Buscar

Sociólogos Brasileiros

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

COLÉGIO SÃO JOSÉ 
ENSINO MÉDIO – 1ª SÉRIE – TURMA 102 
SOCIOLOGIA – SAMUEL DOS REIS 
 
 
 
 
 
ANA LUIZA MICHELIN – 02 
GIANLUCA BERTOGLIO – 07 
ISABELLA LEÃO – 09 
LORENZO VERDI – 15 
MANOELA RIZZOTO – 17 
PEDRO MARGARIDO – 21 
RAFAELA ROMBALDI – 22 
 
 
 
PRINCIPAIS SOCIÓLOGOS BRASILEIROS DO SÉCULO XX 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAXIAS DO SUL – RS 
2020 
	
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 01 
GILBERTO FREYRE................................................................................................ 02 
SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA........................................................................ 04 
CAIO PRADO JÚNIOR............................................................................................. 06 
FLORESTAN FERNANDES..................................................................................... 08 
CELSO FURTADO................................................................................................... 11 
OCTAVIO IANNI....................................................................................................... 14 
DARCY RIBEIRO...................................................................................................... 17 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO....................................................................... 20 
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 22 
DADOS BIBLIOGRÁFICOS..................................................................................... 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	 1	
INTRODUÇÃO 
 
 
 Durante o século XX, a sociologia brasileira emergiu e estruturou-se. 
Alguns dos sociólogos que mais influenciaram a consolidação das Ciências Sociais 
foram Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior, Florestan 
Fernandes, Celso Furtado, Octavio Ianni, Darcy Ribeiro e Fernando Henrique 
Cardoso. 
 Desta maneira, podemos observar a evolução do pensamento dos 
sociólogos citados através das décadas sobre assuntos como racismo, cultura, 
economia, política, entre outros. 
 Neste trabalho, abordamos as ideias gerais de cada um dos estudiosos 
para compreender seus pensamentos e conseguirmos relacioná-los com os 
problemas da sociedade atual do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	 2	
GILBERTO FREYRE 
 
 
Chamado de Pioneiro das Ciências Sociais, Gilberto Freyre é conhecido por 
suas opiniões polêmicas no meio da Sociologia. Nascido em 15 de março de 1900, 
em Pernambuco, se formou como sociólogo, antropólogo, ensaísta, historiador, 
escritor e pintor. Acabou falecendo em 18 de julho de 1987, com 87 anos, em 
decorrência de uma isquemia cerebral, por infecção respiratória e insuficiência renal. 
Por conta de seu linguajar, um tanto quanto vulgar, foi considerado pornográfico 
por Recife e recebeu o repúdio da Igreja Católica por causa de suas publicações, 
consideradas atentatórias à moral e aos bons costumes. Além disso, foi tachado de 
anticatólico, comunista, anarquista, agitador, antilusitano e africanista. 
Em seus estudos, Freyre contrapõe o racismo e cria o conceito de democracia 
racial, um ideal político de coexistência da diversidade. Além disso, rebate a formação 
da cultura social do Brasil, em que o nosso país seria formado pela junção de três 
etnias: índios, negros e portugueses. Para ele, essa junção não foi forçada e sim 
ocorrida de forma espontânea. 
Ele acreditava que a antropologia e a sociologia podiam auxiliar na 
administração do país, possibilitando uma reflexão fundamentada no estudo da 
realidade brasileira. Trabalhou também de modo decisivo para formar um instituto de 
pesquisas sociais independente do Estado e da universidade, lançando as bases da 
Fundação Joaquim Nabuco, que se tornou realidade em 1949. A fundação se 
destinava “ao estudo sociológico das condições de vida do trabalhador brasileiro da 
região agrária do Nordeste e do pequeno lavrador da mesma região”, de acordo com 
o texto do projeto apresentado pelo próprio Gilberto Freyre, na época deputado. 
Ao longo de sua vida, publicou diversos livros, sendo alguns deles: Casa 
Grande e Senzala (1933); Sobrados e Mucambos (1936); Interpretação do Brasil 
(1945); Ordem e Progresso (1957); Novo mundo nos Trópicos (1959); Ingleses no 
Brasil: aspectos da influência britânica sobre a vida, a paisagem e a cultura do Brasil 
(2011) e Vida Social no Brasil nos meados do século XIX (1964). 
Entre suas obras, vale destacar duas delas. A primeira delas é Casa Grande e 
Senzala (1933). Nela, ele apresenta a importância da casa-grande na formação 
sociocultural brasileira, assim como a da senzala. Esse livro apresenta a formação do 
	 3	
Brasil pela a miscigenação entre brancos, negros e índios. Para o próprio autor, a 
organização social e política do Brasil, o patriarcalismo, seria baseado na própria 
arquitetura da Casa-Grande. Tal lugar, seria capaz de reunir todos os elementos que 
formam a propriedade fundiária do Brasil Colônia, desde escravos até políticos. Freyre 
também desmistifica a noção de democracia racial na formação de um povo e dá 
maior importância aos fatores culturais e ambientais. Com isso refuta a ideia de que 
a miscigenação teria levado à uma raça inferior no Brasil. Antes, aponta para os 
elementos positivos da formação cultural brasileira oriundos desta miscigenação entre 
distintas culturas. 
Na segunda obra, Sobrados e Mucambos (1936), Gilberto Freyre analisa a 
decadência do patriarcado rural e o desenvolvimento do urbano, no período entre o 
final do século XVIII e a primeira metade do XIX. Gilberto estuda o passado do povo 
brasileiro através de seus estilos de residência e a sua influência sobre a vida e o 
caráter do mesmo povo, pois casa para o autor é também escola, igreja, banco, partido 
político, hospital, casa comercial, hospício, local de diversão, parlamento, restaurante 
e etc. Pode-se dizer que o livro se refere à arquitetura brasileira e a elaboração de 
uma tipologia de edifício. Em sua opinião, as diferentes formas habitação urbana e 
semiurbana eram o sobrado, o mucambo, o casa baixa, a quinta, a esquina "sobra", 
o chalé e o "cortiço". 
Com sua interpretação de que a cultura brasileira se caracteriza pela 
convivência harmoniosa entre negros, indígenas e brancos, e que o nacionalismo do 
Brasil seria marcado pela fusão de raças e grupos sociais, acabou despertando 
diversas críticas de diversos intelectuais, que se estende até os dias atuais, nas 
discussões sobre a sociedade brasileira. Ele, também foi criticado por generalizar o 
conceito de miscigenação, pois chegou a ele somente a sociedade patriarcal 
nordestina. 
Sua contribuição mais importante foi pensar de forma pioneira sobre a 
originalidade da cultura brasileira e as suas matrizes étnicas. Tais análises 
trabalharam de forma complexa os acontecimentos da vida cotidiana e ampararam 
suas pesquisas com amplo levantamento empírico de documentos, como 
correspondências, diários e anotações. 
 
