Prévia do material em texto
Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 1 DISTÚRBIOS DE DESENVOLVIMENTO Pode ser de natureza genética ou ambiental: • Fatores genéticos: gênicos, cromossômicos; • Fatores ambientais: físico (radiação particulada, acidentes nucleares), químico (talidomida), biológico (vírus da rubéola: alteração facial e dentária); Noções básicas de embriologia: • Período embrionário: 3º a 8ª semana; • Período fetal: 9ª semana até o nascimento; Cavidade oral primitiva (estomódio) Membrana bucofaríngea: quando rompe estabelece a cavidade oral primitiva. Faringe primitiva: responsável pelo surgimento de estruturas importantes. Desenvolvimento da glândula tireoide: glândula endócrina; 24 dias após a fertilização; surge do espessamento endodérmico no soalho da faringe primitiva; ducto tireoglosso; forame cego. A tireoide é a primeira estrutura a ser formada; o ducto tireoglosso serve de passagem da glândula tireoide da porção posterior ate a sua posição final, depois desse processo ele se degenera e perde sua função. O local onde o botão migrou invagina-se e torna-se o forame cego, localizado na junção dos dois terços anteriores e terço posterior da língua, na linha média. Arcos branquiais ou faríngeos (1,2,3,4,5,6): início da 4ª semana; células da crista neural; • 1º arco branquial: saliência mandibular maior; saliência maxilar menor. A crista neural é uma área de dobramento do embrião, migram para a região de cabeça/pescoço induzindo o 3º folheto embrionário (mesênquima) para estimular a proliferação e formação completa da face; mesênquima da face: ECTOmesênquima. Desenvolvimento da língua: final da 4ª semana; surge na elevação triangular (tubérculo ímpar) no soalho da faringe primitiva; saliências laterais (proliferação do mesênquima). • Forame cego: constitui o limite mais posterior entre o corpo e a raiz da língua. • Sulco terminal: delimita o corpo da língua e a raiz da língua. Desenvolvimento da face: entre a 4ª e 8ª semana; primórdios da face: proeminência frontonasal, proeminência maxilares e proeminência mandibulares; a proliferação do ectomesênquima é essencial para formar as saliências, dos primórdios/proeminências surgem os processos nasais lateral e mediano. Processos faciais: processo nasal mediano, processo nasal lateral, processo maxilar, processo mandibular. Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 2 Desenvolvimento do palato: palato primário (lábio superior, processo alveolar canino a canino – pré-maxila); palato secundário (palato duro posterior). DISTÚRBIOS DE DESENVOLVIMENTO DOS LÁBIOS E PALATO Macroqueilia (síndrome de Melkersson-Rosenthal): paralisia facial recorrente, queilite granulomatosa, língua fissurada. Crescimento excessivo dos lábios. Fossetas congênitas dos lábios/ fossetas labiais paramedianas, fístulas congênitas do lábio inferior: invaginações congênitas raras do lábio inferior, acredita-se que elas se originem-se de sulcos laterais persistentes no arco mandibular embrionário; padrão hereditário – gene autossômico D; associada à fendas (Síndrome de Van der Woude); gene do cromossomo 1 – IRF6; também podem ser componentes da síndrome do pterígio poplíteo e da síndrome de Kabuki. Fossetas congênitas das comissuras labial: pequenas invaginações da mucosa na comissura labial; falha na fusão dos processos embrionários mandibular e maxilar; NÃO está associada à fissura; são mais frequentes em adultos e do sexo masculino; podem ser unilaterais ou bilaterais; em alguns casos uma pequena quantidade de líquido pode ser eliminada da fosseta quando ela é pressionada, sendo, provavelmente, saliva proveniente de glândulas salivares menores que drenam do fundo da invaginação. Lábio duplo: dobra excessiva de tecido conjuntivo; crescimento exuberante de tecido na mucosa labial, a frequência é bem maior no lábio superior e ocasionalmente ambos podem estar envolvidos; a condição é melhor observada quando o paciente sorrir; congênito ou adquirido (traumatismo, prótese, componente da síndrome de Ascher); • Síndrome de Ascher – lábio duplo, blefarocalásia (edema das pálpebras superiores), aumento de volume atóxico da tireoide (ocorre em 50% dos pacientes). Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 3 Fissuras lábio-palatinas: mais comum na raça amarela, seguida ocorrência branco e de negros; no Brasil 1:650; 60% das fissuras ocorrem no sexo masculino; 3% a 5% são portadores de síndromes; forame incisivo é um ponto de referência da face. A úvula bífida é uma tendência genética para fissura palatina nos descendentes. Fissura labial: fusão defeituosa do processo nasal mediano com o processo maxilar; fissura palatina: falha na fusão das cristas palatinas; fissura lábio palatina: não aproximação dos processos maxilares. • Classificação de spina (1973): ser legível em várias línguas; baseada em anatomia e embriologia (forame incisivo); fácil memorização; compreensão fácil e didaticamente simples; simples comunicação internacional. 1. Grupo I (pré-forame incisivo – lábio e lábio-gengival): unilateral completa e incompleta; bilateral completa e incompleta; mediana completa e incompleta. Fissura de tecido mole do lábio e pré-maxila; completa: atinge tecido mole e duro, ou seja, lábio e pré-maxila; incompleta: atinge só tecido mole, lábio; paciente com fissura tem alteração de posicionamento dos dentes. 2. Grupo II (transforame incisivo - labiopalatinas): unilateral e bilateral. Mais grave; lábio até a úvula; cavidade nasal completamente aberta. 3. Grupo III (pós-forame incisivo - palato): incompleta (começa depois do forame incisivo) e completa (se estende do forame incisivo para a úvula). 4. Grupo IV: fissuras raras da face. Etiologia: • Herança das fissuras não-sindrômicas: multifatorial: genéticos e ambientais – herança poligênica; • Herança das fissuras sindrômicas: monogênica; • Fatores genéticos: alterações cromossômicas, genes dominantes, herança multifatorial (idade dos pais, consanguinidade e sexo). • Fatores ambientais: infecções (vírus-rubéola), distúrbios endócrinos (diabetes), drogas (talidomida, difenil hidantoína, anticoncepcionais), álccol, fumo, deficiência nutricional materna (vitamina C), estresse. • Outros fatores: suprimento vascular, distúrbios mecânicos e ausência de forças intrínsecas. Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 4 DISTÚRBIOS DE DESENVOLVIMENTO DA MUCOSA BUCAL Síndrome da polipose intestinal hereditária (Síndrome de Peutz-Jeghers): polipose intestinal hereditária familiar; pigmentações semelhantes (sardas) nas mãos e face (olhos, narinas e lábios); boca (mucosa jugal, gengiva e palato duro); pigmentações nos lábios e mucosa jugal (presentes ao nascimento); associada a diarreia. Grânulos de Fordyce: ectopia de glândulas sebáceas na mucosa oral; variação anatômica normal; assintomático; principalmente vestíbulo da mucosa jugal e mucosa superior; são ativas, produz sebo e podem interferir na halitose. Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 5 DISTÚRBIOS DE DESENVOLVIMENTO DA GENGIVA Fibromatose gengival hereditária/hiperplasia gengival hereditária: caracterizada pelo crescimento gengival continuo e progressivo, indolor, não hemorrágico, que pode recobrir total ou parcialmente as coroas dos dentes; sem predileção por sexo, pode variar de leve a grave em indivíduos da mesma família; presença de dentes é necessária para que a condição ocorra; condição hereditária; gene autossômico dominante (HGF); erupção dos dentes decíduos e permanentes; outros achados: Hipertricose (↑ pelo), Periodontite agressiva generalizada, Epilepsia, Retardo mental, Surdez, Hipotiroidismo e Deficiência do hormônio do crescimento; se não existia na dentição decídua não pode ser considerada. Tratamento: gengivectomia (tirar excesso) + gengivoplastia (reconfiguração da gengiva); é reincidente; a remoção associada com a higienização retarda o aparecimento.DISTÚRBIOS DE DESENVOLVIMENTO DA LÍNGUA Aglossia: ausência da língua; casos raros. Microglossia/hipoglossia: alteração de desenvolvimento incomum, de etiologia