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[9038 - 30853]tributos_federais_estaduais_municipais

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Tributos Federais, 
Estaduais e 
Municipais
Universidade do Sul de Santa Catarina
UnisulVirtual
Palhoça, 2017
Tributos Federais, 
Estaduais e 
Municipais
Universidade Sul de Santa Catarina
Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul
Reitor
Mauri Luiz Heerdt
Vice-Reitor
Lester Marcantonio Camargo
Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa, Pós-graduação, Extensão e Inovação
Hércules Nunes de Araújo
Pró-Reitor de Administração e Operações
Heitor Wensing Júnior
Assessor de Marketing, Comunicação e Relacionamento
Fabiano Ceretta
Diretor do Campus Universitário de Tubarão
Rafael Ávila Faraco
Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis
Zacaria Alexandre Nassar
Diretora do Campus Universitário UnisulVirtual
Ana Paula Reusing Pacheco
Campus Universitário UnisulVirtual
Diretora
Ana Paula Reusing Pacheco
Gerente de Administração e Serviços Acadêmicos
Renato André Luz
Gerente de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação
Moacir Heerdt
Gerente de Relacionamento e Mercado
Guilherme Araujo Silva
Gerente da Rede de Polos
José Gabriel da Silva
Livro Didático
Professor conteudista
Gabriel Walter Gonzalez Bocchetti
Designer instrucional
Cristina Klipp de Oliveira
Assistente Acadêmico
Thayanny Aparecida Bedinot da Conceição 
(1ª ed. Atualizada)
Projeto Gráfico e Capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramação
Noemia Mesquita
Revisão Ortográfica
Diane Dal Mago
ISBN
978-85-506-0184-7
e-ISBN
978-85-506-0185-4
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
B64
Bocchetti, Gabriel Walter Gonzalez
Tributos federais, estaduais e municipais : livro didático / Gabriel Walter 
Gonzalez Bocchetti ; design instrucional Cristina Klipp de Oliveira. – 1. ed. atual. - 
Palhoça : UnisulVirtual, 2017.
145 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-506-0184-7
e-ISBN 978-85-506-0185-4
1. Direito tributário. 2. Impostos. I. Oliveira, Cristina Klipp. II. Título.
CDDir 341.396
Copyright © UnisulVirtual 2017
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Livro didático
UnisulVirtual
Palhoça, 2017
Designer instrucional
Cristina Klipp de Oliveira
Tributos Federais, 
Estaduais e 
Municipais
Gabriel Walter Gonzalez Bocchetti
1ª edição atualizada
Sumário
Introdução | 7
Capítulo 1
Conceitos, princípios e normas básicas do Direito 
Tributário | 9
Capítulo 2
Imposto Extrafiscais | 23
Capítulo 3
Outros Impostos e Contribuições Federais | 43
Capítulo 4
Imposto sobre a renda e proventos de qualquer 
natureza - IR | 65
Capítulo 5
Impostos Estaduais e Municipais | 111
Considerações Finais | 141
Referências | 143
Sobre o Professor Conteudista | 145
Introdução 
Assim como em qualquer área do direito, para que o conceito de liberdade não 
se extrapole, atingindo, dessa maneira, a área da libertinagem, é necessário 
que o Estado imponha limitações, valendo-se do direito positivo para tanto. 
Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988 coloca tais limitações ao poder 
delegado por ela aos entes da Federação (União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios) e, dessa maneira, cria uma relação com polos distintos, sendo que o 
primeiro cobra o tributo e tem o direito de recebê-lo, constituindo o polo ativo da 
situação e, em contrapartida, se institui uma obrigação ao contribuinte, pessoa 
física ou jurídica que tenha dado fato gerador à obrigação de pagar o tributo, 
sendo o sujeito passivo.
O poder de tributar está relacionado nos artigos 150 ao 152 da Carta Magna, 
e como ensina o professor Vittorino Cassone, “é a parte do Direito Financeiro 
que estuda as relações jurídicas entre o Estado (Fisco) e os particulares 
(contribuintes), no que concerne à instituição, arrecadação, fiscalização e 
extinção do tributo. É direito autônomo, pois se rege por princípios e normas 
próprias” (CASSONE, 1994, p. 28).
Com base nesses conceitos, estudaremos o Direito Tributário como o conjunto 
de regras que regulam a relação jurídica entre o poder tributante (Fiscos - 
União, Estados, Municípios e o Distrito Federal) e o contribuinte (pessoas 
físicas ou jurídicas), seus princípios constitucionais informadores, os elementos 
constitutivos da obrigação jurídica tributária, a classificação dos tributos e as 
receitas originárias.
Também trataremos sobre as causas que suspendem o pagamento do crédito 
tributário, as causas extintivas e as de exclusão do crédito tributário. E, por fim, 
apresentaremos os impostos em espécie, previstos e já instituídos no Direito 
brasileiro, a competência para a sua instituição e seus fatos geradores e outros 
aspectos relevantes que os envolvem.
9
Capítulo 1
Conceitos, princípios e normas 
básicas do Direito Tributário
Seção 1 
O Estado e o Poder de Tributar 
No exercício de seu poder, o Estado necessita de meios materiais e pessoais para 
cumprir seus objetivos institucionais, garantindo a ordem jurídica, a segurança, a 
defesa, a saúde pública e o bem-estar social de todos.
Para cumprir essas tarefas, que têm valor econômico e social, o Estado, por sua 
atividade financeira, precisa obter, gerir e aplicar os recursos indispensáveis ao 
cumprimento de seus objetivos.
A atividade financeira do Estado é, então, o conjunto de atos que o Estado pratica 
no processo de obtenção, gestão e aplicação dos recursos financeiros de que 
necessita para atingir seus fins.
Tal atividade desenvolve-se em três fases distintas:
 • Receita (Arrecadação): a receita pública divide-se em duas espécies: 
· Originárias: são as receitas provenientes da exploração 
econômica do patrimônio do Estado. São, portanto, as receitas 
oriundas dos bens e empresas comerciais e industriais que 
pertencem ao Estado. Ex.: lucros provenientes de investimentos 
no Banco do Brasil, Banrisul, Correios etc.; venda de bens 
(alienação de imóveis); prestação de serviços (tarifas públicas); 
· Derivadas: são as receitas decorrentes da exploração de 
fontes externas ao próprio Estado, sendo exigidas de maneira 
compulsória, exercendo seu poder de soberania. Correspondem 
aos tributos e às penalidades pecuniárias decorrentes de atos 
ilícitos. Ex.: taxas, impostos, contribuições de melhoria etc. 
10
Capítulo 1 
 • Gestão (Orçamento): o Orçamento demonstra como os recursos 
arrecadados em forma de receitas ordinárias e derivadas serão 
aplicados. 
 • Despesas (Aplicação): diz respeito à aplicação dos recursos 
financeiros arrecadados. 
Ao Direito Tributário interessam as “receitas derivadas”, que correspondem ao 
conceito de tributo.
Conceito de Legislação Tributária
“Legislação Tributária” pode ser entendida como o conjunto de normas que 
envolvem assuntos tributários.
Segundo o art. 96 do CTN (Código Tributário Nacional), “a expressão “Legislação 
Tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os 
decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre 
tributos e as relações jurídicas a eles pertinentes”.
Os artigos 101 a 104 do CTN versam sobre a vigência da Legislação Tributária, 
definindo que:
 • A vigência da Legislação Tributária rege-se pelas disposições legais 
aplicáveis às normas jurídicas em geral. Isso significa que, salvo 
disposição em contrário (expressão “esta lei entra em vigor...”), a lei 
deve entrar em vigor 45 dias após ser publicada; 
 • A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios vigora, no país, fora de seus respectivos territórios, nos 
limites em que lhe reconheçam extraterritoriedade ou convênios de 
que participem, ou de que disponham as leis expedidas pela União; 
 • Salvo disposição em contrário, entram em vigor: 
· Atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas: 
na data de sua publicação; 
· Decisões de órgãos singulares ou coletivos de jurisdição 
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa: 30 dias 
após a data de sua publicação; 
· Os convênios que a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios celebram entre si: na data prevista no próprio convênio.• Impostos sobre o patrimônio ou renda que criem ou majorem 
tais impostos, que definem novas hipóteses de incidência e que 
extingam ou reduzam isenções: no 1º dia do exercício subsequente 
àquele em que a lei foi publicada. 
11
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
Com relação à aplicação da legislação tributária, o art. 105 do CTN define que 
ressalvadas as garantias constitucionais sobre majoração ou instituição de tributo, 
a legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos 
pendentes (fato cuja ocorrência tenha início, mas não esteja completa).
Direito Tributário 
Direito Tributário é “o ramo do Direito que se ocupa das relações entre o fisco e as 
pessoas sujeitas à imposição tributária de qualquer espécie, limitando o poder de 
tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder”.
O Direito Tributário disciplina uma relação jurídica entre um sujeito ativo (o fisco) e 
um sujeito passivo (o contribuinte), envolvendo uma prestação (tributo).
O Direito Tributário existe para delimitar o poder de tributar, sua finalidade 
não é a arrecadação de tributos, porque essa sempre aconteceu, e acontece, 
independente da existência do Direito Tributário.
Sistema Tributário Nacional
O Sistema Tributário é um conjunto de princípios constitucionais, que regula o 
poder de tributar, as limitações desse poder e a repartição de suas receitas.
O ideal é que o Sistema Tributário seja barato (o contribuinte deve suportar o 
pagamento, isso não significa necessariamente a menor alíquota); simples (deve 
ser entendido pelo contribuinte) e estável.
Fontes do Direito Tributário
As fontes do Direito Tributário estão classificadas em primárias e secundárias, de 
acordo com o poder que elas têm em inovar na ordem jurídica:
 • Fontes Primárias: a lei é a fonte imediata e primária do direito 
tributário. Nas suas várias formas e diversos graus de hierarquia as 
fontes primárias dividem-se em: 
(a) Lei Constitucional: é a fonte soberana da legislação, sendo 
que todas as leis devem obedecer aos limites impostos pela 
Constituição Federal (CF), sob pena de perder a validade. A 
Lei Constitucional fixa a competência (o poder de tributar), as 
limitações e a repartição da receita. 