 
	 4	
SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA 
 
 
Sérgio Buarque de Holanda nasceu em 11 de julho de 1902, em São Paulo. Foi 
historiador, escritor, sociólogo, jornalista, crítico literário e professor em universidades 
prestigiadas. Casou-se com Maria Amélia Buarque de Holanda em 1936 e com ela 
teve sete filhos, sendo o músico Chico Buarque um deles. Faleceu na cidade de São 
Paulo, vítima de complicações pulmonares, em 24 de abril de 1982. 
Aos 18 anos começou a escrever para o Correio Paulistano e com 23 anos 
bacharelou-se em direito pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de 
Janeiro. Em 1929 foi enviado como correspondente de jornais brasileiros para Berlim. 
Viveu na Alemanha e na Polônia, lá aprofundou seus estudos em história e ciências 
sociais e assim conheceu o pensamento do sociólogo alemão Max Weber. Devido à 
ascensão do nazismo,retornou ao Brasil em 1931. 
Em 1962 criou o Instituto de Estudos Brasileiros (IMB), onde permaneceu até 
1969, quando se desligou em protesto ao AI-5. Mesmo aposentado, foi professor 
convidado em universidades estrangeiras como a Universidade de Nova York, 
Universidade de Columbia, Universidade de Yale e Harvard. No início da década de 
1980, atuou na fundação do Partido dos Trabalhadores (PT). 
Buarque publicou diversas obras ao longo de sua vida, alguns de seus 
principais livros são: Raízes do Brasil (1936), Cobra de Vidro (1944), Monções (1945), 
Expansão Paulista em Fins do Século XVI e Princípio do Século XVII (1948) Visão do 
Paraíso (1959), Do Império à República (1972) e Tentativas de Mitologia (1979). 
Ao longo da obra Raízes do Brasil, o autor analisa a cultura da personalidade 
(quando se relacionam com quem têm afinidade), explica o conceito do colonizador 
trabalhador e do aventureiro, e analisa o português como o semeador e o castelhano 
como o ladrilhador. Acreditava que a mentalidade escravocrata impediu a 
industrialização do Brasil no século XIX. Diz que o Brasil só terá democracia plena 
quando aceitarem a impessoalidade da democracia e que direitos e deveres são para 
todos. 
Propõe em seu primeiro livro o conceito de homem cordial. Essa ideia 
apresenta o brasileiro como alguém com caráter afetivo e personalista, com forte 
	 5	
tendência a desobedecer às leis e instituições. Com essa ideia, Holanda explica a 
expressão “jeitinho brasileiro” e a maneira que a colonização portuguesa influenciou 
o tão conhecido caráter da sociedade brasileira. 
O seu exemplar Visão do Paraíso, publicado em 1959, teve como base a sua 
tese defendida e apresentada para a cátedra de Civilização Brasileira da USP em 
1958. Sérgio tenta identificar peças fundamentais da mentalidade do povo ibérico a 
partir das visões do paraíso, os mitos edênicos que povoaram o universo mental 
desde a época medieval, e assim, analisa as características que os brasileiros 
mantiveram dos colonizadores portugueses. Essa visão seria um tipo de ilusão que 
guiaria o processo histórico do Brasil, realiza também uma comparação original entre 
a colonização portuguesa e a espanhola da América. 
Para Holanda a corrupção é algo natural do brasileiro, então acredita que a 
corrupção não é apenas um problema na política, mas também social no nosso país. 
Na sua analogia do homem cordial e do patrimonialismo em Raízes do Brasil, Buarque 
aponta a corrupção como algo estrutural do povo brasileiro. Atribuiu esse fato como 
culpa dos colonizadores portugueses. Segundo Sérgio, os portugueses não tinham 
qualquer forma de nacionalismo, o que resultou no fim antiético da colônia portuguesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	 6	
CAIO PRADO JÚNIOR 
 
