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DIREITOS SOCIAIS

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CONSTITUCIONALISMO SOCIAL 
RESUMO 
➢ As condições desumanas de trabalho que assolaram o 
proletariado entre as duas primeiras revoluções industriais 
determinaram historicamente a necessidade de intervenção 
estatal para a regulação da relação de emprego. 
➢ Essa intervenção deu-se inicialmente pela lei e depois, em 
linhas mais gerais, pelas próprias constituições, originando o 
CONSTITUCIONALISMO SOCIAL ( ESTADO SOCIAL) 
➢ Estado Social x Estado do bem-estar social. 
▪ O Estado Social coincide, semântica e cronologicamente, 
com a onda do constitucionalismo social, emprenhando a 
tessitura constitucional com nítido viés de esquerda. 
▪ O Estado do bem-estar social, radica nas políticas do 
segundo pós-guerra, com o projeto de reconstrução da 
Europa. Estritamente CAPITALISTA e estadunidense. 
 
➢ Atribui-se à Constituição mexicana promulgada em 1917 a 
gênese formal do constitucionalismo social do século XX. Foi 
marcadamente anticlerical, agrarista, nacionalista e social, 
com forte inspiração anarcossindicalista. Pela primeira 
vez, positivaram normas destinadas a proteger o trabalho 
humano e a prover as necessidades sociais dos mais 
desfavorecidos ou vulneráveis. 
➢ Em 1919, na Alemanha, entrou em vigor a Constituição de 
Weimar, ainda hoje, o mais memorável símbolo do 
constitucionalismo social emergente do início do século XX. 
Após a derrota na Primeira Guerra Mundial, a Alemanha 
tornou-se uma república (1918). O social-democrata Friedrich 
Ebert formou o primeiro governo republicano e instalou 
assembleia nacional constituinte. Na assinatura da Weimarer 
Verfassung, acentuou a unidade da Alemanha federal e 
sinalizou a passagem do modelo liberal para o modelo social 
de Estado. 
• Alemanha eriçou, perante o mundo, a bandeira da 
“regulamentação internacional da situação jurídica dos 
trabalhadores, que assegurasse ao conjunto da classe 
operária da humanidade um mínimo de direitos 
sociais” (MORAES,A.,1998:31), o que efetivamente se 
concretizou com o advento da OIT, no mesmo ano, e 
toda a sua atividade normativa ulterior. 
➢ Os direitos sociais têm sido incluídos, em vários momentos 
(como no caso da nossa Constituição), dentre os direitos e 
garantias fundamentais. Este processo de “socialização” de 
algumas liberdades públicas é fenômeno que não pode ser 
desprezado, sobretudo com o advento do constitucionalismo 
social. 
➢ Assim, hoje somente há liberdade onde ela possa crescer de 
forma a propiciar o engrandecimento de todos os indivíduos. 
Nesse contexto, não é sem propósito que o Capítulo dos 
direitos sociais encontra-se no nosso ordenamento 
constitucional, inserto no Título dos direitos e garantias 
fundamentais. Estamos diante de novos direitos fundamentas 
que não se dissociam mais, com o próprio curso da história, 
dos direitos sociais 
➢ Com isso, os tradicionais direitos fundamentais, como o 
direito à vida e à liberdade de expressão, associam-se, por 
exemplo, no mesmo bojo que os direitos do consumidos (art. 
5º XXXII) e menciona-se a função social da propriedade. 
 A MULHER NO MERCADO DE TRABALHO 
➢ A Constituição Federal de 1988 foi uma inovação na 
legislação brasileira no sentido de considerar iguais homens e 
mulheres. Buscou-se mudar a concepção da mulher perante a 
sociedade. No seu art. 3º, inciso IV da Constituição consta que 
“Constituem objetivos fundamentais da República Federativa 
do Brasil: [...] IV - promover o bem de todos, sem preconceitos 
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação”. 
➢ A igualdade entre homens e mulheres ganhou o status de 
direito fundamental. 
➢ O art. 7º, inciso I, dispõe que é um direito do trabalhador 
a proteção da relação de emprego contra despedida 
arbitrária ou sem justa causa. 
• A mulher é uma das maiores vítimas da despedida 
discriminatória, logo este inciso é uma forma de 
proteção do seu trabalho. 
• XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, 
mediante incentivos específicos, nos termos da lei; 
• XXX - proibição de diferença de salários, de exercício 
de funções e de critério de admissão por motivo de 
sexo, idade, cor ou estado civil; 
➢ A lei nº 9.029, de 1995: 
“Proíbe a exigência de atestados de gravidez e esterilização, 
e outras práticas discriminatórias, para efeitos admissionais 
ou de permanência da relação jurídica de trabalho, e dá 
outras providências.” 
➢ É necessário políticas e ações afirmativas para a 
permanência da mulher no mercado de trabalho, assim 
como, para ocupar cargos de liderança dentro de empresas. 
➢ É vedado ao empregador exigir da mulher serviço que 
demande o emprego de força muscular superior a 20 quilos, 
para o trabalho contínuo, ou 25 quilos, para o trabalho 
ocasional (CLT, art.390). 
 Proteção à maternidade 
➢ A empregada tem direito à licença à gestante, de no mínimo 
120 dias, em decorrência do nascimento do seu filho, sem 
prejuízo do emprego e do salário (CF, art. 7º, XVIII, e CLT, 
arts. 392 e 393). 
➢ A Lei 10.421, de 2002, deu nova redação ao art. 392 e seus 
§§ 1º a 3º da CLT, nos seguintes termos: 
Art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-
maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do 
emprego e do salário. § 1º A empregada deve, mediante 
atestado médico, notificar o seu empregador da data do início 
do afastamento do emprego, que poderá ocorrer entre o 28º 
(vigésimo oitavo) dia antes do parto e ocorrência deste. 
§ 2º Os períodos de repouso, antes e depois do parto, poderão 
ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um, mediante 
atestado médico. 
§ 3º Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito aos 
120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo. 
➢ De acordo com a OJ 44 da SBDI-1/TST, é devido o salário-
maternidade, de 120 dias, desde a promulgação da CF/88, 
ficando a cargo do empregador o pagamento do período 
acrescido pela Carta. 
➢ Com relação à proteção da mulher durante a gravidez, o § 4º 
do art. 392 da CLT, com redação dada pela Lei 9.799/99, 
dispõe textualmente que é garantido à empregada, durante a 
gravidez, sem prejuízo do salário e demais direitos: 
I – transferência de função, quando as condições de saúde o 
exigirem, assegurada a retomada da função anteriormente 
exercida, logo após o retorno ao trabalho; 
II – dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário 
para a 
realização de, no mínimo, seis consultas médicas e demais 
exames complementares 
➢ Ainda durante o período de licença-maternidade, a 
empregada mulher terá direito ao salário integral e, quando 
variável, calculado de acordo com a média dos 6 (seis) últimos 
meses de trabalho, bem como os direitos e vantagens 
adquiridos, sendo-lhe ainda facultado reverter à função que 
anteriormente ocupava (CLT, art. 393). 
➢ O art. 392-A da CLT (com redação dada pela Lei 
13.509/2017), segundo o qual à “empregada que adotar ou 
obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança ou 
adolescente será concedida licença maternidade”, nos termos 
do art. 392 da CLT. 
➢ A Lei 11.770/08 possibilitou a prorrogação de 60 dias na 
licença maternidade em caso de o empregador aderir ao 
Programa Empresa Cidadã (forma de combater a 
discriminação contra a mulher em relação à maternidade) 
➢ Em caso de aborto não criminoso, a mulher empregada faz jus 
à licença remunerada de duas semanas, assegurado o direito 
ao retorno à função que ocupava antes do afastamento (CLT, 
art. 395). É importante notar que pode ocorrer assédio moral 
do empregador que se recusa a aceitar o atestado médico que 
corrobora o aborto não criminoso. 
➢ Para amamentar o filho, a empregada terá direito a dois 
descansos intrajornadas especiais, com duração de 30 
minutos cada, sem prejuízo do salário e do seu cômputo na 
duração do trabalho diário 
GARANTIA PROVISÓRIA NO EMPREGO “DESDE A 
CONFIRMAÇÃO DA GRAVIDEZ” 
➢ À empregada gestante é assegurado o direito à garantia no 
emprego,desde a confirmação da gravidez até cinco meses 
após o parto (ADCT, art. 10, II, “b”), isto é, caso a sua 
dispensa seja arbitrária ou sem justa causa, poderá pleitear 
reintegração. 
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS 
TRANSITÓRIAS 
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se 
refere o art. 7º, I, da Constituição: 
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: 
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez 
até cinco meses após o parto. 
➢ A confirmação da gravidez retroage à data da concepção, ou 
seja, não tem relevância para fins de aquisição de garantia de 
emprego o fato de o empregador saber ou não do estado 
gravídico da empregada 
➢ A garantia de emprego da gestante, não se confunde com a 
licença maternidade. 
▪ Na licença maternidade a trabalhadora recebe um 
benefício previdenciário chamado “salário maternidade”. 
Doutrina e jurisprudência entendem que o período 
configura interrupção do contrato de trabalho, eis que a 
trabalhadora não sofre qualquer prejuízo no recebimento 
do salário. 
▪ A estabilidade prevista no Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias é uma garantia de emprego, 
hipótese em que a trabalhadora não pode ser dispensada 
sem justa causa. Licença maternidade: dura 120 dias e a 
empregada recebe salário maternidade da previdência 
social. Estabilidade: da concepção até 5 meses após o 
parto. 
➢ É importante lembrar que o caput do art. 391-A da CLT dispõe 
que a “confirmação do estado de gravidez advindo no curso 
do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso 
prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada 
gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do 
inciso II do art. 10 do ADCT”, sendo que seu parágrafo único 
(incluído pela Lei 13.509/2017) estende tal garantia “ao 
empregado adotante ao qual tenha sido concedida guarda 
provisória para fins de adoção”. 
 CONTEXTUALIZAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS 
Conceito e natureza jurídica do direito de trabalho 
➢ (O Direito do Trabalho) “pode ser definido como: complexo 
de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam a 
relação empregatícia de trabalho e outras relações 
normativamente especificas, englobando, também, os 
institutos, regras e princípios jurídicos concernentes às 
relações coletivas entre trabalhadores e tomadores de 
serviços, em especial através de suas associações 
coletivas”(Mauricio Godinho Delgado) 
➢ Natureza jurídica: Tertium genus (Direito Social – art. 6º/88) 
Histórico da criação e a evolução do direito do trabalho 
➢ Primeiras leis trabalhistas: 
▪ Inglaterra (1802) – Lei de Peel jornada máxima de 12 
horas para os menores que trabalhavam nas fábricas 
▪ França (1814) - proibiu trabalho de menores de oito anos 
▪ Alemanha (1833) – Leis “sociais” de Bismark 
▪ Itália (1886) – proteção ao trabalho da mulher e do menor 
➢ Corporativismo fascista 
Carta Del Lavoro (1927) - regulação do trabalho na Itália 
fascista 
➢ Constitucionalismo social 
▪ Constituição do México de 1917 - Constituição alemã de 
Weimar de 1919 
▪ Tratado de Versailles (1919) 
▪ Organização Internacional do Trabalho (OIT) 
▪ Constituição da República Federativa do Brasil de1988: 
consolidação do Direito do Trabalho em nível 
constitucional — artigos 6º, 7º a 11º da CF/88 
Direito do trabalho como direitos (sociais) fundamentais na 
Cf/88 
➢ “Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana ; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa ; 
V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder 
emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
➢ “Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, 
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação. ( 
(...) 
➢ Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a 
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição. (Redação da Emenda Constitucional n. 
90/2015). 
➢ “Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além 
de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
(...) 
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, 
capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de 
sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, 
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com 
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, 
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; VI - 
irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou 
acordo coletivo; 
(...) 
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da 
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da 
empresa, conforme definido em lei; 
(...) XIII - duração do trabalho normal não superior a oito 
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a 
compensação de horários e a redução da jornada, mediante 
acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em 
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação 
coletiva; 
(...) 
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do 
salário, com a duração de cento e vinte dias; 
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante 
incentivos específicos, nos termos da lei; 
(...) 
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o 
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-
escolas; (Redação EC nº 53, de 2006) 
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos 
de trabalho; 
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; 
(...) 
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de 
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, 
cor ou estado civil; (PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO) 
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a 
salário e critérios de admissão do trabalhador portador de 
deficiência; 
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico 
e intelectual ou entre os profissionais respectivos; 
(...) 
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre 
a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de 
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 
quatorze anos; 
“Art. Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, 
observado o seguinte: (PRINCÍPIO DA INTERVENCIENCIA 
OBRIGATÓRIA) 
(...) 
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses 
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões 
judiciais ou administrativas; 
(...) 
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas 
negociações coletivas de trabalho; 
(...) 
➢ Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos 
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e 
sobre os interesses que devam por meio dele defender. 
(...) 
➢ Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é 
assegurada a eleição 
de um representante destes com a finalidade exclusiva de 
promover-lhes o entendimento direto com os empregadores 
 
