Buscar

TEXTO BASE_Políticas públicas de educação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

9
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
Unidade I
1 POlítICAs PúBlICAs dE EduCAçãO E suA dEfINIçãO
Na perspectiva desta disciplina, vamos discutir como as políticas públicas são planejadas para 
atender aos direitos previstos nas legislações educacionais. As Constituições brasileiras, ao reconhecerem 
a educação como direito do cidadão, definiram os responsáveis pelo seu provimento. Para atender o 
direito à educação, o Estado deve estabelecer sua estrutura e funcionamento educacional formal e suas 
fontes de financiamento.
A política pública em educação se traduz em ações que dão o alicerce para o atendimento aos 
ideais expressos nas leis. Para que se efetive, o planejamento educacional, em todos os seus níveis, 
vai garantir a organização das ações, programas e planos, e o financiamento da educação garante o 
desenvolvimento dos planos, programas e ações das políticas educacionais.
O presente curso apresenta a disciplina Políticas Públicas de Educação. Mas o que devemos entender 
por políticas públicas? Para entender o conceito de políticas públicas, vamos tratar de alguns de seus 
elementos, com o objetivo de delimitar sua abrangência e seu conteúdo temático.
Quando pensamos no termo política, estamos nos referindo àquilo que é próprio do homem, 
e o auxilia a organizar a vida social e resolver problemas e conflitos. Para Padilha (2001), há várias 
definições para política, mas o sentido que está mais presente é das ações e relações humanas. 
No caso da educação escolar, em sentido específico, “pode representar a Administração do Estado 
pelas autoridades e especialistas governamentais, ações da coletividade em relação a tal governo” 
(PADILHA, 2001, p. 20).
A esfera de poder político a ser discutida é a federal, envolvendo também as esferas estaduais e 
municipais, visto que o sistema escolar brasileiro e sua estrutura e funcionamento serão o objeto de 
análise no desenvolvimento, implementação e avaliação das políticas públicas.
Dentro do conceito de políticas públicas, o conteúdo temático a ser apresentado é o da 
política educacional e sua relação com as demais políticas adotadas no decorrer da história 
brasileira em todos os seus aspectos: sociais, econômicos e culturais, que influenciaram o 
desenvolvimento das ideias pedagógicas, assim como as práticas sociais realizadas na educação 
escolar. A elaboração das leis educacionais e as políticas públicas estiveram atreladas a essa 
demanda social brasileira. Pelo que estudamos nas disciplinas do curso de Pedagogia até 
agora, podemos entender que há muita complexidade e ambiguidade nas discussões teóricas 
do ideal a ser buscado pelas políticas públicas e a realidade educacional revelada pelos dados 
resultantes das avaliações institucionais que estão em desenvolvimento, principalmente após 
a Lei 9.394/96.
10
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
 lembrete
A política pública educacional tem como meta influenciar o cenário 
nacional e interferir na realidade social, tentando definir tanto objetivos 
comuns como ações voltadas às metas.
Conforme Teixeira (1977, p. 186), “a nova fase em que vamos entrar é a da educação como direito 
individual, mas a ser ministrada numa escola comum, uma e diversificada, destinada a dar a todos e a 
cada um igualdade de oportunidades para o desenvolvimento de suas aptidões e talentos”.
Atualmente, são as avaliações institucionais implementadas pelos governos federal, estaduais e 
municipais que revelam os índices de qualidade de ensino, apontados pela aprendizagem dos alunos e 
exame dos contextos educativos.
O desafio do curso será entender o processo das políticas públicas educacionais, que vai da 
sua formulação (que envolve a definição de prioridades, responsabilidades, uso e destinação das 
verbas públicas) à implantação e implementação das ações, planos, programas e projetos, além do 
acompanhamento e avaliação dos resultados.
Há também a participação dos movimentos populares, no decorrer do processo histórico, que 
apontam problemas, situações e alternativas que representam os anseios dos grupos sociais locais ou 
regionais. Esses movimentos, além de influenciar, querem decidir as políticas públicas e constituem 
atitudes cidadãs, solidárias e participativas.
A luta dos movimentos sociais pela educação nunca teve muita visibilidade, sendo assumida no 
decorrer da história pelos sindicatos dos professores e profissionais da educação ou organizações não 
governamentais. A partir da década de 1990, segundo Gohn (2006), as lutas se dirigiram para a falta 
de vagas nas escolas públicas, filas para matrículas, deslocamento de filhos de uma mesma família para 
escolas diferentes e atrasos nos repasses de verbas, entre outros motivos.
A discussão sobre os movimentos sociais pela educação escolar já aponta, desde as décadas de 1970 e 
1980, indícios que ainda não foram superados. Conforme Azanha (1995, p. 17), “a capacidade reivindicatória 
das comunidades em matéria da educação, não vai além da luta pela abertura de escolas”, e acrescenta que 
“as classes de mais baixa renda não conseguem ainda discernir o bom e mau ensino e, por isso, em face das 
sucessivas reprovações de seus filhos, apenas se limitam a retirá‑los da escola” (ibidem, p. 17).
Devido às diferentes realidades regionais brasileiras, participar do processo de elaboração das políticas 
públicas em educação escolar demanda a identificação das possibilidades e dos espaços existentes 
nos diferentes estados brasileiros, suas dificuldades, seus limites e suas necessidades. A compreensão 
das contradições dos projetos políticos da educação escolar historicamente desenvolvidos, como a 
descentralização e a municipalização, é necessária para dar conta do desafio de construir propostas de 
políticas articuladas com um desenvolvimento educacional brasileiro integrado e sustentável.
11
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
1.1 Conceito
De acordo com o Dicionário Aurélio (FERREIRA, 1999), a palavra política significa:
ciência que trata dos fenômenos referentes ao Estado; ciência política; 
sistema de regras respeitantes à direção dos negócios públicos; arte de bem 
governar e conjunto de objetivos que dão forma a determinado programa 
de ação governamental e condicionam sua execução.
E a palavra público (FERREIRA, 1999) é um adjetivo que diz respeito ao que é relativo, pertencente 
ou destinado ao povo e à coletividade, e também relativo ou pertencente ao governo de um país.
Usando as definições apresentadas, podemos dizer que as políticas públicas são diretrizes, princípios norteadores 
de ação do poder público, regras e procedimentos que estabelecem as relações entre o poder público e a sociedade 
e as mediações entre a população e o Estado, ou seja, cidadãos que representam a sociedade e o Estado.
Nesse sentido, as políticas públicas são explicitadas em documentos, como leis e programas que 
definem quais as prioridades e as linhas de financiamentos que determinam as aplicações de recursos 
públicos em educação.
Podemos afirmar que as políticas públicas de educação traduzem e sistematizam, em seu processo 
de elaboração, a definição das necessidades educacionais brasileiras e a forma de intervenção a ser 
adotada, assim como a implantação e implementação das ações, projetos e programas, qual a população 
a ser atendida e os resultados esperados a curto, médio e longo prazos.
Nesse processoestão envolvidas as formas de exercício do poder político, uma vez que engloba a 
distribuição e redistribuição do poder, o papel do conflito social nos processos de decisão, a repartição 
de custos e benefícios sociais.
Há que se esclarecer que as políticas públicas tratam de recursos públicos que serão destinados 
diretamente aos projetos, programas e ações junto à área educacional ou por meio de isenções e relações 
que são de interesse público.
A crescente participação da sociedade civil nas diferentes esferas da vida social faz com que se 
entrecruzem interesses e visões de mundo, sendo de difícil definição os limites entre o público e o 
privado. Daí surge a importância do debate público, com transparência e visibilidade, e da sua elaboração 
por grupos sociais existentes e em espaços públicos.
Ao nos referirmos ao poder, é necessário esclarecer que deve ser entendido como a relação social 
que envolve os vários personagens que se interessam diretamente ou indiretamente pela área, que 
atuam nela ou são seus beneficiários, com projetos ou interesses diferenciados.
O interesse pela área educacional, em nosso caso, necessita de mediações sociais e institucionais 
para que as políticas públicas possam ser legitimadas e, assim, se tornem eficazes.
12
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Segundo Teixeira (2002), é a natureza de regime político em que o país vive, o grau de organização 
da sociedade civil e a cultura vigente que determinam a elaboração de políticas públicas.
Dessa maneira, as políticas públicas são definidas e sistematizadas, podendo‑se, então, determinar 
quem é responsável por decidir: o quê, quando, com quais consequências e para quem.
1.2 Objetivos
Os objetivos das políticas públicas estão voltados, principalmente, aos setores marginalizados 
da sociedade, que são considerados vulneráveis. Nesse sentido visa efetivar os direitos da cidadania. 
