Buscar

Crédito digital da matéria de Fundamentos do cuidar em enfermagem

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Crédito digital da matéria de Fundamentos do cuidar em enfermagem 
Concepções teórico-filosóficas para enfermagem 
DESCRIÇÃO: O cuidar e as tecnologias do cuidado. Relação das teorias com a sistematização da assistência de enfermagem. Teorias de Enfermagem.
PROPÓSITO: Desenvolver habilidades e competências técnicas no que se refere ao processo do cuidado de enfermagem e as tecnologias, bem como a aplicabilidade das teorias de Enfermagem na prática clínica do enfermeiro.
INTRODUÇÃO
A Enfermagem enquanto ciência é uma profissão cujo seu objeto central de trabalho é o cuidado com a pessoa humana de forma individual, bem como coletivo, de modo integral e holístico. Portanto, trata-se de uma arte de prestar cuidados.
O cuidado de enfermagem somente acontece através da interação das relações humanas construídas a partir de um complexo processo de normas e procedimentos que direcionam para o modo de fazer esse cuidado. O modo de fazer esse cuidado, único e exclusivo da enfermagem, é sustentado pelas concepções teórico-filosóficas que fazem com que o profissional nela inserido reflita sobre sua prática diante de um corpo de conhecimento científico (processo de enfermagem e as teorias) e um método próprio (sistematização da assistência de enfermagem).
Neste módulo, vamos descrever as bases conceituais sobre o cuidar/cuidado de enfermagem. Além disso, apresentaremos o que é cuidado, suas dimensões teórico-filosóficas e a necessidade de gerenciamento desse cuidado pelo enfermeiro. Vamos conversar também sobre a relação do cuidado de enfermagem com a sistematização da assistência e, por fim, construir uma reflexão sobre como as teorias de Enfermagem sustentam a prática clínico-profissional do enfermeiro.
É fundamental que você inicie esse tema refletindo sobre o que é cuidado para você. Como produzir um cuidado efetivo e humanizado frente aos desafios das relações humanas? Vamos começar?
MÓDULO 1
Identificar a prática clínica e sua relação com as tecnologias do cuidado e a sistematização da assistência de enfermagem
O CUIDAR E SUA RELAÇÃO COM AS TECNOLOGIAS DO CUIDADO: A palavra cuidado em seu significado amplo manifesta-se através do dicionário como: aquilo que foi ou é objeto de tratamento especial, zelo, bom trato; tratado; preocupação; bem feito; e somente acontece através da interação humana na sociedade.
Segundo Cecílio e Merhy: O CUIDADO DE FORMA IDEALIZADA, RECEBIDO/VIVIDO PELO PACIENTE, É SOMATÓRIO DE UM GRANDE NÚMERO DE PEQUENOS CUIDADOS PARCIAIS QUE VÃO SE COMPLEMENTANDO, DE MANEIRA MAIS OU MENOS CONSCIENTE E NEGOCIADA, ENTRE OS VÁRIOS CUIDADORES QUE CIRCULAM E PRODUZEM A VIDA DO HOSPITAL. ASSIM, UMA COMPLEXA TRAMA DE ATOS, PROCEDIMENTOS, FLUXOS, ROTINAS E SABERES, NUM PROCESSO DIALÉTICO DE COMPLEMENTAÇÃO, MAS TAMBÉM DE DISPUTA, COMPÕE O QUE ENTENDEMOS COMO CUIDADO EM SAÚDE.
Nesse caminhar, podemos afirmar que o cuidado de enfermagem é o objeto central da profissão do enfermeiro, sendo materializado através de dois aspectos distintos:
OBJETIVO: Trata das técnicas e procedimentos.
SUBJETIVO: Acontece através da interação humana, o vínculo, a percepção e o respeito às especificidades construídas partir da visão de mundo do outro.
O processo de cuidar/cuidado de enfermagem é amplo e complexo. Ele é baseado em atividades tecnológicas desenvolvidas pela enfermeira para e com o ser cuidado, permeado por um corpo de conhecimento científico, habilidades, pensamento crítico e reflexão, acompanhado de atitudes inovadoras, assim como comportamentos e ações para promover e atingir a dignidade humana em sua totalidade. A característica do cuidado em enfermagem é peculiar, pois, ao cuidar do ser humano, não é possível generalizar condutas, mas adaptá-las às mais diversas situações a fim de oferecer um cuidado individual e adequado ao indivíduo. (MEIER, 2004) Nesse contexto, a tecnologia surge para aumentar a eficiência das atividades humanas nos mais diversos campos de atuação da enfermagem. As tecnologias de cuidado podem ser conceituadas como todas as técnicas, procedimentos, conhecimentos utilizados pelo enfermeiro no cuidado. (NIETSCHE, 2000) A palavra tecnologia deriva de "arte e habilidade" e remete nosso pensamento ao uso de máquinas modernas e inovadoras, não é? Mas queremos te mostrar que a tecnologia do cuidado de enfermagem vai muito além do uso de máquinas. Ela impacta em recursos humanos e em recursos materiais.
Vamos conhecer um pouco mais a respeito de cada grupo?
TIPOS DE TECNOLOGIA DO CUIDADO EM SAÚDE
Para Merhy (2002), as tecnologias podem ser classificadas como leve, leve-dura e dura. Todas tratam a tecnologia de forma abrangente, mediante análise do processo produtivo até o final. As tecnologias leves são aquelas relacionadas às relações humanas; as leve-duras são os saberes estruturados, tais como as teorias; e as duras estão relacionadas aos recursos materiais, tipo máquinas.
