Buscar

APOSTILA 1 (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MÓDULO I 
 
1- INTRODUÇÃO 
 
Os cabelos, que desde os mais remotos tempos exercem grande importância 
para a humanidade, como símbolo de status, poder e atração, ligados 
fortemente à autoimagem e à autoestima, ocupam hoje um lugar de destaque 
na corrida comercial; as indústrias de cosméticos têm investido muito nas 
inovações, a tecnologia cresce em ritmo acelerado; novos ativos surgem no 
mercado na busca do combate ao desgaste e agressões aos cabelos; 
agressões estas ocasionadas por vários agentes, inclusive substâncias criadas 
a título de embelezamento. 
Na tentativa de seguir os ditames da moda e da própria exigência do mercado 
de trabalho, que coloca a aparência como um item importante a ser 
considerado, a mulher e até mesmo os homens buscam, cada vez mais, os 
centros de estética e clínicas de terapia capilar, numa tentativa de melhorar e 
mudar a aparência ou a forma original de seus cabelos, acreditando assim 
estarem ganhando pontos na disputa profissional ou até mesmo amorosa. 
No entanto, embalado na importância que a aparência do cabelo tem para a 
sociedade como um todo, o novo profissional de estética capilar deve ser o 
diferencial do mercado, conhecendo a fundo aquele que é seu instrumento de 
trabalho, as patologias a que são acometidos e suas consequências na fibra; o 
conhecimento desenvolve o senso crítico e analítico para inclusive estabelecer 
método seletivo de aquisição de produtos cosméticos para a reestruturação da 
haste capilar. 
Esperamos ser este curso um convite aos profissionais da área de estética a 
continuarem a busca por informações de caráter científico, buscas que 
direcionem melhor seu trabalho e que, embasados por este conhecimento, 
norteiem seu trabalho a um rumo mais concreto e voltado para o cumprimento 
da nossa verdadeira missão: a contribuição para a satisfação das 
necessidades de saúde, de higiene e do embelezamento do ser humano. 
 
2- Aprendendo um pouco sobre a pele 
Para compreendermos perfeitamente a formação do folículo piloso é 
necessário primeiro entender a pele, pois afinal o pelo se origina de uma 
invaginação de uma das camadas da pele. Nossa pele é dividida em três 
camadas: epiderme, derme e hipoderme ou tecido celular subcutâneo. É 
constituída por duas camadas germinativas diferentes: a ectoderme e a 
mesoderme. A ectoderme é a camada exterior de um embrião em 
desenvolvimento; as outras duas camadas do embrião são a mesoderme e a 
endoderme. 
A epiderme tem origem na ectoderme, enquanto a derme e o tecido adiposo 
subcutâneo (hipoderme) têm origem mesodérmica. A epiderme inicialmente é 
um epitélio simples, depois graças à proliferação e diferenciação da camada 
mais profunda, ele se torna estratificado pavimentoso córneo, com suas 
camadas características: basal, espinhosa, granulosa e córnea. 
Os pelos formam-se pela proliferação da epiderme, desenvolvendo brotos 
epiteliais que se afundam no mesoderme. A extremidade de cada broto dilata-
se e engloba uma porção do mesoderma, formando a papila do pelo. As 
células epidérmicas que envolvem a papila proliferam intensamente e se 
queratinizam, migrando para a superfície da pele, formando o pelo. 
 
 
 
1 – Esquema das camadas da pele. Fonte: www.afh.bio.br. 
. 
 
 
 
3 - Localizando as estruturas dos pelos dentro da pele 
 
Na Epiderme: podemos encontrar as aberturas dos folículos, poros das 
glândulas sudoríparas, camadas córneas, granulosas, espinhosas e basais, 
melanócitos e rede de cristas epidérmicas. Na Derme: encontramos a papila 
dérmica, as terminações nervosas livres (receptor da dor), o corpúsculo de 
Meissner (receptor tátil), glândula sebácea (regulada hormonalmente), músculo 
eretor do pelo, fibra de colágeno, corpúsculo de Ruffini (receptor mecânico), 
corpúsculo de Pacini (receptor de pressão), bulbo piloso, glândula sudorípara 
écrina. 
No Subcutâneo: parte mais profunda do folículo, bainha radicular externa e 
interna, células da matriz, papila pilosa, artéria, veia, vasos capilares, fibras 
nervosas sensitivas (mielinizadas), fibras nervosas autônomas (não 
mielinizadas), melanócitos, membrana hialino (vítrea), tecido celular 
subcutâneo. 
 
