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MARKETING DIGITAL E SUSTENTÁVEL Janaina Mortari Schiavini Gestão de crises e sustentabilidade Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Conceituar crise e sustentabilidade. � Identificar a influência da sustentabilidade sobre as marcas. � Gerenciar crises e engajamento relacionados à sustentabilidade. Introdução Os avanços tecnológicos da Web 2.0 e a comunicação de mão dupla proporcionada pela internet e pelas redes sociais impulsionaram uma maior troca de conteúdo não só entre consumidores e marcas, mas também dos consumidores entre si. Assim, o consumidor passou a ter maior influência na gestão das marcas. O surgimento do conteúdo gerado pelos usuários reduziu o controle das marcas sobre as informações disponibilizadas sobre elas. A maior divulgação de problemas com as marcas gerou um aumento na extensão das crises de imagem. Por isso, proteger as marcas por meio da gestão de crises tem se tornado cada vez mais importante para as organizações (SIOMKOS et al., 2010). Se por um lado as marcas nunca estiveram tão sensíveis, por outro lado os gestores nunca tiveram tantas informações disponíveis para prevenir e identificar os problemas que poderiam gerar as crises. Um tipo de crise que de destacou nos últimos anos no Brasil e no mundo está relaciono à falta de cuidado das organizações no que tange a sustentabilidade. Ocorreram diversos casos de crises de imagem atreladas a tragédias ambientais, uso indevido de recursos de origem animal, etc. Com os consumidores cada vez mais atentos e exigentes com o cuidado ao meio ambiente e as questões humanitárias, a sus- tentabilidade tem sido um aspecto importante a ser gerenciado para evitar crises organizacionais. Neste capítulo, você vai estudar os conceitos de crise e sustentabi- lidade. Vai ver qual é a influência da sustentabilidade sobre as marcas, além de ler sobre como gerenciar crises relacionadas à sustentabilidade. 1 O que são crises? Crise é um evento não rotineiro, inesperado e repentino, que cria incertezas, ameaça os objetivos prioritários da organização e que pode causar prejuízos financeiros e para reputação corporativa (SIOMKOS et al., 2010). De forma geral, costuma-se utilizar a palavra “crise” para qualquer situação em estado de grande tensão, conflito, insuficiência ou outra forma de turbulência para a qual não se podem usar as soluções habituais. Por esse motivo ouve-se falar a palavra “crise” sob diversos aspectos — econômico, ambiental, político, etc. Há diversas definições de autores para o conceito de crise, mas, sob o ponto de vista organizacional, todas elas têm alguns aspectos em comum, listados a seguir: � é um evento que provoca riscos para a organização; � é um evento com alguma gravidade, que pode ameaçar a sobrevivência da organização; � quase sempre surpreende a maioria dos membros da organização; � demanda uma resposta rápida, devido à sua possibilidade de ampliar perdas. Quando se analisa o conjunto de características de uma crise, percebe-se que o foco está na descrição da crise como um evento e na sua imprevisibilidade. Por isso, as crises não poderiam ser resolvidas com procedimentos rotinei- ros, e, tipicamente, resultam em publicidade negativa, podendo prejudicar a imagem corporativa e os públicos de interesse (stakeholders) (KIM, K.; KIM, J.; REID, 2017). Nesse sentido, compreender as origens e os tipos de crises é muito impor- tante para ajudar os gerentes a detectar, antecipadamente, uma crise e evitar que ela aconteça. Isso também facilita para os gerentes compreenderem o tipo de impacto que a crise pode ter e mostrarem um caminho sobre como reagir a crises. Gestão de crises e sustentabilidade2 Compreender as origens e tipos da crise é um passo fundamental na preparação de uma organização para a crise, para que ela possa lidar com eventos de crise disruptivos com uma postura proativa (GLAESSER, 2004). Uma das tipologias mais consolidadas para crises foi apresentada por Mitroff, Shrivasta e Udwadia (1987). Para o autor, as crises podem ocorrer dentro (crise interna) ou fora da organização (crise externa) — o locus da crise —, e são causadas, principalmente, por problemas técnicos/econômicos e por pessoas, colapsos organizacionais ou sociais — o conteúdo da crise. Essa classificação dá uma compreensão clara de que nem sempre as pessoas têm controle sobre as origens da crise. Por exemplo, as crises internas e humanas/ sociais/organizacionais são consideradas mais controláveis do que as crises externas e técnicas/econômicas. Para Forni (2015), 80% das crises ocorrem por erro de gestão ou envol- vimento de