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Aula 07_07102020

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CEDERJ - CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA 
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
Curso: Engenharia de Produção 
Disciplina: Gestão da Manutenção 
Conteudistas: José Antonio Assunção Peixoto e 
 Leydervan de Souza Xavier 
Designer Instrucional: Flávia Busnardo 
 
“O aumento do conhecimento é como uma esfera dilatando-se 
no espaço: quanto maior a nossa compreensão, maior o nosso 
contato com o desconhecido.” Blaise Pascal 
 
Aula 7: Observar, refletir, analisar e representar 
sistemicamente. 
Meta 
Integrar representações do pensamento sistêmico às necessidades de 
compreender, planejar e executar as atividades de manutenção das 
organizações. 
Objetivos 
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de: 
 
1. Identificar correlações entre algumas representações sistêmicas e sua 
aplicação ao contexto da Gestão da Manutenção; 
2. Explorar os conceitos e representações sistêmicas para representar a 
operação de organizações no contexto de 2020, com o evento da pandemia de 
COVID-19. 
1. Introdução 
 
Ao longo das aulas anteriores, você foi convidado a pensar no que é 
representação, como é construída pela consciência e como é compartilhada 
socialmente entre sujeitos conscientes. Neste sentido, usamos as 
representações de sistemas e de redes como idealizações dos fenômenos de 
conexões das formas vivas e das máquinas, contemplando as integrações de 
meios e fins na organização do trabalho produtivo, ao longo da história. Neste 
contexto, vimos algumas influências demarcadas na trajetória do funcionalismo 
estrutural como uma referência interessante para situar cada sujeito atuando 
nas operações de sistemas produtivos, conforme a estrutura e o papel social 
em que estiver inserido. 
 Um ponto alto para o entendimento das atividades de manutenção foi o 
conceito de função, tão presente nas nossas vidas e com diversas acepções 
que podem ser conectadas à concepção de sistema, seja nas representações 
abstratas das organizações seja nas organizações físicas das máquinas. As 
funções de manutenção e de produção, assim como outras que lhes dão 
suporte podem ser usadas para você representar como as operações 
produtivas “funcionam” e se distinguem, assim como, os papéis 
desempenhados pelos sujeitos, como por exemplo, com relação aos 
profissionais da EP. 
 Você também se familiarizou com o conceito de helicoidal do 
conhecimento, uma representação proposta para contemplar as dinâmicas de 
passagem do tempo e de transformação da consciência associadas às formas 
de evolução da organização; suas estruturas, suas funções e demais 
elementos que poderiam parecer, conforme a narrativa usada, estáveis e 
evolutivas. Assim, por exemplo, as referências do funcionalismo estrutural de 
Talcott Parsons e suas evoluções, bem como da helicoidal do conhecimento 
podem ser consideradas como o caminho que o sujeito consciente e a 
organização percorrem, transformando-se, mesmo quando os atos e, os fatos 
sociais parecerem se repetir, ao longo do tempo, no contexto de produção. 
 Quando você examina uma máquina ou uma linha de produção de 
máquinas, certamente, encontrará com um conjunto de partes operando 
integradamente, como na definição de sistema. Veja, por exemplo, a Figura 
7.1. 
AÇÃO 
1.1
AÇÃO 
1.2
AÇÃO 
1.n
Processo 1
AÇÃO 
2.1
AÇÃO 
2.2
AÇÃO 
2.n
Processo 2
AÇÃO 
1.n-1
CP1
CP2
AÇÃO 
3.1
AÇÃO 
3.2
AÇÃO 
3.n
Processo 4
CP4
Linha de produção 1
Linha de produção 3
Linha de produção 2
CONTROLE 
PROCESSO
CP1
CP2
CP3
Processo 3
CP3
CP4
CS1
SISTEMA 1
CONTROLE 
DE SISTEMA
 
Figura 7.1: Representação de sistema produtivo ampliado. (elaboração própria) 
Diagramação, favor melhorar a visualização da imagem. 
 
 
Na Figura 7.1 você identifica ações diversas organizadas em sequência 
compondo Processos. Os Processos 1, 2 e 4 são realizados dentro de Linhas 
de Produção e o Processo 3 é uma integração entre as saídas dos Processos 1 
e 2. Cada processo tem um controle (de processo) e o Sistema 1, que integra 
todos os elementos anteriormente descritos, tem um Controle de Sistema que 
integra todos os controles de processos. As setas e linhas sólidas indicam 
fluxos de matéria ou energia e as tracejadas, indicam sinais ou informações, 
como é usual nas convenções da EP. 
Nesta representação, naturalmente, você pode se deparar com objetos 
gráficos que representam objetos “concretos” (artefatos como prensas, 
impressoras, laminadoras etc.), que estão precisamente localizados no espaço 
e realizam trabalho sobre a matéria ou sobre a informação. Todos os itens 
foram construídos e posicionados com tolerâncias de fabricação e de 
montagem e todas as variáveis de processo (entradas e saídas) são 
cuidadosamente controladas. As relações de causa e efeito podem, em grande 
maioria, ser consideradas lineares e diretas, e os modos de falha podem ser 
associados a uma sequência lógica e rastreável de defeitos, tanto para os 
equipamentos de produção, quanto de controle. Aqui aparecem espaços para 
funções como produzir, controlar e manter. Aparecem, também, parâmetros e 
indicadores de desempenho, associados aos valores e percepções de risco, 
que vão direcionar as ações, nos diversos níveis de decisão da organização. 
Pessoas ocupam funções e desempenham papéis que contemplam essas 
ações. Há produção simbólica e reflexão acontecendo. 
 Quando você pensa em uma organização representada por um 
organograma, como o da Figura 1.1 da Aula 1, apesar das definições bem 
claras e de poder haver salas com os nomes correspondentes às caixas do 
organograma, a espacialização desses elementos na realidade não é 
garantida. Os layouts mudam, são improvisados, não são obedecidos, como as 
posições das máquinas em uma planta tem de ser. As relações de poder, por 
outro lado, parecem ser claras, não importa onde os sujeitos que 
desempenham os papeis do organograma estejam, não é? A complexidade da 
realidade se torna evidente e as representações precisam dar conta de lidar 
com elas, no campo da consciência dos sujeitos que vivem nesta realidade. 
Isto, por exemplo, afeta criticamente as concepções mais simplistas de 
sistemas, como as que usamos para descrever um relógio, e nos levam a 
pensar em representações mais complexas capazes de nos auxiliar a 
compreender os sistemas biológicos, os sistemas sociais e o meio ambiente, 
em que a vida é o cerne do problema. 
 
2. Estudo de caso 
 
Em organismos, a manutenção da vida se confunde com a produção de 
cada um de seus órgãos, tecidos e células. Não se consegue localizar a função 
manutenção em um departamento específico. As organizações 
contemporâneas, em muitos casos, se apresentam de forma análoga aos 
organismos biológicos: produção e manutenção não podem ser localizadas em 
um espaço restrito, porque estão por toda parte. E, consequentemente, o 
desempenho das funções e dos papeis dos profissionais também não, e isto 
corresponde a uma certa desmaterialização do lugar e uma desconexão do 
tempo das ações, que precisam fazer parte das representações que utilizamos 
das organizações e dos processos. Os trabalhos realizados sobre a informação 
podem ser acoplados, de forma sincronizada ou não, aos trabalhos realizados 
sobre a matéria e compõem novas formas de organização e de operação que, 
logicamente, demandam novas formas de manutenção. 
Para dar uma materialidade a esta perspectiva, vamos apresentar um 
estudo de caso hipotético. 
 
