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Relatório Sudeste FINAL (+ calculo V)
PUC-MINAS
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no estado de Minas Gerais próximo a cidade de Uberlândia, a jusante da usina hidroelétrica de Emborcação no rio Paranaíba, a figura 4 mostra o local exato do reservatório. Figura 4 - Localização da Usina Hidroelétrica do TAI V Fonte: GOOGLE EARTH (2016). 20 2.1 ANÁLISE TOPOGRÁFICA Foi realizado um estudo topográfico para verificar a possibilidade de armazenar um grande volume de água na região, de forma que não fosse ocupada uma área muito grande, não afetasse o funcionamento de outras usinas hidroelétricas e nem destruísse cidades ou indústrias próximas. Após analisar a altura no percurso do rio, constatou-se que o mesmo se encontra a 505 metros acima do nível do mar e que se fosse construída uma barragem superior a 45 metros a usina a montante seria afetada, limitando assim a altura máxima. Através dos softwares Google Earth, Excell eg Quickgrid foram obtidas três curvas de nível da região que será alagada, a figura 5 mostra as curvas de nível de 520, 535 e 550 metros respectivamente. Figura 5 - Curvas de nível do reservatório Fonte: Elaborado pelos autores. 21 As curvas de nível foram traçadas com o intuito de observar a relação entre a altura de queda e a área alagada e entre a altura de queda e o volume. Através do Google Earth foram calculadas as áreas nas três curvas de nível, tabela 4. Tabela 5 - Área para as alturas de queda referentes às curvas de níveis Fonte: Elaborado pelos autores . Plotando o gráfico que relaciona a altura com a área alagada é possível perceber que a curva obtida possui características polinomiais, e assim foi obtida a função que melhor se aproxima desses pontos, um polinômio de segunda ordem, que informa a área alagada para qualquer altura de queda, como pode ser observado no gráfico 8. Gráfico 8 - Área alagada em função da altura Fonte: Elaborado pelos autores. 22 Integrando este polinômio obtém-se a equação que relaciona a altitude com o volume armazenado, foi então plotado o gráfico 9 que representa essa relação. Gráfico 9 - Volume armazenado em função da altura Fonte: Elaborado pelos autores. Uma usina hidroelétrica precisa ter um volume mínimo para abastecer as cidades próximas, para efeito didático foi definido que o volume mínimo será referente à altura de 20 metros de queda, e um volume máximo, já limitado pela hidroelétrica de Emborcação. Após dimensionar estes 2 parâmetros é possível obter o volume utilizado na produção de energia elétrica, denominado de volume útil é a variação entre o volume máximo e mínimo, aproximadamente 3,3 km³, como pode ser observado na tabela 5. Tabela 6 - Altura, área e volume para determinadas alturas. Fonte: Elaborado pelos autores. 23 2.2 ANÁLISE HIDROGRÁFICA Foi realizado um estudo hidrográfico para verificar se as vazões diárias ao longo de um ano são ou não suficientes para encher o reservatório limitado pela topografia. Para estudar o comportamento hídrico da região foram analisados dados das vazões da hidrelétrica a montante, disponibilizados pela ONS, no período de 1931 até 2014, o gráfico 10 mostra a média de cada mês e a média a longo termo desses 83 anos. Observando o comportamento das vazões ao longo do ano percebe-se que em alguns meses a média das vazões no efluente é muito baixa, menores que a média a longo termo, esses são denominados meses secos e não serão considerados para estimar o volume do reservatório. Já as os meses que possuem vazões superiores à vazão média de todas as vazões registradas, denominados meses úmidos, serão considerados para estimar o seu volume. Gráfico 10 - Vazões médias mensais Fonte: Elaborado pelos autores. 24 Porém como não é possível reter toda a vazão natural do rio, pois prejudicaria as usinas e populações a jusante do reservatório, é necessário que haja uma vazão mínima no efluente considerada como 30m³/s neste projeto. Após todas essas considerações foi possível encontrar o volume total disponível por recursos hídricos em um ano, como pode ser observado na tabela 7. Tabela 7 - Estimativa do volume total através dos meses úmidos. Fonte: Elaborado pelos autores. Como o volume total proporcionado pela topografia é menor que o volume total encontrado na análise hidrográfica, ele irá limitar o volume máximo do reservatório da usina hidrelétrica. 2.2.1 Probabilidade de riscos da usina A análise estatística dos dados coletados durante certo período de tempo, como por exemplo a média das vazões diárias durante 80 anos, permite estimar a chance de um acontecimento futuro, como por exemplo a probabilidade de que uma vazão em determinado mês seja menor do que um valor pré-escolhido. Para analisar os dados de vazões da usina hidroelétrica do TAI V foi plotado o gráfico boxplot com todas as vazões diárias de Emborcação, de forma análoga ao gráfico 9, onde os meses com vazão média, segundo quartil da caixa, acima da média a longo termo de 478 m³/s, dimensionada anteriormente, são os úmidos e os meses com vazão média abaixo de 478 m³/s são os meses secos. Com esse diagrama de caixa é possível visualizar os dados atípicos, conhecidos também como outliers, que podem indicar, no caso de vazões, uma enchente em determinado mês ou uma medição equivocada. Como todos os 25 dados fora do padrão das vazões do TAI V estavam acima da média foram retirados do conjunto de valores, gráfico 11, tendo em vista que sua remoção diminuiria a média e o desvio padrão, fato que tornaria a análise de riscos mais conservadora, garantindo assim uma maior segurança. Gráfico 11 – Boxplot das vazões diárias de 1931 até 2014 sem os outliers Fonte: Elaborado pelos autores. Como os meses úmidos apresentam vazões mínimas altas o risco de baixas vazões acontece nos meses secos, e por isso a probabilidade foi calculada apenas para eles. O cálculo foi feito através da distribuição normal de Gauss, e para isso era necessário que os dados mensais se distribuíssem de forma normal, encaixando na curva de Gauss, e como os dados coletados não apresentavam essa distribuição, foi feita uma amostragem dos dados sem repetição com a intenção de aproximar o conjunto à curva. O gráfico 12 apresenta o histograma das amostras das vazões do mês de setembro, os outros meses também foram plotados e encontram-se no apêndice A. 26 Gráfico 12– Histograma da amostragem de setembro Fonte: Elaborado pelos autores A média e o desvio padrão de cada amostragem seca pode ser observada na tabela 8, que apresenta a estatística descritiva dos dados. Quanto mais a mediana, ou segundo quartil, se aproxima da média mais a distribuição dos dados está encaixada na curva normal, é possível observar que os meses de junho e setembro são os que apresentaram a melhor distribuição. Tabela 8 – Estatística descritiva dos meses secos Fonte: Elaborado pelos autores. 27 Com os dados distribuídos de forma normal, foi calculado, utilizando o software Minitab, gráfico 13, o risco da vazão de um determinado mês ser menor do que 30% da sua média. A tabela 9 mostra os resultados obtidos, onde o mês de julho apresenta a menor probabilidade, 0,3%, de vazões menores que 64 m³/s, e o mês de novembro apresenta a maior probabilidade, 5,48%, de vazões menores que 86 m³/s. A distribuição normal da amostragem com o risco de vazões também foi plotado para todos os meses secos e encontra-se no apêndice B. Tabela 9 – Probabilidade de risco das vazões Fonte: Elaborado pelos autores. Gráfico 13 – Distribuição normal da amostragem de setembro Fonte: Elaborado pelos autores. 28 2.2.2 Intervalo de confiança Intervalo de confiança é uma faixa de possíveis valores em torno da média amostral e a probabilidade de nesta faixa estar contida