneficiam significativamente o estado de saúde e a qualidade de vida dos pacientes, uma vez que não existe cura para essa doença.
Quando falamos de tratamento farmacológico, Gomes (2020) apresenta que os principais utilizados são relacionados à: Inibidores do transporte das aminas biogénicas (antidepressivos) – reduzindo a dor, melhorando a fadiga, sono, alterações de humor; Inibidores seletivos da recaptação de serotonina – auxiliando no combate a dor e fadiga; Inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina, antagonistas dos recetores do N-metil-D-aspartato, anticonvulsivantes, analgésicos e suplementos. A utilização de cada um vai depender do histórico do paciente e seu grau de dor, logo a concentração, número de doses e tipo de medicamento irá variar de paciente para paciente. 
Com relação ao tratamento não farmacológico, temos que os mais associados à fibromialgia são: 
Exercício físico – de forma a melhorar ou manter o seu bem-estar físico e emocional e diminuir os sintomas da doença.Atividades como aeróbicos sem carga e sem grande impacto para o sistema locomotor, como o ioga, a dança, as caminhadas, andar de bicicleta estática ou até mesmo a prática de natação e hidroterapia são indispensáveis para àqueles acometidos com a doença. Dentre as atividades citadas, a terapia com água ou hidroterapia é a mais tolerável por doentes fibromiálgicos, pois traz vários benefícios terapêuticos, tais como relaxamento, analgesia e redução do impacto e da agressão que pode ocorrer sobre as articulações (SUEIRO et al., 2008). Sem falar nas melhorias significativas no controle da ansiedade, dores articulares e musculares, e melhoria da qualidade do sono e do quadro depressivo.
Terapia cognitivo-comportamental – tratamento psicológico para a depressão e para mudança de percepção do paciente com relação a doença, feito em sessões com o terapeuta, onde o objetivo é modificar processos cognitivos que são considerados responsáveis pelo comportamento que contribui para a intensificação da dor. A partir do momento que o paciente o paciente aprende a identificar emoções negativas relacionadas com a dor e com eventos estressantes e reconhece pensamentos disfuncionais e vieses cognitivos associados a elas, ele ganha um controle sobre os processos simbólicos relacionados com a experiência da dor. Conforme Mozhi e Arumugan (2021) esse tipo de tratamento traz um efeito significativo na redução da depressão, além de proporcionar uma melhora na saúde mental do paciente.
Fisioterapia - utiliza exercícios terapêuticos, como a massagem, o alongamento muscular, a crioterapia e a termoterapia, para promover o controle da dor, assim como, trazer melhorias para outros sintomas como cansaço e distúrbios do sono, estimulando o relaxamento e aumentando a flexibilidade muscular (PINHEIRO, 2020).
Acupuntura – Segundo estudo de Pereira et al. 2021, o qual faz uma revisão bibliográfica sobre os efeitos da acunpuntura, temos que ela é eficaz para o tratamento da dor em pacientes com fibromialgia, melhorando a qualidade de vida e o sono dos pacientes. Isso sem falarmos que essa técnica apresenta um baixo risco de efeitos adversos e é bem tolerável pelos pacientes.
Reeducação alimentar - muitos dos sintomas da fibromialgia pioram com a prática de uma dieta de má qualidade. Diante disso, algumas mudanças devem ser praticadas, como reduzir o conteúdo de açúcar e sal dos alimentos, limitar o consumo alcoólico, aumentar a quantidade de fibras e ingestão de líquidos, visando limitar distúrbios que podem prejudicar a atividade física e aumentar a fadiga. As alterações na alimentação têm como objetivo reduzir essa fadiga, melhorar a qualidade de evacuação, aumentar a hidratação do organismo, evitar distúrbios da digestão e o aumento do peso, por vezes favorecido pelo uso concomitante de medicamentos (MARUM et al., 2017).
Eletroestimulação transcutânea eléctrica nervosa (TENS) – Conforme Lima Camilo et al. 2020, a TENS é definida com uma corrente elétrica de baixa frequência que utiliza eletrodos em contato direto com a pele para produzir efeito analgésico, modulando e aumentando a tolerância de dor. A TENS pode ser parametrizada em modalidades de baixa frequência (4Hz) e alta intensidade ou alta frequência (acima de 100Hz) e baixa intensidade. Com baixa frequência e alta intensidade, temos a produção do efeito analgésico por meio da ativação de receptores opioides, que atuam liberando substâncias analgésicas endógenas pelo cérebro ou na medula espinal.
A doença continua sendo estudada e tem trazido novas técnicas e medicamentos para o seu tratamento. Apesar de ainda não se falar em cura, os estudos trazem uma visão promissora com relação ao futuro. Nos últimos 5 anos, tem sido desenvolvidas pesquisas como por exemplo, o uso de laser de baixa intensidade e ultrassom terapêutica nas mãos de pacientes acometidos pela doença, trazendo uma maior ação analgésica e anti-inflamatória (FAPESP, 2018). Esse estudo de Bruno et al. 2018 é uma grande inovação, já que esse tipo de equipamento e seu ponto de aplicação não são utilizados nos tratamentos convencionais. Dessa forma, que os avanços promovam resultados positivos e que em breve possamos ter o uso de boas técnicas.
Cuidados de enfermagem 
O cuidado caracteriza-se pela sua complexidade, abrangência e diversificação, por ir além das ações assistenciais, identificando as pessoas como sujeitos sociais dotados de uma vida com suas próprias concepções da ação de cuidar. Na contemporaneidade, o ato de cuidar é realizado para promover bem-estar, prevenir agravos e potencializar habilidades dos indivíduos (SILVA et al., 2015). Nesse contexto temos a enfermagem, a qual possui sua essência no cuidar, sendo primordial no papel de humanizar os processos de assistência ao indivíduo doente. 
A enfermagem atua principalmente no reconhecimento da doença por meio de seus pacientes, atuando também na orientação e planejamento assistencial individual voltado a cada caso de forma única, pois dessa forma é possível que haja um o controle da cronicidade da doença. Araújo et al. 2019, fala que conhecendo as realidades individuais e sociais, a enfermagem pode vir a buscar melhor entendimento do processo de gerenciamento da dor, que se configura totalmente individualizado, uma vez que cada indivíduo sente e significa a dor de formas variadas. O enfermeiro necessita desenvolver sua sensibilidade cultural, de modo que possa adequar seu cuidado às diversas características da rotina dos pacientes fibromiálgicos. 
Neste sentido, o papel dos profissionais de enfermagem é fundamental no estímulo ao paciente para que ele tenha a compreensão de que é possível não apenas ter o controle da situação, mas também gerenciar a própria dor, entendendo como e quando ela se desencadeia e o que pode ser feito para diminuir ou impedir seu aparecimento, por meio do fortalecimento psíquico, da autoconfiança e do autocuidado, prezando a conscientização corporal e mudanças em seus hábitos de vida.
REFERÊNCIAS
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CORDEIRO, V. N. A dor crônica: experiência de pacientes em tratamento de fibromialgia. 2018. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica) – Universidade Católica de Pernambuco, Recife – Brasil, 2018. 
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GOMES C. S. S. P. Fibromialgia: Etiologia, Diagnóstico e Tratamento. 2020. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade Fernando Pessoa, Porto – Portugal, 2020.
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