empregados, e somente 20% teriam origem em outras causas. O autor defende que, no contexto de crises organizacionais, geralmente é emitido um sinal de alerta, ignorado ou menosprezado por vezes, pelos ges- tores das empresas. Quando se trata, especificamente, de crises de imagem (ou marca), as crises são acontecimentos que, pelo seu potencial explosivo ou inesperado, têm o poder de desestabilizar organizações e governos e causar pauta negativa. Elas pode ser decorrentes de falha no produto, problemas com responsabilidade social e ambiental, má conduta de executivos, resultados de negócios ruins, mal comportamento ou atitude controversa do porta-voz, perda de apoio, etc. Para Thompson (2009), as gafes, os ataques explosivos, os vazamentos e os escândalos são desencadeadores de crises de imagem. A gafe ocorre quando personalidades deixam escapar comportamentos, como degustar um alimento e fazer careta em rede nacional, por exemplo. Os ataques explosivos acontecem em momentos de perda de controle, levando à violência física ou verbal. Os vazamentos são revelações intencionais de informações, como áudios de aplicativos de bate-papo, interceptação telefônica ou publicações de documentos sigilosos. Os escândalos se baseiam no segredo e em regras ou normas transgredidas, como aventuras extraconjugais ou infrações de trânsito. 3Gestão de crises e sustentabilidade Em junho de 2019, o ex-juiz federal Sergio Moro teve conversas particulares em um aplicativo de mensagens vazadas para a mídia, indicando que ele orientou as inves- tigações da operação Lava Jato em Curitiba com o procurador da República Deltan Dallagnol. Isso gerou diversas reportagens na mídia que abalaram a imagem de Sérgio Moro, que havia construído uma reputação positiva durante as investigações da Operação Lava Jato. Nesse sentido, o emprego de tecnologia tem realizado muitas inovações, mas, ao mesmo tempo, criado situações que favorecem o aparecimento de crises. Dada a tendência de aumento do número de crises, as organizações deveriam trabalhar com a hipótese de que uma crise pode ocorrer a qualquer momento (SIOMKOS et al., 2010). A postura da organização diante da crise influencia diretamente a percep- ção da sociedade e a atribuição de culpa (SIOMKOS et al., 2010). A resposta poderia variar desde a negação até a aceitação da responsabilidade, seguida, além das obrigações legais, de um esforço para a compensação da sociedade. Uma postura vista como falsa, descuidada ou irresponsável reforçaria a atri- buição de culpa à organização. Uma postura vista como transparente, justa e cuidadosa aumentaria a disposição da sociedade em acreditar na versão da organização e perdoá-la (ROSA, 2003). No Brasil, uma crise recente e com repercussão mundial aconteceu durante o rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais. A barragem de rejeitos classificada como de “baixo risco” e “alto potencial de danos” era controlada pela Vale S.A. (mineradora multinacional brasileira), e seu rompimento causou um dos maiores desastres com rejeitos de mineração do Brasil. Além dos prejuízos humanitários e ambientais, a Vale S.A. teve sua imagem extremamente prejudicada, perdendo cerca de R$ 51 bilhões em valor de mercado após o acidente. Gestão de crises e sustentabilidade4 Se quiser sabermais sobre a crise de imagem da Vale S.A. na tragédia de Brumadinho, esta matéria da revista Exame, que você encontra no link a seguir, é bastante interessante. https://qrgo.page.link/4wbjg Com uma busca cada vez maior pela sustentabilidade e responsabilidade das organizações com questões humanitárias e de meio ambiente, as crises de imagem podem ser devastadoras. Por isso, a gestão de crises, especificamente em casos de tragédias ambientais, é extremamente importante para superar uma eventual fragilização da imagem da empresa, que pode colocar em risco a sua sobrevivência. O que é sustentabilidade? A palavra sustentabilidade vem do latim sustentare, que significa sustentar, suportar, conservar em bom estado, manter, resistir. Dessa forma, sustentável é tudo aquilo que é capaz de ser suportado, mantido, indo mais além. Lange, Busch e Delgado-Ceballos (2012) dizem que a sustentabilidade pode ser de- finida como uma abordagem de negócio que considera, de forma equilibrada e holística, os aspectos econômicos, sociais e ambientais, gerando em longo prazo benefícios a gerações futuras e a partes interessadas (stakeholders). Para Campos et al. (2013), desde que o termo “sustentabilidade” surgiu no mundo das organizações, um crescente número de empresas percebeu a importância dela para alavancar seus negócios. Assim, a sustentabilidade organizacional se refere às ações que as orga- nizações realizam visando à promoção de programas sociais e à redução dos impactos ambientais, ao mesmo tempo em que se mantém economicamente viável no mercado. 