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Módulo 12 – Florestan Fernandes: o intérprete do Brasil professorbruno1822@gmail.com mailto:professorbruno1822@gmail.com • Florestan Fernandes – Sociólogo • Nascimento: 22 de julho de 1920, São Paulo, São Paulo • Falecimento: 10 de agosto de 1995, São Paulo, São Paulo Biografia Resumo sobre Florestan Fernandes • Florestan Fernandes foi um sociólogo, antropólogo, escritor, político e professor brasileiro. •De origem humilde, o intelectual brasileiro trilhou os primeiros 20 anos de sua carreira na Universidade de São Paulo até o ano em que foi exilado por conta da promulgação do AI-5. • Fernandes dedicou-se, no início de sua carreira, ao estudo etnológico dos índios tupinambá. •Após a década de 1950, o sociólogo passou a estudar os resquícios da escravidão, o racismo e a difícil inserção da população negra na sociedade altamente dominada por pessoas brancas. Biografia de Florestan Fernandes • Florestan Fernandes nasceu na cidade de São Paulo, em 22 de julho de 1920. • Sua mãe era imigrante portuguesa e teve apenas Florestan como filho. Sua madrinha ajudou em sua criação, despertando no jovem o interesse pelos estudos e pela leitura. • Parte da sua infância e de sua juventude aconteceu nos cortiços das periferias de São Paulo, o que o colocou em contato direto com a sua origem. • No terceiro ano do curso primário, que hoje equivale ao Ensino Fundamental, Florestan abandonou os estudos e foi trabalhar para ajudar a mãe. • Trabalhou como engraxate, em um restaurante e em uma padaria. • Com 17 anos, o jovem voltou a estudar, fazendo uma espécie de curso de normalização extensivo, no qual concluiu o equivalente a sete anos de estudo em três anos. Biografia de Florestan Fernandes • Em 1941, com 21 anos de idade, Florestan Fernandes começou o seu bacharelado em ciências sociais na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo (USP). • Em 1943 ele obteve a graduação, e em 1944 obteve a licenciatura em ciências sociais. Entre 1944 e 1946, o sociólogo cursou o mestrado em antropologia pela Escola Livre de Sociologia e Política, instituição vinculada à Universidade de São Paulo, iniciando sua pesquisa etnográfica sobre os índios tupinambá. • Em 1945 ingressou como professor no Ensino Superior, sendo professor assistente do professor Fernando Azevedo, seu orientador de mestrado e doutorado, na USP. Na mesma época, filiou-se ao extinto Partido Socialista Revolucionário (PSR). • Em 1947, Florestan defendeu sua dissertação de mestrado intitulada A organização social dos tupinambá. • Em 1951 o sociólogo defendeu sua tese de doutorado, na USP, intitulada “A função social da guerra na sociedade tupinambá”. Biografia de Florestan Fernandes • Em 1953, Florestan Fernandes tornou-se professor titular interino da USP, ocupando a cadeira do sociólogo francês Roger Bastide. • Em 1964, Fernandes tornou-se livre docente da mesma faculdade em que se formou, com a defesa da tese intitulada “A inserção do negro na sociedade de classes”. • Em 1964 foi preso por conta de sua atuação política e docente quando estourou o golpe militar brasileiro. • Em 1969, foi novamente preso, teve seu cargo público cassado e foi exilado, indo viver no Canadá e nos Estados Unidos, tendo lecionado em diversas universidades no exterior. • Em 1972, Fernandes voltou ao Brasil. • Em 1977, ele foi professor convidado na Universidade de Yale, e no mesmo ano voltou novamente ao Brasil porque foi contratado como professor titular pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a PUC-SP. Biografia de Florestan Fernandes • Entre 1987 e 1994, Florestan Fernandes exerceu dois mandatos como deputado federal eleito pelo Partido dos Trabalhadores (PT). • Sua atuação política deu-se a favor da redução da desigualdade social no Brasil e da melhoria da educação pública. • Florestan Fernandes participou das primeiras discussões e da formulação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB), que