2.1 Caso 1: Microempresa individual e contrato com operadora de 
telecomunicações 
 
Você criou uma empresa individual e ela foi contratada por uma 
operadora de serviços de telecomunicações. Seu contrato de trabalho prevê as 
seguintes atividades e condições: 
1) Visitar, pessoalmente, clientes indicados e, rotineiramente, manter 
contato com sua carteira de clientes. 
2) Oferecer e prestar consultoria de customização de serviços, 
mediando os pacotes da operadora e asdemandas específicas de 
cada contrato; 
3) Deslocar-se no perímetro urbano usando meios próprios; 
4) Utilizar, obrigatoriamente, um smartphone da operadora, em 
comodato, e um pacote de serviços especial sem tarifas. 
5) Trabalhar sem horário definido; 
6) Receber remuneração por alcançar metas mínimas diária, semanal e 
mensal (número de contatos, número de visitas, datasheet 
customizado para cliente) e bonificações por desempenho 
7) Acompanhar a prestação de serviços customizados da operadora e 
dar feedback à operadora do desempenho dos serviços visando à 
manutenção e o aperfeiçoamento dos aplicativos e relacionamento 
com clientes e prestadores de serviço. 
 
Como atuar, pensando nas práticas da EP, neste contexto? Para sermos 
coerentes com nossa proposta, você deve primeiro representar a operação 
como um “todo”. Para isto, pode pensar primeiro em organização e funções. 
Em seguida, deve representar os processos (de produção, de manutenção etc.) 
e as ações compondo cada função. Como há metas a cumprir, é preciso prever 
como todas as ações serão organizadas de modo que os resultados sejam 
satisfatórios, considerando o que pode prejudicar esses resultados e como 
tentar evitar ou mitigar esses eventos. 
No exercício de construir uma representação, examine a Figura 7.2. 
Você celular antenas operadora
Processamento
de dados
sensor
controle
sistema
sistema
sistema
sistema 
Figura 7.2: Representação sistêmica do sujeito interagindo, via celular, com 
uma organização, como prestador de serviços. 
 Na Figura 7.2 estão representados, de forma condensada, três sistemas: 
o mais abrangente pode ser o mundo e todas suas relações. Esse sistema 
engloba você, os clientes e a empresa. O segundo sistema delimita os fluxos 
de informação e de trabalho realizado por você até se conectar com a 
empresa. O terceiro sistema é a empresa. As setas condensam todas as ações 
realizadas e há mecanismos de realimentação saindo do controle da empresa 
para acionar o seu sistema. Há entradas e saídas de um sistema para os 
demais que vão ser avaliados e usados na gestão das relações entre todos os 
sujeitos envolvidos. Você poderia ampliar cada sistema desses, como 
aconteceu na Figura 7.1 até obter a representação de todos os elementos e de 
todas as ações detalhadamente. Essa ampliação poderia chegar ao nível dos 
componentes eletrônicos ou das linhas de codificação dos programas usados, 
assim como, dos componentes das instalações prediais, do cabeamento e das 
antenas, conforme a necessidade de quem constrói a representação. 
Como já introduzimos antes, na telefonia móvel ou celular, o espaço de 
cobertura do serviço é definido pela distribuição de antenas próprias de cada 
operadora (formando células) e serviços compartilhados entre operadoras. 
Quando seu aparelho se aproxima de uma antena, esta proximidade é 
mapeada e o serviço de conexão é autorizado, de modo que as ligações 
realizadas ou recebidas por você passam a ser intermediadas por esta antena, 
que se conecta ao centro de processamento da operadora. A operadora, por 
sua vez, conecta as chamadas ou transmissões de dados ao aparelho de outro 
usuário com auxílio da antena mais próxima dele e com intermediação de outra 
operadora e o serviço de antenas dela, conforme o caso. Assim, quando o fluxo 
de ligações excede a capacidade de uma antena, ou há alguma falha, ou você 
quando você se desloca entre duas antenas rapidamente, existem funções de 
controle que buscam transferir as ligações para outra antena mais próxima, 
entre outras possibilidades. Você pode pensar nisto como funções de fazer e 
manter ligações e serviços em nível adequado. Na Figura 7.2 isto tudo pode 
ser pensado com o sistema delimitado pelo retângulo maior. No interior dele, 
há outros dois sistemas, um pode ser associado à parte física das conexões e 
o outro à parte lógica e técnica, administrativa, comercial, entre outras, das 
relações entre os clientes e a operadora. 
 
 Figura 7.3: Uma grande rede de conexões de conexões e processamentos está por trás de 
uma simples ligação realizada por um celular. 
Fonte: https://pxhere.com/pt/photo/1567791 
 
Você também pode pensar na Figura 7.2 como uma representação total 
do seu modelo de negócio com a operadora, no que se refere à comunicação 
com ela. Assim, além de fazer a gestão do sinal (físico) que conecta seu 
smartphone às antenas e processadores próprios e das operadoras parceiras, 
você pode pensar que há um sistema de controle do serviço prestado por você, 
considerando as suas atividades e metas previstas no contrato. Neste caso, 
além de feedback para garantir seu meio de comunicação (como de qualquer 
outro usuário da operadora), haveria, também, um feedback sobre sua 
produção, como contratado. 
Agora, examine na Figura 7.4 uma representação alternativa, em que 
“você” foi substituído por “item”, usando a nomenclatura da NBR5462. 
https://pxhere.com/pt/photo/1567791
 
Figura 7.4: Representação alternativa a Figura 7.2 com nomenclatura alinhada à norma 
NBR5462. 
 O modelo da Figura 7.4 poderia ser usado para descrever o caso como 
um todo, ou os processos de comunicação ou ainda, os detalhes de análise de 
seu contrato. Outros modelos com graus diferentes de resolução e 
detalhamento poderiam substituir esse. Como na Figura 7.1 e 7.2 você pode 
identificar mecanismos de realimentação representados pelas setas que 
apontam em sentido contrário ao fluxo. Os sensores seriam itens capazes de 
captar os sinais colhidos de um outro item e usar produzir uma forma de 
informação de gestão capaz de interferir no desempenho dos outros itens, 
conforme regras ou processos pré-estabelecidos. Assim, todas as vezes em 
que algum desempenho de item não for satisfatório, o sensor envia um sinal 
para o sistema se reorganizar no sentido desejado. Este processo de auto 
regulação poderia ser aplicado, hipoteticamente, às relações entre 
componentes de um equipamento, interfaces de software, relações entre 
pessoas etc. De modo semelhante ao que foi proposto para que você pudesse 
se pensar como um item de um sistema, conforme a definição da norma, o 
sensor poderia ser uma pessoa ou um departamento de pessoas para 
fiscalizar, monitorar, avaliar o desempenho de outras. Isto poderia ser pensado, 
igualmente, para funções de produção e de manutenção. O modelo, porém, 
não contempla o controle e manutenção do sensor que, logicamente, precisaria 
ser realizado por outro sistema, não indicado na figura. Em cada relação entre 
itens haveria um desempenho indicado por parâmetros de gestão. Como fazer 
 
sensor
controle item
sistema
sistema
sistema (...)
item
isto dar conta das complexas relações do seu negócio, das particularidades 
das customizações, entre outros fenômenos, parece ser uma pergunta 
importante para alguém como você, que dependeria deste sistema para 
trabalhar, não é mesmo? 
3. O problema do desempenho 
 