5Gestão de crises e sustentabilidade A busca pela sustentabilidade não é financeiramente inviável, como muitas organizações pensam ser. Pensar e agir sustentavelmente pode reduzir custos e aumentar as receitas, sendo a base para inovações (LAMEIRA et al., 2013). Apoiada nas dimensões econômica, social e ambiental, a sustentabilidade se baseia na correlação entre essas três dimensões para acontecer. Essas dimensões são conhecidas como triple bottom line (TBL, ou “tripé da sus- tentabilidade”), conceito criado por Elkington (1994). Com a propagação do termo “sustentabilidade”, o conceito de TBL ganhou grande repercussão no final da década de 1990. Elkington (1994) criou o TBL para auxiliar as empresas no desenvolvimento sustentável, buscando prosperidade econômica, justiça social e proteção ao meio ambiente dentro das operações da empresa. O conceito da TBL questiona e pondera sobre a necessidade das empresas de basearem suas decisões estra- tégicas nesse tripé, buscando conciliar a sustentabilidade econômica, social e ambiental do seu negócio. Assim, a empresa estaria estimulando atividades ligadas a educação, cultura, lazer, bem-estar, justiça social da comunidade onde a empresa está inserida, cuidado com o meio ambiente por meio de programas de reciclagem, preservação, entre outros aspectos. Dessa forma, a partir de uma relação de interdependência entre sociedade, economia e ecossistema global, o TBL representa os pilares que sustentam os conceitos de sustentabilidade e de desenvolvimento sustentável, que você poderá visualizar na Figura 1. Gestão de crises e sustentabilidade6 Figura 1. Tripé da Sustentabilidade (triple bottom line). Fonte: Adaptada de Elkington (1994). De acordo com Elkington (2004), os preceitos do TBL se concentram não apenas no valor econômico que agregam nas corporações, mas também no valor ambiental e social. Para ele, a transição para um capitalismo sustentável será uma das empreitadas mais complexas que nossa espécie já teve que negociar. Isso porque uma economia global sustentável surgirá com uma intensa metamorfose tecnológica, econômica, social e política. Um fator-chave para promover essas mudanças será a insustentabilidade dos padrões atuais de riqueza. A economia moderna é altamente destrutiva de recursos naturais e capital social, caracterizando-se por grandes lacunas entre ricos e pobres (ELKINGTON, 2004). Segundo uma pesquisa realizada em 25 países pela Corporation Perception Indicator, as grandes corporações são percebidas com grande poder de influ- ência e responsabilidade em função de seus diversos impactos na sociedade (CNBC; BURSON MARSTELLER, 2014). Em muitos aspectos, a função e responsabilidade dessas organizações são vistas até de forma mais relevante do que os governos locais. Esses pontos trazem uma nova dimensão ao papel da gestão para a sustentabilidade nas organizações, principalmente as de grande porte, pois aquilo que é decidido em seu âmbito tem impacto muito amplo no seu entorno e em toda a cadeia envolvida em suas operações. 7Gestão de crises e sustentabilidade No Brasil, organizações como o Instituto Brasileiro de Governança Cor- porativa (IBGC), o Instituto Ethos, o Instituto Akatu, o Conselho Empresa- rial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBEDS), entre muitas outras, têm aberto diálogos públicos entre diversos segmentos empresariais para tentativas de autorregulação e monitoramento de práticas empresariais, mais preocupadas com a sustentabilidade e com a responsabilidade social das organizações. Muitas dessas iniciativas têm sido impulsionadas por contra- partes internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), que vem alertando sobre os padrões insustentáveis de consumo e produção que ameaçam o desenvolvimento global e o bem-estar ambiental. Para ajudar a orientar países e organizações na busca pelo desenvolvimento sustentável, a ONU criou uma agenda formada por 17 objetivos que devem ser implementados por todos os países do mundo durante os próximos anos, até 2030. Esta Agenda é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Ela também busca fortalecer a paz universal com mais liber- dade. Reconhecemos que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2015, documento on-line). A ideia é que todos os países e partes interessadas, atuando em parceria colaborativa, implementem esse plano composto por 17 Objetivos de Desenvol- vimento Sustentável e 169 metas. Esses objetivos foram elaborados com base em uma consulta pública junto à sociedade civil e outras partes interessadas, em diferentes localidades do mundo, e anunciados pela ONU em reunião de cúpula em setembro de 2015. Esses objetivos buscam concretizar os direitos humanos de todos e alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas. Eles são integrados e equilibram as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental. Tais objetivos postulam ações a serem atingidas até 2030 nos âmbitos pessoas, planeta, prosperidade, paz e parceria, e são descritos desta maneira: 1. Erradicação da pobreza. 