12
Capítulo 1 
(b) Lei Complementar: regula a matéria que a Constituição 
lhe reserva especificamente. A CF estabelece que a Lei 
Complementar deve definir as normas gerais do Direito 
Tributário, as competências da União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios e regular as limitações ao poder de tributar. 
A Lei n. 5.172/66, que passou a denominar-se Código 
Tributário Nacional (CTN) por força do art. 7º do Ato 
Complementar n. 36/67 pode, conforme estabelece a CF, 
ser reconhecida como lei complementar até que a nova lei 
complementar seja editada. 
(c) Lei Ordinária: a Lei Ordinária difere-se da Lei Complementar 
porque pode ser editada pela União, pelos Estados e pelos 
Municípios, no campo de suas competências, delimitado pela 
Constituição (não há uma definição expressa dos casos que 
serão por elas regulados, como é o caso da Lei Complementar).
A Lei Ordinária, diferentemente da Lei Complementar, que não cria tributos 
(exceto empréstimos compulsórios 1 e de competência residual da União), pode 
instituir, revogar ou extinguir tributos.
Outra diferença entre a Lei Complementar e a Lei Ordinária está no fato de 
que a Lei Complementar exige maioria absoluta de votos nas duas Casas do 
Congresso Nacional.
Fontes Secundárias: são as demais fontes possíveis que não compõem as fontes 
primárias, tais como: Instruções Normativas; Pareceres Normativos; Jurisprudência; 
Portarias do Ministério; decisões de órgãos administrativos da Receita Federal. 
Hierarquia Legislativa do Sistema Tributário Nacional 
CTN
CF
Outras Leis
1 Consiste na tomada compulsória de certa quantidade em dinheiro do contribuinte a título de “empréstimo”, 
para que este o resgate em certo prazo, conforme as determinações estabelecidas por lei.
13
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
CONSTITUIÇÃO 
Estabelece o poder de tributar (fixa a competência), as limitações e a repartição 
da receita.
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – CTN (Lei 5.162/66)
Estabelece as normas gerais do direito tributário: (a) Fato Gerador; (b) 
Contribuinte; (c) Base de Cálculo.
LEIS 
Normas que regulam os impostos, que só podem ser exigidos após a existência 
da lei.
DECRETOS E OUTRAS NORMAS REGULADORAS 
Decretos: finalidade de possibilitar a aplicação da norma por agentes 
administrativos; Normas Complementares: Explicitam leis, decretos, tratados e 
convenções internacionais.
Seção 2 
Tributos
De acordo com art. 3º do CTN, tributo é “toda prestação pecuniária 
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não 
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada”.
 • Prestação pecuniária: são as prestações que asseguram ao Estado 
os meios financeiros de que necessita para a consecução de seus 
objetivos; 
 • Compulsória: há a ausência do elemento “vontade”, ou seja, o 
dever de pagar o tributo nasce independentemente da vontade do 
contribuinte; 
 • Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: não existe a 
figura do tributo in natura ou in labore, uma vez que a prestação é 
pecuniária. Ex.: a um exportador de trigo não é permitido pagar seus 
impostos com uma quantidade X de trigo. 
14
Capítulo 1 
 • Que não constitua sanção de ato ilícito: a incidência do tributo é um 
ato lícito (difere-se de “penalidade”). As penalidades pecuniárias ou 
multas não se incluem no conceito de tributo; assim, o pagamento 
de tributo não decorre de infração de determinada norma ou 
descumprimento da lei; 
 • Instituída por lei: só a lei pode instituir o tributo, o que significa que 
nenhum tributo será exigido sem que a lei o estabeleça, conforme 
assegura o art. 150, inciso I, da CF; 
 • Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada: 
a cobrança é administrativa e privativa, não pode ser realizada por 
outra pessoa e deve ser vinculada (a administração pública deve 
agir conforme a lei e não segundo seus critérios de conveniência e 
oportunidade). 
Classificação dos Tributos 
No que se refere às espécies de tributos, o Sistema Tributário Nacional está 
estruturado de forma a permitir ao Estado a cobrança de:
 • Impostos; 
 • Taxas; 
 • Contribuições de melhoria; 
 • Contribuições especiais. 
Já no que diz respeito a sua vinculação com a atividade estatal, os tributos 
podem ser classificados em:
 • Vinculados, quando o Estado oferece uma contraprestação de 
imediato ao contribuinte; e 
 • Não vinculados, quando a arrecadação do tributo não depende de 
qualquer contrapartida do Estado em favor do contribuinte. 
Além disso, os tributos podem ser criados e utilizados com funções não 
arrecadatórias, sobretudo de intervenção na economia, sendo classificados, 
quanto as suas finalidades em:
 • Tributos fiscais: possuem função meramente arrecadatória, visando 
ao financiamento das atividades do Estado para garantir o aporte 
de recursos necessários ao exercício de suas atividades. Ex.: 
Imposto de Renda; 
15
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
 • Tributos parafiscais: possuem função meramente arrecadatória; 
contudo, a receita arrecadada destina-se ao cumprimento de 
funções paralelas às funções típicas do Estado. Ex.: contribuições 
previdenciárias; 
 • Tributos extrafiscais: não são instituídos com função arrecadatória, 
mas para que o Estado cumpra a função de controle da economia. 
Ex.: Imposto sobre Importação; Imposto sobre Exportação; Imposto 
sobre Produtos Industrializados etc. 
Taxas (CTN, art. 77)
São vinculadas à atividade do Estado. É o tributo que tem como fato gerador 
o exercício de poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviço 
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
Ex.: Taxa de Coleta de Lixo; Taxa de Emissão de Documentos;Taxa de 
Conservação e Limpeza Pública; Taxa de Fiscalização de Estabelecimentos etc.
Contribuição de Melhoria (CTN, art. 81) 
Tributo instituído para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra 
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa incorrida e como limite 
individual o acréscimo do valor que a obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Pode-se afirmar que a Contribuição de Melhoria difere-se da Taxa porque essa 
está relacionada ao “serviço público” enquanto a Contribuição de Melhoria diz 
respeito à “obra pública”.
Contribuições Especiais 
São instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, para fazer face 
aos investimentos em determinado setor (ex.: social), tais como as contribuições:
 • À seguridade social (CF, art. 195, 201 a 204); 
 • Social do salário-educação (CF, art. 212, § 5o); 
 • Para o Programa de Integração Social –PIS; 
 • Para o Programa de Formação do Patrimônio Público – PASEP (CF, 
art. 239); 
 • Para o Fundo de Investimento Social – COFINS. 
Impostos (CTN, art. 16)
É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de 
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Possui caráter geral, 
ou seja, se destina a cobrir as necessidades públicas gerais.
16
Capítulo 1 
Os impostos se distinguem entre si pelos respectivos “fatos geradores” e com 
base nessa distinção são atribuídos às diversas entidades em que se divide o 
Poder Político (Municipal, Estadual e Federal):
 • Sobre o comércio exterior; 
 • Sobre o patrimônio e a renda; 
 • Sobre a produção e a circulação; 
 • Impostos especiais. 
Os impostos também podem ser segregados em diretos e indiretos:
 • Indiretos: 
· São os tributos cujo ônus da contribuição os contribuintes 
podem transferir, total ou parcialmente, para terceiros; 
· Os impostos indiretos são pagos pelo comprador, a empresa é 
somente a intermediária do imposto; 
· Nesse caso, existe a figura do contribuinte de fato (aquele que 
efetivamente está pagando o imposto (consumidor)) e de direito 
(aquele que a lei determina que é o apurador, arrecadador 
(intermediário)). 
· O ônus não é do contribuinte de direito. 
· Ex.: IPI e ICMS, são cobrados pelo fisco do Produtor-Vendedor 
(contribuinte de fato) que emite a nota fiscal, cujo custo é 
transferido ao comprador de mercadoria (contribuinte de direito). 
 • Diretos: 
· São tributos cujos contribuintes são os mesmos indivíduos que 
arcam com o ônus da respectiva contribuição; 
· O ônus é exclusivamente do contribuinte (o contribuinte de fato 
é o de direito). Ex.: IR, Imposto sobre Importação (II), Imposto 
sobre Exportação (IEx), Imposto Territorial Rural (ITR), Imposto 
Transmissão Inter vivos (ITBI), Imposto Predial Territorial Urbano 
(IPTU), Imposto Propriedade Veículos Automotivos (IPVA) etc.). 
Com relação à sua cumulatividade os impostos podem ser segregados em:
 • Cumulativos: incidem em todas as etapas intermediárias dos 
processos produtivo e/ou de comercialização de determinado bem, 
inclusive sobre o próprio imposto anteriormente pago, da origem 
até o consumidor final, influindo na composição de seu custo e, em 
consequência, na fixação de seu preço de venda.
17
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
 Ex.: ISS: A cumulatividade ocorre quando o serviço é prestado 
para outra empresa também prestadora de serviço. Assim, se uma 
empresa de construção civil constrói ou reforma um hospital, ou se 
uma empresa de decoração decora um hotel, o usuário do serviço 
arca com o ônus do imposto constante da fatura. Não há permissão 
para o aproveitamento do imposto e para o abatimento do ISS 
devido pelo hospital ou pelo hotel.
 • (b) Não Cumulativos: compensa-se o que é devido em cada 
operação com o montante cobrado nas operações anteriores. Não 
incide sobre o mesmo imposto/tributo pago/recolhido na etapa 
anterior. 
 Ex: IPI e ICMS. 
Tributos Federais, Estaduais e Municipais (Poder de Tributar) 
 • União (CF, art. 153 e 154); 
 • Estado e Distrito Federal (CF, art. 155); 
 • Municípios (CF, art. 156). 
