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Aconselhamento genético e Diagnóstico Pré-natal das doenças genéticas

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Aconselhamento genético e Diagnóstico Pré-natal das doenças genéticas
Profa. Dra. Suely Melo
Disciplina: Genética Médica
1
Considerações gerais
Quando nasce uma criança com uma anormalidade grave, seus genitores certamente se questionam sobre o porque desse acontecimento e qual o risco que eles correm de ter outro(s) filho(s) com o mesmo problema. Os indivíduos com uma história familiar de doença grave tem probabilidade de desenvolver a doença e/ou transmiti-la para as gerações futuras. Esses indivíduos, assim como os afetados, certamente necessitam de informação e orientação sobre o manejo do problema, tanto quanto sobre como planejar sua vida reprodutiva. Essa orientação pode ser feita por um serviço de aconselhamento genético ou consulta genética. 
2
Conceitos e objetivos
O aconselhamento genético pode ser definido como um conjunto de procedimentos que se destinam a informar e orientar indivíduos que apresentam problemas relacionados nados com a ocorrência ou o risco de ocorrência de uma doença genética em sua família. Desses procedimentos, fazem parte o estabelecimento de diagnóstico, etiologia, prognóstico e risco de repetição da doença na família envolvida, bem como a prestação de esclarecimentos que possibilitem aos casais de risco tomar decisões sobre seu futuro reprodutivo. Seus principais objetivos são:
3
Objetivos do aconselhamento genético
•	fornecer o diagnóstico médico e suas implicações em termos de prognóstico e tratamento (se possível);
•	fornecer dados sobre a etiologia genética e o risco de recorrência para descendentes do paciente, seus genitores e outros parentes;
■	diminuir a angústia c o sofrimento causados por uma doença genética, ajudando as pessoas envolvidas a tomar decisões racionais sobre sua reprodução; e
■	reduzir a ansiedade e o sentimento de culpa dos genitores dos afetados.
4
Tipos de aconselhamento
Prospectivo e 
Retrospectivo
5
Aconselhamento Prospectivo
Quando previne o aparecimento de uma doença genética na família. Geralmente, é fornecido a indivíduos que têm um risco teórico aumentado de gerar descendentes com doença genética. Exemplos: casais com risco de ter prole afetada devido à idade avançada dos cônjuges; mães que foram expostas a agentes teratogênicos no período pré-gestacional; identificação de heterozigotos (portadores do gene) por meio de estudos populacionais, casamentos consangui-neos, etc. 
6
Aconselhamento Retrospectivo
O aconselhamento é retrospectivo quando já existem afetado(s) nas famílias. Exemplos: mulher, filha de hemofílico, que deseja saber a probabilidade de vir a ter um filho também hemofílico; casal cujo primogênito nasceu com anencefalia quer saber se há risco de nascer outra criança com a mesma anomalia.
7
Etapas do Aconselhamento genético
O aconselhamento genético deve ser exercido de preferência por uma equipe multidisciplinar, da qual façam parte vários profissionais da área da saúde, como geneticista consultor, médico clínico, médico geneticista, biólogo, bioquímico, psiquiatra ou psicólogo e pessoal de laboratório, mas, às vezes, só um geneticista consultor, desde que bem assessorado por médicos competentes, pode resolver um grande número de situações. Em nosso meio, os pacientes ou familiares envolvidos com um problema genético são geralmente encaminhados a um serviço de aconselhamento genético por um clínico. 