As demandas da sociedade civil são apresentadas por meio de movimentos sociais, sejam elas pela 
mobilização, luta ou pressão social. Reconhecidas institucionalmente, geram políticas de atendimento 
que promovem o desenvolvimento, para a geração de emprego e renda ou outras políticas de cunho 
mais estratégico.
Assim, as políticas públicas expressam em seu bojo valores e visões de mundo e os exprimem em suas 
ações. Dessa forma, expressam as visões de mundo dos que controlam o poder, e para que esse poder 
seja representativo dos interesses de todos os segmentos sociais, depende da capacidade de organização 
e negociação dos segmentos sociais dominados.
Para atingir seus objetivos, é preciso considerar qual é a natureza ou o grau de intervenção, a 
abrangência dos benefícios, os impactos aos beneficiários e nas relações sociais.
Podemos analisar se a natureza ou o grau de intervenção é estrutural ou conjuntural. É estrutural 
quando trata de intervir em relações socioestruturais, como renda, e conjuntural ou emergencial quando 
atender uma situação imediata.
A abrangência pode ser universal, quando se estender a todos os cidadãos; segmentada, quando 
atende a um fator determinante como idade ou gênero; e fragmentada, quando atender a um 
determinado grupo social ou um segmento.
Os impactos que as políticas públicas podem causar nas relações sociais ou em seus beneficiários 
podem ser distributivos, quando distribuem benefícios individuais; redistributivos, ao buscar equidade e 
redistribuir os benefícios entre os grupos sociais; e regulatórios, ao definir regras e procedimentos para 
atender aos interesses gerais da sociedade.
É vista, no Artigo 37 da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), a importância da atitude 
da administração pública no desempenho de sua função com ética, sobriedade, impessoalidade e no 
trato com a verba pública, que deve ser de transparência, lisura e eficiência. O artigo aborda também 
a responsabilidade de atuação governamental, voltada às necessidades apontadas pela coletividade 
social, e a cobrança de atitudes de legalidade, moralidade e da publicidade dos atos administrativos: 
“a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade 
e eficiência” (BRASIL, 1988).
13
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
Exemplo de aplicação
É interessante pesquisar em seu município ou em seu estado quais são as metas dos planos de 
educação, sua abrangência e as prioridades educacionais apontadas, os programas, planos e ações em 
desenvolvimento, as parcerias com o sistema federal ou estadual, as formas de publicidade dos dados e 
as verbas públicas utilizadas.
Atualmente, a verba pública é distribuída na educação formal pelo que a lei chama de custo‑aluno. 
Deve‑se elaborar anualmente o valor do custo‑aluno da educação infantil, do ensino fundamental 
e do ensino médio. O valor da verba a ser recebida pelas escolas é calculado pelo número de alunos 
matriculados em cada nível de ensino que a escola oferece à comunidade.
Podemos estudar alguns programas que estão sendo implementados pelo Ministério 
da Educação junto às unidades da federação e seus sistemas de ensino federal, estaduais, 
municipais e do distrito federal, como o PDE – Plano de Desenvolvimento da Escola, por 
exemplo. Esse plano é coerente com a atual legislação educacional, que destaca a importância 
da escola como o agente principal de desenvolvimento da educação escolar brasileira, onde a 
relação professor‑aluno se realiza.
O PDE é planejado pelo MEC de acordo com as prioridades educacionais brasileiras, sendo 
que o financiamento das ações previstas no PDE estão presentes no planejamento setorial do 
MEC. As unidades escolares públicas podem se tornar parceiras dessas ações, de acordo com 
seu projeto político pedagógico e necessidades locais. Para isso, a participação da comunidade 
nas decisões sobre o desenvolvimento educacional da instituição é importante para definir 
as prioridades locais e os objetivos da escola, tendo como meta a aprendizagem escolar com 
qualidade. É também fundamental discutir a importância da autonomia da escola, para decidir 
quais são os projetos e ações que devem ser desenvolvidos e atingir o objetivo da qualidade de 
ensino. Por outro lado, a legislação educacional implantou a cultura da avaliação institucional 
na educação escolar brasileira, sob a responsabilidade das diferentes esferas administrativas e 
seus sistemas de ensino.
Por meio da instituição do IDEB – índice de Desenvolvimento da Educação Básica e das avaliações 
do MEC (Saeb, Prova Brasil, Provinha Brasil, ENEM) e dos sistemas estaduais e municipais, podemos aferir 
como está o funcionamento da educação escolar nacional e seus pontos de avanços e de fragilidade. 
O Brasil participa também da prova internacional do PISA, que aponta o nível do desenvolvimento 
educacional da população brasileira em relação aos outros países participantes da prova. Como podemos 
observar, o sistema nacional de educação escolar está implementando ações cujo objetivo é garantir a 
real qualidade de ensino ministrado pelas escolas do país, assegurando um dos direitos da cidadania ao 
brasileiro.
Nesse exemplo podemos perceber a relação entre a legislação educacional, o papel do Estado e do 
governo, do MEC, e como ocorre a elaboração das políticas públicas educacionais, seu desenvolvimento, 
seu financiamento, seu acompanhamento e sua avaliação.
14
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
eda
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
1.3 Concepções de políticas públicas existentes no Brasil
1.3.1 A visão liberal
É importante considerarmos as orientações políticas presentes na história brasileira, para podermos 
entender as atuais políticas públicas na área educacional.
Segundo Aurélio (FERREIRA, 1999), “a visão da política liberal tem no liberalismo seus fundamentos, 
que se traduzem no conjunto de ideias e doutrinas visando a assegurar a liberdade individual no campo 
da política, da moral, da religião dentro da sociedade”. O liberalismo político resultante da filosofia 
liberal defende a liberdade política do indivíduo em relação ao Estado e é favorável a oportunidades 
iguais para todos. A ideia do Estado Liberal está centrada na noção de poder público separado do 
governante e do governado, com autoridade política dentro de limites precisos. Há três tradições na 
ciência política. A primeira analisa a política liberal como aquela que discute as questões da cultura 
política da nação e a constituição do cidadão. A segunda discute problemas de representação política 
e responsabilização, propondo que as ações dos indivíduos, instituições e estado podem estar sujeitas a 
controles provenientes dos acordos centrais do pacto democrático. A terceira enfatiza o poder do Estado 
nos aspectos que se referem à obtenção do consenso e à implementação de medidas que representam 
interesses defendidos, se necessário, com atos de coerção e relações sociais de dominação. 
Nesse sentido, a visão liberal defende uma concepção de política pública voltada a interesses que não 
levam em consideração as desigualdades sociais. A vida social e econômica é resultante das capacidades 
individuais e do esforço individual de superação para uma melhor qualidade de vida.
Essa concepção se opõe à universalidade dos benefícios de uma política social. Para ela, a política 
social não tem papel relevante, pois as desigualdades sociais são resultantes de esforços individuais. 
Como exemplo dessa visão, Azanha (1975, p. 17) afirma que “geralmente, a escola não é responsabilizada 
pela reprovação, pois o malogro escolar é recebido como resultado de deficiências pessoais das crianças” 
. Dessa maneira, a visão liberal está presente no cotidiano da vida escolar, inclusive das crianças e jovens, 
sem que se tenha presente a importância do atendimento escolar como fator de sucesso na escola.
1.3.2 A visão social‑democrata
Na visão social‑democrata, pensa‑se numa política de atuação com benefícios sociais, que visa à 
proteção aos mais fracos, como uma maneira de dar igualdade de condições a todos, em decorrência 
das diferenças econômicas promovidas pela sociedade capitalista.
O Estado de bem‑estar social é o sistema que representa a visão social‑democrata, no qual as políticas 
públicas têm um papel regulador das relações econômico‑sociais. Nesse sentido, representa um acordo 
social entre o trabalho e o capital, em que os cidadãos podem aspirar a níveis mínimos de bem‑estar 
social, incluindo educação, saúde, seguridade social, salário e moradia.
Esse sistema cresceu, gerando uma relativa distribuição de renda e o reconhecimento de uma série de 
direitos sociais. Fundos públicos foram constituídos e utilizados em investimentos nas áreas estratégicas 
15
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
para o desenvolvimento e em programas sociais, o que acarretou um controle político burocrático da 
vida dos cidadãos e consumidores de bens públicos.
Os sistemas liberal e social‑democrata, citados anteriormente, executavam políticas públicas com a 
intervenção do Estado em várias áreas de atuação dos indivíduos.