Ainda segundo Merhy e Onocko (1997), a tecnologia leve valoriza a individualidade, a singularidade, o respeito, os relacionamentos, as atitudes, o comprometimento, as responsabilidades, as experiências, os compromissos, os valores e as crenças, dentre outros fatores. A tecnologia leve-dura representa o conhecimento científico no processo de trabalho em saúde. A tecnologia dura é constituída pelos recursos utilizados no cotidiano, tais como materiais e equipamentos, normas e estruturas organizacionais. Esses tipos de tecnologias estão intimamente relacionados ao de modo de fazer o cuidado de enfermagem. Entendemos que o encontro do enfermeiro com o paciente, no qual expressamos nossas ideias e habilidades, é a tecnologia leve. Durante a implementação de um protocolo assistencial, estamos praticando a tecnologia leve-dura. A utilização de um aparelho ou maquinário para auxiliar a execução de determinada técnica corresponde ao uso da tecnologia dura. É fundamental salientar que os tipos de tecnologia estão vínculos e correlacionados ao processo de cuidado da enfermagem.
Percebemos, assim, que o processo de cuidado de enfermagem se dá através da interação entre profissional, indivíduo (paciente), saúde, ambiente e a ciência de Enfermagem.
ATENÇÃO: O domínio da linguagem tecnológica deve estar claro para o enfermeiro, pois ele norteia a prática do cuidar/cuidado de enfermagem. Dessa maneira, é importante fazer bom uso das ferramentas operacionais tecnológicas para promover o cuidado humano, a vida e a enfermagem fundamental.
Nesse módulo, aprofundamos o conceito de cuidado de enfermagem e ampliamos sua visão acerca do uso das tecnologias na prática cotidiana da enfermagem. É de suma importância que o cuidado de enfermagem seja fundamentado nesta cientificidade. O domínio da enfermagem está alicerçado em aspectos práticos e teóricos e é fundamental que o enfermeiro desenvolva habilidades técnicas sem se sobrepor às relações humanas.
Cabe ao enfermeiro estabelecer uma relação de uso de suas habilidades técnicas e emocionais, estabelecendo um pensamento crítico, baseado em conhecimentos e atitudes para estabelecer um plano terapêutico individualizado. A palavra cuidar deve ser entendida em sua totalidade, de modo a comtemplar o cuidado eficaz, seguro e de qualidade.
CUIDAR E SUA RELAÇÃO COM AS TECNOLOGIAS DO CUIDADO
rELAÇÃO DAS TEORIAS COM A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
A Enfermagem, como ciência, possui um conjunto de saberes e domínios característicos para sua execução, que possibilitam a construção de uma visão holística e integrada ao indivíduo, configurando a materialidade do cuidado. Tal cuidado se dá através da aplicação do processo de enfermagem, constituído por etapas correlacionadas e vinculadas que são empregadas através de um método, em um cenário específico de saúde, sob a ótica de referenciais teóricos e da interação enfermeiro-sujeito cuidado.
Segundo Horta (1979), o processo de enfermagem organiza-se em cinco etapas relacionadas, interdependentes e recorrentes, baseado em um suporte teórico que oriente a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem, o planejamento das açõesou intervenções de enfermagem, implementação e que forneça a base para a avaliação dos resultados de enfermagem alcançados.
O processo de enfermagem é um conjunto de etapas aplicado à prática da profissão, sendo definido em três dimensões (IYER, TAPTICH E BERNOCCHI-LOSEY, 1993):
pROPÓSITO: É focado na individualidade, em que o enfermeiro interage com o cliente, confirmando suas observações com ele para que, juntos, utilizem o processo.
ORGANIZAÇÃO: Refere-se às fases distintas, independentes e relacionadas entre si.
PROPRIEDADE: São descritas como intencional, sistemático, dinâmico, interativo, flexível e baseado em teorias. 
A regulamentação 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem incumbe ao enfermeiro a liderança na execução e avaliação do processo de enfermagem, de modo a alcançar os resultados esperados. Cabe ao profissional realizar, privativamente, o diagnóstico de enfermagem a partir das respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo de saúde e doença, bem como a prescrição das ações ou intervenções de enfermagem a serem realizadas.
A ideia de processo de enfermagem não é nova em nossa profissão. Essa prática pode ser rastreada desde as primeiras observações de Florence Nightingale no campo de guerra. Ela enfatizava que os enfermeiros devem ser ensinados a fazer o cuidado de enfermagem a partir de julgamento clínico organizado, prático e científico. Na verdade, a expressão processo de enfermagem não existia na época, porém Nightingale expressava a materialidade do cuidar/ cuidado a partir da tomada de decisão e do cuidado clínico ao paciente. Sob o prisma do processo de enfermagem, a sistematização da assistência surge como um método (modo de fazer) para sustentar a gerência do cuidado de enfermagem realizada com base nas cinco etapas do processo de enfermagem. A sistematização da assistência de enfermagem (SAE) emerge como um método de prestação de cuidados para a obtenção de resultados satisfatórios na implementação da assistência, com o objetivo de reduzir as complicações durante o tratamento, de forma a facilitar a adaptação e recuperação do paciente (LEFEVRE, 2002).
A SAE abrange três elementos:
INSTRUMENTOS (PROTOCOLOS E MANUAIS.); DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL; MÉTODO CIENTÍFICO.