➢ “Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela 
necessitar, independentemente de contribuição à seguridade 
social, e tem por objetivos: (PRINCIPIO PROTETIVO) 
I - a proteção à família, à maternidade, àinfância, à 
adolescência e à velhice; 
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de 
deficiência e a promoção de sua integração à vida 
comunitária; (...) 
➢ Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado 
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta 
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à 
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de 
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade 
e opressão. (...) 
➢ II - criação de programas de prevenção e atendimento 
especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, 
sensorial ou mental, bem como de integração social do 
adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o 
treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação 
do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de 
obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de 
discriminação. (EC nº 65, de 2010) 
 Direitos (sociais) fundamentais e ordem econômica 
➢ “CF/88 - Art. 170. A ordem econômica, fundada na 
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por 
fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames 
da justiça social, observados os seguintes princípios: 
(...) 
III - função social da propriedade; 
(...) 
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; 
VIII - busca do pleno emprego; 
 Direitos sociais como cláusulas pétreas 
➢ “CF/88 – “Art. 60. A Constituição poderá ser emendada 
mediante proposta: 
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda 
tendente a abolir: 
(...) 
IV - os direitos e garantias individuais.” 
STF 
- Interpretação: ADIN 939: direitos individuais a serem 
preservados como cláusulas pétreas não são apenas os 
elencados no art. 5º, mas outros que garantam efetividade aos 
direitos fundamentais. 
 
DIREITOS SOCIAIS E O BRASIL NAS RELAÇÕES 
INTERNACIONAIS SEGUNDO A CF/88 
➢ “Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas 
relações internacionais pelos seguintes princípios: 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; (...) 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a 
integração econômica, política, social e cultural dos povos da 
América Latina, visando à formação de uma comunidade 
latino-americana de nações 
➢ Art. 5º (...): (...) 
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata. 
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais. (Incluído pela EC nº 45, de 2004) 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal 
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. 
(Incluído pela EC nº 45, de 2004) 
 Decreto 678/1992 e a internalização da Convenção 
Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da 
Costa Rica) 
 Convenções ratificadas da OIT 
Evolução do estado moderno, de suas bases e de seus 
objetivos fundamentais. 
 