8
Etapas do processo de aconselhamento genético
Encaminhamento ou pré-avaliação: Por um clínico
Coleta de informações : Entrevista para levantamento de dados familiares e gestacionais; História clínica, Exames ou avaliações adicionais
Avaliação: Exame físico, Exames laboratoriais e/ou radiológicos complementares do paciente e dos familiares, se necessários
Estabelecimento do diagnóstico, se possível: Com base na análise do heredograma, nos resultados dos exames complementares e na literatura científica especializada
Estimativa de riscos de ocorrência ou recorrência: Riscos básicos, Riscos mendelianos (para características de herança monogênica), Riscos empíricos (para características de herança multifatorial ou complexa)
Acompanhamento do paciente e seus familiares: Encaminhamento a especialistas clínicos, instituições de saúde e grupos de apoio, quando necessário
Comunicação e discussão das informações
Avaliação clínica continuada, especialmente na ausência de diagnóstico: Apoio continuado por consultor genético, se indicado 
Apoio psicossocial
9
Profissionais envolvidos em processo de aconselhamento genético
Geneticistas consultores
Médico clínico e geneticista
Bioquímico, biólogo e outros profissionais relacionados com a área médica
Psiquiatra ou psicólogo
10
Estabelecimento do diagnóstico
Como em qualquer consulta médica, a determinação de um diagnóstico em genética clínica envolve normalmente três etapas fundamentais: levantamento da história familiar, realização de exame clínico e, se necessários, exames complementares. 
11
Problemas em relação à etiologia genética da doença e à expressão fenotípica
Heterogeneidade genética — Pode acarretar problemas significativos na busca de um diagnóstico genético preciso. Uma doença mostra heterogeneidade genética quando é causada por mais de um mecanismo genético. 
Há muitas doenças que se incluem nessa categoria e, então, o aconselhamento pode ser extremamente difícil. Por exemplo, a síndrome de Ehlers-Danlos apresenta pelo menos três padrões de herança: autossômica dominante, autossômica recessiva e recessiva ligada ao X. 
12
Entrevista Fantástico - Síndrome de Ehlers-Danlos Hipermóvel - YouTube
Reportagem da Rede Record sobre a Síndrome de Ehlers-Danlos - YouTube
13
Doenças hereditárias que podem apresentar padrões de herança diferentes
Doença						Padrões de herança
Ataxia cerebelar					AD, AR
Doença de Charcot-Maríe-Tooth				AD, AR, RX
Catarata congênita					AD,AR, RX
Síndrome de Ehiers-Danlos				AD, AR, RX
Ictiose						AD, AR, RX
Microcefalia						AD, AR
Doença do rim policístico				AD, AR
Retinite pigmentosa					AR, RX(Mt)
Perda da audição sensorioneural			AD,AR,RX(MI)
Legenda: AD - autossômica dominante; AR - autossômica recessiva; RX -recessiva ligada ao X; Mt= mitocondrial.
14
Expressividade Variável
Também cria problemas para o diagnóstico. Por exemplo, no caso da neurofibromatose, as manifestações da doença podem ser tão suaves, em alguns indivíduos, que eles se mostram aparentemente normais e um filho afetado pode parecer portador de uma nova mutação. 
Na neurofibromatose, cerca da metade dos afetados tem genitores fenotipicamente normais, pensando-se, nesses casos, que a doença seja o produto de uma nova mutação. 
Entretanto, é necessário um exame cuidadoso de ambos os genitores, para verificar se um deles não é levemente afetado. Se um dos genitores for afetado, ainda que de maneira muito leve, o risco de o casal vir a ter outro filho com a mesma doença e de 50%, em vez de um risco extremamente baixo da ocorrência de uma nova mutação.
15
Estimativa de riscos de ocorrência ou recorrência
Os riscos de recorrência podem ser quantificados, qualificados e colocados no contexto. 
Outros fatores para a tomada de decisão pelo casal são disponibilidade de tratamento bem-sucedido, associação da doença a dor e sofrimento e disponibilidade de diagnóstico pré-natal para a doença ou malformação.
16
Acompanhamento do paciente e seus familiares
As consequências psicossociais constituem um importante componente do aconselhamento genético. Uma criança com defeito congênito e/ou doença genética, frequentemente, desperta sentimentos de culpa, ansiedade, frustração e raiva em seus genitores. O aconselhador ou consultor genético deve harmonizar, tornando suportáveis esses aspectos. Deve também proporcionar informações sobre serviços de apoio que podem ser úteis a tais famílias, bem como encaminhá-las a terapêutica adicional, quando necessária.
17
Comunicação e discussão das informações
Tendo estabelecido o diagnóstico e calculado o risco de ocorrência ou recorrência, o aconselhador tem de assegurar que os consulentes tenham todas as informaçõesnecessárias para tomar suas próprias decisões. 