Seguindo a concepção sistêmica, você poderia estruturar sua 
representação pensando nas ações a realizar e, na linguagem da NBR5462, 
nos modos de falha capazes de prejudicar seu desempenho em cada uma 
delas. Examine a Figura 7.5, em que uma de suas atribuições aparece 
detalhada. Os eventos formam uma sequência e assim, para que um deles 
aconteça, é preciso que todos os anteriores tenham acontecido. 
De forma resumida, para você vender um produto ao cliente durante 
uma visita pessoal e presencial, houve um conjunto de ações representadas 
pelos blocos e conectadas através de uma sequência cronológica indicada por 
setas. O que está abaixo acontece antes do que está acima. 
Assim, a base de todas as suas operações é a comunicação. A partir 
desta, conectando você, a operadora e o cliente, sua visita será prospectada 
ou solicitada pelo cliente, agendada e confirmada. Você providenciará seu 
deslocamento e, para isto, precisará solicitar um serviço de transporte com 
algumaantecedência. Se tudo correr bem, você e o cliente estarão frente a 
frente no lugar e no horário convencionados. Então, dependerá de você 
compreender as necessidades do cliente e apresentar a ele as possibilidades 
da operadora. Se ela dispuser de produtos e formas de customização que 
atendam o cliente, pode ser que o negócio seja fechado. Ao longo de toda a 
operação, a comunicação com a operadora por meio de seu celular continua 
sendo essencial, embora nada aconteça apenas por este canal estar 
disponível. 
 
Figura 7.5: Eventos necessários para operação do negócio com a operadora de 
telecomunicações. 
 
4. O que pode dar errado? 
Se, agora, você ampliar a resolução da representação para qualquer um 
dos blocos indicados na Figura 7.5, vai poder fazer novas representações mais 
completas e mais complexas, hipoteticamente, até alcançar as fronteiras da 
organização da matéria e da consciência humana. Porém, muito antes deste 
horizonte distante, você já encontraria o desafio de ter de lidar com um número 
expressivo de componentes e, possivelmente, um número exponencialmente 
maior de relações. Voltando à questão central da manutenção, o que você 
Operação de visitas técnicas
Operação de feedback
Visita ao cliente
Deslocamento
Conexão local
Operação do celular
Operação do aplicativo
Operação da bateria
Operação do sistema operacional
Conexão da antena
Operações internas da operadora
Operação do transporte
Operação da agenda
Disponibilidade do cliente
Disponibilidade do prestador
Operação de venda de serviço
Disponibilidade do serviço
Viabilidade de customização do serviço
Capacidade de venda do prestador
Disponibilidade do transporte
Comunicação
Avaliação do desempenho do prestador Sistemas internos da Operadora
Satisfação do cliente
poderia fazer para garantir que todos esses componentes funcionassem de 
modo a, no topo da figura, seu desempenho ser sempre satisfatório? 
 Para qualquer representação que você julgue adequada, poderá 
associar os modos de falha, seja aos sistemas ou a cada um de seus itens, 
isoladamente, compondo uma teia lógica de relações de causa e efeito ou de 
defeito, falha e pane, capazes de interferir no fluxo das ações necessárias à 
operação de seu negócio. 
Considere, por exemplo, a bateria de seu celular e seu carregador 
portátil. De quantas formas diferentes esses dois itens podem falhar? O que 
fazer, corretivamente, preventivamente e preditivamente para que nenhuma 
delas afete seu trabalho? Com base na sua experiência pessoal, você pode 
pensar em vários problemas que já teve e nas medidas que conhece para lidar 
com eles, não é? Agora, imagine o gestor de todos os contratados pela 
operadora, de posse do registro de todos os aparelhos celulares usados e 
distribuídos pela operadora, inclusive, com as informações sobre a vida útil e 
os relatos de falhas de todos os carregadores e baterias da equipe? Você, 
obviamente, percebe que ele tem um problema mais amplo que o seu e, 
eventualmente, pode ter uma representação sistêmica mais ampla para decidir 
o que fazer, seja na manutenção dos equipamentos em uso, seja na forma de 
comprar novos equipamentos, rotineiramente. Ele, também, poderá perceber o 
que essas falhas causam ao longo de um ano para os negócios, enquanto você 
pode ter tido a sorte de trabalhar sem problemas com seu equipamento, mas 
as informações sobre este desempenho precisam ser fornecidas por você e 
compiladas com a dos demais, para produzir algum parâmetro de gestão. 
Você pode pensar, agora, no fabricante de celulares ou no de baterias 
ou no de carregadores, analisando os dados dos grandes clientes, como a 
operadora. 
 No que se refere à operadora, há diversos parâmetros para analisar os 
serviços prestados, a qualidade do sinal, entre outros, que são monitorados e 
controlados pela ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) e outros 
que são objeto de acompanhamento e tomada de providências dos órgãos 
vinculados à Defesa do Consumidor. Outras formas de acompanhamento e 
avaliação são desenvolvidas e mantidas por pessoas e empresas 
especializadas como as que atuam nas redes sociais. Esses indicadores se 
transformam em parâmetros de gestão para cada empresa e afetam, em 
diversos níveis, as estratégias de manutenção. 
 Se você considerar que o serviço de transporte usado fosse de uma 
empresa coligada ou uma parceria com troca de serviços, a gestão da frota e o 
desempenho dos veículos seriam agregados à gestão da operadora em algum 
nível de decisão, como por exemplo no momento de computar créditos e 
débitos ou atualizar cotas de uso e de disponibilidade de serviços de 
transporte. Algo equivalente aconteceria com a empresa de transporte, 
computando os serviços prestados pela operadora. 
 Para cada nível de resolução da representação (concisa com poucos 
elementos gerais ou expandida até aparecerem muitos detalhes) haverá modos 
de falha, definição de defeitos e de parâmetros de desempenho, determinados 
pela gestão da manutenção, conforme indicado na Aula 6. 
 Assim, de forma determinística ou probabilística você poderia pensar em 
uma estratégia de manutenção de todos os equipamentos, instalações 
(“facilities”), softwares para que sua disponibilidade fosse a melhor possível. 
Mas, no caso em questão, isto, ainda que perfeitamente executado, seria 
suficiente para garantir seu desempenho? 
5. Onde estão as pessoas? 
Em que parte desta estratégia entram as pessoas e a complexa rede de 
relações entre elas, realizadas com suporte material dos aparelhos, dos sinais 
eletromagnéticos, das antenas, prédios, veículos, aplicativos etc.? No caso do 
seu negócio, além das questões encontradas em qualquer outro, como a 
comunicação com o cliente, existe: 
• o problema da autonomia para ofertar serviços e propor modificações 
com respaldo dos que produzirão e entregarão o produto depois da 
venda; 
• a interação com as pessoas que designam clientes e interferem em 
sua agenda; 
• a discussão com aqueles que avaliarão seu desempenho e precisam 
conhecer as particularidades do contexto em que você se desloca, 
da qualidade do sinal de telefonia e de outros aspectos de sua rotina 
profissional. 
Pode ser que sua saúde ou do cliente, em geral, ou alguma deficiência 
física devam ser considerados de forma especial pelos que gerem seu 
contrato. Todos estes itens precisam ser objeto de fazer e manter pelos 
sujeitos envolvidos. 
 Além disto tudo, considere o momento histórico vivido pela humanidade 
em 2020, com a presença do COVID-19 também designado por novo Corona 
Vírus. Algo que não nasce das entranhas da operadora nem de sua opção, no 
entanto, aparece como uma interação entre o sistema social e o meio 
ambiente. Alguns investigam e especulam que tenha surgido pelo consumo da 
carne de animais silvestres e ausência de processos eficazes de higiene e 
vigilância sanitária, com uma sequência de mutações que permitiu a 
disseminação do vírus alcançar um nível pandêmico. Na gestão de sua 
operadora e na de todas as empresas, este fator externo tem o poder de 
modificar, de alguma forma, o funcionamento de todas as organizações. E, 
neste tipo de evento, como há risco de morte para todos os sujeitos, esta 
percepção assume um valor crítico que submete todos os demais, inclusive 
sustando em parte ou no todo as operações de várias empresas e cadeias de 
serviços. Suas rotinas presenciais, obviamente, passaram a ser 
contraindicadas e seu contrato original precisaria ser revisto e modificado em 
profundidade. 
 
