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Artigo Científico - Processos de Licitação na Concessão de Serviços Públicos - Revisado

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Os Processos de Licitação na Concessão de Serviços Públicos de Energia e 
Saneamento1 
Adryson Soares2 
Tiago Andreotti e Silva3 
Heitor Romero Marques4 
 
RESUMO 
Este trabalho sobre os processos de licitação na concessão dos serviços públicos de energia e 
saneamento tem a finalidade de analisar o procedimento adotado pelo Estado para conceder os 
serviços públicos para a iniciativa privada e qual a importância econômica que as referidas concessões 
acarretam para a Administração Pública. Para tanto, foram utilizados os métodos de procedimento 
hipotético-dedutivo e o de abordagem histórico e funcionalista, embasado em revisão bibliográfica e 
documental, tendo como marco teórico o estudo da história geral das licitações. Quanto aos resultados 
da pesquisa, averiguou-se que as análises de risco realizadas pela Administração Pública garantem a 
isonomia financeira do Estado, bem como asseguram a prestação dos serviços públicos com qualidade 
para os cidadãos brasileiros. Concluiu-se, por fim, que, a política de licitações, bem como o processo 
de habilitação das empresas vencedoras cumprem todos os trâmites previstos em lei. 
 
PALAVRAS-CHAVE: 1. Licitação 2. Concessão Pública. 3. Contratos. 4. Direito 
Administrativo. 
 
ABSTRACT 
This work on the bidding processes in the concession of public energy and sanitation services aims to 
analyze the procedure adopted by the State to grant public services to the private sector and what 
economic importance these concessions entail for the Public Administration. For this purpose, the 
methods of hypothetical-deductive procedure and the historical and functionalist approach were used, 
based on bibliographic and documentary review, having as theoretical framework the study of the 
general history of bids. As for the results of the research, it was found that the risk analyses carried out 
by the Public Administration guarantee the financial isonomy of the State, as well as ensure the 
provision of quality public services to Brazilian citizens. Finally, it was concluded that the bidding 
 
1 Este artigo é resultado de trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Católica Dom Bosco, sob 
a orientação metodológica do Prof. Dr. Heitor Romero Marques e orientação temática do Prof. Dr. Tiago 
Andreotti e Silva, como requisito parcial para obtenção de grau de bacharel em Direito da Universidade Católica 
Dom Bosco. 
2 Graduando do 10º semestre do curso de Direito na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). E-mail: 
adryson.as@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/0589239167649155. 
3 Graduado em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco (2008), especialização em Direito Tributário pelo 
Instituto Brasileiro de Estudos Tributarios (IBET) (2009), "LL.M. in International Legal Studies" pela New York 
University (2010), "Master in Comparative, European and International Laws" pelo European University 
Institute (2011) e doutorado pelo European University Institute (reconhecido pela USP em novembro de 2016). 
É advogado inscrito na OAB desde 2009 e membro da Ordem dos Advogados do Estado de Nova Iorque/Estados 
Unidos desde 2012, atuando na área contenciosa e consultiva. E-mail: rf3614@ucdb.br. Lattes: 
http://lattes.cnpq.br/5649166655994007. 
4 Possui graduação em Ciencias - Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (1976), graduação em Pedagogia 
- Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (1981), graduação em Educação Moral e Cívica Exame de 
Suficiência pela Universidade Federal de Goiás (1971), graduação em Ciências de Primeiro Grau Exame de 
Suficiência pela Universidade Federal de Goiás (1969), Especialização em Filosofia e História da Educação 
(1986) - FUCMT. Mestrado Em Educação Formação de Professores pela Universidade Católica Dom Bosco 
(1996) e doutorado em Desarrollo Local Y Planificación Territorial - Universidad Complutense de Madrid 
(2004). E-mail: heiroma@ucdb.br Lattes: http://lattes.cnpq.br/6681173217974714. 
 
2 
 
policy, as well as the qualification process of the winning companies comply with all the procedures 
provided for by law. 
 