Estado de Direito Estado Democrático Estado de Bem- 
“Governo das Leis” “Governo do e para o Povo” Estar social 
 “Capitalismo Organizado” 
 
 
 ESTADO DEMOCRÁTICO (SOCIAL) DE DIREITO 
 (Constituição Federal de 1988) 
 
 
funções e principais características do direito do trabalho 
Quais são as funções do direito do trabalho? 
 Tutelar 
 Conservadora ou Repressiva 
FUNÇÕES Econômica 
 Social 
 Coordenadora 
 
Quais são as principais características? 
 Intervencionismo/Reformismo social 
 Protecionismo 
CARACTERÍSTICAS Coletivismo 
 Expansionismo 
 Cosmopolitismo 
 Pluralismo de fontes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO COLETIVO 
➢ O direito coletivo do trabalho nasce com o reconhecimento 
do direito de associação dos trabalhadores, o que 
efetivamente só se deu após a Revolução Industrial (século 
XVIII). 
➢ “conjunto de regras, princípios e institutos regulatórios das 
relações entre os seres coletivos trabalhistas: de um lado, os 
obreiros, representados pelas entidades sindicais, e, de outro, 
os seres coletivos empresariais, atuando quer isoladamente, 
quer através de seus sindicatos” 
➢ O direito coletivo normatiza, portanto, as relações coletivas 
com ênfase na autorregulamentação e autocomposição dos 
conflitos coletivos 
➢ O direito coletivo do trabalho ocupa-se das relações coletivas 
de trabalho, isto é, das relações jurídicas nas quais os seus 
titulares atuam, em regra, na qualidade de representantes de 
grupos sociais e econômicos. 
➢ Busca-se, assim, viabilizar o exercício da autonomia privada 
pelos trabalhadores e empregadores, coletivamente 
considerados. 
➢ Pode-se dizer, portanto, que o direito coletivo assume caráter 
instrumental, constituindo, geralmente, um complexo de 
normas autônomas, que são as criadas pelos próprios atores 
sociais diretamente interessados. Isto porque, como se sabe, 
além dessa forma autocompositiva, há países que adotam 
também a solução heterônoma dos conflitos. É o caso do 
Brasil, onde o Estado exerce o poder normativo por 
intermédio da Justiça do Trabalho (CF, art. 114, § 2º). 
➢ A Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, art. 
XXII, item 4: 
Toda pessoa, todo homem têm direito a organizar sindicatos 
e a neles ingressar para proteção de seus interesses. 
➢ A Organização Internacional do Trabalho (OIT) editou 
diversos tratados sobre o tema, sendo os mais importantes a 
convenção 87 (1948) – ainda não ratificada pelo Brasil 
-, que dispõe sobre a liberdade sindical, e a Convenção de 98, 
que trata, basicamente, da negociação coletiva. 
FUNÇÕES ESPECÍFICAS DAS ENTIDADES SINDICAIS 
➢ REPRESENTATIVA: O artigo 8º, III, da CF, estabelece que “ao 
sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou 
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou 
administrativas”. O mesmo consta do art. 513, “a” da CLT: 
“representar, perante as autoridades administrativas e 
judiciárias, os interesses gerais da respectiva categoria ou 
profissão liberal ou os interesses individuais dos associados 
relativos à atividade ou profissão exercida 
➢ NEGOCIAL: Geração de normas jurídicas – Art. 8º, VI, da CF: 
“é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações 
coletivas de trabalho”. Art. 513, “b” da CLT: “São 
prerrogativas dos sindicatos: (...) b) celebrar contratos de 
trabalho” 
➢ ASSISTENCIAL: Prestação de serviços. CLT, Arts. 477: “Na 
extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá 
proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência 
Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e 
realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na 
forma estabelecidos neste artigo.” 514, “b” e “d”: “São 
deveres dos sindicatos: (...) b) manter serviços de assistência 
judiciária para os associados; d) sempre que possível, e de 
acordo com as suas possibilidades, manter no seu quadro de 
pessoal,em convênio com entidades assistenciais ou por 
conta própria, um assistente social com as atribuições 
específicas de promover a cooperação operacional na 
empresa e a integração profissional na Classe.” 
➢ ECONÔMICA: CF/88 x Art. 564 da CLT (veda esse tipo de 
atividade). Porém, o dispositivo constitucional que prevê a 
não intervenção do Estado nos sindicatos não recepcionou 
esse artigo do texto da CLT, com isso, não há restrições legais 
para que as entidades sindicais desemprenhem funções 
econômicas. 
➢ POLÍTICA: CF/88 x Arts. 511 e 521, “d” da CLT. A função 
política foi proibida pela CLT. O art. 521, d veda o exercício 
de atividades político-partidárias pelos sindicatos. Contudo, 
esse dispositivo não foi recepcionado pela Constituição 
Federal de 1988 com a veda da interferência do Estado nos 
sindicatos, conforme coloca Maurício Godinho Delgado[19]. 
A liberdade do exercício de funções, uma das dimensões da 
liberdade sindical, é que deve prevalecer quando a entidade 
sindical for definir suas prioridades de atuação. 
Aspectos históricos do direito coletivo no brasil 
➢ Influência dos imigrantes, formação de ligas operárias no final 
do séc. XIX 
➢ Formação do sindicato dos trabalhadores rurais (1903) e 
urbanos (1907) 
➢ Influências externas: Pós 1919 – Tratado de Versailles , OIT e 
constitucionalização do Direito do Trabalho (Constituição 
Mexicana de 1917 e Constituição de Weimar de 1919) 
➢ Criação do Ministério do trabalho, indústria e comércio em 
1930: início do corporativismo com interferência estatal: 
sindicatos oficiais, sem liberdade 
➢ A Constituição brasileira de 1934, inspirada na alemã de 
Weimar, assegurou a liberdade sindical, destacando, 
inclusive, sua função política 
➢ Já a Constituição de 1937, outorgada no Estado Novo, retoma 
o sistema sindical corporativista, inspirado no sistema 
italiano da Carta del Lavoro 
➢ As Constituições Federais de 1946 e 1967 reconheceram 
formalmente o direito de greve, embora mantivessem as 
limitações à liberdade sindical 
➢ Regime Militar – neste período, impôs-se aos sindicatos uma 
postura assistencialista em detrimento da reivindicatória 
➢ Década de 1980 – fase de gradual liberação e forte 
sindicalismo à margem da legalidade, com o desenvolvimento 
de dois tipos de sindicalismo: o reivindicativo - revolucionário 
e o reformista de resultados 
➢ Constituição Federal de 1988 (CF/88): mesclou elementos de 
autonomia e liberdade sindical com outros de heteronomia e 
intervencionismo, pois: 
• apesar de assegurar a livre associação em sindicatos, 
manteve o monopólio da representação e unicidade 
sindical 
• embora tenha garantido a liberdade de autodefinição e 
organização dos sindicatos, manteve o 
condicionamento de sua base territorial mínima aos 
municípios 
• manteve a contribuição sindical obrigatória, se assim 
for prevista em lei, e criou a confederativa 
• aboliu o estágio preliminar de sindicatos sob a forma 
de associação e a necessidade de seu reconhecimento 
pelo Ministério do Trabalho 
• garantiu a livre criação de sindicatos sem a autorização 
do Estado 
• Manteve a organização sindical piramidal com 
sindicatos, federações e confederações 
• Previu a liberdade individual de filiação e de desfiliação 
• Concedeu aos aposentados o direito sindical de votar e 
serem votados 
• Conferiu estabilidade aos dirigentes sindicais 
• Tratou do direito de greve 
Distinção importante entre unicidade sindical, unidade 
sindical e pluralidade sindical 
➢ UNICIDADE SINDICAL: Implica a existência de apenas uma 
entidade sindical que detém a exclusividade da representação 
dos trabalhadores ou empregadores, em conformidade com a 
forma imposta, pelo poder público (CF/88 em seu artigo 8º, 
inciso II), para tal representação. 
➢ UNIDADE SINDICAL: É o sistema no qual os sindicatos se 
unem são por imposição legal, mas por opção própria. 
➢ PLURALIDADE SINDICAL: Garante a ampla liberdade de 
escolha, constituição e associação sindical (Convenção 87 
OIT – Brasil não ratificou a convenção, não tem ampla 
liberdade) 
 