Quadro 1.1 – O poder de tributar
União Estados e Distrito Federal Municípios
Impostos sobre:
- Importação de produtos 
estrangeiros (II): cobrado 
sobre a entrada de 
mercadorias estrangeiras no 
país; **
- Exportação de produtos 
nacionais ou nacionalizados 
(IEx); **
- Renda e proventos de 
qualquer natureza (IR);
- Produtos Industrializados 
(IPI); **
- Operações de crédito, 
câmbio e seguro ou 
relativos a títulos ou valores 
mobiliários (IOF, IOC); **
Impostos sobre:
- Transmissão causa mortis 
(herança) e doação de 
quaisquer bens e direitos 
(ITCMD);
- Circulação de mercadorias 
e prestação de serviços 
de transporte interestadual 
e intermunicipal e de 
comunicação (ICMS);
- Propriedade de veículos 
automotores (IPVA): cobrado 
sobre a propriedade de 
veículos automotores: 
consiste num tributo 
patrimonial sobre veículos, 
proporcional à data de 
fabricação do carro e ao seu 
valor de mercado.
Impostos sobre:
- Propriedade Predial e 
Territorial Urbana (IPTU);
- Transmissão inter 
vivos: (Imposto sobre 
a transmissão de bens 
imóveis - ITBI);
- Serviços de qualquer 
natureza (ISS).
18
Capítulo 1 
- Propriedade Territorial Rural 
(ITR); 
- Grandes Fortunas (IGF) *; 
- Impostos Extraordinários de 
Guerra (IEG); 
- Impostos que não sejam 
cumulativos e que não 
tenham a mesma base de 
cálculo dos impostos acima 
(Imposto Residual). 
(*) embora definido na 
CF, o IGF ainda não 
foi regulamentado por 
lei complementar. O 
contribuinte do imposto, a 
alíquota e a base de cálculo 
ainda não foram definidas.
(**) não é necessária lei para 
alterar as alíquotas desse 
imposto, desde que sejam 
obedecidos aos limites da 
legislação (a alteração pode 
ser realizada por Decreto).
Fonte: Elaborado pelo autor
Conjunto de Princípios Constitucionais Tributários
Os princípios constitucionais tributários prevalecem sobre todas as demais normas 
jurídicas, as quais só têm validade se editadas em rigorosa consonância com eles:
 • Legalidade (CF, art. 150, I): qualquer alteração nos termos tributários 
deve ser estabelecida em lei para que o pagamento possa ser 
exigido do contribuinte. É a garantia de que nenhum tributo será 
instituído ou aumentado a não ser pela lei.
 • Isonomia/Igualdade (CF, art. 150, II): não deve haver tratamento 
desigual entre contribuintes que se encontrem em situações 
equivalentes. Ex.: no caso dos impostos progressivos, quem tem 
mais capacidade contributiva deve pagar um imposto maior, pois 
assim será “igualmente” tributado, em termos proporcionais.
 • Irretroatividade (CF, art. 150,III, “a” – exceção art. 106, CTN): 
19
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
a lei nova, que cria ou aumenta tributos, alcança somente os 
fatos ocorridos posteriormente à sua publicação. Admite-se a 
retroatividade da lei tributária quando ela beneficia, de alguma 
forma, o contribuinte.
 • Anterioridade (CF, art. 150, III, “b” – exceção do art. 150, § 1 e 195 
§ 6): qualquer alteração em termos de impostos só pode ser exigida 
do contribuinte a partir do 1º dia do próximo ano, com exceção de:
· Empréstimos compulsórios para atender despesas 
extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra 
externa ou de sua eminência; 
· Impostos sobre importação de produtos estrangeiros 
e exportação para o exterior de produtos nacionais ou 
nacionalizados; 
· Produtos industrializados; 
· Operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas à títulos ou 
valores mobiliários; 
· Impostos extraordinário de eminência de caso de guerra; 
· Contribuições sociais: CSSL, PIS, COFINS, FGTS, INSS.
 • Capacidade Tributária/Contributiva (CF, art. 145, § 1º): os tributos 
devem ser graduados segundo a capacidade tributária do 
contribuinte.
 • Proibição de Confisco (CF, art. 150, IV): os tributos não devem ser 
utilizados para efeito de confisco. Esse princípio determina que 
o tributo deve ser instituído em um nível racional, ou seja, a suarigorosa cobrança não deve acarretar assimilação do valor total do 
objeto tributado.
 • Liberdade de Tráfego (CF, art. 150, V): não é permitido estabelecer 
tributos pelo trânsito de pessoas entre estados/municípios (salvo 
cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder 
público).
 • Imunidade 2 (CF, art. 150, VI): não há tributação sobre:
· Patrimônio, renda ou serviços entre União, Estados, Distritos 
Federais e Municípios (ex.: o município não pode cobrar IPTU 
do Governo do Estado); 
· Templos de qualquer culto; 
2 Isenção difere-se de Imunidade, uma vez que a Isenção concedida é temporária e deve ser estabelecida por 
lei. 
20
Capítulo 1 
· Patrimônio, renda ou serviços de partidos políticos, sindicatos e 
instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos; 
· Livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão; 
Seção 3 
Impostos Federais
A competência tributária da União está prevista no art. 153 da Constituição, no 
que se refere aos impostos nominados. Trata-se da competência ordinária, ou 
seja, aquela para instituir os impostos previstos na Constituição Federal.
Esquematizando, temos o seguinte:
Competência Tributária da 
União Federal para instituir 
impostos sobre:
Importação de produtos 
estrangeiros (II)
Exportação para o exterior 
de produtos nacionais ou 
nacionalizados (IE)
Renda e proventos de 
qualquer natureza (IR)
Produtos Industrializados 
(IPI)
Operações de crédito, 
câmbio e seguro, ou 
relativas a títulos ou 
valores mobiliários (IOF)
Propriedade Territorial 
Rural (ITR)
Grandes Fortunas, 
nos termos da lei 
complementar (IIGF)
21
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
Lembre-se de que a União não exerceu em sua plenitude sua competência 
tributária ordinária para a instituição e cobrança de todos os impostos nominados 
acima arrolados. O imposto sobre grandes fortunas, previsto no inciso VII, ainda 
não foi instituído pela União por meio de lei complementar.
Além da competência ordinária, diferentemente do que ocorre com as demais 
matérias, possui a União competência residual para legislar em matéria 
tributária, podendo instituir por meio de lei complementar outros impostos 
não previstos no rol acima, desde que sejam não cumulativos e não possuam o 
mesmo fato gerador ou base de cálculo de imposto discriminado na Constituição, 
conforme dispõe o art. 154, I, da Constituição. Percebe-se, assim, que no 
exercício de sua competência residual deverá a União ficar atenta quanto à 
vedação à bitributação.
Além da competência residual, em determinadas situações, encontra-se a União 
legitimada extraordinariamente para instituir outros impostos que não estejam 
compreendidos em sua competência tributária, na forma do art. 154, II, da 
Constituição. Diferentemente do que ocorre na competência residual, quando 
do exercício da competência extraordinária, não precisará a União se preocupar 
com a bitributação, pois essa se encontra expressamente permitida pelo texto 
constitucional.
Art. 154, CRFB - A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo 
anterior, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato 
gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta 
Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos 
extraordinários, compreendidos ou não em sua competência 
tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas 
as causas de sua criação.
Atenção: com relação à exigência de lei complementar para traçar normas gerais, 
em especial sobre fato gerador, base de cálculo e contribuintes (art. 146, III, “a”), não 
há que se falar em sua aplicação aos impostos extraordinários de guerra, uma 
vez que esses não estão inclusos na competência ordinária da União. Fogem dessa 
mesma regra os impostos residuais, pois além de não estarem discriminados na 
Constituição, sua criação está condicionada à legislação complementar. 
22
Capítulo 1 
Para o contador e em especial para quem milita na área fiscal, conhecer o sistema 
tributário nacional é de suma importância.
Assim, além da Constituição, ter conhecimento do CTN – Código Tributário 
Nacional – é importante, pois nele temos a definição, em nível de lei 
complementar à constituição, do que são impostos, contribuições e taxas. A 
lei 5.172/1966 (CTN) é um diploma único no seu gênero por ser uma lei que 
não sofreu muitas modificações ao longo do tempo – por ter, na minha opinião, 
qualidade técnica e objetividade.
Abaixo do CTN, que é uma lei complementar, temos a chamada lei ordinária: 
observados seus limites de competência, pode ser editada pela União, Estados, 
municípios e Distrito Federal, onde são declarados os critérios de imposição 
tributária. Por exemplo: a lei que determina as regras do ICMS, em São Paulo, é a 
6.374/1989, que tem sua regulamentação atual no decreto 45.490/2000.
Essa é outra figura que deixa todo mundo meio confuso: o decreto. Este ato 
normativo do poder executivo explica e robustece a lei, detalhando o que ela 
apenas prevê em termos gerais, sem extrapolar suas atribuições.
Agora, as chamadas instruções normativas, tão amplamente publicadas pela 
Receita Federal, são verdadeiras “instruções” que têm o condão de serem 
reguladoras de matérias, como a instrução normativa 1.234/2012, a qual dispõe 
sobre retenção de tributos e contribuições nos pagamentos recebidos pelas 
pessoas jurídicas provenientes de órgãos públicos.
Assim sendo, de acordo com a atividade de determinado empreendimento, 
haverá uma série de atos normativos que regulamentam as operações, o fato 
gerador do imposto, suas obrigações acessórias e a maneira com que o Estado 
pode também aplicar sanções.
Como se vê, para entender pelo menos um pouco do sistema tributário, 
necessário se faz ter noções de hermenêutica, exegese e conhecer as ferramentas 
necessárias para uma interpretação correta de aplicação das normas. Logo, 
a necessidade criada obriga o profissional contábil a buscar novos horizontes 
e ampliar seu conhecimento de outras disciplinas para que haja um bom 
atendimento junto ao cliente, afinal, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (Constituição Federal/1988, art. 5º, II). 
