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O ENGENHEIRO DE 
COMPUTAÇÃO E A PROFISSÃO 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Ederson Cichaczewski 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
O computador possibilitou uma nova área de estudo e pesquisa, 
impulsionando uma série de avanços tecnológicos nas outras áreas do 
conhecimento, na arte e no entretenimento. Atualmente, o computador está 
presente nas mais variadas atividades, serviços e equipamentos, desde um 
computador de bordo de um automóvel até nos supercomputadores para 
simulação de explosões termonucleares ou previsão sísmica. 
Nesta aula, traremos uma visão geral dos sistemas computacionais, 
destacando seu surgimento e evolução. Veremos ainda os principais 
componentes de um computador, além de fazermos uma distinção entre um 
computador tradicional e um computador embarcado. Por fim, serão abordadas 
algumas utilizações dos computadores no cotidiano. 
TEMA 1 – EVOLUÇÃO E HISTÓRICO DOS COMPUTADORES 
Os computadores como conhecemos hoje tiveram uma evolução gradual 
ao longo dos anos, principalmente nos últimos 70 anos, e seu desenvolvimento 
sempre esteve atrelado ao avanço tecnológico dos componentes eletrônicos. Os 
conceitos utilizados na constituição dos computadores foram sendo 
desenvolvidos por diversos inventores, matemáticos e filósofos, como Charles 
Babbage, que fez a máquina analítica em 1834, George Boole, com a álgebra 
booleana em 1847, Alan Mathison Turing, com a máquina de Turing em 1936, 
e John Von Neumann, com o projeto lógico do computador na década de 1940. 
Se observarmos a evolução dos computadores, constataremos que eles 
tiverem três estágios evolutivos. Esses estágios de evolução (mecânico, 
eletromecânico e eletrônico) foram necessários para a consolidação dos 
conceitos da computação. O primeiro estágio pode ser definido como 
computadores mecânicos, iniciado em 1642 com a máquina mecânica pascalina, 
ilustrada na Figura 1, desenvolvida por Blaise Pascal. Esse estágio se 
caracteriza basicamente por máquinas com um conjunto de engrenagens que 
executavam operações aritméticas básicas, como somas e subtrações. 
 
 
 
3 
Figura 1 – La pascaline (a pascalina) foi a primeira calculadora mecânica do 
mundo, planejada por Blaise Pascal em 1642 
 
Crédito: J J Osuna Caballero/Shutterstock. 
O segundo estágio iniciou em 1930 com os computadores 
eletromecânicos, sendo que o mecanismo básico de operação são os relês, 
atuando como chaves. Nesse modelo os acionamentos da parte mecânica 
deixaram de ser manuais e passaram a ocorrer pela ação de relês, conforme 
ilustrado na Figura 2. Estes são interruptores eletromecânicos, em que o 
fechamento dos contatos ocorre pela ação de um eletroímã. 
Figura 2 – Relê eletromecânico 
 
Crédito: Fouad A. Saad/Shutterstock. 
O primeiro computador eletromecânico, o chamado Z-1, ilustrado na 
Figura 3, usava relês e foi construído pelo alemão Konrad Zuse (1910-1995) em 
1936. Zuse tentou vendê-lo ao governo alemão para uso militar, mas foi 
subestimado pelos nazistas, que não se interessaram pela máquina. 
Figura 3 – O computador Z-1 de Conrad Zuse 
 
 
4 
 
Crédito: 360B/Shutterstock. 
O terceiro e atual estágio de evolução tecnológica dos computadores é 
denominado computadores eletrônicos. Esse estágio é o mais significativo e o 
que realmente concretizou o anseio do homem em criar uma máquina capaz de 
realizar os cálculos mais rapidamente, com maior precisão e autonomia. Nesse 
estágio da evolução, o funcionamento dos computadores passou a ser 
totalmente eletrônico, iniciando com a utilização das válvulas, conforme ilustrado 
na Figura 4, para substituir o relê como elemento de chaveamento. 
Figura 4 – Válvula eletrônica 
 