1 INTRODUÇÃO 
Presente no Brasil, com maior alcance, desde meados da década de 1990, as 
privatizações se tornaram a principal forma de conciliar a redução de gastos do Estado e a 
melhora na qualidade da prestação de determinados serviços. A abertura dos grandes serviços 
para a iniciativa privada, estabelece melhores condições das relações de consumo, bem como 
garante, diretamente, melhoras sociais, como a geração de empregos. Porém, para que a 
iniciativa privada seja justa, tanto para o Estado quanto para o contribuinte, faz-se necessário 
que se pratiquem as melhores tarifas para o consumidor final e os menores custos a serem 
repassados para o poder concedente. Daí surge a Política de Licitações, que é regida pela Lei 
nº 8.666/1993. 
Diante deste cenário, o presente projeto de pesquisa tem como objetivo principal 
analisar em que consistem os Processos de Licitações dos serviços públicos, tais como 
Distribuição de Energia e Saneamento Básico, justificando, enfim, os benefícios desta 
modalidade de Concessão. 
Diante deste cenário, o presente projeto de pesquisa tem como objetivo principal 
analisar a importância dos processos de licitação e o impacto econômico gerado com a 
concessão dos serviços públicos de saneamento e distribuição de energia elétrica para o 
Estado. 
Nesse ínterim, este trabalho levanta como problemática a possibilidade de 
irregularidades na atuação do Estado na habilitação das empresas vencedoras, sob a ótica de 
uma eventual concessão a uma empresa privada que não preencha todos os requisitos 
previstos no processo de licitação. 
Desse modo, para o estudo do tema, será utilizado o método de procedimento 
hipotético-dedutivo, pelo qual serão analisadas as habilitações das Concessionárias de 
Saneamento e Distribuição de Energia Elétrica da cidade de Campo Grande, Águas Guariroba 
S.A. e Energisa Distribuidora de Energia S.A., respectivamente, com ênfase nos requisitos 
que as garantem legalmente habilitadas. 
Será utilizado, também, o método de procedimento auxiliar histórico, realizando-se 
uma análise da história das parcerias público-privadas (PPP’s) em geral. 
3 
 
Desta forma, o primeiro item está reservado em apresentar o conceito de licitação e os 
principais tipos de editais deste procedimento. 
O segundo item, por sua vez, é destinado ao resgate histórico que norteiam as 
Parcerias Público-Privadas e a importância da iniciativa privada nos serviços públicos do 
Brasil. 
Por fim, o terceiro e último item tem o propósito de realizar uma análise prático-
jurídica da atuação da Águas Guariroba S.A e Energisa Distribuidora de Energia S.A, a partir 
dos termos dos contratos de concessão, as quais são partes ativas.. 
 
2 AS LICITAÇÕES 
Para que se torne possível a compreensão dos processos licitatórios e a importância 
econômica que a concessão de serviços públicos gera ao Estado, faz-se necessário 
desenvolver a compreensão da origem, contexto histórico, aplicabilidade e atribuições legais 
das licitações. 
2.1. O que é uma Licitação? 
Regulamentada pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a licitação é um processo 
de competência exclusiva da Administração Pública que, a partir dos requisitos 
predeterminados em edital, analisa as propostas para a aquisição de bens, produtos ou, ainda, 
para a concessão de serviços de titularidade do Estado. O art. 3º da lei supracitada conceitua a 
licitação como: 
“Art. 3º. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio 
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a 
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será 
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da 
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, 
da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, dojulgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.” 
A Lei de Licitações tem como objetivo, também, impedir os favorecimentos que sejam 
ilegítimos, ou seja, afasta a possibilidade de prejuízos dos interesses públicos, garantindo a 
idoneidade dos investimentos de recursos públicos. 
Marcos Maia (2012, p. 7), ex-presidente da Câmara do Deputados, manifesta que: 
“Pela licitação, os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência, que são impositivos para a 
administração pública, ganham concretude, inibindo desvios criminosos de 
4 
 
recursos públicos e assegurando o atendimento adequado do cliente 
primordial do Estado, que é o cidadão-contribuinte.” 
Já o doutrinador Meirelles (2013, p.45), conceitua licitação da seguinte forma: 
“Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração 
Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. 
Visa a proporcionar iguais oportunidades aos que desejam contratar com o 
Poder Público, dentro dos padrões previamente estabelecidos pela 
Administração, e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios 
administrativos.” 
Em outras palavras, a Licitação é um processo pelo qual o Estado analisa as propostas 
realizadas pelas empresas privadas participantes, com o intuito de adquirir determinado 
produto a ser pago com dinheiro público, ou concedendo a operação e exploração de 
determinado serviço de titularidade do Estado, garantindo a máxima integridade com os 
termos da lei, assegurando, assim, a correta aplicação das verbas públicas, reafirmando, assim, 
o regime político democrático, uma vez que assegura a todos os interessados, sem distinção, a 
liberdade de participar de forma igualitária de processos destinados à aquisição de bens e 
produtos ou serviços concedidos pela Administração Pública. 
 