foi promulgada em 1996 e registrada como Lei 9.394/96. • Em 1994, Florestan Fernandes precisou ser submetido a um transplante de fígado e não obteve sucesso, falecendo em 10 de Agosto de 1995, aos 75 anos de idade. Jornal do Brasil, edição de 10/08/1995 Ideias de Florestan Fernandes “Afirmo que iniciei a minha aprendizagem sociológica aos seis anos de idade, quando precisei ganhar a vida como se fosse um adulto e penetrei, pelas vias da experiência concreta, no conhecimento do que é a convivência humana e a sociedade.” Florestan Fernandes Ideias de Florestan Fernandes • Florestan Fernandes foi um estudioso das relações étnico- raciais no Brasil, tendo estudado primeiro os índios tupinambá e depois os negros, sempre na perspectiva da dificuldade da integração democrática desses povos não brancos na cultura brasileira branca. • Em um Brasil que visava a industrialização e a modernidade, e que havia deixado para trás o colonialismo e a escravidão, fazia-se necessário buscar um modo de compreender a exclusão social e as estruturas que permitem a exclusão, sobretudo de pobres e negros, para buscar algum modo de alcançar essa situação. Para Florestan Fernandes, a escravidão deixou um legado de exclusão da população negra. • A maior parte da obra de Florestan Fernandes tem como objetivo entender a situação do negro na sociedade brasileira. • A partir da teoria marxista, Fernandes analisa a inserção do negro quando este passou de ser propriedade para um ser dotado de liberdade. • Do ponto de vista de Fernandes, o negro não teria sido integrado dentro da sociedade capitalista, pois este grupo era o mais desfavorecido se comparado aos brancos. • Para Florestan Fernandes o grau de integração do negro na sociedade brasileira poderia ser um parâmetro para a democracia brasileira. Desigualdade social • Florestan Fernandes viveu a desigualdade contra os pobres e moradores da periferia. • O sociólogo chegou a contar que, mesmo com a influência de sua madrinha, os empregos que conseguiu quando jovem eram estigmatizados e nada melhor era oferecido a quem morava nos guetos de São Paulo. • Havia uma desconfiança daquela gente. • A desigualdade social marcou a sua infância, e, na sua visão, superar essa desigualdade era a única possibilidade da nossa sociedade progredir moralmente. Foram mais de 55 mil curtidas e 16 mil compartilhamentos no Facebook. Isso só no post original, sem contar as muitas entrevistas que concedeu posteriormente. A história do estudante Thiago Torres, de Ciências Sociais, ficou famosa dentro e fora da USP. Seu relato de como é crescer em periferia e estudar na maior universidade do país, mantendo o estilo “chavoso”, caracterizado, entre outros acessórios, por meia na canela, óculos juliet e boné, viralizou pelas redes sociais e alcançou milhares de pessoas. Educação • O único modo de conseguir-se uma sociedade justa e livre da desigualdade social era, segundo Fernandes, por meio da educação pública e de qualidade. • Fernandes foi amigo e colega profissional do também sociólogo e antropólogo Darcy Ribeiro. • Juntos, os dois elaboraram projetos de valorização da educação básica e contribuíram com a formulação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB). Florestan Fernandes participa de uma manifestação em defesa do ensino público A LDB 9394/96 reafirma o direito à educação, garantido pela Constituição Federal. Estabelece os princípios da educação e os deveres do Estado em relação à educação escolar pública, definindo as responsabilidades, em regime de colaboração, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Segundo a LDB 9394/96, a educação brasileira é dividida em dois níveis: a educação básica e o ensino superior. Educação básica: 1. Educação Infantil – creches (de 0 a 3 anos) e pré-escolas (de 4 e 5 anos) – É gratuita mas não obrigatória. É de competência dos municípios. 