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Aula 3 Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Análise Morfossintática dos Termos da Oração Professor: Albert Iglésia Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 2 Seja bem-vindo à nossa aula 3! Hoje começamos a tratar da sintaxe da oração e do período. Faremos isso dividindo o conteúdo em duas aulas. Nesta, estudaremos as relações morfossintáticas entre os termos da oração; na próxima, as relações de coordenação e subordinação entre orações. Frase, Oração e Período ........................................................................... 3 Termos Essenciais da Oração .................................................................... 5 Sujeito. ............................................................................................... 5 Tipos de Sujeito ................................................................................ 6 Predicado ............................................................................................ 9 Tipos de Predicado ............................................................................. 9 Termos Integrantes da Oração ................................................................. 15 Complemento Verbal ........................................................................... 15 Objeto Direto ................................................................................... 15 Objeto Indireto................................................................................. 17 Complemento Nominal ......................................................................... 23 Agente da Passiva ............................................................................... 28 Termos Acessórios da Oração .................................................................. 33 Adjunto Adnominal .............................................................................. 33 Adjunto Adverbial ................................................................................ 35 Aposto ............................................................................................... 37 Vocativo ................................................................................................ 41 Simulado .............................................................................................. 45 Gabarito do Simulado ............................................................................. 62 Lista das Questões Comentadas ............................................................... 65 Gabarito das Questões Comentadas ......................................................... 78 Sumário Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 3 Frase, Oração e Período E por falar em “período” e “oração”, você sabe identificar um(a)? Sabe também diferenciar oração de frase? Veja os exemplos seguintes e responda ao que se pede. – Bom dia, senhor Miguel! Como vai? – Eu vou bem, obrigado. Então, quantas frases, orações e períodos existem no diálogo acima? Se você respondeu “três frases, duas orações e dois períodos” acertou. Se respondeu algo diferente disso, precisa entender que: frase é todo enunciado que possui sentido completo, capaz de transmitir uma informação satisfatória para a situação em que é utilizado. Assim sendo, na fala do primeiro personagem existem duas frases: a primeira é encerrada pelo ponto de exclamação; a segunda, pelo ponto de interrogação. Na fala do segundo personagem existe apenas um enunciado, isto é, uma frase, que é delimitada pelo ponto. O conceito de frase é, portanto, bastante abrangente, incluindo desde estruturas linguísticas muito simples até estruturas complexas: – Ai! – Durante algum tempo, vivi no Rio de Janeiro. As frases de maior complexidade normalmente se organizam a partir de um ou mais verbos. Damos o nome de oração à frase que se organiza ao redor de um verbo (ou locução verbal). No diálogo inicial, o primeiro enunciado (“Bom dia, senhor Miguel!”) não caracteriza uma oração, já que nele não há verbo. Ainda na fala do primeiro personagem, o verbo “vai” evidencia a primeira oração. A segunda fala (“Eu vou bem, obrigado.”), observe, se organiza em torno da forma verbal “vou” e constitui a segunda oração do diálogo. A frase organizada em orações constitui o período, que pode ser simples (formado apenas por uma oração) ou composto (formado por mais Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 4 de uma oração). Atente para o fato de que o final do período é marcado por ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, e não por vírgula ou ponto e vírgula. Veja os exemplos: Vive-se um momento social delicado. (período simples, uma só oração). Ele estuda, trabalha e pratica esporte. (período composto, três orações). Guarde esses conceitos, principalmente o de período, pois na aula 5, ao estudarmos detalhadamente as orações, estabeleceremos distinção entre período composto por coordenação, por subordinação e período misto. Por enquanto, limitemo-nos aos termos da oração. E só faz sentido falar deles quando estivermos diante de uma oração. O organograma abaixo é uma apresentação sistemática e resumida do que entendemos por termos da oração. Sentiu a falta do vocativo? É que ele, na verdade, não faz parte desse grupo, isto é, não faz parte da oração, é um termo independente dela. Não fique espantado. Os livros somente o apresentam na mesma seção em que tratam dos termos da oração por uma questão meramente didática. É isso que também farei aqui, principalmente porque, em prova, é comum as bancas examinadoras induzirem os candidatos a confundir o vocativo com o sujeito da oração. Termos da Oração Essenciais 1 - Sujeito 2 - Predicado Integrantes 1 – Complemento Verbal 2 – Complemento Nominal 3 – Agente da Passiva Acessórios 1 – Adjunto Adverbial 2 – Adjunto Adnominal 3 – Aposto Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 5 Termos Essenciais da Oração 1. Sujeito � é o termo do qual se declara alguma coisa; concorda em número e pessoa com o verbo da oração (concordância verbal). Frise-se que só faz sentido falar em sujeito quando estamos lidando com orações, ou seja, quando é possível perceber uma relação entre um determinado termo de uma oração e o verbo dessa mesma oração. Nós estudamos muito. José e Maria estudam muito. Sujeito é uma função substantiva da oração, ou seja, são os substantivos e as palavras de valor substantivo que atuam como núcleos dessa função nas orações da Língua Portuguesa. Observe: Os cidadãos Todos Ambos Os covardes Na sequência, temos: substantivo, pronome substantivo, numeral substantivo e adjetivo substantivado exercendo a função de núcleo do sujeito. Também é possível que o sujeito seja representado por uma oração inteira. Era forçoso que fosse assim. 1. (FGV/2014/Procmepa/Analista de TI e Comunicação) Assinale a opção que indica a frase em que o sujeito aparece posposto ao verbo. a) “Há uma distorção generalizada”. b) “a maçã ficou sendo um símbolo do sexo”. c) “Quando ocorreu o episódio narrado na Bíblia”. d) “A maçã de Steve Jobs não tem nada a ver com isso”. e) “O pecado original não foi o sexo” Comentário – Alternativa A: não há sujeito, pois o verbo haver é impessoal. manifestaram sua insatisfação.Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 6 Alternativa B: o sujeito é o termo “a maçã” e está anteposto ao verbo. Alternativa C: agora o sujeito surgiu depois do verbo: “o episódio narrado na Bíblia”. Alternativa D: aqui o sujeito também está anteposto: “A maçã de Steve Jobs”. Alternativa E: o sujeito é o termo “O pecado original”. Resposta – C TIPOS DE SUJEITO 1.1 Simples � possui apenas um núcleo. Todos aqueles estudantes participaram da manifestação. 1.2 Oculto, elíptico, implícito, desinencial � é aquele que não está materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado pela desinência verbal ou pelo contexto. Ficamos algum tempo sem falar. (o sujeito da oração é “nós”, indicado pela desinência de primeira pessoa do plural “mos”). “Soropita ali viera; na véspera, lá dormira”. (o contexto nos permite afirmar que o sujeito da forma verbal “dormira” tem sua referência em “Soropita”). Hoje estudei muito. (o sujeito agora é representado pelo pronome de primeira pessoa do singular “eu”). “Guilhermina bocejou. Iria adormecer?” (outra vez, o contexto nos auxilia na identificação do sujeito, que tem como referência o termo “Guilhermina”) 1.3 Composto � possui mais de um núcleo. O professor, a diretora e eu saímos cedo. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 7 O lazer e o esporte conduzem à saúde mental e física. 