2.2 As principais modalidades de Licitação 
 
A licitação pode ocorrer de diversas formas, de acordo com a finalidade, urgência, tipo 
de procedimento e valor do contrato a ser firmado. Desta forma, os processos licitatórios, de 
acordo com o ordenamento jurídico, são divididos em 5 (cinco) modalidades principais. 
A primeira modalidade é a Licitação por Concorrência, que é definida pelo artigo 22, 
§1º da Lei nº 8.666/93, como: 
“§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados 
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os 
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu 
objeto.” 
 A Concorrência pode ocorrer de forma ampla, uma vez que a participação é 
assegurada a qualquer interessado, desde que este seja apto a comprovar o cumprimento dos 
requisitos mínimos para a qualificação exigida pelo edital. O julgamento é realizado por 
comissão, sendo admitida a pré-qualificação dos licitantes e abrange qualquer tipo de licitação. 
A segunda modalidade a ser mencionada é a Licitação por Tomada de Preços, definida 
através do artigo 22, §2º da Lei 8.666/93, como: 
“§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados 
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas 
para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das 
propostas, observada a necessária qualificação.” 
5 
 
A Tomada de Preços ocorre de forma mais restrita, em detrimento à Concorrência, 
uma vez que se exige que os participantes interessados estejam previamente cadastrados ou, 
ainda, que as interessadas que porventura cumpram com todos os requisitos exigidos para o 
cadastramento até o terceiro dia anterior ao da data de recebimento das propostas. Apesar da 
necessidade do cadastramento, a Tomada de Preços é uma modalidade mais ágil que a 
Concorrência e conta com grande publicidade. 
A terceira modalidade licitatória a se apresentar é o Convite, que é regulamentada pelo 
art. 22, §3º da Lei 8.666/93, como: 
“§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo 
pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em 
número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em 
local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos 
demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu 
interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação 
das propostas.” 
 Dentre as modalidades de licitação, o Convite é o responsável para os contratos de 
menor valor. Por essa razão, essa modalidade é menos completa e de conclusão mais rápida, 
possuindo uma publicidade reduzida. Para a sua realização, a Unidade da Administração 
Pública convida, ao menos, 3 (três) interessados, sejam eles cadastrados ou não, afixando uma 
cópia do instrumento convocatório. Caso haja novos interessados que não tenham sido 
convidados, mas tomaram conhecimento do processo, estes deverão se manifestar pelo 
interesse com antecedência mínima de 24 horas para a apresentação das ofertas. 
 A quarta modalidade de licitação prevista pela Lei 8.666/93 é o Concurso, regida pelo 
art. 22, §4º, como: 
“§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados 
para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a 
instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios 
constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima 
de 45 (quarenta e cinco) dias.” 
 A modalidade de Concurso é o processo licitatório específico para o desempenho de 
trabalhos intelectuais, sejam eles de formato artístico, técnico ou científico, podendo gerar 
prêmios ou remuneração aos vencedores do processo. Os prêmios podem ser bens 
economicamente mensuráveis ou demais premiações de qualquer natureza. Diferentemente 
das demais modalidades, em decorrência da necessidade de avaliação técnica dos trabalhos 
concorrentes, o antecedência entre a apresentação dos trabalhos a serem avaliados e a 
conclusão do certame é de 45 dias. 
 Por fim, a quinta e última modalidade licitatória é o Leilão, tipificada no art. 22, §5º 
da Lei 8.666/93, como: 
6 
 
“§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a 
venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos 
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis 
prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor 
da avaliação.” 
 A modalidade licitatória do Leilão tem por objeto a venda de bens móveis que não 
possuem qualquer utilidade à Administração Pública, de produtos e bens legalmente 
apreendidos ou penhorados (como exemplo, os lotes de leilão realizados com os veículos 
apreendidos no DETRAN dos Estados) ou, ainda, bens imóveis que foram alienados. Sua 
característica que mais difere das demais modalidades se refere a forma como é declarado o 
vencedor. Enquanto nas modalidades supracitadas o vencedor é declarado por apresentar a 
menor proposta, nesta vence quem apresentar o maior lance, sendo que o valor deve ser igual 
ou superior ao valor de avaliação do bem. 
Há, ainda, uma modalidade não-prevista na Lei 8.666/93, que é a modalidade do 
Pregão, que foi instituída através da Lei nº 10.520/2002, posteriormente regulamentada 
através dos Decretos nº 3.555/00 e 5.450/05. Nesta modalidade, os bens e serviços são 
adquiridos através de propostas ou lances sucessivos, realizada em uma sessão pública, 
podendo ser presencial ou eletrônica. Obrigatoriamente faz-se necessária a presença de um 
pregoeiro e equipes de apoio. 
 