2. EnsinoFundamental – anos iniciais (do 1º ao 5º ano) e anos finais (do 6º ao 9º ano) – É obrigatório e gratuito. A LDB estabelece que, gradativamente, os municípios serão os responsáveis por todo o ensino fundamental. Na prática os municípios estão atendendo aos anos iniciais e os Estados os anos finais. 3. Ensino Médio – O antigo 2º grau (do 1º ao 3º ano). É de responsabilidade dos Estados. Pode ser técnico profissionalizante, ou não. Democracia • Defensor de um ensino democrático, de uma democracia das relações sociais e do acesso aos serviços básicos garantidos a todos os cidadãos, Fernandes era um democrata. • Sobretudo foi defensor de relações democráticas entre negros e brancos no Brasil. • A teoria de Gilberto Freyre de convívio harmonioso entre negros e brancos no Brasil, chamada por Fernandes de “mito da democracia racial”, nunca existiu em um país como o Brasil, que não conseguiu incluir o negro em sua sociedade capitalista. Em 1933, quando o escritor pernambucano Gilberto Freyre publica a obra "Casa Grande & Senzala", a ideia de que negros e brancos conviviam harmonicamente começa a se espalhar pela sociedade brasileira -- e muito por causa do que o autor julgava ser uma grande "intimidade" entre seres das duas raças, o que, na realidade, tratava-se da relação de poder entre o branco dono de escravizados e de negras escravizadas, ou seja, entre proprietário e propriedade. A concepção de Freyre de equidade entre as raças nunca se provou real, foi apenas uma espécie de máscara para encobrir as violências do racismo cotidiano enquanto pregamos que todos somos iguais. Ao contrário de Gilberto Freyre que defendeu a inclusão do negro no Brasil através da miscigenação entre o índio, o branco e o negro, Florestan Fernandes se afastou dessa linha de pensamento -> “mito da democracia racial”. Democracia racial é um conceito que nega a existência do racismo no Brasil. É tratada como mito e ideologia por buscar exprimir a vigência de uma suposta democracia plena que se estenderia às pessoas de todas as raças. https://g1.globo.com/economia/n oticia/negros-ganham-r-12-mil-a- menos-que-brancos-em-media-no- brasil-trabalhadores-relatam- dificuldades-e-racismo- velado.ghtml https://g1.globo.com/economia/noticia/negros-ganham-r-12-mil-a-menos-que-brancos-em-media-no-brasil-trabalhadores-relatam-dificuldades-e-racismo-velado.ghtml https://g1.globo.com/economia/noticia/brancos-sao-maioria- em-empregos-de-elite-e-negros-ocupam-vagas-sem- qualificacao.ghtml https://g1.globo.com/economia/noticia/brancos-sao-maioria-em-empregos-de-elite-e-negros-ocupam-vagas-sem-qualificacao.ghtml “A população negra possui os piores indicadores sociais, os menores índices de escolarização, de rendimentos e de acesso a bens e serviços, assim como os maiores índices de mortalidade precoce, quando comparados com a população branca. Esses dados do MTE apontam para uma das faces da desigualdade social brasileira: a divisão racial do trabalho altamente resiliente”, afirma o pesquisador Antônio Teixeira, coordenador de gênero, raça e estudos geracionais do Ipea. https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020- 12/estudo-expoe-diferenca-de-salarios-entre-negros-e- brancos-em-ongs https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-12/estudo-expoe-diferenca-de-salarios-entre-negros-e-brancos-em-ongs 6.jan.2020 às 2h00 A diferença salarial entre brancos e negros, de 45%, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2019, não pode ser atribuída apenas à falta de oportunidade de formação para pessoas negras. Segundo cálculo do Instituto Locomotiva, a diferença salarial ainda é significativa, de 31%, quando comparados os salários de brancos e negros com ensino superior, isoladas todas as demais variáveis. Sobra apenas a cor da pele. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/01/racismo- gera-diferenca-salarial-de-31-entre-negros-e-brancos-diz- pesquisa.shtml https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/11/brancos-tem-renda-74-superior-a-de-pretos-e-pardos-diz-ibge.shtml https://www1.folha.uol.com.br/colunas/cida-bento/2019/10/discurso-da-meritocracia-ignora-bolha-branca-e-discriminacao-no-mercado-de-trabalho.shtml https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/01/racismo-gera-diferenca-salarial-de-31-entre-negros-e-brancos-diz-pesquisa.shtml https://g1.globo.com/df/distrito- federal/noticia/2020/11/16/brancos-recebem- salarios-61percent-maiores-do-que-negros-ou- pardos-no-df-aponta-ibge.ghtml https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2020/11/16/brancos-recebem-salarios-61percent-maiores-do-que-negros-ou-pardos-no-df-aponta-ibge.ghtml https://g1.globo.com/economia/concursos-e- emprego/noticia/2020/09/24/menos-de-5percent-dos- trabalhadores-negros-tem-cargos-de-gerencia-ou-diretoria- aponta-pesquisa.ghtml https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2020/09/24/menos-de-5percent-dos-trabalhadores-negros-tem-cargos-de-gerencia-ou-diretoria-aponta-pesquisa.ghtml 1) os negros são representados através de estereótipos negativos; 2) existe uma total invisibilidade da ação positiva dos negros; 3) a cultura negra é vista como folclore, e não como parte da cultura popular e da constituição do imaginário e das preferências do povo brasileiro; 4) o negro como elemento de diversão para os brancos, e não para si mesmo e seu grupo étnico; 5) a apresentação do negro como pobre e favelado está na estrutura rotineira dos noticiários. https://vestibular.uol.com.br/resumo-das- disciplinas/atualidades/representacao-do-negro- na-tv-antigos-estereotipos-e-busca-contextos- positivos.htm?cmpid=copiaecola https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/representacao-do-negro-na-tv-antigos-estereotipos-e-busca-contextos-positivos.htm?cmpid=copiaecola O Negro Mágico Exemplos: À Espera de um Milagre, Lendas da Vida, Um Maluco no Golfe, Endiabrado, Todo Poderoso e sequências. Basicamente, se o Morgan Freeman estiver no filme, são grandes as chances de você estar assistindo a um Negro Mágico. Cunhado por Spike Lee em uma discussão sobre o filme À Espera de um Milagre, o termo Negro Mágico é usado para denominar aquele personagem sábio e místico que sempre aparece para salvar o dia do protagonista branco. Cheio de sabedoria e espiritualidade – e poderes sobrenaturais, em alguns casos – ele costuma ser de origem muito humilde (um zelador, um prisioneiro, um mendigo), mas pouco se preocupa com a própria condição. Não, o único objetivo de vida desse personagem é resolver os problemas do protagonista branco. Variações do Negro Mágico incluem a Empregada Benevolente (babá, cozinheira, faxineira) e o Melhor Amigo Conselheiro. Nenhum deles têm história própria – ou, pelo menos, nenhum deles tem história própria que tenha valor suficiente para aparecer no filme. Tia Nastácia Tio Barnabé https://iconografiadahistoria.com.br/2020/10/25/uma-analise- sobre-a-baba-negra-na-historia-do-brasil/ https://iconografiadahistoria.com.br/2020/10/25/uma-analise-sobre-a-baba-negra-na-historia-do-brasil/ https://www.gazetadopovo.co m.br/vida-publica/baba- negra-cuidando-de-bebes-em- protesto-causa-polemica- 2h74sdosebc8evn8jknfjraqr/ https://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/baba-negra-cuidando-de-bebes-em-protesto-causa-polemica-2h74sdosebc8evn8jknfjraqr/ https://g1.globo.com/po p- arte/cinema/noticia/pan tera-negra-provoca- onda-de-rolezinhos-nos- cinemas-do-rio.ghtml https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/pantera-negra-provoca-onda-de-rolezinhos-nos-cinemas-do-rio.ghtml https://gauchazh. clicrbs.com.br/co mportamento/not icia/2018/02/apos -campanha- criancas-negras- vao-ao-cinema- para-ver-pantera- negra- cje6aspms02f501 qxgg1ouv4u.html https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2018/02/apos-campanha-criancas-negras-vao-ao-cinema-para-ver-pantera-negra-cje6aspms02f501qxgg1ouv4u.html https://vejasp.abril.c om.br/cultura- lazer/maju-coutinho- faz-homenagem-a- chadwick-boseman-wakanda-forever/ https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/maju-coutinho-faz-homenagem-a-chadwick-boseman-wakanda-forever/ Livro: A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica • Esse livro de Florestan Fernandes foi publicado em 1975 e lança uma tese que vai na contramão de muitas teorias sociológicas existentes até então. • Seu autor defende a existência de uma revolução burguesa no Brasil, um país dominado por outros países no processo colonial. • Era um pensamento comum na sociologia que as revoluções burguesas somente teriam ocorrido nos países em que dominavam as relações coloniais e imperialistas. Livro: A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica •Nessa obra, a identidade social do Brasil formou-se com base em um conjunto de relações entre dominantes e dominados e na evolução do capitalismo brasileiro. •Os grandes problemas encontrados no Brasil são, para Fernandes, os grandes problemas do capitalismo: 1. a exclusão, a desigualdade social; 2. a exploração da burguesia sobre o proletariado; 3. consequências do racismo. Livro: A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica •A formação social do Brasil era a de um povo feito de subalterno no processo capitalista, sendo que o capitalismo aqui não se desenvolveu do mesmo modo como o foi na Europa e nos Estados Unidos. •Para Fernandes, era necessário entender essa complexa cadeia estrutural para compreender a formação sociológica brasileira. Operários (1933), de Tarsila do Amaral. Frases: •Um povo educado não aceitaria as condições de miséria e desemprego como as que temos. •Contra as ideias da força, a força das ideias! • É muito complicada a vida de um intelectual na sociedade de consumo de massa. • Sou um marxista que acha que a solução para os problemas dos países capitalistas está na revolução. • Em nossa época, o cientista precisa tomar consciência da utilidade social e do destino prático reservado a suas descobertas. Florestan Fernandes: O Mestre - Documentário de Roberto Stefanelli. https://youtu.be/ncGSS2yyhNw https://youtu.be/ncGSS2yyhNw Roda Viva | Florestan Fernandes | 1994 https://youtu.be/MQe35fx66lU https://youtu.be/MQe35fx66lU Racismo Uma pesquisa do Instituto Locomotiva encomendada pelo Carrefour com o objetivo mapear a situação da população negra no Brasil reforça a dificuldade de superar o racismo estrutural uma vez que pretos e pardos são 56% da população, mas constantemente minorizados pela sociedade. (https://exame.com/negocios/no-brasil-84-percebe-racismo-mas-apenas-4- se-considera-preconceituoso/) https://exame.com/negocios/no-brasil-84-percebe-racismo-mas-apenas-4-se-considera-preconceituoso/ Ainda hoje existe racismo? • Sim. Por mais que as leis garantam a igualdade entre os povos, o racismo é um processo histórico que modela a sociedade até hoje. • Uma prova disso é o contraste explícito entre o perfil da população brasileira e sua representatividade no Congresso. Enquanto a maior parte dos habitantes é negra (54%), quase todos (96%) os parlamentares são brancos. • Outro dado relevante da violência contra a população negra é que a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. https://oglobo.globo.com/brasil/no- congresso-so-178-dos-parlamentares- sao-negros-24091102 https://oglobo.globo.com/brasil/no-congresso-so-178-dos-parlamentares-sao-negros-24091102 Por que é importante falar sobre isso hoje? • Por mais que o debate e o combate tenham evoluído - tanto com a criação de novas leis e políticas públicas quanto com a conscientização sobre como o racismo é um elemento que integra a organização econômica e política das sociedades - é discutindo e debatendo pontos de vista que caminhamos rumo à democracia racial. • As manifestações que aconteceram no fim de maio de 2020 após a morte de João Pedro, no Rio, e George Floyd, nos EUA, assim como o caso mais recente que veio a público, quando o jogador Neymar, do PSG, acusou Álvaro González, do