Crédito: B Kris/Shutterstock. 
 A evolução dos computadores modernos, ditos eletrônicos, pode ser 
caracterizada em quatro gerações, com base no tipo ou tecnologia do dispositivo 
eletrônico utilizado como elemento básico de construção. 
1.1 Primeira geração (1943): válvula 
A primeira geração de computadores eletrônicos é caracterizada pela 
utilização do dispositivo eletrônico denominado válvula como elemento de 
chaveamento. Devido às características das válvulas, esses computadores eram 
grandes, pesados, ocupavam muito espaço físico, além de consumirem muita 
 
 
5 
energia. O primeiro computador projetado utilizando a válvula foi o Colossus, 
apresentado na Figura 5. 
Figura 5 – Computador Colossus 
 
Crédito: Steve Vidler/ Alamy/ Fotoarena. 
 Um exemplo com grande destaque é o ENIAC (Eletronic Numerical 
Integrator and Computer), apresentado na Figura 6, que era constituído por 
18.000 válvulas, 1.500 relês e 70.000 resistores, pesava 30 toneladas e 
consumia 150 KWh. 
Figura 6 – Computador ENIAC 
 
Crédito: Everett Collection/ Shutterstock. 
1.2 Segunda geração (1956): transistor 
A segunda geração de computadores eletrônicos foi em decorrência da 
adoção de um novo dispositivo eletrônico que substituiu a válvula, o transistor, 
apresentado na Figura 7. Como sua função básica no computador, o transistor 
é utilizado como elemento de chaveamento, ou seja, ele funciona como uma 
chave eletrônica. Com esse dispositivo os computadores sofreram uma redução 
 
 
6 
significativa no tamanho, peso e espaço, mas com um aumento expressivo de 
capacidade de processamento devido à incorporação de mais recurso ao 
computador. 
Figura 7 – Exemplo de um transistor 
 
Crédito: 3DRenderings/ Shutterstock. 
O PDP-1 (Programmed Data Processor-1) (Figura 8) foi o 
primeiro computador em série PDP da Digital Equipment, produzido pela 
primeira vez em 1959, que utilizou o transistor em sua constituição. 
Figura 8 – Computador PDP-1 
 
Crédito: Volker Steger/Science Photo Library/Fotoarena. 
1.3 Terceira geração (1964): Circuito Integrado (CI) 
Com o advento do circuito integrado (Figura 9), inventado por Jack Kilby 
em 1958, possibilitou-se o desenvolvimento de computadores ainda mais 
potentes e compactos, o que ocasionou uma difusão da utilização dos 
computadores para outros segmentos que não fossem somente para grandes 
corporações como acontecia até a geração anterior. Os circuitos integrados, 
como o próprio nome indica, possibilitaram uma integração de diversos circuitos 
eletrônicos, antes separados em placas, em um único encapsulamento, 
 
 
7 
resultando principalmente em uma redução do tamanho e um incremento 
considerável na capacidade de processamento. 
Figura 9 – Exemplo de um circuito integrado 
 
Crédito: Suthiphong Yina/Shutterstock. 
 Um dos computadores ícones dessa geração foi o PDP-8, apresentado 
na Figura 10 e que era uma máquina de 12 bits, tendo sido o primeiro sucesso 
comercial, produzido pela Digital Equipment Corporation (DEC) na década de 
1960. A DEC introduziu-o em 22 março de 1965 e vendeu mais de 50.000 
computadores, mais do que qualquer outro computador até essa data. 
Figura 10 – O computador PDP-8 
 
Crédito: CC/PD. 
1.4 Quarta geração (1971/1980): VLSI/computador pessoal 
Essa geração possui dois momentos interligados: o advento do 
microprocessador e o desenvolvimento do microcomputador ou computador 
pessoal. O microprocessador foi o primeiro circuito integrado classificado como 
VLSI (Very Large Scale Integration) – chips com mais de 100.000 portas lógicas 
 