3 A INICIATIVA PRIVADA E AS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS NO BRASIL 
Para uma coerente análise do contexto dos processos licitatórios, é necessário 
compreender a importância da Iniciativa Privada e das Parcerias Público-Privadas. Assim, 
através do conhecimento da participação privada na Administração Pública, tornar-se-á 
possível analisar a importância para o equilíbrio econômico quea privatização traz ao Estado 
e os benefícios garantidos tanto para as empresas privadas, quanto para os cidadãos. 
 
3.1 A Iniciativa Privada no Brasil x Privatização 
Antes de se levantar o debate sobre a importância da iniciativa privada na 
administração pública, deve-se compreender as diferenças entre iniciativa privada (prestação 
de serviços) e a privatização, pois são termos que se assemelham visualmente, mas que são 
procedimentos completamente distintos. 
A privatização consiste na venda de empresas públicas para o setor privado, ou seja, a 
administração pública deixa de ser a proprietária desta empresa, que passará a ser regida 
estritamente pelo regime privado. Exemplifica-se como privatização, os leilões realizados 
7 
 
pelos principais aeroportos do Brasil, como Confins (Belo Horizonte/MG), Galeão (Rio de 
Janeiro/RJ) e Guarulhos (São Paulo/SP), dentre muitos outros, os quais não são mais 
administrados pela Infraero, mas por empresas privadas que não possuem quaisquer ligações 
com a administração pública. 
Além dos aeródromos, seguem também como exemplos de privatização a Companhia 
Vale do Rio Doce (Vale), Embraer, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Light 
Distribuidora de Energia (RJ), Usiminas, Telebras e Banespa, todas essas empresas públicas 
que foram vendidas para o regime privado e que não faz mais parte da administração pública. 
A iniciativa privada, em contrapartida, consiste na concessão de serviços públicos para 
a operação privada, ou seja, companhias privadas detém a operação e exploração das 
atividades econômicas, mas são regidas pela administração pública. Sua operação é realizada 
seguindo trâmites legais de Direito Público. 
Para Nassif (2013, p. 1): 
“A utilização de ferramentas de gestão de um setor por outro (do privado ao 
público e deste ao privado) é antiga, embora ocultada quando o assunto é a 
importância do Estado à iniciativa privada, caso, por exemplo, do 
planejamento e mesmo do papel estatal como protetor do capital privado em 
inúmeras guerras travadas ao longo da história.” 
Exemplifica-se, como modelos de iniciativa privada na administração pública, a 
CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), a Metrô (SP), a ViaQuatro (SP), a 
EMTU (Empresa Municipal de Transportes Urbanos), a Sabesp (SP), a Enel (GO), a Energisa, 
a Águas Guariroba, essas duas últimas atuantes em nosso estado de Mato Grosso do Sul. 
 
3.2 As Parcerias Público-Privadas 
As Parcerias Público-Privadas (PPP’s) são contratos firmados entre o setor privado e a 
administração pública, onde o parceiro particular (privado) assume a responsabilidade de 
disponibilizar à administração pública e/ou à população abrangida determinado tipo de 
serviço, através da operação e/ou manutenção de obras por ele financiadas. Por parte do 
Estado, cabe a esta remunerar o parceiro privado periodicamente, à medida que os serviços ou 
obras avançam para a conclusão. 
 Conceitualmente, essas parcerias são definidas pelo art. 2º da Lei Federal nº 11.079/04: 
“Art. 2º. Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, 
na modalidade patrocinada ou administrativa.” 
 
Para Marçal Justen Filho: 
8 
 
“Parceria público-privada é um contrato organizacional, de longo prazo de 
duração, por meio do qual se atribui a um sujeito privado o dever de executar 
obra pública e (ou) prestar serviço público, com ou sem direito à 
remuneração, por meio da exploração da infraestrutura, mas mediante uma 
garantia especial e reforçada prestada pelo Poder Público, utilizável para a 
obtenção de recursos no mercado financeiro.” 
 
Esse tipo de parceria é regida através de alguns preceitos que devem ser seguidos, tais 
como, garantir a incorporação de capital adicional, fornecimento de capacidades alternativas 
de implementação e gestão, desenvolvimento para identificar necessidades e otimizar o uso 
dos recursos, bem como acrescentar valor ao consumidor e à população. 
Os principais modelos de Parcerias Público-Privadas praticados no Brasil podem ser 
exemplificados nas áreas de saneamento (quando uma empresa privada assume parte da 
operação de obras – esgotamento sanitário, por exemplo), energia elétrica e, o exemplo mais 
notório, as autoestradas, cuja parceria garante às empresas privadas a implantação de praças 
de pedágio, à medida que as obras de duplicação e conservação das rodovias são concluídas. 
Não obstante, as Parcerias Público-Privadas, em um momento mais recente, passou a 
ter apelo estratégico por parte da administração pública, uma vez que, com a rotina diária a 
encargo do parceiro privado, o Estado agirá como regulador, podendo concentrar os esforços 
no planejamento e desempenho do serviço, em detrimento da gestão diária da operação, 
otimizando, assim, os processos de conclusão. 
 