 
Caio da Silva Prado Júnior nasceu em 11 de fevereiro de 1907, em São Paulo. 
Foi historiador, geógrafo, escritor, filósofo, político e editor brasileiro. Morreu no dia 23 
de novembro de 1990, também em São Paulo, devido a um aneurisma na aorta. 
 Formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco em 1928, 
onde mais tarde seria livre-docente de Economia Política. Como intelectual teve 
importante atuação política ao longo das décadas de 30 e 40, tendo participado das 
articulações para a Revolução de 1930. Aproximou-se do marxismo e de seus ideais 
devido a decepção com a inconsistência política e ideológica da República Nova. 
Filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro em 1931. 
O pensador brasileiro é considerado um dos maiores intérpretes, estes são 
historiadores e sociólogos que se dedicaram a compreender a complexa formação 
histórica e social de nosso país, do Brasil. 
Em uma de suas teses, Caio Prado Júnior encontra na colonização brasileira 
as bases para a formação do Brasil contemporâneo, enxergando de um modo 
diferente a relação entre a América e a Europa. Segundo Prado, o homem branco 
europeu não tinha aptidão para viver e trabalhar no trópico, por esse motivo os 
colonizadores utilizavam da mão de obra escrava para explorar o Brasil. Também em 
sua tese sobre colonização, Caio acreditava que a colonização brasileira era baseada 
na exploração e não na povoação. Hoje, essa leitura dualista está um pouco 
ultrapassada, pois os dois modelo aconteceram na colonização do Brasil. 
No decorrer de sua carreira, escreveu e publicou mais de 17 livros, além de 
críticas, crônicas, artigos científicos e jornalísticos. Algumas de suas principais obras 
são: Formação do Brasil Contemporâneo (1942); Evolução Política do Brasil (1933); 
História Econômica do Brasil (1945); URSS – um novo mundo (1934); O que é 
liberdade (1980); A Questão Agrária no Brasil (1979); O que é Filosofia (1981). Em 
1966, foi eleito o intelectual do ano, com a conquista do Prêmio Juca Pato, devido à 
publicação do polêmico A revolução brasileira. 
 O livro Formação do Brasil Contemporâneo, é notoriamente reconhecido como 
seu principal. Nele, Prado desenvolve sua interpretação do Brasil à luz de um 
processo de revisionismo histórico que busca compreender a formação atual do país. 
	 7	
Fazendo uma análise do Brasil Colônia, Império e República, ele demonstra como há 
continuidade desse processo histórico e explica que a estrutura política e econômica 
brasileira atual é um reflexo desse período. 
Outro seu famoso exemplar é História Econômica do Brasil. O autor busca 
reconstruir a formação da economia brasileira desde o período colonial até o mundo 
pós-guerra. Para ele, o Brasil viveu a “velha economia”, ou seja, um modelo pré-
capitalista até o fim da Segunda Guerra Mundial. A grande virada do modelo 
econômico que fez com que o país entrasse de vez no sistema capitalista 
contemporâneo, deu-se apenas com a tardia industrialização brasileira massificada 
apenas no fim da segunda metade do século XX. 
À luz de um marxismo heterodoxo, discutiu várias questões que permearam o 
fim do período colonial, como a dependência do comércio interno, a aquisição de 
terras e a escravidão. Mesmo questionando a maneira como estes temas foram 
abordados, muitos autores consideram sua importância por ter tocado e dado muita 
relevância em pontos tão consideráveis para a compreensão da história brasileira. 
Por mais criticado que o pensamento de Caio fosse, ele trouxe ao debate uma 
densidade sociológica muito importante. O país inauguraria, nesse contexto, uma 
interpretação de cunho marxista, na qual Caio Prado foi um dos principais pioneiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	 8	
FLORESTAN FERNANDES 
 
 
Florestan Fernandes nasceu em São Paulo, no dia 22 de julho de 1920. Foi 
filho único de uma imigrante portuguesa e sua madrinha, que ajudava em sua criação, 
despertou nele o interesse pelos estudos e pela leitura. Viveu grande parte de sua 
infância e juventude nas periferias da cidade. 
Durante o ensino primário, Florestan abandonou os estudos e foi trabalhar para 
ajudar sua mãe. Aos 17 anos, ele voltou a estudar em um curso extensivo. Com 21, 
iniciou o seu bacharelado em Ciências Sociais na USP, concluindo-o em 1943 e logo 
em 1944 obteve sua licenciatura em ciências sociais. De 1944 até 1946, ele cursou 
seu mestrado em antropologia, iniciando sua pesquisa etnográfica sobre os índios 
tupinambá. 
Em 1945, ministra no Ensino Superior, sendo assistente do professor Fernando 
Azevedo na USP. No mesmo período, filiou-se ao Partido Socialista Revolucionário 