Figura 7.6: A pandemia causada pelo vírus chamado coronavírus ou COVID-19 fez com que 
no ano de 2020, muitas empresas (re)adequassem suas formas de trabalho e a maneira 
como seus serviços são oferecidos devido à restrição de contato social. 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/molestia-indisposicao-
doenca-enfermidade-3902881/ 
 
Este exemplo serve para mostrar que, mesmo quandonão aparece nos 
organogramas e demais representações usadas na gestão, a preservação da 
vida biológica, no limite do risco, é soberana em relação aos demais processos. 
As práticas de qualquer organização, apesar de isto não ser evidente, podem 
ameaçar a vida, seja pelos impactos ambientais que ela produz, como 
acontece com emissões tóxicas, ou por constituir forma de sofrimento físico, 
psicológico ou de contágio, como acontece no momento da pandemia causada 
por vírus. E isto se refere, não apenas ao ambiente corporativo da organização, 
mas abrange toda a cadeia de serviços que ela integra e vitaliza, gerando 
movimentação de pessoas, demandas de insumos, uso de transportes, 
produção e circulação de embalagens, encontros presenciais, manuseio de 
artefatos com risco de contágio etc. Inclui, também, todas as informações e 
seus meios de difusão que possam afetar as condutas das pessoas e seu 
estado de ânimo. 
Em todas as representações usadas, o campo de ação dos sujeitos e 
das operações foi “apoiado” em um campo sociedade e esses dois, “apoiados” 
em um campo ambiente. A representação geométrica de figuras concêntricas 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/molestia-indisposicao-doenca-enfermidade-3902881/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/molestia-indisposicao-doenca-enfermidade-3902881/
pode induzir a uma leitura reducionista de conjuntos contidos em outros, mas 
trata-se de realidades “entranhadas” umas nas outras, como a situação 
epidemiológica de 2019/2020 bem demonstra. 
Assim, faz sentido pensar que o sistema social está sempre e 
continuamente, buscando a homeostase, conceito já discutido nas aulas 
anteriores. As empresas, como a operadora do caso hipotético, precisam se 
manter vivas, ajustando-se ao ambiente e, você poderia acrescentar com base 
nos fatos do contexto de pandemia, que isto depende de ajudar as pessoas a 
se manterem vivas, também. Neste nível, a perspectiva tradicional de ser 
manter vivo como “economicamente ativo” para organizações e trabalhadores é 
suplantado pela prioridade do se manter “biologicamente vivo” aplicado às 
pessoas. 
 Em um contexto assim, o parâmetro crítico de gestão, por decisão da 
sociedade representada pelos diversos níveis de governo, é o de contenção do 
contágio e de proteção aos grupos mais vulneráveis. Todas as operações ficam 
submetidas à diretriz de “manutenção” da vida, sendo reprojetadas todas as 
formas de produção. 
 Paradoxalmente, em presença deste tipo de evento, as possibilidades de 
fazer operações a distância torna seu trabalho, em 2019/2020 prioritário e, 
naturalmente, demandará mais esforços da operadora para o crescimento da 
base de clientes e da demanda dos clientes já fidelizados, com novos produtos 
e serviços, respeitando as diretrizes de saúde e higiene, não consideradas 
antes da pandemia. 
 Vamos aprimorar as representações usadas? 
 Você já estudou homeostase, entropia, sinergia, sintropia e etc nas aulas 
anteriores, e este é um bom momento para você conhecer outras propriedades 
dos sistemas vivos, que poderão ajudar a melhorar sua representação da 
realidade, particularmente, no que se refere aos sistemas sociais, como seu 
modelo de negócios com a operadora. 
 
6. Parâmetros evolutivos de sistemas vivos 
 
Além das três propriedades ou parâmetros básicos (permanência, autonomia 
e ambiente) que todos os sistemas vivos apresentam, a literatura indica outros 
parâmetros que podem não ser encontrados em todos os casos, demonstrando 
que os sistemas vivos evoluem. Esta abordagem, fortemente apoiada nos 
estudos da Biologia e da Ecologia, tem sido usada no estudo das organizações 
sob a perspectiva sistêmica: O “Enfoque sistêmico” – Teoria geral de Sistema – 
desenvolvido como meio de integrar diferentes disciplinas científicas, nos anos 
50 e 60, tem sua principal inspiração no biólogo Ludwig von Bertalanffy 
(MORGAN, 2010, p. 49-51). 
 
6.1 Conceito de sistema aberto 
 
Os sistemas orgânicos, seja uma célula do organismo complexo seja uma 
população de organismos, existem num contínuo processo de trocas com seus 
ambientes. Essa troca é crucial para manutenção da vida e forma do sistema, 
uma vez que a interação com o ambiente é fundamental à automanutenção. 
Assim, é dito, frequentemente, que os sistemas vivos são “sistemas abertos”, 
caracterizados por um contínuo de entrada, de transformação interna (do 
começo ao fim), saída e retroalimentação (por meio da qual um elemento da 
experiência influencia o seguinte). Mas esta abertura é seletiva e 
autorregulada. O conceito de abertura põe em relevo as relações entre o 
ambiente e o funcionamento interno do sistema. Ambiente e sistema devem ser 
compreendidos como estando em estado de interação e dependência mútua. 
Veja a Figura 7.7. 
 