1.4 Indeterminado � é aquele que não se pode ou não se quer determinar, podendo ocorrer de duas maneiras basicamente: a) colocando-se o verbo na terceira pessoa do plural, sem que haja referência a outro termo anteriormente identificado. Telefonaram para você. Gritaram muito. b) colocando o pronome oblíquo se (como índice de indeterminação do sujeito) junto a verbos de ligação, intransitivos, transitivos indiretos ou transitivos diretos cujos objetos diretos estejam preposicionados; os verbos ficam sempre na terceira pessoa do singular: Ficou-se feliz. Vive-se bem. Gosta-se de você. Bebeu-se do vinho. (caso a preposição fosse retirada – bebeu-se o vinho –, teríamos uma voz passiva sintética com sujeito representado pelo termo “o vinho”). 1.5 Inexistente ou oração sem sujeito � ocorre quando o fato expresso na oração não pode ser atribuído a nenhum ser, surgindo um dos chamados verbos impessoais, os quais ficam sempre na terceira pessoa do singular (com raríssimas exceções). Observe os seguintes casos: a) verbos que exprimem fenômenos da natureza: chover, nevar, gear, amanhecer, entardecer etc. Está amanhecendo. Trovejou violentamente. ATENÇÃO! Choveram flores sobre os noivos. � o verbo foi empregado com sentido figurado (conotativo), por isso possui sujeito (simples). Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 8 b) utilizando-se o verbo haver no sentido de existir, acontecer, ou indicando tempo decorrido. Aqui há alunos estudiosos. Houve muitas brigas depois do jogo. Há meses não o via. ATENÇÃO! O verbo ter, de acordo com a norma culta, só pode ser empregado na oração quando indicar posse e possuir sujeito. Caso contrário, será substituído pelo verbo haver no sentido de existir. O aluno não teve aula. – correto Não tem aula. – errado / Não há aula. – correto c) utilizando-se o verbo fazer exprimindo fenômeno da natureza ou tempo decorrido. Faz muito calor aqui. Faz anos que não o vejo. ATENÇÃO! Fazem dois dias de vida os bebês. � nesse exemplo, o fato expresso na oração foi atribuído ao termo “os bebês”; sendo, pois, sujeito. d) utilizando-se o verbo ir exprimindo tempo decorrido. Vai para uns quinze anos escrevi uma crônica do Curvelo. e) utilizando-se o verbo ser indicando distância ou tempo decorrido. Da minha casa à tua são dez quilômetros. É uma hora e trinta minutos. // São duas horas. Hoje são oito de maio. // Hoje é dia oito de maio. Observe que a verbo SER concorda com a expressão que indica a distância ou o tempo decorrido. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 9 predicado sujeito 2. Predicado � é tudo aquilo que se declara a respeito do sujeito; em termos práticos, equivale a tudo que é diferente do sujeito e do vocativo, quando este ocorrer. À noite, a temperatura diminuiu. Observação: em todo predicado necessariamente existe um verbo, que é o que de fato caracteriza uma oração, já que pode haver oração sem sujeito, como você já perceberá. TIPOS DE PREDICADO 2.1 Verbal � possui como núcleo um verbo nocional (ou uma locução verbal), isto é, um verbo que exprime ação, acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade mental (são mais conhecidos como verbos transitivos e verbos intransitivos) Ele está correndo. Eu amo minha esposa. Precisa-se de professores. Dei um presente a ela. 2.2 Nominal � possui como núcleo um nome (adjetivo, substantivo ou outra palavra com valor substantivo), que desempenha a função de predicativo do sujeito (termo que caracteriza o sujeito, tendo como intermediário um verbo); seu verbo é não-nocional (mais conhecido como verbo de ligação). Ele está cansado. Você parece um monstro. A vida é um constante retomar. (note que aqui o verbo “retomar” foi substantivado pela presença do artigo indefinido “um”). ATENÇÃO! Verbos podem variar de regime de acordo com o sentido que possuem na oração. Esse é o caso, por exemplo, do verbo ESTAR. Em “Ele está Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 10 correndo”, o verbo “está” é auxiliar e integra uma locução verbal indicativa de um processo, uma ação. Diferente é o seu emprego em “Ele está cansado”, frase em que o mesmo verbo agora é tomado como não nocional, ou de ligação. Na primeira frase, tem-se predicado verbal; na segunda, nominal. Variação semelhante pode ser observada também nos seguintes exemplos: “A correnteza virou a canoa” e “A lagarta virou borboleta”. No primeiro caso, o verbo “virou” indica uma ação; é, pois, nocional e núcleo do predicado verbal. Já no segundo, seu valor semântico indica uma mudança de estado; sendo, portanto, não nocional e integrante de predicado nominal cujo núcleo é o termo “borboleta”. 2.3 Verbo-Nominal � apresenta dois núcleos: um verbo (que será sempre nocional) e um nome (que funcionará como predicativo do sujeito ou do objeto). Os excursionistas voltaram exaustos da caminhada. O ato foi acusado de ilegal. Consideramos inaceitável a proposta apresentada. 2. (FGV/SSP-RJ/PERITO CRIMINAL – FÍSICA/2008) “Não vale a pena, nessa conjuntura, fragilizar o governo e sua política externa, como se fosse possível tornar esta matéria elemento decisivo para o jogo eleitoral para daqui a dois anos.” A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir: I. O sujeito do primeiro verbo do trecho é oracional. CERTO II. O termo elemento decisivo tem função de predicativo do objeto. CERTO III. O sujeito do verbo no subjuntivo é oracional. CERTO Assinale: Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 11 (A) se apenas os itens I e II estiverem corretos. (B) se apenasos itens I e III estiverem corretos. (C) se apenas os itens II e III estiverem corretos. (D) se nenhum item estiver correto. (E) se todos os itens estiverem corretos. Comentário – Item I: para verificar a exatidão do que foi dito, você precisa fazer a pergunta ao verbo: “O que não vale a pena?” Eis a resposta: “fragilizar o governo e sua política externa”. Esse é o termo sobre o qual a declaração foi feita. Note ainda que esse sujeito possui um verbo em sua estrutura, que caracteriza uma oração. Item certo. Item II: o termo “elemento decisivo” qualifica o objeto direto do verbo “tornar”: “esta matéria”. Se você quiser tirar a dúvida, substitua o objeto direto por um pronome substantivo: ...torná-la (esta matéria) elemento decisivo... Note que o atributo dele permanece inalterado. Item certo. Item III: o verbo aludido é “fosse” (pretérito imperfeito do subjuntivo). Eu sugiro que você faça novamente a pergunta ao verbo: “Como se fosse possível o quê?” A resposta é o sujeito: “tornar esta matéria...”, que também traz um verbo em sua estrutura. Item certo. Resposta – E 3. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) “...o Estado pode considerar desnecessária a tradução dos documentos...” No trecho acima, o termo destacado exerce função sintática de: (A) adjunto adnominal. (B) adjunto adverbial. (C) complemento nominal. (D) predicativo do objeto. (E) predicativo do sujeito. Comentário – O verbo “considerar” é transitivo direto. O termo “a tradução dos documentos” é o seu objeto direto. O adjetivo “desnecessária” é a Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 12 característica desse objeto; sintaticamente é o predicativo dele. Confirme isso substituindo o objeto direto por um pronome oblíquo átono: ...considerá-la desnecessária... Resposta – D 4. (FGV/SENADO FEDERAL/CONSULTOR DE ORÇAMENTO/2008) [...] Ora, o simples fato de o país ter percebido, estupefato, que houve 409.000 interceptações telefônicas autorizadas [...] O termo estupefato exerce a função de: (A) predicativo do sujeito. (B) adjunto adnominal. (C) adjunto adverbial. (D) predicativo do objeto. (E) aposto. Comentário – O adjetivo “estupefato” atribui ao substantivo “país” uma qualidade. Sintaticamente, esse substantivo funciona como sujeito da locução “ter percebido” (infinitivo composto do verbo perceber); o adjetivo funciona como predicativo desse sujeito. Atenção! Quando antecipado ou intercalado, o predicativo do sujeito surge sempre separado pela vírgula: Insatisfeita, a torcida vaiou o time. Resposta – A Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 13 5. (FGV/SEFAZ-RJ/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2011) A palavra sujeitas (L.95) exerce, no texto, função sintática de (A) complemento nominal. (B) objeto direto. (C) predicativo do objeto. (D) predicativo do sujeito. (E) adjunto adverbial de modo. Comentário – A questão é simples, mas exige atenção. O termo “sujeitas” é um adjetivo e pode variar em gênero e número para concordar com um substantivo (sujeitos, por exemplo). No texto, “sujeitas” concorda com “matizes” (feminino, plural – linha 94). Agora repare o verbo de ligação “estando” (gerúndio – linha 93). Então, já se lembrou da função sintática do termo (normalmente um adjetivo) que caracteriza o sujeito, tendo como intermediário um verbo (normalmente um verbo de ligação)? Sim, é predicativo do sujeito. Resposta – D [...] [...] Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 14 [...] [...] [...] 