 
 
NORMAS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITO COLETIVO 
➢ OIT (Organização Internacional do Trabalho): Tratado de 
Versalhes em 1919. 
▪ Pessoa jurídica de direito público e internacional de 
caráter permanentes, constituída por Estados que 
assumem a obrigação de observar as normas 
constitucionais da organização e das convenções que 
ratificam, integrando o sistema da Nações Unidas como 
uma de suas agências especializadas. 
▪ Objetivo: promover a uniformização internacional do 
Direito do Trabalho, proporcionando a evolução das 
normas protetivas do trabalhador com o alcance na 
justiça social e na dignidade do trabalho. 
▪ Os governos dos Estados-Membros e suas organizações 
de empregadores e de trabalhadores tem elaborado 
normas internacionais referentes a todos os âmbitos de 
trabalho humano como abolição do trabalho forçado, 
liberdade de associação e sindicalização, saúde e 
segurança do trabalho. 
Convenção n. 87, da Organização Internacional do Trabalho. 
➢ Garante ampla liberdade sindical, garantido, em linhas gerais: 
▪ tanto aos trabalhadores quanto aos empregadores, sem 
qualquer distinção, o direito de constituir, sem autorização 
prévia, organizações de sua escolha, bem como o direito 
de filiar a essas organizações, sob a única condição de se 
conformar com os estatutos das mesmas 
▪ o direito dos mesmos de elaborarem seus estatutos e 
regulamentos administrativos, de elegerem livremente 
seus representantes, de organizarem a gestão e a atividade 
dos mesmos e de formularem seu programa de ação 
▪ e, fundamentalmente, o compromisso das autoridades 
públicas absterem-se de qualquer intervenção que possa 
limitar esse direito ou entravar o seu exercício legal 
OBS: tal convenção não foi ratificada pelo Brasil em função 
da pluralidade sindical que ela implica! 
Demais instrumentos normativos internacionais ratificados pelo 
Brasil 
➢ Convenções de n. 11 (1921) e 141 (1975) que tratam dos 
direitos sindicais dos trabalhadores rurais 
➢ Convenção n. 98, de 1949, sobre o direito de proteção contra 
atos de ingerência e condutas antissindicais ou direito de livre 
sindicalização, bem como o direito à negociação coletiva 
➢ Convenção n. 135, de 1971, que dispõe sobre a proteção e 
prerrogativas dos representantes dos trabalhadores no local 
de trabalho 
➢ Convenção n. 151 de 1972 sobre as relações de trabalho na 
administração pública e, o direito de sindicalização de seus 
servidores 
➢ Convenção n. 154, de 1981 sobre o fomento à negociação 
coletiva, ratificada apenas recentemente, em 15/06/2010 
ORGANIZAÇÃO SINDICAL 
➢ Sindicatos em sentido amplo 
▪ Conceito: “são entidades associativas permanentes, que 
representam trabalhadores (e empregadores) vinculados 
por laços profissionais (econômicos) e laborativos comuns, 
visando tratar de problemas coletivos das respectivas 
bases representadas, defendendo seus interesses 
trabalhistas e conexos, com o objetivo de lhes alcançar 
melhores condições de labor e vida” (Mauricio Godinho 
Delgado) 
➢ Natureza Jurídica: entes associativos de direito privado 
➢ Base territorial mínima: munícipio 
❖ OBS: princípio da especificidade ((TST – RO – 1847-
(78.2012.5.15.0000; AIRR-808-13.2011.5.03.0001)). Conflito 
de representação entre dois sindicatos – um de âmbito 
estadual e mais específico em relação à atividade 
profissional, e outro de âmbito municipal e mais abrangente 
quanto à atividade. A decisão foi a de que o critério da 
especificidade prevalece em detrimento ao da 
territorialidade. 
 TIPOS DE SINDICATO (ART. 511 DA CLT) 
➢ Sindicato por categoria econômica (de empregadores) 
➢ Sindicato por categoria profissional e por categoria 
diferenciada 
▪ NÃO CONFUNDIR CATEGORIA DIFERENCIADA COM 
O PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE 
❖ CONCEITOS FUNDAMENTAIS: 
➢ Categoria econômica (art. 511,§ 1º da CLT): “a 
solidariedade de interesses econômico dos que 
empreendem atividades idênticas, similares ou conexas 
forma o vínculo social básico que se denomina categoria 
econômica” 
• Assim, tem-se como o critério de agrupamento o ramo 
de atividade econômica idêntico. Ex.: metalurgia – 
Sindicato das Empresas Metalúrgicas de São Paulo. 
• Iguais – ex. papelaria e papelaria 
• Similar – papelaria e livraria, papelaria e bomboniere 
• Conexas – ex. construção civil e esquadrilhas, serviços 
de acabamento. 
➢ Categoria profissional (art. 511,§ 2º): define-se em função da 
“similitude de condições de vida oriunda da profissão ou 
trabalho em comum, em situação de emprego na mesma 
atividade econômica ou em atividades econômicas similares 
ou conexas, compõe a expressão social elementar 
compreendida como categoria profissional” 
➢ Categoria profissional diferenciada (art. 511, §3º): “é a que se 
forma dos empregados que exerçam profissões ou funções 
diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em 
consequência de vida singulares”. EX.: 
Aeronautas Músicos Profissionais Condutores de Veículos 
Rodoviários (motoristas) 
Oficiais Gráficos 
Cabineiros 
(ascensoristas) 
Secretárias 
 
Classificadores de 
Produtos de Origem 
Vegetal 
Empregados Desenhistas 
Técnicos, Artísticos, 
Industriais, Copistas, 
Projetistas Técnicos e 
Auxiliares 
Aeroviários Jornalistas Profissionais Radiotelegrafistas da 
Marinha Mercante 
Operadores de Mesas 
Telefônicas 
Agenciadores de 
Publicidade 
Propagandistas e 
Vendedores de 
Produtos Farmacêutico 
Maquinistas e Foguistas 
(de geradores 
termoelétricos e 
congêneres) 
Professores Publicitários Técnicos de Segurança do 
Trabalho 
Práticos de Farmácia 
 
Classificadores de 
Produtos de Origem 
Vegetal 
 
Carpinteiros Navais 
Profissionais de 
Enfermagem, 
Massagistas e 
Empregados em 
Hospitais e Casas de 
Saúde 
Tratoristas (salvo os 
rurais) 
 