Figura 7.7: Sistemas abertos, com trocas e fechados, sem trocas com o ambiente. 
O caráter aberto dos sistemas biológicos e sociais contrasta com a natureza 
fechada de muitos sistemas físicos e mecânicos, embora o grau de abertura 
possa variar, uma vez que certos sistemas abertos podem reagir a uma gama 
relativamente restrita de entradas provenientes do ambiente. Torres de pedra, 
pontes metálicas, brinquedos mecânicos com movimentos, por exemplo, são, 
predominantemente, sistemas fechados, e não mudam seu modo de ser a 
partir de interações com o ambiente. Máquinas que regulam o seu 
funcionamento interno em função das variações do ambiente podem ser 
considerados como sistemas parcialmente abertos. Um organismo vivo, uma 
organização, ou um grupo social são sistemas que seletivamente abertos ao 
ambiente, de modo a garantir sua permanência, por meio da autopoiesis. 
 
6.2 Estrutura, função e diferenciação 
 
O relacionamento entre esses conceitos é de importância crucial para 
compreender os sistemas vivos. É fácil ver a organização como uma estrutura 
feita de partes e explicar o comportamento do sistema em termos de relações 
entre as partes, causas, efeitos, estímulos e respostas. A compreensão que se 
tem dos sistemas vivos adverte contra semelhante reducionismo, enfatizando 
que estrutura, função, comportamento e todos os outros traços de operação 
dos sistemas estão fortemente ligados uns aos outros. Dessa forma é possível 
prosseguir no estudo dos organismos por meio da investigação sobre sua 
anatomia, mas é necessário ir muito mais adiante de tais sistemas caso se 
Sistema social
Sistema 
aberto
Sistema 
fechado
rachel
Highlight
pretenda a sua compreensão mais ampla. A vida de uma simples célula 
depende de uma complexa rede de relações entre estrutura celular, 
metabolismo, trocas gasosas, aquisição de nutrientes e numerosas outras 
funções. A célula enquanto sistema caracteriza-se por uma interdependência 
funcional que não pode ser reduzida a uma simples estrutura. Realmente, a 
estrutura, seja em que momento for, depende da existência dessas funções e 
sob muitos aspectos é somente uma manifestação deles. Isto, também, é 
verdadeiro para organismos mais complexos que refletem diferenciação e 
especialização aumentada da função, como, por exemplo, órgãos que 
desempenham funções específicas – e que por isso requerem sistemas mais 
complexos de interação para manter o sistema como um todo, como é o caso 
do funcionamento de um cérebro. Relacionamentos semelhantes entre 
estrutura, função, diferenciação, e integração podem também ser vistos nos 
sistemas sociais como as organizações. 
 
6.3 Variedade de requisitos 
 
Relacionado à ideia de diferenciação e integração está o princípio de 
requisito da variedade, propondo que os mecanismos internos de regulação de 
um sistema devem ser tão diversos como o ambiente com o qual interage. É 
somente pela incorporação da variedade requerida aos seus controles internos 
que o sistema pode interagir com a variedade e o desafio proposto pelo seu 
ambiente. Qualquer sistema que se isola da diversidade do ambiente tende a 
atrofiar-see a perder sua complexidade bem como a capacidade de se 
distinguir dos demais, conforme sua natureza. Dessa forma, o requisito de 
variedade é uma característica importante dos sistemas vivos de todos os tipos 
e indispensável para a construção da individualidade. 
6.4. Equifinalidade 
 
Esse princípio parte da ideia de que, num sistema aberto, podem existir 
numerosos meios diferentes de se atingir um estado final. Isso contrasta com 
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os sistemas mais fechados nos quais os relacionamentos são estruturalmente 
fixados para produzir padrões específicos de causa e efeito. Os sistemas vivos 
têm padrões flexíveis de organização que permitem produzir resultados 
específicos a partir de diferentes pontos de partida, com diferentes recursos em 
diferentes maneiras. A estrutura do sistema em dado momento não representa 
mais que um aspecto ou manifestação de um processo funcionalmente mais 
complexo, mas não determina esse processo. 
 
6.5. Evolução do sistema 
A possibilidade que tem um sistema de evoluir depende da capacidade 
de passar a formas de diferenciação e integração mais complexas, bem como 
uma variedade maior no sistema que facilite a sua habilidade em lidar com 
desafios e oportunidades propostos pelo ambiente. Isto envolve um processo 
cíclico de variação, seleção e retenção de características selecionadas. 
 Como você estudou na Aula 6, a rede pode ser uma representação 
sistêmica e, para alguns autores, seria a representação mais adequada para as 
interações entre os seres vivos e o ambiente, incluindo nisto, os sistemas 
sociais. Assim, voltando ao caso hipotético de seu contrato com a operadora, 
vamos usar a perspectiva de redes, complementando as discussões anteriores, 
como forma de organizar a gestão do fazer e do manter. 
7. Organizações, a vida em rede 
Considerando que as organizações são sistemas vivos, constituindo 
redes de atores sociais ou sujeitos conscientes, ao se considerar uma 
organização, em particular, você poderá identificar algumas das propriedades 
ou parâmetros decorrentes de sua evolução sistêmica, que não conseguiria 
encontrar em outras organizações que sejam contemporâneas a ela. Isto vale 
para a mesma organização em dois momentos distintos de sua existência. Por 
exemplo, as demandas da pandemia pressionam a operadora por mudanças, o 
que pode fazer com que se autotransforme em evolução ou se submeta ao 
risco de extinção. Quando você identifica função produção e função 
manutenção, por exemplo, isto já indica um grau de desenvolvimento sistêmico 
em que a especialização das competências e a diferenciação das atividades já 
se tornou possível. 
 Para facilitar o entendimento desta proposta, considere sua empresa 
individual. No limite de seu tempo e de suas competências, você terá que 
realizar todas as atividades, sejam elas percebidas como manutenção ou 
produção. Considere que os negócios prosperem e, agora, você contrata 
alguém como estagiário ou forma uma sociedade com outra pessoa. Pode ser 
que você e sua equipe compartilhem muitas tarefas em igualdade de 
condições, mas é possível que isto aconteça com grandes distinções 
qualitativas e quantitativas, conforme o conjunto de valores, disponibilidades, 
competências e escolhas dos sujeitos envolvidos e de acordo com as relações 
de poder vigentes. 
Em seguida, você e seu sócio contratam mais pessoas, ampliando a 
rede da empresa. Pense que a gestão se tornará progressivamente mais 
complexa pelo aumento do número de nós da rede e de ligações possíveis, 
fazendo com que a produção e a manutenção dependam de interações cada 
vez mais eficazes de todos os envolvidos. Com o tempo, as características de 
sua empresa podem se assemelhar às da operadora que contratou você. Mais 
do que isto, pode acontecer da operadora transferir para a sua empresa uma 
parte de sua atividade, como um enxerto ou transplante de modelo de 
negócios, em uma parceria vantajosa para todos. 
 Neste nível de desenvolvimento a manutenção, ainda que seja em 
essência de mesma natureza que a atividade chamada de produtiva, vai se 
distinguir daquele tipo de ação e essa distinção vai estar associada a 
diferenciação de objetivos, métodos, recursos, como acontece com as células 
de órgãos diferentes de um organismo. 
Assim, a gestão, seja da manutenção ou da produção, deverá ser 
obrigatoriamente sistêmica. Outra questão é que, se você considerar 
organização como uma rede viva, a gestão, além de sistêmica, precisará 
explorar as interações entre as redes formais e informais de sujeitos que 
compõem a organização e seu ambiente. 
Nesta concepção haverá, como em um ser vivo, conexões entre múltiplos 
sistemas ou redes, de naturezas diferentes e com propriedades diferentes que 
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precisam ser mapeadas, compreendidas e utilizadas conscientemente pelos 
sujeitos que as compõem. Neste contexto, não se pode negligenciar a questão 
simbólica, os sistemas de valores e os processos de decisão, assim como, o 
problema do poder. 
 Reflita em como as questões de saúde das pessoas e as interações com 
a rede social fora dos limites de cada organização, assim como o manuseio de 
artefatos e mentefatos, em um momento de pandemia, determinam parâmetros 
de gestão e indicadores de desempenho que vão se sobrepor aos usados em 
outras condições. Usando a teoria do ato unitário, cada sujeito, em seu nível de 
consciência, vai produzir e fazer a manutenção da organização em vários 
sentidos, como por exemplo: econômico, simbólico, de saúde própria e dos 
demais. Isto fica evidente no momento como um fenômeno associado à doença 
das pessoas, mas é uma dinâmica natural dos sistemas vivos e sociais, 
embora, nem sempre seja percebido em outras situações consideradas como 
normais. 
 