2. Fome zero e agricultura sustentável. 3. Saúde e bem-estar. Gestão de crises e sustentabilidade8 4. Educação de qualidade. 5. Igualdade de gênero. 6. Água potável e saneamento. 7. Energia limpa e acessível. 8. Trabalho decente e crescimento econômico. 9. Indústria, inovação e infraestrutura. 10. Redução das desigualdades. 11. Cidades e comunidades sustentáveis. 12. Consumo e produção responsáveis. 13. Ação contra a mudança global do clima. 14. Vida na água. 15. Vida terrestre. 16. Paz, justiça e instituições eficazes. 17. Parcerias e meios de implementação. A Figura 2 ilustra os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Figura 2. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Agenda 2030). Fonte: Organização das Nações Unidas (2015). No site da ONU você encontra mais detalhes sobre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. https://qrgo.page.link/neUWX 9Gestão de crises e sustentabilidade 2 A influência da sustentabilidade sobre as marcas As estratégias de sustentabilidade são cada vez mais necessárias para a atuação das empresas em todo o mundo. A lógica capitalista, base do sistemacultural contemporâneo, estimula o consumo desenfreado na medida em que cria demandas para os bens comercializados (PORTILHO, 2007). Esse contexto traz como consequência a necessidade de aumento da produção, o que leva à utilização exaustiva dos recursos naturais e potencializa a exploração dos recursos humanos das empresas. Dada a difusão desses aspectos, as questões socioambientais perpassaram o âmbito governamental e empresarial e têm voltado, também, a atenção dos consumidores para o tema. O consumo atento às questões socioambientais pode ter diversos nomes, como consumo verde, consumo sustentável, consumo consciente, etc. De forma geral, o consumo sob o viés da sustentabilidade é conceituado como a compra ou o uso de serviços, bens industriais ou naturais em que o indivíduo leva em conta o equilíbrio entre a satisfação pessoal, as possibilidades ambientais e os efeitos sociais de sua escolha (FABI; LOURENÇO; SILVA, 2010). Isso porque os consumidores estão mais bem informados sobre a temática da sustentabilidade e mais interessados e críticos com relação às empresas das quais consomem, tanto no aspecto social quanto ambiental. Por isso, novas políticas de posicionamento e estratégia em branding (gestão de marcas) podem resultar em vantagem competitiva frente a um mercado de concorrência acirrada e de produtos e serviços similares, no qual as empresas se veem pressionadas a buscar outros pontos de diferenciação. O consumidor consciente tem como principal característica a análise crítica feita no momento da escolha de consumo no que se refere aos impactos socioambientais que o seu ato de compra, de uso ou descarte de um produto ou serviço pode vir a causar. Nesse sentido, ele procura equilibrar suas necessidades pessoais com as necessidades da sociedade e as possibilidades do planeta. Gestão de crises e sustentabilidade10 Assim, o consumidor consciente se encontra dividido entre seus impulsos consumistas e o impacto negativo que seu comportamento de consumo pode ter sobre a sociedade e o planeta. O consumo mais consciente, ético e res- ponsável é a opção para os consumidores que desejam transformar o mundo em um lugar melhor e mais justo. Por isso, o consumo de marcas sustentáveis permite satisfazer os desejos consumistas, diminuindo o sentimento de culpa do consumidor e refletindo a maneira como ele quer ser visto na sociedade. Para Hartmann, Apaolaza Ibáñez e Forcada Sainz (2005), a estratégia mais efetiva de sustentabilidade em branding é a criação de apelos emocionais, amparados por informações funcionais claras, precisas e mensuráveis sobre os benefícios sustentáveis do produto ou serviço. Ao adquirir um produto ou serviço de uma empresa responsável social e ambientalmente, o consumidor tende a ampliar o valor de sua satisfação, o que confere à marca uma reputação acima da média. Por isso, muitas empresas vêm