Condutores de 
ambulâncias 
Vendedores e Viajantes de 
Comércio 
Artistas e Técnicos em 
Espetáculos de 
Diversões 
Profissionais de 
Relações Públicas 
Trabalhadores em 
Atividades Subaquáticas e 
Afins 
Obs: Sindicato Patronal 
É uma associação que defende e preza pelos interesses dos 
empregadores, tanto em termos econômicos, sociais e políticos 
quanto em questões profissionais. Funciona por meio de 
contribuição sindical (facultativa). É uma instituição cujo objetivo é 
servir aos interesses dos empresários frente ao sindicato dos 
funcionários e até perante o governo. Sua atuação também 
representa as empresas nas convenções e dissídios (ações ajuizadas 
no Tribunal para solucionar conflitos entre as partes coletivas que 
compõem uma relação de trabalho – desacordo que existe entre 
empregador e empregado em relação a benefícios como auxílio-
refeição, auxílio-creche, plano de saúde, valor de horas extras, piso 
salarial e reajuste salarial (benefícios que são determinados pelos 
Acordos Coletivos e pelas Convenções)) 
Federações 
➢ São entidades sindicais de segundo grau, situadas acima dos 
sindicatos da respectiva categoria, abaixo das confederações, 
constituídas por Estado a partir de no mínimo 5 sindicatos. 
Confederações 
➢ São as organizações sindicais de maior grau em determinada 
categoria. Podem ser criadas, por, no mínimo, três 
federações. 
Centrais Sindicais 
➢ São as maiores unidades representativas de trabalhadores, 
sendo consideradas entidades de cúpula. Representam 
organizações sindicais de diferentes categorias que a elas se 
filiam livremente. Foram reconhecidas com a Lei 
n.11.648/2008 e têm por atribuição coordenar a 
representação dos trabalhadores das organizações sindicais 
filiadas e participar das negociações em colegiados de órgãos 
públicos e demais espaços de diálogo social que possuam 
composição tripartite em assuntos de interesses dos 
trabalhadores. Esses requisitos mínimos legalmente fixados 
correspondem a: I — filiação de, pelo menos, 100 sindicatos 
distribuídos nas cinco regiões do país; II — filiação em pelo 
menos três regiões do país de, no mínimo, 20 sindicatos em 
cada uma; III — filiação de sindicatos em, no mínimo, cinco 
setores de atividade econômica; IV — filiação de sindicatos 
que representem, no mínimo, sete por cento do total de 
empregados sindicalizados em âmbito nacional (art. 2º, 
incisos I a IV, Lei n. 11.648/08) 
Garantias Sindicais 
➢ Garantia Provisória de Emprego 
• A principal delas é a vedação à dispensa do empregado 
sindicalizado a partir do registro da candidatura a 
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, 
ainda que suplente, até um ano após o final do 
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da 
lei (art. 8º, VIII, CF/88). Esta garantia tem sido 
chamada também de estabilidade sindical. 
• Pelo texto constitucional, a garantia abrange apenas 
empregados sindicalizados com registro a cargos 
eletivos, titulares ou suplentes, de direção ou 
representação sindical. Em princípio, não atingiria, 
desse modo, participantes da administração sindical 
que não tivessem sido eleitos pela respectiva categoria. 
O insucesso na eleição compromete, é claro, a 
correspondente garantia constitucional. 
• Em se tratando de dirigente sindical de categoria 
diferenciada, a proteção estaria restrita aos casos em 
que o sindicalista exercesse em seu emprego atividade 
relacionada à sua específica categoria. 
Ilustrativamente, dirigente de sindicato de motoristas, 
que exercesse, junto a seu empregador, exatamente a 
função de motorista (categoria diferenciada) 
➢ Inamovibilidade do Dirigente Sindical 
• Deriva da lógica da estabilidade do sindicalista a 
proibição de sua remoção para funções incompatíveis 
com a atuação sindical ou para fora da base territorial 
do respectivo sindicato. É que tais mudanças poderiam 
inviabilizar, ou restringir significativamente, o razoável 
exercício de suas funções sindicais específicas. 
• Tal garantia conexa está, de todo modo, lançada 
expressamente no texto da lei. De fato, a CLT dispõe 
que o dirigente sindical não poderá ser impedido do 
exercício de suas funções, nem transferido para lugar 
ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o 
desempenho das suas atribuições sindicais (art. 543, 
caput, in fine). 
• Em coerência, estabelece a lei que o dirigente que 
solicitar ou aquiescer com tais mudanças perderá o 
correspondente mandato sindical (art. 543, § 1º, CLT). 
Trata-se de inferência também estritamente lógica: 
mesmo contando com amplas garantias da ordem 
jurídica, o trabalhador acolhe a modificação contratual 
incompatível (ou, até mesmo, a solicita); seu gesto, ou 
sua omissão, traduzem ato tácito de renúncia ao 
exercício de suas funções sindicais. 
➢ Garantias Oriundas de Normas da OIT 
• A Convenção 98, OIT, que trata do direito de 
sindicalização e de negociação coletiva, vigorante no 
Brasil há cerca de 50 anos(32), estipula critérios para 
tais garantias sindicais, conforme já foi exposto neste 
Curso: 
 “Art. 2-1. As organizações de trabalhadores e de 
empregadores deverão gozar de proteção adequada 
contra quaisquer atos de ingerência de umas e outras, 
quer diretamente quer por meio de seus agentes ou 
membros, em sua formação, funcionamento e 
administração. 2. Serão particularmente identificados 
a atos de ingerência, nos termos do presente artigo, 
medidas destinadas a provocar a criação de 
organizações de trabalhadores dominadas por um 
empregador ou uma organização de empregadores, ou 
a manter organizações de trabalhadores por outros 
meios financeiros, com o fim de colocar essas 
organizações sob o controle de um empregador ou de 
uma organização de empregadores.” (grifos 
acrescidos.) 
• O mesmo texto convencional reprime eventuais 
restrições empresariais a obreiros em face da 
participação ou não participação em tal ou qual 
sindicato (art. 1, 2, “a”, Convenção 98, OIT) ou em 
atividades sindicais(art. 1, 2, “b” da Convenção 98) 
• A Convenção 135, por sua vez (vigente no Brasil desde 
18.03.1991)(33), que trata da proteção de 
representantes de trabalhadores, estipula a seguinte 
garantia, também já mencionada neste Curso: 
 “Art. 1º Os representantes dos trabalhadores na 
empresa devem ser beneficiados com uma proteção 
eficiente contra quaisquer medidas que poderiam vir a 
prejudicá-los, inclusive o licenciamento (na verdade, 
despedida, isto é, “licenciement”), e que seriam 
motivadas por sua qualidade ou suas atividades como 
representantes dos trabalhadores sua filiação sindical, 
ou participação em atividades sindicais, conquanto 
ajam de acordo com as leis, convenções coletivas ou 
outros arranjos convencionais vigorando. 
➢ NÃO CONFUNDIR GARANTIA E ESTABILIDADE. A garantia 
é um tipo de estabilidade. 
❖ Garantia = é provisória, ideia de temporariedade, pois garante 
o emprego a determinados trabalhadores em um determinado 
tempo. Tem seu emprego garantido, não podendo ser 
dispensado por vontade do empregador, salvo por falta grava 
ou força maior. 
❖ Estabilidade = representa a garantia no emprego e visa 
proteger o trabalhador em determinadas situações especiais 
ou no exercício de alguns cargos. EX.: dirigentes sindicais. O 
empregado detentor de estabilidade só pode ser dispensado 
por falta grave devidamente apurada através de inquérito 
judicial. 
 