desconhecida, caracterizada por uma língua anormalmente pequena; está Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 6 frequentemente associada a hipoplasia da mandíbula e os incisivos inferiores podem estar ausentes. Tratamento: varia de acordo com a natureza e a gravidade; procedimentos cirúrgicos e ortodônticos podem melhorar a função oral. Macroglossia: condição incomum caracterizada pelo aumento da língua; ocorre mais em crianças e sua apresentação pode variar de leve a grave. • Causas congênita e hereditária: malformações vasculares, linfangioma, hemangioma, hemi-hiperplasia, síndrome de Down. • Causas adquirida: pacientes edêntulos, amiloidose, carcinoma e outros tumores. Tratamento e prognóstico: dependem da causa e gravidade; pode ser necessário tratamento cirúrgico; fonoaudiologia; em pacientes sintomáticos, pode haver necessidade de redução da língua através de glossectomia. Síndrome de Down: trissomia do 21; características clínicas: face achatada, olhos pequenos e oblíquos, hipotonia muscular, suturas abertas; manifestações orais: macroglossia (exibe uma superfície fissurada e papilar), hipoplasia de esmalte e língua fissurada; demora cerca de 20 anos para fechar as suturas. Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 7 Glossite romboidal mediana: doença inflamatória no dorso da língua; etiologia desconhecida; apresenta-se clinicamente como uma placa variando de branca a avermelhada, plana ou elevada, com contornos ovalados ou romboides; limites nítidos; não é passível de remoção por raspagem. Anquiloglossia/língua presa: freio lingual curto, resultando na limitação dos movimentos da língua; 4x mais comum em meninos; inserção anormal do freio lingual no ápice lingual. Tratamento: para recém-nascidos uma frenotomia (um “corte” ou apenas liberação do freio), em crianças e adultos uma frenectomia (liberação do freio com reparo plástico) pode ser indicada. Glossite migratória benigna/língua geográfica: patologia muito comum em criança, adolescente e adultos; acomete o dorso da língua e é caracterizada por lesões que variam na forma, tamanho e cor; perda das papilas filiformes e são rodeadas por bordas esbranquiçadas; o principal agente etiológico é o estresse e a lesão regride; podem retornar no mesmo local ou em áreas diferentes; ardência e dificuldade de se alimentar com comidas apimentadas ou frutas cítricas. Tratamento: corticoide tópico para reduzir a ardência. Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 8 Língua fissurada: condição relativamente comum, caracterizada pela presença de várias fissuras ou sulcos na superfície dorsal da língua; etiologia incerta, mas a hereditariedade parece ter um papel significante; fatores ambientais e idade podem contribuir para o desenvolvimento – homens adultos; geralmente assintomática, embora alguns pacientes queixem-se de uma ardência discreta ou dor; desenvolvimento de halitose. A língua geográfica pode causar a língua fissurada. Língua fendida: distúrbio de desenvolvimento em que a porção do ápice lingual se divide em duas e não se une. Varizes linguais/varicosidades: veias anormalmente dilatadas e tortuosas no ventre lingual; raras em crianças e mais comuns em adultos; não têm associação com hipertensão sistêmica ou outras doenças cardiopulmonares; a mais comum é a variz sublingual; geralmente assintomáticas; é importante fazer isolamento absoluto para reduzir as chances de estourar a veia. Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 9 Língua pilosa: acúmulo acentuado de ceratina nas papilas filiformes do dorso lingual, resultando em uma aparência semelhante a pelos; etiologia incerta, mas muitos pacientes são tabagistas crônicos, outros fatores são debilitação geral, higiene oral deficiente e um histórico de radioterapia na região de cabeça e pescoço; pode ser associada a halitose. Tratamento: fazer raspagem para retirar as papilas; Língua saburrosa: células epiteliais descamadas e numerosas bactérias acumuladas no dorso da língua, sem as projeções filiformes semelhantes a pelo; podem ser fonte de halitose. Tireoide lingual: ocorre quando a glândula primitiva não migra normalmente, e forma um tecido tireoidiano ectópico entre o forame cego e a epiglote; são mais comuns em mulheres, talvez por causa das influências hormonais. Tratamento: pode ser indicada a terapia supressiva com suplemento de hormônio tireoidiano, podendo reduzir o tamanho da lesão ou evitar o aumento. Antes de qualquer medida é necessário fazer um encaminhamento ao endocrinologista. Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 10 DISTÚRBIOS DE DESENVOLVIMENTO DOS MAXILARES Exostoses: são protuberâncias ósseas localizadas que surgem da cortical óssea; crescimentos benignos. • Tórus palatino: exostose comum na linha média do palato duro; acredita-se no desenvolvimento multifatorial incluindo influências genéticas e como ambientais; pode ser de Tórus plano, alongado, nodular ou lobular; a maioria é assintomática, e em alguns casos, a mucosa de revestimento fina pode ulcerar- se devido a um trauma. Tratamento: remoção cirúrgica em pacientes edêntulos para confecção de prótese total; cirurgia indicada pra Tórus com ulceração recorrente ou que interfiram na função oral. • Tórus mandibulares: exostose comum que se desenvolve ao longo da superfície lingual da mandíbula; etiologia provavelmente multifatorial, incluindo influências ambientais e genéticas; envolvimento bilateral em mais de 90% dos casos; menos comum; prevalência relacionado com o bruxismo e com o número de dentes presentes; dificulta o tratamento endodôntico (pré-molar a 3º molar). Tratamento: remoção para acomodar prótese total ou parcial; pode recidivar se os dentes permanecerem no local. Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 11 Agnatia: distúrbio congênito extremamente raro; ausência da pré-maxila, processo maxilar, côndilo ou ramo da mandíbula; ausência da formação da maxila ou mandíbula; Micrognatia: congênita ou adquirida; associada a outras malformações; importância clínica na mal oclusão; mandíbula pouco desenvolvida em relação a maxila; Síndrome de Pierre Robin: micrognatia mandibular (alteração primária); glossoptose (obstrução das vias aéreas causada pelo deslocamento posterior e inferior da língua); fenda palatina em virtude da glossoptose que surgiu da micrognatia; outros achados sistêmicos: distúrbios cardíacos, anomalias esqueléticas e lesões oculares. Acredita-se que o crescimento reduzido da mandíbula no útero resulte na falha do deslocamento inferior da língua, impedindo assim a fusão das cristas palatinas. A mandíbula retraída resulta em deslocamento posterior da língua, falta de suporte para a musculatura da língua e obstrução das vias aéreas. A fenda palatina em geral tem forma de U e apresenta-se mais larga do que a fenda palatina isolada. Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 12 Macrognatia: congênita e hereditária; gigantismo hipofisário; doença óssea de paget; agromegalia; displasia fibrosa; quando a mandíbula se desenvolve de forma exagerada quando comparada a maxila. Hiperplasia hemifacial (hipertrofia hemifacial): alteração rara, caracterizada pelo crescimento acentuado e assimétrico de um lado da face; apresenta macroglossia unilateral; etiologia desconhecida; hipóteses: alterações hormonais, alterações cromossômicas, distúrbios vasculares ou neurogênicos; trauma uterino. Tratamento: quando o crescimento do paciente tiver cessado, a cirurgia cosmética pode ser realizada, incluindo a remoção de tecido mole, plástica da face e cirurgia ortognática; também pode ser necessário tratamento ortodôntico. Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 13 Atrofiahemifacial (Síndrome de Parry Romberg): condição degenerativa rara e pouco compreendida, caracterizada pelas alterações atróficas que afetam um lado da face; etiologia desconhecida; hipóteses: disfunção do SNCervical, traumatismo, infecção, hereditariedade, inflamação periférica do trigêmeo, forma localizada de esclerodermia. Tratamento: em geral, a atrofia progride lentamente por vários anos e se estabiliza; cirurgia plástica pode ser tentada para correção cosmética e o tratamento ortodôntico pode ser útil; se observada no nascimento, é possível utilizar aparelhos eu estimulem o crescimento do osso. DISTÚRBIOS DE DESENVOLVIMENTO DO CRÂNIO, MAXILARES E DENTES Osteogênese imperfeita: distúrbio de maturação do colágeno tipo 1, formação e diferenciação defeituosa do osso, ossos maxilares, associação com dentinogênese imperfeita; variedade de alterações que envolvem osso, dentina, esclera, ligamentos e Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 14 pele; tipo mais comum de doenã óssea hereditária; maloclusão de classe III; dentes opalescentes; fraturas de ossos longos com facilidade; maior dor de dente, em virtude da erupção sem esmalte e com exposição da dentina aumentado a sensibilidade. Tratamento: não há cura, a melhora sintomática é o objetivo primário; o essencial no tratamento é fisioterapia, reabilitação e cirurgia ortopédica. Dentinogênese imperfeita: associada à mutação no gene DSPP; dentes exibem pigmentação marrom difusa e translucidez suave; todos os dentes de ambas dentição são afetados; intensidade de gravidade: decíduos > incisivos > primeiros molares; hipoplasia de esmalte; Angiomatose encéfalo trigeminal (Doença de Sturge-Weber): angiomas na face (nervo trigêmeo); calcificações no crânio; manifestações neurológicas; mucosa jugal e gengiva; má formação vascular ainda no útero; manchas acompanham a mucosa interna; deve-se atentar a procedimentos cirúrgicos na região, devido o risco de hemorragia e o procedimento deve ser realizado em ambiente hispitalar. Displasia cleidocraniana (Doença de Marie Sainton): conhecia pelas suas anomalias dentárias e claviculares, é uma desordem óssea causada por um defeito genético; baixa estatura; clavículas ausentes ou hipoplásicas; fontanelas e suturas abertas por período prolongado; ossos frontais, parietal occipital proeminentes; terço médio da face hipoplásico; palato arqueado com ou sem fenda palatina; maloclusão; dentes supranumerários; erupção retardada; Tratamento: não existe; a maioria dos pacientes apresentam suas funções normais sem quaisquer problemas significativos; para o tratamento odontológico incluem-se Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 15 extração de todos os dentes e confecção de prótese total, exposição de dentes permanentes subsequentemente tracionados ortodonticamente. Disostose mandibulofacial (S. de Treacher Collins, S. de Franceschetti): se caracteriza por defeitos nas estruturas derivadas do 1º e 2º arcos branquiais; hereditária autossômica dominantes; hipoplasia dos ossos faciais especialmente zigomático e mandíbula; fissura palpebral anti-síndrome de Down; coloboma da pálpebra inferior; malformações da orelha e do ouvido; fístulas cegas entre o tragus da orelha e comissura labial; macrostomia (boca grande); palato em ogiva, por vezes fendido, maloclusão e disposição anterior do cabelo. Disostose craniofacial (Síndrome de Crouzon): fechamento precoce das suturas cranianas; região frontal protuberante; hipoplasia da maxila e dentes apinhados; Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 16 prognatismo mandibular; palato fundo e por vezes fendido; hipertelorismo; exoftalmia com estrabismo divergente e as vezes cegueira; oposto ao síndrome de Down e displasia cleidocraniana. O fechamento prematuro das suturas leva às malformações cranianas, como braquicefalia (cabeça curta), escafocefalia (cabeça em forma de navio), ou trigonocefalia (cabeça em forma triangular). Tratamento: cirúrgicos, porém podem ser necessários múltiplos procedimentos. Síndrome de Apert: síndrome genética acrocefalossindactilia tipo I; craniosinostose; recuo do terço médio da face; sindactilia de mãos e pés (fusão dos dedos); fenda palatina, atrésia maxilar, apinhamento dentário; macroglossia; acne severa; otite de repetição; hidrocefalia e problemas oculares; herdada de forma autossômica dominante. Beatriz Galvão – Odontologia UFRN 17