(PSR). Em 1953, Florestan Fernandes se tornou titular interino da Universidade de 
São Paulo. 
Na sequência, em 1964, tornou-se livre-docente da mesma faculdade que se 
formou. Neste mesmo ano, foi preso por conta de sua posição política quando 
aconteceu o golpe militar brasileiro. Depois, em 1969, foi preso novamente e exilado, 
indo morar no Canadá e nos EUA, nesse período lecionou em diversas universidades 
no exterior. Voltou ao Brasil em 1972. 
Entre 1987 e 1994, exerceu dois mandatos de deputado federal sendo eleito 
peloPartido dos Trabalhadores (PT). No último ano exercendo seu cargo, precisou de 
um transplante de fígado, mas a cirurgia não obteve sucesso, falecendo no dia 10 de 
agosto de 1995, aos 75 anos de idade. 
Suas principais obras foram: Organização Social dos Tupinambá (1949); A 
Etnologia e Sociologia no Brasil (1958); Fundamentos Empíricos da Explicação 
Sociológica (1959); Mudanças Sociais no Brasil (1960); A Integração do Negro na 
Sociedade de Classes (1964); Sociedade de Classes e Subdesenvolvimento (1968); 
A Revolução Burguesa no Brasil: Ensaio de Interpretação Sociológica (1975); O que 
é Revolução (1981); Significado do Protesto Negro (1989); entre outros. 
	 9	
No livro A Integração do Negro na Sociedade Sociológica, o autor aborda como 
principal problemática a diferenciação cultural, a marginalização do elemento de cor 
da pele e a “supremacia” social, econômica e política branca. Ele inicia sua análise da 
Abolição da Escravidão em 1888, observando como negros, por conta de 
desigualdade em questões socioculturais, não conseguiram se integrar na sociedade 
capitalista emergente. 
Sendo assim, Florestan Fernandes aborda a hipótese de que a urbanização 
“deslocou” o elemento afrodescendente para uma situação de marginalização ao 
invés de corroborá-lo como força de trabalho. E ele também relaciona isso com a 
chegada de imigrantes europeus na época das duas grandes guerras, estes que 
teriam apoderado o espaço que poderia ser ocupado por negros, assim contribuindo 
ainda mais para sua “exclusão” social. 
O autor também analisa os padrões de dominação social étnica dos brancos, 
em que mesmo após o fim da escravatura, os mecanismos de dominação senhorial 
continuaram na sociedade capitalista emergente. Já que ocupavam posições-chaves 
na sociedade, mesmo sem uma política segregacionista, a supremacia social branca 
permaneceu, ao mesmo tempo que a população negra não parava de ser 
marginalizada. 
Ele conclui sua análise dizendo que ainda existia necessidade dos negros 
reforçarem suas críticas e lutarem por soluções através de movimentos sociais. Ele 
também aponta a necessidade de uma implantação de uma medida governamental, 
na qual orientaria brancos e negros na participação plena das oportunidades sociais. 
De acordo com ele, se suas indicações não ocorressem, a desigualdade social 
permaneceria. 
Já a obra A Revolução Burguesa no Brasil, foi dada como uma tentativa de 
explicação das origens e fundamentos do Estado autoritário. Para Florestan, o 
conceito de “revolução burguesa” está diretamente ligado com o fio investigativo da 
origem do capitalismo no Brasil. 
No livro, é apresentada a ideia da periodização tradicional. Sendo esta a 
Independência abrindo espaço para a emergência da sociabilidade da classe média, 
antes bloqueada pela conjugação de estatuto colonial e escravismo. O simples 
rompimento com a condição colonial abre alas para o desenvolvimento de um 
comércio e da vida urbana, tendo o Estado como alicerce e preparando a 
modernização. 
	 10	
A introdução do trabalho assalariado e a consolidação da “ordem econômica 
competitiva”, no final do século XIX, não liberaram completamente as potencialidades 
da racionalidade burguesa. Gerando, assim, uma sociedade híbrida e o “capitalismo 
dependente”. 
Logo, o autor relaciona o termo “capitalismo dependente” com a associação da 
burguesia com o capital internacional. A revolução citada, teria conduzido o nosso 
país à transformação capitalista (passando pelo capitalismo moderno, competitivo e 
monopolista), mas não uma revolução nacional e democrática. 
Analisando a sociedade brasileira atual, podemos relacionar seus 
pensamentos sobre desigualdade social e perceber que, mesmo anos depois, ainda 
há sequelas da Abolição de 1888 e que ainda permanece certa “supremacia” racial 
branca. Nos dias de hoje, existem programas como as cotas raciais em universidades 
e cargos públicos que visam aumentar a participação do elemento negro na sociedade 
capitalista e desolar a “superioridade” branca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	 11	
CELSO FURTADO 
 
