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MÓDULO I 1- INTRODUÇÃO Os cabelos, que desde os mais remotos tempos exercem grande importância para a humanidade, como símbolo de status, poder e atração, ligados fortemente à autoimagem e à autoestima, ocupam hoje um lugar de destaque na corrida comercial; as indústrias de cosméticos têm investido muito nas inovações, a tecnologia cresce em ritmo acelerado; novos ativos surgem no mercado na busca do combate ao desgaste e agressões aos cabelos; agressões estas ocasionadas por vários agentes, inclusive substâncias criadas a título de embelezamento. Na tentativa de seguir os ditames da moda e da própria exigência do mercado de trabalho, que coloca a aparência como um item importante a ser considerado, a mulher e até mesmo os homens buscam, cada vez mais, os centros de estética e clínicas de terapia capilar, numa tentativa de melhorar e mudar a aparência ou a forma original de seus cabelos, acreditando assim estarem ganhando pontos na disputa profissional ou até mesmo amorosa. No entanto, embalado na importância que a aparência do cabelo tem para a sociedade como um todo, o novo profissional de estética capilar deve ser o diferencial do mercado, conhecendo a fundo aquele que é seu instrumento de trabalho, as patologias a que são acometidos e suas consequências na fibra; o conhecimento desenvolve o senso crítico e analítico para inclusive estabelecer método seletivo de aquisição de produtos cosméticos para a reestruturação da haste capilar. Esperamos ser este curso um convite aos profissionais da área de estética a continuarem a busca por informações de caráter científico, buscas que direcionem melhor seu trabalho e que, embasados por este conhecimento, norteiem seu trabalho a um rumo mais concreto e voltado para o cumprimento da nossa verdadeira missão: a contribuição para a satisfação das necessidades de saúde, de higiene e do embelezamento do ser humano. 2- Aprendendo um pouco sobre a pele Para compreendermos perfeitamente a formação do folículo piloso é necessário primeiro entender a pele, pois afinal o pelo se origina de uma invaginação de uma das camadas da pele. Nossa pele é dividida em três camadas: epiderme, derme e hipoderme ou tecido celular subcutâneo. É constituída por duas camadas germinativas diferentes: a ectoderme e a mesoderme. A ectoderme é a camada exterior de um embrião em desenvolvimento; as outras duas camadas do embrião são a mesoderme e a endoderme. A epiderme tem origem na ectoderme, enquanto a derme e o tecido adiposo subcutâneo (hipoderme) têm origem mesodérmica. A epiderme inicialmente é um epitélio simples, depois graças à proliferação e diferenciação da camada mais profunda, ele se torna estratificado pavimentoso córneo, com suas camadas características: basal, espinhosa, granulosa e córnea. Os pelos formam-se pela proliferação da epiderme, desenvolvendo brotos epiteliais que se afundam no mesoderme. A extremidade de cada broto dilata- se e engloba uma porção do mesoderma, formando a papila do pelo. As células epidérmicas que envolvem a papila proliferam intensamente e se queratinizam, migrando para a superfície da pele, formando o pelo. 1 – Esquema das camadas da pele. Fonte: www.afh.bio.br. . 3 - Localizando as estruturas dos pelos dentro da pele Na Epiderme: podemos encontrar as aberturas dos folículos, poros das glândulas sudoríparas, camadas córneas, granulosas, espinhosas e basais, melanócitos e rede de cristas epidérmicas. Na Derme: encontramos a papila dérmica, as terminações nervosas livres (receptor da dor), o corpúsculo de Meissner (receptor tátil), glândula sebácea (regulada hormonalmente), músculo eretor do pelo, fibra de colágeno, corpúsculo de Ruffini (receptor mecânico), corpúsculo de Pacini (receptor de pressão), bulbo piloso, glândula sudorípara écrina. No Subcutâneo: parte mais profunda do folículo, bainha radicular externa e interna, células da matriz, papila pilosa, artéria, veia, vasos capilares, fibras nervosas sensitivas (mielinizadas), fibras nervosas autônomas (não mielinizadas), melanócitos, membrana hialino (vítrea), tecido celular subcutâneo. 