Figura 7.8: Quanto maior a organização/empresa, mais extensa é a rede que integra as 
ações de produção e manutenção. 
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/rede-m%C3%B3veis-
comunica%C3%A7%C3%A3o-conex%C3%A3o-3526237/ 
 
https://pixabay.com/pt/illustrations/rede-m%C3%B3veis-comunica%C3%A7%C3%A3o-conex%C3%A3o-3526237/
https://pixabay.com/pt/illustrations/rede-m%C3%B3veis-comunica%C3%A7%C3%A3o-conex%C3%A3o-3526237/
8. Representações organizacionais baseadas em redes 
Você já ouviu falar em mapeamento de rede? Pode ser usado em 
diversos contextos, mas pode ser generalizado como uma representação dos 
nós e das relações de uma rede. Há, neste caso, duas realidades sobrepostas: 
uma “estática” e outra “dinâmica”. A estática indica quem são os nós e “hubs” 
(pontos de concentração) e os suportes disponíveis para conexão; a dinâmica 
é uma imagem instantânea das ligações da rede, que varia de momento para 
momento. 
No caso de sua microempresa, o contrato com a operadora é uma forma 
de conexão a uma rede. Como este contrato pode ter surgido de suas relações 
anteriores com alguém da empresa, ou por indicação de terceiros, esta nova 
relação pode ser uma sinergia entre você e a operadora, no movimento de 
evolução de ambos no ambiente de negócios. 
Agora, caso você pense em se manter na rede ou manter sua conexão na 
rede, vai precisar agir sobre o suporte material e sobre a relação simbólica com 
os demais nós (itens/pessoas/sistemas/subsistemas/aparelhos/aplicativos). Ou, 
em outras palavras: sobre a estrutura e com suas ações. Como existe um 
contrato e, também, os códigos de ética profissional, as referências da 
educação formal e social, você precisa prestar atenção às regras formais da 
rede, tanto no que se refere a fatos envolvendo grandezas físicas (horários, 
número de mensagens, dimensão e natureza das mensagens etc.) como a 
questões simbólicas e de valor (conteúdos, qualidade da linguagem, forma de 
tratamento, ética etc.). 
Depois de algum tempo, sobretudo em redes com muitos nós, você vai 
tender a interagir mais com algumas pessoas do que com outrase vai criar 
suas próprias redes dentro da rede. Este processo é complexo, incontrolável e 
imprevisível, mas, a rede, como um todo, pode não reagir bem a esta iniciativa 
e, por algum motivo, você ser desligado dela. Pode acontecer que você decida 
que não quer fazer parte desta rede e se transferir para outras redes dentro da 
operadora ou se concentrar nas demais redes que integra, paralelamente. Não 
é isto que faz quando troca de emprego, de estágio ou começa nova amizade 
ou relacionamento afetivo? 
Agora, considere, para efeito de produzir um Plano Estratégico de 
Manutenção para sua empresa, a perspectiva sistêmica e de rede a que você 
foi apresentado ao longo deste texto. O que fazer? Por onde começar? Esta 
abordagem é a continuação natural da proposta de observar, refletir, analisar 
usando como suporte as representações de sistema e de rede. 
Você poderá escolher muitos caminhos para construir sua representação e, 
por isto mesmo, aqui encontrará apenas uma sugestão de metodologia, entre 
muitas outras possíveis e capazes de levar a resultados semelhantes. 
1. Assim, caso não exista nenhuma representação anterior documentada ou 
presente no discurso dos atores, pense em quantos nós (itens) diferentes 
você consegue identificar formando a rede (sistema) da organização; 
2. Em seguida, procure identificar as ligações formais (funções, papéis, ações) 
com que todos os nós (itens) podem se conectar; 
3. Então, acompanhe, em tempo real ou por meio de pesquisa de registros, os 
processos de comunicação para ver se e como as ligações acontecem e o 
que causam; 
4. Possivelmente, o movimento do passo (3) guardará alguma conexão com 
denominações e representações formais, como organogramas, 
fluxogramas, discriminação de funções etc. Se for o caso, você vai poder 
associar uma representação estrutural com uma percepção dinâmica; 
5. Considere, ainda, as redes informais ou espontâneas coexistindo com as 
redes formais, você poderá procurar por elas, usando a mesma atitude 
sugerida até aqui; 
6. Agora que você tem uma representação da organização, na perspectiva 
sistêmica, qual será a estratégia para manutenção? O que seriam 
processos, na perspectiva sistêmica? Continuam sendo sequências de 
ações intencionais realizadas pelos sujeitos conscientes diretamente ou 
indiretamente. Na representação de redes, os processos podem ser 
mapeados a partir de padrões de ligações e fluxos de matéria e energia 
entre determinados nós da rede. Isto vale para os processos de “produção” 
e de “manutenção”; 
7. Avalie todo tipo de interação possível entre os nós das redes formais e 
informais, assim como, entre os nós da rede da organização e aqueles fora 
dela, pertencentes ao ambiente; 
8. Você poderá perceber que há padrões de ações ou comportamentos dos 
nós ou sujeitos em cada tipo de processo e, ainda, que potencialmente 
haverá nós que atuam em mais de um processo enquanto outros não. 
 