6. (FGV/TRE-PA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2011) Mas, afinal, qual a razão para se aumentar de forma tão extraordinária a dotação dos partidos? (L.6-8) Assinale a alternativa que desempenhe, no texto, função sintática idêntica ao do termo grifado no período acima. (A) as dívidas de campanha (L9-10) (B) meros instrumentos de tomada do poder (L.62) (C) um agravante (L.63-64) (D) aparelhos ou feudos (L.17-18) (E) suas propostas (L.51) Comentário – No enunciado, o termo em negrito funciona como sujeito. Sempre que você observar um se na frase, circule-o e analise a regência do verbo relacionado a ele. O verbo aumentar é TD. Lembre-se de que a estrutura VTD + SE (mesmo que o pronome apareça antecipadamente) origina voz passiva sintética. Nela, sempre há sujeito (paciente). Por vezes, o sujeito da voz passiva sintética é de difícil identificação para alguns. Eu recomendo, nos casos em que o aluno está com dúvida, transformar a passiva sintética em passiva analítica: ... qual a razão para a dotação dos partidos ser aumentada... Ficou melhor? Alternativa A: o termo é objeto direto do verbo “pagarem”. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 15 Alternativa B: o termo é predicativo do sujeito. Por quê? Preste atenção na locução verbal explicitada na linha 59: “Devem promover”. O verbo auxiliar foi omitido no segmento “E não [devem] ser meros instrumentos de tomada do poder”. A expressão que o examinador destacou caracteriza o sujeito (também oculto na passagem). Contribui para isso o verbo de ligação “ser” (o principal da locução). Alternativa C: aqui está a resposta. Talvez você tenha ficado com dúvidas porque o sujeito está posposto ao sujeito. Isso acontece com muitas pessoas. Intuitivamente, sabemos que o lugar natural do sujeito é antes do verbo e que, depois deste, vem o objeto direto. Em prova, os examinadores adoram questões em que essa ordem aparece invertida. Isso confunde vários candidatos. Fique atento! Alternativa D: mais uma vez, estamos diante de um predicativo do sujeito. O verbo tornar-se é de ligação e serve para indicar mudança de estado do sujeito. Alternativa E: o termo é objeto direto do verbo “oferecendo”. Resposta – C Termos Integrantes da Oração 1. Complemento Verbal ���� termo que completa o sentido dos verbos transitivos. 1.1 Objeto Direto (OD) � completa o sentido de um verbo transitivo direto e, normalmente, aparece sem preposição (a preposição não é obrigatória). Quero glória e fama. Os jornais nada publicaram. Observações: em alguns casos, o OD vem representado por uma oração (a qual chamamos de oração subordinada substantiva objetiva direta). Não quero que fiques triste. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 16 Os pronomes oblíquos também representam complementos verbais, porém os pronomes o, a, os, as só funcionam como OD. Comprei-o hoje. Puseram-na de joelhos. Irei levar-te de carro. Às vezes, pode o objeto direto vir regido por preposição (objeto direto preposicionado). São casos especiais de ocorrência. Seja como for, esteja certo de que é a regência do verbo (e não a preposição) que determinará se o complemento é ou não objeto direto. Tome nota dos casos mais frequentes: a) Com verbos que exprimem sentimentos: Amamos a Deus. Não amo a ninguém. b) Para evitar ambiguidade: Ama-se aos pais. Notadamente aos mais desfavorecidos atingem essas medidas. c) Por motivo de ênfase: A médico, confessor e letrado nunca enganes. Cumpri com a minha palavra. d) Diante de pronome oblíquo tônico: “Rubião esqueceu a sala, a mulher e a si”. O novo horárioincomoda a mim. Também pode o OD vir representado, repetidamente, por um pronome oblíquo átono ou tônico. É o que chamamos de objeto direto pleonástico (ODP) Árvore, filho e livro, queria-os perfeitos. Encontrou-nos a nós. OD ODP OD ODP Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 17 1.2 Objeto Indireto (OI) � completa o sentido de um verbo transitivo indireto e, normalmente, aparece preposicionado. Preciso de ajuda. Duvidava da riqueza da terra. Observações: Em alguns casos, o OI vem representado por uma oração (a qual chamamos de oração subordinada substantiva objetiva indireta). Preciso de que me ajude. Já vimos que os pronomes oblíquos podem representar complementos verbais, porém os pronomes lhe e lhes só funcionam como OI: Dei-lhe o livro. As noites não lhes trouxeram repouso. Não me pertencem os seus óculos. Semelhantemente ao que acontece com o objeto direto, o objeto indireto pode também ser representado, repetidamente, por um pronome oblíquo átono ou tônico ou por pronome de tratamento (objeto indireto pleonástico): A mim, ensinou-me tudo. Aos meus escritores, não lhes dava importância. Quem lhe disse a você que estavam no palheiro? 7. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) [...] Por isso mesmo, a Carta Magna, reconhecendo a anterioridade dessa relação ao regime de propriedade, concedeu-lhes o usufruto das terras que ocupam, atribuiu o pertencimento delas à União e conferiu ao Estado o dever de zelar pela sua integridade [...] No fragmento de texto acima, à União exerce a função sintática de: (A) adjunto adverbial. (B) objeto indireto. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 18 (C) adjunto adnominal. (D) complemento nominal. (E) agente da passiva. COMENTÁRIO – Observe que o verbo “atribuiu” tem seu sentido complementado por dois termos: (o quê?) “o pertencimento delas” (sem preposição) e (a quem?) “à União” (termo preposicionado). O primeiro complemento é objeto direto; o segundo, objeto indireto. Resposta – B 8. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2008) No trecho “não necessariamente impondo ônus adicionais às gerações futuras” , o termo grifado exerce a função sintática de: (A) adjunto adverbial. (B) adjunto adnominal. (C) complemento nominal. (D) sujeito. (E) objeto indireto. Comentário – Duas perguntas simples e eficazes ajudam-nos a resolver questões desse tipo: “Impondo o quê?” e “Impondo a quem?”. A primeira resposta (“ônus adicionais”) revela-nos o objeto direto do verbo; a segunda (“às gerações futuras”), o objeto indireto dele. Resposta – E 9. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) De acordo com a norma gramatical, o item em que se substituiu corretamente o complemento verbal sublinhado por um pronome é: (A) buscar a felicidade individual/ buscar-la. (B) preocupa certos conservadores/ preocupa-lhes. (C) localizará as raízes de nosso analfabetismo político/ localizará elas. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 19 (D) sabemos que é preciso uma educação politizada/ sabemo-lo. (E) tenhamos visto um momento/ tenhamos-no visto. Comentário – Preliminarmente, você deve saber que os pronomes oblíquos átonos a(s) e o(s) só podem complementar verbos transitivos diretos, exercendo a função de objeto direto deles. Já o pronome oblíquo lhe(s) complementa verbos transitivos indiretos e funciona como objeto indireto deles. Alternativa A: ao se unir a um pronome oblíquo átono, os verbos terminados em R, S ou Z perdem essas consoantes: buscá-la. Alternativa B: o termo sublinhado é objeto direto, por isso deveria ser substituído por os: preocupa-os. Alternativa C: com verbos no futuro do presente ou do pretérito, o pronome oblíquo que funciona como objeto direto ocupa a posição mesoclítica, com as devidas acomodações: localizá-las-á. Conforme a norma gramatical, os pronomes retos ele(s) e ela(s) não funcionam como complementos verbais. Alternativa D: o termo sublinhado é objeto direto do verbo “sabemos” (o quê?) e pode ser substituído pelo pronome oblíquo o. A união de ambos faz o S final do verbo ser desprezado e transforma o o em lo: “sabemo-lo”. Alternativa E: de acordo com a explicação anterior, a forma correta é tenhamo-lo visto. O pronome oblíquo só recebe a consoante N quando se une a verbos terminados em ditongo nasal: põe-no, cantam-na etc. Resposta – D Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 20 [...] [...] [...] [...] Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 21 10. (FGV/SEFAZ-RJ/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2011) Assinale o termo que, no texto, desempenhe função sintática idêntica à de à obrigação (L.88). (A) às normas (L.95) (B) de ajustamentos (L.23) (C) a diversas obrigações (L.57) (D) da adoção (L.24) (E) dessa possibilidade (L.5) Comentário – Acostume-se com textos longos nas provas da FGV. Não dá para fugir deles. Primeiramente você tem que identificar a função sintática do termo “à obrigação” (l. 88). Para isso é necessário voltar até a linha 81 e fazer um enxugamento na passagem: “...existem regras... que sujeitam as pessoas físicas e jurídicas... à obrigação...”. O verbo destacado é TDI (sujeita quem a quê?). O termo em vermelho funciona como OD; o termo em negrito, como OI. É um objeto indireto que você deve encontrar nas alternativas. Vá para a letra B e, novamente, faça um enxugamento da passagem referida: “...a mudança... decorrerá... de ajustamentos...”