 
Celso Monteiro Furtado (1920-2004), conhecido popularmente como Furtado, 
foi considerado pioneiro e inovador em relação ao pensamento econômico, não se 
limitando somente a territórios nacionais dentro do Brasil, mas expandiu seu 
conhecimento ao longo da América Latina. Furtado é muitas vezes mencionado como 
fundador dos estudos de economia política brasileira. Seu pensamento esteve muito 
vinculado com as ideias promovidas pela CEPAL (Comissão Econômica para a 
América Latina), órgão criado pela ONU com o intuito de ajudar países latinos 
americanos em seu progresso econômico. 
Furtado se tornou Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio de 
Janeiro (1944), Doutor em Economia (1948) pela Universidade de Paris Sorbonne e 
fez pós-graduação na Universidade de Cambridge (1957), tornando-se Fellow do 
King’s College. Um fato curioso a respeito de Celso Furtado foi sua participação na 
FEB (Força Expedicionária Brasileira) durante o período da Segunda Guerra Mundial. 
Entre 1944 e 1945, atuou como técnico da administração do governo brasileiro, e 
depois trabalhou como economista da Fundação Getúlio Vargas entre 1948 e 1949. 
Furtado foi responsável também pelas diretrizes do Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico (BNDES) e da Superintendência de Desenvolvimento 
do Nordeste (Sudene), durante sua ativa administração econômica no governo de 
João Goulart (1919-1976). 
No ano de 1964, o Brasil sofreu um golpe militar, com isso Furtado teve seus 
direitos políticos caçados por cerca de dez anos. Durante este período de perseguição 
ele se dedicou à pesquisa e ao ensino da Economia do Desenvolvimento e da 
Economia da América Latina em diferentes universidades, tais como as de Yale (EUA, 
1964-1965), Sorbonne (França, 1965-1985), American University (EUA,1972), 
Cambridge (Inglaterra,1973-1974) e Columbia (EUA, 1976-1977). 
Graças à redemocratização, Furtado foi eleito embaixador do Brasil junto à 
Comunidade Econômica Europeia no ano de 1985 e 1986. Elaborou a primeira 
legislação de incentivos fiscais e fez a defesa da identidade cultural brasileira quando 
foi Ministro da Cultura do Governo Sarney (1986-1988). Durante praticamente toda 
	 12	
sua vida, foi membro de diversos projetos, revistas econômicas e conselhos 
acadêmicos. 
Na visão dele, de maneira sistemática, a economia do mundo já estava 
definida, dessa forma a economia não era nada além de um sistema instrumental que 
permita cuidar de problemas provenientes da observação histórica ou da vida dos 
homens em sociedade. Furtado afirma que nunca pôde compreender a existência de 
um problema “estritamente econômico”. Para exemplificar o economista dizia que a 
inflação nunca foi algo além da manifestação de conflitos de certo tipo entre grupos 
sociais. “Da mesma forma, uma empresa nunca foi outra coisa senão a materialização 
do desejo e poder de um ou vários agentes sociais, em uma de suas múltiplas formas”, 
diz ele em um de seus depoimentos. 
Furtado é um dos grandes economistas responsáveis pelo estudo no pós-
guerra, e sendo pioneiro em estudar os problemas do desenvolvimento econômico 
relacionando-os com os problemas históricos. 
O legado de Celso Furtado faz parte de uma tradição mais abrangente de 
trabalhos relacionados ao Brasil e a América Latina. Seu principal objetivo era captar 
a especificidade das nossas sociedades, justificando como são diferentes dos casos 
“clássicos”, europeus e norte americanos. Dentro dos estudos sobre nosso país e 
América Latina, destaca-se dos demais autores por ter sido um dos poucos a 
conseguir intervir de forma direta na realidade, o que só foi permitido devido seus 
interesses e experiência de vida. 
Durante toda a sua vida, Furtado escreveu diversas obras falando 
principalmente sobre desenvolvimento econômico e a história da economia.Escreveu 
dentre outras publicações: Contos da Vida Expedicionária (1946); A Economia 
Brasileira (1954); Uma Economia Dependente (1956); Perspectivas da Economia 
Brasileira (1958); Formação Econômica do Brasil (1959); Desenvolvimento e 
Subdesenvolvimento (1961); Subdesenvolvimento e Estado Democrático (1962); 
Dialética do Desenvolvimento (1964); Subdesenvolvimento e Estagnação na América 
Latina (1966); e Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico (1967). 
Em resumo, o livro Formação Econômica do Brasil fala a respeito dos 
fundamentos econômicos da ocupação territorial. De acordo com Furtado, a história, 
o poder político, a realidade, as forças produtivas sempre em um determinado 
momento iriam se ligar. Explica que a ocupação da América foi um “episódio de 
expansão comercial europeu”. As invasões turcas nos mercados orientais geraram 
	 13	
muitas dificuldades aos mercadores europeus. Dessa forma, foram forçados a ter de 
buscar novas terras além do Oriente, assim dando início as expansões marítimas 
em direção a América. De uma forma geral o livro explica historicamente cada etapa 
da formação econômica no Brasil, trazendo dados históricos e relacionando-os com 
a realidade atual. 
A obra Desenvolvimento e Subdesenvolvimento foi editada por Furtado em 
1961 em meio a uma intensa atividade política e administrativa. Na época em que foi 
lançada a primeira edição, existia uma grande corrida entre os economistas para 
explicar alguns temas entre eles o desenvolvimento e subdesenvolvimento. Furtado 
inicia o livro explicando de fato o que seria desenvolvimento, em sua visão, tratava-se 
do aumento do fluxo de renda real, que nada mais era do que o incremento da 
quantidade de bens e serviços. Além disso, indaga que o desenvolvimento é relativo 
a cada sociedade uma vez que esse processo está sujeito até mesmo a fatores 
ambientais e climáticos. 
O exemplar Teoria e política do desenvolvimento econômico, ele formula sua 
tese Teoria do subdesenvolvimento. Explica com rigor que o subdesenvolvimento é 
um processo histórico e não uma etapa que as economias tenham necessariamente 
passado para alcançar um nível superior de desenvolvimento. 
O pensamento de Furtado não se tornou obsoleto, pelo contrário, ainda é muito 
atual. Muitos dos seus conceitos econômicos podem ser utilizados na política 
econômica brasileira ainda hoje, conceitos estes que devem levar em consideração o 
pensamento econômico e aliá-lo com a história, não podendo se esquecer da 
conotação social incluindo a análise humanitária. Celso está entre os maiores se não 
o maior estudioso do campo econômico não só do Brasil, mas também do mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
	 14	
OCTAVIO IANNI 
 