 
8 
–, e possibilitou o desenvolvimento dos computadores pessoais. Isso levou à 
difusão da computação para todas as áreas, inclusive uso pessoal e lazer. 
O primeiro microprocessador desenvolvido foi o Intel 4004 em 1971, 
apresentado na Figura 11. Era um microprocessador com 4-bits fabricado 
pela Intel Corporation, e foi o primeiro disponível comercialmente. Embora 
projetado originalmente para ser um componente de calculadoras, o 4004 logo 
encontrou muitos usos. A Intel iniciou um processo que logo fez alguns outros 
fabricantes de chips a embarcar em projetos para desenvolverem firmemente os 
microprocessadores mais capazes, o que gerou a tendência quecriou as 
indústrias multibilionárias dos microprocessadores e computadores atuais. 
Figura 11 – Microprocessador Intel 4004 
 
Crédito: Peter1912/PD. 
O microprocessador possibilitou o desenvolvimento de 
microcomputadores, também chamados de computadores pessoais. Os 
primeiros computadores pessoais são da década de 1980, como no caso do 
Apple I, apresentado na Figura 13. 
Figura 12 – Microcomputador Apple I 
 
Crédito: CCBY-AS 2.0/Rebelpilot. 
 
 
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Essa história ainda não está completa, pois a cada momento novas 
tecnologias são desenvolvidas e incorporadas nos novos computadores. Desse 
modo, pode-se esperar novos estágios de evolução e geração de computadores, 
mas que em sua essência preservam os fundamentos da primeira geração. 
TEMA 2 – SISTEMAS COMPUTACIONAIS 
Sistema computacional é um termo mais abrangente que computador. 
Computador se refere ao equipamento eletrônico que realiza o processamento, 
e sistema computacional envolve a integração do computador com o programa 
que realiza a tarefa. Com isso, os sistemas computacionais são caracterizados 
por dois componentes básicos: hardware, a parte física (Figura 13), e software, 
a parte lógica (Figura 14). Essa divisão primária facilita o entendimento da 
organização de um sistema computacional. A placa-mãe integra todos os 
componentes: processador, memória, placas de interconexão e barramentos. 
Figura 13 – Placa-mãe (motherboard) de um computador (hardware) 
 
Crédito: Vetkit/ Shutterstock. 
Figura 14 – Programa em linguagem C (software) 
 
Crédito: Casimiro PT/ Shutterstock. 
 
 
10 
Entretanto, esses dois componentes trabalham integrados e de forma 
complementar, pois coexistem simultaneamente em um sistema computacional. 
O sistema computacional é, portanto, um conjunto composto por computador 
(hardware) e aplicativos (software). 
O computador é um sistema integrado de processador(es), memória(s) e 
dispositivo(s) de E/S (Entrada e Saída), interconectados por barramento(s), em 
que a quantidade, capacidade, características desses elementos é variável e 
diferente para cada aplicação ou sistema. Tendo isso em mente, pode-se 
imaginar que a variedade de sistemas é muito grande, desde sistemas uni-
processador (com um único processador), até sistemas paralelos com dezenas 
ou centenas de processadores, passando pelos computadores dual e quad core. 
Contudo, na sua essência, os sistemas computacionais são basicamente 
iguais e continuam em sua grande maioria seguindo o modelo de von Neumann 
definido na década de 1940. O modelo de computador (Figura 15) idealizado 
por John von Neumann compreende cinco componentes distintos e 
complementares: memória – que contém as instruções e os dados; Unidade de 
Controle (UC) – responsável pelo gerenciamento dos sinais de controle das 
demais unidades; Unidade Lógica e Aritmética (ULA) – que realiza as operações 
do computador; Entrada – por onde os comandos e dados são inseridos no 
computador; e Saída – possibilita o acesso do(s) resultado(s) do processamento. 
Figura 15 – Visão geral do modelo de computador de Von Neumann 
 
Esse modelo continua válido para os computadores atuais, pois o que 
mudou foi a capacidade, a quantidade e a integração desses componentes. Nos 
primeiros computadores, a UC e a ULA eram unidades separadas, mas com o 
advento dos CIs (Circuitos Integrados) VLSI (Very Large Scale Integration). elas 
passaram a ser integradas em um único dispositivo, o microprocessador. 
Em termos de utilização, os sistemas computacionais têm se difundido 
enormemente, desde o lazer/entretenimento até a área espacial, e com toda a 
certeza isso é só o começo de uma revolução ainda maior que está por vir. 
 