4 - Função dos Cabelos É um órgão cujas funções de proteger e regular tem uma importância vital para o bom funcionamento de nosso ser. É exclusivo dos mamíferos e sua forma tem características hereditárias e étnicas. Também dependendo da raça o cabelo pode predominar e ser mais evidente nos sítios andrógeno dependente em ambos os sexos. O cabelo possui cerca de 20 tipos de células com as mais variadas funções. Além de formarem os fios, essas células estão ligadas a diversos sistemas do corpo humano – principalmente o nervoso, o circulatório e o imunológico. Funcionam também como um isolante térmico, protegendo a cabeça das radiações solares. São tidos como indicativo de diversas doenças que se manifestam no corpo humano. Os pelos têm uma grande quantidade de terminações nervosas, que provêm da sensibilidade à pressão e tato. Em alguns animais o cabelo tem duas mil terminações nervosas, o que o converte em fundamentais para a sobrevivência de outras espécies de mamíferos através das funções de camuflagem, isolamento para termorregulação, defesa e desempenho sexual. Na espécie humana, apesar da unidade pilossebácea não representa valor vital, exerce papel importante na regeneração epidérmica: a reepitelização é mais rápida em áreas com maior densidade de folículos pilossebáceos. O cabelo é condutor da secreção das glândulas sebáceas e apócrinas, estas últimas se distribuem especialmente em axilas e virilha. Outras funções incluem: proteção contra a radiação solar (cabelos e sobrancelhas), barreira mecânica (sobrancelhas, cílios e pelos nasais), aumento da superfície de evaporação de suor (principalmente axilas), auxílio na função sensorial cutânea e contribuição com os caracteres sexuais secundários, além de ser um meio de reconhecimento individual e atração sexual. Distribuem-se por todo o corpo, exceto nas regiões palmares e plantares, faces laterais dos dedos, lábios, glande, prepúcio, clitóris, pequenos lábios e superfície interna dos grandes lábios. O fio de cabelo é, em sua essência, um pelo. Possui a mesma estrutura dos outros pelos do corpo humano, tendo, porém, suas particularidades. 5 - Denominações dos pelos por região • No couro cabeludo são chamados de: Cabelos • Nas órbitas são conhecidos por: Supercílios • Nas pálpebras recebem a denominação de: Cílios • No vestíbulo nasal: Vibrissas • No meato acústico externo: Tragos • No lábio superior: Bigode • Na face: Barba • Nas axilas: Hircos • Na região pubiana, monte púbico: Pubes s 6- Tipos de pelos 6.1 – Lanugem É o pelo que cobre o feto e desaparece após o nascimento; é delgado, macio, não pigmentado e não contém medula. É produzido pelos folículos fetais e desprende normalmente no útero no sétimo ou oitavo mês de gestação ou então logo após o nascimento. 6.2 – Velus É o pelo que substitui a lanugem após o nascimento; é macio, não medulado, fino,cerca de 0,1 cm, curto, cerca de 2 cm, e raramente pigmentado. Pode ser encontrado normalmente nas faces das mulheres ou na área de calvície dos homens. 6.3 - Pelo terminal É o pelo que substitui o velus em determinadas áreas do corpo e em certa idade da vida. É um pelo mais comprido, cerca de 2 cm, mais grosso, até 0,6 mm, pigmentado,visível e com medula. É encontrado nas axilas, regiões pubianas, sobrancelhas, cílios, barba, bigode e cabelos do couro cabeludo. 7- As diferenças entre os pelos do corpo Os pelos e os cabelos em geral são bem parecidos, são praticamente idênticos, algumas das diferenças são: • O pelo geneticamente se desenvolve até certo comprimento e pára, fica velho e é substituído por outro novo. O cabelo já cresce por um período maior. • A diferença biológica: os pelos crescem principalmente na puberdade, enquanto que os cabelos crescem desde o nascimento. Mais tarde, os cabelos (sobretudo nos homens) terãoqueda acelerada, mas não os pelos. • A função dos pelos do nariz é evitar que partículas estranhas aderidas ao muco alcancem os alvéolos (componentes dos pulmões). Eles também mantêm desobstruídas as vias respiratórias e são capazes de movimentar partículas na velocidade de 16 mm por minuto. • As sobrancelhas e os cílios protegem o globo ocular da luz ultravioleta, corpos estranhos, suor e água. Os pelos do corpo e bigode crescem em menor velocidade, seguido da sobrancelha e dos cílios, que demoram três anos para crescerem. 