Isso pode incluir considerações sobre as alternativas disponíveis para a concepção, tais como inseminação artificial pelo doador e o uso de doadora de óvulos, bem como uma revisão das técnicas, limitações e riscos associados com métodos disponíveis para diagnóstico pré-natal. 
Considerando esse aspecto, o aconselhamento de uma doença genética deve ser acompanhado de uma discussão aberta da sua história natural, prognóstico, tratamento e uma avaliação de suas implicações psicossociais, financeiras e de seguridade.
18
Impacto da doença genética no paciente e em sua família
O nascimento de uma criança com uma doença hereditária ou malformação acarreta, na família e, principalmente, nos genitores da criança, conflitos de ordem emocional, que se iniciam geralmente com uma atitude de negação do problema, seguida de depressão. Nesse período, é essencial a contribuição do aconselhador na elaboração dos conflitos, principalmente porque vêm acompanhados de muita culpa pelos genitores da criança afetada. A elaboração da situação leva à fase seguinte, que é a da adaptação, na qual os membros da família aceitam a realidade e procuram tomar as decisões necessárias para conviver com o problema da maneira mais adequada.
É possível modificar o impacto e/ou risco de recorrência de algumas doenças genéticas, por meio de tratamento específico. Se a doença for tratável, como no caso da neurofibromatose tipo I ou doença de von Recklin-ghausen, das síndromes de Crouzon e de Ehlers-Danlos e da hipofosfatemia, o impacto da doença, embora significante, é completamente diferente daquele que haveria, se o tratamento e a prevenção não fossem disponíveis.
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Quando uma doença ou uma anomalia pode ser diagnosticada pré-natalmente, como a anemia falciforme ou a síndrome de Down, por exemplo, o geneticista pode mudar a probabilidade estabelecida sobre o risco de recorrência, para a certeza de que o feto será afetado ou não.
Finalmente, a acessibilidade de grupos de apoio e comunitários, recursos educacionais, opções reprodutivas e tecnologias reprodutivas orientadas afetarão o modo com que a família recebe o impacto ou avalia os riscos de recorrência da doença e terão implicações para suas decisões reprodutivas.
20
Indicações para o aconselhamento genético
Doenças de herança monogênica conhecidas
Anomalias cromossômicas
Defeitos congênitos isolados ou múltiplos, associados ou não a deficiência mental
Deficiência mental isolada
Anormalidades no desenvolvimento físico ou estatura anormal
Anormalidades no desenvolvimento dos órgãos sexuais, das características sexuais secundárias, da função sexual ou da fertilidade
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Distúrbios metabólicos ou endócrinos
Idade materna e paterna avançada
História familiar de câncer com início precoce
Abortos espontâneos recorrentes
Exposição a teratógenos, como substâncias químicas em ambiente de trabalho, medicações, álcool
Qualquer doença sabidamente de concentração familiar
Consanguinidade
22
Alguns exemplos podem ser aqui considerados:
. Gravidez em mulheres acima dos 35 anos (37 anos em alguns serviços) está associada com o risco aumentado de nascerem crianças com síndrome de Down e outras trissomias, como as trissomias do 18, do 13 e do par sexual (47,XXY e variantes). Nesses casos, são importantes aconselhamento genético e o diagnóstico pré-natal.
Para certos tipos de câncer, o início precoce em vários membros de uma mesma família sugere frequentemente a existência de fatores genéticos em sua etiologia, que podem ser detectados por testes de triagem.
Os abortos espontâneos recorrentes estão muitas vezes associados à translocações cromossômicas não balanceadas em um dos genitores.
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Algumas infecções virais como a rubéola, drogas como as derivadas do ácido retinóico, usadas para o tratamento de acne cística, e anticonvulsivantes usados para o tratamento de epilepsias são considerados agentes teratogênicos. Em casos não estritamente genéticos, como a exposição de uma mulher a teratógenos potenciais, durante sua gravidez, o aconselhamento genético também pode ser útil.
No caso das síndromes de microdeleções, cuja maioria consiste em casos esporádicos, a análise dos genitores não se faz necessária, sendo o risco de recorrência muito baixo; não se pode, no entanto, esquecer a possibilidade da ocorrência de mosaicismo germinativo.