adversário Olympique, de tê-lo chamado de "macaco" mostram como o racismo e a violência, em especial a policial, precisam ser debatidos e enfrentados. • O termo estrutural não significa dizer que o racismo é uma condição incontornável ou que a trilha antirracismo feita até aqui seja inútil. Muito pelo contrário. Mas, mais que entender que fazemos parte do sistema racista, é preciso que conversemos a respeito, pois o silêncio nos torna responsável por sua manutenção. Por que o racismo é estrutural? • Essa estrutura social que possibilitou a manutenção do racismo ao longo da história, inclusive do Brasil, pode ser contada a partir das próprias leis do país - algumas delas são da época em que os negros eram escravizados, é claro, mas outras vieram depois da abolição. • Um exemplo disso é a própria Lei Áurea, de 1888. Além de o Brasil ser o último país das Américas a aderir à libertação das pessoas escravizadas, a população negra que vivia aqui se viu livre, porém sem opções de emprego ou educação. • Isso se deve à legislação anterior: em 1824, a Constituição dizia que a escola era um direito de todos os cidadãos, o que não incluía os povos escravizados. Já em 1850, a Lei de Terras permitiu ao Estado a venda de espaços agrários a custos altos. Como as pessoas negras poderiam, em condições de precariedade total, cultivar o próprio alimento? Por que o racismo é estrutural? • Para piorar a situação, a lei previu, mais tarde, subsídios do governo à vinda de colonos europeus para viverem e trabalharem no Brasil. O objetivo era "branquear" a população brasileira. • Se, antes da abolição, a legislação parecia não ter relação direta com o racismo, em 1890, com as primeiras leis penais da República, isso ficou evidente. Sem terras, educação ou trabalho, os negros que eram encontrados na rua ou que praticassem a capoeira podiam ser presos. Era a chamada Lei dos Vadios e Capoeiras. • A primeira vez em que a legislação contribuiu, de fato, para a democracia racial no Brasil ocorreu apenas em 1989, quase um século depois, quando a Lei Caó tornou o racismo um crime inafiançável e imprescritível. Fontes: • PORFíRIO, Francisco. "Florestan Fernandes"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/florestan-fernandes.htm. Acesso em 18 de maio de 2021. • https://www.ebiografia.com/florestan_fernandes/ • http://www.fgv.br/Cpdoc/Acervo/dicionarios/verbete- biografico/fernandes-florestan • https://www.camara.leg.br/deputados/133873/biografia • FLORESTAN FERNANDES. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2021. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Florestan_Fernandes&oldid=6 1152912>. Acesso em: 15 mai. 2021. https://www.ebiografia.com/florestan_fernandes/ http://www.fgv.br/Cpdoc/Acervo/dicionarios/verbete-biografico/fernandes-florestan https://www.camara.leg.br/deputados/133873/biografia Fontes: • https://www.infoescola.com/educacao/lei-de-diretrizes-e-bases-da- educacao/ • https://www.todamateria.com.br/florestan-fernandes/ • http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2019/05/a-vida-de-thiago- torres-o-chavoso-da-usp-depois-do-post/ • https://www.uol.com.br/ecoa/listas/o-que-e-racismo-estrutural.htm • "O que é racismo estrutural?", Silvio Almeida, Polén Livros • "Sobre o autoritarismo brasileiro", Lilia Moritz Schwarcz, Companhia das Letras • "Nem Preto Nem Branco, Muito Pelo Contrário: Cor e Raça na Sociabilidade Brasileira", Lilia Moritz Schwarcz, Companhia das Letras • http://nodeoito.com/estereotipos-racistas-hollywood/ https://www.infoescola.com/educacao/lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao/ https://www.todamateria.com.br/florestan-fernandes/ http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2019/05/a-vida-de-thiago-torres-o-chavoso-da-usp-depois-do-post/ https://www.uol.com.br/ecoa/listas/o-que-e-racismo-estrutural.htm http://nodeoito.com/estereotipos-racistas-hollywood/
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