. Aqui está o termo que também funciona sintaticamente como OI. Os demais termos destacados são complementos nominais, função que será estudada adiante. Resposta – B 11. (FGV/2014/DPE-RJ/Técnico Médio de Defensoria Pública) Sobre a estrutura sintática do período “Quem vive e estuda problemas, ajuda a achar soluções” a única alternativa com uma afirmação correta é a) o período é composto por coordenação. b) o pronome “quem” exerce a função de sujeito. c) o termo “problemas” exerce a função de predicativo. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 22 d) o termo “soluções” exerce a função de objeto indireto. e) os verbos “vive” e “estuda” possuem complementos diferentes. Comentário – Alternativa A: errada. O período é misto. As duas primeiras orações são coordenadas entre si. Observe a conjunção coordenativa aditiva “e” entre elas. Mas é preciso notar também que “Quem vive e estuda problemas” funciona como sujeito do verbo da oração seguinte. Se uma oração funciona como termo sintático de outra, a relação entre elas é de subordinação. Alternativa B: certa. O pronome “quem” é sujeito dos verbos “vive” e “estuda”. Alternativa C: errada. O termo “problema” é objeto direto. Alternativa D: errada. O termo “soluções” também funciona como objeto direto. Alternativa E: errada. O complemento (direto) dos verbos “vive” e “estuda” é o mesmo: o termo “problemas”. Resposta – B 12. (FGV/2014/Seduc-AM/Professor) Assinale a opção em que a construção frasal com objeto direto ou indireto pleonásticoapresenta erro. a) Esta boneca, trouxe-a ontem. b) Eu o comprei, o dicionário pretendido. c) A mim me parece que o tempo vai mudar. d) A mim parece-me que nada vai mudar. e) Eram estas as atitudes que você devia toma-las Comentário – Antes de tudo, observe a falto do acento agudo em “tomá-la”. Isso já nos possibilita marcar a última alternativa como resposta. Além disso, a construção sintática é descabida. Não faz sentido a forma pronominal “las” retomar o pronome relativo “que”, o qual retoma “atitudes”. Vamos corrigir tudo: “Eram estas as atitudes que você devia tomar”. Resposta – E Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 23 2. Complemento Nominal (CN) � termo que integra ou limita o sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo abstrato; aparece sempre preposicionado e indica o alvo ou o paciente do processo. Agiu favoravelmente a ambos. (o termo em destaque complementa o sentido do advérbio “favoravelmente”). O fumo é prejudicial à saúde. (o termo em destaque complementa o significado semântico do adjetivo “prejudicial”). Tenho confiança em ti. (agora, é o substantivo abstrato “confiança” que tem seu valor semântico complementado pelo termo em negrito). A função de CN é representada por um substantivo ou por qualquer palavra substantivada, conforme se depreende dos exemplos anteriores. Isso quer dizer que essa função sintática também pode ser exercida por uma oração (subordinada substantiva completiva nominal): Estou com vontade de suprimir este capítulo. A fim de que você se sinta seguro na hora de identificar o CN e não o confundir com o adjunto adnominal (ADJ. ADN.), eis algumas dicas importantes: I. Todo termo preposicionado que depende de advérbio ou adjetivo é CN. Ela mora perto do curso. (CN) II. Substantivo concreto não admite CN. Comprei o livro de Machado de Assis. (ADJ. ADN.) III. Todo termo que depende de substantivo abstrato será CN se a preposição não for de. A alegria na paz é infinita. (CN) IV. Caso a preposição seja de, o termo preposicionado será CN quando sofrer a ação (termo paciente, ou o alvo do processo); e será ADJ. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 24 ADN. quando praticar a ação (termo que indica o agente ou a origem do processo) ou denotar ideia de posse. A descoberta da vacina foi benéfica. (CN – note que a expressão “da vacina” indica o que foi descoberto). A descoberta do cientista foi benéfica. (ADJ. ADN. – agora, o termo “do cientista” expressa o agente da ação de descobrir). 13. (FGV/2014/DPE-RJ/Técnico Superior Jurídico) A expressão sublinhada que exerce uma função sintática diferente das demais, por ser considerada um complemento, e não um adjunto é : a) interesses das crianças. b) autonomia das mulheres. c) direitos de homossexuais. d) teses da esquerda. e) ampliação das liberdades. Comentário – Basta aplicar o que ensinei acima para você notar que apenas a última expressão representa o paciente ou alvo da ação. As liberdades não ampliam nada; elas são ampliadas, são o alvo da ampliação. Resposta – E 14. (FGV/FNDE/TÉCNICO EM FINANCIAMENTO/2007) “É precisamente nesse contexto que surgem o direito à intercomunicação, a inteligência coletiva...” No trecho acima, se grafássemos o segundo A com acento indicativo de crase (à inteligência coletiva), ocorreria uma mudança de função sintática do termo à inteligência coletiva, que deixaria de ser: (A) sujeito e passaria a ser objeto indireto. (B) objeto direto e passaria a ser objeto indireto. (C) complemento nominal e passaria a ser adjunto adverbial. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 25 (D) sujeito e passaria a ser complemento nominal. (E) objeto direto e passaria a ser complemento nominal. Comentário – A relação original entre os constituintes sintáticos da oração nos permite entender que “o direito à intercomunicação” e “a inteligência coletiva” formam o sujeito composto do verbo “surgem”. Normalmente, quando o sujeito vem depois do verbo, as pessoas tendem a confundi-lo com o objeto, pois a ordem natural dos termos é SVO. Experimente reordenar os termos: É precisamente nesse contexto que o direito à intercomunicação, a inteligência coletiva surgem... Ficou melhor? Caso o acento grave fosse utilizado como o examinador sugeriu, o sujeito “a inteligência coletiva” se tornaria complemento do nome “direito”: ...direito à intercomunicação, à inteligência... Resposta – D 15. (FGV/DOCAS-SP/AUXILIAR PORTUÁRIO/2010) Os mesmos quatro setores seriam sensíveis a essas medidas no resto do mundo. O termo sublinhado no trecho acima exerce a função sintática de (A) objeto direto. (B) complemento nominal. (C) adjunto adnominal. (D) adjunto adverbial. (E) predicativo do sujeito. Comentário – O termo sublinhado complementa o sentido do adjetivo “sensíveis”. Repare que esse termo vem preposicionado (o “a” não recebe acento grave indicativo de crase porque diante de “esse” ele é proibido). Termo preposicionado que complementa sentido de adjetivo exerce função de complemento nominal. Resposta – B Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 26 16. (FGV/TRE-PA/Técnico Judiciário/2011) Partidos são fundamentais para a consolidação da democracia e o permanente desenvolvimento da cidadania e devem existir – de verdade – em bases cotidianas. (L.56-59) Os termos sublinhados no período acima classificam-se, respectivamente, como (A) adjunto adnominal e adjunto adnominal. (B) complemento nominal e complemento nominal. (C) adjunto adnominal e complemento nominal. (D) complemento nominal e adjunto adnominal. (E) objeto indireto e objeto indireto. Comentário – Tanto “consolidação” quanto “desenvolvimento” são substantivos abstratos e têm seus sentidos complementados, respectivamente, pelos termos preposicionados “da democracia” e “da cidadania”. Você deve ter notado que a preposição é “de”, certo? Nesse caso, temos que fazer o teste do(a) agente/origem e do paciente/alvo. Assim, não é difícil entender que os termos destacados são os alvos/pacientes dos processos de “consolidação” (a democracia é consolidada) e “desenvolvimento” (a cidadania é desenvolvida). Resposta – B 17. (FGV/PC-MA/Delegado de Polícia/2012) Assinale a alternativa cujo termo sublinhado desempenha uma função textual diferente de todas as demais. (A) Consumo de cocaína. (B) Combate ao tráfico. (C) Busca de aperfeiçoamento. (D) Enfrentamento da questão. (E) Custo da operação. Comentário – Apenas na última alternativa temos um caso de locução adjetiva que qualifica o substantivo “Custo”. Podemos até mesmo fazer a seguinte transformação: Custo operacional. Nas outras alternativas, os termos sublinhados complementam os substantivos abstratos correspondentes. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 27 Notamos que os termos em destaque constituem o alvo do consumo, do combate, da busca e do enfrentamento. Além disso, entendemos que esses substantivos abstratos designam nomes de ação (de consumir, do combater, de buscar e de enfrentar) cujos significados necessitam de um complemento. Resposta – E 18. (FGV/PC-RJ/Perito Legista/2011)Na expressão “votação do Código Florestal”, o termo sublinhado é paciente do termo anterior, ou seja, o Código Florestal é votado. Assinale a alternativa em que o termo destacado exerce essa mesma função. (A) Exploração de terras. (B) Competitividade do setor. (C) Tamanho de interesses divergentes. (D) Funcionamento da base aliada. (E) Leque de simpatizantes. Comentário – Claramente se percebe a intenção do examinador de explorar a diferença entre complemento nominal e adjunto adnominal. Na primeira alternativa, entendemos que terras são exploradas, ou seja, a expressão sublinhada é paciente do termo anterior, é o alvo da exploração. Nas outras opções, notamos que as expressões são agentes do temo anterior e/ou o qualificam. Exemplo: o setor compete (B); a base aliada funciona (D); “interesses divergentes” qualifica o “Tamanho”; “simpatizantes” qualifica “Leque”. Exercem, portanto, papel de adjunto. Resposta – A 19. (FGV/2014/DPE-RJ/Técnico Superior Jurídico) “Pouco importa que a prisão por dívidas represente um retrocesso de 2600 anos – uma das reformas de Sólon que facilitou a introdução da democracia em Atenas foi justamente o fim da servidão por dívidas – e que é quase certo que, Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 28 encarcerado, o pai da criança terá muito menor probabilidade de honrar seus compromissos financeiros”. A alternativa em que a afirmação sobre um elemento do texto mostra adequação é: a) o termo “por dívidas” traz uma ideia de consequência. b) o adjetivo “encarcerado” contém uma ideia de tempo. c) os travessões separam uma informação sobre quem foi Sólon. d) o termo “da democracia” é complemento nominal de “introdução”. e) o possessivo “seus” se refere a “criança”. Comentário – Alternativa A: errada. A ideia é de causa. Alternativa B: errada. Não. Ele expressa o estado do “pai da criança”. Alternativa C: errada. A informação elucida o porquê do “retrocesso de 2600 anos”. Alternativa D: certa. Use a dica que dei. A democracia foi introduzida, certo? Então, ela é o paciente da ação. Assim sendo, o termo funciona como complemento nominal. Alternativa E: errada. O pronome se refere ao pai da criança, o qual tem que honrar seus compromissos. Resposta – D 3. Agente da Passiva � termo que, na voz passiva, pratica a ação expressa pelo verbo, a qual é sofrida pelo sujeito. As ruas foram lavadas pelas chuvas. Mariana era apreciada por todos quantos iam a nossa casa. Atenção! Como regra geral, a voz passiva é uma flexão privativa dos verbos TD. Quando você tiver VTD + SE (às vezes, o pronome surge anteposto ao verbo), o pronome será apassivador, e não índice de indeterminação do sujeito. O termo “agente da passiva” vem sempre introduzido por preposição (por, per, de). Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 29 A voz passiva sempre apresenta sujeito, o qual é o paciente da ação expressa pelo verbo; A voz passiva analítica (ou verbal) pode apresentar agente da passiva, mas a sintética (ou pronominal) – como regra geral – não apresentará agente da passiva. Cabral descobriu o Brasil. (voz ativa com sujeito simples: “Cabral”). O Brasil foi descoberto por Cabral. (voz passiva analítica; o termo destacado é o agente). Vendem flores. (voz ativa com sujeito indeterminado). Flores são vendidas. (voz passiva analítica sem agente da passiva). Vendem-se flores. (voz passiva sintética sem agente da passiva). Contudo, às vezes somos contrariados pela dinâmica da Língua, que nem sempre se ajusta à rigidez gramatical. Gramáticos como Cegalla (2008, página 356), por exemplo, são bem contundentes quando tratam desse assunto. Ele diz que “Na passiva pronominal [ou sintética] não se declara o agente”. Veja três exemplos que o eminente professor apresenta em sua obra: Nas ruas assobiavam-se as canções dele pelos pedestres. (errado) Nas ruas eram assobiadas as canções dele pelos pedestres. (certo) Assobiavam-se as canções dele nas ruas. (certo) Agora analise a questão abaixo. 20. (FGV/Potigás/Administrador Júnior/2006) Não, a política externa não pode se guiar por convicções e preferências partidárias. O termo grifado acima desempenha função sintática de: (A) complemento nominal. (B) objeto indireto. (C) adjunto adverbial. (D) agente da passiva. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 30 (E) adjunto adnominal Comentário – Vamos combinar uma coisa: quando você identificar um pronome SE na frase, imediatamente analise o verbo ao qual ele está atrelado. Se o verbo for TD, muito provavelmente essa construção representa voz passiva sintética. Como toda voz passiva sintética pode ser transformada em voz passiva analítica, faça a devida transformação e comprove: - Não, a política externa não pode se guiar por convicções e preferências partidárias. (voz passiva sintética) - Não, a política externa não pode ser guiada por convicções e preferências partidárias. (voz passiva analítica) Nos dois casos, o sujeito “a política externa” sofre ou recebe a ação indicada pela locução verbal. E o termo em negrito é o desencadeador ou agente desse processo. Este é, pois, agente da passiva. Resposta – D 21. (FGV/BADESC/TÉCNICO DE FOMENTO/2010) Assinale a alternativa em que a classificação da palavra se, no trecho “a falta de caráter é algo intrínseco e altamente difundido na maioria das atividades que se desenvolvem neste país”, esteja correta. (A) Pronome reflexivo. (B) Partícula apassivadora. (C) Índice de indeterminação do sujeito. (D) Conjunção subordinativa condicional. (E) Parte integrante do verbo. Comentário – Se você seguiu o meu conselho, deve ter verificado que o “se” forma com o verbo “desenvolvem” (= transitivo direto) voz passiva sintética (ou pronominal): - ...na maioria das atividades que se desenvolvem neste país. (voz passiva sintética) Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 31 - ...na maioria das atividades que são desenvolvidas neste país. (voz passiva analítica) Nos dois casos, o verbo concorda com o termo “na maioria das atividades”, antecedente do pronome relativo “que” (este é o verdadeiro sujeito do verbo – não se preocupe, por enquanto, com esse tipo de concordância, pois será detalhada na aula específica). Repare que o agente da passiva (que não é obrigatório) não está indicado no trecho. Resposta – B Já que a questão acima nos permite, vamos estender a explicação sobre as funções do SE. • Valores morfológicos: 1. Parte integrante do verbo (acompanha os chamados verbos reflexivos essenciais, os seja, expressam uma ação que o sujeito não pode exercer efetivamente sobre outro ser) Ex.: A turma queixou-se da prova. 2. Partícula expletiva ou de realce (usado simplesmente por uma questão de estilo ou ênfase) Ex.: Todos já se foram. Ela riu-se com a pergunta. 3. Substantivo (acompanhado de artigo ou de pronome adjetivo) Ex.: Nenhum “se” deixará de ser estudado. O revisor retirou o se da frase. 4. Conjunção (conecta orações) Ex.: Não sei se ele virá. (integrante) Se vier, traga uma garrafa de refrigerante. (condicional) Se não me amas, só me resta partir. (causal) Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésiawww.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 32 5. Pronome apassivador (ocorre com verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos em estrutura de voz passiva sintética; indica que a ação verbal é sofrida pelo sujeito) Ex.: Vendem-se casas. Doaram-se alguns livros à escola. 6. Índice de indeterminação do sujeito Ex.: Precisa-se de ajudantes. (VTI + SE) Brinca-se muito neste lugar. (VI + SE) É-se feliz aqui. (VL + SE) Ama-se a Deus. (VTD + SE + PREPOSIÇÃO) • Sintaticamente, o SE (= pronome reflexivo) pode desempenhar as seguintes funções, retomando por coesão anafórica o sujeito do verbo, substituindo-o: 1. Objeto direto (indica que o agente e o paciente da ação verbal são os mesmos) Ex.: A vítima medicou-se. 2. Objeto indireto Ex.: Ele impôs-se severo regime. 3. Sujeito (de verbo no infinitivo; faz parte de um período composto) Ex.: Deixou-se ficar na cadeira de balanço. Bem, estamos chegando ao fim desta aula. É compreensível que você esteja meio cansado. Tenho consciência de que é muita informação ao mesmo tempo. Mas, sinceramente, julgo importante este assunto. Se você não conseguir compreender a relação estabelecida entre os termos da oração, terá dificuldades de responder corretamente às questões de prova e de compreender algumas relações sintáticas entre as orações. Logo, avance mais um pouquinho. Vamos lá! Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 33 Núc. do OD Núc. do Suj. Termos Acessórios da Oração 1. Adjunto Adnominal � é termo de valor adjetivo que serve para especificar ou delimitar o significado do substantivo, podendo ser expresso por: a) adjetivo: Compareceram pessoas interessadas. b) locução adjetiva: Era um homem de consciência. c) artigo: O mar era um lago sereno e azul. d) pronome adjetivo: Minha camisa é igual à sua. e) numeral adjetivo: Casara-se havia duas semanas. f) oração adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e lisos, caíram-lhe pelo rosto. Observação: o mesmo substantivo pode vir acompanhado por mais de um adjunto adnominal: As nossas primeiras experiências científicas fracassaram. Cuidado para você não confundir adjunto adnominal com predicativo do objeto, e vice-versa. Abaixo, separei algumas dicas para facilitá- lo a distinguir um e outro. Assim como o complemento nominal, o adjunto adnominal também é parte efetiva do mesmo termo que tem o substantivo como núcleo. Basta substituir esse termo por um pronome substantivo e perceber que o adjunto adnominal também desaparece: O novo método facilitou os alunos despreparados. Ele facilitou-os. A mesma substituição não pode ser feita para o predicativo do objeto: AA AA AA AA Suj. OD Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 34 Núc. do OD Núc. do Suj. Sua atitude deixou seus amigos perplexos. Ela deixou-os perplexos. 22. (FGV/PREF. DE ANGRA DOS REIS-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) [...] Já há evidências de que mudanças climáticas introduziram epidemias em regiões anteriormente livres delas.[...] Em relação à estrutura sintática do período acima, analise as afirmativas a seguir: I. Há, em todo o período, dois casos de complemento nominal. II. Há, em todo o período, dois casos de objeto direto. III. Há, em todo o período, dois casos de adjunto adnominal. Assinale (A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. (B) se todas as afirmativas estiverem corretas. (C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. (D) se nenhuma afirmativa estiver correta. (E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. Comentário – Item I: os dois complementos nominais são “...de que mudanças climáticas...”, que complementa o sentido do substantivo abstrato “evidências”, e “...delas”, que complementa o valor semântico do adjetivo “livres”. Item correto. Item II: os dois objetos diretos são “evidências”, que complementa o significado da forma verbal “há”, e “epidemias”, que encerra a significação do verbo “introduziram”. Item correto. Item III: os dois adjuntos adnominais são representados pelo adjetivo “climáticas”, que qualifica o substantivo “mudanças”, e pelo adjetivo “livres”, que classifica o substantivo “regiões”. Item correto. AA AA POD Suj. OD POD Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 35 Resposta – B 2. Adjunto Adverbial � é termo de valor adverbial que denota as circunstâncias em que se desenvolve o processo verbal, ou intensifica o sentido deste, de um adjetivo ou de um advérbio, podendo ser expresso por: a) advérbio: Aqui não fica ninguém reprovado. b) locução ou expressão adverbial: Lá embaixo, nós começamos a dançar sob o sol do meio-dia. c) oração subordinada adverbial: Quando acordou, não havia mais ninguém por perto. Os adjuntos adverbiais recebem diversas classificações, todas de acordo com a circunstância que indicam. A seguir, há apenas uma pequena relação: a) causa: Por que lhes daria tanta dor? b) companhia: Vivia com Daniela. c) condição: Sem estudar, não passará. d) concessão: Apesar de tudo, estudamos muito. e) dúvida: Acaso fizeste mesmo isso? f) fim: Há homens para tudo. g) instrumento: Bati-lhe com o chicote. h) intensidade: Gosto muito de ti. i) lugar: Veja aonde vai. j) matéria: Esta é feita de barro. k) meio: Voltamos de bote. l) modo: Vagarosamente ela recolheu o fio. m) negação: Não desanimem. n) preço: O curso custa cem reais. o) tempo: Estudaremos até as duas horas. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 36 Observação: Às vezes não é possível precisar a circunstância expressa pelo adjunto adverbial. Neste exemplo, é difícil distinguir se o adjunto adverbial é de modo ou de intensidade: Entreguei-me calorosamente àquela causa. 23. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) O ensino técnico profissionalizante de fato precisa hoje correr contra o relógio, pois, se persistir a falta de pessoal qualificado, as oportunidades acabam definitivamente perdidas pela desistência dos potenciais empregadores. O termo sublinhado no período acima exerce a função sintática de (A) adjunto adverbial. (B) agente da passiva. (C) complemento nominal. (D) adjunto adnominal. (E) objeto indireto. Comentário – O termo sublinhado tem valor semântico de causa da perda definitiva das oportunidades; sintaticamente, funciona como adjunto adverbial. Resposta – A [...] O consumidor leva prejuízo porque as sacolas escolhidas para substituir o plástico são as 30 de milho. Relativamente caras, custarão R$ 0,19 cada uma. É questionável ainda a ideia de embalar comida com comida. Tirar milho de galinhas e pipoqueiros para produzir invólucros tende a inflacionar o setor de alimentos. [...] Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 37 (Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 24 de janeiro de 2012) 24. (FGV/2012/Senado Federal/Técnico Legislativo) É questionável ainda a ideia de embalar comida com comida. (L.31-32). Assinale a alternativa em que o termo sublinhado tenha classificação idêntica à do adjunto adverbial sublinhado no período acima. a) Saíram mais cedo com os amigos. b) Encheram a garrafa com funil. c) Fizeramos ovos com manteiga. d) Massageou os pés com maciez. e) Construíram o muro com pedras. Comentário – Questão maravilhosa! Presumo que errou a resposta quem desprezou o contexto em que a expressão destacada pelo examinador aparece. Ela, na verdade, indica a matéria utilizada para confeccionar as sacolas. Esse uso incomum do milho – uma espécie de alimento – é que promove a confecção delas. Nas demais opções, temos os seguintes adjuntos adverbiais respectivamente: de companhia; de instrumento; de modo (indica a maneira de preparação dos ovos); de modo outra vez; e de matéria também (as pedras compõem o material de confecção do muro). Resposta – E 3. Aposto � é termo de caráter nominal que se junta a um substantivo, ou a qualquer palavra substantivada, para explicá-lo, especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo, classificando-se em: a) explicativo: O professor, um homem muito estudioso, escreveu vários livros. b) especificativo: A cidade de Paracambi é linda. c) enumerativo: Ele reivindicava várias coisas: melhor salário, assistência médica e redução da carga horária. d) distributivo: Havia várias pessoas: umas tristes, outras alegres. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 38 e) resumitivo ou recapitulativo: Amor, alegria, saudade, tudo era paixão. O aposto também pode vir representado por uma oração (oração subordinada substantiva apositiva). Só quero uma coisa: que vocês estudem. Sintaticamente, o aposto equivale ao termo a que se refere (sujeito, predicativo, complemento verbal, complemento nominal, agente da passiva, etc.). Ela, Dora, foi muitíssimo discreta. As escrituras eram duas: a da hipoteca e a da venda das propriedades. O aposto especificativo não vem marcado por sinais de pontuação (dois-pontos, vírgulas, travessão). Esse tipo de aposto é, normalmente, um substantivo próprio que individualiza um substantivo comum, prendendo-se a ele diretamente ou por meio de preposição. A cidade de Lisboa é linda. O cantor Caetano Veloso foi premiado novamente. O mês de maio é o mês das noivas. 25. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/ENGENHEIRO CIVIL/2006) Assinale a alternativa que apresente caso de aposto. (A) “...você localiza em Rio Branco, no bairro Chico Mendes, uma rua Gregório Filho...” (B) “...uma casa de encantamentos, tem cerca, canteiros verdes, goiabeiras e cupuaçuzeiro...” (C) “...Uma varanda aberta, acolhedora, envolve a casinha de madeira reformada...” Suj . Pred. do Suj. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 39 (D) “...ao alcance das mãos e olhos ávidos, curiosos, remexendo o acervo dos livros...” (E) “...troncos naturais polidos e cortados sustentam outras coleções como mesas de apoio, enquanto os muito pequenos, sentados lado a lado em esteiras de palha de bananeira, rolam as páginas coloridas...” Comentário – O termo “Chico Mendes” (substantivo próprio) especifica o “bairro” (substantivo comum) e funciona como aposto. Alternativa B: a expressão “canteiros verdes”, juntamente com “cerca”, “goiabeiras” e “cupuaçuzeiro”, constitui o complemento direto do verbo “tem”. Alternativa C: o adjetivo “acolhedora” qualifica o substantivo “varanda” (note a concordância de gênero e número entre ambos), funcionando como adjunto adnominal dele. Alternativa D: semelhantemente, o adjetivo “curiosos” caracteriza os substantivos “mãos” e “olhos”, exercendo função típica adjunto adnominal. A concordância com o masculino se dá por causa da prevalência dele numa situação de concorrência com o gênero feminino (isso será retomado na aula sobre regras de concordância). Alternativa E: toda a expressão sublinhada é outro adjunto adnominal dos “troncos”, termo subentendido na expressão “os (troncos) muito pequenos”. Resposta – A 26. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) “O desenvolvimento sustentável é política de governo em algumas cidades, e não apenas um conjunto de medidas dirigidas a questões pontuais”, diz Laura Valente de Macedo, diretora regional para América Latina e Caribe do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade. No trecho acima, há quantas ocorrências de aposto? (A) Uma. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 40 (B) Nenhuma. (C) Três. (D) Quatro. (E) Duas. Comentário – Há apenas duas ocorrências de aposto: - “diretora regional para América Latina e Caribe do ICLEI”, que explica/esclarece quem de fato é “Laura Valente de Macedo”; e - “Governos Locais pela Sustentabilidade”, que explica/esclarece o significado de “ICLEI”. Resposta – E 27. (FGV/SSP-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2010) A alternativa que analisa corretamente a função sintática do fragmento sublinhado é: (A) “Portanto, a sociedade brasileira tradicional, a partir de um complexo equilíbrio de hierarquia e individualismos...”– aposto. (B) “A sociedade civil, por si só, é insuficientemente organizada para enfrentar esses desafios e criar alternativas...” – objeto direto. (C) “Na sociedade tradicional, com sua violência constitutiva, existiam mecanismos de controle social que marcaram uma moralidade básica compartilhada.” – sujeito. (D) “Hoje um projeto capaz de mobilizar a nação passa, inevitavelmente, pelo estabelecimento de uma política...” – adjunto adnominal. (E) “A perda de credibilidade...” – objeto indireto. Comentário – Alternativa A: compare o que afirmou o examinador com o que eu expliquei sobre as características de um aposto. Não há no segmento nenhum termo que seja explicado, especificado, esclarecido, desenvolvido ou resumido pelo termo sublinhado. Item errado. Alternativa B: objeto direto é termo que complementa sentido de verbo transitivo direto. O particípio “organizada” é o próprio verbo, que com o auxílio do verbo “é” forma a voz passiva analítica. Item errado. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 41 Alternativa C: aqui, o cuidado que você deve tomar é não confundir sujeito com objeto direto. O mais comum é realmente o sujeito surgir anteposto ao verbo e o objeto, posposto a ele. Mais essa regra geral às vezes não é seguida. Em “existiam mecanismos de controle social”, o termo sublinhado é o sujeito da forma verbal (O que existia? Mecanismos de controle social existiam.). Item certo. Alternativa D: “inevitavelmente” é termo de valor adverbial que denota a circunstância em que se desenvolve o processo verbal. Funciona, portanto, como adjunto adverbial. É comum o sufixo –mente unir-se a adjetivos para formar advérbios (infeliz + mente = infelizmente, legal + mente = legalmente). Item errado. Alternativa E: para ser objeto indireto, um termo tem que complementar o sentido de um verbo. O vocábulo “perda” é substantivo abstrato; seu significado é complementado pelo termo “de credibilidade”. Faça o teste: a credibilidade perde ou é perdida? Ela é perdida, percebe? Então, se é paciente, sua função sintática é complemento nominal. Item errado. Resposta – C Vocativo Por fim, quero apresentar-lhe o vocativo. Ele é um termo isolado, não faz parte dos termos essenciais, dos termos integrantes nem dos termos acessórios. A função do vocativo é chamar ou interpelar a pessoa a quem nos dirigimos. Vem sempre marcado por pontuação, admite a anteposição de interjeição e não deve ser confundido com o sujeito da oração.Meu amigo, que horas são? (sujeito inexistente) A ordem, meus amigos, é a base do governo. (sujeito: “A ordem”) Ó minha amada, que olhos os teus! (frase nominal). Fique agora com algumas questões da FCC, para ajudá-lo a fixar o conteúdo estudado nesta aula. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 42 28. (FCC/TRE-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2010) A frase que admite transposição para a voz passiva é: (A) Perto da Igreja, todos os poderosos do mundo parecem diletantes. (B) A Concordata poderá incluir o retorno do ensino religioso. (C) Há estatísticas controvertidas sobre esse poder eclesiástico. (D) Não são incomuns atos religiosos com finalidade política. (E) O Brasil é um país estratégico para a Igreja Católica. Comentário – A voz passiva é formada, a rigor, a partir de um verbo transitivo direto. É na segunda alternativa que encontramos essa condição, ao nos depararmos com o verbo “incluir” (verbo principal da locução verbal “poderá incluir”). Veja a transformação: “O retorno do ensino religioso poderá ser incluído pela Concordata”. Nas letras A, D e E, os verbos são de ligação, o que impede a transposição para a voz passiva. E o que dizer da opção C? O verbo haver, no sentido de existir, não possui sujeito e é transitivo direto. O termo “estatísticas controvertidas sobre esse poder eclesiástico” é seu objeto direto. Considerando que o objeto direto torna-se sujeito do verbo na transposição de voz ativa para voz passiva e que o verbo haver não tem sujeito (é impessoal), impossível se torna a transposição requerida pela banca examinadora. Resposta – B 29. (FCC/TCE-SP/AG. DE FISCALIZ. FINANC./2010) A forma verbal da voz passiva correspondente exatamente à construção: (A) Se examinarmos as fábulas populares é: Se as fábulas populares forem por nós examinadas. (B) um jovem a conduza é: fosse por um jovem conduzida. (C) exprimem o desejo popular é: têm expressado o desejo popular. (D) representam apenas uma ilusão miraculosa é: estão apenas representando uma ilusão miraculosa. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 43 (E) deve reconquistar seu reino é: terá reconquistado seu reino. Comentário – Na alternativa A, o sujeito “nós” (oculto na voz ativa) assumiu o lugar do agente na voz passiva, aquele que vai examinar as fábulas populares. O objeto direto “fábulas populares” transformou-se no sujeito- paciente, que sofrerá a ação de ser examinada. A forma verbal “examinarmos” (futuro do subjuntivo) adquiriu forma nominal de particípio. Além disso, o verbo auxiliar (ser) flexionou-se corretamente no mesmo tempo e modo (futuro do subjuntivo) do verbo “examinarmos”. A correspondência está perfeita! Resposta – A 30. (FCC/DEF. PÚB.-SP/AGENTE/2010) Há alteração de voz verbal e de sentido na passagem da construção (A) Sua gestão ficou marcada para Sua gestão restou marcada. (B) É uma peça de estilo raro para Trata-se de uma obra de linguagem incomum. (C) (...) que a tornam indevassável para que a fazem incompreensível. (D) (...) devem expor à luz (...) a mensagem para precisam revelar (...) o comunicado. (E) O exemplo de Graciliano diz tudo para tudo é dito como exemplo para Graciliano. Comentário – Na última alternativa, temos: “O exemplo de Graciliano” = sujeito-agente; “diz” = verbo transitivo direto (VTD); “tudo” = objeto direto (OD). Estão aqui todas as condições para que haja mudança de voz ativa para passiva. Veja como ficou: “tudo” = sujeito-paciente; “é dito”= locução verbal indicativa de voz passiva analítica (o verbo principal fica no particípio e o verbo auxiliar assume o tempo e o modo do verbo da voz ativa – presente do indicativo). Tudo muito bem, tudo muito bom; mas... o sujeito que deveria transformar-se no agente da passiva não existe aqui!!! Semanticamente, o Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 44 exemplo de Graciliano deixou de ser o agente causador da ação de dizer. “Graciliano” assume o papel de receptor daquilo que é dito como exemplo. Resposta – E Agora tente resolver o simulado que surge na próxima página. Só depois confira o gabarito dele. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 45 A minha mãe falava sério! Thalita Rebouças - Isso aqui é um 1chiqueiro! Não acredito que você trocou nossa 21casa superacolhedora, limpíssima e sempre arrumadíssima por essa 2pocilga. Fala sério, Maria de Lourdes! - exasperou-se minha mãe, mãos na cintura, a última vez que veio me visitar. 15Eu nunca encontro palavras para dizer nessas horas. Durante seus ataques, prefiro me recolher ao mais puro silêncio de consentimento. Estou há sete meses dividindo com a Helô e a Bené um 23ridiculamente pequeno 8apartamento. Bem disse minha mãe, nada cabe no apartamento. Nada mesmo! 24Sinceramente, eu e as meninas mal cabemos no “apertamento”, como chamamos 25carinhosamente nosso lar-microlar. Para piorar, a Helô é 11superbagunceira, eu sou a megabagunceira e a Bené é hiperbagunceira. Bené, aliás, tem um outro 13probleminha que é bem chatinho: vive com o namorado antipático para cima e para baixo. Outro dia 3o sem graça me viu de 14calcinha e sutiã antes de uma festa. 18Quer mico maior que esse? Morri de vergonha. Ele morreu de rir. 4Palhaço! 