A partir da década de 1970, esse modelo entrou em crise, devido aos novos padrões introduzidos 
pelas tecnologias nos processos de acumulação e nas relações de trabalho. Essa situação, devido ao 
esgotamento das possibilidades de atendimento às necessidades crescentes da população, levou à 
falência do Estado protetor e ao agravamento da crise social, gerando o burocratismo e a ineficiência 
do aparelho governamental.
A crítica a essa situação é o fato de a política de intervencionismo ter sido responsável pela estagnação 
econômica e pelo parasitismo social; propõe‑se um ajuste estrutural, que levasse à redução dos gastos 
sociais, a um equilíbrio financeiro e a uma política social seletiva e emergencial.
1.3.3 A visão neoliberal
O sistema que historicamente veio responder a essas necessidades sociais e econômicas foi o 
neoliberalismo, que defende a ação mínima do Estado, acreditando no equilíbrio social resultante do 
livre funcionamento do mercado. As noções de mercados abertos e tratados de livre‑comércio, redução 
do setor público e diminuição da intervenção estatal na economia e na regulação do mercado resultaram 
nos programas e políticas de ajuste estrutural. Nesse sistema modificam‑se as formulações das políticas 
públicas, pois, com ação mínima do Estado, é preciso que as regulamentações sejam mínimas. As políticas 
distributivas devem compensar desequilíbrios graves, passando a ter um caráter não universal (seletivo) 
de atendimento.
As políticas redistributivas, controladas por tecnocratas, sem a participação da sociedade presentes 
nas visões anteriores, não são coerentes com a liberdade do mercado e incentivam o parasitismo social.
O fenômeno da globalização do capitalismo vem influenciar a elaboração das políticas públicas, e 
os interesses internacionais aparecem com grande poder de interferência nas decisões, sendo às vezes 
ditados por organismos multilaterais. Cada país tem seu processo de formulação de políticas públicas, 
tornando‑se cada vez mais complexo.
O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional aparecem como os principais responsáveis 
pelas recomendações, por meio de um conjunto de programas e políticas com vistas ao ajuste estrutural 
necessário ao novo modelo econômico e social do Estado. O modelo de ajuste e estabilização proposto 
é baseado numa série de recomendações de política pública, que envolve a redução drástica do gasto 
governamental, por meio da privatização das empresas paraestatais, liberalização dos salários e preços 
e reorientação da produção industrial e agrícola para exportação.
Propõe‑se, então, a diminuição da participação financeira do Estado no fornecimento de serviços 
sociais como saúde, pensões, aposentadorias, transporte público, habitação popular e educação, e sua 
16
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
transferência para o setor privado. As atividades do setor público são concebidas como improdutivas e 
como desperdício social. Assim também é entendida a educação e sua função social, que incidem nas 
concepções do papel atual da educação e nas políticas públicas na área educacional.
1.4 As políticas públicas neoliberais
A partir do neoliberalismo, a sociedade civil é chamada a participar do processo de formulação de 
políticas públicas. Podemos identificar alguns aspectos que dele fazem parte:
Identidade: o processo de formação de identidade coletiva se constrói na medida em que há 
iniciativas de proposições para resolver problemas coletivos.
Plataformas políticas: expressam as concepções do papel do Estado e da sociedade civil 
por meio de programas de ações voltados às demandas e carências. As políticas públicas 
representam o sentido do desenvolvimento histórico‑social dos atores sociais na disputa para 
construir a hegemonia.
Mediações institucionais: são as políticas públicas, que representam as mediações entre os 
interesses e valores dos diversosatores sociais. Estes se defrontam em espaços públicos, com o objetivo 
de negociar soluções para o conjunto da sociedade ou determinados grupos sociais.
Dimensão estratégica: é representada pelas políticas públicas, que são diretamente ligadas 
ao modelo econômico e à constituição de fundos públicos, sendo referência e base para a 
definição de outras políticas ou programas em determinadas áreas. As inovações tecnológicas 
e a reestruturação produtiva, assim como os seus efeitos sobre o emprego e o agravamento 
das desigualdades sociais, devem ser consideradas nas opções estratégicas. Estas, por sua 
vez, devem considerar alternativas que redirecionem o emprego, de maneira a tornar seus 
beneficiários cidadãos ativos, com inserção social, contribuindo para o desenvolvimento da 
sociedade.
Podemos definir políticas públicas como um processo dinâmico, composto de negociações, 
pressões, mobilizações, alianças ou coalizões de interesses. Para participar desse processo, é necessário 
o estabelecimento de uma agenda que reflita os interesses que podem ser dos setores majoritários 
da população ou não. Essa participação vai depender do grau de mobilização da sociedade civil e da 
institucionalização de mecanismos que viabilizam sua participação. Estão envolvidos os conceitos de 
composição de classe, mecanismos internos de decisão dos diversos aparelhos, e seus conflitos e alianças 
internas da estrutura de poder. Esses conceitos estão imersos nas pressões sociais e nos conflitos da 
sociedade.
Quando nos referimos à sociedade civil, devemos reconhecer a diversidade de interesses e visões 
presentes. Atualmente, para se chegar a um consenso, exige‑se a realização de uma tarefa complexa, 
pois são necessário o debate, o confronto e a negociação. Esse consenso depende do grau de organização 
da sociedade civil e de suas organizações, que atualmente está fragmentada, embora com algumas 
iniciativas de articulação de alguns setores.
17
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
Os passos a serem seguidos para uma participação efetiva e eficaz da sociedade civil são, de acordo 
com Teixeira (2002, p. 5)., os seguintes:
• a elaboração e formulação de um diagnóstico participativo e 
estratégico com os principais atores envolvidos, no qual se possam 
identificar os obstáculos ao desenvolvimento, fatores restritivos, 
oportunidades e potencialidades, e a negociação entre os diferentes 
atores;
• identificação de experiências bem sucedidas nos vários campos, 
sua sistematização e análise de custos e resultados, tendo em vista 
possibilidades de ampliação de escalas e criação de novas alternativas;
• debate público e mobilização da sociedade civil em torno das 
alternativas entre os atores;
• decisão e definição em torno de alternativas, competências das 
diversas esferas públicas envolvidas, dos recursos e estratégias de 
implementação, cronogramas, parâmetros de avaliação;
• detalhamento de modelos e projetos, diretrizes e estratégias; 
identificação das fontes de recursos; orçamento dos meios 
disponíveis e a providenciar; mapeamento de possíveis parcerias, para 
a implementação;
• na execução, publicização, mobilização e definição de papéis dos 
atores, suas responsabilidades e atribuições, acionamento dos 
instrumentos e meios de articulação;
• na avaliação e acompanhamento do processo e resultados conforme 
indicadores, redefinição das ações e projetos.
Atualmente, os conceitos que fazem parte do conteúdo e do processo da estruturação das políticas 
públicas são: sustentabilidade, democratização, eficácia, transparência, visibilidade, diversidade, 
participação e qualidade de vida, para a construção de uma nova ética centrada na vida e na solidariedade 
em busca de uma cultura da paz. Apesar do conhecimento desses elementos, é preciso que sejam 
traduzidos em parâmetros objetivos, para que orientem a elaboração, implementação e avaliação das 
políticas propostas.
O estado de bem‑estar social, como uma das formas de atuação da política, não deu conta de 
atender a todas as necessidades educacionais que se propôs a oferecer à coletividade social. O governo, 
como responsável pelo desenvolvimento das políticas públicas de educação, não cumpriu as metas de 
universalização a respeito da educação escolar obrigatória, da qualidade de ensino, da remuneração do 
professor e da proposta de valorização do magistério, das políticas públicas de formação continuada dos 
18
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
profissionais da educação e do estado de precariedade das instalações dos estabelecimentos de ensino. 
Além disso, os índices de analfabetismo e o resultado insatisfatório das avaliações institucionais das 
diferentes esferas de poder (executivos federais, estaduais e municipais) apontam para problemas ainda 
básicos na resolução de problemas de matemática e na leitura e interpretação de textos.
O conhecimento dos mecanismos envolvidos no estabelecimento de políticas públicas nos possibilita 
ter informações a respeito de como executar ações de intervenção a favor dos princípios presentes 
na Constituição Federal de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96. Eles 
expressam, já nos textos legais, conquistas sobre direitos individuais e coletivos, o direito à educação 
escolar com sucesso, o financiamento da educação, a definição do que são gastos em educação, a 
prestação de contas dos gastos realizados e a avaliação do desenvolvimento do processo educativo. Isso 
é feito para verificar se estão ocorrendo de acordo com os preceitos legais, com a permanência do aluno 
na escola até completar sua escolaridade básica e a responsabilização dos poderes públicos e dos órgãos 
administrativos na elaboração de políticas educacionais, que permitam a realização dos anseios sociais 
presentes nos textos legais.
