Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Bioclimatologia Animal Regis Luis Missio UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Ramo da ecologia que estuda a relação entre animais domésticos e o clima e com as outras condições naturais do ambiente que sofrem a influência do clima, que é o principal fator. Climatologia Zootécnica UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Introdução A aptidão dos animais é condicionada por dois fatores ambientais básicos, o climático e o edáfico; O clima é o fator + importante (ação direta e indireta). Influencia direta - através da temperatura, radiação solar e umidade (principais) - condicionam funções orgânicas p/ manutenção da temperatura corporal. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Introdução Influência indireta – quantidade e qualidade de forragem, favorecimento ou não de doenças infectocontagiosas e parasitárias. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Agentes do clima c/ ação direta sobre os animais Introdução Temperatura, Radiação solar, Umidade, Pressão atmosférica, Vento e chuva. Principais Agentes do clima c/ ação indireta sobre os animais Quantidade de forragem, Qualidade de forragem, Favorecimento a incidência de doenças e parasitas. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Subdivisão do clima mundial UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Subdivisão do clima mundial Temperatura < 18ºC; Umidade relativa < 65%; Condições hostis para vida vegetal e animal; Os ruminantes domésticos de grande produtividade não podem se manter num clima como este. Zona fria UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Subdivisão do clima mundial Temperatura mensal de 18ºC a 32ºC ou +; Umidade do ar é muito baixa; Estas regiões são semi-áridas ou áridas - escassez de chuvas e temperatura alta; A vegetação pobre, notadamente constituída por espécies de cactos espinhosos de baixo valor nutritivo. Zona tórrida UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Subdivisão do clima mundial Temperatura máxima raramente é > 18ºC; UR entre 65 e 90%; + adequada p/ cultivos vegetais e o stress climático sobre os animais não é grande; Todas as raças melhoradas dos animais domésticos foram desenvolvidas em países com este clima. Zona temperada UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Subdivisão do clima mundial Climas equatorial, tropical e subtropical; Temperatura do ar fica acima de 18ºC; Umidade relativa acima de 65%; Dada a localização e extensão do Brasil, é o nosso principal problema. Zona quente e úmida UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Adaptação animal Mudanças genéticas e fisiológicas em resposta a um estímulo interno e/ou externo; Adaptação genética - refere-se a seleção natural ou artificial (morfológicas, anatômicas, fisiológicas e comportamentais); Adaptação fisiológica - capacidade de ajuste do metabolismo pelo próprio animal. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Superfície da pele Receptores da sensação de frio ou calor Sistema Nervoso Hipófise Tireóide Sistema Circulatório Sistema Respiratório Glândulas Sudoríparas Vasoconstrição ↑ Apetite Eriçamento dos pêlos Calafrios ↑ Metabolismo Vasodilatação Sudação ↑ Frequência respiratória ↓ Apetite ↓ Metabolismo Adaptações fisiológicas Figura. Funcionamento do hipotálamo na regulação do calor corporal ↑ Termogênese ↑ Termólise Órgão (sistema) regulador da temperatura corporal – controlado pelo hipotálamo UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Termogênese A) Produção de calor corpóreo • Metabolismo celular • Fermentação ruminal • Funções associadas Pulsações do coração Atividade endócrina (tireóide, adrenais, hipófise) Consumo de alimento; Produção de leite; Qualidade de forragem. B) Aquisição de calor • Temperatura ambiente • Radiação solar • Radiações indiretas e refletidas • Luz UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Termólise Dissipação de calor B) evaporativa A) Não evaporativa • Superficial – glândulas sudoríparas • Funções associadas (urina, água, fezes) • Perda metabólica do peso • Condução • Convecção • Radiação Vasodilatação Vasoconstrição Pele – pêlos Superfícies relativas: apêndices, orelhas, pregas Respiração. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Regulação térmica UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Termorregulação - Conceitos Zona de conforto térmico Máxima produção Zona térmo-neutra Acionamento dos mecanismos de troca de calor Temperatura crítica superior e inferior Queda na produção animal Comprometimento sanitário Baixos índices reprodutivos Morte UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Zona de sobrevivência UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Estresse térmico - Respostas Fisiológicas Estresse térmico = temperatura ambiente acima ou abaixo da temperatura crítica superior ou inferior, respectivamente (fora da zona de termoneutralidade). UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco QUADRO. Limites da temperatura para gado leiteiro de acordo com a idade e status fisiológicos. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco QUADRO. Variação do percentual de absorção e reflexão do calor em bovinos. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco QUADRO. Efeito da temperatura associada a umidade relativa para atenuar o stress calórico em aves. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Formas de aclimatação Aclimamento Hereditário e Naturalização Os animais se adaptam, e sua descendência modifica-se no processo de adaptação. Os animais se adaptam tão bem que se dá até melhoramento no sentido produtivo. Ex: raça bovina Nelore no Brasil. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Formas de aclimatação Aclimamento Degenerativo Os animais se adaptam, mas com a perda de suas qualidades produtivas. As nossas raças bovinas crioulas ou nativas estão neste caso. A degeneração é uma forma de aclimamento hereditário, mas em sentido negativo (perda das qualidades econômicas). UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Formas de aclimatação Acomodação ou Aclimamento do Indivíduo Pequenas variações ou modificações, que permite permanência e relativa prosperidade no novo meio. Não há alteração da herança biológica do animal. Sua descendência, p/ sobreviver, terá de passar pelo processo de acomodação somática. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Formas de aclimatação Falência da Raça O limite entre a acomodação e falência da raça não é fácil de estabelecer. Em qualquer dos casos, a raça deixa de interessar. Quando não se passa da acomodação dos animais importados, ou nem esta chega a ocorrer. Os animais não resistem ao clima que lhes é impróprio, nem sua descendência. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Formas de aclimatação Aclimatação Indireta Importam-se os machos para cruzá-los com fêmeas nativas (locais). UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Modificações Ambientais Primárias Formas simplesde controle do ambiente, uso de recursos naturais (vento, sombra, etc...) Secundárias Formas artificiais de controle do ambiente, utililzada em sistemas intensivos (sistemas de aquecimento ou resfriamento). UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Sombreamento: Espécies arbóreas de folhas caducas (ex.: plátamo, cinamono, etc). Modificações Ambientais Primárias UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Sombreamento – Tipo de telhado Tabela. Utilização de diferentes materiais para fornecimento de sombra em instalações para bovinos leiteiros Tipo de sombra Temp. pele (°C) Freq. Resp. (mov/min) Temp. retal (°C) Alumínio 35,3 64 38,7 Chapa Galvanizada 35,1 61 38,6 Árvores 35 66 38,5 Sem sombra 37,1 94 39,1 Fonte: Adaptado de Muller (1989). Modificações Ambientais Primárias UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Sombreamento – Pé direito Modificações Ambientais Primárias UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Ventilação natural Largura do galpão (m) Altura do pé-direito (m) Até 8 2,8 8 a 9 3,2 9 a10 3,5 10 a 12 4,2 12 a14 4,9 Tabela. Recomendações de altura de pé-direito para aviários em clima quente Fonte: Adaptado de Tinôco (1998) Modificações Ambientais Primárias UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Modificações Ambientais Primárias Orientação das instalações Sentido leste - Oeste; Evitar radiação solar direta dentro das instalações; Solário - suínos - inverno. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Proteção Modificações Ambientais Primárias Ventilação Ventilação – quebra-ventos Proteger instalações de vendavais, perda de energia do corpo dos animais sob ventilação natural; Canalizar correntes p/ ventilação. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco “Canalização” Modificações Ambientais Primárias Ventilação – quebra-ventos UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Modificações Ambientais Secundárias Sistemas artificiais de condicionamento do ambiente; Adotadas quando as modif. Primárias não são eficientes; A eficiência depende das condições ambientes (temperatura, UR) e das características dos animais (pêlos, penas, sistema de criação). UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Modificações Ambientais Secundárias Ventilação forçada; Tipo túnel; Ventilação + nebulização; Resfriamento adiabático evaporativo UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Ventilação Forçada Modificações Ambientais Secundárias UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco eficiente qdo temp. ar < temp. superficial do animal. Tipo túnel Modificações Ambientais Secundárias UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Acionado quando a temp. > 28ºC e UR <70%) Modificações Ambientais Secundárias Ventilação + Nebulização UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco UR externa <70% Resfriamento adiabático evaporativo Modificações Ambientais Secundárias UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Interior de um aviário com detalhes de isolamento térmico e sistema de resfriamento Resfriamento adiabático evaporativo Modificações Ambientais Secundárias UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Eficiência depende da UR ambiente (<70%) Modificações Ambientais Secundárias Aspersão das coberturas UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Eficiência depende da UR ambiente (<70%) Modificações Ambientais Secundárias Aspersão sobre animais UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Modificações Ambientais Secundárias Aquecimento UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Modificações Ambientais Secundárias Aquecimento UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco Abrigo escamoteador – maternidade de suínos Modificações Ambientais Secundárias Aquecimento UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco É mais fácil aquecer do que resfriar um ambiente. Associar diferentes métodos é mais eficiente do que um único. Iniciar pela implementação de modif. Primárias: baixo custo. Adequar a densidade de criação. Fornecimento de água: temp. e quantidade adequadas. Outras estratégias UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Pato Branco FIM!
Compartilhar