 SAIBA MAIS: O processo de enfermagem e a sistematização da assistência de enfermagem são termos distintos, mas, na prática, estão interligados. O processo de enfermagem tem um propósito maior, pois corresponde ao cuidado clínico direto ao paciente. A SAE trata do método de organização do cuidado clínico.
O primeiro passo a ser dado para aplicar a sistematização da assistência de enfermagem é escolher um método científico, as teorias de Enfermagem. As teorias de enfermagem servem para nortear as etapas do cuidado, o julgamento clínico das necessidades e, consequentemente, a tomada de decisão do enfermeiro. Os modelos teóricos têm contribuído muito na prática assistencial da enfermagem quando utilizados como referencial para a organização da assistência. De maneira geral, os modelos teóricos apresentam quatro pilares centrais, que são chamados de metaparadigmas da Enfermagem, um conjunto de informações necessárias para analisar o problema do indivíduo e identificar a melhor intervenção para solucionar o problema. Os pilares centrais para essa análise são:
pESSOAS: Indivíduos, famílias, comunidades e outros grupos.
AMBIENTE: Pronomes e ambientes, até mesmo o local onde ocorre a enfermagem.
SAÚDE: Bem-estar do indivíduo.
ENFERMAGEM: Definição de ciência e disciplina de Enfermagem.
Diversos teóricos desenvolveram hipóteses que embasam diferentes visões sobre o processo do cuidar. Cabe ao enfermeiro nortear-se de acordo com a identificação da teoria que mais se sustenta no seu cenário de prática clínica, a necessidade do indivíduo ou coletividade relacionada à assistência de enfermagem. Observamos que o modelo conceitual é transcendente à prática. Para a ciência da Enfermagem, o processo de enfermagem, a sistematização e as teorias representam a contribuição para a constructo do corpo de conhecimento científico de domínio de sua prática assistencial. Podemos afirmar que a relação das teorias e a sistematização da assistência servem como alicerce para a prescrição dos cuidados pelo enfermeiro de maneira que este seja o protagonista da gerência do cuidado de enfermagem.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. DE ACORDO COM MERHY (2002), AS TECNOLOGIAS EM SAÚDE PODEM SER CLASSIFICADAS EM LEVES, LEVES-DURAS E DURAS. A RESPEITO DESSA CLASSIFICAÇÃO, MARQUE A OPÇÃO CORRETA:
A) Na prática hospitalar, as tecnologias leves não são observadas, pois o uso das máquinas propicia um cuidado seguro e eficaz. B) As tecnologias leves-duras são aquelas relacionadas à alta tecnologia e dispensam a interação humana. C) A tecnologia dura é a mais importante das tecnologias, pois é única que impacta exclusivamente em um cuidar/cuidado de qualidade. D) A tecnologia leve é caracterizada como a interação humana entre enfermeiro e paciente, em que o cuidado de enfermagem está centrado no acolhimento e vínculo. E) As tecnologias não se relacionam entre si e, quando aplicadas separadamente, contemplam a essência do cuidado de enfermagem.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. O PROCESSO DE ENFERMAGEM ORGANIZA-SE EM ETAPAS INTER-RELACIONADAS E INTERDEPENDENTES QUE ACONTECEM DE FORMA SISTEMÁTICA. ASSINALE A SEQUÊNCIA CORRETA DE OCORRÊNCIA DO PROCESSO:
A) Diagnóstico de enfermagem, avaliação de enfermagem, coleta de dados e diagnóstico. B) Histórico de enfermagem, diagnóstico, planejamento de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem. C) Coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem. D) Avaliação de enfermagem, histórico de enfermagem, diagnóstico, planejamento de enfermagem e implementação de enfermagem. E) Sistematização da assistência, histórico de enfermagem, avaliação de enfermagem e planejamento de enfermagem.
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. De acordo com Merhy (2002), as tecnologias em Saúde podem ser classificadas em leves, leves-duras e duras. A respeito dessa classificação, marque a opção correta: A alternativa "D " está correta.
De acordo com Merhy (2002), as tecnologias leves são as das relações humanas.
2. O processo de enfermagem organiza-se em etapas inter-relacionadas e interdependentes que acontecem de forma sistemática. Assinale a sequência correta de ocorrência do processo: A alternativa "C " está correta. Segundo Horta (1979), o processo de enfermagem organiza-se em cinco etapas: coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento das ações, implementação e avaliação de enfermagem.
MÓDULO 2
Reconhecer as principais teorias de enfermagem no processo de cuidar e sua aplicabilidade no processo de trabalho do enfermeiro
VAMOS ENTENDER O QUE É UMA TEORIA?
Uma teoria é o caminho para caracterizar um fenômeno e para apontar os componentes que dão identidade a esse fenômeno. Na Enfermagem, as teorias são a construção a partir de uma prática idealizada que visa aperfeiçoar a assistência (BARNUM, 1998). Os fenômenos verificados na experiênciaprática dos enfermeiros precisam ser estudados em pesquisas para que seus atributos sejam reconhecidos. O modo mais lógico e efetivo de o enfermeiro examinar um fenômeno com profundidade começa pela definição do conceito de interesse, o que possibilita o desenvolvimento de teorias que têm como objetivo direcionar a prática clínica (WILLS; MC EWEN, 2009). A prática clínica de enfermagem vem avançando com o passar do tempo. Pesquisas científicas são desenvolvidas para melhorar o processo de enfermagem no ambiente hospitalar ou em atenção básica. As teorias de Enfermagem aperfeiçoam a prática do cuidar, entendendo o indivíduo como um ser único que dever ser assistido de maneira integral.
