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ÉTICA E MORAL NA MEDICINA - BIOÉTICA / UFCSPA

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ÉTICA E MORAL NA MEDICINA – BIOÉTICA UFCSPA 
 
•Deontologia 
É o dever, a obrigação. É uma das teorias normativas, que classificam escolhas, a priori, entre certo e errado. 
Foi introduzido em 1834, por Jeremy Bentham, para referir-se ao ramo da ética. É o conjunto das regras de 
conduta de alguma profissão, de acordo com o Código de Ética. É estabelecido pelos próprios profissionais, 
a fim de correção de comportamento. 
•Ética x moral 
Ética seria o estudo da “conduta ideal”. Ela dita a qualidade das ações humanas, para que a sociedade possa 
viver da maneira mais harmônica possível. A moral, diferentemente, já é mais palpável. Ao contrário da 
ética, que visa um comportamento ideal, sublime, a moral é o conjunto de normas adquiridas ao longo do 
tempo com educação, tradição e cotidiano. A ética, podemos dizer, é o aspecto científico da moral. 
•Histórico 
-Imhotep: viveu há 2500 anos a.C. Foi herói da medicina e venerado como deus. Diagnosticou e tratou 200 
doenças. Conhecia muito de anatomia e circulação. Fez prontuários médicos rudimentares. 
-Hipócrates: foi o pai da medicina moderna, a separando da superstição. Viveu por volta de 400 a.C. 
Rejeitou a ideia de que doenças eram causadas por deuses vingativos. Inaugurou ideias racionais, como as 
causas das doenças (etiologia) e o raciocínio clínico a partir de sintomas. Já tinha desenvolvido ideias de que 
conforto fazia bem para a saúde e estresse fazia mal. Declarou que o dever do médico é apenas com o 
paciente, não devendo estar sujeito a intervenções políticas. O famoso juramento de Hipócrates, abreviado 
para formandos de medicina, pode ser lido a seguir: 
“Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da 
caridade e da ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará 
os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra. Nunca me servirei da 
minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento 
com fidelidade, goze eu para sempre a minha vida e a minha arte com boa reputação entre os 
homens; se o infringir ou dele afastar-me, suceda-me o contrário”. 
•Princípios éticos 
Uma abordagem clássica na bioética é a utilização de princípios como forma de reflexão. William Frankena, 
em 1963, propôs que princípios são obrigatórios, e apontou como tal a beneficência e a justiça. Já o relatório 
Belmont, em 1978, referenciou três princípios básicos: respeito às pessoas, beneficência e justiça. Tom 
Beauchamp e James Chidress consagraram o uso de princípios na abordagem bioética, instaurando como tal 
a autonomia, não maleficência, beneficência e justiça. Esses quatro princípios ganharam tanta força que uma 
corrente, o principialismo, se instaurou depois deles. Por sua intensa utilização e grande aceitação, foi 
chamado de Mantra do Instituto Kennedy de Ética. Outra contribuição de Beauchamp e Chidress foi a 
introdução do conceito de Prima Facie, que é uma instância a qual ser seguida necessariamente, a não ser se 
entrar em conflito com uma obrigação equivalente ou maior. Na década de 1990, no entanto, essas correntes 
foram questionadsa, à luz de pensamentos mais sofisticados. 
-Princípio de beneficência: vem da tradição hipocrática, tenta se maximizar os benefícios. Usar o tratamento 
para o bem dos enfermos. 
-Princípio da não maleficência: não causar danos e minimizar os prejuízos. 
-Princípio da autonomia: vem de Aristóteles, e está relacionado ao fato de respeitar a autonomia do paciente, 
seja essa de pensamento, de vontade ou de ação. 
-Princípio da justiça: quando há dúvida sobre prevalecer o princípio de beneficência ou autonomia, apela-se 
para a justiça. Refere-se à equidade no que tange à distribuição de benefícios. 
-Equidade: reconhecimento de necessidades diferentes. É trazer igualdade considerando as singularidades 
das desigualdades.

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