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Por fim, descendentes de genitores consanguíneos apresentam risco aumentado de homozigose para um alelo mutante raro, podendo ser, então, afetados por uma doença autossômica recessiva rara. A magnitude desses riscos varia consideravelmente entre os diferentes grupos étnicos e religiosos. Há também um risco teoricamente aumentado para as doenças multifatoriais. Foi observado, por meio de estudos populacionais, que para todas as gestações existe um risco aproximado de 3% de nascer uma criança com um defeito congênito. É estimado, empiricamente, que esse risco é 2 a 3 vezes maior para descendentes de primos em primeiro grau.
25
Etiologia e investigação das doenças genéticas
As doenças genéticas podem ter etiologia cromossômica ou gênica.
 Suspeita-se de alterações cromossômicas principalmente quando o indivíduo apresenta malformações congênitas múltiplas, deficiência mental (mesmo sem malformação associada), amenorreia primária, abortamento de repetição e esterilidade.
Na averiguação de doenças cromossômicas, podem ser feitos exames de cromatina do X e do Y como uma triagem inicial, em busca de possíveis alterações nos cromossomos sexuais e para determinação do sexo cromossômico do afetado, nos casos de genitália ambígua. 
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Muitas vezes, torna-se necessária a realização do cariótipo para completar a informação. Atualmente, há disponibilidade de técnicas mais adequadas e seguras, tomando desnecessária essa triagem inicial da cromatina.
Por outro lado, muitas vezes torna-se imprescindível a realização de exames adicionais, de laboratório ou radiológicos para se fazer o diagnóstico diferencial entre as hipóteses diagnósticas. Hoje em dia, é possível também o estudo direto do DNA, bem como a utilização de programas computadorizados especiais para a elaboração do diagnóstico.
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Medidas úteis quando há suspeita de doença genética
Quando há suspeita de doença genética e não há condições imediatas de realização dos exames apropriados deve-se realizar o seguinte, antes que a criança tenha alta hospitalar ou venha a falecer:
a.	colher urina, sangue e saliva (swab), guardando-os de maneira adequada às diferentes finalidades (p ex., pesquisa de erros metabólicos, realização de cariótipo e estudos de DNA);
b.	obter radiografia de corpo inteiro;
c.	obter fotografias da criança, principalmente das malformações (quando houver);
d.	obter necropsia, quando for o caso;
e.	fazer a descrição mais detalhada possível da criança, bem como da história familiar.
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Triagem de doenças genéticas
Triagem ou rastreamento genético é uma pesquisa sistemática realizada em uma população humana para identificar pessoas com suscetibilidade aumentada ou riscos para uma doença genética. 
A triagem é um procedimento diferente da averiguação familiar, em que as pessoas afetadas ou portadores de doenças genéticas são averiguados dentro de famílias já investigadas, devido à sua história familiar. 
O objetivo da triagem populacional é examinar todos os membros de uma determinada população, independentemente da história familiar. É uma atividade de saúde pública, por meio da qual todos os membros de uma população de risco poderão ser submetidos a uma triagem para um determinado problema, como medida preventiva. 
Em qualquer programa de triagem, as considerações éticas são quase tão importantes quanto às considerações técnicas. Em geral, os testes de triagem não resultam de um diagnóstico, mas sim da caracterização de um grupo de pessoas e alto risco, as quais é oferecido um diagnóstico definitivo.
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Critérios para um programa de triagem de doenças
Doença
Alta incidência na população-alvo
Deve afetar gravemente a saúde
Deve ser claramentedefinida
Capaz de ser tratável ou evitável
Teste
Não invasivo, preciso, confiável, com alta sensibilidade e
especificidade
Execução simples e rápida
Larga abrangência e baixo custo
Probabilidade baixa de falso-positivos
Probabilidade praticamente nula de falso-negativos
Programa
Amplo e igualmente disponível para todos
Participação voluntária
Aceitável para a população-alvo
Acompanhamento para o diagnóstico definitivo
Tratamento rápido e bem organizado
Capaz de proporcionar informações completas e aconselhamento genético
30
Classificação dos tipos de triagem
De acordo com Read e Donnai, os testes de triagem genética classificam-se em três grupos:
1. Triagem pré-natal
2. Triagem neonatal ou de recém – nascidos 
3. Triagem de adultos
Triagem de heterozigotos
Triagem de α – fetoproteína sérica materna
Triagem de indivíduos pré-sintomáticos com risco de doença genética com início na vida adulta.