4 - Função dos Cabelos 
 
É um órgão cujas funções de proteger e regular tem uma importância vital para 
o bom funcionamento de nosso ser. É exclusivo dos mamíferos e sua forma 
tem características hereditárias e étnicas. Também dependendo da raça o 
cabelo pode predominar e ser mais evidente nos sítios andrógeno dependente 
em ambos os sexos. O cabelo possui cerca de 20 tipos de células com as mais 
variadas funções. Além de formarem os fios, essas células estão ligadas a 
diversos sistemas do corpo humano – principalmente o nervoso, o circulatório e 
o imunológico. Funcionam também como um isolante térmico, protegendo a 
cabeça das radiações solares. São tidos como indicativo de diversas doenças 
que se manifestam no corpo humano. 
Os pelos têm uma grande quantidade de terminações nervosas, que provêm da 
sensibilidade à pressão e tato. Em alguns animais o cabelo tem duas mil 
terminações nervosas, o que o converte em fundamentais para a sobrevivência 
de outras espécies de mamíferos através das funções de camuflagem, 
isolamento para termorregulação, defesa e desempenho sexual. Na espécie 
humana, apesar da unidade pilossebácea não representa valor vital, exerce 
papel importante na regeneração epidérmica: a reepitelização é mais rápida em 
áreas com maior densidade de folículos pilossebáceos. 
O cabelo é condutor da secreção das glândulas sebáceas e apócrinas, estas 
últimas se distribuem especialmente em axilas e virilha. Outras funções 
incluem: proteção contra a radiação solar (cabelos e sobrancelhas), barreira 
mecânica (sobrancelhas, cílios e pelos nasais), aumento da superfície de 
evaporação de suor (principalmente axilas), auxílio na função sensorial cutânea 
e contribuição com os caracteres sexuais secundários, além de ser um meio de 
reconhecimento individual e atração sexual. 
Distribuem-se por todo o corpo, exceto nas regiões palmares e plantares, faces 
laterais dos dedos, lábios, glande, prepúcio, clitóris, pequenos lábios e 
superfície interna dos grandes lábios. O fio de cabelo é, em sua essência, um 
pelo. Possui a mesma estrutura dos outros pelos do corpo humano, tendo, 
porém, suas particularidades. 
 
5 - Denominações dos pelos por região 
• No couro cabeludo são chamados de: Cabelos 
• Nas órbitas são conhecidos por: Supercílios 
• Nas pálpebras recebem a denominação de: Cílios 
• No vestíbulo nasal: Vibrissas 
• No meato acústico externo: Tragos 
• No lábio superior: Bigode 
• Na face: Barba 
• Nas axilas: Hircos 
• Na região pubiana, monte púbico: Pubes 
s 
6- Tipos de pelos 
6.1 – Lanugem 
É o pelo que cobre o feto e desaparece após o nascimento; é delgado, macio, 
não pigmentado e não contém medula. É produzido pelos folículos fetais e 
desprende normalmente no útero no sétimo ou oitavo mês de gestação ou 
então logo após o nascimento. 
 
6.2 – Velus 
É o pelo que substitui a lanugem após o nascimento; é macio, não medulado, 
fino,cerca de 0,1 cm, curto, cerca de 2 cm, e raramente pigmentado. Pode ser 
encontrado normalmente nas faces das mulheres ou na área de calvície dos 
homens. 
 
6.3 - Pelo terminal 
É o pelo que substitui o velus em determinadas áreas do corpo e em certa 
idade da vida. É um pelo mais comprido, cerca de 2 cm, mais grosso, até 0,6 
mm, pigmentado,visível e com medula. É encontrado nas axilas, regiões 
pubianas, sobrancelhas, cílios, barba, bigode e cabelos do couro cabeludo. 
 