 PRINCIPAIS FONTES DE RECEITAS SINDICAIS 
➢ Contribuição sindical: não é obrigatória. Com a Lei n. 13.467, 
vigorante desde 11.11.2017, a contribuição sindical 
obrigatória foi convolada em contribuição sindical voluntária, 
passível de desconto apenas mediante expressa e prévia 
autorização dos participantes das categoriais econômicas e 
profissionais. ((art. 8º, IV, CF/88 e arts. 578 a 610, CLT) 
• O Novo caráter facultativo da Contribuição Sindical  
Nova redação da CLT promovida pela Lei 13.467/2017 
• “Art. 545. Os empregadores ficam obrigados a 
descontar da folha de pagamento dos seus 
empregados, desde que por eles devidamente 
autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, 
quando por este notificados. (NR) 
• “Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos 
pelos participantes das categorias econômicas ou 
profissionais ou das profissões liberais representadas 
pelas referidas entidades serão, sob a denominação de 
contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na 
forma estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e 
expressamente autorizadas.” (NR) 
• “Art. 579. O desconto da contribuição sindical está 
condicionado à autorização prévia e expressa dos que 
participarem de uma determinada categoria 
econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, 
em favor do sindicato representativo da mesma 
categoria ou profissão ou, inexistindo este, na 
conformidade do disposto no art. 591 desta 
Consolidação.” (NR) 
• “Art. 582. Os empregadores são obrigados a descontar 
da folha de pagamento de seus empregados relativa ao 
mês de março de cada ano a contribuição sindical dos 
empregados que autorizaram prévia e expressamente 
o seu recolhimento aos respectivos sindicatos.” (NR) 
• “Art. 583. O recolhimento da contribuição sindical 
referente aos empregados e trabalhadores avulsos será 
efetuado no mês de abril de cada ano, e o relativo aos 
agentes ou trabalhadores autônomos e profissionais 
liberais realizar-se-á no mês de fevereiro, observada a 
exigência de autorização prévia e expressa prevista no 
art. 579 desta Consolidação.” (NR) 
• “Art. 587. Os empregadores que optarem pelo 
recolhimento da contribuição sindical deverão fazê-lo 
no mês de janeiro de cada ano, ou, para os que venham 
a se estabelecer após o referido mês, na ocasião em que 
requererem às repartições o registro ou a licença para 
o exercício da respectiva atividade.” (NR) 
• “Art. 602. Os empregados que não estiverem 
trabalhando no mês destinado ao desconto da 
contribuição sindical e que venham a autorizar prévia 
e expressamente o recolhimento serão descontados no 
primeiro mês subsequente ao do reinício do trabalho.” 
➢ Contribuição Confederativa: (art. 8º, IV, CF/88) Destina-se ao 
custeio do sistema confederativo, devendo ser fixada nos 
limites legais, pela assembleia sindical 
OBS: Não é obrigatório o seu pagamento pelas pessoas não 
associadas ao respectivo sindicato (súmula vinculante 40 – ex 
sum. 666 STF) 
➢ Contribuição ou “Taxa” Assistencial: (art. 513, “e”, da CLT)  
Consiste no pagamento feito à entidade sindical que 
participou das negociações coletivas e obteve novas 
condições de trabalho. É prevista em sentenças normativas, 
acordos e convenções coletivas 
OBS: Só pode ser cobrada do associado ao sindicato. O 
argumento é de que fere a liberdade sindical 
constitucionalmente assegurada a cobrança encetada contra 
trabalhadores não sindicalizados, mesmo sendo efetivos 
integrantes da respectiva base sindical. (Precedente 119 da 
SDC do TST – mantido - DEJT divulgado em 25.08.2014) 
➢ Mensalidade dos sócios do sindicato (art. 548, “b”, da CLT) 
COMISSÃO DE EMPREGADOS NAS EMPRESAS – CLT/LEI 
13.467/2017 
➢ Serve para representar os empregados perante o empregador, 
com fins de reinvindicação, solução de conflitos, 
aprimoramento na relação e fiscalização. 
➢ A Lei da Reforma Trabalhista, a respeito desse tema, inseriu 
o novo Título IV-A na CLT (“Título IV-A — Da Representação 
dos Empregados”), integrado pelos arts. 510-A até 510-D. 
➢ Eis a regulamentação legal do novo instituto trabalhista: 
COMISSÃO DE REPRESENTANTES 
• “Art. 510-A. Nas empresas com mais de duzentos 
empregados, é assegurada a eleição de uma comissão para 
representá-los, com a finalidade de promover-lhes o 
entendimento direto com os empregadores. 
§ 1º A comissão será composta: 
I — nas empresas com mais de duzentos e até três mil 
empregados, por três membros; 
II — nas empresas com mais de três mil e até cinco mil 
empregados, por cinco membros; 
III — nas empresas com mais de cinco mil empregados, por 
sete membros. 
§ 2º No caso de a empresa possuir empregados em vários 
Estados da Federação e no Distrito Federal, será assegurada 
a eleição de uma comissão de representantes dos empregados 
por Estado ou no Distrito Federal, na mesma forma 
estabelecida no § 1º deste artigo.” 
ATRIBUIÇÕES DA COMISSÃO DE REPRESENTANTES 
• “Art. 510-B. A comissão de representantes dos empregados 
terá as seguintes atribuições: 
I — representar os empregados perante a administração da 
empresa; 
II — aprimorar o relacionamento entre a empresa e seus 
empregados com base nos princípios da boa-fé e do respeito 
mútuo; 
III — promover o diálogo e o entendimento no ambiente de 
trabalho com o fim de prevenir conflitos; IV — buscar 
soluções para os conflitos decorrentes da relação de trabalho, 
de forma rápida e eficaz, visando à efetiva aplicação das 
normas legais e contratuais; 
V — assegurar tratamento justo e imparcial aos empregados, 
impedindo qualquer forma de discriminação por motivo de 
sexo, idade, religião, opinião política ou atuação sindical; 
VI — encaminhar reivindicações específicas dos empregados 
de seu âmbito de representação; 
VII — acompanhar o cumprimento das leis trabalhistas, 
previdenciárias e das convenções coletivas e acordos 
coletivos de trabalho. 
§ 1º As decisões da comissão de representantes dos 
empregados serão sempre colegiadas, observada a maioria 
simples. 
§ 2º A comissão organizará sua atuação de forma 
independente. 
➢ Candidatura à comissão de representantes: Qualquer 
empregado pode ser candidato, exceto: contratos por prazo 
determinado, com contrato suspenso ou que estejam em 
período do aviso prévio, trabalhado ou indenizado 
PROCESSO ELEITORAL 
• “Art. 510-C. A eleição será convocada, com 
antecedência mínima de trinta dias, contados do 
término do mandato anterior, por meio de edital que 
deverá ser fixado na empresa,com ampla publicidade, 
para inscrição de candidatura. 
§ 1º Será formada comissão eleitoral, integrada por 
cinco empregados, não candidatos, para a 
organização e o acompanhamento do processo 
eleitoral, vedada a interferência da empresa e do 
sindicato da categoria. 
§ 2º Os empregados da empresa poderão candidatar-
se, exceto aqueles com contrato de trabalho por 
prazo determinado, com contrato suspenso ou 
que estejam em período de aviso prévio, ainda 
que indenizado. 
§ 3º Serão eleitos membros da comissão de 
representantes dos empregados os candidatos mais 
votados, em votação secreta, vedado o voto por 
representação. 
§ 4º A comissão tomará posse no primeiro dia útil 
seguinte à eleição ou ao término do mandato anterior. 
§ 5º Se não houver candidatos suficientes, a comissão 
de representantes dos empregados poderá ser 
formada com número de membros inferior ao 
previsto no art. 510-A desta Consolidação.” 
 
PRERROGATIVAS DOS INTEGRANTES DA COMISSÃO DE 
REPRESENTANTES 
• “Art. 510-D. O mandato dos membros da comissão de 
representantes dos empregados será de um ano. 
 § 1º O membro que houver exercido a função de 
representante dos empregados na comissão não poderá ser 
candidato nos dois períodos subsequentes. 
§ 2º O mandato de membro de comissão de representantes 
dos empregados não implica suspensão ou interrupção 
do contrato de trabalho, devendo o empregado 
permanecer no exercício de suas funções. 
§ 3º Desde o registro da candidatura até um ano após o fim do 
mandato, o membro da comissão de representantes dos 
empregados não poderá sofrer despedida arbitrária, 
entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo 
disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. 
§ 4º Os documentos referentes ao processo eleitoral devem ser 
emitidos em duas vias, as quais permanecerão sob a guarda 
dos empregados e da empresa pelo prazo de cinco anos, à 
disposição para consulta de qualquer trabalhador interessado, 
do Ministério Público do Trabalho e do Ministério do 
Trabalho.” 
 