31
Na triagem pré-natal, os testes mais comuns usados na população são a análise cromossômica em mães com idade avançada (p. ex., síndrome de Down e outras aneuploidias), triagem materna para α-fetoproteína sérica ou triagem tripla para defeitos do tubo neural, talassemia, doenças das células falciformes, hibridização genômica comparativa de todo o genoma para detecção de deleções submicroscópicas deletérias. Outras condições cromossômicas e mendelianas podem ser detectadas pré-natalmente, não por meio de programas de triagem, mas para casais de alto risco devido à sua história familiar.
32
Na triagem neonatal ou de recém-nascidos, o objetivo é identificar crianças pré-sintomáticas, com doenças cujo tratamento precoce pode prevenir ou pelo menos minorar suas consequências. Lista com algumas condições para as quais a triagem neonatal pode ser instituída, como é feito em alguns países.
33
Suely Moura Melo (SMM) - Anemia falciforme
Deficiência de biotinidase
Doença da urina em xarope de bordo
Fenilcetomíria
Galactosemia
Hiperplasia adrenal congênita
Hipotireoidismo
Homocistinúria
Surdez congênita
Anemia falciforme
Deficiência de biotinidase
Doença da urina em xarope de bordo 
Fenilcetonúria
Hiperplasia adrenal congênita
Hipotireoidismo
Homocistinúria
Surdez congênita
Teste do pezinho
Exemplo de triagem de recém-nascidos para a detecção precoce de indivíduos afetados por doenças genéticas. 
Objetivo detectar precocemente várias doenças, entre elas a fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias, a galactosemia e outros erros metabólicos, que podem ser tratados com dieta alimentar restritiva ou substitutiva, suplementação de cofatores e estimulação enzimática, por exemplo, e acompanhadas ao longo do crescimento da criança, evitando a manifestação dos sintomas mais graves.
34
Deve ser feito preferencialmente entre o 3º e o 5º dia de vida
Tipos:
Teste do pezinho básico: 12 doenças
Teste do pezinho ampliado: 30 doenças
Teste do pezinho plus: 33 doenças
Teste do pezinho master: 38 doenças
Teste do pezinho expandido: 60 doenças
Teste do pezinho completo: mais de 100 doenças
35
A triagem de adultos refere-se, em geral, a uma triagem de indivíduos ou casais que apresentam alto risco de apresentar doenças genéticas devido à sua história familiar positiva. 
Ela inclui a triagem de heterozigotos, a triagem de α-fetoproteína sérica materna e a triagem de indivíduos pré-sintomáticos com risco de doença genética com início na vida adulta.
36
Para o diagnóstico pré-natal existem, técnicas não invasivas (triagem no soro materno, ultrassonografia, com análise da translucência nucal e medida do osso nasal do feto) e invasivas (amniocentese, biópsia de vilosidades coriônicas, fetoscopia e cordocentese). Na triagem no soro materno são realizadas: dosagem de alfa-fetoproteina, que se encontra aumentada no soro materno e no líquido amniótico em casos de defeito do tubo neural, risco de abortamento e em outras circunstâncias, porém diminuída em fetos com síndrome de Down.
37
Ultrassonografia
A ultrassonografia é uma técnica não invasiva usada para visualizar o feto em desenvolvimento. É um exame rotineiro para a maioria das mulheres grávidas, principalmente no primeiro trimestre, para determinar o tempo exato da gestação e identificar gestações múltiplas.
 Uma ultrassonografia detalhada nesse período geralmente é usada para determinar o grau de translucência nucal do feto, que se apresenta aumentada nas trissomias do 13,18 e 21, 45,X, triploidias, outras cromossomopatias e doenças. 
A medida do osso nasal é outro marcador ultrassonográfico que pode ser usado para a identificação de gestações em risco para cromossomopatias. 