7- As diferenças entre os pelos do corpo 
Os pelos e os cabelos em geral são bem parecidos, são praticamente 
idênticos, algumas das diferenças são: 
• O pelo geneticamente se desenvolve até certo comprimento e pára, fica 
velho e é substituído por outro novo. O cabelo já cresce por um período 
maior. 
 
• A diferença biológica: os pelos crescem principalmente na puberdade, 
enquanto que os cabelos crescem desde o nascimento. Mais tarde, os 
cabelos (sobretudo nos homens) terãoqueda acelerada, mas não os pelos. 
• A função dos pelos do nariz é evitar que partículas estranhas aderidas ao 
muco alcancem os alvéolos (componentes dos pulmões). Eles também 
mantêm desobstruídas as vias respiratórias e são capazes de movimentar 
partículas na velocidade de 16 mm por minuto. 
• As sobrancelhas e os cílios protegem o globo ocular da luz ultravioleta, 
corpos estranhos, suor e água. 
Os pelos do corpo e bigode crescem em menor velocidade, seguido da 
sobrancelha e dos cílios, que demoram três anos para crescerem. 
 
8 - Principais características dos cabelos 
O corpo humano possui cerca de 5 milhões de pelos, 150.000 deles na forma 
de cabelos. São renovados em média de quatro a sete anos. O cabelo do 
couro cabeludo cresce 0.4 mm por dia, o número de folículos é o mesmo em 
ambos os sexos; no entanto, os cabelos de fios finos crescem cerca de 2,5 
centímetros a cada dois ou três meses. Os grossos podem levar o dobro do 
tempo. 
Estudos revelam que o cabelo cresce mais rápido nas mulheres, como também 
no vértice que na região parietal. Estudos por biópsias sugerem que ao nascer 
temos 700-750 folículos por cm² no couro cabeludo e esta quantidade decresce 
com o tempo a 200-400 cabelos por cm². Os cabelos estão presos fortemente à 
cabeça, acredita-se que suportariam um peso de oitenta quilos. Uma trança 
aguentaria entre duzentos e trezentos quilos. 
As diferenças em suas características de comprimento, espessura e cor são 
determinadas geneticamente. Esta diferença de comprimentos entre as regiões 
ocorre porque a taxa de crescimento é variável em cada uma delas. Os pelos 
podem ser divididos em 3 categorias, conforme a resposta a hormônios 
masculinos: 
- Dependentes de hormônios: axilares, púbicos e torácicos. 
- Parcialmente dependente: corpo e extremidades; 
- Independentes: escalpo, sobrancelhas e cílios. 
 
9 – Estrutura dos Pelos 
 
O pelo que vemos é apenas uma parte de toda a estrutura capilar, 
internamente dentro da pele encontram-se estruturas complexas com uma taxa 
de multiplicação celular que ocorre a cada período de 39 horas. É uma das 
mais elevadas que se conhece. Os pelos são estruturas mortas de substâncias 
queratinizadas (córnea), com forma cilíndrica, derivada de uma invaginação da 
epiderme, o folículo piloso. Seu desenvolvimento é iniciado em torno do 
terceiro mês da vida fetal, quando a epiderme se invagina e invade a 
derme. 
A unidade pilossebácea compreende: o folículo piloso, glândula sebácea, 
músculo eretor, um a quatro fios de pelos ou cabelos. 
 
 
 
 
Raiz de um fio, detalhes dos principais componentes. 
Fonte: www.caidadelcabello.net/ciclo_y_estructura.html 
 
9.1 - O folículo piloso 
O folículo piloso é a estrutura que dará origem ao pelo. Podemos dividir o 
folículo piloso em duas partes: segmento superior e segmento inferior. 
Segmento superiorlocalizado à altura da inserção do músculo eretor até a 
superfície da pele, é composto por: 
 