TEORIAS DE ENFERMAGEM
FLORENCE NIGHTINGALE (1860) - TEORIA AMBIENTALISTA
Florence Nightingale, nascida em uma família aristocrática britânica, em 1820, foi formalmente educada e aprendeu muitas línguas, Filosofia, Matemática e Religião. Ficou conhecida mundialmente como a pioneira da enfermagem e "a dama da lâmpada" depois de se voluntariar e reunir outras 38 mulheres para o tratamento dos soldados feridos na guerra da Crimeia em 1854. Nesse contexto, organizou um hospital onde reduziu a mortalidade de 40% para 2%, usando métodos para organização dos cuidados.
A teoria ambientalista desenvolvida por Florence Nightingale na segunda metade do século XIX, na Inglaterra, apresenta como foco principal o meio ambiente. Florence entendia que "somos seres de relações e interações com o meio em que nós estamos inseridos". Então, um ambiente adequado é fundamental para a recuperação dos doentes. A doença é considerada, de acordo com essa teoria, um processo restaurador da saúde. A função da enfermeira é equilibrar o meio ambiente, conservar a energia vital do paciente para que ele se recupere, priorizando o fornecimento de um ambiente estimulador. Temos, então, a concepção do ser humano como um ser integrante da natureza, um indivíduo cujas defesas naturais são influenciadas por um ambiente saudável ou não. 
Dessa forma, o preceito que fundamenta a teoria ambientalista é a manutenção de um ambiente favorável ao processo de cura e ao viver saudável (ventilação, limpeza, iluminação, calor, ruídos, odores e a alimentação), de modo que o processo de reparação, instituído pela natureza, não seja impedido.
Proposições identificadas na obra de Florence: As janelas devem ser abertas para possibilitar a entrada da luz para todos os ocupantes e um fluxo de ar fresco. Com a vestimenta adequada, pode-se manter, ao mesmo tempo, o paciente aquecido no leito e em ambiente muito bem arejado. A administração apropriada da residência interfere na cura dos enfermos. Os cuidados de enfermagem envolvem a casa na qual o paciente vive e os que têm contato com ele, sobretudo os cuidadores. O ruído é prejudicial e perturba a necessidade de repouso do doente. Alimentação nutritiva, leitos e roupas de cama apropriadas e higiene pessoal do indivíduo são essenciais. A limpeza previne a morbidade. Higiene corporal. Com o ambiente limpo, os números de casos de infecção diminuem.
Diante disso, Nightingale evidencia que a enfermagem é uma prática não curativa, em que o paciente é colocado na melhor condição para a ação da natureza. A ambiência é apenas um dos dispositivos para o desenvolvimento de uma assistência humanizada. A meta da enfermagem é o auxílio aos pacientes na manutenção de suas capacidades vitais, satisfazendo suas necessidades.
HILDEGARD PEPLAU (1952) - RELACIONAMENTO INTERPESSOAL
Peplau foi introdutora do relacionamento terapêutico enfermeiro-cliente na enfermagem, passando grande parte de sua vida profissional dedicando-se a trabalhos na área da Enfermagem Psiquiátrica. Publicou em sua obra Interpersonal Relations in Nursing, em 1952, sua teoria original, resultado de seu doutorado em Enfermagem Psiquiátrica. Ela é considerada a enfermeira do século e mãe da Enfermagem Psiquiátrica por ter sido pioneira no desenvolvimento das concepções teórico-práticas acerca de Psiquiatria e saúde mental.
Peplau descreve a enfermagem como uma arte terapêutica e um processo interpessoal, no qual cada indivíduo é visto como um ser bio-psicossocial-espiritual, dotado de crenças, costumes, usos e modos de vida voltados para determinada cultura e ambiente diversificado. Para a autora, a enfermagem ocorre através da relação humana entre um indivíduo que está doente ou necessitado de serviços de saúde e um enfermeiro preparado para reconhecer e para responder às necessidades de ajuda do paciente.
As ideias de Peplau têm sido incorporadas em outras práticas profissionais de saúde. Sua teoria foi introduzida há aproximadamente quarenta anos, época em que os clientes não eram participantes ativos do cuidado que lhes era prestado. Para construção de sua teoria, Peplau usou conhecimento emprestado da ciência comportamentalista e daquilo que pode ser chamado de modelo psicológico. A composição conceitual dos relacionamentos interpessoais procura desenvolver as habilidades do enfermeiro usando a orientação através dos eventos de significância psicológica, sentimentos e comportamentos do paciente. A teoria interpessoal de Harry Stack Sullivam; a teoria da psicodinâmica de Sigmund Freud; a teoria de Abraham Maslow da motivação humana; o trabalho de Neal Elgar Miller voltado para a teoria da personalidade, mecanismos de ajuste, psicoterapia e princípios do aprendizado social são alguns dos muitos recursos que Peplau usou no desenvolvimento da sua posição conceitual.
A teoria resume duas condições de interação essenciais à saúde: As demandas fisiológicas de um organismo humano que exigem a manipulação das condições materiais em benefício do bem-estar de um indivíduo ou grupo. As condições interpessoais, individuais e sociais, que satisfazem as necessidades da personalidade e permitem a expressão e uso das capacidades de forma produtiva. No processo de relação do enfermeiro com o cliente, a teórica ressalta quatro fases de atuação no processo de enfermagem que deverá ser educativo e terapêutico: orientação, identificação, exploração e resolução. Cada fase se caracteriza por papéis ou funções desempenhadas pelo enfermeiro ou cliente à medida que eles aprendem a trabalhar conjuntamente para resolver suas dificuldades. Essas fases se relacionam e variam quanto à duração temporal à medida que o processo evolui para o encontro de uma solução, apresentando momentos sobrepostos.