23
Capítulo 2
Imposto Extrafiscais
Seção 1 
Imposto sobre a Importação – II
O imposto sobre a importação, também chamado de “tarifa aduaneira”, possui 
finalidade preponderantemente extrafiscal, ou seja, não se presta somente a carrear 
recursos privados aos cofres federais, mas a precipuamente permitir ao governo 
federal regular a economia por meio da fixação de suas alíquotas, em especial a 
balança comercial (o conjunto das importações e exportações de um país).
Em função dessa característica regulatória da economia, determina a Constituição 
(art. 153, § 1º) que poderá o Poder Executivo, atendidas as condições e os limites 
estabelecidos em lei, alterar suas alíquotas, não sendo necessária para esse caso 
a edição de lei em sentido estrito.
 Atenção: a dispensa de lei em sentido estrito vale somente para a alteração das 
alíquotas do imposto, não se aplicando para os demais aspectos da regra matriz de 
incidência não previstos na Constituição. Vale dizer então que para a alteração da 
base de cálculo será necessária a edição de lei, diferentemente do que afirma o 
art. 21 do CTN, anterior à redação atual da Constituição de 1988, que autorizava ao 
Poder Executivo alterar não só as alíquotas, mas também as bases de cálculo. Nessa 
parte, portanto, não foi recepcionada a norma inscrita no CTN.
Ainda em função de seu caráter regulatório da economia, com a finalidade de lhe 
conferir o dinamismo necessário para interferir nesse setor, em especial no tocante 
às importações, a Constituição (art. 150, §1º) dispensa que o tributo observe a 
anterioridade máxima, ou seja, sua instituição ou majoração não precisará esperar 
o exercício financeiro seguinte e nem noventa dias na edição da norma para que 
possua eficácia.
Encontra-seprevisto na Constituição (art. 153, II), com normas gerais traçadas no 
CTN (arts. 23 a 28 do CTN) e regulamentado no DL 1.578/77.
24
Capítulo 2 
Fato gerador
O fato gerador do tributo é a entrada de um produto estrangeiro no território 
nacional (art. 19, CTN). Para o CTN, acompanhado pelo regulamento aduaneiro, 
basta a simples entrada de mercadoria estrangeira no território nacional para 
que se repute ocorrido o fato gerador do tributo. Contudo, entende a doutrina 
que importar é trazer o produto do exterior com o objetivo de promover a sua 
incorporação à economia nacional.
Atenção: exige a doutrina que o ato de entrada da mercadoria estrangeira tenha 
por objetivo específico a sua incorporação à economia nacional, não bastando a 
simples entrada no território brasileiro para a ocorrência do fato gerador do imposto 
de importação.
Essa discussão tem enormes consequências práticas, pois se adotado o conceito 
mais amplo previsto no CTN e no regulamento aduaneiro, qualquer mercadoria, 
ainda que entre no país de forma transitória (carros de corrida da Fórmula 1 para 
uma única corrida ou quadros para uma exposição) configuraria a hipótese de 
incidência do imposto. Em se adotando o conceito proposto pela doutrina, como 
não há a intenção nesses casos de incorporar tais bens à economia nacional, não 
houve a importação propriamente dita apta a ensejar a tributação pelo tributo.
Em provas da OAB, deve-se adotar o conceito da doutrina, de forma que 
somente ocorrerá a importação se houver o objetivo de incorporar a mercadoria 
estrangeira à economia nacional.
Apesar da discussão na doutrina, levada aos tribunais pelos contribuintes, 
com relação à diferença entre as expressões “produto” (utilizada pelo CTN) e 
“mercadoria” (utilizada pelo DL 37/66, que instituiu o tributo), entendeu o STJ 
que “mercadoria” deveria ser interpretada de forma ampliativa, de forma que 
as palavras “mercadoria” e “produto” foram utilizados como sendo sinônimos. 
Assim, a importação de produtos em geral, destinados ou não ao comércio, 
abarcando, portanto, aquele que, por exemplo, serão consumidos pelo 
importador ou destinados ao seu ativo fixo, sujeitam-se à tributação.
O Decreto-lei nº 37/66 estabeleceu (art. 1º, §1º) que será considerada mercadoria 
estrangeira a mercadoria nacional ou nacionalizada que fora anteriormente 
exportada e depois retorne ao mercado nacional. Possui disposição equivalente o 
art. 70 do regulamento aduaneiro. 
Considera-se ocorrido o fato gerador, na forma prevista pelo DL 37/66, na data 
do registro da declaração de importação na repartição aduaneira competente. 
25
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
Assim, para as mercadorias que deverão ser registradas, conforme previsão 
na legislação aduaneira considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro 
da importação e não na data da efetiva entrada da mercadoria em si. Contudo, 
a legislação aduaneira prevê para a maioria das mercadorias que o registro não 
será realizado na repartição aduaneira competente, mas no sistema integrado de 
comércio exterior, por meio da internet (Siscomex).
Alíquota e base de cálculo
As alíquotas e a base de cálculo serão determinadas de acordo com a legislação 
vigente à época da ocorrência do fato gerador, conforme dispõe o CTN (art. 144). 
Todavia, não é tema pacífico na doutrina quando se considera ocorrido o fato 
gerador, em relação às mercadorias que serão registradas no Siscomex, para fins 
de determinação da alíquota aplicável.
Como pode haver uma variação da alíquota no período compreendido entre a 
data do registro da mercadoria e a data da efetiva entrada no território nacional, 
surgiu dúvida sobre qual se aplicaria nesse caso, tendo sido pacificado o 
entendimento pelos tribunais que será exigida a alíquota vigente à época da 
data do registro junto ao Siscomex.
Conforme dito anteriormente, poderá o Poder Executivo alterar as alíquotas do 
tributo. Não é, contudo, restrito tal poder na pessoa do Presidente da República, 
havendo, inclusive, lei autorizativa (Lei nº 8.085/90) para delegar tal competência 
à Câmara do Comércio Exterior (CAMEX).
Com relação à base de cálculo do tributo, essa foi prevista no CTN (art.20), de 
forma distinta, a depender do tipo de alíquota e de como se deu sua aquisição 
pelo contribuinte do imposto.
Esquematizando, temos o seguinte:
Quadro 2.1 – Base de cálculo do Imposto sobre Importações
Base de cálculo do Imposto sobre Importações
Alíquota específica A base de cálculo será a unidade de medida adotada pela lei 
tributária
Alíquota for ad valorem A base de cálculo será o preço normal que o produto, ou seu 
similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda 
em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou 
lugar de entrada do produto no País
Produtoapreendido ou A base de cálculo será o preço da mercadoria abandonada, levada a 
leilão ou arremate
26
Capítulo 2 
Atenção que em virtude da adoção pelo Brasil do Acordo Geral sobre Tarifas e 
Comércio (GATT 94), quando a alíquota for ad valorem, o valor aduaneiro será 
apurado segundo as normas do artigo VII do Acordo e quando a alíquota for 
específica, a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida estabelecida.
Assim, na alíquota ad valorem, a base de cálculo é o preço normal do produto ou de 
seu similar ao tempo de importação, ainda que outro tenha sido o preço ajustado 
pelas partes quando da importação da mercadoria. A intenção é evitar fraudes, 
podendo a autoridade fazendária promover o lançamento de ofício quando identificar 
valor aduaneiro diferente daquele que fora apontado pelas partes contratantes.
Quando o valor da mercadoria estiver expresso em moeda estrangeira, deverá 
ser convertido em moeda nacional na data em que se procedeu ao registro da 
declaração no SISCOMEX.
Atualmente, em razão do Brasil ser membro do Mercosul, as alíquotas do Imposto 
de Importação estão relacionadas na Tarifa Externa Comum (TEC). A cobrança 
do imposto se faz com base na classificação dos produtos importados, conforme 
fixado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e exposto em lista intitulada 
Tarifa Aduaneira Brasil (TAB).
 Atenção: somente será possível o desembaraço aduaneiro após o pagamento de 
todos os tributos devidos.
Contribuinte 
O contribuinte do tributo é o importador ou quem a lei a ele equiparar. Poderá 
ainda a lei estabelecer casos de responsabilidade tributária. Dispõe o CTN 
(art. 22) ainda que será contribuinte do imposto o arrematante de produtos 
apreendidos ou abandonados.
Será o contribuinte do imposto também o destinatário no Brasil de remessa postal 
internacional, indicado pelo respectivo remetente, assim como o adquirente da 
mercadoria entrepostada.
Atenção: diferentemente do que ocorre com o ICMS, não há neste tributo a necessidade 
da habitualidade nas importações realizadas pelo importador para que ele seja 
considerado contribuinte do tributo, podendo ser física ou jurídica, registrada ou não.
27
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
Lançamento
A legislação adotou como regra a modalidade de lançamento por homologação, 
cabendo ao contribuinte ou responsável fornecer declaração com a identificação 
da matéria tributável e promover o pagamento antecipado do tributo.
Contudo, prevê a legislação algumas exceções. Para fins de prova de Exame da 
OAB, as mais importantes são:
 • Declaração de bagagem acompanhada – lançamento por declaração
 • Não apresentação de declaração pelo contribuinte quando deveria 
fazê-lo -lançamento de ofício, também chamado de lançamento 
direto supletivo.
Regimes alfandegários 
Existem institutos peculiares ao direito alfandegário. Para fins de prova de Exame 
de Ordem, é importante se destacar os seguintes:
Drawback - É uma forma utilizada pelo país para incentivar as exportações de 
sua indústria nacional, pois desonera as exportações de produto final produzido 
no país, por meio, para citar um exemplo, do ressarcimento do imposto incidente 
sobre a importação de insumosde origem estrangeira.
São as modalidades de drawback:
a. suspensão – suspende-se o pagamento do imposto do insumo 
proveniente do estrangeiro, destinado exclusivamente à produção 
de produto nacional que será depois exportado;
b. isenção – dispensa-se o pagamento do imposto de importação do 
insumo estrangeiro em quantidade necessária à industrialização do 
produto nacional a ser exportado; 
c. restituição – concessão de crédito tributário referente ao valor do 
imposto que incidiu sobre a importação do insumo estrangeiro utilizado 
na elaboração do produto nacional posteriormente exportado.