8 - Principais características dos cabelos O corpo humano possui cerca de 5 milhões de pelos, 150.000 deles na forma de cabelos. São renovados em média de quatro a sete anos. O cabelo do couro cabeludo cresce 0.4 mm por dia, o número de folículos é o mesmo em ambos os sexos; no entanto, os cabelos de fios finos crescem cerca de 2,5 centímetros a cada dois ou três meses. Os grossos podem levar o dobro do tempo. Estudos revelam que o cabelo cresce mais rápido nas mulheres, como também no vértice que na região parietal. Estudos por biópsias sugerem que ao nascer temos 700-750 folículos por cm² no couro cabeludo e esta quantidade decresce com o tempo a 200-400 cabelos por cm². Os cabelos estão presos fortemente à cabeça, acredita-se que suportariam um peso de oitenta quilos. Uma trança aguentaria entre duzentos e trezentos quilos. As diferenças em suas características de comprimento, espessura e cor são determinadas geneticamente. Esta diferença de comprimentos entre as regiões ocorre porque a taxa de crescimento é variável em cada uma delas. Os pelos podem ser divididos em 3 categorias, conforme a resposta a hormônios masculinos: - Dependentes de hormônios: axilares, púbicos e torácicos. - Parcialmente dependente: corpo e extremidades; - Independentes: escalpo, sobrancelhas e cílios. 9 – Estrutura dos Pelos O pelo que vemos é apenas uma parte de toda a estrutura capilar, internamente dentro da pele encontram-se estruturas complexas com uma taxa de multiplicação celular que ocorre a cada período de 39 horas. É uma das mais elevadas que se conhece. Os pelos são estruturas mortas de substâncias queratinizadas (córnea), com forma cilíndrica, derivada de uma invaginação da epiderme, o folículo piloso. Seu desenvolvimento é iniciado em torno do terceiro mês da vida fetal, quando a epiderme se invagina e invade a derme. A unidade pilossebácea compreende: o folículo piloso, glândula sebácea, músculo eretor, um a quatro fios de pelos ou cabelos. Raiz de um fio, detalhes dos principais componentes. Fonte: www.caidadelcabello.net/ciclo_y_estructura.html 9.1 - O folículo piloso O folículo piloso é a estrutura que dará origem ao pelo. Podemos dividir o folículo piloso em duas partes: segmento superior e segmento inferior. Segmento superiorlocalizado à altura da inserção do músculo eretor até a superfície da pele, é composto por: • O istmo, que vai desde a desembocadura do músculo eretor até a desembocadura da glândula sebácea; • O infundíbulo que se estende da abertura da glândula sebácea até a superfície da pele; a saída do infundíbulo na superfície da pele é chamada de óstio folicular; • Acrotríquio: é a porção intraepidérmica do folículo; • A glândula sebácea. Segmento inferior: que compreende a região que vai do músculo eretor até a base do bulbo, é composto por: • Bulbo piloso, que é a porção mais espessa e profunda do folículo e contém a matriz germinativa do pelo; • O folículo piloso possui componente epitelial (matriz, bainha externa, bainha interna e haste) e componentes dérmicos (papila dérmica e bainha dérmica). s Separando o folículo piloso do tecido conjuntivo, que o envolve, está uma membrana que deve ser a lâmina basal muito desenvolvida e é chamada de membrana vítrea. 9.1.1 - O bulbo piloso Na base do folículo encontra-se uma dilatação denominada bulbo piloso, região onde as células dos pelos são produzidas. Estruturas importantes estão alojadas nesta bolsa, que muito se assemelha com um ventre materno. No pelo em formação o bulbo piloso possui cinco porções: papila dérmica, matriz, bainha interna do folículo, bainha externa do folículo e o pelo. O bulbo piloso atinge sua largura máxima a meia altura da papila. Uma linha transversal nesse nível, linha de Auber, constitui o limite superior do território onde se expandem e se multiplicam os queratinócitos e os melanócitos. Na zona queratógena, que se localiza na parte superior do bulbo, as células vão sofrer mutações: degenerar-se, alongar-se, morrer pela perda do núcleo e endurecer,produzindo uma proteína rica em enxofre – a queratina. 