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Aula 5 Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Pontuação, Regência e Crase Professor: Albert Iglésia Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 2 Olá! Como você passou a semana? Espero que esteja aí bem disposto para mais uma aula de Língua Portuguesa. Pontuação Começaremos a aula de hoje tratando do emprego dos sinais de pontuação. O uso adequado deles é extremamente relevante para o significado de uma frase. Nas provas de concursos, o mais explorado é a vírgula. É compreensível que seja assim, pois o uso dela requer atenção especial, em virtude de sua variabilidade de aplicações e efeitos. Para você ter apenas uma ideia do que isso significa, leia a história seguinte. Conta-se que a czarina russa Maria Fyodorovna certa vez salvou a vida de um homem, mudando apenas a vírgula de sua sentença de lugar. Muito inteligente, ela, que não concordava com a decisão de seu marido (Alexandre II), usou um artificio. O Czar enviou o homem para ser preso e morrer no calabouço da Sibéria. No fim da ordem de prisão, vinha escrito “Perdão impossível, enviar para sibéria”. Maria ordenou que redigissem nova ordem e, fingindo ler o documento original, mudou a vírgula de posição, transformando a ordem em “Perdão, impossível enviar para Sibéria”. Resultado: o prisioneiro foi libertado! Entendeu a importância de sabermos pontuar adequadamente uma frase? A vírgula também pode influenciar a economia de um país. Na lei de tarifa alfandegária aprovada pelo Congresso dos EUA, em 6 de junho de 1872, uma lista de artigos livres de impostos incluía “plantas frutíferas, tropicais e semitropicais”. Na hora de escrever o documento, um funcionário público distraído acrescentou sem perceber uma nova vírgula, deixando o texto assim: “plantas, frutíferas, tropicais e semitropicais”. Isso fez com que todos os importadores de plantas americanos pleiteassem o direito de importação livre de impostos. Isso causou um grande prejuízo aos cofres dos EUA, e a lei só foi reescrita em 9 de maio de 1894. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 3 núcleo núcleo núcleo núcleo Ainda que a vírgula seja o sinal de pontuação com a maior frequência nas provas de concurso, convém estudarmos os demais. � VÍRGULA (assinala uma pequena pausa) I. Entre os termos da oração, serve para: a) separar elementos coordenados que possuem a mesma função sintática: Ex.: Os livros, os cadernos, os lápis e as borrachas estão sobre a mesa. Obs.: havendo repetição da conjunção E para separar os elementos de mesma função sintática, a vírgula pode se repetir. Ex.: Comprou sapato, e bolsa, e meias. b) assinalar a omissão do verbo, ou de outro termo compreendido por meio do contexto (vírgula vicária): Ex.: No mar há os peixes; no céu, as estrelas... c) separar adjuntos adverbiais deslocados: Ex.: Neste momento, o pelotão se pôs em fuga. Obs.: aqui, o aluno deve admitir certa flexibilidade, pois há muitos gramáticos e escritores que não a empregam. d) separar o aposto explicativo: Ex.: Jorge Amado, autor de “Jubiabá”, é um excelente romancista. 1. (FGV/Pref. de Florianópolis-SC/Administrador/2014) “Na minha família só havia, inicialmente, uma mulher que trabalhava fora, minha mãe, que era sujeito composto objeto direto A vírgula substitui a forma verbal “há” Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 4 professora. Muitos anos depois, três de minhas tias solteiras foram trabalhar fora”. A regra para o emprego de vírgula devidamente exemplificada é: a) oração adverbial antecipada: “na minha família só havia,...”; b) termo explicativo: “, inicialmente,”; c) presença de um aposto: “, minha mãe,”; d) oração adjetiva restritiva: “, que era professora”; e) termos de uma enumeração: “Muitos anos depois,...” Comentário – Alternativa A: a vírgula serviu para indicar a intercalação do adjunto adverbial “inicialmente”. Alternativa B: como já foi falado, o termo “inicialmente” é adjunto adverbial e está intercalado. Alternativa C: sim, trata-se de um aposto explicativo, que explicita quem de fato é a mulher citada pelo enunciador. Alternativa D: a vírgula jamais isolar uma oração adjetiva restritiva. Na verdade, a oração destacada é adjetiva explicativa. Alternativa E: não há essa tal enumeração. A vírgula destaca mais um adjunto adverbial, que agora está antecipado. Resposta – C e) separar o vocativo: Ex.: Não toque nesses doces, menino! f) separar datas de localidades: Ex.: Brasília, 1º de março de 1985. g) separar expressões de caráter explicativo (por exemplo; isto é; ou seja; a saber etc.): Ex.: Ele consegue, por exemplo, dirigir sozinho. h) separar conjunções intercaladas: Ex.: Ela virá; não se sabe, contudo, quando. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 5 objeto direto objeto direto pleonástico i) separar objetos pleonásticos: Ex.: O relógio, guarda-o no bolso do paletó. j) separar o predicativo do sujeito invertido ou intercalado: Ex.: Decepcionado, o torcedor afastou-se lentamente. O torcedor, decepcionado, afastou-se lentamente. 2. (FGV/2014/DPE-RJ/Técnico Médio de Defensoria Pública) “Parece incrível, (1) mas os grandes operadores do sistema econômico e político tratam os problemas das cidades como grilos que irritam ao estrilar. Passados os incômodos de cada crise, (2) quem ganha dinheiro no caos urbano toca em frente seus negócios e quem ganha votos, (3) sua campanha. Só alguns movimentos populares e organizações civis – Passe Livre, (4) Nossa São Paulo e outros – insistem em plataformas, (5) debates e campanhas para enfrentar os problemas e encontrar soluções sustentáveis”. Nesse parágrafo do texto aparecem cinco casos de emprego de vírgulas devidamente numerados; os números que indicam casos em que a vírgula foi empregada em função de idênticos motivos são a) 1/2. b) 1/3. c) 2/3. d) 3/4. e) 4/5. Comentário – Em “(1)”, a vírgula separa uma oração coordenada adversativa (repare a conjunção “mas”). Em “(2)”, a vírgula isola a oração adverbial reduzida que foi antecipada. Em “(3)”, a vírgula substitui o verbo tocar. Em “(4)” e em “(5)”, as vírgulas separam elementos coordenados, em uma série enumerativa e com a mesma função. Resposta – E II. Entre orações, serve para: Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 6 sujeito sujeito a) separar orações coordenadas assindéticas Ex.: Pare, olhe, siga. b) separar as orações coordenadas sindéticas, exceto as aditivas. Ex.: Vá, mas volte sempre. Obs.: usa-se a vírgula para separar orações coordenadas sindéticas aditivas de sujeitos diferentes ou com repetição da conjunção. Ex.: Ele foi ao Japão, e ela foi à Itália. (inexistindo a conjunção, o ponto e vírgula é aconselhável) E estuda, e trabalha, e dorme... 3. (FGV/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) Os sócios e colaboradores dificilmente são consultados, e muitas vezes o apoio reflete mais as posições pessoais dos controladores do que os valores e princípios das empresas. (L.9-13) A respeito da vírgula no período acima, é correto afirmar que (A) está correta, pois se trata de vírgula antes da conjunção E com valor adversativo. (B) está correta, pois é caso de vírgulaantes da conjunção E que inicia oração com sujeito diferente do da anterior. (C) está incorreta, uma vez que não é necessário usar vírgula já havendo a conjunção E, mesmo sem valor aditivo. (D) está incorreta, já que introduz oração aditiva, mesmo que os sujeitos sejam diversos. (E) é facultativa, pois as orações apenas se justapõem e não se coordenam. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 7 Comentário – A vírgula separa orações de sujeitos diferentes. O sujeito (composto) do verbo “são” é representado pela expressão “Os sócios e colaboradores”; o sujeito (simples) do verbo “reflete” é o termo “o apoio”. Resposta – B Atenção! Há casos em que as típicas conjunções aditivas introduzem orações adversativas; assim sendo, o emprego da vírgula é obrigatório. Ex.: Estudou, e não passou. (semanticamente, a conjunção “e” tem valor adversativo) c) separar orações adverbiais antecipadas ou intercaladas (quando vierem na ordem direta, o emprego será facultativo) Ex.: Ao anoitecer, saíram. Saíram ao anoitecer. Saíram, ao anoitecer. 