 
Octavio Ianni nasceu em 13 de outubro de 1926 na cidade de Itu (SP) e faleceu 
em 4 de abril de 2004 em São Paulo (SP) aos 77 anos devido a um câncer. Foi 
sociólogo e professor. Considerado um dos fundadores da Sociologia no Brasil, 
formou-se em ciências sociais na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP 
em 1954, posteriormente começou a ministrar Sociologia na faculdade. 
Até o início da década de 60 manteve como foco de suas pesquisas questões 
raciais e étnicas, estudando a situação do negro e o racismo, era crítico das mazelas 
raciais. Mudando a finalidade de suas pesquisas, começou a estudar e analisar o 
desenvolvimento do país. Na década de 80, passou a criticar o processo de 
globalização e o neoliberalismo. 
Ianni foi muito influenciado pelo jeito marxista de pensar e devido a isso, por 
meio do decreto do AI-5, foi aposentado, proibido de dar aulas na USP, mas foi 
contratado pela PUC-SP e integrou a equipe de pesquisadores do Centro Brasileiro 
de Análise e Planejamento (CEBRAP), foi professor visitante e conferencista em 
universidades americanas e europeias. Em 1997, retornou à Universidade de São 
Paulo e após foi ministrar na Universidade Estadual de Campinas. Participou da 
Escola de Sociologia Paulista (atual FESPSP), onde traçou um panorama novo sobre 
o preconceito racial e formulou uma agenda específica de estudos sobre o 
desenvolvimento e o subdesenvolvimento econômico no Brasil. 
Ao lado de Florestan Fernandes e do ex-presidente Fernando Henrique 
Cardoso, é considerado um dos principais sociólogos do país. 
Ianni publicou diversas obras ao longo de sua trajetória, alguns destaques são: 
Cor e Mobilidade Social em Florianópolis (1960, em colaboração com Fernando 
Henrique Cardoso); Homem e Sociedade (1961); Metamorfoses do Escravo (1962); 
Industrialização e Desenvolvimento Social no Brasil (1963); Política e Revolução 
Social no Brasil (1965); Estado e Capitalismo no Brasil (1965); O Colapso do 
Populismo no Brasil (l968); Raças e Classes Sociais no Brasil (1972); A Formação do 
	 15	
Estado Populista na América Latina (1975); Imperialismo e Cultura (1976); Escravidão 
e Racismo (1978); A Ditadura do Grande Capital (1981); Classe e Nação (1986); 
Dialética e Capitalismo (1987); Ensaios de Sociologia da Cultura (1991); A Sociedade 
Global (1992); Teorias da Globalização (1995); A Era do Globalismo (1997); Enigmas 
da Modernidade-mundo (2000); A Globalização e o Retorno da Questão Nacional 
(2000). 
O exemplar O Colapso do Populismo no Brasil introduz o leitor em sua análise 
do populismo, sendo este uma expressão política de rupturas internas e externas no 
âmbito de estruturas econômicas e sociais, através das crises, tensões e 
reajustamentos ocorridos no período de 1918 a 1964. 
Escreve que o desenvolvimento somente ocorreria caso houvesse autonomia 
econômica, política e social, possibilitada por uma ruptura total com a sociedade 
tradicional, esta que é baseada na economia de exportação. O período de 1930 a 
1964 tem como principal característica um Estado consolidado, enquanto o sistema 
econômico enfrenta rompimentos parciais, refletindo em âmbito social através de 
crises e tensões, as quais teriam, teoricamente, duas soluções: o socialismo ou a 
internacionalização. 
O autor levanta a hipótese de que o divórcio entre o poder político transforma 
a consciência de massa em consciência de classe, diferenciando os pensamentos de 
pessoas de classes sociais divergentes, abrindo, desta maneira, diversas 
possibilidades de rumos inteiramente novos para o destino do país. Hoje em dia, é 
visto que a comprovação científica dessa hipótese é complexa. 
O livro As Metamorfoses do Escravo apresenta uma pesquisa sobre a questão 
afrodescendente na região de Curitiba (PR), exibindo a história, desde a origem 
comunitária até o século XX, do local. Um dos objetivos seria a compreensão da 
posição social do negro com o fim da economia escravista. 
Descreve que o regime escravocrata, por um longo período, estabeleceu a 
base à sociedade curitibana, mas com a libertação legal dos escravos houve condição 
de semi-escravo, semi-liberto, semi-homem. Para Ianni, o fenômeno da abolição é 
compreendido como um processo social lento e complexo, acontecendo por meio de 
	 16	
um movimento amplo relacionado às transformações da economia mundial e que 
repercute na sociedade brasileira, exigindo a complicada substituição do sistema de 
castas pelo sistema de classes sociais. 
 Identifica contradições e ambiguidades nas relações entre o senhor e o 
escravo, principalmente na tentativa da limitada ascensão social escravista, porém, 
para ele, a abolição é, ao mesmo tempo, efeito das próprias ambiguidades internas 
ao sistema e que se formam e conformam na rica teia das relações sociais. Procura 
mostrar os diversos níveis em que a abolição se manifesta, sendo na parte legislativa, 
em revoltas, fugas, homicídios e suicídios de escravos. Relata, a partir do século XIX, 
um “branqueamento” da população e a marginalização dos negros, por onde a cor da 
pele, no contexto de uma sociedade de classes, passa a se tornar marca decisiva, 
limitando ou possibilitando a ascensão social, gerando classificações e o preconceito.Octavio Ianni foi um pensador devotado à compreensão das diferenças sociais, 
das injustiças a elas associadas e dos meios de superá-las. Deixou como legado o 
empenho em relação à igualdade racial, à reforma agrária, ao desenvolvimento e à 
soberania do Brasil. Lega, também, uma forma instigante de enfrentar criticamente os 
desafios da “realidade social viva, complexa, intrincada, contraditória, em contínuo 
movimento”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	 17	
DARCY RIBEIRO 
 