38
A ultrassonografia é usada também para orientar a coleta de material na amniocentese e na biópsia de vilosidades coriônicas. 
A ultrassonografia de alta resolução, em tempo real, tem mostrado importância crescente na avaliaçao pré-natal. 
Se uma malformação for constatada ou houver alguma suspeita de sua existência, são , indicados exames mais minuciosos com ultrassonografia de terceira ou quarta dimensão, bem como a realização de investigações adicionais.
39
As principais técnicas invasivas de pré-natal são a amniocentese e a BVC.
A aminiocentese utiliza o líquido amniótico que pode ser coletado entre a 14a e a 20a semana de gestação.
O material utilizado para análise são as células fetais do líquido amniótico e as enzimas nele encontradas. As células, após centrifugação, podem ser analisadas diretamente ou crescer in vitro. As culturas assim obtidas podem ser examinadas citologicamente por FISH ou por técnicas citogenéticas padrão, bem como mediante testes bioquímicos específicos e análise de DNA. 
O sobrenadante pode ser utilizado para testes bioquímicos e dosagem de α-fetoproteína. A amniocentese apresenta riscos de 0,5 a 1% de perda fetal.
40
BVC (Biópsia de vilosidades coriônicas)
Na BVC, o material a ser estudado é constituído de pequenas quantidades de tecido coriônico frondoso de origem trofoblástica fetal, coletadas, por sucção, com auxílio da ultrassonografia; esse material será utilizado para testes citogenéticos, bioquímicos e técnicas de DNA, apresentando as mesmas indicações da amniocentese. 
A coleta do material pode ser feita entre a 10a e a 14a semana de gestação. O risco de perda letal é de 1 a 1,5%. Na BVC, os resultados citogenéticos podem estar disponíveis imediatamente ou dentro de um ou dois dias após a coleta. Essas culturas de curto prazo necessitam, posteriormente, confirmação por culturas de longo prazo. 
A principal vantagem da BVC é que essa técnica permite que os resultados sejam possíveis em um estágio mais inicial da gestação, e a desvantagem é que cerca de 2% dos testes apresentam resultados ambíguos ou inconclusivos devido ao mosaicismo cromossômico de duas linhagens diferentes. A cordocentese pode ser obtida, aproximadamente, na 18* semana de gestação, sendo utilizada na obtenção do sangue fetal, por punções do vaso umbilical. 
41
O risco de perda fetal é de 2 a 5%. É útil para a obtenção de amostras de sangue para análise cromossômica, quando há necessidade de confirmação de resultados duvidosos da amniocentese ou na ausência de líquido amniótico; para resolver problemas associados a possível mosaicismo cromossômico em BVC, bem como para avaliar a condição hematológica fetal, como talassemia, distúrbios da coagulação, distúrbios plaquetários. Pode ser usada também para o tratamento fetal.
42
Biopsia de vilo corial - Chorionic villus sampling - CVS - YouTube
Fetoscopia
A fetoscopia permite a visualização do feto por meio de um endoscópio. Essa técnica está sendo superada, cada vez mais, pela ultrassonografia detalhada. A fetoscopia foi também utilizada para obter amostras de tecido do feto que podem ser analisados para fins de diagnóstico pré-natal de vários distúrbios raros da pele, como a epidermólise bolhosa entre outros, (antes de estarem disponíveis os testes de DNA) e distúrbios metabólicos nos quais a enzima envolvida é encontrada apenas em alguns tecidos ou órgãos. 
O risco de aborto é da ordem de 3 a 5%. As limitaçõesdesse procedimento, associadas ao alto risco de aborto e à disponibilidade de técnicas modernas de DNA, fazem com que a fetoscopia seja raramente utilizada em centros altamente especializados de diagnóstico pré-natal.
43
Técnica de fetoscopia feita pela primeira vez no HCM permite operar bebê no útero - YouTube
Muitas doenças genéticas podem ser detectadas no feto por meio de várias técnicas de estudo do DNA. O material para a extração do DNA fetal é obtido por meio de amniocentese, das vilosidades coriônicas ou do sangue fetal. Muitos genes são expressos em tecidos específicos, o que limita o uso de técnicas de diagnóstico bioquímico para as doenças cujos produtos gênicos são expressos na amniocentese ou nas células das vilosidades coriônicas. Deficiências de produtos gênicos expressos somente em tecidos especializados, como o fígado (p. ex., a ornitina-transcarbamilase), não podem ser diagnosticadas por tais técnicas. Como o DNA de todas as células somáticas é essencialmente o mesmo, a capacidade para detectar mutações no nível de DNA supera essa limitação.