Cláusula da nação mais favorecida - Os países contratantes de acordos 
comerciais obrigam-se a conceder um ao outro a mesma vantagem que 
porventura concederem a um terceiro país, estranho àquele tratado.
Uniões aduaneiras - Tratados pelos quais dois ou mais países consentem em 
adotar tarifas idênticas para as importações, com o objetivo de formarem um 
bloco econômico.
28
Capítulo 2 
Colis postaux (encomenda postal) - Trata-se de processo simplificado de 
importação quando realizada por meio de correio dos países de origem e do 
destinatário da mercadoria importada. Recebida a mercadoria, o correio do país 
destinatário expede um aviso ao seu destinatário, que comparecendo preenche 
um formulário próprio para a liberação do produto e paga o imposto devido.
Exemplo de contabilização da importação de bens para o ativo imobilizado
Deve ser observado que a maioria dos procedimentos é semelhante tanto 
para a aquisição de bens para o ativo imobilizado quanto para estoque, 
alterando apenas quando da internação. O reflexo poderá ser observado na 
sequência da contabilização.
Custo de importação de bem para o ativo imobilizado
O custo de aquisição dos bens importados destinados ao ativo imobilizado será 
composto do preço de aquisição do bem, acrescido do imposto de importação, 
dos impostos não recuperáveis, assim como os demais gastos realizados com 
o desembaraço aduaneiro, transporte e seguro. Não compreende os tributos 
recuperáveis incidentes na importação. Assim, podem ser caracterizados como 
recuperáveis o ICMS, o IPI e as contribuições para o PIS/PASEP e da COFINS 
incidentes, de acordo com a atividade de cada empresa.
O valor do tributo a ser aproveitado deve ser lançado na correspondente conta 
de “Tributos a Recuperar”, no Ativo Circulante ou, conforme o caso, no Ativo Não 
Circulante, subgrupo Realizável a Longo Prazo.
Fundamentação: CPC 27, aprovado pela Resolução CFC nº 1.177/2009- NBC TG 
27; CPC nº 27 - Ativo Imobilizado.
Registros antes da entrada 
Vamos utilizar como exemplo uma indústria que realiza a aquisição de máquina 
para seu processo produtivo, paga antecipadamente o fornecedor no exterior e 
depois aguarda a chegada da máquina.
Os adiantamentos realizados para aquisição do bem devem ser classificados 
segundo a destinação a ser dada ao bem adquirido, assim, no nosso exemplo, 
em que o bem importado será destinado para o ativo imobilizado do importador 
e fornecedor no estrangeiro receberá antecipadamente o valor do bem a ser 
exportado, tais valores devem ser registrados em conta transitória, dentro do 
subgrupo do imobilizado, que pode ser intitulada “Importação em Andamento”, 
da mesma forma que outros gastos referentes à importação, pagos ou que 
venham a incorrer, efetuados até a data do desembaraço do bem.
http://www.fiscosoft.com.br/index.php?PID=216508
29
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
Nas importações realizadas com pagamento antecipado, as variações cambiais 
ativas ou passivas ocorridas até a data do fechamento de câmbio serão 
registradas como custo na conta de “Importação em Andamento”. A partir dessa 
data até a data do desembaraço aduaneiro são registradas como despesa 
operacional, em obediência ao princípio contábil da competência.
Consideraremos para a máquina a ser adquirida o valor CIF em dólares 
americanos de US$ 350.000,00 e que a fatura pró-forma foi registrada em 
9.9.2011, data na qual o valor da taxa de dólar para venda era de R$ 1,6583 /US$.
Cálculo: US$ 350.000,00 x R$ 1,6583 / US$ = R$ 580.405,00
Quadro 1
 
A Valor do Material (FCA) US$ 350.000,00 x 
 taxa do dia (R$ 1,6583/US$ )
% R$ 
580.405,00
a) Pelo registro da fatura de importação
Débito R$ Crédito R$
D Ativo Circulante
 Adiantamento para Importação 580.405,00
C Passivo Circulante
 Fornecedores Estrangeiros 580.405,00
b. Pagamento antecipado da importação
Quando o importador se obriga ao pagamento antecipado remete o valor da 
importação ao exterior antes do embarque da mercadoria. O pagamento pode ser 
feito até 180 dias antes da data prevista para o embarque ou da nacionalização 
da mercadoria. Deve apresentar ao banco a fatura proforma, para a liquidação do 
câmbio, por meio do fechamento de câmbio.
O fechamento de câmbio é a negociação das divisas com determinada instituição 
financeira por uma determinada taxa de câmbio, cujo valor em moeda estrangeira 
é remetido ao fornecedor no exterior, após ter sido emitida a Licença de 
Importação, no caso de licenciamento não automático. O câmbio fica vinculado à 
Declaração de Importação, sob responsabilidade do importador.
30
Capítulo 2 
Embora não o tenhamos considerado nessas oportunidades, pode haver a 
incidência do IOF se a operação não se enquadrar em uma das hipóteses de 
isenção desse imposto sobre o valor da aquisição de moeda estrangeira para 
pagamento ao fornecedor do bem. Havendo a incidência a contabilização 
será necessária como complemento do custo da operação cambial, e, por 
consequência, a sua agregação ao custo de aquisição do bem.
Entretanto, a legislação fiscal permite às empresas registrarem o valor do IOF, por 
ocasião da liquidação da operação cambial, como despesa tributária, deixando 
de agregá-lo ao custo do bem.
Exemplo: No dia 23.09.2011 foi recebida a fatura pró forma e realizado o 
fechamento de câmbio para remessa para o exterior, data em que o dólar comercial 
para venda era de R$ 1,8280/US$, com reconhecimento da variação cambial.
1) Pelo registro da fatura de importação, considerando os seguintes valores:
a. valor do bem adquirido: (...) US$ 350.000,00
b. frete internacional: (...) US$ 3.200,00
c. seguro transporte internacional. US$ 1.450,00 US$ 354.650,00
Quadro 2
% R$
A Valor do Material 
(FCA)
US$ 350.000,00 x taxa do dia (R$ 1,8280 / US$ ) 639.800,00
B Frete Internacional s/peso, volume e tipo de produto. = US$ 3.200,00 5.849,60
C Seguro internacional 0,05% s/ FCA = USD 1.450,00 2.650,60
ST Valor Aduaneiro FCA + Frete + Seguro US$ 354.650,00 648.300,20
2) Pelo reconhecimento da variação cambial entre o registro contábil inicial e a 
data do fechamento de câmbio.
Cálculo: R$ 639.800,00 - R$ 580.405,00 = R$ 59.395,00
Débito R$ Crédito R$
D Resultado do Exercício - Despesas Financeiras
 Importação em Andamento - Estoques 59.395,00
C Passivo Circulante
 Fornecedores Estrangeiros 59.395,00
31
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
3) Pelo registro dos valores definidos de frete internacional e seguro 
correspondente na data do fechamento de câmbio.
Cálculo: R$ 5.849,60 + R$ 2.650,60 = R$ 8.500,20
Débito R$ Crédito R$
D Resultado do Exercício - Despesas Financeiras
 Importação em Andamento - Estoques 8.500,20
C Passivo Circulante
 Fornecedores Estrangeiros 8.500,20
Registros no desembaraço aduaneiro
O desembaraço aduaneiro ocorreu no dia 13/10/2011, data na qual o valor da 
moeda estrangeira, dólar americano, era de R$ 1,7658/US$.
Quadro 3
% R$
a Valor do Material 
(FCA)
US$ 350.000,00 x taxa do dia (R$ 1,7658 / US$) ) 618.030,00
b Frete Internacional s/peso, volume e tipo de produto. = US$ 3.200,00 5.650,56
c Seguro internacional 0,05% s/ FCA = USD 1.450,00 2.560,41
ST Valor Aduaneiro FCA + Frete + Seguro US$ 354.650,00 626.240,97
1) Registro da variação cambial observada entre a data do pagamento do 
adiantamento, fechamento de câmbio, e a data do desembaraço aduaneiro, 
ocorrida em 13/10/2011, considerando que ovalor da moeda estrangeira, dólar 
americano, para venda nessa data, era de R$ 1,7658,/US$.
Cálculos: US$ 354.650,00 x R$ 1,7658/ US$ = R$ 626.240,97
Variação cambial: R$ 626.240,97 - R$ 648.300,20 = (R$ 22.059,23) = Variação 
cambial Ativa.
Débito R$ Crédito R$
D Ativo Não Circulante - Imobilizado
 Importação em Andamento - Imobilizado 22.059,23
C Resultados
 Variação Cambial Ativa 22.059,23
32
Capítulo 2 
2) Registro do adiantamento para o despachante aduaneiro.
Débito R$ Crédito R$
D Ativo Circulante
 Conta Corrente - Despachante Aduaneiro 240.000,00
C Ativo Circulante
 Bancos - conta Movimento 240.000,00
Valores pagos pelo despachante aduaneiro e seus honorários.
Quadro 4
% R$
ST Valor Aduaneiro FCA + Frete + Seguro 
US$ 354.660,00
 626.240,97
D Imposto de Importação (II) * 0% s/Valor Aduaneiro 2 0,00
E IPI * 0% s/ VA + II 5 0,00
F PIS/PASEP 1,65 10.332,98
G COFINS 7,6 47.594,31
H ICMS * 18% s/VA + II + IPI 
Art. 52, I do RICMS/SP
18 112.723,37
ST 796.891,63
J Outras despesas de importação: 
Taxas portuárias, taxas alfandegárias 
e outras despesas acessórias.
350,00
K Transporte Interno s/peso ou volume 1.100,00
L Seguro p/transp. interno 350,00
L Serviços profissionais Despachante 320,00
 Custo c/impostos 799.011,63
33
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
3) Pelos pagamentos realizados pelo despachante no desembaraço aduaneiro.