1.5 As políticas públicas pós‑neoliberalismo
Há autores que discutem a proposta neoliberal adotada como fundamento para o desenvolvimento 
de políticas públicas. Eles afirmam que a sociedade civil deve se responsabilizar pelo desenvolvimento 
de ações, decididas pela coletividade segundo as necessidades apontadas no contexto local e regional, e 
desenvolvidas por meio de programas e planos envolvendo a parceria entre a sociedade civil e a escola 
pública, mas estes não resultaram na melhoria da qualidade de ensino oferecida à população. Em função 
disso, segundo Barroso (2005, p. 745), discute‑se que está havendo uma recomposição das relações entre 
“Estado e mercado no que se refere ao fornecimento e financiamento dos serviços públicos, incluindo, 
no caso vertente, a educação”. Por outro lado, o autor afirma que qualquer que seja a mudança nas 
questões políticas, há que se defender e promover a escola pública, “enquanto garantia da aquisição e 
distribuição equitativa de um bem comum educativo” (ibidem, p. 745).
A discussão da educação como fator de desenvolvimento econômico já percorre algumas décadas e 
vem apresentando modificações em seu enfoque pelo desenvolvimento científico, econômico, social e 
de fenômenos como a globalização e a urbanização crescentes. Atualmente, a escola ainda é considerada 
um fator de transformação social e, dependendo de como esse conceito é entendido, pode estar ou 
não a favor das classes populares e do desenvolvimento de políticas públicas de educação voltadas à 
educação escolar de todos, com igualdade de condições e equidade, garantindo o desenvolvimento da 
plena cidadania e da participação social e produtiva do cidadão.
Alguns teóricos da educação escolar, como Paro (1999), Oliveira e Adrião (2002) defendem o conceitode educação escolar como fator de transformação social, sendo um direito de cidadania e de escola. 
Isso quer dizer que os responsáveis pelas políticas públicas do financiamento da educação, a partir dos 
documentos legais como o Plano Nacional de Educação e os Planos Estaduais e Municipais, dos órgãos 
administrativos, como o MEC, e das secretarias estaduais e municipais, devem desenvolver ações que 
tenham como princípio a construção dos conhecimentos necessários pelas crianças e jovens da educação 
escolar básica, garantindo a eles a plena participação nos processos sociais, produtivos e políticos.
19
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
É direito do aluno da escola pública ter acesso e domínio dos conhecimentos necessários que o torne 
capaz, com competências e habilidades necessárias, para participar plenamente na vida produtiva, social 
e política. Muitos instrumentos legais foram implementados para a garantia desse direito, e a decisão 
política foi colocar a escola como o local para o qual se deve olhar, fazendo com que a qualidade de ensino 
seja desenvolvida como a executora da garantia da aprendizagem do aluno. Para isso, os conceitos de 
gestão escolar e de projeto político‑pedagógico e os princípios da gestão na escola pública, da participação 
e da autonomia devem ser entendidos para que o processo ocorra a favor das classes populares.
O entendimento desses conceitos passa pela visão política adotada pelo Estado e, em função disso, 
pelas prioridades nacionais elencadas e pelas políticas públicas educacionais em concordância com um 
projeto de Estado brasileiro. Destaca‑se a importância do planejamento em todas as áreas e setores da 
educação escolar. Temos que retomar o que foi destacado por Barroso (2005): “a escola pública nunca 
deve estar esquecida de seu papel e de sua importância dentro do seio social”.
2 PlANEJAMENtO EduCACIONAl E suA ABrANGÊNCIA
2.1 Conceito de planejamento
O ato de planejar está presente em todos os níveis da educação escolar brasileira, seja nos sistemas 
de ensino federal, estadual ou municipal, seus órgãos administrativos e na unidade escolar. A elaboração 
ocorre do projeto político‑pedagógico até o plano de aula, onde a tarefa educacional se realiza na 
concretude da relação professor e aluno, buscando a melhor qualidade de ensino. Podemos citar o 
planejamento global, setorial, regional ou local.
Os termos planejamento, plano e projeto são usados cotidianamente nas escolas. Para Padilha (2001), 
precisam ser explicitados e, no nosso caso, para que ocorram as práticas de racionalização do trabalho, 
a busca de eficiência deve fazer parte da organização das atividades educativas, quaisquer que sejam 
o local e o seu nível de abrangência, sendo realizadas com vistas a atingir os objetivos mais amplos da 
educação nacional e da aprendizagem escolar.
O planejamento é discutido por vários autores, como Azanha (1993), Vasconcelos (1995), Fusari 
(1988) e Libâneo (2001). No processo de planejar, ato coletivo contínuo e sistemático, há a tomada 
de decisões em relação a objetivos claramente definidos. Para Fusari (1988), é um processo de análise 
da realidade escolar, com o objetivo de conhecer mais sobre os problemas do cotidiano pedagógico 
e superá‑los. Vasconcelos destaca que é um processo permanente de reflexão sobre a realidade, 
possibilitando planejar o futuro e escolher as atitudes melhores para se atingir o objetivo.
2.2 Abrangência
Encontramos o ato de planejar nas várias instâncias da educação escolar nacional. Para Padilha 
(2001), são eles:
• Planejamento educacional: planejamento de maior abrangência, geralmente dos sistemas de 
ensino. Padilha (ibidem, p. 32) afirma que esse planejamento:
20
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
[...] é, antes de tudo, aplicar à própria educação aquilo que os verdadeiros 
educadores se esforçam por inculcar a seus alunos: uma abordagem 
racional e científica dos problemas. Tal abordagem supõe a determinação 
dos objetivos, recursos disponíveis, a análise das consequências que 
advirão das diversas atuações possíveis, a escolha entre as possibilidades, 
a determinação das metas específicas a atingir em prazos bem definidos e, 
finalmente, o desenvolvimento dos meios mais eficazes para implantar a 
política escolhida. Assim concebido, o planejamento educacional significa 
bem mais que a elaboração de um projeto contínuo que engloba uma série 
de operações interdependentes.
Os itens abordados na definição desse conceito de planejamento nos deixa claro seu papel, sua 
importância, os passos de sua elaboração e sua abrangência. Se pesquisarmos os programas, a ação e 
os planos propostos e desenvolvidos pelo MEC, entenderemos sua organização e sua forma de atuação, 
assim como a abrangência de cada um dos projetos.
• Planejamento curricular: trata a dinâmica das ações internas da escola. Isso significa cuidar 
do desenvolvimento escolar dos alunos e do modo como será a vida na escola. É o planejamento 
responsável pelo tipo de relação que o aluno vai ter com os conteúdos escolares, com os colegas, 
professores, funcionários e a escola. Segundo Padilha (2001, p. 34), “é o processo de tomada de decisões 
sobre a dinâmica da ação escolar. É a previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno” 
. É também um instrumento que regula as ações escolares em prol dos objetivos a serem alcançados, 
integrando a escola e garantindo a interdependência entre todos os setores, áreas e ações.
• Planejamento escolar: é voltado à coordenação da ação docente e sua relação com o contexto 
social. Para Libâneo (2001, p. 221), esse planejamento:
[...] é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas 
em termos da sua organização e coordenação em face dos objetivos 
propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de 
ensino. É um processo de racionalização, organização e coordenação da 
ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto 
social.
O autor nos chama a atenção para a ação planejada das ações didáticas, introduzindo ao mesmo 
tempo o conceito de revisão como reflexão sobre a ação para a tomada de decisão em função dos 
objetivos propostos. Essa ação tem como orientadora de seu desenvolvimento a política educacional 
adotada.
• Planejamento de ensino: processo para decidir ações e interações entre os educadores e alunos 
da escola. Para Fusari (1988, p. 10),
[...] é o processo que envolve a atuação concreta dos educadores no cotidiano 
do seu trabalho pedagógico, envolvendo todas as suas ações e situações, o 
21
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
tempo todo, envolvendo a permanente interação entre educadores e entre 
os próprios educandos.
A abrangência da atuação das políticas educacionais escolhidas chega ao cotidiano escolar e está 
presente nas tomadas de decisão, nas ações e em como estas são desenvolvidas.
• Planejamento coletivo: tem como meta organizar a ação, a responsabilização e a divisão das 
tarefas a serem realizadas. Esse conceito introduz a importância da organização das ações entre 
todos os participantes de um projeto, programa ou plano. Organizar a ação não quer dizer que 
todos vão fazer juntos todas as tarefas, e sim organizá‑las e dividi‑las, tendo em vista o coletivo 
das ações.