Quais são as fases de atuação no processo de enfermagem?
1ª FASE - ORIENTAÇÃO
O enfermeiro e a pessoa/família/grupo têm o primeiro contato, passando a identificar e compreender as necessidades do problema existente. Durante a orientação às atitudes do cliente e do enfermeiro são influenciadoras sobre o dar ou receber ajuda, onde os participantes do processo interpessoal apresentam partes igualmente importantes na interação terapêutica.2ª FASE - IDENTIFICAÇÃO
A pessoa seleciona aqueles que possam ajudá-la, como o enfermeiro ou algum membro do grupo. Se há relacionamento interpessoal satisfatório, os participantes do grupo podem ter a sensação de serem capazes de lidar com os seus problemas. Essa transformação diminui os sentimentos de desamparo, motivando-os para o enfrentamento de suas necessidades.
3ª FASE - EXPLORAÇÃO
Explorar todos os serviços que lhe são oferecidos, reconhecendo a si mesmo como a parte integrante mais importante do ambiente provedor de cuidados a saúde. Essa pessoa deve ser consciente da necessidade de sua plena adesão ao tratamento, ficando atento a todas as formas de ajuda e de informações que possam contribuir com seu processo de superação das dificuldades e de atendimento às necessidades afetadas. Ao enfermeiro, cabe proporcionar um clima emocional terapêutico, ajudando-o a responder questões individuais e explorar todos os caminhos que conduzam a um comportamento saudável.
4ª FASE - RESOLUÇÃO
Espera-se que as necessidades do cliente já tenham sido satisfeitas, desfazendo o elo entre enfermeiro e cliente. O cliente apresenta-se pronto para voltar para casa, abandonando, assim, os antigos laços e dependências, implicando na liberação gradual da identificação com as pessoas que têm proporcionado assistência e a criação e fortalecimento da capacidade para agir por si mesmo.
IMOGENE KING (1971) - TEORIA DO ALCANCE DE METAS
A teoria de Imogene King evoluiu a partir da década de 1960, fruto de trabalhos publicados como resultado da percepção da autora sobre a enorme quantidade de conhecimentos disponíveis às enfermeiras e a dificuldade que isso traz na escolha dos fatos e conceitos relevantes a uma determinada situação.
A estrutura conceitual de King está baseada na relação enfermeiro-cliente, na qual se faz necessário o estabelecimento de metas. Assim surge a intitulada Teoria de Alcance de Metas.
A teoria proposta por Imogene King se caracteriza por ser interacionista, baseada no cuidado de Enfermagem que não se restringe ao âmbito individual, mas pode ser prestada a um grupo social com o qual a enfermeira estabelece contato. O paciente está no centro do processo e é envolvido em todas as etapas, tendo por objetivo obter os melhores resultados e satisfazer suas necessidades, a partir da definição de metas. As metas estabelecidas direcionam o trabalho do enfermeiro para detectar qualquer reação que o indivíduo venha a apresentar diante de uma nova situação.
Segundo essa teoria, os indivíduos são formados por três sistemas interativos, que estão abertos ao ambiente e interagem para garantir o equilíbrio e a saúde do indivíduo:
PESSOAL
O sistema pessoal (indivíduo) compreende as características próprias de cada pessoa, que reagirá aos eventos vivenciados segundo suas percepções, expectativas e ansiedades.
INTERPESSOAL
O sistema interpessoal (relacionamento entre as pessoas) compreende a dimensão onde ocorrem as interações humanas, que definem como um indivíduo se percebe e reage diante das ações do outro. Além disso, inclui definições como a interação, comunicação, papel de cada indivíduo, e o estresse, constituindo o processo de interação que o homem utiliza para se comunicar com o meio e alcançar suas metas.
SOCIAL
O sistema social (grupos familiares, religiosos, educacionais e outros) representa os papéis, comportamentos e práticas que delimitam as reações dos grupos. Pode ser visualizado quando há o encontro entre equipes com interesses e necessidades especiais, que se organizam e formam sociedades.
A relação entre o enfermeiro e o cliente deve ser intencional, propiciar a definição de metas direcionadas às prioridades individuais, inserindo o cliente ativamente nos processos relativos ao cuidado. O desafio do alcance de objetivos pode ser superado por meio do diálogo e da compreensão das especificidades do indivíduo ou do grupo social. A interação estabelecida é fundamental para o alcance de metas e restabelecimento do bem-estar do indivíduo e eficácia do plano terapêutico proposto pelo enfermeiro.
DOROTHEA ELIZABETH OREM (1971) - AUTOCUIDADO
A teoria de Orem surge a partir da ideia de que, quando capaz, o indivíduo deve cuidar de si mesmo. Quando o indivíduo não é capaz, desponta o protagonismo do enfermeiro. A partir desta reflexão, destaca-se a teoria sobre o déficit de autocuidado como uma teoria geral, constituída por três teorias relacionadas: teoria do autocuidado (descreve e explica o autocuidado); teoria do déficit do autocuidado (explica as razões pelas quais a enfermagem pode ajudar as pessoas); teoria dos sistemas de enfermagem (descreve as relações que são necessárias estabelecer pela enfermagem com as pessoas que apresentam limitações no autocuidado). A teoria de déficit de autocuidado se dá quando a enfermagem passa a ser uma exigência a partir das necessidades de um adulto e quando ele se acha incapacitado ou limitado para prover autocuidado contínuo e eficaz.