• O istmo, que vai desde a desembocadura do músculo eretor até a 
desembocadura da glândula sebácea; 
• O infundíbulo que se estende da abertura da glândula sebácea até a 
superfície da pele; a saída do infundíbulo na superfície da pele é chamada 
de óstio folicular; 
• Acrotríquio: é a porção intraepidérmica do folículo; 
• A glândula sebácea. Segmento inferior: que compreende a região que vai do 
músculo eretor até a base do bulbo, é composto por: 
• Bulbo piloso, que é a porção mais espessa e profunda do folículo e contém a 
matriz germinativa do pelo; 
• O folículo piloso possui componente epitelial (matriz, bainha externa, bainha 
interna e haste) e componentes dérmicos (papila dérmica e bainha dérmica). 
s 
Separando o folículo piloso do tecido conjuntivo, que o envolve, está uma 
membrana que deve ser a lâmina basal muito desenvolvida e é chamada de 
membrana vítrea. 
 
9.1.1 - O bulbo piloso 
 
Na base do folículo encontra-se uma dilatação denominada bulbo piloso, região 
onde as células dos pelos são produzidas. Estruturas importantes estão 
alojadas nesta bolsa, que muito se assemelha com um ventre materno. No pelo 
em formação o bulbo piloso possui cinco porções: papila dérmica, matriz, 
bainha interna do folículo, bainha externa do folículo e o pelo. O bulbo piloso 
atinge sua largura máxima a meia altura da papila. Uma linha transversal nesse 
nível, linha de Auber, constitui o limite superior do território onde se expandem 
e se multiplicam os queratinócitos e os melanócitos. Na zona queratógena, que 
se localiza na parte superior do bulbo, as células vão sofrer mutações: 
degenerar-se, alongar-se, morrer pela perda do núcleo e endurecer,produzindo 
uma proteína rica em enxofre – a queratina. 
 
9.1.2 - Papila dérmica 
 
A papila dérmica é composta de fibroblastos especializados localizados na 
base do folículo. As células que recobrem a papila formam a raiz do pelo. 
Supõe-se que controla o número de células da matriz. A papila dérmica é 
composta de fibroblastos especializados localizados na base do folículo. As 
células que recobrem a papila formam a raiz do pelo. Acredita-se que controla 
o número de células da matriz. São entrelaçadas por vasos capilares que 
provêm nutrição para as células que estão se dividindo por mitose, e as células 
especializadas enviam sinais que ajudam a determinar o diâmetro do fio do 
cabelo. Estas células migram até a matriz do pelo e começam a se dividir e se 
diferenciar. Seu comportamento é controlado por numerosas citoquinas. 
A profundidade da papila é muito variável – na maioria das pessoas se 
encontra a 4 mm da superfície da pele, porém pode chegar até a 7 mm. 
Altamente vascularizada, a papila é a força real que dirige o folículo, provendo 
toda informação necessária para a multiplicação e diferenciação das células da 
matriz e, deste modo, regulando o ciclo de vida do cabelo. 
s 
9.1.3 - Matriz germinativa 
 
A matriz circunda a papila abaixo da linha de auber, grupos de células que 
origina o pelo. Essas células são pouco diferenciadas e possuem um ritmo 
mitótico, provavelmente o mais alto do corpo humano. A taxa de multiplicação 
destas células ocorre a cada período de 39 horas. Dentro do grupo de células 
germinativas da matriz existem melanócitos produtores de pigmentos do 
cabelo. As células vão sofrer mutações:degenerar-se, alongar-se, morrer pela 
perda do núcleo e endurecer, produzindo uma proteína rica em enxofre – a 
queratina. Ela formará o esqueleto do cabelo. 
 
9.1.4 - Bainha externa 
 
Representa uma invaginação da epiderme, situada entre a matriz germinativa e 
a superfície, a bainha externa continua com o epitélio da epiderme. 
 
9.1.5 - Bainha interna 
 
Composta de três laminas: cutícula da bainha interna e membrana de Huxley e 
de Henle; desenvolve-se em torno do pelo, separando-o da bainha externa, e 
estende-se apenas parcialmente pelo folículo, desaparece na altura da região, 
onde desembocam as glândulas sebáceas. 
 
9.1.6 - Haste capilar 
O pelo pode ser dividido em duas partes: a parte livre – a haste que se projeta 
para o exterior, e a parte interna – a raiz e uma haste. São estruturas mortas 
compostas por células queratinizadas fortemente aderidas entre si. 
 