• Planejamento participativo: é aquele realizado a partir da participaçãode todos os atores 
envolvidos naquela situação. Para Cornely (1977, p. 37),
[...] se constitui num processo político, num contínuo propósito coletivo, 
numa deliberada e amplamente discutida construção do futuro da 
comunidade, na qual participe o maior número possível de membros de 
todas as categorias que a constituem. Significa, portanto, mais do que uma 
atividade técnica, um processo político vinculado à decisão da maioria, 
tomada pela maioria, em benefício da maioria.
O conceito de participação está presente em todos os momentos das ações educacionais. É o que 
vai dar autoridade às decisões na medida em que representam a maioria, por isso a importância da 
transparência, impessoalidade, lisura, responsabilidade e compromisso dos envolvidos nas ações e 
tomadas de decisão.
• Planejamento das aulas: refere‑se à tomada de decisões sobre os conteúdos das aulas. Nesse 
aspecto, refere‑se às tomadas de decisão frente às ações pedagógicas propriamente ditas, na 
sala de aula, envolvendo o professor e o aluno, como conteúdos, metodologias, temas, recursos 
didáticos e avaliação. Pode se referir ao planejamento de uma aula ou de um plano que vai ser 
desenvolvido em um ano ou mais.
Nesta disciplina, tratamos do planejamento educacional para a compreensão das políticas públicas 
de educação. O planejamento, definidas as políticas públicas, tem objetivo de apontar os planos, 
programas, ações e projetos que vão desenvolver as atividades necessárias para garantir o alcance das 
metas propostas pelas políticas públicas.
Ainda nesse sentido, podemos apontar o planejamento em longo, médio e curto prazos. Para isso, 
é importante saber que cada ação, cada conteúdo ou atividade envolve dimensões diferentes, assim 
definindo abrangências, especificidades, limites e possibilidades. Tudo isso é próprio do ato de planejar: 
especificar bem seu tema de atuação, pessoas e locais que lhe dão contornos e especificidades próprias. 
Porém, todas envolvem a importância da racionalização das ações e do caminho a perseguir, das ações 
a serem desenvolvidas e da reavaliação das ações para que os objetivos sejam atingidos.
22
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
2.3 Concepções de planejamento
Tratamos do planejamento educacional mais amplo da educação nacional. Porém, podemos ainda 
identificar as concepções de planejamento presentes em nossa realidade educacional, e o estudo 
das teorias da administração permite a compreensão das relações entre educação, planejamento e 
administração.
Atualmente, o planejamento educacional tem privilegiado dois grandes temas de investigação: a 
qualidade do ensino e a gestão educacional. É nesse sentido que, na perspectiva da gestão escolar – o 
destaque ao clima participativo da comunidade –, a escola é considerada o centro da ação pedagógica. 
Insere‑se a concepção do projeto político‑pedagógico, instrumento que permite à gestão atingir o 
importante papel de garantir a globalidade da organização e buscar o comprometimento de todos os 
seus elementos na construção de consensos e na identificação de princípios, valores e políticas que 
orientarão a tomada de decisões para a resolução de problemas e, consequentemente, buscando a 
qualidade de ensino.
A teoria da administração científica é proposta por Taylor e Fayol, que introduzem princípios 
administrativos para organizar as atividades dos operários da indústria, subdividindo as funções e 
defendendo sua especialização e a previsão das ações, tendo como objetivo a eficiência. O planejamento 
tem o objetivo de prever as ações, racionalizando as atividades dos operários e os recursos materiais. 
Identificamos a relação burocrática nas ações e relações do planejar, priorizando a divisão das tarefas.
Os princípios da racionalidade técnica, da elaboração de objetivos e metas, o estabelecimento de prazos 
para avaliação das ações e a especialização das ações e atividades refletiram na educação escolar de 
forma profunda. A escola passou a ser entendida como uma organização que deveria planejar suas ações 
em função de objetivos a longo, médio e curto prazos, com vistas à eficiência e eficácia. Os princípios da 
educação escolar nacional deveriam ser comuns a todas as instituições escolares e orientar a elaboração 
do planejamento educacional. Por meio do planejamento educacional, presente em todas as atividades 
desenvolvidas na escola, tanto na área curricular como administrativa, voltado ao mesmo objetivo, teria 
como meta a expansão da educação escolar, com vistas ao necessário desenvolvimento nacional, por meio 
da educação do trabalhador para as atividades produtivas brasileiras, o desafio da industrialização do país.
Posteriormente, a Teoria das Relações Humanas chama a atenção para o indivíduo e para o fato 
de que é ele o responsável pela produtividade, sendo as relações humanas discutidas nas “dinâmicas 
de grupo”. O planejamento se preocupa com o comportamento humano e tem uma perspectiva de 
planejamento particular para cada situação. As ações têm o objetivo de integração.
A Teoria Neoclássica defende a eficiência, a busca de objetivos concretos e de resultados, a 
racionalidade da tomada de decisões e a coordenação das ações, introduzindo inovações e mudanças. 
Nela, o planejamento assume características diferenciadas, pois, apesar de ainda se preocupar com a 
racionalidade na tomada de decisões, é dinâmico, interativo e deve ser realizado de forma permanente. 
Podemos identificar relações ao mesmo tempo burocráticas e integradoras no planejamento, assim 
como diferentes usos do planejamento nessas teorias administrativas: técnico, político, administrativo, 
sistêmico e tático.
23
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
Atualmente, o planejamento educacional está voltado à conquista da qualidade do ensino e da 
aprendizagem do aluno, sendo estabelecida a escola como o local privilegiado dessa conquista e 
para a qual todos os esforços das políticas públicas devem estar voltados. A Lei 9.394/96 prevê como 
instrumento para essa conquista a gestão democrática da escola pública, e a concepção do planejar deve 
estar voltada para essa conquista. A gestão escolar tem como instrumentos os princípios de participação 
e autonomia, e não é mais o diretor da escola que quem deve decidir, de forma solitária, as ações, planos 
e programas escolares. O diretor, atualmente compreendido como gestor, deve ser o coordenador das 
ações, o elemento integrador da organização escolar e o mediador das informações e do conhecimento 
construído pelos integrantes da comunidade escolar, e são estes que regem a tomada de decisões, assim 
como a definição das metas do projeto político‑pedagógico.
Os atores presentes na instituição escolar devem usar os instrumentos da participação de forma a 
conquistar a autonomia necessária para garantir a discussão da qualidade de ensino na comunidade 
escolar. A concepção de planejamento é participativa e coletiva, sendo realizada de forma contínua e 
sistemática.
As ações dos planejamentos globais e sistêmicos devem priorizar programas, ações, planos e projetos 
que priorizem a qualidade de ensino oferecido pelas escolas. Para isso temos o PDE, que com diversas 
orientações auxilia a escola a elaborar seu planejamento.
3 A rElAçãO POlítICAs PúBlICAs, PlANEJAMENtO E GEstãO
No início do século XX, segundo Freitas (2000), o modelo de administração educacional no Brasil 
baseava‑se na administração científica, desenvolvida por Taylor. No início da sociedade industrial no 
Brasil, a administração científica tinha como características a centralização e a hierarquização das 
funções. Asdecisões eram responsabilidade do chefe hierárquico superior, sendo que o chefe geral 
tornou‑se o centro das decisões de toda a organização. A tomada de decisões tinha o formato de 
pirâmide, com o chefe no topo dela, e as atividades eram divididas a partir de tarefas especializadas. 
Quanto mais perto da base da pirâmide, menor poder de decisão se tinha, e as atividades, realizadas por 
pessoas com menor respeito social e educação formal inexistente, eram primordialmente de execução.
A principal consequência para o setor educacional, influenciado pela política econômica e 
cultura dominante, foi a adoção do planejamento educacional elaborado pelos órgãos superiores e 
administrativos da educação escolar, que não representavam a realidade escolar local. O cumprimento 
desses planejamentos era supervisionado pelos representantes do sistema educacional, e o não 
atendimento ao planejamento elaborado e padronizado pela administração central da educação escolar 
era considerada falta grave, sendo passível de punição.
Foi na década de 1980, com a abertura política e a demanda social por escola para todos e igualdade 
de oportunidades educacionais, que a instituição escolar passou a ser considerada um ponto integrador, 
no qual o desenvolvimento do processo educacional ocorria. Repensou‑se a forma de gerenciamento 
da educação escolar e do planejamento educacional, e sua elaboração a partir da realidade escolar se 
firmou. No final do século XX, já encontramos mudanças nas políticas públicas educacionais brasileiras 
em função das novas necessidades sociais.