9.1.2 - Papila dérmica A papila dérmica é composta de fibroblastos especializados localizados na base do folículo. As células que recobrem a papila formam a raiz do pelo. Supõe-se que controla o número de células da matriz. A papila dérmica é composta de fibroblastos especializados localizados na base do folículo. As células que recobrem a papila formam a raiz do pelo. Acredita-se que controla o número de células da matriz. São entrelaçadas por vasos capilares que provêm nutrição para as células que estão se dividindo por mitose, e as células especializadas enviam sinais que ajudam a determinar o diâmetro do fio do cabelo. Estas células migram até a matriz do pelo e começam a se dividir e se diferenciar. Seu comportamento é controlado por numerosas citoquinas. A profundidade da papila é muito variável – na maioria das pessoas se encontra a 4 mm da superfície da pele, porém pode chegar até a 7 mm. Altamente vascularizada, a papila é a força real que dirige o folículo, provendo toda informação necessária para a multiplicação e diferenciação das células da matriz e, deste modo, regulando o ciclo de vida do cabelo. s 9.1.3 - Matriz germinativa A matriz circunda a papila abaixo da linha de auber, grupos de células que origina o pelo. Essas células são pouco diferenciadas e possuem um ritmo mitótico, provavelmente o mais alto do corpo humano. A taxa de multiplicação destas células ocorre a cada período de 39 horas. Dentro do grupo de células germinativas da matriz existem melanócitos produtores de pigmentos do cabelo. As células vão sofrer mutações:degenerar-se, alongar-se, morrer pela perda do núcleo e endurecer, produzindo uma proteína rica em enxofre – a queratina. Ela formará o esqueleto do cabelo. 9.1.4 - Bainha externa Representa uma invaginação da epiderme, situada entre a matriz germinativa e a superfície, a bainha externa continua com o epitélio da epiderme. 9.1.5 - Bainha interna Composta de três laminas: cutícula da bainha interna e membrana de Huxley e de Henle; desenvolve-se em torno do pelo, separando-o da bainha externa, e estende-se apenas parcialmente pelo folículo, desaparece na altura da região, onde desembocam as glândulas sebáceas. 9.1.6 - Haste capilar O pelo pode ser dividido em duas partes: a parte livre – a haste que se projeta para o exterior, e a parte interna – a raiz e uma haste. São estruturas mortas compostas por células queratinizadas fortemente aderidas entre si. Estruturas do folículo piloso 9.1.6.1 - Estrutura da haste capilar s Os pelos compreendem três estruturas básicas: a cutícula, a medula e o córtex. • Cutícula A cutícula, superfície protetora do cabelo, tem a função de não permitir que substâncias nocivas penetrem no núcleo do cabelo e protegê-lo da excessiva evaporação de água. É responsável pelo brilho, maciez e proteção dos fios. É formada de uma camada única de células que se recobrem parcialmente, como escamas de peixe, com a borda livre direcionada para a extremidade do fio de cabelo. Como as escamas se recobrem diversas vezes umas às outras, um corte transversal da cutícula dá a impressão de uma estrutura de camadas múltiplas de 3 a 10 espessuras. Transparentes, não pigmentadas, essas células cuticulares, muito achatadas (0,5 micrometros) e muito alongadas (45 micrometros).A cutícula possui uma combinação diferenciada de ingredientes especiais, entre eles aminoácidos, lipídios (ceramidas e ácidos essenciais) e minerais que, quando não agredidos, possibilitam um aspecto uniforme, proporcionando brilho e maciez aos cabelos. São constituídas de três partes: - A epicutícula: fina membrana que envolve as escamas. - A exocutícula: região média, frágil. - A endocutícula região interior, resistente. • Medula Ausente no lanugo ou no velus humano a medula é formada por células anucleadas, fracamente queratinizadas, contendo lipídeos e granulações pigmentadas. Devido à dificuldade de isolamento dessas células, suas funções não são claras quanto às propriedades físicas e químicas do cabelo. • Córtex O córtex é a principal estrutura do cabelo; formado por células fusiformes queratinizadas, que são constituídas por: macrofibrilas, que por sua vez são formadas por microfibrilas, que são envoltas por uma substância amorfa, rica em enxofre e onde se encontram os grãos de melanina. As microfibrilas são formadas por protofibrilas que possuem a forma de uma corda trançada, com 2 ou 3 fios. Cada fio é uma cadeia de queratina com baixo teor de enxofre, enrolada sobre si mesma, em forma de hélice. É responsável pela elasticidade, resistência e cor dos fios. As mudanças mais radicais, como tintura, descoloração, permanente e alisamento atuam principalmente nessa região, alterando a estrutura do córtex. 