Débito 
R$
Crédito 
R$
D Ativo Não Circulante - Imobilizado
 Importação em Andamento - Imobilizado
 ICMS (...)18% 154.631,97
 PIS/PASEP-Importação (...)1,65% 13.885,61
 COFINS - Importação (...) 7,6% 63.957,96
 Taxas portuárias, taxas alfandegárias e 
outras despesas acessórias.
350,00 232.825,54
C Ativo Circulante
Conta Corrente - Despachante Aduaneiro 232.825,54
Em relação às parcelas relativas aos impostos pagos, a posse dos documentos 
comprobatórios dos seus recolhimentos permite a transferência do valor do 
IPI, do ICMS, do PIS/PASEP - Importação e da COFINS - Importação, se 
recuperáveis, para as contas próprias do grupo “Tributos a Recuperar” e o saldo 
segue para a conta “Importação em Andamento”.
4) Registro da recuperação dos tributos
Débito 
R$
Crédito 
R$
D Ativo Não Circulante - Imobilizado
 ICMS a Recuperar 154.631,97
 PIS/PASEP a Compensar 13.885,61
 COFINS a Compensar 63.957,96 232.475,54
C Ativo Circulante
Importação em Andamento - Imobilizado 232.475,54
Os honorários pagos pelo serviço do despachante aduaneiro também compõem 
o custo de aquisição e, portanto, devem ser debitados à conta “Importação em 
Andamento”, no grupo de Estoques.
5) Registro dos honorários do despachante aduaneiro.
Débito R$ Crédito R$
D Ativo Circulante
 Importação em Andamento 320,00
C Ativo Circulante
 Conta Corrente - Despachante Aduaneiro 320,00
34
Capítulo 2 
 Nota - Incidência de IRRF e CSRF 
Por não ser o foco da presente matéria, deixamos de registrar, porém, o serviço do 
despachante aduaneiro sujeita-se à retenção na fonte nas condições dos artigos 628, 
se prestado por pessoa física ou item 36 da relação constante do § 1º do artigo 647 do 
Decreto nº 3.000/1999(RIR), se prestado por pessoa jurídica, além das contribuições 
previstas no artigo 30 da Lei nº 10.833/2003. Valor depositado em conta bancária 
decorrente da devolução do despachante aduaneiro, decorrente do acerto de contas, 
conforme sua fatura. 
6) Registro do valor do saldo devolvido ao importador pelo despachante aduaneiro.
Cálculo: R$ 240.000,00 - R$ 232.825,54 - R$ 320,00 = R$ 6.854,46.
Débito R$ Crédito R$
D Ativo Circulante
 Banco conta Movimento 6.854,46
C Ativo Circulante
 Conta Corrente - Despachante Aduaneiro 6.854,46
Registros após o desembaraço aduaneiro
Registros na saída do porto/aeroporto para o estabelecimento importador
1) Frete - Pelo frete correspondente ao transporte rodoviário do porto ou 
aeroporto até o estabelecimento importador:
Débito R$ Crédito R$
D Ativo Não Circulante - Imobilizado
 Importação em Andamento - Imobilizado 1.100,00
C Ativo Circulante
 Bancos - Conta Movimento 1.100,00
2) Seguro - Pelo pagamento do seguro contratado cobrindo o trajeto até o 
estabelecimento importador:
Débito R$ Crédito R$
D Ativo Não Circulante - Imobilizado
 Importação em Andamento - Imobilizado 350,00
C Ativo Circulante
 Bancos - Conta Movimento 350,00
http://www.fiscosoft.com.br/docs.php?docid=rir2011&bookmark=RIR99art.647
http://www.fiscosoft.com.br/docs.php?docid=rir2011&bookmark=RIR99art.647
http://www.fiscosoft.com.br/index.php?PID=115672#Lei10.833_03art.30
35
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
Registros na internação 
1) Pela transferência do saldo da conta “Importações em Andamento” para a 
conta definitiva do Ativo Imobilizado:
Cálculo: Soma dos valores lançados a débito da conta Importações em 
Andamento - Bens do Imobilizado.
Débito R$ Crédito R$
D Ativo Não Circulante - Imobilizado
 Máquinas e Equipamentos 860.836,51
C Ativo Não Circulante - Imobilizado
 Importação em Andamento - Imobilizado 860.836,51
Se a aquisição for feita por pessoa jurídica sujeita à modalidade não cumulativa 
da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP na apuração dos créditos da 
COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP poderá utilizar como base de 
cálculo desses créditos a depreciação ou, se sua utilização for destinada ao 
processo produtivo, com uso do percentual legalmente previsto na incidência 
sobre o custo de aquisição do bem, conforme art. 3º da Lei nº 10.833/2003; art. 
15, § 7º da Lei nº 10.865/2004.
Seção 2
Imposto sobre a Exportação – IE
Introdução e finalidade extrafiscal
O imposto incidente sobre a exportação possui finalidade eminentemente 
extrafiscal, ou seja, objetiva possibilitar a União intervir de forma indireta na 
economia, por meio da fixação de alíquotas incidente sobre as exportações, de 
modo a atender as políticas do Governo Federal.
Encontra-se previsto na Constituição (art. 153, II), com normas gerais traçadas no 
CTN (arts. 23 a 28 do CTN) e regulamentado no DL 1.578/77.
http://www.fiscosoft.com.br/index.php?PID=119967#Lei10.865_04art.15
http://www.fiscosoft.com.br/index.php?PID=119967#Lei10.865_04art.15
36
Capítulo 2 
Fato gerador
O fato gerador do tributo é a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados.
Atenção: com relação a este tributo, a Constituição dispõe expressamente que 
incidirá sobre a exportação de produtos nacionalizados, diferentemente do Imposto 
sobre Importações, conforme vimos acima.
Consideram-se nacionais os produtos produzidos no Brasil. O Regulamento 
Aduaneiro, Decreto 6.759/09, dispõe que produto nacionalizado (art. 212, §1º) 
é aquele de procedência originalmente estrangeira, mas que fora importada a 
título definitivo.
Deverá ser interpretada de forma ampliativa a palavra “produtos”, de forma a 
abarcar tanto mercadorias (bens sujeitos ao comércio) quanto bens em geral.
Considera-se ocorrido o fato gerador no momento da saída do produto do território 
nacional. Atualmente, corresponde à data do registro da exportação no SISCOMEX.
Contribuinte
O contribuinte do tributo é o/a exportador/a, aquele que promove a saída do 
produto do território nacional.
Atenção: não há qualquer requisito quanto à habitualidade ou à profissionalidade 
para fins de incidência do tributo, conforme ocorre com o ICMS. Assim, pode 
ser contribuinte pessoa física ou jurídica, que promova exportação com ou sem 
habitualidade, independentemente de organização profissional. 
O que fora dito sobre a possibilidade de mudança de alíquota com relação ao 
II se aplica a este tributo. Assim, pode ser alterada por ato do Poder Executivo, 
excepcionando ambas as anterioridades.
O Regulamento Aduaneiro (art. 215) prevê a alíquota no valor de 30% sobre a 
base de cálculo, possibilitando que ela seja alterada, para atender aos objetivos 
da política cambial e do comércio exterior, pela Câmara de Comércio Exterior 
(CAMEX). Em nenhum caso poderá a alíquota ser superior a 150%.
A base de cálculo será a mesma adotada pelo II, conforme previsto no CTNe 
repetido no DL 1.578/77 (artigos 24 e 2º, respectivamente), levando-se, portanto, 
em consideração se a alíquota é específica ou ad valorem. Quando a alíquota for 
ad valorem, o preço normal que o produto ou seu similar alcançaria, ao tempo da 
exportação, em uma venda em condições de livre concorrência.
37
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
De forma esquematizada, fica assim:
Base de cálculo do Imposto sobre Exportações
Alíquota específica A base de cálculo será a unidade de medida adotada 
pela lei tributária
Alíquota for ad valorem A base de cálculo será preço normal que o produto, 
ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em 
uma venda em condições de livre concorrência
Lançamento
A legislação adotou como regra a modalidade de lançamento por homologação, 
cabendo ao contribuinte ou responsável fornecer declaração com a identificação 
da matéria tributável e promover o pagamento antecipado do tributo. 
Seção 3 
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI
Introdução
O IPI é um imposto com finalidade precipuamente extrafiscal, pois apesar de 
arrecadar fundos para os cofres públicos federal em montante considerável, 
objetiva intervir na economia, com a adoção de alíquotas distintas ao longo do 
território nacional, além de possibilitar a alteração das alíquotas por ato do Poder 
Executivo, de forma a onerar ou desonerar determinados produtos, de acordo 
com sua política econômica, incentivando ou inibindo o consumo deles.
Em razão da obrigatoriedade da adoção do princípio da seletividade, tributa-se 
de forma mais gravosa aqueles produtos menos essenciais, mais supérfluos. De tal 
forma objetiva-se onerar mais a camada da sociedade com maior poder aquisitivo, 
que supostamente será a consumidora de tais produtos. Procura-se consubstanciar o 
princípio da capacidade contributiva, por meio da adoção do princípio da seletividade.
Ao Poder Executivo então, observados os limites legais, é facultado alterar as 
alíquotas do tributo, assim como visto no II e no IE, sendo desnecessária a 
edição de lei sem sentido estrito para tanto, conferindo a tal intervenção maior 
dinamismo, uma vez que é mais célere a edição de um simples decreto pelo 
Presidente da República que de uma lei ordinária. Como a dispensa de se 
observar o princípio da legalidade se refere apenas às alíquotas, a modificação 
dos demais aspectos da regra matriz de incidência exigirá lei em sentido estrito.
38
Capítulo 2 
Atenção: O IPI excepciona somente o princípio da anterioridade de exercício 
financeiro, prevista no art. 150, III, “b” da CRFB, mas deverá observar o art. 150, 
III, “c”, qual seja a anterioridade nonagesimal. Este ponto é muito explorado em 
provas da OAB, especialmente em primeira fase, mas que pode ser de conhecimento 
necessário para a resolução de eventuais questões discursivas.