Orem (1980) conceitua o autocuidado como sendo a prática de atividades iniciadas pelo indivíduo em seu próprio benefício, ou seja, o desempenho de atividades que contribuem para a saúde, sua recuperação e bem-estar. Assim, as funções humanas básicas são determinantes para a habilidade do autocuidado. A avaliação dessas funções indica se uma pessoa tem capacidade de ser independente para o autocuidado ou se necessita de ajuda.
Ela defende que o ser humano tem habilidades próprias para promover o cuidado de si mesmo. Segundo sua visão, após o enfermeiro identificar o déficit de autocuidado, ele estabelece o plano de ação junto ao paciente, delegando a sua responsabilidade, a do paciente e a de outros profissionais, para que as demandas terapêuticas do autocuidado sejam atendidas.
Os requisitos de autocuidado são ações voltadas para a provisão de cuidado. Há três categorias de requisitos ou exigências do autocuidado apresentadas por Orem:
Universais: Estão associados a processos de vida e à manutenção da integridade da estrutura e funcionamento humanos. Eles são comuns a todos os seres humanos durante todos os estágios do ciclo vital, como, por exemplo, as atividades do cotidiano.
Desenvolvimentais: São as expressões especializadas de requisitos universais que foram particularizados por processos de desenvolvimento, associados a algum evento, como a adaptação a um novo trabalho ou adaptação a mudanças físicas.
Desvio de saúde: É exigido em condições de doença, ferimento ou moléstia. Pode ser consequência de medidas médicas exigidas para diagnosticar e corrigir uma condição.
Já os requisitos universais de autocuidado estão associados a processo de vida, manutenção da integridade da estrutura. As atividades do cotidiano são um termo comum para tais requisitos, como:
1. MANUTENÇÃO DE INGESTÃO SUFICIENTE DE AR, DE ÁGUA E DE ALIMENTO.
2. PROVISÃO DE CUIDADOS ASSOCIADOS A PROCESSOS DE ELIMINAÇÃO E EXCREÇÃO.
3. MANUTENÇÃO DE EQUILÍBRIO ENTRE ATIVIDADE E DESCANSO.
4. MANUTENÇÃO ENTRE SOLIDÃO E INTERAÇÃO SOCIAL.
5. PREVENÇÃO DE RISCOS À VIDA HUMANA, AO FUNCIONAMENTO HUMANO E AO BEM-ESTAR HUMANO.
Os cinco métodos de ajuda que Orem identificou foram: agir ou fazer para o outro; guiar o outro; apoiar o outro (física ou psicologicamente); proporcionar um ambiente que promova o desenvolvimento pessoal; ensinar o outro.
O sistema de enfermagem planejado pelo profissional está baseado nas necessidades de autocuidado e na capacidade do paciente para a execução de atividades de autocuidado, proporcionando um protagonismo do processo do cuidar. Para satisfazer os requisitos de autocuidado do indivíduo, Orem identificou três classificações de sistemas de enfermagem: o sistema totalmente compensatório, o sistema parcialmente compensatório e o sistema de apoio e educação.
O sistema de enfermagem totalmente compensatório é representado pelo indivíduo incapaz de empenhar-se nas ações de autocuidado. O enfermeiro, através de suas ações, atua na ação limitada do paciente, conseguindo realizar o cuidado do paciente, compensando sua incapacidade para a atividadede autocuidado através do apoio e da proteção.
O sistema de enfermagem parcialmente compensatório está representado por uma situação em que o enfermeiro e o paciente executam medidas ou outras ações de cuidado que envolvem tarefas de manipulação ou de locomoção. Através de sua ação, o enfermeiro efetiva medidas de cuidado pelo paciente, compensa suas limitações de autocuidado atendendo ao paciente conforme o exigido. O paciente realiza algumas medidas de autocuidado, regulando suas atividades e aceitando atendimento e auxílio do enfermeiro. O sistema de enfermagem de apoio e educação ocorre quando o indivíduo consegue executar, aprendendo a executar medidas de autocuidado terapêutico, regulando o exercício e desenvolvimento de suas atividades de autocuidado. Assim, o enfermeiro vai promover esse indivíduo a um agente capaz de se auto cuidar. As suposições empregadas na teoria do autocuidado são lógicas e aceitas pela comunidade de enfermagem. Os conceitos são aplicáveis à enfermagem, em suas relações implícitas e explicitas, e são úteis para explicar o conceito de paciente e as relações entre paciente e enfermagem (SILVA, 2009).
MADELEINE LEININGER (1978) - TEORIA DA ENFERMAGEM TRANSCULTURAL
Em meados dos anos 1950, Madeleine Leininger percebeu uma lacuna na compreensão dos fatores culturais que influenciavam no comportamento das crianças sob seus cuidados, o que fez com que ela se preocupasse e observasse tal fenômeno, refletindo sobre a inter-relação entre Enfermagem e Antropologia e adquirindo conhecimentos específicos de Antropologia para subsidiar sua assistência.