4 OS CONTRATOS DE CONCESSÃO – ANÁLISE PRÁTICO-JURÍDICA 
Uma vez compreendida a diferença entre a iniciativa privada na administração pública, 
privatização e parcerias público-privadas, e assimilando que a concessão de serviços públicos 
advém da iniciativa privada, serão analisados os contratos de concessão dos serviços de 
Abastecimento de Água, Coleta e Tratamento de Esgoto da cidade de Campo Grande/MS 
(Concessão Municipal) e de Distribuição de Energia Elétrica do Estado do Mato Grosso do 
Sul (Concessão Federal). 
 
4.1 Energisa Distribuidora de Energia S.A. – Contrato de Concessão n. 01/1997 - 
ANEEL 
No dia 04 de dezembro do ano de 1997, fora publicado no Diário Oficial da União o 
Contrato de Concessão para o Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica para os 72 
(setenta e dois) municípios do Estado do Mato Grosso do Sul, tendo como Poder Concedente 
9 
 
a União, por intermédio da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, como 
Concessionária a ENERSUL – Empresa Energética de Mato Grosso do Sul S.A., pessoa 
jurídica de direito privado e como Estado, o Estado de Mato Grosso do Sul. 
O objeto do referido contrato fora previsto na Cláusula Primeira, conforme transcrição: 
“Este Contrato regula a exploração dos serviços públicos de distribuição de 
energia elétrica objeto da Concessão de que é titular a CONCESSIONÁRIA, 
discriminada no Anexo I, reagrupada em conformidade com a Portaria 
DNAEE nº 476, de 17 de novembro de 1997, publicada no Diário Oficial da 
União de 18 de novembro de 1997 e outorgada pelo Decreto de 03 de 
dezembro de 1997, publicado no Diário Oficial da União de 04 de dezembro 
de 1997.” 
O Contrato de Concessão celebrado garantia à ENERSUL a exploração dos serviços 
de distribuição de energia elétrica em todo o território do estado do Mato Grosso do Sul, bem 
como as instalações de transmissão localizadas em todas as regiões do Estado, com prazo de 
concessão de 30 (trinta) anos, contados à partir da data da celebração do contrato. 
Dentre os pontos centrais do contrato de concessão dos serviços de distribuição de 
energia elétrica celebrado junto à ENERSUL, o referido contrato não previa o direito de 
exclusividade da Concessionária em referência aos consumidores, uma vez que estes 
poderiam usufruir deste serviço a partir da aquisição por outros fornecedores, ou seja, 
assegurava ao consumidor o direito de adquirir energia elétrica através de outras fontes 
geradoras, como energia solar, termoelétrica, entre outras. 
Após a celebração deste contrato inicial, no ano de 1997, foram realizados 6 aditivos 
contratuais, nos anos de 2005, 2008, 2009, 2010, 2014 e 2015, todas discorrendo sobre 
alterações na estrutura de reajuste tarifário aos usuários, adequando-se às legislações vigentes 
em cada época, sendo esta última, com a alteração da empresa responsável pela exploração 
das atividades de distribuição de energia no estado. 
Em 31 de agosto de 2012, em reunião extraordinária, a Agência Nacional de Energia 
Elétrica, a ANEEL, decretou a intervenção da companhia ENERSUL, com fulcro nas 
disposições da Medida Provisória nº 577/2012,que regulava sobre a extinção da concessão de 
serviços de distribuição de energia elétrica, em caso de manifesto descumprimento dos termos 
contratuais e/ou incompatibilidade financeira da companhia. 
“REDE ENERGIA, CELPA, CEMAT e ENERSUL informam a seus 
acionistas e ao mercado que, em reunião extraordinária realizada em 
31.08.2012, a ANEEL decretou intervenção nas companhias concessionárias 
de serviços de distribuição de energia elétrica Centrais Elétricas 
Matogrossenses S.A. – Cemat, Companhia de Energia Elétrica do Estado do 
10 
 
Tocantins - Celtins, Empresa Energética do Mato Grosso do Sul - Enersul, 
Companhia de Força e Luz do Oeste - CFLO, Caiuá Distribuição de Energia 
S.A., Elétrica Empresa Elétrica Bragantina – EEB S.A., Energia de 
Distribuição de Energia Vale Paranapanema S.A. e Companhia Nacional de 
Energia Elétrica – CNEE, todas controladas da Rede Energia S.A. (“Rede”). 
A forma de divulgação da pauta dessa reunião não permitiu a prévia ciência 
dos assuntos que seriam nela tratados. As intervenções decretadas são 
regidas pela Medida Provisória n.º 577, publicada em 30 de agosto de 2012. 
A administração analisará as medidas cabíveis para proteção dos interesses 
da companhia e manterá os acionistas e o mercado informados a esse 
respeito, na forma da legislação.” 
 