Não cumulatividade
Outra obrigação constitucional (art. 153 §3º, II) imposta na instituição do IPI é de ser 
ele não cumulativo. A cumulatividade é uma técnica que permite abater do imposto 
cobrado o valor já cobrado na operação anterior. A não cumulatividade é efetivada 
pelo sistema de registro crédito do imposto relativo à entrada de produtos no 
estabelecimento do contribuinte, para ser abatido do que for devido pelos produtos 
dele saídos, registrados como débitos, em um mesmo período de apuração.
A não cumulatividade do IP está regulamentada no art. 225 do Decreto 7.212/10 
(Regulamento do IPI). Estabelece tal norma que a não cumulatividade abrange 
as matérias-primas, os produtos intermediários e as embalagens, ou seja, o valor 
pago de IPI em relação a eles poderá ser creditado pelo industrial e aproveitado 
no momento do pagamento do tributo por ele devido. O contribuinte deverá 
manter um livro que registrará os créditos de IPI recolhido em relação às matérias-
primas, produtos intermediários e embalagens e outro livro onde registrará 
os débitos, ou seja, o montante de IPI por ele devido. Ao final do período de 
operação, e não a cada operação efetivada, compensam-se os créditos com os 
débitos e recolhe-se a diferença.
Assim, esquematizando nós temos:
Insumos que dão
Direito a crédito
Produtos 
intermediários 
consumíveis na 
intermediação
Matéria-Prima
Embalagens
39
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
Consideram-se produtos intermediários aqueles que integrarão o novo produto 
fabricado ou que serão consumidos pelo contribuinte no processo de industrialização. 
Atenção: entende o STJ que a aquisição de bens que integram o ativo permanente 
de empresa, ou cujo desgaste não ocorra integralmente e de forma imediata, não 
gera direito de crédito para o contribuinte. Desgastes parciais ou de natureza eventual, 
assim como a defasagem do produto utilizado para fabricar o produto industrializado 
final obstam o direito ao creditamento. 
Como sobre a energia elétrica e sobre o combustível só incide de imposto o ICMS, 
sua aquisição pelo estabelecimento industrial não irá gerar direito de creditamento.
Os insumos adquiridos pelo contribuinte que sejam considerados isentos, imunes 
e sujeitos à alíquota zero, objetos de isenção condicionada não irão gerar crédito 
para o industrial contribuinte do imposto. Assim, atualmente, entende o STF 
(informativo nº 602) que insumos que não foram tributados pelo IPI em operação 
anterior, não geram direito de crédito para o contribuinte.
Atenção: só há que se falar em não cumulatividade, na visão do Supremo, quando 
houver o que se compensar, ou seja, pressupõe-se tributação na operação anterior.
A questão acima se refere a situações onde a entrada não é tributada, mas a 
saída é. Vimos que o STF atualmente entende que não há que se falar em direito 
a crédito nessa hipótese.
Estudaremos agora a situação oposta, qual seja, quando a entrada é tributada, 
mas a saída não é. A dúvida então repousa em o que se fazer com o crédito 
adquirido nesse caso.
Diferentemente do que ocorre com o ICMS, no qual haverá o cancelamento de 
eventual crédito registrado (art. 155, §2º, II), a Constituição Federal é omissa a 
esse respeito ao disciplinar o IPI. Diante da omissão constitucional, surgiram 
duas correntes:
a. A fazendária, que entendia que deveria ser dado ao IPI o 
tratamento conferido ao ICMS; 
b. A dos contribuintes, que entendia existir o direito de manutenção 
do crédito nas situações em que a Constituição não lhe tenha 
expressamente negado.
40
Capítulo 2 
Pacificando a questão, o STF entendeu que a não cumulatividade exige montante 
devido na operação posterior e montante cobrado a ser compensado na operação 
anterior. Assim, se não há montante devido em função de imunidade, isenção ou 
qualquer outro instituto que desonere a tributação, não há direito ao creditamento, 
salvo quando haja lei dispondo em sentido contrário. Exemplificando essa 
ressalva, a própria constituição assegura a manutenção do crédito de ICMS, em 
função da saída não onerada por este tributo nas exportações.
A Lei nº 9.779/79 trouxe disposição no sentido de permitir que o contribuinte 
possua o direito de manter o crédito de IPI em relação ao que fora pago antes 
nas situações em que a saída não será tributada pelo tributo. Assim, passou a 
entender o STF (informativo nº 545) que somente após a edição, essa lei se tornou 
possível direito de manutenção do crédito de IPI nas situações de saída não 
tributadas. Trata-se de direito legalmente e não constitucionalmente assegurado.
Esquematizando, temos o seguinte:
Entrada tributada; 
saída não tributada
Antes da Lei 9779/79
Depois da Lei 9779/79
Não há direito a 
manutenção de crédito
Há direito a 
manutenção do crédito
Entrada não tributada; 
saída tributada
Não há direito a 
registro de crédito
Fato gerador 
O fato gerador está previsto no CTN (art. 46) e pode ocorrer nas seguintes situações:
a. Desembaraço aduaneiro: produto industrializado que for de 
procedência estrangeira;
b. Operação jurídica de transferência de titularidade de produto que fora 
industrializado: no momento da saídado estabelecimento industrial;
c. Arrematação: quando o produto industrializado tiver sido 
apreendido ou abandonado e levado a leilão.
Perceba-se que para fins de ocorrência do fato gerador do IPI se exige a 
simultânea ocorrência de duas situações: i) uma operação por meio da qual se 
dê a transferência da titularidade do produto industrializado; e ii) a industrialização 
de um produto realizada por uma das partes contratantes da operação.
41
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
 Atenção:asimplestransferênciadeumprodutoindustrializadopodenãogeraraincidência 
do IPI, se uma das partes não realizou a industrialização daquele bem. Para que se 
configure o fato gerador do imposto, é necessário que tenhamos a operação jurídica de 
transferência de titularidade de produto que fora industrializado por uma das partes.
Explica o CTN (art. 46) que “considera-se industrializado o produto que tenha 
sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, 
ou o aperfeiçoe para o consumo”. A Constituição prevê imunidade (art. 153, §3º, 
CRFB) para os produtos industrializados destinados ao exterior.
Contribuinte
O contribuinte é o estabelecimento que promoveu a industrialização do bem, a 
pessoa que importou o produto industrializado ou aquele que adquiriu o produto 
arrematado em leilão
Alíquotas e base de cálculo 
Conforme dito anteriormente, o IPI deverá ser seletivo, ou seja, é obrigatoriamente 
imposto pelo poder constituinte ao legislador ordinário federal, fazendo com que 
ao se estabelecer suas alíquotas se leve em conta a essencialidade do produto 
tributado. Quanto mais essencial for o produto objeto da tributação, menor será a 
alíquota a ser fixada.
As alíquotas são fixadas no Decreto nº 6.006/2006 levando-se em consideração 
cada produto especificamente. As alíquotas não precisam ser uniformes em 
todo o território nacional. A União pode incentivar a industrialização de uma 
região menos desenvolvida, reduzindo o valor das alíquotas do IPI naquele 
território. O valor do ICMS integra a base de cálculo do IPI.
Lançamento
A modalidade de lançamento empregada pela legislação do IPI é a via 
homologação, pois caberá ao contribuinte identificar a matéria tributável 
ao prestar a declaração, além de aplicar as deduções cabíveis e antecipar 
o pagamento do tributo devido. Em caso de discordância ou ausência de 
recolhimento por parte do contribuinte ou responsável, poderá a autoridade 
fazendária promover o lançamento de ofício.
42
Capítulo 2 
43
Capítulo 3
Outros Impostos e Contribuições 
Federais
Seção 1 
Imposto sobre propriedade territorial rural – ITR
Introdução e finalidade
O ITR possui finalidade precipuamente extrafiscal, pois possui função diversa 
da meramente arrecadatória. Por meio da fixação de suas alíquotas, pretende o 
Governo Federal desestimular propriedades improdutivas, não incidindo sobre 
pequenas glebas rurais, na forma prevista na Lei nº 9.393/97.
Ponto muito explorado em provas se refere à repartição de receitas arrecadadas 
pelo ITR. Dispõe a Constituição que a União deverá entregar metade do que 
fora arrecadado com o ITR àquele município em que estiver situado o bem 
imóvel rural. Contudo, caso os Municípios optem por fiscalizar a arrecadação do 
tributo, receberão o valor integral do imposto arrecadado. Trata-se de caso de 
delegação da capacidade tributária ativa.
Fato gerador e área rural X área urbana
O Imposto Territorial Rural (ITR) tem como hipótese de incidência tributária, 
segundo o art. 29 do CTN, “a propriedade, o domínio útil, ou o seu possuidor 
a qualquer título”. Dito de outro modo, o fato gerador do ITR é a propriedade 
territorial rural, ou seja, a propriedade de imóvel situado na zona rural, no dia 
primeiro de janeiro de cada ano.
44
Capítulo 3 
Assim, para que se descubra quando um determinado imóvel ensejará a 
cobrança do ITR, é necessário descobrir se a localidade na qual ele se encontra é 
considerada pela lei como área rural ou área urbana.
Caso se descubra que se localiza o imóvel em área urbana, estaremos diante do 
IPTU e não do ITR. A definição da área rural é feita por exclusão, ou seja, será área 
rural aquela que não for considerada urbana. O CTN traz critérios objetivos para a 
identificação da área urbana (Art. 32, §1º), de modo que após a aplicação de tais 
critérios será possível se verificar qual o imposto que incidirá sobre aquele imóvel.
Abordou a FGV interessante questão sobre o ITR, que narrou situação na qual 
o proprietário viu seu direito de propriedade esvaziado, pois fora esbulhado 
por uma invasão de sem-terra e, mesmo após liminar concedida em ação de 
reintegração de posse, diante da inércia do Estado em lhe dar cumprimento, 
continuou apenas com a propriedade formal.
Diante desse fato, defendeu a banca a tese de que não teria ocorrido o fato 
gerador do ITR, uma vez que não há que se falar em propriedade nesse caso, fato 
gerador do tributo.