A teoria da diversidade e universalidade do cuidado cultural (TDUCC) considera que a visão de mundo dos indivíduos e as estruturas sociais e culturais influenciam seu estado de saúde, bem-estar ou doença. Busca reconhecer a situação cultural e seus influenciadores, utilizando essas informações como ferramentas para prever as ações e decisões para o cuidado de forma congruente. 
A cultura é definida por Leininger como "os valores, crenças, normas e modo de vida praticados, que foram aprendidos, compartilhados e transmitidos por grupos particulares e geram pensamentos, decisões e ações de forma padronizada". Nessa perspectiva, a cultura tem abrangência de grupos que preservam determinados comportamentos como forma de pertencimento social e se revelam coletivamente em contextos específicos. A família pode ser considerada um grupo no qual são aprendidos e compartilhados determinados comportamentos. A abrangência da teoria envolve, além dos grupos étnicos, aqueles nos quais os indivíduos atuam juntos em um determinado contexto (SEIMA, 2011)
Segundo a proposta de Leininger, as ações e decisões de enfermagem seguem três formas de atuação:
pRESERVAÇÃO DO CUIDADO: Assistir, facilitar ou capacitar o indivíduo a manter hábitos favoráveis à saúde.
ACOMODAÇÃO DO CUIDADO: Revela formas de adaptação ou negociação das práticas de saúde.
REPADRONIZAÇÃO DO CUIDADO: Auxilia o cliente a alterar seus padrões de vida, buscando formas mais saudáveis de viver.
O enfermeiro, ao utilizar a TDUCC, trabalha em mútuo conhecimento e respeito para produzir um saber comum entre o popular e o profissional. Ao conhecer o modo de viver de indivíduos e grupos, é possível realizar a sustentação técnica e a autonomia pautada na ética e no respeito.
WANDA AGUIAR HORTA (1979) - TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS
Em 1979, Wanda de Aguiar Horta escreveu o livro Processo de Enfermagem, que apresenta relevância para diversos campos da prática profissional de enfermagem, proporcionando um olhar integral para o paciente.
Nesta obra, a autora descreve que, por possuir caráter dinâmico, o processo de enfermagem apresenta seu foco direcionado ao ser humano e suas necessidades humanas básicas.
Horta se baseia na teoria da motivação humana desenvolvida pelo psicólogo americano Abraham H. Maslow, que apresenta como necessidades humanas básicas em três grandes dimensões:
Segundo a proposta de Leininger, as ações e decisões de enfermagem seguem três formas de atuação:
NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS: Oxigenação; hidratação; nutrição; eliminação; sono e repouso; exercício e atividades físicas; sexualidade; abrigo; mecânica corporal; motilidade; cuidado corporal; integridade cutâneo-mucosa; integridade física; regulação térmica; hormonal; neurológica; hidrossalina; eletrolítica; imunológica; crescimento celular; vascular; locomoção; percepção: olfativa, visual, auditiva, tátil, gustativa e dolorosa; ambiente; terapêutica.
NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS: Segurança; amor; liberdade; comunicação; criatividade; aprendizagem (educação à saúde); recreação; lazer; espaço; orientação no tempo e espaço; aceitação; auto realização; autoestima; participação; auto- imagem e atenção.
NECESSIDADES PSICOESPIRITUAIS: Religiosa ou teológica; ética ou de filosofia de vida.
Quando uma dessas necessidades acomete o indivíduo, ela se apresenta através de sinais e sintomas denominados problemas de enfermagem.
Pode-se dizer que o problema de enfermagem representa condições decorrentes de alterações das necessidades humanas básicas do paciente, família e coletividade.
A metodologia de trabalho da enfermagem deve ser desenvolvida a partir do método científico, fazendo com que o processo de enfermagem passe a não ser apenas um instrumento responsável por guiar e nortear o cuidado desenvolvido pela enfermagem.
Wanda Horta denomina processo de enfermagem como um método dinâmico de ações sistematizadas e interrelacionadas, visando à assistência ao ser humano, caracterizada em seis fases:
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM: Fase inicial de contato do enfermeiro com o paciente, em que ocorre a anamnese (coleta de informações) e exame físico.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: Avaliação do estado de saúde do cliente, em que se estabelece uma frase padrão que direciona o cuidado de enfermagem.
PLANO ASSISTENCIAL: Também pode ser chamado de plano de cuidados, em que são elaboradas ações que deverão ser desenvolvidas pela enfermagem.
PLANO DE CUIDADOS OU PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM: Ações que deverão ser descritas pelo enfermeiro a fim de proporcionar melhora do quadro do paciente.
EVOLUÇÃO: Descrição do quadro do paciente em determinado período da assistência prestada.
PROGNÓSTICO: Baseado no diagnóstico clínico e nas possibilidades terapêuticas e assim, corresponde à avaliação da evolução da doença no organismo e sua capacidade de melhora clínica.
JEAN WATSON (1979) - TEORIA DO CUIDADO TRANSPESSOAL
Margaret Jean Watson desenvolveu a teoria do cuidado transpessoal baseada na necessidade de um olhar holístico ao paciente, que não privilegiasse apenas as questões físicas e o modelo tecnicista. O centro da teoria de Watson trata sobre uma maior consciência social e espiritual do enfermeiro (transpessoal) ao estabelecer a interação com o paciente, na qual é possível construir uma conexão mais profunda. Para alicerçar esse pensamento, ela se inspirou em diversos filósofos, como Carl Rogers.