44
Diagnóstico genético de pré-implantação
Forma precoce de diagnóstico pré-natal
Utilizado em fertilização in vitro
Constituído por dois procedimentos
Exame do embrião
Exame do corpúsculo polar
45
Exame do embrião
 o ovo fertilizado é cultivado em laboratório até o estágio de oito células.
Uma única célula é removida e submetida à técnica FISH para análise cromossômica
e o DNA genômico é isolado para a realização da PCR de uma sequência gênica específica para indicar a presença de mutações para doenças monogênicas (a remoção de uma célula não prejudica o desenvolvimento do embrião),
Exame do corpúsculo polar (CP)
técnica baseada na análise dos corpúsculos ou glóbulos polares eliminados após a primeira e a segunda divisões meióticas na mulher.
O primeiro CP é expulso na meiose I contendo o complemento cromossômico do ovócito. 
O material analisado é o do primeiro CP, deduzindo-se, assim, o genótipo do ovócito, que é complementar ao genótipo do CP. 
O estudo do material genético do CP é submetido à técnica FISH para a análise cromossômica e PCR para análise das doenças monogênicas.
46
Vantagem: 
Não enfrenta debates éticos.
Desvantagem:
Conteúdo genético do espermatozóide não é avaliado
Suely Moura Melo (SMM) - mentos semelhantes: (a) exame do embrião - o ovo fertilizado é cultivado em laboratório até o estágio de oito células. Uma única célula é removida e submetida à técnica FISII para análise cromossômica, e o DNA genômico é isolado para a realização da PCR de uma sequência gênica específica para indicar a presença de mutações para doenças monogênicas (a remoção de uma célula não prejudica o desenvolvimento do embrião),
Suely Moura Melo (SMM) - embrião), (b) Exame do corpúsculo polar (CP) - técnica baseada na análise dos corpúsculos ou glóbulos polares eliminados após a primeira e a segunda divisões meióticas na mulher. O primeiro CP é expulso na meiose I contendo o complemento cromossômico do ovócito. O material analisado é o do primeiro CP, deduzindo-se, assim, o genótipo do ovócito, que é complementar ao genótipo do CP. O estudo do material genético do CP é submetido à técnica FISH para a análise cromossômica e PCR para análise das doenças monogênicas. Essa técnica apresenta a vantagem de não enfrentar debates éticos, pois apenas o material genético do CP é manipulado, não interferindo na fertilização, divagem e processos embrionários subsequentes; a desvantagem é que o conteúdo genético do espermatozóide não é avaliado.
Algumas técnicas de análise de DNA usadas para diagnóstico pré-natal
1. Detecção de mutações pontuais conhecidas, mutações de emenda ou pequenas inserções ou deleções por:	
	a.	análise por endonuclease de restrição para detectar mutações que alteram os sítios de restrição,
	b.	hibridização de oligonucleotideo aleloespecífico, e
	c. 	amplificação por PCR e sequenciamento automático direto.
2.	Detecção de mutações desconhecidas por amplificação por PCR.
47
3.	Detecção de grandes inserções, expansões, deleções ou rearranjos estruturais maiores por:
	a.	análise por transferência de Southern e
	b.	amplificação por PCR.
4.	Análise baseada na ligação, usando polimorfismo de DNA intragênico, para diagnóstico de doenças que apresentam muitas mutações patogênicas e quando a mutação específica é desconhecida.
48
Diagnóstico molecular em patologias genéticas
Exemplos de tecnologia do DNA
Vejamos alguns exemplos de técnicas de análise e manipulação de DNA comumente usadas na biologia molecular moderna. 
Os links abaixo para encontrar informações mais detalhadas sobre estas técnicas.