fazendo esforços nesse sentido, inovações em produtos e serviços ecofriendly, processos ecoeficientes, bem como parcerias com órgãos governamentais e não governamentais (HART- MANN; APAOLAZA IBÁÑEZ; FORCADA SAINZ, 2005). Para que as marcas tenham o reconhecimento dos seus esforços em termos de sustentabilidade, é necessária uma visão de longo prazo, focada em questões significativas, que tragam benefícios reais para a sociedade e para o ambiente (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009). As marcas comprometidas são coerentes e atuam com transparência e honestidade, utilizando-se de práticas reais e mensuráveis, comunicando suas ações de forma clara e objetiva. As marcas que observam essas premissas conquistam admiração e engajamento dos consumidores, estabelecendo uma relação na qual tanto a empresa quanto a sociedade se beneficiam (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009). Por isso, não basta se vender como sustentável e não ter atos condizentes com essa ideia. O reconhecimento da importância da sustentabilidade empresa- rial tem levado algumas empresas a praticarem um fenômeno chamado de green washing, que ocorre quando a empresa promove seu produto ou serviço como ecoeficiente, mas, na verdade, seus méritos ecológicos são apenas aparentes ou as informações dadas são parciais e não totalmente verdadeiras, causando uma imagem distorcida na mente do consumidor. Manipular o consumidor com inverdades enfraquece a marca e resulta em perda de credibilidade, o que prejudica a sua reputação e a sua imagem. 11Gestão de crises e sustentabilidade Em 2013, o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) pediu a retirada do termo “100% ecológico” nas embalagens da marca Bombril. A marca foi denunciada pela Proteste Associação de Consumidores por suposta maquiagem ambiental, pois o termo “100% ecológico” é um apelo ambiental de difícil comprovação. Por outro lado, as empresas que integram a sustentabilidade à sua es- tratégia em branding de forma eficaz e verdadeira conseguem vantagens competitivas significativas, como melhora da imagem de marca, aumento do seu valor, fidelização de seus clientes e conquista de novos públicos. Quando o consumidor cria um vínculo de confiança com a marca, ele deposita toda a sua expectativa de boas condutas e ações porque acredita naquela marca e, mais do que isso, identifica-se com o seu propósito. Outro aspecto importante sobre a influência da sustentabilidade nas mar- cas é o surgimento de novas ofertas em função de uma demanda latente por produtos mais sustentáveis. Isso inclui o desenvolvimento de produtos que não agridem o meio ambiente, o uso de embalagens ecológicas, a adoção de processos e ações mais sustentáveis, práticas de negócios sustentáveis, entre outras iniciativas. Um exemplo interessante é o novo mercado de produtos e serviços desen- volvidos para o público vegano. Questões relacionadas com a saúde, meio ambiente e direito dos animais são algumas das preocupações que os consu- midores veganos consideram para excluírem todo um grupo de produtos do seu cotidiano. Um crescimento considerável foi observado nos últimos anos na quantidade de pessoas declaradas veganas em diversas áreas do mundo. No Brasil, há 7 milhões de veganos em uma população de 30 milhões de vegetarianos (SOCIEDADE VEGETARIANA BRASILEIRA, [201-?]). Esse número cresceu 75% nos últimos 8 anos e pode crescer ainda mais, já que, segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira, 63% dos brasileiros gostaria de reduzir o consumo de carne. Gestão de crises e sustentabilidade12 Para saber mais sobre o mercado consumidor vegano, acesse o conteúdo produzido pela Sociedade Vegetariana Brasileira, disponível no link a seguir. https://qrgo.page.link/wruk9 Nesse contexto, muitas marcas têm buscado adaptar seus produtos para atender a um público mais consciente e exigente no que tange a sustentabilidade. De acordo com o estudo Estilos de Vida 2019, da Nielsen, o meio ambiente já aparece como uma das 10 principais preocupações do brasileiro, ficando atrás apenas de violência, serviços públicos, aumento no custo de vida, educação e economia. De acordo com a pesquisa, a venda de produtos saudáveis cresceu 12,7% no último ano. Atentos a isso, indústria e varejo movimentam-se cada vez mais para atender às novas demandas do consumidor. No ramo de higiene e beleza, por exemplo, além das embalagens refil, produtos com ingredientes naturais cresceram 18%, sendo os produtos voltados para cuidados do cabelo os principais responsáveis (95%) por esse resultado. Atualmente, as marcas que não estiverem com um posicionamento mais sustentável com relação aos seus produtos, serviços e os próprios valores da organização podem perder vantagem competitiva diante de um mercado que busca cada vez mais coerência em suas ações de consumo. A Arezzo, por exemplo, sofreu uma grande crise de imagem em 2011 ao lançar sua coleção de calçados e acessórios femininos usando pele de coelhos, raposas e couro de cabra. A reação de consumidores e defensores dos animais nas redes sociais foi imediata. A repercussão foi tanta nas mídiasque a marca decidiu retirar todos os produtos da coleção “pelemania” das lojas, após a quantidade de protestos na internet contra o uso de peles. 