MARGARET JEAN WATSON: É uma teórica em Enfermagem. Ela possui quinze graus de doutorado, sendo doze internacionais (Suécia, Reino Unido e Espanha), PhD em Psicologia educacional e aproximadamente trinta livros publicados.
O conceito de transpessoal é definido como uma relação intersubjetiva humano-humano em que o enfermeiro afeta e é afetado pela pessoa do outro. Ambos são plenamente presentes no momento e sentem uma união com o outro. (CLARCK, 2016)
Watson considera que o cuidado efetivo acontece por meio do relacionamento transpessoal, ou seja, o cuidado que transcende tempo, espaço e matéria de paciente e profissional para que formem um único elemento em sintonia, além do momento pontual da interação, de maneira a favorecer a restauração (FAVERO, PAGLIUCA, LACERDA, 2013). Para sustentar a essência da teoria, Watson apresenta alguns elementos estruturais que são a base do cuidado transpessoal em sua visão integral e holística.
Essa teoria apresenta dez fatores de cuidado que constituem um sistema de valores humanístico-altruísta:
1. ESTIMULAÇÃO DA FÉ-ESPERANÇA2. CULTIVO DA SENSIBILIDADE PARA SI E PARA OS OUTROS
3. DESENVOLVIMENTO DO RELACIONAMENTO DE AJUDA-CONFIANÇA
4. PROMOÇÃO E ACEITAÇÃO DA EXPRESSÃO DE SENTIMENTOS POSITIVOS E NEGATIVOS
5. USO SISTEMÁTICO DO MÉTODO CIENTÍFICO DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS PARA TOMAR DECISÕES
6. PROMOÇÃO DO ENSINO-APRENDIZAGEM INTERPESSOAL
7. PROVISÃO DE UM AMBIENTE MENTAL, FÍSICO, SOCIOCULTURAL E ESPIRITUAL SUSTENTADOR, PROTETOR E/OU CORRETIVO
8. AUXÍLIO COM A GRATIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES HUMANAS
9. ACEITAÇÃO DAS FORÇAS EXISTENCIAIS E FENOMENOLÓGICAS
10. FORMAÇÃO DE UM SISTEMA DE VALORES HUMANÍSTICO-ALTRUÍSTAS
A teoria do cuidado transpessoal entende a enfermagem como uma prática de cuidados baseada na interação humanizada paciente-enfermeiro, de modo que a experiência de cada membro seja mediada pela transpessoalidade, sem menosprezar a prática técnica e tecnológica, mas valorizando a essência e experiência do paciente no processo saúde-doença. 01Nesse caminhar, apresentamos as principais teorias de enfermagem. Para facilitar a organização do seu estudo, segue um quadro para ilustrar os teóricos e os elementos fundamentais que sustentam o entendimento acerca de cada teoria. Vamos lá?
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. CONSIDERANDO AS TEORIAS DE ENFERMAGEM, É CORRETO AFIRMAR QUE A TEORIA TRANSCULTURAL DO CUIDADO FOI PROPOSTA POR:
A) Florence Nightingale. B) Wanda de Aguiar Horta. C) Callista Roy. D) Madeleine Leininger. E) Hildegard Peplau.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. TEORIA QUE TRATA SOBRE A MOTIVAÇÃO HUMANA E DENTRE SUAS NECESSIDADES TRATA DA NECESSIDADE PSICOSSOCIAL COMO LIBERDADE, LAZER, AUTO REALIZAÇÃO ENTRE OUTROS. SOBRE AS TEORISTAS E AS TEORIAS DE ENFERMAGEM, ASSINALE A OPÇÃO CORRETA:
A) Teoria Holística: Martha Rogers. B) Teoria ambientalista: Hildegard Peplau. C) Teoria do cuidado Transcultural: Florence Nightingale. D) Teoria das necessidades Humanas Básicas: Wanda de Aguiar Horta. E) Teoria da comunicação: Virginia Hederson.
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. Considerando as teorias de enfermagem, é correto afirmar que a teoria transcultural do cuidado foi proposta por: A alternativa "D " está correta. A teoria transcultural do cuidado de enfermagem foi proposta por Madeleine M. Leininger. Ela considera que a cultura dos indivíduos e as estruturas sociais e culturais influenciam sua condição de saúde, bem-estar ou doença
2. Teoria que trata sobre a motivação humana e dentre suas necessidades trata da necessidade psicossocial como liberdade, lazer, auto realização entre outros. Sobre as teoristas e as teorias de enfermagem, assinale a opção correta: A alternativa "D " está correta. As necessidades humanas básicas são divididas em três grandes dimensões (necessidades psicossociais): segurança; amor; liberdade; comunicação; criatividade; aprendizagem; gregária; recreação; lazer; espaço; orientação no tempo e espaço; aceitação; auto realização; autoestima; participação; autoimagem e atenção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista o conteúdo teórico-conceitual apresentado, percebemos a complexidade do conceito de cuidar/cuidado de enfermagem na prática assistencial do enfermeiro. Nesse sentido, o conceito de cuidar, as tecnologias do cuidado, as ações e métodos científicos sustentam o cuidado de enfermagem na prática cotidiana.
Dessa maneira, a temática abordada apresentou os principais elementos científicos necessários para a construção de pensamento crítico para a execução de uma assistência integral e segura no domínio da Enfermagem. Nosso objetivo é que você se torne um profissional com a habilidade de tomada de decisão e julgamento clínico, sendo capaz de executar o cuidado de enfermagem de maneira segura e eficaz, buscando o aprimoramento das práticas.

Outros materiais