4. (FGV/214/DPE-RJ/Técnico Superior Especializado) “Seus antecedentes diretos são as galerias de comércio de Leeds, (1) na Inglaterra, e as passagens de Paris pelas quais flanava,(2) encantado, o Walter Benjamin. Ou, (3) se você quiser ir mais longe, os bazares do Oriente”. Nesse segmento do texto há três ocorrências de uso da vírgula devidamente numeradas; a afirmativa correta sobre o seu emprego é. a) as ocorrências se justificam por três razões diferentes. b) as duas primeiras ocorrências se justificam pelo mesmo motivo. c) as três ocorrências se justificam pela mesma regra de pontuação. d) as ocorrências (1) e (3) se justificam pelo mesmo princípio. e) as ocorrências (2) e (3) se justificam pelo mesmo motivo. Comentário – A primeira vírgula ajuda a isolar o adjunto adverbial intercalado entre “as galerias de comércio de Leeds” e “as passagens de Paris”. A segunda Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 8 predicado sujeito sujeito predicado verbo OD OI nome adjunto adnominal com a separação do predicativo intercalado. Já a terceira marca o deslocamento de um oração subordinada adverbial (condicional). Resposta – A d) separar orações subordinadas adjetivas explicativas. Ex.: Jesus Cristo, que também é Deus, ressuscitou. e) separar as orações intercaladas: Ex.: Creio, disse ele, que esse é um caso perdido. f) separar as orações subordinadas substantivas apositivas: Ex.: É imprescindível que o país adote duas diretrizes, distribuir renda e reconstruir o ensino público. III. Não se usa vírgula a) entre sujeito e predicado (mesmo quando o sujeito é muito longo ou vem depois do predicado): Ex.: Os pequenos filhotes de vira-lata destruíram meu jardim. Obs.: a intercalação de termos entre o sujeito e o predicado deve ser marcada por vírgulas, uma antes e outra depois. Ex.: Os deputados, ontem à tarde, decidiram aceitar o projeto do presidente da República. b) entre o verbo e seu complemento (OD ou OI): Ex.: Entreguei o presente ao aniversariante. c) entre o nome e seu adjunto ou complemento: Ex.: A todos os presentes informamos os novos valores dos produtos que vendemos. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 9 nome complemento nominal oração subordinada substantiva objetiva indireta Não há necessidade de tanta estupidez. d) para isolar o agente da passiva Ex.: As medidas econômicas foram aprovadas pelo presidente. e) para separar as orações subordinadas substantivas (exceto a apositiva) da sua principal. Ex.: Duvido de que esse prefeito dê prioridade às questões sociais. 5. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) Assinale a alternativa em que a vírgula está corretamente empregada. (A) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode ser considerado, sem dúvida, um desvio de caráter. (B) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora competente, nem sempre conseguia resolvê-los. (C) Ainda que os níveis de educação estivessem avançando, o sentimento geral, às vezes, era de frustração. (D) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, muitos sofreriam sanções diariamente. (E) O tempo não para as transformações sociais são urgentes mas há quem não perceba esse fato, que é evidente. Comentário – Alternativa A: errada. Faltou uma vírgula (depois de “brasileira”) para isolar o aposto explicativo “essa instituição tipicamente brasileira”, que se intercalou entre o sujeito “O jeitinho” e a locução verbal “pode ser considerado”. Alternativa B: errada. A ausência de uma vírgula após “funcionário” fez com que o segmento de natureza adverbial concessiva “embora competente” não fosse corretamente isolado e caracterizou separação indevida entre o sujeito “o funcionário” e o verbo “conseguia”. Alternativa C: certa. A primeira vírgula separa uma oração subordinada adverbial antecipada; a segunda isola outro termo de valor adverbial, que se intercalou entre o sujeito “o sentimento geral” e o verbo “era”. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 10 Alternativa D: errada. A primeira vírgula deveria ser empregada após a conjunção integrante “que”, para demonstrar o isolamento de uma oração subordinada adverbial condicional (“se fôssemos levar a lei ao pé da letra”) intercalada. A conjunção introduz o sujeito oracional “que muitos sofreriam sanções diariamente” e não pode ser dele separada por meio da vírgula. Alternativa E: errada. Faltou uma vírgula para separar as orações coordenadas com sujeitos diferentes “O tempo não para” e “as transformações sociais são urgentes”, como também faltou um ponto e vírgula para separar a oração coordenada adversativa introduzida pela conjunção “mas”. A última vírgula está bem empregada, pois serve para separar uma oração adjetiva explicativa. Resposta – C 6. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) O emprego correto da vírgula verifica-se apenas em: (A) A educação, saída ideal para diversos problemas sociais, requer empenho coletivo, e a sociedade deve oferecê-lo. (B) A administração do dinheiro público que é bem de todos, precisa ser controlada, e regulada por leis adequadas. (C) Embora sejam instrumentos democráticos as leis não garantem a ética na gestão pública, fato incontroverso no Brasil. (D) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, muitos sofreriam sanções diariamente. (E) O tempo não para, as transformações sociais são urgentes mas há quem não perceba, que isso é evidente. Comentário – Alternativa A: certa. A primeira e a segunda vírgula separam adequadamente o aposto explicativo; a última separa uma oração coordenada aditiva com sujeito diferente daquele da oração coordenada inicial. Alternativa B: errada. Faltou a primeira vírgula que contribui para o isolamento da oração adjetiva explicativa “que é bem de todos”. A última Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 11 vírgula, ao contrário, está sobrando. Como as orações são coordenadas e têm o mesmo sujeito, ela não precisa ser usada. Alternativa C: errada. Faltou uma vírgula para indicar a antecipação da oração subordinada adverbial concessiva “Embora sejam instrumentos democráticos”.Alternativa D: errada. A primeira vírgula deve surgir após a conjunção integrante “que”, pois esta integra o sujeito oracional “que muitos sofreriam sanções diariamente”. Da forma como está, houve fragmentação do sujeito. Somente a oração subordinada adverbial condicional “se fôssemos levar a lei ao pé da letra” deve ser isolada. Alternativa E: errada. Falta um ponto e vírgula que separe a coordenada adversativa introduzida pela conjunção “mas”. Além disso, a última vírgula separou indevidamente o verbo do seu objeto direto: “perceba, que isso é evidente”. A primeira vírgula foi empregada corretamente para separar orações coordenadas. Resposta – A � PONTO I. Em relação ao mesmo parágrafo, é empregado no final de cada período, indicando uma pausa mais longa entre as frases. Ex.: A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante Del. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam. (Clarice Lispector) II. Em relação a parágrafos distintos, assinala a passagem de um conjunto de ideias a outro de natureza diversa. Ex.: A monarquia se enterrava. Revogou-se, portanto, o exílio dos Braganças, trouxeram-me para cá os ossos do velho monarca e de sua esposa. E recebeu-se a visita do Rei Alberto, a quem ofereceram festas magníficas. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 12 As finanças do Brasil não iam mal, permitiam despesas de vulto. Iniciaram-se então as obras contra a seca do Nordeste, que logo foram interrompidas. (Graciliano Ramos) 7. (FGV/PREFEITURA DE ANGRA/FISCAL DE TRIBUTOS/2010) [...] Uma vez que o ar mais quente retém mais água do que o frio, em algumas regiões haverá muita chuva; em outras, as secas se repetirão.[...] A respeito da pontuação do período acima, analise as afirmativas a seguir: I. A última vírgula do período se justifica por se tratar de zeugma. II. A primeira vírgula do período se justifica por separar orações sintaticamente equivalentes. III. O ponto e vírgula pode ser substituído por ponto, colocando-se a palavra seguinte com a primeira letra em maiúscula. Assinale (A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. (B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. (C) se apenas as afirmativas II e II estiverem corretas. (D) Se nenhuma afirmativa estiver correta. (E) Se todas as afirmativas estiverem corretas. Comentário – Afirmativa I: certa. Zeugma é uma figura de linguagem que consiste na omissão de um termo anteriormente mencionado. Na declaração, o termo omitido é “regiões”, que foi substituído pela vírgula vicária. Afirmativa II: errada. As orações não são equivalentes. A primeira é subordinada adverbial causal, e a vírgula marca a antecipação dela. Afirmativa III: certa. O ponto, em relação ao mesmo parágrafo, é empregado no final de cada período para indicar uma pausa mais longa entre as frases. A substituição do ponto e vírgula por ele não gera prejuízo ao trecho, mas exige uma modificação ortográfica, conforme o examinador indicou. Resposta – A Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 13 � PONTO DE INTERROGAÇÃO I. Usado nas interrogações diretas. Ex.: Fazer o quê? O vazamento se dava entre o soalho e o forro, não havia acesso possível. Onde descobrir um bombeiro em Londres, num sábado à noite? (Fernando Sabino) � PONTO DE EXCLAMAÇÃO I. Usa-se nos enunciados de entonação exclamativa, depois de interjeições, vocativos, verbos no imperativo. Ex.: Que linda manhã! Ai! Essa doeu. Filho! Vem aqui. Avançar! � PONTO E VÍRGULA (pausa intermediária entre o ponto e a vírgula) I. O emprego deste sinal de pontuação depende muito do contexto. Em geral, podemos seguir as orientações abaixo quanto ao seu uso: a) para separar, numa série, elementos que já estão anteriormente separados por vírgula, a fim de ressaltar a hierarquia das informações: Ex.: Encontramos na reunião: José, o presidente; Pedro, o vice; Carlos, o primeiro-secretário; Francisco, o tesoureiro; e outros convidados. b) para separar enumeração após dois pontos: Ex.: Os alunos devem respeitar a seguintes regras: – não fumar dentro do colégio; – não fazer algazarras durante o intervalo; – respeitar os funcionários e os colegas; – trazer sempre o material escolar. c) para separar as orações coordenadas sindéticas com conjunção intercalada: Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 14 Ex.: Apressou-se; não chegou, porém, a tempo. 8. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) [...] Sem melhorar a educação pública, milhões continuarão prisioneiros do assistencialismo, e as empresas, desassistidas [...]. A respeito da pontuação do período acima, analise as afirmativas a seguir: I. A segunda vírgula se justifica por separar sujeitos de orações diferentes. II. A terceira vírgula é caso de zeugma. III. Ao se retirar o E do período, no lugar da vírgula imediatamente anterior a ele seria melhor vir um ponto e vírgula. Assinale (A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas (B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas (C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas (D) se todas as afirmativas estiverem corretas (E) se nenhuma afirmativa estiver correta. Comentário – A primeira vírgula foi empregada porque uma oração subordinada adverbial foi antecipada “Sem melhorar a educação pública”. A segunda vírgula se justifica por separar orações que possuem sujeitos distintos de orações diferentes: “milhões continuarão prisioneiros do assistencialismo” e “e as empresas, desassistidas”. Lembre-se de que a vírgula é recomendada mesmo diante da conjunção aditiva E, quando esta introduz oração coordenada com sujeito diferente daquele da oração anterior. No caso de inexistir a conjunção aditiva, realmente o emprego do ponto e vírgula é aconselhável. Finalmente, zeugma é uma figura de linguagem que consiste na omissão de termos anteriormente expressos na frase. No caso, o verbo “continuarão” foi omitido: “milhões continuarão prisioneiros do assistencialismo, e as empresas [continuarão] desassistidas”. No lugar dele, foi empregada a vírgula. Resposta – D Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 15 � DOIS-PONTOS I. Antes de uma citação. Ex.: Disse Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”. (João 14:6) II. Para introduzir a fala de uma personagem, no discurso direto. Ex.: Sempre que o professor entra em sala ele diz: – Essa moleza vai acabar. III. Antes de uma enumeração. Ex.: A dupla articulação da linguagem caracteriza-se: a) pela combinação e b) pela comutação. IV. Para esclarecer, explicar ou concluir o que foi dito. Ex.: Todos já sabiam: ele não seria eleito. V. Para separar uma oração subordinada substantiva apositiva. Ex.: Só espero uma coisa: que você estude. 9. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010) [...] De acordo com o estudo do Cindes, quatro setores seriam mais sensíveis: papel, celulose e gráfica; refino de petróleo e petroquímico; siderurgia; e produtos químicos.[...] A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir: I. O último ponto e vírgula é desnecessário, uma vez que já há a conjunção E. II. Os dois pontos introduzem uma enumeração. III. Todas as ocorrências da conjunção E têm valor aditivo. Assinale Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios)Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 16 (A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas (B) se nenhuma afirmativa estiver correta (C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas (D) se todas as afirmativas estiverem corretas. (E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas Comentário – A única afirmativa errada é a primeira. O ponto e vírgula tem papel importantíssimo na separação dos itens enumerados. Como existem elementos interligados pela conjunção aditiva “e” que constituem um conjunto (“papel, celulose e gráfica” e “refino de petróleo e petroquímico), a retirada do ponto e vírgula daria a impressão de que “siderurgia e produtos químicos” seriam elementos de um mesmo conjunto. Essa ideia comprometeria a coerência textual, pois passaria a falsa noção de existirem apenas três setores em vez dos quatro que foram mencionados. Resposta – E 10. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2010) “A evolução das grandes regiões se diferencia: as respostas de cada uma à crise de hegemonia norte-americana são muito diferentes.” Os dois-pontos no trecho acima introduzem uma: (A) enumeração. (B) explicação. (C) causa. (D) explicitação. (E) consequência. Comentário – Há uma diferença sutil entre explicação e explicitação que a FGV considera: a explicação é a ação de explicar ou fazer entender algo já dito ou apresentado; a explicitação é a ação de revelar algo, fazê-lo conhecido. Como a tal diferença só é dada a conhecer após os dois-pontos, a melhor resposta realmente se encontra na letra D. Resposta – D Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 17 � RETICÊNCIAS I. Para indicar certa indecisão, dúvida, surpresa na fala da personagem. Ex.: Jaó! Diga-me... você... me traiu? II. Para indicar que, em um diálogo, a fala de uma personagem foi interrompida pela fala de outra. Ex.: – Já que todos deram sua opinião... – Um momento, seu presidente, ainda falta eu. III. Para sugerir ao leitor que complete a frase dita. Ex.: Quem não se comunica... IV. Para indicar, em uma citação, que alguns trechos foram suprimidos. Ex.: “Vou contar aos senhores [...], principiou Alexandre amarrando o cigarro de palha.” (Graciliano Ramos) � TRAVESSÃO I. Nos diálogos, marca a mudança de interlocutor. Ex.: – Quais são os símbolos da pátria? – Que pátria? – Da nossa pátria, ora bolas! (Paulo Mendes Campos) II. Serve para isolar palavras, expressões explicativas, frases intercaladas. Ex.: Mesmo com o tempo revoltoso – chovia, parava, chovia, parava outra vez... – a claridade devia ser suficiente p’ra mulher ter avistado mais alguma coisa. (Mário Palmério) Atenção! Uso de travessões em vez de vírgulas Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 18 Muitas vezes, as vírgulas são substituídas por travessões. Isso confere modernidade ao texto, além de deixá-lo mais claro. Veja: 1) E aquelas que ainda não tiveram a sua oportunidade – a sua hora e sua vez, como diria mestre Rosa – ficam num desespero de "aparecer", de "vencer", de "ser alguém". (Ser alguém, Rachel de Queiroz) 2) Hoje é dia de falar das sogras, essas santas senhoras tão mal compreendidas neste mundo de Deus. Acredite em tudo o que você sempre ouviu falar de mal delas, que são perigosas; a melhor política, já que não se pode matá-la – ainda –, é a distância. (Danuza Leão. Sogra X Sogra) 3) Como temos pouco poder e voz na arena internacional – e temos cada vez menos –, os maus resultados por fazer a coisa certa de maneira errada (para não dizer, errática, como no Mercosul, por exemplo) permanecem restritos ao nosso território e pesam apenas sobre os nossos próprios ombros. [...] E seu governo, em vez de fazer certa a coisa - destravando os investimentos, para fazer a coisa certa, aumentar o crescimento -, optou por um choque de demanda: [...]. (Marco Antonio Rocha. O crescimento do Peru no pires. In: Estadão, 5/2/2007) 4) Ironia das ironias, o CMN (Conselho Monetário Nacional) decidiu, alguns dias antes da semana do consumidor – comemora-se neste 15 de março o Dia Internacional do Consumidor –, reduzir o rendimento das cadernetas de poupança e, por tabela, do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). (Maria Inês Dolci. Balas perdidas contra o consumido. In: Folha, 13/32007) 5) Primeiro, partindo do fato de que os êxitos da medicina estão eliminando infecções que são das causas mais frequentes de mortes – e com isso alongam a vida média das pessoas –, coloca-se esta questão: a contrapartida da vida mais longa costuma ser a convivência com doenças crônicas, degenerativas e/ou desabilitantes; O que é mesmo a morte? E a vida? (Washington Novaes. In: Estadão, 1/2/2008) Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 19 Você deve ter observado que, nos exemplos 3, 4 e 5, após o travessão, há vírgula. Por quê? Experimente tirar o que está entre os travessões. Você verá que a vírgula é obrigatória. 