13Gestão de crises e sustentabilidade 3 Como gerenciar crises relacionadas à sustentabilidade? O aumento da ocorrência das crises de marca, o empoderamento dos consu- midores como geradores de mensagens de marca e o aumento da velocidade, volume e variedade das informações exigem maior habilidade dos gestores no uso das informações e nas tomadas de decisão relacionadas à gestão de crises. Qualquer empresa ou indivíduo pode sofrer uma crise de imagem ao longo de sua existência; por isso, é extremamente importante que as empresas pen- sem em como lidar com as crises antes que elas aconteçam (FORNI, 2015). Em momentos de crise, o nervosismo dificulta a racionalidade dos gestores; por serem pegos de surpresa, a capacidade de analisar a situação e pensar em meios que protejam a identidade empresarial fica prejudicada. Nesses momentos, melhor seria contar com estratégias alinhadas previamente, servindo como plano de ação em um momento em que todos estão desnorteados. Estratégias estudadas em momentos de normalidade e escolhidas como as mais coerentes para os possíveis cenários de crise podem preservar, mesmo que minimamente, a reputação de uma organização (ROSA, 2003). Tal atitude preventiva constitui o gerenciamento de crise, que consiste em todos os passos que a organização irá tomar para esclarecer, por todas as formas e meios, todos os seus públicos (interno e externo), com vista a evitar estragos ainda maiores a sua imagem. Saber conduzir esse processo constitui, basicamente, no êxito ou fracasso da condução de uma crise (FORNI, 2015). Logo, administrar crises implica em conhecer o conjunto de práticas da comunicação que trabalham para minimizar os danos à reputação de uma empresa. Ao aprofundar o estudo do gerenciamento de crises, Rosa (2003) aponta que a principal premissa da administração de crises é compreender que esse tipo de evento segue um padrão. Isso significa que certas situações irão se repetir de maneira regular e que isso guiará formas mais acertadas de condução, ao se atravessar as dificuldades advindas de uma crise. De acordo com Silva Neto (2010), as empresas podem se preparar para gerenciar crises seguindo estas três etapas: 1. Auditoria de vulnerabilidade. 2. Planejamento de crises. 3. Preparação para responder às crises. Gestão de crises e sustentabilidade14 Na primeira etapa, a empresa deve fazer uma avaliação multidisciplinar de riscos para identificar fraquezas operacionais que, se não forem sanadas, podem resultar em emergências ou crises. Na segunda etapa, acontece a elaboração de planos de gestão e comunicação de crises para os principais problemas identificados. Embora planos com antecedência nunca sejam completos, per- mitem ordenar rapidamente as primeiras ações e orientar os próximos passos. Na terceira etapa, a empresa deve treinar os funcionários envolvidos para lidar com os aspectos relativos à incerteza e a liderança, e refinar as competências necessárias para o gerenciamento de crises (SILVA NETO, 2010). Para Rosa (2003), um plano de gerenciamento de crise compreende seis pontos básicos, que você pode acompanhar na Figura 3. Figura 3. Seis pontos básicos para a elaboração de um plano de gerenciamento de crises. Fonte: Adaptada de Rosa (2003). Vejamos em mais detalhes cada passo: 1. Avaliação das crises mais prováveis: uma das primeiras funções do plano é mapear as crises que podem abater uma organização ou um líder. Há pelo menos dez tipos de crises: de origem criminosa, de origem econômica, de informação, desastres industriais, desastres naturais, falhas de equipamentos e construções, de natureza legal, de relações humanas, de risco de vida e regulatórias. 15Gestão de crises e sustentabilidade 2. Comando das situações de crise: crises, especialmente as que afetam organizações mais complexas, paralisam o mais alto nível gerencial. Por isso, para que a empresa possa funcionar “normalmente” durante a crise e para que haja um comando treinado que possa lidar com acontecimentos dessa natureza, o Plano de Gerenciamento de Crises deve definir quais são os líderes que — antes das crises — vão criar a cultura da organização para enfrentar esse processo. 