5Morar longe de casa não tem sido exatamente o paraíso que eu imaginava, mas dias melhores virão. Serei efetivada no meu estágio 17(oba!), vou ganhar um salário decente e 16acho que logo, logo estarei pronta para alugar o meu próprio cantinho. Decidi: amo as meninas, mas quero, preciso morar sozinha. Pelo bem da nossa amizade. Para dar uma ideia do 6caos que é nossa convivência, outro dia cheguei em casa e vi repousando no chão da microssala, repetindo, no chão da microssala, vários, de novo, vários objetos. Foi difícil desviar deles. Primeiro, passei raspando por um CD do Nando Reis, depois, quase pisei na caixa do CD do Nando com um disco de funk dentro, na caixa do DVD de Sex and the City, numa lixa de unha, num papel de bala, num ventiladorzinho portátil, num tênis Simulado Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 46 amarelo imundo, num pedaço de papel com um número de telefone anotado e em entupidos sacos de roupa suja. - A gente precisa comprar uma máquina de lavar roupa para essa casa! Ou 22tomar vergonha na cara e lavar a roupa! A gente não pode achar normal esses sacos estarem no meio da sala há uma semana! - reclamei, antes de dizer boa-noite para as minhas amigas. - Não cabe máquina de lavar aqui no apartamento - disseram-me as duas 26calmamente. A casa estava um horror. Nós três somos terríveis juntas. 19A Helô, então, é sem noção. É capaz de deixar durante dias uma maçã comida sobre a pia da cozinha. Isso porque a lixeirinha fica ao lado da torneira. Andando irritada, pisei forte e ouvi um nítido e crocante “créééc”. - Quanto farelo, gente! Quem foi que comeu biscoito sem pratinho embaixo? Cadê o aspiradorzinho que a minha mãe deu pra gente? As duas começaram a rir. Permaneci séria, 27eu estava muito brava, muito brava. - Malu! 20Desestressa! - disse Helô. - Comemos sem pratinho, sim, depois 10a gente limpa - completou Bené. - Depois quando?- Depois... - Que biscoito foi? De polvilho? - eu quis saber. - Arrã - fizeram as duas, sapecas. - Tem ainda? - Rendi-me à gula e à bagunça. Comi o último do pacote e acabei rindo com elas. Eu até gosto de bagunça. Sempre gostei. Mas o apê estava tão bagunçado que tinha ultrapassado até o meu nível permitido de bagunça. - Pô, 9gente, assim não dá! A gente precisa tomar vergonha na cara. Nossa casa está uma 7zona! Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 47 (Adaptação do capítulo do livro Fala sério, professor! Rio de Janeiro: Rocco, 2006) 1. Analise as proposições abaixo a respeito dos elementos linguísticos presentes no texto. I) Na referência 9, o vocábulo “gente” é utilizado com funções diferentes. Em “- Pô, gente”, funciona como vocativo, ao passo que, em “A gente precisa”, forma, juntamente com o artigo “a”, uma expressão que atua como pronome da primeira pessoa do plural. II) Em “a gente limpa” (ref.10), a conjugação do verbo na terceira pessoa do singular concordando com a expressão “a gente” é comum na fala coloquial. III) Nos vocábulos “superbagunceira”, “megabagunceira” e “hiperbagunceira” (ref.11), a autora utiliza os adjetivos de intensidade super, mega e hiper para indicar a flexão de grau do adjetivo bagunceira. IV) Em “Morri de vergonha” (ref.12), o verbo morrer é utilizado no sentido de experimentar sentimento intenso, e, em “Ele morreu de rir”, é utilizado para indicar intensidade. V) O diminutivo é utilizado pela autora para se referir de forma pejorativa a substantivos de tamanho pequeno: “probleminha” (ref.13), “chatinho” (ref.13), “calcinha” (ref.14). Marque a alternativa correta: a) somente a proposição I está correta. b) somente as proposições II e IV estão corretas. c) somente a proposição III está incorreta. d) somente as proposições IV e V são corretas. e) somente as proposições III e V são incorretas. 2. Leia a tira e analise as três afirmações. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 48 I. A palavra pelada assume sentidos diferentes para o pai e para o filho, razão pela qual este se mostra irritado no último quadrinho. II. No contexto, a locução verbal estou indo curtir indica uma ação cuja realização está no futuro imediato. III. Observando a fala do pai e a do filho, constata-se que as expressões Querida e Paiêêê têm a mesma função na estrutura de frase de ambos. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. Como e porque sou romancista Minha mãe e minha tia se ocupavam com trabalhos de costuras, e as amigas para não ficarem ociosas as ajudavam. Dados os primeiros momentos à conversação, 2passava-se à leitura e era eu chamado ao lugar de honra. Muitas vezes, confesso, essa honra me arrancava bem a contragosto de um sono começado ou de um folguedo querido; 3já naquela idade a reputação é um fardo e bem pesado. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 49 Lia-se até a hora do chá, e tópicos havia tão interessantes que eu era obrigado à repetição. Compensavam esse excesso, as pausas para dar lugar às expansões do auditório, o qual desfazia-se em recriminações contra algum mau personagem, ou acompanhava de seus votos e simpatias o herói perseguido. Uma noite, daquelas em que eu estava mais possuído do livro, 4lia com expressão uma das páginas mais comoventes da nossa biblioteca. As senhoras, de cabeça baixa, levavam o lenço ao rosto, e poucos momentos depois não puderam conter os soluços 8que rompiam-lhes o seio. [...] JOSÉ DE ALENCAR Como e porque sou romancista. Campinas: Pontes, 1990. 1remoque: zombaria, caçoada 3. que rompiam-lhes o seio. (ref. 8) O vocábulo sublinhado faz referência a uma palavra já enunciada no texto. Essa palavra a que se refere o vocábulo lhes é: a) soluços b) páginas c) senhoras d) momentos POLÍTICAS CULTURAIS NO BRASIL O problema da identidade nacional 2coloca-se de forma incisiva e recorrente aos intelectuais da América Latina antes mesmo da constituição de suas nações independentes. Qual o caráter dessa população de brancos 10colonizados, vivendo em meio a negros 11boçais e índios 12indolentes? Questionavam-se nossos pensadores, informados pelas teorias sociobiológicas e racistas vigentes no século XIX. Ou 1quais as características dessas civilizações miscigenadas, crioulizadas, híbridas, transculturais, 13que se Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 50 estabeleceram nos trópicos? 16Vêm se perguntando teóricos das mais diversas correntes culturalistas desde o início do século passado até dias correntes (ABDALA JÚNIOR, 2004). 3No Brasil, a discussão sobre a identidade nacional tornou-se, talvez, mais recorrente do que nos seus vizinhos latino-americanos; 4em primeiro lugar, 20pelo tamanho continental do país e o processo histórico de sua ocupação, 14que envolveu não apenas o colonizador português, mas também diversas etnias indígenas e africanas, 6afora outros migrantes europeus e asiáticos, 7além dos fortes fluxos migratórios internos; 5em segundo lugar, 21pela pobreza, ou mesmo inexistência, de um campo intelectual no Brasil colonial, imperial e republicano até, no mínimo, os anos 30, o que sempre dificultou reflexões críticas e independentes no país, bem como sua sistematização e permanência. É vastamente conhecida a proibição da metrópole portuguesa no que diz respeito à criação de instituições de ensino — seja qual for o nível — de editoras, de jornais, 19enfim, de toda instituição produtora de bens simbólicos na sua colônia americana. As coisas só começam a mudar, e muito lentamente, com a vinda de D. João VI e toda sua corte, em 1808, para tomar um impulso considerável para a época no período de D. Pedro II — impulso motivado pela preocupação do Imperador em estabelecer alguns elementos iniciais de nacionalidade. São exemplos desse melhoramento da vida intelectual e artística e de constituição mínima do campo cultural no século XIX: a vinda da Missão Artística Francesa, as bolsas de estudos concedidas aos artistas, a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Imperial de Belas- Artes, da Biblioteca e do Museu Nacional, entre outros. O período da velha Primeira República não facilita este processo constitutivo. Diante de um excipiente mercado de bens simbólicos, 17sobressai, em todo esse período, a forte dependência de nossos artistas e pensadores em relação aos aparelhos estatais (raramente ligados a questões culturais), configurada nas sinecuras, ou seja, em cargos no funcionalismo público 15que permitem sua sobrevivência material. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 3 – Análise Morfossintática dos Termos da Oração Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 51 A situação se diversifica a partir do período getulista, com a construção institucional na área da cultura, o fortalecimento de indústrias culturais — como a cinematográfica, a radiofônica, a editorial e a jornalística — e com o surgimento das primeiras universidades, permitindo alguma independência aos nossos produtores simbólicos. De todo modo, na sociedade brasileira, em que, historicamente, a representação
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