Alíquota e base de cálculo
Conforme abordado acima, as alíquotas devem ser fixadas de forma 
progressiva, de forma a desestimular as propriedades improdutivas. Para atender 
a tal finalidade, além de atender também ao princípio da capacidade contributiva, 
as alíquotas serão fixadas na proporção direta ao tamanho da propriedade rural, 
ou seja, quanto maior o imóvel, maior a alíquota; e de forma proporcionalmente 
indireta ao seu grau de utilização, sendo menor a alíquota quanto maior for o grau 
de utilização do imóvel.
A base de cálculo do tributo é o valor da terra nua tributável, ou seja, somente 
o valor da terra que a lei considerar como passível de tributação, desconsiderando 
diversas parcelas, tais como acréscimos artificiais decorrentes do esforço humano 
e áreas de proteção integral do meio ambiente e as inservíveis para o cultivo.
Contribuinte
O contribuinte do imposto é o proprietário, o titular do domínio útil ou o 
possuidor que exerça a posse com animus domini. Assim, não poderá o 
possuidor exercer a posse com base em contrato que não seja apto a lhe 
transferir a titularidade da propriedade, tal como o contrato de locação, para ser 
considerado contribuinte do imposto.
Por tal motivo, não poderá ser considerado contribuinte do tributo o locatário, 
uma vez que exerce a possa em função de contrato precário.
45
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
Lançamento
A legislação optou pela modalidade de lançamento por homologação. Assim, 
compete ao contribuinte apresentar declaração identificando a matéria tributável, 
além de efetuar a antecipação do pagamento do tributo devido. Em casos de 
discordância da autoridade fazendária, poderá essa lançar de oficio, também 
chamado, nesse caso, de lançamento direto supletivo.
Seção 2 
Imposto sobre grandes fortunas (IGF)
O IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas previsto pela primeira vez na 
Constituição Federal de 1988 como de competência da União, demanda lei 
complementar para a sua regulamentação que não foi aprovada até 2016, 
existindo projetos de lei engavetados no Congresso Nacional.
As razões alegadas para o impedimento de sua regulamentação vão desde que 
afugentaria o capital até que teria pequeno potencial tributário, geraria conflitos 
com outros impostos sobre o patrimônio e não teria como incidir eficazmente 
sobre títulos mobiliários.
Nenhuma dessas alegações procede. Em vez de afugentar, deve atrair mais o 
capital ao permitir a desoneração do fluxo econômico, gerando maior consumo, 
produção e lucros. Não teria nenhum conflito com os impostos existentes, pois 
sua base tributária é o valor total dos bens. Quanto às dificuldades de avaliação 
dos títulos mobiliários, o registro eletrônico das transações e as posições 
fornecidas pelos bancos podem resolver o problema. O seu potencial tributário 
como será visto à frente supera o da CPMF.
O IGF poderia ser cobrado de forma progressiva, arbitrando-se um nível 
mínimo de isenção, incidindo pela alíquota reduzida sobre o valor do patrimônio 
declarado no imposto de renda, no final do exercíciode pessoas físicas e 
jurídicas, que exceder o valor da isenção.
A proposta de Reforma Tributária enviada ao Congresso facilita a aprovação do 
IGF, pois pela primeira vez o governo federal propõe partilhar mais da metade 
com os Estados e Municípios.
Assim, governadores, prefeitos e potenciais candidatos a esses postos no 
Congresso teriam todo interesse em aprovar esta nova fonte de recursos para 
seus orçamentos. Estudo Tributário feito pela Secretaria da Receita Federal – SRF 
evidencia a concentração do patrimônio nas camadas mais ricas da sociedade. 
46
Capítulo 3 
Apenas 0,9% dos declarantes possuíam renda mensal superior a R$ 10 mil 
e detinham 15% do patrimônio. O mesmo percentual de 15% do patrimônio 
pertencia aos que tinham renda mensal entre R$ 1.000 e R$1.500 e 
representavam 24,0% do número de declarantes. Quem tenha renda mensal 
acima de R$ 10 mil possuía em média um patrimônio de R$ 1.450 mil e quem 
ganhava até R$ 1 mil de R$ 47 mil, ou seja, 31 vezes mais. 
Seção 3 
PIS/PASEP/COFINS
Segundo o art. 149 da Constituição Federal de 1988 (CF), as Contribuições 
Sociais só podem ser instituídas pela União. Conforme o art. 149 CF/88, compete 
exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio 
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como 
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 
146, III e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º relativamente às 
contribuições a que alude o dispositivo. 
Para que seja instituída uma contribuição social, tem que ser observado como 
característica a finalidade da contribuição, e não pelo destino do recurso da 
respectiva cobrança. 
Conforme descreve o ilustre jurista Hugo de Brito Machado: “contribuição social 
é como uma espécie de tributo com finalidade constitucionalmente definida, a 
saber, intervenção no domínio econômico, interesse de categorias profissionais 
ou econômicas e seguridade social”. (GRISARD, 2002) 
Por sua vez, as contribuições têm destinação própria para a aplicação dos 
recursos, definida no art. 149 da CF, toda contribuição tem destinação especifica 
de recursos, tais como o Programa de Integração Social (PIS), instituído pela 
LC n. 7 de 07 de setembro de 1970, com o apoio no art. 165, V, da anterior 
constituição de 1967, destinado a promover a integração do empregado na vida 
e no desenvolvimento das empresas, e a Contribuição Para o Financiamento 
da Seguridade Social (COFINS) instituída pela LC n. 70, de 31 de dezembro de 
1991, e tem previsão no art. 195, I, da CF/88. Seus recursos são destinados 
exclusivamente ao custeio das despesas com atividades afins das áreas de 
saúde, previdência e assistência social, o artigo 149 da CF/88, determina que 
compete exclusivamente a União instituir contribuições sociais. 
47
Tributos Federais, Estaduais e Municipais
PIS – Programa de Integração Social/COFINS – Contribuição para o 
financiamento da Seguridade Social
Hipótese de Incidência
As duas contribuições possuem regras bastante similares, variando conforme 
seus contribuintes sejam pessoas jurídicas de direito privado, público ou 
contribuintes especiais, tais como instituições de educação e de assistência 
social sem fins lucrativos, sindicatos e templos. 
Ambos os tributos apresentam três hipóteses de incidência distinta: 
a. o faturamento ou o auferimento de receitas, para pessoas jurídicas 
de direito privado; 
b. o pagamento da folha de salários, para entidades de relevância 
social determinadas em Lei; 
c. a arrecadação mensal de receitas correntes e o recebimento mensal 
de recursos, para entidades de direito público. 
Segundo a Lei nº 9.718/98, em seu art. 1º, foi dada a hipótese de incidência dos 
tributos PIS/COFINS. 
Art. 1º Esta Lei aplica-se no âmbito da legislação tributária 
federal, relativamente às contribuições para os Programas de 
Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor 
Público - PIS/PASEP e à Contribuição para o Financiamento 
da Seguridade Social - COFINS, de que tratam o art. 239 da 
Constituição e a Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 
1991, ao Imposto sobre a Renda e ao Imposto sobre Operações 
de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativos a Títulos ou Valores 
Mobiliários – IOF.
Também definida pelo texto do art. 1º da Lei Complementar nº 70/91, onde tal Lei 
instituiu a COFINS. 
Art. 1° Sem prejuízo da cobrança das contribuições para o 
Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de 
Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), fica 
instituída contribuição social para financiamento da Seguridade 
Social, nos termos do inciso I do art. 195 da Constituição Federal, 
devida pelas pessoas jurídicas inclusive as a elas equiparadas 
pela legislação do imposto de renda, destinadas exclusivamente 
às despesas com atividades-fins das áreas de saúde, previdência 
e assistência social. 
48
Capítulo 3 
Base de Cálculo 
A base de cálculo do PIS/COFINS é instituída pela Lei nº 9.718/98, e conceituada 
como a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o 
tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas.
Art. 2º As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas 
elas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com 
base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as 
alterações introduzidas por esta Lei. (Vide art. 15 da Medida 
Provisória nº 2.158-35, de 2001)
Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior 
corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. (Vide art. 15 da 
Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001).
Segundo o art. 2º, da Lei n. 9.715/98, a base de cálculo para o PIS é o 
faturamento mensal das pessoas jurídicas de direito privado.
Limitando-nos à fonte faturamento, verificamos que a hipótese 
de incidência do PIS não era “faturar”, no sentido de emitir fatura 
ou cobrança, independentemente do respectivo recebimento. 
E isso porque a adoção do regime de competência nesse caso 
importaria em frontal violação da capacidade contributiva, 
exigindo do contribuinte que entregasse ao Estado uma parte de 
montantes que ainda não recebera. O regime de competência 
é compatível com o IRPJ e com qualquer outro tributo em que 
haja a necessidade: a) de periodização para a ocorrência do 
fato gerador e a apuração da base de cálculo; b) de tratamento 
uniforme para receita/despesa ou débito/crédito, para se chegar 
ao resultado final, que é a base de cálculo. (LOBATO, 2003).
Segundo a MP 2.113/2001, algumas entidades contribuem para o PIS, tendo 
como base de cálculo a folha de salário, são elas:
Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com 
base na folha de salários, à alíquota de um por cento, pelas 
seguintes entidades:
I - templos de qualquer culto;
II - partidos políticos;
III - instituições de educação e de assistência social a que se 
refere o art. 12 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997;
IV - instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, 
científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei nº 
9.532, de 1997; V - sindicatos, federações e confederações; 
VI - serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por Lei; 
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Tributos Federais, Estaduais e Municipais
VII - conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; 
VIII - fundações de direito privado e fundações públicas 
instituídas ou mantidas pelo Poder Público; 
IX - condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou 
comerciais; e
X - a Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB e as 
Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e 
seu § 1º da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971.
A Lei n. 9.718/98 dispôs em seu art. 2º que, na incidência da contribuição para o 
PIS/PASEP, serão observadas as disposições vigentes bem como as alterações 
introduzidas por essa Lei. A Lei citada não revogou expressamente nenhuma 
Lei anterior sobre a incidência dessas contribuições. Entretanto,

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