 
11 
TEMA 3 – O COMPUTADOR 
Os computadores surgiram pela necessidade de o ser humano manipular 
grandes quantidades de informações de maneira rápida e eficiente. São 
máquinas capazes de resolver problemas por meio da execução de instruções 
previamente definidas. A sequência destas instruções, ou programa, descreve a 
maneira como o computador vai realizar determinada tarefa. O conjunto de 
instruções diretamente executáveis pelo circuito de um computador vai formar 
uma linguagem, chamada linguagem de máquina. 
Uma definição mais clássica para computador (Figura 16) é: "um sistema 
composto por processador (processor), memória (memory) e dispositivos de E/S 
(I/O devices), interconectados por meio de barramentos". Os computadores 
trabalham com a unidade básica de informação digital, o bit, que pode assumir 
os valores ‘1’ (também chamado de nível alto ou ligado) ou ‘0’ (também chamado 
de nível baixo ou desligado). Um conjunto de 8 bits é chamado de byte. 
Figura 16 – Visão clássica do computador 
Registradores
Memória Entrada eSaída
Unidade Lógica
e Aritmética
Processador
Unidade de
Controle
Barramento
 
Essa composição básica para o computador não significa que os 
componentes são unitários, pois atualmente o processador não é mais único, 
tendo em conta que podemos ter máquinas dual, quad e octal em termos de 
processadores, com velocidades, recursos e capacidade de processamento 
variados. A mesma análise se pode fazer para a memória, pois se os primeiros 
computadores pessoais ou microcomputadores tinham 64 Kbytes de memória 
principal (RAM), hoje temos computadores com 8 Gbytes de memória ou mais. 
Quando são analisados os dispositivos de E/S, percebe-se que há uma 
enorme variedade e tipos de periféricos – não somente o monitor, impressora, 
mouse e teclado, como normalmente se observa. Hoje temos dispositivos de 
 
 
12 
muitos gêneros, como de entrada (teclado, mouse, pen tablet, scanners etc.), os 
de saída (monitor, impressora, display, projetor etc.), além dos especiais, como 
de conexão (modems, módulo Wi-Fi, módulo USB, rede etc.) e de 
armazenamento (pen drives, HDs externos etc.). Com base nisso, percebe-se 
que há uma enorme variedade de configurações possíveis para computadores, 
e isto tudo resulta em diferentes desempenhos, capacidades e potencialidades. 
Os computadores estão presentes nas mais variadas áreas e aplicações. 
Eles saíram dos CPDs (Centro de Processamento de Dados) para equipamentos 
do nosso dia a dia, como os smartphones, eletrodomésticos e automóveis. Com 
isso surgiu uma nova classificação de computadores, com base em seu tipo de 
aplicação básico: computadores de uso geral, como notebooks e desktops, e 
computadores dedicados/embarcados, como computadores nos equipamentos. 
3.1 Hardware 
 Hardware é a parte física do computador. Entre seus elementos estão: 
• Processador – pode ser um microprocessador de um computador 
tradicional ou microcontrolador de um sistema embarcado. Entre suas 
principais características estão a frequência de operação em Hz (Hertz), 
por exemplo, 2 GHz (Giga Hertz), e o tamanho do seu barramento em bits, 
por exemplo, 64 bits. 
• Placa-mãe – é a placa principal do computador onde vai o processador, a 
memória RAM, o chipset, a BIOS, os conectores para os periféricos, os 
slots de expansão, entre outros componentes. 
• Memória RAM – é a memória principal do computador, sem ela o 
computador não liga; são os pentes de memória DDR, cujo formato é 
diferente para cada tipo de computador, por exemplo, a memória RAM 
para desktop é fisicamente diferente da memória RAM para notebook, 
mesmo tendo a mesma capacidade. A sua capacidade é dada em bytes, 
por exemplo 8 Gbytes (Giga bytes). 
• Disco rígido ou de estado sólido – é onde ficam armazenados o sistema 
operacional, os programas e arquivos de texto, fotos, músicas etc. Sua 
capacidade é dada em bytes, por exemplo, 1 Tbytes (Tera bytes). 
• Pen drive – dispositivo de armazenamento em massa. 
• Teclado – periférico de entrada. 
 