Lembre-se da sua pequena empresa que vai crescendo e pense nela como 
uma rede que vai se expandindo. Neste contexto, processos equivalentes 
acontecem ao longo da história da empresa, mas em cada época vão ser 
realizados por grupos de nós e padrões de ligações diferentes. 
a) Tudo isto pode ser representado, simbolicamente, na forma gráfica ou 
lógica, com ou sem o suporte de softwares, por exemplo, como uma 
alternativa à forma discursiva que você está usando ao ler este texto. Isto 
seria semelhante ao que se faria com um diagrama elétrico, de uma placa 
de circuito impresso ou de um circuito pneumático; 
b) Em todos os casos, você não deverá esquecer que o todo é diferente da 
soma das partes, para não cair na armadilha de reduzir o sistema aos seus 
componentes e o fenômeno à uma representação gráfica dele, até porque, 
os sistemas estão, continuamente, se modificando e nossas representações 
dele, em geral, não acompanham esta dinâmica. 
Neste processo de representação você vai se deparar com as propriedades 
evolutivas da organização e, se pudesse acompanhar os acontecimentos por 
um período de tempo suficientemente longo, observaria as modificações que 
permitiram a manutenção ou, em direção oposta, os fatos que levaram à 
extinção da organização ou sua incorporação por outra. Alguns nós se 
desfazem, outros se agregam. 
 
E como você organizaria sua empresa, considerando-a como uma nova rede 
sendo formada (e, obviamente, interligada) às redes da organização e da 
sociedade? 
9. Organização de redes sociais 
 
Como seria organizar uma rede, partindo de uma representação abstrata 
sua, sem que haja qualquer forma ou padrão pré-estabelecido? Considere, que 
você vai fazer isto para o caso de sua empresa, representando a relação desta 
com a operadora e sua rede de fornecedores, parceiros, clientes e interfaces 
sociais diversas – portanto uma rede viva – em que se decidiu modificar a 
forma de operar, agregando novos atores. 
Você pode pensar que sua produção seja um novo processo que 
corresponde a um sistema diferente dos preexistentes, criando uma rede 
dentro da rede existente. Para isto acontecer serão geradas novas relações e 
conexões entre os nós existentes e, eventualmente, haverá a ampliação da 
rede com a conexão de novos nós dentro e fora das fronteiras da organização. 
Isto, naturalmente, poderia implicar em redes formais e redes informais. Isto, 
também, poderia gerar poder hierarquizado e poder distribuído nas relações 
entre nós. A questão é que, nesse contexto, você seria o sujeito consciente que 
“dispararia” o gatilho do poder (de criar conexões e criar condições materiais e 
formais para uma rede nova funcionar) para ativar uma rede, capaz de dar vida 
a sua empresa e alcançar os desempenhos desejados. Nos termos de 
propriedades sistêmicas, buscar a homeostase explorando a autoprodução e o 
ambiente. 
 Para isto acontecer, como já foi visto antes, é preciso contrapor a 
entropia em sua empresa. A operação vai demandar manutenção de 
facilidades, artefatos e mentefatos usados por você e, também, das relações 
sociais, porque elas sozinhas não se mantêm. Por exemplo, as conexões 
podem estar disponíveis, mas as relações não acontecerem, os negócios não 
serem fechados e os contratos não serem seguidos. Pense em um restaurante 
aberto e com mesas arrumadas, garçons e cozinheiros, de prontidão, estoques 
de insumos em ordem, instalações em pleno funcionamento, mas sem nenhum 
cliente. O mesmo pode acontecer com as “redes” que você teria poder de criar 
ou de integrar, podendo acontecer das regras e planos pensados não serem 
compatíveis com a vontade, a capacidade ou a motivação dos outros sujeitos. 
E, assim, a rede não sobrevive, ou seja, seu contrato se extingue! 
 As interações com o ambiente também são importantes para qualquer 
rede, e isto fica ainda mais evidente em um momento de pandemia. 
Considerando-se cada rede como um nó de uma rede maior, a autonomia de 
cada uma será sempre relativa, podendo sofrer efeitos radicais e 
incontornáveis que encerrem sua vida, seja econômica, profissional ou 
biológica. Pense em uma fábrica que produz apenas um produto e que sua 
comercialização passa a ser considerada atividade ilegal pela sociedade local. 
O que resta fazer? Ou uma mudança de natureza – a produção de nova 
identidade e novos produtos – ou a extinção. O mesmo acontece entre os 
sistemas sociais, quando acordos internacionais alteram o ambiente de 
negócios e, também, com o ambiente natural, quando condições climáticas, 
hídricas, da terra, entre outras, se alteram e tornam a vida da rede ou de 
algumas redes inviável. 
Na Figura 7.9 você vai reconhecer algumas representações trabalhadas 
nas aulas anteriores. A intenção é fazer uma síntese dos principais conceitos e 
mostrar como você pode usá-los para compreender a complexidade da vida em 
uma organização. Esta representação, que associa sistema e rede, pode ser 
pensada para o início de seu contrato,quando apenas você é o sujeito que faz 
tudo, como também, pode ser usada para um momento posterior, quando você 
e um sócio, por exemplo, atuam com a colaboração de outros sujeitos 
contratados. 
Assim, as diversas indicações de sujeitos podem ser apenas você em 
momentos e lugares diferentes do dia de trabalho, com estados de ânimo, 
saúde, humor e de desempenho variáveis ou, alternativamente, podem ser 
diversos sujeitos trabalhando em posições distintas, simultaneamente ou não. 
Você deve identificar cada uma das representações usadas. Comece 
pelos campos sociedade e meio ambiente. Avance, observando a helicoidal do 
conhecimento, em que as ações, sujeitos e organizações representadas se 
desenvolvem e que sugere a transformação de nossa própria compreensão e 
capacidade de representação dos fenômenos que ocorrem “dentro” da figura. 
Considere a interação entre dois sujeitos, no caso da visita pessoal ou 
contato telefônico entre você e um cliente, a produção concreta e simbólica 
realizada pela relação entre eles, lembrando que técnica, linguagem, valor, 
risco entre outros conceitos estão envolvidos. Observe a presença do COVID-
19 como um item (sujeito, nó, ser vivo) interagindo com os sujeitos, o sistema 
social e o meio ambiente, afetando todos os processos da operação. 
 