3. Doutrina de crise: o plano tem como desafio estratégico definir a forma como a organização irá se comportar em cada situação de crise, quais as ações que precisarão ser adotadas preliminarmente, que pessoas deverão ser acionadas, o que cada uma delas fará. 4. Base de dados: por base de dados entende-se a preparação prévia de documentos de informação (como todas as medidas de segurança ado- tadas em uma indústria) e a reunião de dados aparentemente simples, mas vitais, como o telefone de todos os fornecedores, de autoridades, jornalistas, enfim, daqueles que precisarão ser acionados em caso de necessidade. A base de dados pode ser composta também por pesquisas permanentes de opinião (antes, durante e depois da crise), discursos previamente definidos para cada tipo de crise prevista, a velocidade com que serão dadas as respostas etc. 5. Definição do porta-voz: o porta-voz é uma figura-chave em acon- tecimentos que exijam elevada exposição. É fundamental que esse representante seja extremamente bem treinado, saiba se posicionar da melhor forma possível ante aos questionamentos da imprensa. 6. Auditoria de crise: consiste em auditar permanentemente a organi- zação — ou o líder —, tentando descobrir potenciais focos de crises. Administrar a crise a partir de um planejamento compreende também a decisão de qual estratégia de comunicação será criada pela organização para conceder os devidos esclarecimentos a todos os seus públicos com o intuito de minimizar os impactos causados a sua imagem e reputação. Por isso, o grande desafio do gerenciamento de imagem em situações de crise é fazer com que a percepção de diversas ações seja a mais positiva possível (FORNI, 2015). Gerenciar a comunicação de crises perpassa pela decisão estratégica do que e como comunicar ao longo e após o evento ocorrido. Trata-se de como a organização irá se posicionar para esclarecimentos a todos os públicos com os quais se relaciona, com o intuito de minimizar os impactos provocados à imagem e reputação da empresa. Um fator importante ao se analisar uma crise é a velocidade com que se propaga a comunicação. Com tanta oferta Gestão de crises e sustentabilidade16 de canais e mídias, a notícia é difundida em tempo real, chegando ao ponto de, muitas vezes, a imprensa saber do ocorrido antes mesmo da empresa em questão. E é justamente por esse caráter tão onipresente da imprensa que surge um dos erros mais típicos do gerenciamento de crises: se omitir da resposta ao jornalista. Isso vai causar nele uma sensação de que o fato é verídico, e o jornalista irá publicá-lo à sua maneira (FORNI, 2015). Outro grande erro no gerenciamento da comunicação de crise se dá pelo confronto ou retaliação à imprensa. Partir para o embate jurídico ou pessoal contra o autor da matéria é pouco recomendado para conter uma situação de exposição negativa midiática. No entanto, é essencial manter a atenção a tudo que é publicado para não se tornar vítima de um erro fatal da imprensa, ao alegar informações inverídicas que podem provocar danos irreversíveis à reputação de uma empresa (FORNI, 2015). Considerando, especificamente, as situações de crise de uma tragédia ou desastre com feridos e mortos, ou mesmo com a devastação do meio ambiente de uma região ou comunidade, Rosa (2003) enumera algumas premissas que devem orientar as primeiras reações para a administração de um evento como esse, acompanhe: 1. A operação não pode parar, a não ser, obviamente, que a instalação in- dustrial tenha sido afetada. Nos outros casos, a continuidade da operação é fator determinante para a superação da própria crise. Interrupção,nessa hora, é sinônimo de imobilismo, e imobilismo é sinônimo de perda de controle — o que só aumenta a percepção coletiva de gravidade do episódio. 2. Toda a atenção aos familiares de eventuais vítimas deve ser imediata- mente assegurada. Isso se faz com um serviço específico de informações aos familiares, hospedagem, transporte para o lugar escolhido como base e toda ajuda para que os parentes se desincumbam de procedi- mentos burocráticos, incluindo trâmites legais em hospitais e serviços funerários, preparação de velórios, enterro, etc. Esse é um momento em que emoções e dor tendem a provocar uma natural paralisia. Não esqueça do serviço religioso. 3. Iniciar o mais rapidamente possível a investigação sobre as causas da tragédia e apresentar-se às autoridades como parceiro interessado em auxiliar no que estiver ao alcance para a elucidação do problema. 