24
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
A relação entre políticas públicas, planejamento educacional e gestão escolar se compreende pelas 
relações entre instituição escolar e sociedade, pelas concepções de para quê, para quem e o que é 
administrar, além do papel atribuído socialmente às diferentes esferas e instituições da vida social.
A organização da sociedade em instituições públicas e privadas tem na administração a forma de 
organização para atingir os objetivos sociais mais amplos, a qualidade de vida almejada, os sonhos e 
as utopias sociais. A administração possibilita que se planejem e coordenem as ações, acompanhe o 
processo de desenvolvimento social, avalie resultados e os replaneje para que se ajustem às necessidades 
e demandas sociais. O gerenciamento e gestão garantem que o caminho seja percorrido e adaptado, 
para que a sociedade tenha a garantia de que seus objetivos serão alcançados.
4 POlítICAs PúBlICAs dE ONtEM: MANIfEstO dOs PIONEIrOs dA 
EduCAçãO NOVA
4.1 Princípios defendidos para a educação brasileira e a vinculação de 
receitas
A sociedade brasileira concebeu a educação como um direito social a partir da Constituição Federal 
de 1988. Porém, já em 1932, no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932, p. 1), foi proposto 
o movimento de reconstrução educacional no Brasil, afirmando que “na hierarquia dos problemas 
nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação”.
 lembrete
Para Anísio Teixeira, o ensino primário, defendido como aquele que 
todos deveriam cursar, tem o objetivo de “ministrar uma educação de base, 
capaz de habilitar o homem ao trabalho nas suas formas mais comuns” 
(TEIXEIRA, 1977, p. 35).
4.2 Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova: histórico da legislação 
educacional brasileira
Da chegada dos colonizadores portugueses ao Brasil em 1500 até 1920, a educação não se caracterizava 
como problema para a nação brasileira. Com o desenvolvimento industrial e o fenômeno da urbanização, 
um novo perfil de trabalhador foi necessário para atender as exigências do desenvolvimento econômico 
brasileiro.
No início do século XX, o desenvolvimento científico trouxe novas informações sobre a relação escola 
x família x sociedade. No decorrer do século passado, as concepções da Escola Nova, que valoriza as 
diferenças individuais e a liberdade do aluno para estudar aquilo que tinha interesse e aptidão, defendiam 
a necessidade de estruturar um novo tipo de escola, para formar o novo cidadão brasileiro, diferente 
da escola tradicional que existia no Brasil e já não atendia aos interesses da sociedade democrática em 
formação.
25
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
O marco histórico desse processo foi o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, escrito por 
educadores brasileiros, em 1932, que se dirige aos governantes e ao povo brasileiro, apontando os graves 
problemas educacionais do país e denunciando o analfabetismo como doença e vergonha nacional. O 
documento aponta para a necessidade da construção de um sistema nacional de educação, denuncia 
a falta de planos e iniciativas, determinando a finalidade da educação e defendendo a aplicação de 
métodos científicos aos seus problemas. Além disso, destaca a educação escolar como uma função 
essencialmente pública e faz a defesa da escola única para todos, apresentando os princípios de laicidade, 
gratuidade, obrigatoriedade e coeducação.
Figura 1 – Brincadeiras de Criança (detalhe).
 lembrete
Laicidade: a separação da educação escolar da religião.
Gratuidade: escola pública gratuita para todos os que nela estudam.
Coeducação: a educação para meninos e meninas juntos. Até então, os 
meninos estudavam num período da escola e as meninas em outro.
Obrigatoriedade: o ensino primário obrigatório.
26
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
4.3 A educação como problema nacional
Na história humana, a educação passou por diferentes formas de existir, sempre relacionada à 
história das sociedades e à forma como se processam as relações de produção da existência humana.
4.3.1 Comunidades primitivas: modo de produção comunal
Os homens se apropriam dos conhecimentos necessários à existência humana na vida cotidiana e o 
modo de produção é coletivo. Todo o trabalho é realizado em conjunto e a educação se dá naturalmente, 
pois as pessoas educam a si e às novas gerações.
4.3.2 Sociedades antigas: modo de produção escravista
Depois de algum tempo, as sociedades desenvolveram conhecimentos sobre construção, agricultura 
e comércio – o que fixou a população em suas regiões, desenvolvendo toda uma forma de relação 
de produção. Isso ficou conhecido como modo de produção escravista, nas quais os instrumentos de 
trabalho e a terra pertenciam aos senhores. Nessa sociedade era feita uma divisão social, na qual havia 
uma classe privilegiada e outra que deveria obedecer e realizar as tarefas necessárias à manutenção da 
sociedade.
Podemos encontrar diferentes formas de organização de sociedades com forma escravista de 
produção, inclusive no Brasil colonial, em que os negros eram comprados pelos senhores de terra 
e deveriam desenvolver todas as tarefas para o desenvolvimento produtivo, tanto no cultivo da 
cana‑de‑açúcar e do algodão como na extração mineral e do pau‑brasil.
Nessa época, a escolarização era voltada aos senhores de terra e seus filhos, que ocupariam o 
comando das fazendas ou trabalhariam na administração pública ou na vida política. As mulheres não 
tinham acesso à escola, assim como os negros.
4.3.3 Sociedade medieval: modo de produção feudal
A apropriação privada da terra torna‑se o principal meio de produção, surgindo assim uma classe 
ociosa, que vive do trabalho coletivo: são os senhores feudais. Como consequência, desenvolveu‑se um 
tipo de educação diferenciada, destinada aos grupos dominantes, coma função de preencher o tempo 
livre de “forma digna”. A origem da palavra escola tem como significado tempo livre, ócio e estudo.
Inicia‑se assim uma nova forma de educação, diferenciada, desenvolvida de modo sistemático em 
instituições específicas, centrada em exercícios físicos, música, arte da palavra e exercícios intelectuais, 
opondo‑se à educação generalizada determinada pelo trabalho.
4.3.4 Sociedade moderna: modo de produção capitalista
A classe dominante gerada na Idade Média, a burguesia, detém a propriedade privada dos meios de 
produção, em que as condições e instrumentos de trabalho são convertidos em capital. Essa nova classe 
27
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
social não é ociosa como os senhores feudais, é empreendedora, capaz de revolucionar as relações de 
produção de toda a sociedade. Por ser oriunda das atividades mercantis, permite um primeiro nível de 
acumulação de capital.
Inicia‑se o processo de dependência do campo em relação à cidade e da agricultura em relação à 
indústria. É a ciência já sendo utilizada no desenvolvimento industrial.
 Observação
Como afirma Saviani (2006, p. 2), “não é por acaso que a constituição da 
sociedade burguesa trouxe consigo a bandeira da escolarização universal e 
obrigatória”.
A vida na cidade já se diferencia da vida no campo e vai além do “direito natural”, conhecido 
como “direito positivo”. Tem como base a indústria, é convencional, formalizada, sistemática e 
se expressa em termos escritos. Na medida em que se incorpora a expressão escrita à vida da 
cidade, não se pode participar plenamente dela sem o domínio dessa linguagem. Para ser cidadão, 
é necessário o ingresso na cultura letrada, para participar ativamente da vida da cidade e para ser 
um trabalhador produtivo.
Esse é um processo formalizado. A escola é uma instituição própria, que propicia de forma 
sistemática o acesso à cultura letrada reclamada pelos membros da sociedade moderna. Segundo 
Saviani (2006, p. 3), “a forma principal e dominante de educação passa a ser a educação escolarizada”. 
Isso porque a educação difusa e assistemática perde a relevância. É a partir da escola que podemos 
compreender o menos desenvolvido, e não o contrário.
 Observação
“Não é possível compreender a educação sem a escola, mas é possível 
compreender a escola sem a educação” (SAVIANI, 2006, p. 3).
No âmbito da sociedade moderna, a educação se converte em questão de interesse público, 
implementada pelos órgãos públicos, isto é, pelo Estado, que a provê por meio da abertura e manutenção 
de escolas.
Luzuriaga (2000) situa as origens da “instrução pública religiosa” nos séculos XVI e XVII, demonstrando 
que a Reforma Protestante conclama os governantes a disseminarem a instrução elementar por meio 
da abertura de escolas.
O século XVIII é caracterizado pelo surgimento da “educação pública estatal”, que, sob a influência 
do Iluminismo, combate as ideias religiosas. Prevaleceu nesse período uma visão laica do mundo.