 
13 
• Mouse – periférico de entrada. 
• Monitor – periférico de saída. 
• Impressora – periférico de saída. 
• Fonte de alimentação – provê a energia convertida conforme a 
necessidade e o tipode computador. 
• Placa de vídeo – também conhecida com placa de vídeo offboard, visto 
que a interface de vídeo já vem integrada nos processadores dos 
computadores atuais, neste caso chamada de vídeo onboard. A placa de 
vídeo offboard é uma opção de maior desempenho, sendo possível utilizar 
nos computadores desktop. 
Figura 17 – O hardware do computador 
 
Crédito: Onyxprj/Shutterstock. 
3.2 Software 
O software é a parte lógica do computador; a sequência lógica de 
operações que descreve a execução de dada tarefa, e que muitos chamam de 
programa de computador. Os programas são subdivididos em: 
• Firmware – é o software que roda em um sistema embarcado. 
• Sistema operacional – é o primeiro software que roda em um computador, 
gerencia todo o hardware e permite rodar os aplicativos. Entre os 
principais temos Windows, Linux, Android, Mac OS e iOS, entre outros. 
• Aplicativos – são efetivamente as aplicações que usamos no dia a dia, 
como editores de texto, e-mail, navegador de internet etc. São 
desenvolvidos utilizando um aplicativo específico que compila um código 
 
 
14 
e traduz para uma linguagem de máquina específica para uma plataforma. 
É por isso que determinados aplicativos possuem versões específicas 
para Windows, Linux ou Android, por exemplo. 
• Linguagens de programação – é por meio delas que são desenvolvidos 
os aplicativos. Por meio da programação implementa-se um algoritmo em 
uma linguagem de programação ou usando um conjunto de linguagens 
que se relacionam, então esse algoritmo é compilado por um ambiente de 
desenvolvimento para se chegar ao aplicativo final. Existem centenas ou 
até milhares de linguagens de programação, para as mais diversas 
aplicações, como para Windows, Linux, internet, dispositivos móveis, 
entre outras. Algumas linguagens são: C, C++, C#, Objetive C, Swift, Java, 
Visual Basic, Assembly, HTML, PHP, Python, Javascript, Ruby etc. 
Figura 18 – Ícones representando os softwares de computador 
 
Crédito: Oleksiy Mark/ Shutterstock. 
3.3 Tipos de computadores 
Os computadores podem ser encontrados em diferentes formatos de 
acordo com o seu tipo de utilização: 
• Desktop – é um computador de mesa, não tem característica de ser 
portátil, pois não possui partes muito integradas; o monitor é separado da 
CPU, que fica em um gabinete, assim como o teclado e o mouse são 
externos. Normalmente o conjunto de hardware considerando a placa-
mãe, processador, placa de vídeo e memórias permite maior desempenho 
e versatilidade para mudanças de configurações, inclusive porque permite 
um melhor sistema de ventilação e refrigeração de seus componentes. A 
fonte de alimentação é interna ao gabinete do computador. Normalmente 
roda os sistemas operacionais Windows ou Linux. 
 