➢ OBSERVAÇÕES 
❖ o art. 510-C, § 1º, in fine, passa a ideia equivocada de que o 
sindicato não pode participar do pleito para a composição da 
comissão de representantes dos empregados – o que seria 
regra ou dinâmica jurídica manifestamente antissindicais, 
ferindo não só a Constituição de 1988 como também as 
Convenções 98 e 135 da OIT. 
❖ Em segundo lugar, a necessária abertura à participação dos 
trabalhadores terceirizados que atuem de maneira 
permanente na empresa tomadora de serviços (empresa 
contratante) — sob pena de se configurar também clara regra 
ou dinâmica antissindicais, além de traduzir discriminação 
vedada pela Constituição da República (art. 3º, IV, in fine, 
c./c. art. 7º, XXXII, da CF/88). 
❖ Em terceiro lugar, a coerência de se interpretar a garantia de 
emprego inserida no art. 510-D, § 3º, igualmente para os 
suplentes dos representantes titulares da representação dos 
empregados, sob pena de se esvaziar o próprio instituto 
jurídico. 
 NEGOCIAÇÃO COLETIVA 
A NEGOCIAÇÃO COLETIVA COMO INSTITUTO JURÍDICO 
TRABALHISTA 
➢ A negociação coletiva é um dos mais importantes métodos de 
solução de conflitos existentes na sociedade contemporânea. 
Sem dúvida, é o mais destacado no tocante a conflitos 
trabalhistas de natureza coletiva. 
➢ É o modo como se desenvolve o poder normativo dos grupos 
sociais segundo uma concepção pluralista, não restrita à 
elaboração direta de normas pelo do Estado. Envolve, 
portanto, de relações coletivas que tem por fim a formação 
consensual de normas e condições de trabalho que serão 
aplicadas a um grupo de trabalhadores e empregadores 
Fases da negociação coletiva 
a. Assembleia do sindicato de trabalhadores e/ou patronal para 
autorizar a diretoria a iniciar as negociações (art. 612, CLT) 
b. Discussões entre os dirigentes dos sindicatos de empregados 
e de empregadores no caso de convenção, e entre aqueles e 
os diretores da empresa no caso de acordo coletivo (art. 616, 
CLT) 
c. Possibilidade de mediação do Delegado Regional do Trabalho 
visando à aproximação entre as partes e com poderes de 
convocação compulsória destas para o diálogo, ato que tem o 
nome de “mesa-redonda” no antigo Ministério do Trabalho 
(art. 616, § 1º, da CLT), atual “Secretaria do Trabalho” 
d. Havendo o ajuste de vontades, segue-se a redação do 
documento com as cláusulas objeto da negociação, pelos 
advogados das partes (art. 613, CLT) 
e. Aprovação do ajuste pelas assembleias dos sindicatos 
convenentes 
DEMAIS FASES DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA 
f. Depósito do documento redigido na Secretaria (Ministério) do 
trabalho no prazo de 8 dias da assinatura pelos representantes 
dos sindicatos ou empresas (art. 614 e § 1º, da CLT) 
g. Publicidade da convenção ou acordo com afixação, de modo 
visível, nas sedes dos sindicatos ou empresas, dentro de 5 dias da 
data do depósito 
h. Início da vigência após 03 dias do depósito na Secretária 
(Ministério) do Trabalho 
i. Duração máxima de 02 anos, podendo ser prorrogada, revista 
ou denunciada, significando prorrogação o ato pelo qual as 
partes, antes do término da duração da convenção ou acordo, 
resolvem reapreciar as suas cláusulas; e denunciam o ato pelo 
qual uma das partes comunica à outra a sua intenção de por fim 
antecipadamente à convenção, o que só ocorrerá também 
bilateralmente, isto é, com o consentimento da outra parte. 
PECULARIDADES DAS NEGOCIAÇÕES COLETIVAS 
ENVOLVENDO SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS E MILIARES 
➢ CF/88 – Art. 142, § 3º, IV “ao militar são proibidas a 
sindicalização e a greve” 
➢ OBS: “extensão” dessa restrição, quanto à greve, a 
policiais civis e servidores na área de segurança – STF 
ARE 654432 
 
Quanto aos servidores públicos civis: 
➢ Os servidores públicos civis têm direito a livre sindicalização 
(art. 37, VI, CF/88) 
➢ Limite ao objeto da negociação: princípio da 
legalidade administrativa e precisão de (aumento) de 
gastos por dotação em lei orçamentária 
➢ O servidor público civil tem o direito de greve que será 
exercido nos termos de lei específica (art. 37, vii, cf/88) 
➢ OBS: o STF, em julgamento de mandado de injunção 712-8, 
decidiu que se aplica a LEI GERAL DE GREVE (lei 7783/89), 
aos servidores públicos enquanto não for editada a lei 
específica. 
 NORMATIZAÇÃO E INSTRUMENTOS COLETIVOS 
ACORDOS E CONVENÇÕES COLETIVOS 
➢ Acordo Coletivo de Trabalho (ACT): diploma negocial de 
caráter normativo entre sindicato de empregados e uma ou 
mais empresas. 
➢ Convenção Coletiva de Trabalho (CCT): Art. 611, caput, CLT 
– “acordo de caráter normativo pelo qual dois ou mais 
sindicatos representativos de categorias econômicas e 
profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no 
âmbito das respectivas representações, às relações 
individuais de trabalho” 
➢ A convenção resulta, pois, de negociações entabuladas por 
entidades sindicais, quer a dos empregados, que a dos 
respectivos empregadores. Envolve, portanto, o âmbito da 
categoria, seja a profissional (obreiros), seja a econômica 
(empregadores). 
➢ Firmado entre sindicato de empregado e sindicato de 
empregadores. 
ACT E CCT: CARACTERIZAÇÃO 
I. LEGITIMAÇÃO: 
Empregados Sindicatos de categoria 
profissionais 
Empregadores Legitimação pode ser própria, 
direta, ao menos no caso de 
ACT 
Categorias Inorganizadas Federações (CCT). Inexistindo 
Federação, assume a 
Confederação (art. 611, § 2º, 
CLT) 
- Centrais Sindicais: não possuem legitimidade na negociação 
coletiva. 
 
II. CONTEÚDO: 
➢ Os instrumentos negociais coletivos contem, basicamente, 
regras jurídicas e cláusulas contratuais. Ou seja, seu conteúdo 
engloba, ao mesmo tempo, dispositivos normativos e 
dispositivos obrigacionais. 
 
CLÁUSULAS NORMATIVAS 
➢ São aquelas que geram direitos e obrigações que irão se 
integrar aos contratos individuais de trabalho das respectivas 
bases representadas.Fixam condições econômicas, sociais 
e/ou adaptativas do trabalho, vinculantes para os membros 
da categoria. Ex.: clausulas de: reajuste salarial; gratificação 
de função; adicionais noturnos ou de horas extras superiores 
àqueles previstos na CF/88 e CLT; concessão de plano de 
assistência médica, odontológica; pagamento de creche; 
instituição de Banco de Horas etc. 
 
CLÁUSULAS OBRIGACIONAIS: 
➢ São as que criam direitos e obrigações para as respectivas 
partes convenentes: sindicato obreiro e empresa, no caso de 
ACT, e sindicado obreiro e sindicato empresarial, no caso de 
CCT. Ex.: Cláusula de multa em favor do sindicato caso a 
empresa descumpra a convenção coletiva; previsão de 
deveres da empresa de prestar informações ao sindicato sobre 
seus empregados etc. 
 