Clonagem do DNA. Na clonagem do DNA, os pesquisadores "clonam" – fazem muitas cópias do fragmento de DNA de interesse, tal como um gene. Em muitos casos, a clonagem do DNA envolve a inserção do gene de interesse em uma molécula de DNA circular chamada plasmídeo. O plasmídeo pode ser replicado nas bactérias, fazendo muitas cópias do gene de interesse. Em alguns casos, o gene é expresso também nas bactérias pela formação de uma proteína (por exemplo, a insulina usada pelos diabéticos).
Clones envelhecem mais rápido? #InstanteBiotec 51 - YouTube 
50
Clonagem
Processo que permite isolar, do DNA total de uma célula, determinada seqüência de DNA e multiplicá-la indefinidamente em clones exatamente iguais
Consiste em um processo de múltiplas etapas, envolvendo a inserção de fragmentos de DNA em moléculas especializadas de DNA (vetores), que são capazes de serem introduzidas, replicadas e/ou expressas no interior de células hospedeiras vivas específicas; selecionar o clone com o fragmento de interesse
Clonagem
	Um modo de se obter as inúmeras cópias de um fragmento de DNA é colocar o DNA de interesse em uma bactéria e deixar que ela replique o DNA
Reação em cadeia da polimerase (PCR). A reação em cadeia da polimerase é a técnica de manipulação do DNA mais amplamente utilizada, com aplicações em quase todas as áreas da biologia moderna. As reações da PCR produzem várias cópias da sequência de DNA de interesse, a partir da sequência de um DNA modelo. Essa técnica pode ser usada para fazer muitas cópias de um DNA que está presente em pequenas quantidades (por exemplo, uma gotícula de sangue na cena do crime).
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Aula de PCR e eletroforese - YouTube
Eletroforese em gel. A eletroforese em gel é uma técnica usada para visualizar os fragmentos de DNA (exame direto). Por exemplo, os pesquisadores podem analisar os resultados da PCR examinando os fragmentos de DNA que ela produz na reação em um gel. A eletroforese em gel separa os fragmentos de DNA com base em seu tamanho, em seguida os fragmentos são pigmentados com um corante que possibilita a visualização pelo pesquisador.
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Sequenciamento de DNA. O sequenciamento de DNA consiste em determinar a sequência das bases dos nucleotídeos (As, Ts, Cs e Gs) na molécula de DNA. Em alguns casos, apenas um fragmento de DNA é sequenciado por vez, enquanto em outros casos muitos fragmentos de DNA (como um genoma inteiro) podem ser sequenciados conjuntamente. [O que é genoma?]
O genoma é todo o DNA de um organismo.
Em eucariontes, os quais possuem um núcleo celular para conter o seu DNA, a palavra genoma é normalmente usada para se referir ao genoma nuclear (DNA encontrado no núcleo), o que exclui o DNA encontrado nas organelas tais como os cloroplastos ou mitocôndrias.
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Southern Blotting
Analisa frangmentos de DNA, bem como sequências de genes.
Endonucleases em DNA genômico  vários fragmentos de interesse;
Estes são separados por eletroforese em gel.
Tal técnica foi descoberta em 1975 por Edwin Southern.
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Southern Blot Animated I Southern Blotting - YouTube
Northern Blotting
Técnica usada para estudar a expressão gênica, ou seja, verificar se um determinado gene de um genoma é ou não transcrito em RNA e quantificar isso. 
Essa técnica tem tal nome devido à similaridade de seu procedimento com o Southern blot.
Uma diferença no procedimento (quando comparada como Southern blot)é a adição de formaldeído no gel de agarose, que funciona como um desnaturante.
Estudo de expressão gênica
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Western Blotting
Western blot é um método usado para detectar proteínas
 Essa técnica usa eletroforese em gel para separar as proteínas desnaturadas. As proteínas são então transferidas do gel para uma membrana (tipicamente de nitrocelulose),e são marcadas por anticorpos específicos à proteína. 
 
 O nome Western blot é um trocadilho do nome Southern blot, uma técnica para detecção de DNA desenvolvida anteriormente por Edwin Southern. Também há uma técnica chamada Northern blot que serve para a detecção de RNA.
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Detecção de Proteínas por Western Blotting - YouTube
Obrigada pela atenção!
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