 
15 
• Servidor – os mais simples possuem o mesmo formato de um desktop, 
sendo a diferença no sistema operacional que é específico para 
servidores. Há também placas-mãe específicas para servidores, que 
permitem rodar mais processadores, colocar uma maior quantidade de 
memória RAM e também uma maior quantidade de discos de 
armazenamento, também necessitando de gabinetes maiores e fontes de 
alimentação de maior potência. Os mais robustos são computadores com 
suas partes dispostas em racks, totalmente diferente do formato desktop. 
Normalmente servidores ficam ligados 24h por dia e necessitam estar em 
um ambiente refrigerado com ar-condicionado. Normalmente rodam os 
sistemas operacionais Linux ou Unix. Dentro dessa categoria há algumas 
ramificações, como o mainframe, que é um computador de grande porte, 
dedicado normalmente ao processamento de um volume grande de 
informações e há também os supercomputadores, que possuem altíssima 
velocidade de processamento e uma enorme capacidade de memória. 
• Notebook – também conhecido como laptop, é um computador portátil, 
com monitor integrado ao restante do hardware em um mesmo conjunto, 
inclusive o teclado e o mouse (chamado de touchpad). Seu formato mais 
comum é o de levantar a tela, como um livro na horizontal, em que a capa 
seria a tela e o corpo do livro seria o restante do conjunto; quando 
fechado, a tela fica dobrada sobre o corpo do notebook. Existem algumas 
subcategorias, como os netbooks (menores em tamanho e desempenho) 
e ultrabooks (tops de linha, mais finos, leves e com maior desempenho). 
A troca de peças é mais limitada, pois sua placa-mãe é bem compacta e 
não permite troca ou adição da placa de vídeo, por exemplo. Os 
processadores para notebook são diferentes dos processadores para 
desktop, visto que há uma necessidade de menor potência e menor 
consumo de energia em um notebook, por isso os processadores para 
desktop conseguem chegar a melhores desempenhos. A fonte de 
alimentação do notebook é externa, acoplada ao cabo de energia e sua 
potência é em média de quatro a cinco vezes menor do que a potência de 
uma fonte de alimentação de um desktop. Possui bateria integrada que 
permite usar por algumas horas sem conectar o cabo de energia. 
Normalmente roda os sistemas operacionais Windows, Linux ou Mac OS. 
 
 
16 
• All-in-one – é parecido com o desktop por não ter característica portátil, 
mas possui a placa-mãe e componentes integrados ao monitor, apesar de 
não ser dobrável como o notebook. O teclado e o mouse são externos. 
Não permite troca de peças, pois sua placa-mãe é equivalente às placas-
mãe dos notebooks, assim como os processadores são os mesmos 
usados em notebooks. Sua fonte de alimentação é externa e acoplada ao 
cabo de energia. Não possui bateria integrada. Normalmente, roda os 
sistemas operacionais Windows, Linux ou Mac OS. 
• Smartphone – é uma evolução dos telefones celulares, que incorporou as 
funcionalidades de um computador. Possui uma tela de toque (touch-
screen) na qual há um teclado virtual sempre que for necessário digitar, e 
a função do mouse é feita por toques na tela. Possuem mais interfaces de 
comunicação sem fio, como Bluetooth, rádio FM, TV, GPS e NFC, além 
de WiFi, dados 4G e telefonia GSM ou CDMA. Usa um sistema 
operacional diferente dos modelos desktop e notebook, portanto, todos os 
aplicativos são específicos para este formato. Normalmente roda os 
sistemas operacionais Android ou iOS. 
• Tablet – é equivalente ao smartphone, mas com uma tela maior, 
normalmente entre 7 e 10 polegadas, contudo, não possui a função de 
telefone. Alguns modelos permitem o uso de chip SIM card apenas para 
a conexão na rede de dados das operadoras. Os modelos mais 
tradicionais permitem o acesso à internet por meio de uma conexão WiFi 
apenas. É muito usado para crianças, pois são desenvolvidos vários 
aplicativos educativos. Também é usado para leitura de livros digitais. 
TEMA 4 – COMPUTADOR TRADICIONAL VERSUS COMPUTADOR 
EMBARCADO 
O computador tradicional é o desktop, o notebook, o tablet ou o 
smartphone. Entretanto, o computador não corresponde somente aos modelos 
citados, pois está incorporado também nos mais variados equipamentos, desde 
TVs a automóveis. Esses computadores são denominados computadores 
embarcados ou sistemas embarcados. 
Cada vez mais o computador está presente no nosso dia a dia, nos 
ajudando e auxiliando em várias atividades, proporcionando algum tipo de 
 