4. Informar à opinião pública o nome das vítimas apenas após isso ter sido comunicado aos familiares. 17Gestão de crises e sustentabilidade 5. Adotar uma postura de ampla e total transparência, informando à im- prensa tudo o que estiver comprovado, ao mesmo tempo se recusando a fazer qualquer especulação. Adotar uma atitude de comunicação permanente, com boletins ou coletivas com periodicidade previamente definida e compartilhada com os meios é o melhor remédio contra a desinformação. 6. Facilite o trabalho da imprensa, desde que isso não ponha em risco a integridade física das equipes de jornalismo. 7. Sempre que uma versão fantasiosa tomar corpo no noticiário, desmonte-a com fatos reais. 8. Coloque seu Comitê de Gerenciamento de Crise para atuar. 9. Só permita que funcionários com domínio emocional continuem no atendimento ao público. Se o seu funcionário demonstra desespero, imagine o sentimento que provoca nos clientes. 10. Em caso de nuances muito técnicas, invista seu tempo e os instrumen- tos que tiver à mão (como gráficos, fotos, computação gráfica etc.) para exibir o que pretende explicar. Quanto melhor a compreensão da imprensa, menores os mal-entendidos. 11. Demonstre com falas e, principalmente, atitudes a contrição causada pelo acontecimento. Mesmo que a culpa da tragédia não tenha sido da organização, entenda que ela pode ser tratada como culpada no auge do episódio. 12. Mantenha o seu público interno mais informado do que nunca. Lembre- -se: ele é um poder público decisivo e é também uma “mídia” poderosa, pois pode atingir outros públicos de fora da organização. 13. Retire do ar toda e qualquer publicidade que esteja prevista para os dias seguintes à tragédia. 14. No caso de organizações que lidam com o risco de contaminação ou danos ao meio ambiente, manter laços com a comunidade, organizações não governamentais e instituições de credibilidade é providência a ser tomada antes de toda e qualquer tragédia, como parte corriqueira do cotidiano da empresa. 15. Sempre que, internamente, tenha sido esgotada a questão, assuma seus erros. Gestão de crises e sustentabilidade18 Um exemplo interessante de gerenciamento de crise oriunda de devastação do meio ambiente aconteceu com a Samarco em 2015, durante o rompimento de uma barragem em Mariana (MG). A Samarco é um empreendimento con- junto das maiores empresas de mineração do mundo, a brasileira Vale S.A. e a anglo-australiana BHP Billiton. Esse evento foi considerado o desastre industrial que causou o maior impacto ambiental da história brasileira e o maior do mundo envolvendo barragens de rejeitos, com um volume total despejado de 62 milhões de metros cúbicos, além de causar 19 mortes. De forma geral, diversos trabalhos acadêmicos e especialistas em gestão de crises apontaram que a Samarco é um dos casos mais fracassados de gerencia- mento de crise. Isso porque a empresa negligenciou diversos preceitos básicos da gestão de crise e comunicação. Ao se deparar com o trágico acontecimento, a empresa se absteve, em um primeiro momento, de adotar procedimentos definidos como padrão por normas pré-estabelecidas no contingenciamento de desastres de tal magnitude, como o alerta sonoro para que os moradores da comunidade local pudessem imediatamente sair da área afetada. A prevenção de crises, que visa a mapear as vulnerabilidades e fraquezas operacionais da empresa e definir soluções previamente, não era seguida pela Samarco. Com relação à comunicação, a Samarco mostrou-se falha no que diz respeito à maneira com que as informações foram transmitidas por meio do porta-voz da empresa, que adotou uma postura de distanciamento do fato ao enviar comunicados generalistas por meio de notas oficiais no site da empresa e vídeo na página do Facebook. Em meio a mais grave tragédia ambiental do país, a empresa se mostrou fria no que diz respeito às vítimas e meio ambiente. O que se sobressaiu foi a solidariedade do povo brasileiro sob a forma de doações infindáveis de alimentos e água potável. Para saber mais sobre o gerenciamento da crise e da comunicação da Samarco na tragédia de Mariana (MG), acesse esta matéria da revista Exame usando o link a seguir. https://qrgo.page.link/h4sWd 19Gestão de crises e sustentabilidade BARBIERI, J. C.; CAJAZEIRA, J. E. R. Responsabilidade social empresarial e empresa susten- tável: da teoria à prática. São Paulo: Editora Saraiva, 2009. CAMPOS, L. M. S. et al. 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No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 21Gestão de crises e sustentabilidade
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