 
Figura 7.9: Representação das relações entre organizações, sociedade e ambiente. 
(Elaboração dos autores) 
Você identifica: 
Ao alto, a rede sobre a malha, contemplando diversos nós que compõem 
uma organização e, no caso, podem ser associados à operadora que contratou 
você. 
Esta rede se conecta a redes de fornecedores e clientes e às diversas 
organizações civis e de governo no sistema social, não representadas aqui, 
pois o foco é a interação com sua empresa. 
No interior da sociedade e conectada ao ambiente, o sistema de 
telecomunicações com as antenas e suas áreas de cobertura e as setas e 
linhas indicativas de seu deslocamento físico e das conexões entre você e seu 
smartphone; entre as antenas e os aparelhos e entre as antenas e a 
operadora. Finalmente, você e sua rede viva de células, tecidos, órgãos etc 
aparecem em cada representação do sujeito. 
A comunicação é a operação principal, determinada pela sociedade e 
tornada ainda mais importante no momento para permitir serviços críticos 
indicados nos retângulos vermelhos, tais como: Telemedicina, Monitoramento 
remoto (pacientes, segurança pública, notificações, controle de circulação de 
insumos e recursos médicos), Home office (quando possível), Redes de 
Pesquisa (colaboração entre os grupos de pesquisa clínica, microbiológica), 
Informação Pública (orientação, atendimento de hospitais, plantões). 
Entre os nós da rede esses serviços serão oferecidos na forma habitual 
ou serão contratados ou reformulados para atender à homeostase da rede. 
Você atua nisto. Em cada ação haverá indicadores de desempenho e 
fenômenos que interferem positiva ou negativamente no sucesso das ações. 
Haverá também necessidade de manutenção e indicadores de desempenho da 
própria manutenção, nos diversos níveis percebidos. Na perspectiva de rede e 
de sistema, a forma como cada agente (nó da rede) reage é autônoma e 
sempre orientada a manter sua própria existência, mas no conjunto, todos os 
agentes estão ligados à soberania da rede que mantém vivo o sistema, mesmo 
quando há morte e renovação de alguns de seus integrantes. 
Usando a mesma técnica de representação, em camadas sucessivas 
com progressivo aumento da resolução, você obterá, idealmente, uma rede 
contemplando todos os sujeitos e todas as relações e poderá associar a cada 
processo indicadores de desempenho, modos de falha e planejar interações 
para manutenção. Você percebe que, em termos práticos, você escolherá parar 
em algum ponto desta trajetória, de modo que a complexidade, em tese 
ilimitada, possa ser tratada com uma racionalidade acordada entre você e os 
sujeitos envolvidos, respeitando as determinações da organização e da 
sociedade. Isto seria como percorrer a helicoidal do conhecimento em sentido 
ascendente e parar quando se alcançar uma perspectiva ampliada da realidade 
que seja satisfatória ou viável. 
Atividade (atende aos objetivos 1 e 2) 
Considere a trajetória de uma organização conforme foi proposto para sua 
empresa. Agora, com base na visão sistêmica: 
 
Desenvolva uma representação de rede para o sistema, usando nós e 
linhas de conexão; indique a natureza dos fluxos nas conexões. 
Explique o que aconteceu na sequência temporal, fazendo uso dos 
parâmetros básicos e evolutivos do sistema para fundamentar seu 
argumento. 
Sugestão: Siga os 10 passos do item 8 e aproprie sua representação para 
expressar as interações do sistema social com o ambiente. 
Diagramação, favor deixar umas 15 linhas para resposta 
Resposta comentada: No início, a empresa é constituída por um único 
sujeito que se relaciona com a sociedade e o meio ambiente. As 
propriedades básicas estão, por definição, presentes ou seja: há 
autonomia, permanência e ambiente. Neste exemplo, você é um ser 
consciente e reflexivo que trabalha contra a entropia do negócio e de si 
mesmo, buscando recursos para produzir e manter tudo funcionando. As 
fronteiras legais e sociais da empresa com a sociedade e com o ambiente 
são controladas por sua vontade para regular, conforme as condições, os 
fluxos de entrada e saída de recursos, informações, produtos e serviços. 
Trata-se de homeostase. 
 
Adiante, quando você contrata outra pessoa ou compõe uma sociedade, 
possivelmente, o sistema evolui para a divisão de tarefas conforme as 
competências e disponibilidades de cada um, podendo se identificar a 
estrutura, a equifinalidade, a funcionalidade e diferenciação, como 
propriedades evolutivas. As questões de comunicação entre os nós da 
rede interna a sua organização passam a ser relevantes. 
Mais adiante a evolução se torna ainda mais evidente, quando o número 
de nós da rede aumenta, por meio da contratação de outras pessoas. 
Nesta fase, haverá distinção de tarefas e, possivelmente, a especialização 
de funções, entre as quais produção e manutenção, embora todas as 
atividades alimentem a sobrevivência da rede. Os organismos dos sujeitos, 
seja da empresa, seja de fornecedores e clientes, estarão ligados à 
empresa, porque a sua prosperidade implica nas condições psicológicas, 
econômicas e de saúde de todos os envolvidos. Assim acontecerá com o 
mercado e o ambiente com que a empresa interage. Na figura a seguir, a 
trajetória do sistema com um elemento para dois e vários elementos é 
indicada da direita para a esquerda. 
 
10. Conclusão 
Em qualquer tempo, as formas de produção de artefatos e mentefatos 
representarão a capacidade da época, construída socialmente, como se pode 
compreender a partir da metáfora da curva helicoidal empregada, que vai ao 
infinito das possibilidades. As necessidades de produção e de manutenção 
caminham juntas e são concebidas e executadas conforme a evolução técnica 
e de organização, interagindo com a sociedade e o meio ambiente. Em todos 
os processos, há a questão de valor associada à produção material e 
v
o
c
ê
SOCIE
DADE
MEIO 
AMBIENTE
insumos
vendas
financiamento
encargos
Demandas de 
mercado
informação
Evolução
simbólica. As representações sistêmicas, que compõem a evolução da teoria 
de sistemas, permitem compreender esse processo e fazer pontes entre cada 
contexto histórico. O grau de detalhamento de cada representação deve ser 
compatível com a complexidade dos fenômenos e com as necessidades e 
capacidades de compreensão dos sujeitos conscientes. 
11. Resumo 
A gestão da manutenção e da produção deve ser concebida sistemicamente e, 
para isto, é preciso compreender sistemicamente a organização de interesse. 
As representações são o elemento básico da compreensão e do 
compartilhamento social do conhecimento produzido por cada sujeito.As 
concepções de sistema vêm se modificando com o tempo e a ideia de que os 
sistemas se transformam pode ser melhor descrita com base em propriedades 
elementares, que são comuns a todos os sistemas e evolutivas, geralmente, 
atribuídas aos sistemas biológicos e sociais. As representações devem ser 
correntes com as concepções e o uso de redes vem se mostrando importante 
para descrever e operar sistemas de todas as naturezas. As visões de 
estrutura e de ação indissociáveis, podem ser integradas nos projetos de 
representação, inclusive, para lidar com os fenômenos da “des-espacialização” 
e da “des-sincronização” dos trabalhos, das funções e das organizações. A 
integração sistêmica de todas as redes fica evidenciada no momento de 
pandemia, quando se percebe que a dimensão biológica da vida está 
conectada a todas as outras dimensões e ações em todas as organizações. 
Esta perspectiva leva a uma visão ampliada e generalizada da função 
manutenção e da gestão da manutenção que atravessa as fronteiras de todas 
as organizações e as conectam ao sistema social e ao sistema ambiente. 
12. Informações sobre a próxima aula 
Na próxima aula, o tema será a abordagem da manutenção baseada na 
confiabilidade, percorrendo-se mais um nível da helicoidal do conhecimento. 
 
13. Bibliografia 
CAPRA, F. A Visão Sistêmica da Vida: uma concepção unificada e suas 
implicações filosóficas, políticas, sociais e econômicas. Tradução Mayra Teruya 
Eichemberg e Newton Roberval Eichemberg. São Paulo: Editora Cultrix, 2014. 
MORGAN, G. Imagens da organização. 1a. edição. São Paulo: Atlas, 2009. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leonardo_da_Vinci#Engenharia_e_inven%C3%A
7%C3%B5es 
Capra, Fritjof. The Science of Leonardo; Inside the Mind of the Genius of the 
Renaissance. (New York, Doubleday, 2007) 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leonardo_da_Vinci#Engenharia_e_inven%C3%A7%C3%B5es
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leonardo_da_Vinci#Engenharia_e_inven%C3%A7%C3%B5es

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