 
 
 
Estruturas do folículo piloso 
 
9.1.6.1 - Estrutura da haste capilar 
s 
Os pelos compreendem três estruturas básicas: a cutícula, a medula e o córtex. 
• Cutícula 
A cutícula, superfície protetora do cabelo, tem a função de não permitir que 
substâncias nocivas penetrem no núcleo do cabelo e protegê-lo da excessiva 
evaporação de água. É responsável pelo brilho, maciez e proteção dos fios. É 
formada de uma camada única de células que se recobrem parcialmente, como 
escamas de peixe, com a borda livre direcionada para a extremidade do fio de 
cabelo. 
Como as escamas se recobrem diversas vezes umas às outras, um corte 
transversal da cutícula dá a impressão de uma estrutura de camadas múltiplas 
de 3 a 10 espessuras. Transparentes, não pigmentadas, essas células 
cuticulares, muito achatadas (0,5 micrometros) e muito alongadas (45 
micrometros).A cutícula possui uma combinação diferenciada de ingredientes 
especiais, entre eles aminoácidos, lipídios (ceramidas e ácidos essenciais) e 
minerais que, quando não agredidos, possibilitam um aspecto uniforme, 
proporcionando brilho e maciez aos cabelos. São constituídas de três partes: 
- A epicutícula: fina membrana que envolve as escamas. 
- A exocutícula: região média, frágil. 
- A endocutícula região interior, resistente. 
 
• Medula 
Ausente no lanugo ou no velus humano a medula é formada por células 
anucleadas, fracamente queratinizadas, contendo lipídeos e granulações 
pigmentadas. 
Devido à dificuldade de isolamento dessas células, suas funções não são 
claras quanto às propriedades físicas e químicas do cabelo. 
 
• Córtex 
O córtex é a principal estrutura do cabelo; formado por células fusiformes 
queratinizadas, que são constituídas por: macrofibrilas, que por sua vez são 
formadas por microfibrilas, que são envoltas por uma substância amorfa, rica 
em enxofre e onde se encontram os grãos de melanina. As microfibrilas são 
formadas por protofibrilas que possuem a forma de uma corda trançada, com 2 
ou 3 fios. 
Cada fio é uma cadeia de queratina com baixo teor de enxofre, enrolada sobre 
si mesma, em forma de hélice. É responsável pela elasticidade, resistência e 
cor dos fios. 
As mudanças mais radicais, como tintura, descoloração, permanente e 
alisamento atuam principalmente nessa região, alterando a estrutura do córtex. 
 
9.1.7 – Raiz do Pelo 
 
A raiz do pelo encontra-se no folículo. As células da raiz do cabelo se dividem e 
movem para cima dentro do folículo. Durante o processo de crescimento do 
pelo as células da raiz multiplicam-se e se diferenciam em vários tipos 
celulares: 
• Das células mais periféricas surge a cutícula do pelo, que se apresenta 
como grupos de células fortemente queratinizadas, como escamas que 
envolvem o córtex. 
• Ao redor da medula diferenciam-se células mais queratinizadas e dispostas 
compactamente, formando o córtex do pelo; 
• Algumas células grandes vacuolizadas e fracamente queratinizadas, que 
irão formar a medula do pelo; 
Das células epiteliais mais periféricas originam-se duas bainhas epiteliais, uma 
interna e outra externa, que envolvem o eixo do pelo na sua porção inicial. 
 
 
 
Desenho da macrofibrila, microfibrilas, protofribrila e hélici. 
 