 
Darcy Ribeiro nasceu em 26 de outubro de 1922 na cidade de Montes Claros 
(MG) e faleceu em 17 de fevereiro de 1997, em Brasília (DF), aos 74 anos, devido a 
um câncer de próstata. Foi sociólogo, antropólogo, etnólogo, romancista, educador e 
político. Em 1946, Darcy obteve seu diploma em Ciências Sociais na especialização 
em antropologia pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Em 1948 casou 
com Berta Gleizer Ribeiro, também antropóloga e etnóloga, porém, separaram-se em 
1974, ano em que estavam exilados no Chile. 
Reconhecido por ser um forte defensor da causa indígena. Entre os anos de 
1947 e 1956 trabalhou no Serviço de Proteção ao Índio (atual Funai), viajou ao Mato 
Grosso (na época ainda unificado num estado) e à Amazônia junto com sua esposa. 
Colaborou na fundação do Museu do Índio e na criação do Parque Indígena do Xingu. 
Possui grande influência na educação brasileira. Defendia a democratização 
do ensino público e de qualidade, pois acreditava que o futuro estava localizado na 
educação. Em 1957, assumiu a direção da Divisão de Estudos Sociais do Ministério 
de Educação e Cultura, junto com Anísio Teixeira influenciou o processo de 
elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1961, futuramente 
elaborou uma nova LDB, sancionada em 1996, e fundou a Universidade de Brasília 
(UNB). No governo de João Goulart foi ministro da Educação e da Cultura. Em 1982, 
filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), elegeu-se vice-governador do Rio 
de Janeiro e trabalhou junto ao governador Leonel Brizola na criação dos Centros 
Integrados de Educação Pública (CIEP). No ano de 1990, elegeu-se senador, cargo 
ocupado até sua morte, e no ano de 1992 integrou na Academia Brasileira de Letras. 
Durante a Ditadura Civil-Militar, Ribeiro foi exilado por ser um militante marxista. 
Retornou em 1968, mas acabou por ser preso por nove meses, após ser solto, exilou-
se até 1976, passando pela Venezuela, Uruguai, Chile e Peru. 
Darcy escreveu diversas obras no decorrer de sua vida, cujas principais foram 
nas áreas de antropologia, sociologia e educação como: Religião e Mitologia 
	 18	
Kandiweu (1950); Culturas e Línguas Indígenas do Brasil (1957); A Política Indigenista 
Brasileira (1962); O Processo Civilizatório (1968); A Universidade Necessária (1969); 
Os Índios e a Civilização (1970); Os Brasileiros: Teoria do Brasil (1972); 
Configurações Histórico-culturais dos Povos Americanos (1975); O Dilema da 
América Latina (1978); Nossa Escola é uma Calamidade (1984); América Latina: a 
Pátria Grande (1986); O Povo Brasileiro: a Formação e o Sentido do Brasil (1995); 
Diários Índios (1996). Como romancista publicou: Maíra (1976); O Mulo (1981); Utopia 
Selvagem (1982); Migo (1988) e Confissões (1997). 
O exemplar O Povo Brasileiro: a Formação e o Sentido do Brasil, é muito 
importante à compreensão da formação étnica e cultural de nosso país. Relata que a 
diversidade, sendo uma característica forte do Estado brasileiro, deu-se 
preponderantemente pela miscigenação entre índios, negros e colonizadores 
brancos, porém, a formação do povo aconteceu em meio a um processo violento 
devido a marginalização cultural africana e indígena através dos colonizadores. 
Destacou também a estratificação das classes sociais, a desigualdade entre elas e a 
desumanização das relações de trabalho. Ribeiro complementa descrevendo as cinco 
matrizes formativas do brasileiro, são elas: Brasil Sertanejo (regiões Nordeste e 
Centro; ameríndio, brancos e mestiços; parte mais sofrida), Crioulo (região litorânea; 
baseado na produção de açúcar dos engenhos; após a abolição da escravidão, os 
negros não conseguiram ingressar no mercado de trabalho, marginalizando-se), 
Caboclo (região da Floresta Amazônica; principalmente indígena), Caipira (região 
Sudeste e Centro-Oeste; o morador segue desde os primórdios da fusão entre o índio 
e o português; maior influência na formação do país) e Sulino (região Sul; forte 
interferência europeia; cultura gaúcha). 
No livro Nossa Escola é uma Calamidade, escreve sobre a deficiência da rede 
de ensino público brasileiro. A porcentagem de analfabetismo está crescente devido 
a estrutura da educação, cada vez mais jovens com baixo poder monetário tem menos 
acesso a escolarização de qualidade. O autor enuncia que quase metade da 
população é analfabeta, alguns sabem escrever seu nome, mas não sabem ler e/ou 
interpretar. Realça que um bom ensino primário seria a solução mais simples, eficaz 
e econômica ao combate à ignorância. Critica o governo como causador da 
fragmentação da educação brasileira. 
	 19	
Darcy Ribeiro ainda continua relevante, seus estudos antropológicos 
proporcionam conhecimento e compreensão sobre a origem e sobre a diversidade 
cultural de nosso país, principalmente em relação a indígena, a qual contribuiu para a 
inclusão social, proteção e respeito para com a cultura. Explica o conflito interétnico 
do Brasil, onde o preconceito é interno ao brasileiro. Permanece atual em relação a 
importância que dava à educação. Uma vez disse: “Se nossos governantes não 
fizerem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construírem presídios”. Hoje em dia 
pode-se observar que pouco foi feito sobre essa questão e sua previsão está se 
tornando realidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	 20	
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
 