11. (FGV/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) É certo que a separação dos valores e princípios pessoais dos controladores dos valores e princípios das empresas e, mais ainda, a transformação dessa dissociação em um novo critério para a tomada de decisões sobre aspectos tão sensíveis como o apoio a determinado partido ou candidato ainda é uma atitude difícil para grande parte dos empresários. (L.19-26) Assinale a alternativa que apresente pontuação igualmente correta para o período acima. (A) É certo que a separação dos valores e princípios pessoais dos controladores dos valores e princípios das empresas e, mais ainda, a transformação dessa dissociação em um novo critério para a tomada de decisões sobre aspectos tão sensíveis como o apoio a determinado partido ou candidato, ainda é uma atitude difícil para grande parte dos empresários. (B) É certo que a separação dos valores e princípios pessoais dos controladores dos valores e princípios das empresas e – mais ainda – a transformação dessa dissociação em um novo critério para a tomada de decisões sobre aspectos tão sensíveis como o apoio a determinado partido ou candidato ainda é uma atitude difícil para grande parte dos empresários. (C) É certo que a separação dos valores e princípios pessoais dos controladores dos valores e princípios das empresas e – mais ainda –, a transformação dessa dissociação em um novo critério para a tomada de decisões sobre aspectos tão sensíveis como o apoio a determinado partido ou candidato ainda é uma atitude difícil para grande parte dos empresários. (D) É certo que a separação dos valores e princípios pessoais dos controladores dos valores e princípios das empresas, e, mais ainda, a transformação dessa dissociação em um novo critério para a tomada de decisões sobre aspectos Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 20 tão sensíveis como o apoio a determinado partido ou candidato ainda é uma atitude difícil para grande parte dos empresários. (E) É certo que a separação dos valores e princípio pessoais dos controladores dos valores e princípios da empresas, e, mais ainda, a transformação dessa dissociação em um novo critério para a tomada de decisões, sobre aspectos tão sensíveis, como o apoio a determinado partido ou candidato ainda é uma atitude difícil para grande parte dos empresários. Comentário– Alternativa A: errada. A vírgula antes do vocábulo “ainda” causou separação entre sujeito e verbo: “que a separação dos valores e princípios pessoais dos controladores dos valores e princípios das empresas e... a transformação dessa dissociação em um novo critério para a tomada de decisões sobre aspectos tão sensíveis como o apoio a determinado partido ou candidato, ainda é...”. Veja como ficaria de outro jeito: ISSO, ainda é... Alternativa B: correta. No lugar das vírgulas, foram empregados dois travessões para assinalar a intercalação de termo de caráter enfático, que ressalta a inclusão da expressão seguinte (“a transformação dessa dissociação...”). Alternativa C: errada. A vírgula separa equivocadamente os termos que funcionam como sujeito, que se encontram coordenados e articulados por meio da conjunção aditiva “e”. Alternativa D: errada. Erro semelhante ao anterior ocorreu aqui, mas agora a vírgula foi antecipada. Alternativa E: errada. Além do mesmo erro anterior, as vírgulas isolaram erroneamente termo que funciona como complemento do substantivo “decisões”. Resposta – B 12. (FGV/SEFAZ-RJ/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2011) Porém, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros, assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 21 sujeitas às normas de seus países de origem, não tardará para que as práticas que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da economia. (L.92-98) Assinale a alternativa em que a alteração do período acima tenha mantido adequação quanto ao seu sentido original e correção quanto à pontuação. (A) Sofrendo o Brasil, no entanto, os influxos de modelos legislativos estrangeiros – assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam sujeitas às normas de seus países de origem –, não tardará para que as práticas que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da economia. (B) Entretanto, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros, – assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam sujeitas às normas de seus países de origem – não tardará para que as práticas que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da economia. (C) Sofrendo, contudo, o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros – assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam sujeitas às normas de seus países de origem – não tardará para que as práticas que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da economia. (D) Todavia, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros, – assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam sujeitas às normas de seus países de origem –, não tardará para que as práticas que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da economia. (E) Contudo, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros – assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam sujeitas às normas de seus países de origem, não tardará para que as práticas que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da economia. Comentário – Apesar da extensão, é mais fácil do que parece. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 22 Alternativa A: correta. Intercalada, a conjunção adversativa (“no entanto”) deve vir entre vírgulas. Observe que os travessões foram corretamente empregados para isolar segmento intercalado. Nesse caso, usa-se um travessão antes e outro depois. A vírgula que surge logo após o segundo travessão serve para isolar a oração antecipada “Sofrendo o Brasil, no entanto, os influxos de modelos legislativos estrangeiros”. Alternativa B: incorreta. Fazendo uma breve comparação com o que ocorreu na alternativa anterior, nota-se que o deslocamento da vírgula para depois do vocábulo “estrangeiros” prejudicou a correção gramatical do trecho. Alternativa C: errada. Agora a ausência da vírgula após o segundo travessão é que causou incorreção ao período. Alternativa D: errada. É completamente descabida a virgula logo após o adjetivo “estrangeiros”, pois já existe um travessão cumprindo a tarefa de isolar o segmento intercalado. Alternativa E: errada. Onde foi parar o segundo travessão que deveria “fechar” o segmento intercalado? Resposta – A � PARÊNTESES I. Nas indicações bibliográficas. Ex.: “Sede assim qualquer coisa serena, isenta, fiel.” (MEIRELLES, Cecília. Flor de poemas. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1972, p. 109.) II. Nas indicações cênicas dos textos teatrais. Ex.: – Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos fora das órbitas. Amália se volta.) (G. Figueiredo) III. Para isolar termos e orações intercaladas de natureza semântica explicativa. Ex.: “... e a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-lo, morrendo de fome.” (Clarice Lispector) Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 23 � ASPAS I. Para indicar citações. Ex.: “Viver é lutar”, disse Gonçalves Dias. II. Para assinalar neologismos, estrangeirismos, gírias, uso informal da língua etc. Ex.: Havia um “play-ground” excelente. Ele era o que mais “colava” na prova. III. Citar títulos de obras artísticas ou científicas. Ex.: “Vidas Secas” ganhou vários prêmios. IV. Para indicar ironia. Ex.: Com um “amigo” desses... 13. (FGV/FBN/Assistente Administrativo/2013) Comenta o autor do livro: “Todos têm a mesma visão, todos sentem idêntico terror, todos colaboram na construção do santuário. Mas o que ocorre se não existem argonautas, se não existem mais testemunhas de tal experiência?” No fragmento acima, as aspas são empregadas para (A) destacar palavras importantes do texto. (B) indicar o motivo de o autor ter escrito o texto. (C) mostrar que a parte entre aspas é um resumo. (D) registrar que as palavras ditas pertencem a outra pessoa. Comentário – As aspas indicam a citação do que foi dito pelo autor do livro, não pelo enunciador. O emprego do sinal de dois-pontos (discurso direto) e das aspas caracterizam o que chamamos de discurso direto, em que o personagem “ganha vida” no texto e fala por si mesmo. Resposta – D Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 24 Os problemas da expansão urbana estão na conversa cotidiana dos milhões de brasileiros que vivem em grandes cidades e sabem “onde o sapato aperta”. São reféns do metrô e do ônibus, das enchentes, da violência, da precariedade dos serviços públicos. [...] Marina Silva, Folha de São Paulo, 7/1/2014. 14. (FGV/2014/DPE-RJ/Técnico Médio de Defensoria Pública) No primeiro parágrafo do texto o segmento “onde o sapato aperta” aparece entre aspas porque a) mostra uma frase sem respeito pela norma culta. b) indica o tópico central do parágrafo. c) destaca uma ironia da autora do texto. d) copia uma expressão popular. e) enfatiza uma ideia importante do texto. Comentário – As aspas indicam o uso informal da língua ou popular. Resposta – D Regência Agora estudaremos a regência de alguns nomes e verbos. Digo isso porque a grande quantidade deles no léxico da nossa Língua não nos permiteestudar o assunto em sua inteireza. Ficaremos, então, no estudo da regência de um grupo de nomes e verbos cujo conhecimento não pode faltar a você. REGÊNCIA NOMINAL Regência nominal é a relação entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação é intermediada por uma preposição. Vejamos três exemplos do que acabei de falar: (A) Os cursos do Ponto têm sido úteis a muitos candidatos. ADJ. COMP. NOMINAL PREP. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 25 (B) Por causa dos cursos do Ponto, muitos candidatos estão mais perto da aprovação. (C) Todos vocês têm capacidade para passar no concurso! É importante você notar que muitos nomes seguem o mesmo regime dos verbos correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Abaixo está uma relação de nomes e suas regências que merecem sua atenção: Acessível a Favorável a Ódio a ou contra Acostumado a ou com Fiel a Odioso a ou para Alheio a Grato a Posterior a Alusão a Hábil em Preferência a ou por Ansioso por Habituado a Preferível a Atenção a ou para Inacessível a Prejudicial a Atento a ou em Indeciso em Próprio de ou para Benéfico a Invasão de Próximo a ou de Compatível com Junto a ou de Querido de ou por Cuidadoso com Leal a Residente em Desacostumado a ou com Maior de Respeito a ou por Desatento a Morador em Sensível a Desfavorável a Natural de Simpatia por Desrespeito a Necessário a Simpático a ADV. COMP. NOMINAL PREP. (de + a) SUBST. COMP. NOMINAL PREP. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 26 Estranho a Necessidade de Útil a ou para Estranho a Nocivo a Versado em Atenção especial deve ser dada aos nomes que regem preposição A, por possibilitarem a ocorrência de crase. Ex:. Você é favorável à volta da CPMF? (...favorável a + a volta...) 15. (FGV/2014/DPE-RJ/Técnico Superior Especializado) Há, no texto, três ocorrências do acento grave indicativo da crase I. “...dedicadas exclusivamente às compras e ao lazer” II. “Os xópis são civilizações à parte...” III. “...pode vê-las como ataque (...) à civilização dos xópis”. As ocorrências em que o acento grave da crase é resultante da junção de uma preposição solicitada por um termo anterior + artigo definido são: a) I-II-III. b) apenas I-II. c) apenas I-III. d) apenas II-III. e) apenas II. Comentário – Os termos “dedicadas” (I) e “ataque” (III) solicitam a preposição A. Os substantivos femininos “compras” (I) e “civilização” (III) são acompanhados por artigo A(S). Em “à parte”, a crase ocorre porque a expressão é uma locução adverbial feminina. Trata-se de um caso obrigatório de crase, independentemente da presença de preposição A + artigo A(S). Resposta – C 16. (FGV/Pref. de João Pessoa-PB/Agente Educacional/2014) No texto, observamos três ocorrências do emprego do acento grave indicativo da crase: Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 27 I. "...mandavam um moleque à farmácia..." II. "...que eram associados ao ódio e à improdutividade..." III. "...associados (...) ao comportamento antissocial e à sensualidade pagã". Nesses casos, ocorre a junção da preposição "a" + artigo definido "a". Os termos dessas frases que exigem a presença da preposição "a" são, respectivamente, a) moleque / associados / comportamento. b) mandavam / associados / associados. c) mandavam / ódio / antissocial. d) moleque / ódio / comportamento e) moleque / associados / comportamento. Comentário – O verbo mandar exige a preposição a para reger o termo “a farmácia”. Em seguida, surge o termo “associados”, que também requer a mesma preposição para reger os termos “o ódio” e “a improdutividade”. Finalmente, o termo “associados” se repete e novamente exige a preposição a para reger os termos “o comportamento antissocial” e “a sensualidade pagã”. Resposta – B A seleção de uma ou outra preposição para acompanhar o nome regente parece não ter critérios bem definidos. Em consulta feita ao Dicionário de regimes substantivos e adjetivos1, de Francisco Fernandes, observam-se, por exemplo, variadas construções possíveis para satisfazer a regência do substantivo dificuldade(s), entre elas estão: (1) "Com pouco mais estaria o Dr. Luís em dificuldades com fornecedores." (2) "O ar carbonifica-se duma espessura ácida, que pelas dificuldades de o respirar propende à sonolência." (3) "Eu não tive dificuldade em mostrar que Felisbelo procurava apenas uma achega." 1 FERNANDES, Francisco, 1980, Dicionário de regimes substantivos e adjetivos, Porto Alegre, Editora Globo. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 28 VTD (4) "Nunca encontrou dificuldade na realização de seus projetos." Observa-se aqui apenas a obrigatoriedade de se contrair a preposição em com o artigo correspondente ao substantivo com o qual forma um constituinte. Isso é o que ocorre em (3). Há bons dicionários que nos orientam a utilizar as preposições adequadamente. Um deles é o Dicionário prático de regência nominal, do professor Celso Pedro Luft. E é importante lê-los. A omissão ou o uso inadequado da preposição trazem prejuízo à frase. Caso não tenha entendido alguma explicação, sugiro que volte a ela imediatamente. Não prossiga sem que as dúvidas tenham sido esclarecidas. Ao entrarmos no tópico sobre regência verbal (faremos isso nas próximas linhas), é recomendável que você esteja seguro em relação ao que acabamos de estudar. Outras informações serão acrescentadas. Não deixe que as dúvidas se acumulem. REGÊNCIA VERBAL Começo este tópico trazendo à memória conceitos de transitividade verbal. Você se lembra disso? Verbos cujos complementos (objetos diretos ou objetos indiretos) lhes integram os sentidos são classificados como transitivos. Estão divididos em: a) transitivos diretos: seus complementos (objetos diretos) não são introduzidos obrigatoriamente por preposição; (1) Quero água. (2) A médico, confessor e letrado nunca enganes. Em (2), a preposição “A” é empregada simplesmente por motivo de ênfase, e não pela exigência da transitividade do verbo. Nesse caso, o complemento vem preposicionado; contudo permanece como objeto direto. VTD OD ODP Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 29 b) transitivos indiretos: seus complementos (objetos indiretos) são necessariamente introduzidos por uma preposição, exceto quando empregado um pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe); (3) Gosto de água. (4) Custou-me entender o assunto. c) transitivos diretos e indiretos (ou bitransitivos): reúnem, ao mesmo tempo, objetos diretos e indiretos; (5) Deram-lhe um presente. Há também verbos considerados de sentidos completos, por não exigirem complementos que lhes integrem os significados. São conhecidos como intransitivos. (6) Infelizmente, a vítima do acidente morreu. Todos esses verbos são considerados nocionais (possuem valor semântico, denotam acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade mental). Existe ainda uma categoria de verbos que precisa ser mencionada aqui. É a dos verbos de ligação,também considerados não nocionais ou copulativos. Esses verbos, de significados indefinidos (ou predicações incompletas), unem (ligam, servem de “ponte”) o sujeito da oração a seu predicativo (função esta desempenhada por adjetivos, substantivos ou pronomes). (7) Maria é feliz. Verbos de ligação denotam situação permanente, situação transitória, mudança de situação. VTI OI VTI OI VTDI OI OD VI Suj. VL Pred. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 30 (8) João é estudioso. (situação permanente) (9) João está cansado. (situação transitória) (10) João ficou alegre. (mudança de situação) Estaria tudo muito bom se as coisas fossem tão certinhas assim, não é mesmo? O fato é que a classificação de um verbo em transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto, intransitivo ou de ligação dependerá das relações semântico-sintáticas entre os termos da oração. (11) João anda cansado. (12) João anda depressa. Em (11), o verbo (“anda”) denota o estado de “João” no momento da fala e liga o sujeito da oração (“João”) ao seu predicativo (“cansado”). É, pois, verbo de ligação (copulativo, não nocional). Em (12), o mesmo verbo agora indica a ação exercida pelo sujeito. É, pois, verbo nocional. Note que o vocábulo “depressa” não integra o significado do verbo, mas indica a circunstância (de modo) em que a ação é desenvolvida. Uma vez entendido o porquê da classificação de um verbo em transitivo (direto; indireto; direto e indireto), intransitivo ou de ligação, convém tratar especificamente da regência de alguns verbos. Diga-se ainda que “a regência verbal pretende estabelecer os diversos regimes com que um verbo pode ser empregado”, como nos ensina o eminente professor Décio Sena. ASSISTIR a) Transitivo indireto com sentido de VER, OBSERVAR; seu complemento é regido pela preposição A: Assistimos ao final do campeonato. b) Transitivo indireto com sentido de COMPETIR, CABER, TER DIREITO; seu complemento também é regido pela preposição A: Não assiste ao professor reclamar tanto. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 31 c) Transitivo direto ou transitivo indireto (neste caso, exige preposição A) com sentido de SOCORRER, PRESTAR ASSISTÊNCIA: O médico assistiu a vítima. Igualmente correta estaria a construção: O médico assistiu à vítima. Repare o acento grave indicativo de crase (fusão da preposição A com o artigo feminino A(S) que antecede substantivo de mesmo gênero gramatical). d) Intransitivo com sentido de MORAR, RESIDIR: Há seis anos assisto em Brasília. Observe a presença da preposição “em” exigida pelo verbo e que introduz o adjunto adverbial de lugar (não confunda esse termo com objeto indireto). LEMBRAR/ESQUECER É comum que algumas pessoas se atrapalhem com o uso desses verbos. Isso ocorre porque eles apresentam variados regimes. Vamos a eles! a) Transitivos diretos quando conjugados sem auxílio do pronome (parte integrante do verbo): Esqueci o livro. Lembrou cada detalhe. Temos aqui: I) sujeito oculto: eu e ele; II) objeto direto: “o livro” e “cada detalhe”. b) Transitivos indiretos quando conjugados pronominalmente (parte integrante do verbo): Esqueci-me do livro. Lembrou-se de cada detalhe. O que temos agora? I) parte integrante do verbo: “me” e “se”; II) objeto indireto: “do livro”; “de cada detalhe”. c) Transitivos indiretos quando em construções nas quais a coisa esquecida assume a função de sujeito e a pessoa (normalmente representada pelo pronome oblíquo) representa o objeto indireto: Esqueceu- me o livro. Lembrou-me cada detalhe. Perceba: I) sujeito: “o livro” e “cada detalhe”; II) objeto indireto: “me”. RESPONDER Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 32 a) Transitivo direto e indireto (exige preposição A) com objeto direto representado por coisa e objeto indireto representado por pessoa: Respondi o telegrama ao amigo. b) Transitivo indireto (exige preposição A) com relação à pergunta feita: Ele respondeu ao interrogatório. c) Transitivo direto com relação ao que foi respondido ou à resposta dada: Ele respondeu que não iria à praia. ATENDER Pode ser trnasitivo direto ou indireto (neste caso, exige preposição A). Por exemplo: Atendi o chamado imediatamente. ou Atendi ao chamado imediatamene. Seguem o mesmo regime de ATENDER os verbos SATISFAZER e PRESIDIR. O diretor presidiu a(à) reunião. Satisfarei (a)o teu desejo. ASPIRAR a) VTD = sorver, respirar: Gosto de aspirar o ar puro do campo. b) VTI (prep. A) = desejar, almejar: O escriturário aspira ao cargo de gerente. CHAMAR a) VTD = convocar, solicitar a presença: Chamei o professor. b) VTI (prep. POR) = invocar, pedir ajuda: Chamei por Deus. c) VTD ou VTI = qualificar, nomear, apelidar: Chamei-o patriota (de patriota) // Chamei-lhe patriota (de patriota). CUSTAR a) VTI (conjugado na 3ª pessoa) = ser difícil, ser penoso: Custou- me entender este assunto. b) VTDI = acarretar: A imprudência custou-lhe lágrimas amargas. c) VI = estabelecer preço: Este rádio custou vinte reais. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 33 IMPLICAR a) VTD = acarretar, trazer consequência: Teu nervosismo implicou a tua reprovação. b) VTI (prep. COM) = contender: Ela implica muito com o seu irmão. c) VTI (prep. EM) = pronominal: Implicou-se em situações delicadas. 17. (FGV/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) Infelizmente, ainda hoje assistimos no Brasil a fenômenos... (L.67-68) No trecho acima, foi empregada a regência do verbo em completo acordo com a norma culta. Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido. (A) O povo aspira a governos menos corruptos. (B) Ele assiste em Belém. (C) O combate à corrupção implica em medidas éticas por parte das empresas. (D) As empresas pagaram aos funcionários na data correta. (E) Muitas vezes o povo esquece o passado dos políticos. Comentário – Alternativa A: certa. O verbo “aspira” (= desejar, almejar) é transitivo indireto e a preposição “a” foi bem empregada. Alternativa B: certa. O verbo “assiste” (= morar, residir) é intransitivo e pede a preposição “em” para reger seu adjunto adverbial. Alternativa C: errada. A forma verbal “implica”(= acarretar) tem regência transitiva direta e não admite a preposição “em”, muitas vezes usadas na fala informal. Alternativa D: certa. O verbo pagar (assim como perdoar) possui objetodireto representado por coisa e objeto indireto representado por pessoa, assim: Pagamos o valor acordado ao funcionário. Perdoamos aos nosso ofensores. Notou a preposição a regendo corretamente os objetos indiretos? Alternativa E: certa: Não confunda os verbos pronominais lembrar-se e esquecer-se com lembrar e esquecer. Aqueles são transitivos indiretos e exigem preposição de; estes são transitivos diretos e dispensam preposição. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 34 Resposta – C INFORMAR/AVISAR/CIENTIFICAR/NOTIFICAR a) VTDI: Informei a prova ao aluno. Informei o aluno da (de + a) prova. Aqui, o que não pode acontecer é que coisa e pessoa sejam objeto direto ou objeto indireto: Informei a prova o aluno. (errado) Informei-lhe da prova. (errado) 18. (FGV/TJ-RJ/Analista Judiciário/214) O segmentodo texto 2 em que a preposição destacada faz parte de um adjunto e NÃO é solicitada obrigatoriamente por nenhum termo anterior é: a) Estamos no trânsito de São Paulo”; b) “salvo de acidentes”; c) “em sincronia com os demais veículos lá fora”; d) “assistindo ao seu seriado preferido”; e) “basta informar ao computador”. Comentário – A questão é fácil. Um pouquinho de atenção ao que diz o enunciado é suficiente para faturar o ponto. Você nem precisa do texto. Observe a primeira alternativa. A locução adjetiva “de São Paulo” caracteriza o substantivo “trânsito”. Na oração a que pertence, a locução adjetiva funciona sintaticamente como adjunto adnominal. Nos demais casos, as preposições decorrem da regência dos termos anteriores a elas. Resposta – A PREFERIR a) VTDI (seu complemento indireto é regido pela preposição A): Prefiro cinema a televisão. Prefiro o cinema à (a + a) televisão. (CERTO – artigo Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 35 de um lado, artigo também de outro lado!). Prefiro mais cinema do (de + o) que televisão. (ERRADO). Observação – O significado de PREFERIR não admite gradações (mais... que; menos... que; tanto... quanto). Além disso, a preposição que rege seu complemento indireto é, obrigatoriamente, A. 19. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) Na frase “as ações que nós reproduzimos em nosso cotidiano”, a regência do verbo em destaque é a mesma de: (A) Alguns atribuem valor positivo ao famoso jeitinho. (B) Essa crítica, sem dúvida, cabe a todos os brasileiros. (C) Prefiro oposição inteligente a adesões inseguras. (D) Sem dúvida, a noção de civismo está na pauta de debates. (E) O comodismo contamina o indivíduo cansado de lutar em vão. Comentário – O verbo reproduzir possui regência transitiva direta; seu complemento direto está representado pelo pronome relativo “que”, o qual substitui o antecedente “as ações”. Alternativa A: o verbo atribuir é transitivo direto e indireto. O termo “valor positivo” é o seu objeto direto, e “ao famoso jeitinho” é seu objeto indireto. Alternativa B: o verbo caber foi usado como transitivo indireto. O termo “a todos os brasileiros” é seu objeto indireto. Alternativa C: o verbo preferir, como já foi falado, é transitivo direto e indireto. Alternativa D: utilizou-se o verbo estar como intransitivo. O termo “na pauta de debates” é adjunto adverbial. Alternativa E: contaminar também é transitivo direto. O termo seguinte é seu objeto direto. Resposta – E Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 36 VISAR a) VTD = mirar, ver: O caçador visou o tigre. b) VTD = rubricar, dar visto: O gerente visou o cheque. c) VTI (prep. A)= almejar, ter como objetivo: Visamos ao bom ensino da linguagem. MORAR/RESIDIR/SITUAR a) VI (prep. EM): Ela reside na (em + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (CERTO) / Ela reside à (a + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (ERRADO) OBEDECER/DESOBEDECER a) VTI (prep. A): Obedeço a meu pai. Não desobedeça a seus pais. 20. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) A construção da frase “tentará descobrir alguma coisa que possuam em comum – um conhecido, uma cidade da qual gostam”, está correta em relação à regência dos verbos possuir e gostar. De acordo com a norma padrão, assinale a alternativa que apresente erro de regência. (A) Apresentam-se algumas teses a cujas ideias procuro me orientar. (B) As características pelas quais um povo se identifica devem ser preservadas. (C) Esse é o projeto cujo objetivo principal é a reflexão sobre a brasilidade. (D) Eis os melhores poemas nacionalistas de que se tem conhecimento. (E) Aquela é a livraria onde foi lançado o romance recorde de vendas. Comentário – Alternativa A: quem se orienta se orienta por algo ou alguém. Então, a preposição que rege o complemento do verbo orientar não pode ser a preposição a: “a cujas ideias”. Eis a correção: Apresentam-se algumas teses por cujas ideias procuro me orientar. Alternativa B: use o mesmo raciocínio aqui também: quem se identifica se identifica por (per). Com o vocábulo a que integra o pronome Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 37 relativo a qual, tem-se pelo, que rege o complemento do verbo, semanticamente representado pelo pronome relativo. Alternativa C: também não se verifica erro de regência aqui. Note que agora não se faz necessária nenhuma preposição antes do pronome relativo (“cujo”), pois o verbo da oração a que ele pertence (“cujo objetivo principal é a reflexão sobre a brasilidade”) é de ligação. Alternativa D: acertadamente, foi empregada a preposição “de” antes do relativo “que”. Semanticamente, esse relativo representa o complemento do nome “conhecimento”. Como todo complemento nominal, deve ser precedido por preposição. Alternativa E: a locução verbal “foi lançado” requereu a preposição em para introduzir o adjunto adverbial que indica o lugar de lançamento do romance: “a livraria”. Esse adjunto adverbial é semanticamente representado pelo pronome relativo “onde”, que não se contrai com a preposição em, esta desaparece diante dele. Resposta – A Crase No último assunto da aula de hoje, vamos estudar os casos de ocorrência (ou não) de crase, um fenômeno linguístico que consiste na pronúncia de vogais idênticas e sequenciais em uma mesma sílaba. Observe como isso se dá nos versos do poeta Casemiro de Abreu: “Teu pensamento é como o Sol que morre Há de cismando mergulhar-se em mágoas Durante a noite quando o orvalho desce.” Entretanto, o que nos interessa nesta aula são apenas os casos de crase envolvendo a preposição A e a vogal A, que recebem notação gráfica específica (acento grave): À. (A) Fomos à (a + a) festa de aniversário do nosso vizinho. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 38 Como regra geral, toda vez que um termo regente (seja nome, seja verbo) exigir preposição A e o termo regido vier determinado pelo artigo feminino A(S), a crase surgirá e deverá ser indicada pelo acento grave (`), como no exemplo acima. Também merecem destaque os casos de crase que surgem do encontro da preposição A com a letra A que inicia os pronomes demonstrativos AQUELA(S), AQUELE(S) e AQUILO, bem como com o A (= aquela) pronome demonstrativo. (B) O aluno referia-se àquela questão anulada da prova. (C) O prêmio foi dado à que chegou primeiro. Em (B), a forma verbal “referia-se” (“se” é parte integrante do verbo) é transitivo indireto. Seu complemento é regido pela preposição A, que se une ao A inicial do pronome demonstrativo “aquela”. Em (C), o complemento indireto de “dado” é regido também pela preposição A, que se aglutina com o pronome demonstrativo A (= aquela). CASOS OBRIGATÓRIOS 1. Nas locuções adverbiais femininas (A) Sairás às pressas. (B) Todos, à uma, aplaudiram a decisão do professor. 21. (FGV/2014/DPE-RJ/Técnico Superior Especializado – Administração) Há, no texto, três ocorrências do acento grave indicativo da crase: I. “...dedicadas exclusivamente às compras e ao lazer” II. “Os xópis são civilizações à parte...” III. “...pode vê-las como ataque (...) à civilização dos xópis”. As ocorrências em que o acento grave da crase é resultante da junção de uma preposição solicitada por um termo anterior + artigo definido são: a) I-II-III. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regênciae Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 39 b) apenas I-II. c) apenas I-III. d) apenas II-III. e) apenas II. Comentário – Em II, o emprego do acento grave é motivado pelo uso da locução adverbial feminina “à parte”. Resposta – C 2. Nas locuções prepositivas femininas (C) Vivia às expensas do (de + o) tio. (D) A polícia saiu à procura da (de + a)quadrilha. Observação – A crase será de rigor quando uma locução prepositiva terminada por a estiver diante de artigo feminino que acompanha substantivo. Veja um exemplo abaixo (texto extraído de uma prova de concurso). “[...] Por outro lado, creio também que se pode questionar, não somente quanto à aplicação de 7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.” 22. (FGV/2014/DPE-RJ/Técnico Médio de Defensoria Pública) “A gestão é fragmentada, educação para um lado e saúde para outro, habitação submetida à especulação imobiliária, saneamento à espera de recursos que vão para as grandes obras de fachada”. Nesse segmento do texto há duas ocorrências do acento grave indicativo da crase; sobre esse emprego pode-se afirmar com correção que a) nas duas ocorrências a justificativa do emprego da crase é rigorosamente a mesma. b) só na segunda ocorrência há a junção da preposição a com o artigo definido feminino singular a. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 40 c) na segunda ocorrência ocorre a junção da preposição a com um pronome demonstrativo a. d) na segunda ocorrência, a crase é devida à presença de uma locução prepositiva formada com uma palavra feminina. e) na primeira ocorrência, o emprego do acento grave é devido à necessidade de esclarecer uma possível ambiguidade. Comentário – A primeira ocorrência se deve à contração da preposição “a” – por causa da regência de “submetida” (submetida a quê?) – com o artigo “a” – que acompanha o substantivo feminino “especulação”. Já a segunda tem motivo diferente. O acento grave foi usado por causa da locução prepositiva feminina “à espera de”. Resposta – D 3. Nas locuções conjuntivas femininas (E) À medida que estudo, mais aprendo. (F) À proporção que vocês estudam, mais se aproximam da aprovação. 4. Antes de pronome possessivo feminino substantivo (retornem à aula 2, página 4, se vocês tiverem dúvidas quanto ao que seja pronome substantivo) (G) Sou favorável à proposta dele e não à sua. (H) Refiro-me a sua proposta e à minha. 5. Antes de nomes masculinos quando possamos subentender as palavras MODA, MANEIRA (I) Cortou cabelo à (maneira de) príncipe Danilo. (J) Usava sapatos à (moda) Luís XV. 23. (FGV/CAERN/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2010) [...] Como a cultura escrita está reagindo às diferentes inovações? [...] Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 41 Na frase acima, empregou-se corretamente o acento grave indicativo do fenômeno da crase. Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido. (A) Estaremos prontos às 18 horas. (B) O curso vai de segunda à sexta (C) Iremos à Natal dos nossos antepassados (D) Ele saiu à francesa. (E) Responderemos às suas indagações. Comentário – Em “...está reagindo às diferentes inovações?”, a preposição A exigida pelo verbo REAGIR (transitivo indireto) aglutinou-se com o artigo AS que acompanha o objeto indireto (“as diferentes inovações”). Na alternativa A, temos um caso de crase obrigatória com locução adverbial feminina. Na alternativa B, a falta de paralelismo no segmento “de segunda à sexta” impede a existência de crase. Note que de um lado da expressão há somente preposição (“de”); do outro, há preposição e artigo (a + a). Eis a correção: “de segunda a sexta”. Isso também vale para as indicações de horas: de 8h a 10h; das 8h às 10h. Na alternativa C, é possível atestar a ocorrência da crase usando um artifício: se vou a e volto da, crase há; se vou a e volte de, crase para quê? Vamos conferir? Vou à Natal dos nossos antepassados, volto da Natal dos nossos antepassados. Caso a cidade viesse sem especificação, a crase não ocorreria: vou à Natal, volto de Natal. Na alternativa D, existe outra locução adverbial feminina: “à [moda ou maneira] francesa”, o que fundamenta o emprego do acento grave. Na alternativa E, o verbo RESPONDER é transitivo indireto e exige preposição A, que se contraiu com o artigo definido AS pertencente ao objeto indireto “as suas indagações”. Resposta – B Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 42 CASOS FACULTATIVOS 1. Antes de nome próprio feminino (se for personagem histórica, o uso é proibido) (A) Refiro-me a (à) Joana. (B) Refiro-me a Joana d’Arc. 2. Antes de pronome possessivo feminino adjetivo. (C) Dedico a (à) minha irmã todo o meu trabalho. Convém ressaltar que o emprego facultativo do acento deriva da possibilidade de se omitir o artigo feminino A que antecede pronomes possessivos femininos que acompanham substantivos. 24. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Dos trechos transcritos do texto, assinale aquele em que se poderia empregar opcionalmente o acento indicativo de crase. (A) Preferência a respeito das ações humanas. (B) Diante da multiplicidade de caminhos a nossa disposição. (C) Na verdade, somos obrigados a escolher. (D) Podem ser predicados a todos os atos humanos. (E) Não se reduzem a fenômenos meramente subjetivos. Comentário – Alternativa A: caso proibido, pois estamos diante de nome masculino (“respeito”). Alternativa B: caso facultativo, pois estamos diante de pronome possessivo adjetivo (“nossa”). Alternativa C: caso proibido, pois estamos diante de verbo (“escolher”). Alternativa D: a crase é proibida diante de nome masculino, pronome indefinido e na estrutura SINGULAR + PLURAL (“a todos”). Alternativa E: novamente a crase é proibida, pois estamos diante de nome masculino (“fenômenos”) e da estrutura SINGULAR + PLURAL. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 43 Resposta – B 3. Quando o A (artigo) vem precedido pela preposição ATÉ. (D) Correu até a (à) árvore. Se pensarmos na frase Correu até o poste, por exemplo, perceberemos que a preposição A (“...até ao poste”) não foi empregada comcomitantemente à preposição “até”. Daí vem a alegação de que o emprego da preposição A é facultativo em casos semelhantes. CASOS PROIBIDOS 1. Antes de nomes masculinos (A) Comprou a prazo. (B) Dei aquela calça a este homem. 25. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010) Em “À beira do cais”, empregou-se corretamente o acento indicativo da crase. Assinale a alternativa em que NÃO se seguiram as regras gramaticais do emprego do acento da crase. (A) A prova vai até as 17 horas (B) O cartão não pode ser marcado a lápis (C) O caderno de questões só pode ser levado a partir das 16 horas. (D) Não é possível realizar a prova com aparelhos eletrônicos à tiracolo (E) Cuidado para não chutar a carteira do candidato a sua frente Comentário – Alternativa A: com a preposição até, a crase é facultativa. Alternativa B: a crase é proibida diante de palavra masculina. Alternativa C: a crase também é proibida diante de verbo. Alternativa D: a palavra tiracolo é um substantivo masculino, portanto afasta a possibilidadede ocorrência de crase. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 44 Alternativa E: com pronome possessivo adjetivo a crase pode ou não ocorrer. Resposta – D 2. Antes de verbo. (C) Começou a chover. 3. Antes de pronome de tratamento (exceções: SENHORA, SENHORITA, MADAME) (D) Referiu-se a Vossa Excelência. 4. Antes de pronomes oblíquos (E) Dedico o meu trabalho a ela. 5. Antes de pronomes indefinidos (F) Ofereci um presente a alguém desta sala. 26. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) Ao substituir a expressão sublinhada no fragmento “se reduz à crítica que não busca alterar a realidade“, assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase deve ser empregado. (A) se reduz a mesma crítica. (B) se reduz a certa crítica. (C) se reduz a qualquer crítica. (D) se reduz a alguma crítica. (E) se reduz a toda crítica. Comentário – Vamos verificar a ocorrência ou não de crase por meio de outro artifício: se usarmos ao(s) diante de palavra masculina, usaremos à(s) diante de palavra feminina. Alternativa A: se reduz ao mesmo crítico; então há crase em se reduz à mesma crítica. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 45 Alternativa B: se reduz a certo crítico; então não há crase em se reduz a certa crítica. Alternativa C: se reduz a qualquer crítico; então não há crase em se reduz a qualquer crítica. Alternativa D: se reduz a algum crítico; então não há crase em se reduz a alguma crítica. Alternativa E: se reduz a todo crítico; então não há crase em se reduz a toda crítica. Resposta – A 6. Antes de artigo indefinido (G) Concedeu a bolsa de estudos a uma menina pobre. Você deve comparar este exemplo com o que traz uma locução adverbial feminina e constitui-se em caso obrigatório de crase: Todos, à uma, aplaudiram a decisão do professor. (pág. 24) 7. Quando o A precede palavras femininas no plural (H) Respondeu a cartas pouco elogiosas. Aqui, existe apenas a preposição A, em decorrência da regência da forma verbal “Respondeu”. A ausência do artigo feminino plural (as) precedendo o substantivo “cartas” amplia, generaliza, indetermina o alcance semântico dele. Em resumo, é o seguinte: nunca use crase na seguinte estrutura: singular (a) + plural (cartas). 8. Quando a preposição A se encontra entre palavras idênticas (I) Perdeu o gol cara a cara com o goleiro. 27. (FGV/CODESP/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2010) Em ...devido à proximidade com o Porto de Santos... , empregou-se corretamente o acento indicativo do fenômeno da crase. Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido (A) O horário de trabalho é das 8h às 18h, de segunda a sábado Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 46 (B) Fomos à Santos da modernidade portuária (C) Estávamos face à face com o perigo (D) Ele sempre compra à vista. (E) Preferimos nosso filé à Osvaldo Aranha Comentário – Alternativa A: compare as expressões “das 8h às 18h” e “de segunda a sábado” e note que na primeira existe o emprego paralelo do artigo “as”, o que fundamenta o uso do acento grave. Alternativa B: utilize o artifício para comprovar o emprego correto do acento grave: Fomos à Santos da modernidade portuária, voltamos da Santos da modernidade portuária. Sem a locução adjetiva, o acento torna-se proibido: Fomos à Santos, voltamos de Santos. Alternativa C: é totalmente errado usar acento grave entre palavras repetidas. Alternativa D: a crase é obrigatória com locução adverbial feminina. Alternativa E: está subentendida a locução à moda de ou à maneira de. Resposta – C 9. Com o pronome relativo CUJO(S), CUJA(S) (J) A pessoa a cuja filha me refiro estuda neste colégio. O “a” que surge antes do pronome relativo é simplesmente a preposição exigida pela regência do verbo pronominal REFERIR-SE. Como o pronome relativo CUJO (e suas variações) não admite o uso de artigo que o acompanhe, não há o encontro de dois sons iguais. 10. Com pronome relativo QUEM (K) A pessoa a quem me refiro estuda neste colégio. Vale também para este caso a explicação dada anteriormente. Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 47 Atenção! É necessário ter cuidado com os pronomes relativos QUE e A QUAL. Em relação ao primeiro, a crase ocorrerá se o termo anterior a ele (seja verbo, seja nome) reger preposição A e o termo seguinte for um dos pronomes demonstrativos A(S), AQUELA(S), AQUELE(S), AQUILO (L) Dirigi-me às que estavam de serviço na recepção. Perceba que existe a contração da preposição A, exigida pelo verbo DIRIGIR-SE, com o pronome demonstrativo AS (= aquelas). (M) Sou favorável à que chegou primeiro. Em relação ao pronome relativo A QUAL, a crase surgirá se o termo posterior a ele reger preposição A, que deverá ocupar posição imediatamente anterior ao pronome, contraindo-se com o A inicial que o integra. (N) A festa à qual nos dirigimos começará agora. 28. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) Na frase “é ingênuo creditar a postura brasileira apenas à ausência de educação adequada” foi corretamente empregado o acento indicativo de crase. Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase está corretamente empregado. (A) O memorando refere-se à documentos enviados na semana passada. (B) Dirijo-me à Vossa Senhoria para solicitar uma audiência urgente. (C) Prefiro montar uma equipe de novatos à trabalhar com pessoas já desestimuladas. (D) O antropólogo falará apenas àquele aluno cujo nome consta na lista. (E) Quanto à meus funcionários, afirmo que têm horário flexível e são responsáveis. Comentário – Alternativa A: cometeu-se o erro de empregar o acento grave indicativo de crase diante de palavra masculina. Além disso, não existe crase na estrutura SINGULAR + PLURAL (lembra?). Língua Portuguesa para o IBGE (Teoria e Exercícios) Aula 5 – Pontuação, Regência e Crase Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 48 Alternativa B: pronomes de tratamento também afastam a ocorrência de crase. Alternativa C: diante de verbo também está proibido o uso do acento grave. Alternativa D: houve correta contração da preposição “a” exigida pela regência do verbo “falará” (falará a quem?) com o a inicial do pronome demonstrativo “aquele”. Alternativa E: acentuou-se erradamente o “a” que antecede o pronome possessivo masculino “meus”. Observe que a estrutura SINGULAR + PLURAL se repetiu. Resposta – D 11. Diante de qualquer preposição diferente de ATÉ (O) Ele o esperava desde as oito horas. (P) O trabalho ficará pronto após as seis horas. 29. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010) Em “À beira do cais”, empregou-se corretamente o acento indicativo da crase. Assinale a alternativa em que NÃO se seguiram as regras gramaticais do emprego do acento da crase. (A) A prova vai até as 17 horas (B) O cartão não pode ser marcado a lápis (C) O caderno de questões só pode ser levado a partir das 16 horas. (D) Não é possível realizar a prova com aparelhos eletrônicos à tiracolo (E) Cuidado para não chutar a carteira do candidato a sua frente Comentário – Alternativa A: com a preposição até, a crase é facultativa. Alternativa B: a crase é proibida diante de palavra masculina. Alternativa C: a crase também é proibida diante de verbo. Alternativa D: a palavra tiracolo é um substantivo masculino, portanto afasta a
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