Desta forma, a ANEEL passou a exercer, provisoriamente, a prestação dos serviços no 
estado do Mato Grosso do Sul, até que fosse destinada a nova detentora desta concessão. 
No dia 02 de fevereiro de 2015, a ENERSUL altera sua razão social, após a sua venda 
para o grupo Energisa, passando a se chamar Energisa Mato Grosso do Sul – Distribuidora de 
Energia S.A. e, em 23 de dezembro de 2015, a ANEEL retifica os termos do Contrato de 
Concessão nº 01/1997, manifestando o fim da intervenção da prestação dos serviços de 
distribuição de energia no estado do Mato Grosso do Sul, admitindo a Energisa como nova 
concessionária dos serviços e habilitando-a a imediata prestação das atividades de exploração. 
A Energisa Mato Grosso do Sul, no ato de sua constituição, declarou um capital social 
no montante de R$595.649.567,62 (quinhentos e noventa e cinco milhões, seiscentos e 
quarenta e nove mil, quinhentos e sessenta e sete reais e sessenta e dois centavos), que foram 
divididas em 63.116.354.043 (sessenta e três bilhões, cento e dezesseis milhões, trezentos e 
cinquenta e quatro mil e quarenta e três) ações ordinárias, estando, assim, habilitada aos 
serviços públicos de distribuição, a qual detém a atual concessão do estado, com contrato 
vigente até 04 de dezembro de 2027. 
 
 
4.2 Águas Guariroba S.A. – Contrato de Concessão n. 104/2000 – PMCG 
Vencedora do certame do Edital de Concorrência nº 13/1999, a Águas Guariroba S.A., 
pessoa jurídica de direito privado celebrou, no dia 18 de outubro de 2000, o Contrato de 
Concessão dos Serviços Públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário na cidade 
de Campo Grande/MS, em substituição à Companhia de Saneamento de Campo Grande – 
Águas de Campo Grande e, anteriormente, à SANESUL/Governo do Estado de Mato Grosso 
do Sul. 
11 
 
O valor previsto para a concessão no Edital de Concorrência era de R$ 382.705.697,84 
(trezentos e oitenta e dois milhões, setecentos e cinco mil, seiscentos e noventa e sete reais e 
oitenta e quatro centavos). Além desse valor, a concessionária vencedora seria incumbida de 
assumir o pagamento dos valores das dívidas do Sistema de Abastecimento, contraídas para 
realizar obras e investimentos, na ordem de R$ 42.794.665,65 (quarenta e dois milhões, 
setecentos e noventa e quatro mil, seiscentos e sessenta e cinco reais e sessenta e cinco 
centavos), a título de empréstimos em moeda nacional e R$ 35.838.650,14 (trinta e cinco 
milhões, oitocentos e trinta e oito mil, seiscentos e cinquenta reais e quatorze centavos) a 
título de empréstimos em moedas estrangeiras. Não obstante, exigia-se, ainda, um valor 
referencial de, no mínimo, R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta milhões de reais) para a 
realização de investimentos 
O Contrato de Concessão para o Serviço Público de Abastecimento de Água, Coleta e 
Tratamento de Esgoto de Campo Grande/MS foi publicado no Diário Oficial do Município 
em 18 de outubro de 2000, passando a vigorar a partir de 01 de janeiro de 2001, com prazo de 
vigência de 30 (trinta) anos, prorrogáveis por outros 30 (trinta), em caso de interesse mútuo. 
Os signatários do referido contrato foram a Prefeitura Municipal de Campo Grande, 
representada pelo então prefeito André Puccinelli, como Poder Concedente e a empresa 
Águas Guariroba S.A., representada pelo então diretor de administração e finanças, Carlos 
Clementino Moreira Filho e pelo então diretor de qualidade e expansão, Nereu Fontes, 
denominada Concessionária. 
O objeto do contrato fora determinado na cláusula primeira, conforme transcrição: 
“Constitui objeto do presente Contrato a exploração dos serviços públicos de 
abastecimento de água e esgotamento sanitário em toda área territorial do 
Município de Campo Grande, sob o regime de concessão, mediante 
pagamento da outorga onerosa e em consonância com as disposições da 
Legislação em vigor, assim como do Regulamento da Concessão e demais 
atos inerentes à matéria.” 
Em sua cláusula segunda, foi pactuado que o valor do Contrato seria de 
R$ 417.210.008,95 (quatrocentos e dezessete milhões, duzentos e dez mil e oito reais e 
noventa e cinco centavos), ou seja, R$ 34.504.311,11 (trinta e quatro milhões, quinhentos e 
quatro mil, trezentos e onze reais e onze centavos) acima do valor previsto no Edital n. 
13/1999. 
Após a assinatura do Contrato de Concessão, no decorrer dos anos seguintes, já com a 
operação da Águas Guariroba, foram pactuados 8 (oito) termos aditivos ao Contrato, 
adequando a operação da concessionária às estruturas tarifárias, uma vez que as metas 
12 
 