9.1.7 - Glândula sebácea 
 
Estas estruturas originam-se como divertículos do broto que originará o pelo. 
Composta de água, resíduos epiteliais, grânulos de querato-hialina e de 
queratina, de substâncias minerais e de elevado teor de lipídios, principalmente 
triglicérides, tem a função de lubrificar os pelos e a superfície cutânea. Parece 
exercer certa função bactericida e fungicida. Protege a pele, evitando que se 
resseque, ao mesmo tempo em que a impermeabiliza, evitando a evaporação 
excessiva, sobretudo no inverno. Estas glândulas não existem nas palmas das 
mãos e na planta dos pés. Protege contra agentes patogênicos, das alterações 
climáticas, ajuda na impermeabilidade da pele. 
Segregam uma substância semilíquida e oleosa, o sebo cutâneo, composto de 
ácidos graxos, colesterol, vários hidrocarbonetos, alcoóis e cera. O sebo 
cutâneo sobe através do folículo até a superfície e, além de lubrificar, amaciar 
e proteger a pele concede espessura e, de certa forma, impermeabilidade ao 
pelo. O sebo migra entre dois ou diversos fios de cabelos vizinhos, à razão de 
2 a 3,5 mm/minuto e até 16 cm do couro cabeludo, aproximadamente. A beleza 
do cabelo depende, em grande parte, da glândula sebácea. Essa glândula 
produz e descarrega, no colo, uma substância graxa, o sebo. O suor secretado 
pelas glândulas sudoríparas se mistura ao sebo para proteger e lubrificar o 
couro cabeludo e o cabelo. 
 
9.1.8 - Músculo eretor 
 
O músculo eretor do pelo é um pequeno feixe de fibras musculares lisas presas 
à bainha conjuntiva do folículo piloso, ao nível da porção mediana do mesmo. 
Semelhante a todos os músculos de nosso corpo, eles se contraem quando o 
sistema nervoso lhes dá uma ordem nesse sentido. Então, eles se acumulam 
sobre si mesmos, encolhem e repuxam as bases dos folículos, colocando, 
assim, o fio de cabelo em posição vertical. O local onde este músculo se 
conecta com o folículo piloso marca a região do bojo, no qual abriga as células 
stem (células mãe) do folículo piloso. Sua contração determina que o pelo fica 
“arrepiado” e também comprime as glândulas sebáceas ocasionando excreção 
de sebo para a superfície. 
 
10 - Outras estruturas importantes 
 
No folículo piloso ou próximo a ele outras estruturas também importantes 
podem ser vistas. 
 
10.1 - Os queratinócitos 
Os queratinócitos são células responsáveis pela síntese da melanina. Os 
queratinócitos do folículo piloso são células que se multiplicam numa taxa 
muito maior do que os queratinócitos da pele. Além disso, eles se diferenciam 
para formar as diferentes estruturas do cabelo. A produção e armazenamento 
de queratina, um processo denominado queratinização, causa um 
endurecimento destas células, levando à desintegração de seus núcleos e 
consequente morte. 
 
10.1 - Capilares sanguíneos 
São pequeníssimos vasos sanguíneos que conectam as artérias e veias à 
papila. 
Os vasos capilares são responsáveis pelas trocas gasosas e nutritivas, e 
simultaneamente eles fazem o processo de remoção de toxinas dos folículos 
pilosos. 
 
10.2 – Nervos 
Eles nos possibilitam perceber sensações. A inervação do folículo piloso é 
bastante complexa. Ela se constitui dos seguintes elementos. 
 
• A inervação motora do músculo eretor. 
• A inervação da papila. 
• A inervação sensitiva do cabelo. 
 
O folículo piloso apresenta uma intensa inervação sensitiva, o que explica as 
dores à tração e as sensações dolorosas do couro cabeludo. 
 
10.3 - Glândulas sudoríparas 
 
As glândulas sudoríparas são encontradas em toda a pele, com exceção de 
certas regiões como a glande. Constituídas por um fino e longo tubo que no 
início se enovela, chamado corpo da glândula. Secreta o suor através do poro 
sudorífero, a porção secretora localiza-se na derme. O suor secretado pelas 
glândulas é uma solução extremamente diluída, que contém algumas proteínas 
que são expelidas por um tipo de células. Há também sódio, potássio, cloreto, 
ureia, amônia e ácido úrico, produtos da excreção de outros tipos de células. 
Ao atingir a superfície da pele o suor evapora-se, 
provocando a queda da temperatura. 
 
s 
10.4 – Membrana vítrea 
 
Parte interna e acelular da bainha do tecido conjuntivo, elo que mantém ligado 
o bulbo em afastamento à papila dérmica. 
 