28
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
A Revolução Francesa levanta a bandeira da escola pública universal, gratuita, obrigatória e laica. 
Firma‑se com clareza o dever do Estado em matéria de educação. No século XIX é a “educação pública 
nacional” que vem defendida quando se constituem os Estados Nacionais. Surge o problema de 
organização dos respectivos sistemas nacionais de educação.
No século XX é a “educação pública democrática” que deve ser construída. A tarefa do 
Estado é democratizar a educação quantitativamente, garantindo o direito do acesso à 
escola e a universalização, e qualitativamente, com a difusão dos movimentos de renovação 
pedagógica.
Figura 2 – Brincadeiras de Criança (detalhe).
4.4 relações entre estado e educação no Brasil
A vinda dos portugueses ao Brasil, no século XVI, coincide com o período caracterizado pelo 
surgimento e desenvolvimento da educação pública na civilização ocidental.
Em 1549 se dá a chegada dos primeiros Jesuítas ao Brasil, sob a responsabilidade do Padre 
Manoel da Nóbrega, por ordem do Rei de Portugal, D. João III. São os jesuítas os responsáveis 
pela catequização e cristianização do novo mundo, e foi por meio da educação das crianças que 
resolveram realizar o movimento da Contrarreforma. Nossa primeira política educacional está 
prevista nos regimentos da colônia.
29
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
4.5 Plano de ensino de Nóbrega
Diferentemente da Europa, houve a necessidade de adaptar os estudos para os filhos de indígenas e 
colonos portugueses, que precisavam de escola a partir das primeiras letras.
Em 1599, a Companhia de Jesus terminou a elaboração da Ratio Studiorum, plano de estudos 
que orientou o trabalho educativo desenvolvido pelos jesuítas em todos os continentes para 
onde se dirigiram, com o objetivo de catequizar e cristianizar a população. Com o decorrer 
do tempo, essas normas privilegiaram a formação centrada nas “elites”. A educação contava 
com subsídios e incentivos da coroa portuguesa, e pode ser chamada de “educação pública 
religiosa”.
Em 1759, os jesuítas foram expulsos de Portugal e de todas as suas colônias pelo Marquês de Pombal, 
dentro das medidas da modernização de Portugal no reinado do Rei D. José I.
4.6 reformas pombalinas da instrução pública
As reformas pombalinas estão dentro das reformas modernizadoras para colocar Portugal à altura 
do século, sob a influência do Iluminismo e do Liberalismo.
A saída dos jesuítas do Brasil e a implantação das aulas régias, instituídas pelo Alvará de 28/06/1759 
como proposta educacional para o Brasil, tiveram sérios problemas na sua implantação devido à 
insuficiência de recursos, ao isolamento cultural da colônia e à escassez de mestres – que não possuíam 
condições de imprimir nova orientação pedagógica. Como outra forma de implantar um sistema 
educativo que ficasse no lugar das escolas jesuítas, o subsídio literário instituído em 1772 e conhecido 
como Viradeira de Dona Maria I também não surtiu o efeito esperado para dar continuidade ao sistema 
educativo da colônia.
Sob a influência do Iluminismo e do Liberalismo, defendia‑se que a educação pública estatal devia 
ser laica, pois tinha‑se como bandeira a luta contra as ideias religiosas que predominavam na época e 
a autonomia política da colônia.
 Observação
Como forma de atuação na educação formal, para substituir a 
Companhia de Jesus, o Marquês de Pombal instituiu a política pública 
educacional das aulas régias.
Para Cardoso (2004, p. 190):
As aulas régias compreendiam o estudo das humanidades, sendo 
pertencentes ao Estado e não mais restritas à Igreja – foi a primeira forma 
do sistema de ensino público no Brasil. Apesar da novidade imposta pela 
30
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Reforma de Estudos realizada pelo Marquês de Pombal, em 1759, o primeiro 
concurso para professor somente foi realizado em 1760 e as primeiras aulas 
efetivamente implantadas em 1774, de Filosofia Racional e Moral. Em 1772 
foi criado o Subsídio Literário, um imposto que incidia sobre a produção do 
vinho e da carne, destinado à manutenção dessas aulas isoladas. Na prática 
o sistema das Aulas Régias pouco alterou a realidadeeducacional no Brasil, 
tampouco se constituiu numa oferta de educação popular, ficando restrita 
às elites locais. Ao rei cabia a criação dessas aulas isoladas e a nomeação dos 
professores, que levavam quase um ano para a percepção de seus ordenados, 
arcando eles próprios com a sua manutenção. Sabe‑se que houve a abertura 
de uma aula régia de desenho e de figura, em 1800, nas principais cidades da 
orla marítima e em algumas raras do planalto e do sertão. Em 1816 consta 
que o pintor Manoel da Costa Athaíde solicitou uma aula régia de desenho 
em Vila Rica, obtendo a aprovação.
A permanência praticamente inalterada do sistema das Aulas Régias no Brasil da 
virada do século XVIII para o seguinte, estendendo‑se ainda durante o primeiro 
reinado, deveu‑se à continuidade dos modelos de pensamento em nossa elite 
cultural. Existiu um grande descompasso entre o pretendido pelo governo 
monárquico – tanto o português quanto o brasileiro, após a independência – 
e aquilo que as condições sociais e econômicas viriam permitir, dentro de um 
modelo produtivo excludente, escravista e pautado numa mentalidade que 
contribuía para se perpetrar tal situação.
4.7 Independência política de 1822
O Estado nacional estava nesse período sob o regime monárquico denominado Império do Brasil. 
Em 1823 foi instalada a Assembleia Constituinte, que foi abortada pelo golpe de Estado de 12/11/1823, 
e em 20/10/1823 foi criada a nossa primeira lei, que declarava livre a instrução popular “eliminando o 
privilégio do Estado e abrindo caminho à iniciativa privada” (PAIVA, 1973, p. 61).
Em 1824, foi criada a Constituição do Império. Em 15/10/1827, foi aprovada a lei que estabelecia que 
“em todas as cidades, vilas e lugares populosos haverá escolas de primeiras letras que forem necessárias” 
(TEIXEIRA, 2002, p. 41), que permaneceu letra morta.
O Ato Adicional à Constituição do Império, de 1834, colocou o primário sob a jurisdição das 
províncias, desobrigando o Estado nacional a cuidar desse nível de ensino. A realidade da época mostra 
que as províncias não estavam equipadas financeira e tecnicamente para promover a difusão do ensino, 
e o século XIX se passou sem que a educação pública fosse incrementada.
4.8 Proclamação da república em 1889
A proclamação da República significou a vitória das ideias laicas e decretou a separação entre Igreja 
e Estado, com a abolição do ensino religioso nas escolas.
31
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
 resumo
Na Unidade I estudamos o conceito de políticas públicas, visões sobre 
o planejamento educacional e as legislações que deram início à discussão 
sobre a necessidade da organização de um sistema nacional de educação 
em função das mudanças sociais, econômicas e históricas do país.
Ao estudar a história da educação no país, percebemos a relação entre 
Estado, governo, políticas públicas e legislação educacional. Adquirimos 
também a compreensão de como se deu o desenvolvimento dos processos 
sociais, que nos levaram a escolher quais os fins e princípios educacionais, 
e, em decorrência disso, quais as políticas públicas e legislações que os 
asseguravam e quais foram os programas, planos e ações desenvolvidos.
 Exercícios
Questão 1. Políticas públicas podem ser entendidas como:
A) Diretrizes, princípios norteadores de ação do poder público, regras e procedimentos que 
estabelecem relações entre o poder público e a sociedade.
B) Aquelas que estão nos documentos oficiais.
C) As mediações entre a sociedade e o poder público.
D) O uso do dinheiro público.
E) A definição dos gastos governamentais.
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa A.
Justificativa: o conceito geral de políticas públicas tem de estar claro para o entendimento das 
relações e reflexões teóricas apresentadas durante o curso.
Questão 2. Políticas públicas em educação podem ser entendidas como:
A) As prioridades definidas pela população em educação.
B) As necessidades levantadas pela avaliação educacional institucional.
32
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
C) Aquelas que traduzem e sistematizam a definição das necessidades educacionais brasileiras e a 
forma de intervenção por meio de ações, projetos e programas a curto, médio e longo prazos.
D) Exercício do poder dos educadores.
E) Os conflitos sociais e as necessidades educacionais.
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa C.
Justificativa: deve‑se entender o conceito de políticas públicas em educação a partir do fato de que 
elas traduzem e sistematizam a definição, implantação e implementação de ações e programas voltados 
ao desenvolvimento da educação brasileira, elevando a qualidade de ensino oferecido à população.