 
Fernando Henrique Cardoso nasceu no Rio de Janeiro em 1931 e aos três anos 
foi morar em São Paulo. No ano de 1952, formou-se em Ciências Sociais na 
Universidade de São Paulo (USP). No ano seguinte casou-se com a antropóloga Ruth 
Cardoso e tiveram três filhos. Foi professor da Faculdade de Economia da USP e no 
mesmo ano que se casou, começou sua especialização em sociologia. Graduou-se 
em 1961. 
Em 1954, tornou-se o mais novo membro do Conselho Universitário da USP. 
Integrou a direção do Conselho de Sociologia Industrial e do Trabalho em 1960, 
também pós-graduou-se no Laboratoire de Sociologie Industrielle da Universidade 
de Paris em 1962 e 1963. No ano seguinte foi acusado de subversão por conta do 
golpe militar e exilou-se no Chile, lá trabalhou na Comissão Econômica para a América 
Latina e Caribe, e no Instituto Latino Americano e Planejamento Econômico Social. 
Em 1967, foi convidado para trabalhar na Universidade de Paris-Nanterre, na 
França, mas voltou ao Brasil logo, em 1968. Fundou o CEBRAP que, no futuro, 
tornou-se uma resistência intelectual ao regime militar. Em 1978 virou suplente de 
Franco Montoro e assim começou sua vida política. Tornou-se senador e no ano de 
1986 fundou o Partido Social Democrático Brasileiro (PSDB). Em 1988 integrou a 
Assembleia Nacional e ajudou a elaborar a Constituição. Candidatou-se a presidente 
da república em 1994, ganhando no primeiro turno, fundamentando, no êxito, a 
campanha do Plano Real. Presidiu a república de 1995 a 2002, cumprindo dois 
mandatos. 
Escreveu vários livros, entre eles estão: Negros em Florianópolis: relações 
sociais e econômicas (1955); Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional (1977); 
Política e desenvolvimento em sociedades dependentes (1971), Autoritarismo e 
democratização (1975); As ideias e seu lugar: ensaios sobre as teorias do 
desenvolvimento (1980); Cartas a um Jovem Político (2006); Brasil Globalizado 
(2008); Dependência e Desenvolvimento na América Latina (com Enzo Faletto) 
(1970); Brasil 500 anos: futuro, presente, passado(2000). 
Em Autoritarismo e democratização, descreve o autoritarismo como o golpe 
militar, que segundo ele foi a forma encontrada para interromper o processo 
	 21	
democrático no país. Para ele, o regime militar era autoritário-burocrático, então a 
democratização seria uma solução ao regime, a quebra à autocracia, iniciando pela 
descentralização do poder político e econômico. 
Outra obra de Fernando Henrique é o livro Dependência e Desenvolvimento da 
América Latina, este que traz ideias para o desenvolvimento econômico de países 
dependentes e explicações ao capitalismo Latino-Americano. Ele diz que a sociedade 
na política, entre outros fatores, irá se modificar à medida que as classes sociais 
conseguem impor os seus interesses. Fala que os países Latino-Americanos são 
incapazes de se desenvolver tanto na econômica quanto socialmente, pois não criam 
uma alternativa própria, ficando em constantes alianças (no setor agrário, industrial e 
burocrático) e o povo não conseguiria fazer uma revolução socialista. 
Cardoso via o baixo desenvolvimento social e econômico do Brasil como um 
problema e até citou uma solução: o desenvolvimento-associado, que nada mais é do 
que abrir o mercado interno para fora. Dizia que os países latino-americanos eram 
incapazes de encontrar uma via própria para o desenvolvimento social e econômico, 
acreditava também que esses governos formados por diversas alianças não são 
capazes de criar uma alternativa própria. 
O desemprego atualmente, para Cardoso, só existe porque os governantes 
anteriores e atuais não conseguiram fazer a população pensar na existência de 
pessoas que não vivem nas mesmas condições que as suas. Para ele, a sociedade 
só se desenvolverá quando todas as classes conseguirem ter as mesmas 
oportunidades e terem o mesmo direito de impor seus interesses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	 22	
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Os fundadores da sociologia brasileira foram apresentados e, desta 
forma, percebe-se que mesmo estando em uma época diferente e mais 
avançada da história, os seus pensamentos continuam se aplicando à 
sociedade brasileira atual. 
Com este trabalho, observa-se a importância do pensamento e do 
estudo sociológico e como eles podem estar diretamente relacionados 
com os problemas sociais do cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	 23	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-do-
abc/interpretacoes-do-brasil/resumos/gilberto-freyre-resumo-sobrados-e-
mucambos/4354709/view 
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/gilberto-freyre.htm 
Sociologia- Introdução à Ciência da sociedade- Cristina Costa- Editora Moderna 
file:///C:/Users/Windows/Downloads/43610-Texto%20do%20artigo-52063-1-10-
20120919.pdf 
https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/sergio-buarque-de-holanda.htm 
https://brasilescola.uol.com.br/biografia/sergio-buarque-holanda.htm 
https://blog.estantevirtual.com.br/2017/07/11/7-livros-para-conhecer-a-obra-de-
sergio-buarque-de-holanda/ 
https://www.todamateria.com.br/raizes-do-brasil/ 
https://www.youtube.com/watch?v=_bMnYKQ5Z_8 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caio_Prado_J%C3%BAnior 
https://www.ufjf.br/virtu/files/2010/05/artigo-7a12.pdf 
https://brasilescola.uol.com.br/biografia/caio-prado-junior.htm 
http://www.interpretesdobrasil.org/sitePage/62.av 
http://www.periodicos.ufc.br/eu/article/view/27241 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01881999000100012 
https://www.youtube.com/watch?time_continue=244&v=xmsn7k_IJOY&feature=emb
_logo 
https://brasilescola.uol.com.br/biografia/florestan-fernandes.htm 
https://www.todamateria.com.br/florestan-fernandes/ 
https://lastro.ufsc.br/?p=3320 
http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/131955/128100 
https://www.ebiografia.com/florestan_fernandes/ 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141996000100006 
https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/a-sociologia-militante-de-florestan-
fernandes/ 
	 24	
https://mst.org.br/2020/07/13/10-livros-para-comemorar-centenario-de-florestan-
fernandes/ 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782017000200589 
https://periodicos.ufsc.br/index.php/emdebate/article/view/21321 
https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/47142/28407 
https://www.infoescola.com/biografias/celso-furtado/ 
http://www.interpretesdobrasil.org/sitePage/66.av 
https://www.academia.org.br/academicos/celso-furtado/biografia 
www.centrocelsofurtado.org.br/ 
http://interpretesdobrasil.org/sitePage/66.av#:~:text=%20Obras%20de%20Celso%20
Furtado%3A%20%201%201946%3A,1962%3A%20Subdesenvolvimento%20e%20E
stado%20%20democr%C3%A1tico%20More%20 
https://lcmenini.jusbrasil.com.br/.../resenha-formacao-economica-do-brasil 
https://www.trabalhosgratuitos.com/Humanas/Economia/Celso-Furtado-Desenvolvimento-e-
Subdesenvolvimento-1144630.html 
https://ideiaeconomica.blogspot.com/ 
https://educacao.uol.com.br/biografias/octavio-ianni.htm 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142004000100002 
https://www.acessa.com/gramasci/?id=413&page=visualizar 
https://www.fundaj.gov.br/images/stories/observanordeste/octavioianni.pdf 
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_b_darcy_ribeiro.htm; 
https://www.todamateria.com.br/darcy-ribeiro/; 
https://mundoeducacao.uol.com.br/biografias/darcy-ribeiro.htm; 
https://cafecomsociologia.com/darcy-ribeiro/; 
https://pt.slideshare.net/BrunoBarbosa166/sociologia-no-brasil-75551671; 
https://www.todoestudo.com.br/sociologia/darcy-ribeiro; 
https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/darcy-ribeiro-e-o-
povo-brasileiro-obra-ainda-e-chave-para-entender-a-formacao-etnica-e-cultural-do-
brasil.htm; 
https://onorte.net/opini%C3%A3o/vitrine-liter%C3%A1ria-1.468517/nossa-escola-
%C3%A9-uma-calamidade-1.474870; 
https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/fernando-henrique-
cardoso.htm 
https://www.todamateria.com.br/fernando-henrique-cardoso/ 
	 25	
https://www.fe.unicamp.br/pf-fe/publicacao/4906/res1_22.pdf 
http://www.iea.usp.br/pessoas/pasta-pessoao/octavio-ianni; 
https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Humanos/Morre-critico-das-
mazelas-raciais-e-do-neoliberalismo-brasileiro/5/1599; 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901969000400008; 
https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Vf80cDz4qzkJ:https://revi
stas.ufpr.br/campos/article/download/1646/1388+&cd=12&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br; 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Octavio_Ianni; 
https://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/10.1590_s0034-75901969000400009.pdf	
 
 
 
COSTA, Cristina Sociologia – introdução à ciência da sociedade, 2016

Outros materiais

Outros materiais