III. DURAÇÃO: 
➢ A lei trabalhista brasileira não permite estipular convenção ou 
acordo coletivo com duração superior a dois anos (art. 614, § 
3º, CLT), podendo ser renovada, revista ou denunciada. 
PROIBIÇÃO DE ULTRATIVIDADE (§3º, ART. 614 CLT – LEI 
13.467/2017) 
MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS NO DIREITO COLETIVO 
PELA LEI 13.467/2017 
Limitação ao controle jurisdicional ao direito trabalhista negociado 
➢ CLT – “Art. 8º. (...) 
§3º No exame de convenção coletiva ou acordo 
coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará 
exclusivamente a conformidade dos elementos 
essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto 
no art. 104 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
(Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da 
intervenção mínima na autonomia da vontade 
coletiva. 
OBS: Limitação de constitucionalidade questionável em 
razão do Princípio do Acesso à Justiça, dada a restrição à 
análise meramente formal, pela Justiça do Trabalho, quanto 
à regularidade dos acordos e convenções coletivas (art. 5º, 
inciso XXXV, CF/88) 
 
“Prevalência” do negociado sobre o legislado, nas convenções e 
acordos coletivos sobre os temas listados no art. 611-A da CLT 
 OBS: Mudanças de constitucionalidade questionável em 
 razão do Princípio Protetivo, do caráter de norma de ordem 
 pública da regulamentação estatal sobre saúde e segurança e 
 do Princípio da aplicação da norma mais benéfica (art. 7, 
 caput, CF) 
 
 
 
 
 GREVE 
CONCEITO 
➢ É a cessação coletiva do trabalho para fins reivindicatórios, 
na qual há paralisação temporária dos serviços ou suspensão 
temporária do trabalho realizada para atender a interesses 
dos trabalhadores, condicionada à aprovação em assembleia. 
Constitui-se em instrumento de pressão por parte dos 
trabalhadores. 
NATUREZA JURÍDICA 
➢ Direito do empregado, sendo uma forma autorizada de 
autodefesa pelos trabalhadores em conflitos coletivos, 
considerada socialmente útil e protegida pelo ordenamento 
jurídico 
OBS: compete aos tribunais do trabalho a declaração da abusividade 
do movimento grevista (Súmula 189 e Precedente Normativo 29, 
TST) 
» Distinção entre GREVE e LOCK-OUT 
Lock-out é a paralisação das atividades pelo empregador, com 
a finalidade de frustrar a negociação coletiva e dificultar o 
atendimento das reinvindicações dos trabalhadores. É 
proibida pelo Direito sendo devidos os salários dos dias de 
paralisação (art. 722, da CLT) 
EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO LEGAL DA GREVE NO 
BRASIL 
» Até 1937 não era regulada, passando, então, a ser considerada 
delito 
» Só em 1946 a greve passou a ser um direito do trabalhador 
» Em 1967, embora mantida como direito, sofreu grandes 
limitações 
» A partir de 1988, a greve é reafirmada como direito 
fundamental 
» CF/88 – “Art. 9º. É assegurado o direito de greve, competindo 
aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo 
e sobre os interesses que devam por dele defender 
§1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e 
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da 
comunidade 
§2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas 
da lei 
 Efeitos sobre o contrato de trabalho 
» O período de greve é qualificado como de suspensão do 
contrato de trabalho (art. 7º da Lei n. 7.783/89) 
» Não configura abandono de emprego ou justa causa (súmula 
n. 316 do STF: “a simples adesão a greve não constitui falta 
greve”) 
OBS: segundo a lei de greve as relações obrigacionais durante 
o período devem ser regidas pelo acordo, convenção, laudo 
arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho 
Obs. 02: a rescisão do contato de trabalho só será admitida se 
a greve persistir depois de julgada abusiva, ou, quando 
necessário, se não forem mantidas “em atividade equipes de 
empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja 
paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração 
irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como 
manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da 
empresa quando da cessação do movimento” (art. 9º da Lei de 
Greve) 
 Procedimento necessário para deflagrar a greve 
» Negociação coletiva obrigatória 
» Decisão em assembleia convocada pelo sindicato 
» Aviso-prévio da greve: 48 horas de antecedência em geral, e 
de 72 horas no caso de serviços essenciais, quando deverão 
ser pré-avisados o empregador e os usuários 
 
Greve em atividades essenciais (arts. 10 e 11 da Lei de Greve) 
» É permitida a greve, mesmo em atividades essenciais, desde 
que as partes, de comum acordo, garantam, durante a greve, 
a prestação dos serviços indispensável ao atendimento das 
necessidades inadiáveis da comunidade, assim entendidas 
aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a 
sobrevivência, a saúde ou a segurança da população 
» Segundo o TST, o não atendimento de tais prestações no 
mínimo fixado pela Justiça torna a greve abusiva. (TST – 0J-
SDC-38) 
O ROL DE ATIVIDADES ESSENCIAIS NA LEI DE GREVE 
Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais: 
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de 
energia elétrica, gás e combustíveis; 
II - assistência médica e hospitalar; 
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; 
IV - funerários; 
V - transporte coletivo; 
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; 
VII - telecomunicações; 
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, 
equipamentos e materiais nucleares; 
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; 
X - controle de tráfego aéreo e navegação aérea; (Redação dada pela 
Lei nº 13.903, de 2019) 
XI - compensação bancária. 
XII - atividades médico-periciais relacionadas com o regime geral de 
previdência social e a assistência social; (Incluído pela Lei nº 
13.846, de 2019) 
XIII - atividades médico-periciais relacionadas com a caracterização do 
impedimento físico, mental, intelectual ou sensorial da pessoa com 
deficiência, por meio da integração de equipes multiprofissionais e 
interdisciplinares, para fins de reconhecimento de direitos previstos em 
lei, em especial na Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da 
Pessoa com Deficiência); e (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
XIV - outras prestações médico-periciais da carreira de Perito Médico 
Federal indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da 
comunidade. 
ESTÁ REGULANDO GREVE DE SERVIÇO PUBLICO EM 
INICIATIVA PRIVADA. NÃO PODE. INFORMAL 
 
A questão da greve no setor público 
» A Lei nº 7.783/89, diz respeito à greve no setor privado, 
excluindo o setor público (artigo 16 da Lei de Greve) 
» No setor público, a greve também é prevista 
constitucionalmente (artigo 37, inciso VII), porém, depende 
de regulamentação em lei específica, ainda não existente 
» Recentemente, no julgamento de Mandado de Injunção n. 
712-8 Pará, sob a relatoria do ministro Eros Grau, o Supremo 
Tribunal Federal – STF declarou que a Lei nº 7.783/89 (Lei de 
Greve do setor privado) deve ser aplicada, no que for 
compatível, ao setor público, enquanto não for promulgada a 
leiespecífica referida no artigo 37, inciso VII, da CF/88 
 Greve abusiva 
» Constitui abuso do direito de greve o ato de violar ou 
constranger garantias constitucionais ou a realização da 
greve sem obediência do procedimento legal 
» Cabe, porém aos tribunais do trabalho a declaração da 
abusividade do movimento grevista, nesse sentido, tem se 
manifestado O TST – TST sumula 189 e 29: 
» “SUM-189 GREVE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO 
TRABALHO. ABUSIVIDADE (nova redação) 
- Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A Justiça do 
Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não, 
da greve.” 
» “PN-29 GREVE. COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS PARA 
DECLARÁ-LA ABUSIVA 
- Compete aos Tribunais do Trabalho decidir sobre o abuso 
do direito de greve.”

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