Questão 3. As políticas públicas tratam da destinação de recursos públicos, que está definida em:
A) Políticas educacionais definidas pelos interesses e necessidades educacionais nacionais.
B) Formas de exercício do poder político.
C) Formas de controle do conflito social.
D) Debates públicos e de acordo com interesses partidários.
E) Projetos eleitos como importantes.
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa A.
Justificativa: as políticas públicas têm como objetivo definir as prioridades educacionais brasileiras e 
o uso dos recursos públicos para atingir as prioridades elencadas como as mais importantes no momento.
Questão 4. No processo de elaboração de políticas públicas estão envolvidos:
A) O recurso financeiro.
B) A abertura de canais de captação de recursos financeiros.
C) A ação decisória do poder público.
D) Formas de exercício do poder político.
E) Interesses partidários.
33
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa D.
Justificativa: deve‑se compreender que, na sociedade democrática, as políticas públicas se 
desenvolvem e elaboram suas diretrizes por meio do exercício do poder político.
Questão 5. Podemos entender como forma de exercício do poder político na definição das políticas 
públicas:
A) O debate partidário.
B) A repartição das verbas públicas entre os partidos políticos.
C) A definição da população a ser atendida.
D) A distribuição e redistribuição do poder, o conflito social nos processos de decisão e a repartição 
de custos e benefícios sociais.
E) Os beneficiários diretos das ações, programas e projetos.
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa D.
Justificativa: as formas de exercício do poder político na sociedade democrática se dão por meio 
da distribuição e redistribuição do poder, em que estão envolvidos os conflitos sociais que disputam as 
verbas públicas.
Questão 6. As políticas públicas educacionais podem ser conceituadas da seguinte maneira:
A) O exercício do poder político na luta pelo uso da verba pública.
B) O mais importante é o papel do conflito social envolvido na disputa política pelo poder.
C) Dizem respeito aos recursos públicos destinados aos programas e ações na área educacional que 
são de interesse público.
D) São as destinações de verbas planejadas pelas autoridades políticas locais.
E) Pela participação das diferentes esferas da vida social na definição das prioridades educacionais 
brasileiras.
34
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
udia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa C.
Justificativa: é importante a compreensão do que são as políticas públicas, o que nos dá uma visão 
ampla da complexidade da ação política e do tipo de política pública que temos atualmente.
Questão 7. Para a definição das políticas públicas na atualidade, é importante a participação da 
sociedade civil nas diferentes esferas da vida social, onde encontramos interesses e visões de mundo 
diversificadas. Surgem daí:
A) Os interesses públicos.
B) Os interesses privados.
C) A importância do debate público.
D) Grupos sociais hegemônicos.
E) Espaços públicos.
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa C.
Justificativa: atualmente, a definição das políticas públicas se caracteriza pela participação da 
sociedade civil e por meio de debates públicos.
Questão 8. Na atualidade, os debates públicos representam o canal de participação da sociedade 
civil nas diferentes esferas da vida social. Para isso, devem:
I – Ter transparência.
II – Ter visibilidade.
III – Ser realizados em espaços públicos pelos grupos sociais existentes.
IV – Representar os interesses de segmentos da sociedade.
V – Ser constituídos de pessoas diplomadas e experientes.
Estão corretas as afirmativas:
A) I, II e V.
35
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
B) I, II e IV.
C) II, III e IV.
D) II, III e V.
E) I, II e III
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa E.
Justificativa: o significado de debate público deve ser discutido pelo grupo, entendendo sua forma 
de realização.
Questão 9. O conceito de poder deve ser compreendido nesse curso como a relação social que 
envolve vários personagens, que:
A) Atuam na área com projetos ou interesses indiferenciados, são seus beneficiários ou se interessam 
por ela.
B) Elaboram as políticas públicas.
C) Implantam e implementam políticas públicas.
D) São responsáveis pela intervenção social.
E) Financiam as ações e programas sociais.
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa A.
Justificativa: esse é outro conceito importante a ser compreendido, para que o aluno possa identificar 
as relações que se constituem dentro das políticas públicas.
Questão 10. A definição de políticas públicas em educação necessita de mediações sociais e 
institucionais para que se tornem:
A) Sistematizadas.
B) Legitimadas e eficazes.
C) Amplas.
36
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
D) Conhecidas e populares.
E) Reconhecidas.
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa B.
Justificativa: o reconhecimento social das políticas públicas é importante para sua eficiência e 
implementação, e devem apresentar mediações sociais e institucionais legítimas e eficazes.
Questão 11. Segundo Teixeira, determinam a elaboração das políticas públicas:
I – O regime político do país.
II – O grau de escolaridade de sua população.
III – O grau de organização da sociedade civil.
IV – Os grupos sociais atuantes e mobilizados.
V – A cultura vigente.
Estão corretas as afirmativas:
A) I, II e III.
B) I, II e IV.
C) I, II e V.
D) I, III e V.
E) II, IV e V.
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa D.
Justificativa: conhecer as relações existentes na sociedade e como elas colaboram na 
composição das políticas públicas permite ao aluno olhar com mais clareza o desenvolvimento 
das políticas públicas.
37
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
Questão 12. Após a definição e sistematização das políticas públicas é que se decide(m):
A) Para quem se encaminha os recursos.
B) O total de recursos utilizados.
C) O responsável que deve decidir o que, para quem, quando e quais as consequências.
D) A região na qual vão se desenvolver programas e ações.
E) As instituições a serem atingidas.
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa C.
Justificativa: o aluno deve saber que a decisão do perfil da pessoa que vai executar os projetos das 
políticas públicas acontece após a sua definição e sistematização.
Questão 13. As políticas públicas têm o objetivo de atender prioritariamente os setores marginalizados 
da sociedade. A justificativa para isso é:
I – O regime político do país.
II – A distribuição das verbas arrecadadas.
III – A vulnerabilidade dos setores marginalizados.
IV – A garantia dos direitos da cidadania.
Estão corretas as afirmativas:
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) II e IV.
E) III e IV.
38
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa E.
Justificativa: a política pública tem como prioridade a garantia dos direitos de cidadania dos setores 
marginalizados da sociedade.
Questão 14. As demandas da sociedade civil, quando reconhecidas institucionalmente, geram 
políticas de atendimento que promovem o desenvolvimento. São exemplos:
A) Geração de emprego ou renda ou políticas de cunho mais estratégico.
B) Isenção de imposto de renda.
C) Isenção de impostos.
D) Construção de escolas.
E) Compra de livros para as escolas públicas.
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa A.
Justificativa: o conceito de reconhecimento institucional das demandas sociais se dá por meio de 
programas e ações concretas.
Questão 15. As políticas públicas expressam em seu bojo valores e visões de mundo e os exprimem em suas 
ações. Para que as visões de mundo sejam representativas dos interesses de todos os segmentos sociais, depende‑se:
A) Da natureza do interesse do grupo envolvido.
B) Da capacidade de organização e negociação dos segmentos sociais dominados.
C) Da abrangência do benefício oferecido.
D) Do impacto nas relações sociais.
E) Do grau da intervenção estatal.
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa B.
Justificativa: o aluno deve perceber que há interesses e concepções envolvidos nas políticas públicas, 
pois estas não são neutras.
39
Re
vi
sã
o:
 L
uc
as
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
24
/0
7/
20
12
 //
 M
ud
an
ça
 d
o 
no
m
e 
da
 d
isc
ip
lin
a,
 s
ol
. C
lá
ud
ia
 -
 A
lte
ra
çã
o:
 M
ár
ci
o 
- 
01
/0
3/
20
13
Política e organização da educação Básica
Questão 16. Nas políticas públicas, a natureza ou o grau de intervenção, a abrangência dos benefícios 
e os impactos aos beneficiários ou nas relações sociais podem ser:
A) Universais e sociais.
B) Sistêmicas ou orgânicas.
C) Universais e sistêmicas.
D) Estruturais ou conjunturais.
E) Universais e estruturais.
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa D.
Justificativa: a definição do grau de intervenção é de grande importância nas políticas públicas em 
um país como o Brasil.
Questão 17. O grau de intervenção estrutural pode ser entendido como aquele que:
A) Atinge somente uma região do país.
B) Intervêm em relações socioestruturais.
C) Realiza alterações parciais.
D) Atende a um determinado grupo social.
E) Responde a uma solicitação social.
Análise das alternativas
Alternativa correta: alternativa B.
Justificativa: a definição do grau de intervenção influi no planejamento da política pública.
Questão 18.

Continue navegando