11 - A fantástica formação dos pelos e dos cabelos 
 
Na parte inferior do bulbo piloso, que é a matriz do cabelo, é onde encerra a 
zona de divisão celular. Cada célula vai se dividir e cria uma nova célula, a 
célula-filha, que é impulsionada para o alto pelo nascimento de outras células. 
Elas se queratinizam progressivamente na parte superior do bulbo piloso, para 
dar origem aos fios de cabelo. 
As células vão sofrer mutações: degenerar-se, alongar-se, morrer pela perda 
do núcleo e endurecer, produzindo uma proteína rica em enxofre – a queratina. 
Ela formará o esqueleto do cabelo. No nível da zona queratógena se 
individualiza a bainha epitelial interna. Constituída de diversas camadas 
celulares concêntricas, ela acompanha o cabelo no seu crescimento até o 
ponto onde desemboca o canal sebáceo: o colo. A haste pilar torna-se, então, 
livre. 
 
12 - A composição química dos cabelos 
 
O componente primário é a queratina, que corresponde entre 65% e 95% do 
peso da fibra capilar, outros elementos, no entanto, fazem parte da sua 
composição, como: 
• Água, que é fundamental, e seu teor podem variar de acordo com a umidade 
relativa do ar, mas chega em torno de 10% da composição química de um fio. 
Quando o cabelo está molhado, chega a absorver cerca de 30% do seu peso. 
• Lipídeos: Fazem parte da composição e podem estar tanto interna quanto 
externamente. Tanto os óleos internos quantoexternos somam 6% da 
composição dos fios. Os internos ajudam na estrutura do fio e os externos são 
responsáveis pela lubrificação ao longo do fio. 
• Aminoácidos: São unidades fundamentais das proteínas e somam cerca de 
14% da composição química. O mais importante é a cisteína, que contém 
enxofre em sua molécula, está presente em todo o polímero da queratina. Por 
oxidação, duas moléculas de cisteína podem formar fortes ligações dissulfeto 
e, portanto, ligar polímeros de queratina adjacentes. Essas ligações de cisteína 
contribuem para a força dos cabelos e são as principais responsáveis pela 
durabilidade e resistência. 
Os cabelos são compostos ainda por Carbono, Oxigênio, Nitrogênio, 
Hidrogênio e Enxofre. Podemos ainda encontrar traços de Cálcio, Ferro, 
Chumbo e Silício. 
 
 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
 
SUCCI, I. C. B. Abordagem Clínica do Paciente com Alopecia. Universidade 
do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: 
<http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/artigo.aspx?id=281>. Acesso 
em: 20 outubro 2008. 
 
AZULAY, D. R.; AZULAY, R. D. Dermatologia. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan S. A., 1999. 2. ed. rev. e atual. Disponível em: 
<http://www.unioeste.br/projetos/elrf/monografias/2004-
1/tcc/pdf/elisandra.PDF>. Acesso em: 15 outubro 2008. 
 
SAMPAIO S. A. P. e RIVITTI E. A. Anatomia e Fisiologia da Pele. 
Dermatologia 2. ed. Editora Artes Médicas LTDA, 2000. p. 3-35. 
POZZI, A. C. Tinea Capitis em Maringá, Paraná: um estudo de 11 anos. 
Universidade Estadual de Maringá. p. 77(3):321-328. Disponível em: 
<http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/artigo.aspx?id=10456>. Acesso 
em: 10 outubro 2008. 
 
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 9. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan S. A., 1999. 
TEXTO REPRODUZIDO DA REVISTA QUÍMICA E DERIVADOS. Edição n. 
471, março 2008. Disponível em: <http://www.quimica.com.br>. 
 
ANTONIO, J. R. Anatomia, Fisiologia, Alterações Genéticas e Adquiridas. 
Faculdade Estadual de Medicina de São José do Rio Preto, março, 2005. 
Disponível 
em: <http://www.sbcd.org.br/pagina.php?id=582>. Acesso em: 22 outubro 2008 
Parte integrante do curso Portal Educação

Outros materiais