estabelecidas no Edital de Concorrência, prevendo os prazos de entrega das obras de 
melhorias evoluíram em velocidade muito superior às previstas no edital. Os aditivos foram 
elaborados, respectivamente, em 2000, 2009, 2012 (3º, 4º e 5º Aditivos - onde passou a ter a 
interveniência da Agência Municipal de Regulação – AGEREG), 2014, 2018 e 2019. 
Dentre os aditivos contratuais, cabe destacar o 7º termo aditivo, pactuado em 19 de 
dezembro de 2018, o qual alterou a estrutura tarifária para a cobrança da população. Com esta, 
houve a extinção da cobrança da tarifa mínima de 10m³, a qual o usuário que consumisse até 
este volume ou menos, desembolsava uma tarifa única. Com essa extinção, foi instituída uma 
nova tarifa, denominada tarifa fixa, que inicialmente teria o valor de R$12,00 e a cobrança de 
consumo seria realizada conforme o consumo real do usuário. Este aditivo previa, ainda, o 
realinhamento tarifário dos 3 (três) anos subsequentes, na proporção de 3,9% sobre a estrutura 
tarifária nos anos de 2019 e 2020, e 3,6% no ano de 2021, acrescida do reajuste comum, com 
base no índice IGP-M. 
 
5 CONCLUSÃO 
Os elementos destacados nesta pesquisa proporcionam, tanto à comunidade acadêmica 
quanto à sociedade brasileira em geral uma explanação detalhada de um procedimento que se 
interliga diretamente com o cotidiano do cidadão, mas que se torna pouco difundida, dada a 
proporção de complexidade que possui. 
A política de licitações tem por objetivo central promover a aquisição de bens e 
produtos ou conceder a exploração de serviços delegados pelo Estado à iniciativa privada. 
Dentre os produtos e bens que passam pelo processo licitatório para aquisição, podemos 
elencar a confecção de uniformes para as escolas de ensino público, a aquisição de alimentos 
para abastecer os refeitórios de quaisquer departamentos públicos, a aquisição e instalação de 
leitos de UTI em hospitais públicos, dentre outros. 
Sob outra ótica, alguns serviços de responsabilidade do poder público são delegados à 
iniciativa privada, tais comoa concessão de serviços de transporte coletivo (ex: EMTU/SP, 
Consórcio Guaicurus/MS), administração de transportes sobre trilhos de passageiros ou 
cargas (ex: CPTM/SP, Metrô/SP), exploração e distribuição de energia elétrica (Energisa 
Brasil, Tractebel, Light), abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto (AEGEA, 
CESAMA, Caesb), dentre outros serviços concedidos pelos governos locais à prática privada. 
Fez-se necessário, ainda, diferenciar a concessão de serviços públicos à iniciativa 
privada do processo de privatização, bastante difundida neste novo momento nacional. A 
13 
 