9.1.7 – Raiz do Pelo A raiz do pelo encontra-se no folículo. As células da raiz do cabelo se dividem e movem para cima dentro do folículo. Durante o processo de crescimento do pelo as células da raiz multiplicam-se e se diferenciam em vários tipos celulares: • Das células mais periféricas surge a cutícula do pelo, que se apresenta como grupos de células fortemente queratinizadas, como escamas que envolvem o córtex. • Ao redor da medula diferenciam-se células mais queratinizadas e dispostas compactamente, formando o córtex do pelo; • Algumas células grandes vacuolizadas e fracamente queratinizadas, que irão formar a medula do pelo; Das células epiteliais mais periféricas originam-se duas bainhas epiteliais, uma interna e outra externa, que envolvem o eixo do pelo na sua porção inicial. Desenho da macrofibrila, microfibrilas, protofribrila e hélici. 9.1.7 - Glândula sebácea Estas estruturas originam-se como divertículos do broto que originará o pelo. Composta de água, resíduos epiteliais, grânulos de querato-hialina e de queratina, de substâncias minerais e de elevado teor de lipídios, principalmente triglicérides, tem a função de lubrificar os pelos e a superfície cutânea. Parece exercer certa função bactericida e fungicida. Protege a pele, evitando que se resseque, ao mesmo tempo em que a impermeabiliza, evitando a evaporação excessiva, sobretudo no inverno. Estas glândulas não existem nas palmas das mãos e na planta dos pés. Protege contra agentes patogênicos, das alterações climáticas, ajuda na impermeabilidade da pele. Segregam uma substância semilíquida e oleosa, o sebo cutâneo, composto de ácidos graxos, colesterol, vários hidrocarbonetos, alcoóis e cera. O sebo cutâneo sobe através do folículo até a superfície e, além de lubrificar, amaciar e proteger a pele concede espessura e, de certa forma, impermeabilidade ao pelo. O sebo migra entre dois ou diversos fios de cabelos vizinhos, à razão de 2 a 3,5 mm/minuto e até 16 cm do couro cabeludo, aproximadamente. A beleza do cabelo depende, em grande parte, da glândula sebácea. Essa glândula produz e descarrega, no colo, uma substância graxa, o sebo. O suor secretado pelas glândulas sudoríparas se mistura ao sebo para proteger e lubrificar o couro cabeludo e o cabelo. 9.1.8 - Músculo eretor O músculo eretor do pelo é um pequeno feixe de fibras musculares lisas presas à bainha conjuntiva do folículo piloso, ao nível da porção mediana do mesmo. Semelhante a todos os músculos de nosso corpo, eles se contraem quando o sistema nervoso lhes dá uma ordem nesse sentido. Então, eles se acumulam sobre si mesmos, encolhem e repuxam as bases dos folículos, colocando, assim, o fio de cabelo em posição vertical. O local onde este músculo se conecta com o folículo piloso marca a região do bojo, no qual abriga as células stem (células mãe) do folículo piloso. Sua contração determina que o pelo fica “arrepiado” e também comprime as glândulas sebáceas ocasionando excreção de sebo para a superfície. 10 - Outras estruturas importantes No folículo piloso ou próximo a ele outras estruturas também importantes podem ser vistas. 10.1 - Os queratinócitos Os queratinócitos são células responsáveis pela síntese da melanina. Os queratinócitos do folículo piloso são células que se multiplicam numa taxa muito maior do que os queratinócitos da pele. Além disso, eles se diferenciam para formar as diferentes estruturas do cabelo. A produção e armazenamento de queratina, um processo denominado queratinização, causa um endurecimento destas células, levando à desintegração de seus núcleos e consequente morte. 10.1 - Capilares sanguíneos São pequeníssimos vasos sanguíneos que conectam as artérias e veias à papila. Os vasos capilares são responsáveis pelas trocas gasosas e nutritivas, e simultaneamente eles fazem o processo de remoção de toxinas dos folículos pilosos. 10.2 – Nervos Eles nos possibilitam perceber sensações. A inervação do folículo piloso é bastante complexa. Ela se constitui dos seguintes elementos. • A inervação motora do músculo eretor. • A inervação da papila. • A inervação sensitiva do cabelo. O folículo piloso apresenta uma intensa inervação sensitiva, o que explica as dores à tração e as sensações dolorosas do couro cabeludo. 