primeira garante o Estado como controlador dos serviços, apenas delegando às operações às 
empresas privadas, mas a titularidade sobre este serviço permanece sendo do Estado, que 
passa a exercer somente as funções de controle e fiscalização sobre os serviços. Em 
contrapartida, a segunda consiste na venda definitiva de um serviço que era de titularidade do 
Estado para uma empresa privada, mediante leilão. O exemplo mais claro de privatização, sob 
a ótica atual é a venda dos principais aeroportos brasileiros para a administração total privada. 
Em breve síntese, foi apresentada uma análise do Contrato de Concessão dos serviços 
de distribuição de energia elétrica no Estado de Mato Grosso do Sul, concedida pela ANEEL, 
Agência Nacional de Energia Elétrica, por força do Contrato de Concessão n. 01/1997, 
inicialmente, para a empresa ENERSUL, no ano de 1997, sendo que esta operou até o ano de 
2012, quando, por descumprimento de termos contratuais, foi intervencionada pelo poder 
concedente. Após a compra da ENERSUL pela empresa Energisa e a reabilitação das 
operações pela ANEEL, a Energisa passou a deter a concessão do serviço de distribuição de 
energia elétrica no Mato Grosso do Sul, com contrato de concessão vigente, no atual 
momento, até dezembro do ano de 2027. 
Sob outra ótica, foi analisado o processo licitatório que habilitou a Águas Guariroba 
S.A., como concessionária dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento 
sanitário, a partir do Edital de Concorrência n. 13/1999, que deu origem ao Contrato de 
Concessão n. 104/2000, habilitando a exploração dos serviços de saneamento à empresa, no 
município de Campo Grande. Destacou-se ainda, algumas alterações contratuais (termos 
aditivos) que ocorreram durante a vigência do contrato, sobretudo quanto à alteração na 
estrutura tarifária sobre a cobrança nas faturas dos usuários, com a extinção da tarifa mínima 
de consumo, a partir do ano de 2019. 
Desse modo, e com base nos processos reais analisados neste trabalho, conclui-se que 
os processos licitatórios garantem à sociedade em geral, a segurança de que os investimentos 
públicos sejam aplicados de forma ordenada, prezando pela melhor tarifa de aquisição, nos 
casos de aquisição de bens e produtos e asseguram as melhores condições na prestação de 
serviços públicos, bem como justa modicidade de tarifas, quando se trata de concessão desses 
serviços. Ainda assim, cabe ao Estado (Poder Concedente) a responsabilidade integral de 
fiscalizar as operações desses serviços e destinar, da melhor forma possível, a realocação das 
verbas economizadas aos demais setores do serviço público, como saúde, educação, moradia e 
demais setores imprescindíveis à subsistência humana. 
 
 
14 
 
6 REFERÊNCIAS 
BITTENCOURT, Sidney. Licitação passo a passo: comentando todos os artigos da Lei nº 
8.666/93 totalmente atualizada. Belo Horizonte: Fórum, 2019. 875p. 
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: 
promulgada em 5 de outubro de 1988. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990. 
BRASIL. [Contrato de Concessão n. 1 (1997)]. Contrato de Concessão que entre si 
celebram a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e a Empresa Energética de 
Mato Grosso do Sul (ENERSUL). Brasília, 1997. 
BRASIL. [Decreto de Intervenção (2012)]. Fato Relevante: a ANEEL decreta intervenção 
nas companhias concessionárias de serviços de distribuição de energia elétrica. Brasília, 
2012. 
BRASIL. [Lei de licitação (1993)]. Legislação sobre licitações e contratos administrativos 
[recurso eletrônico]. – 2. ed. – Brasília : Câmara dos Deputados, Coordenação Edições 
Câmara, 2012. 104 p. – (Série legislação ; n. 88) 
CAMPO GRANDE. [Edital de Concorrência n. 13 (1999)]. Edital de Concorrência nº 
13/1999 – PMCG: Campo Grande: 229p, 1999. 
CAMPO GRANDE. [Contrato de Concessão n. 104 (2000)]. Contrato de Concessão que 
entre si celebram a Prefeitura Municipal de Campo Grande e a Empresa Águas 
Guariroba S.A: Campo Grande: 29p, 2000. 
CASTRO, Rodrigo Pironti Aguirre de; ZILIOTTO, Mirela Miró. Compliance nas 
contratações públicas: exigência e critérios normativos. Belo Horizonte: Fórum, 2019. 195 
p. 
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002, pp. 17 – 29. 
JACOBY FERNANDES, Jorge Ulisses. Lei no 8.666/1993: Lei de Licitações e Contratos 
Administrativos e outras normas pertinentes. 20. ed. rev. e atual. Belo Horizonte: Fórum, 
2020. 625 p. 
JACOBY FERNANDES, J U. Contratação direta sem licitação: dispensa de licitação: 
inexigibilidade de licitação: procedimentos para a contratação sem licitação; 
justificativa de preços; inviabilidade de competição; emergência; fracionamento; 
parcelamento; comentários às modalidades de licitação, inclusive o pregão: 
procedimentos exigidos para a regularidade da contratação direta. 10. ed. rev. atual. 
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NIEBUHR, Joel de Menezes; NIEBUHR, Pedro de Menezes. Licitações e Contratos das 
Estatais. Belo Horizonte: Fórum, 2018. 325 p. 
NIEBUHR, Joel de Menezes. Pregão presencial e eletrônico. 8. ed. rev., ampl e atual. Belo 
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