10.3 - Glândulas sudoríparas As glândulas sudoríparas são encontradas em toda a pele, com exceção de certas regiões como a glande. Constituídas por um fino e longo tubo que no início se enovela, chamado corpo da glândula. Secreta o suor através do poro sudorífero, a porção secretora localiza-se na derme. O suor secretado pelas glândulas é uma solução extremamente diluída, que contém algumas proteínas que são expelidas por um tipo de células. Há também sódio, potássio, cloreto, ureia, amônia e ácido úrico, produtos da excreção de outros tipos de células. Ao atingir a superfície da pele o suor evapora-se, provocando a queda da temperatura. s 10.4 – Membrana vítrea Parte interna e acelular da bainha do tecido conjuntivo, elo que mantém ligado o bulbo em afastamento à papila dérmica. 11 - A fantástica formação dos pelos e dos cabelos Na parte inferior do bulbo piloso, que é a matriz do cabelo, é onde encerra a zona de divisão celular. Cada célula vai se dividir e cria uma nova célula, a célula-filha, que é impulsionada para o alto pelo nascimento de outras células. Elas se queratinizam progressivamente na parte superior do bulbo piloso, para dar origem aos fios de cabelo. As células vão sofrer mutações: degenerar-se, alongar-se, morrer pela perda do núcleo e endurecer, produzindo uma proteína rica em enxofre – a queratina. Ela formará o esqueleto do cabelo. No nível da zona queratógena se individualiza a bainha epitelial interna. Constituída de diversas camadas celulares concêntricas, ela acompanha o cabelo no seu crescimento até o ponto onde desemboca o canal sebáceo: o colo. A haste pilar torna-se, então, livre. 12 - A composição química dos cabelos O componente primário é a queratina, que corresponde entre 65% e 95% do peso da fibra capilar, outros elementos, no entanto, fazem parte da sua composição, como: • Água, que é fundamental, e seu teor podem variar de acordo com a umidade relativa do ar, mas chega em torno de 10% da composição química de um fio. Quando o cabelo está molhado, chega a absorver cerca de 30% do seu peso. • Lipídeos: Fazem parte da composição e podem estar tanto interna quanto externamente. Tanto os óleos internos quantoexternos somam 6% da composição dos fios. Os internos ajudam na estrutura do fio e os externos são responsáveis pela lubrificação ao longo do fio. • Aminoácidos: São unidades fundamentais das proteínas e somam cerca de 14% da composição química. O mais importante é a cisteína, que contém enxofre em sua molécula, está presente em todo o polímero da queratina. Por oxidação, duas moléculas de cisteína podem formar fortes ligações dissulfeto e, portanto, ligar polímeros de queratina adjacentes. Essas ligações de cisteína contribuem para a força dos cabelos e são as principais responsáveis pela durabilidade e resistência. Os cabelos são compostos ainda por Carbono, Oxigênio, Nitrogênio, Hidrogênio e Enxofre. Podemos ainda encontrar traços de Cálcio, Ferro, Chumbo e Silício. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA SUCCI, I. C. B. Abordagem Clínica do Paciente com Alopecia. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/artigo.aspx?id=281>. Acesso em: 20 outubro 2008. AZULAY, D. R.; AZULAY, R. D. Dermatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A., 1999. 2. ed. rev. e atual. Disponível em: <http://www.unioeste.br/projetos/elrf/monografias/2004- 1/tcc/pdf/elisandra.PDF>. Acesso em: 15 outubro 2008. SAMPAIO S. A. P. e RIVITTI E. A. Anatomia e Fisiologia da Pele. Dermatologia 2. ed. Editora Artes Médicas LTDA, 2000. p. 3-35. POZZI, A. C. Tinea Capitis em Maringá, Paraná: um estudo de 11 anos. Universidade Estadual de Maringá. p. 77(3):321-328. Disponível em: <http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/artigo.aspx?id=10456>. Acesso em: 10 outubro 2008. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A., 1999. TEXTO REPRODUZIDO DA REVISTA QUÍMICA E DERIVADOS. Edição n. 471, março 2008. Disponível em: <http://www.quimica.com.br>. ANTONIO, J. R. Anatomia, Fisiologia, Alterações Genéticas e Adquiridas. Faculdade Estadual de Medicina de São José do Rio Preto, março, 2005. Disponível em: <http://www.sbcd.org.br/pagina.php?id=582>. Acesso em: 22 outubro 2008 Parte integrante do curso Portal Educação
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