 
17 
benefício. Um equipamento que representa bem essa categoria é o telefone 
celular, que permite a comunicação de maneira móvel e ágil. Todavia, algumas 
pessoas se surpreendem quando descobrem que o celular é em última análise 
um computador com uma função específica, no caso, a comunicação. Nesse 
sentido, é importante fazer uma distinção entre os tipos de computadores. O 
primeiro tipo é denominado computador genérico ou tradicional, projetado para 
atender uma grande variedade de tarefas, dependendo do tipo do software que 
é executado. Nesse caso, o computador é versátil para suportar um grande 
número de aplicativos. Exemplos são os já citados desktop, notebooke tablet. 
O segundo tipo de computador, denominado computador dedicado ou 
sistema embarcado, corresponde aos computadores incorporados a 
equipamentos e máquinas, e sua funcionalidade depende não somente 
do software, mas também do hardware. Nesse caso, a característica 
fundamental é que tudo é customizado, tanto o software quanto o hardware para 
atender as várias características, como uma maior velocidade, menor consumo 
de energia ou menor espaço físico. Exemplos dessa segunda categoria de 
computadores são os que estão incorporados às TVs e aos eletrodomésticos. 
Figura 17 – Sistema embarcado em um eletrodoméstico (forno de micro-ondas) 
 
Crédito: Carlos Restrepo/ Shutterstock. 
Os computadores do tipo sistemas embarcados representam uma grande 
parcela do universo dos computadores e que são negligenciados pela maioria 
das pessoas, até mesmo por uma parcela de “profissionais” da área. Ambos os 
tipos de computadores, genéricos e dedicados, coexistem no nosso cotidiano 
nas mais diversas áreas, como entretenimento, negócios, serviços (bancários, 
saúde, segurança) etc., e propiciam uma série de benefícios, como maior 
agilidade, mobilidade, menor gasto de tempo e outras vantagens. 
O CLP (Controlador Lógico Programável) (Figura 18) é também um 
computador, mas desenvolvido para aplicações genéricas de automação e de 
 
 
18 
controle de processos, como no caso das aplicações industriais, e preserva sua 
independência em relação à aplicação. 
Figura 18 – Controlador lógico programável 
 
Crédito: Aumm Graphixphoto/ Shutterstock. 
Se for observada a constituição funcional dos CLPs, pode-se dizer que 
eles também se enquadram em termos de arquitetura como um sistema 
embarcado ou computador embarcado, visto que são sistemas embarcados 
voltados para aplicações de automação. 
TEMA 5 – UTILIZAÇÃO DOS COMPUTADORES 
Os computadores surgiram para resolver problemas específicos na área 
militar, como cálculo de balística, criptografia e outros, mas na medida em que 
foram ficando mais “potentes” passaram a ser utilizados por outros setores, como 
estatística, censo populacional, contabilidade nas empresas etc. 
Devido ao custo e tamanho dessas máquinas, elas eram somente 
utilizadas por setores críticos e por pessoas especializadas. Normalmente, essas 
áreas eram voltadas para processamento de dados nas empresas, e foi daí que 
surgiu o termo Centro de Processamento de Dados ou CPDs (Figura 19). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
Figura 19 – Centro de Processamento de Dados (CPD) 
 
Crédito: Sashkin/ Shutterstock. 
Até a terceira geração, os computadores eletrônicos eram grandes, com 
um custo expressivo, e sua disseminação era limitada. Com o advento do 
microprocessador, a computação tomou uma nova direção e deixou de ficar 
restrita a grandes empresas, universidades ou centros de pesquisa, e passou a 
ter uma utilização mais universal. Isso levou ao desenvolvimento do computador 
pessoal (Figura 20) ou do inglês Personal Computer (PC), permitindo seu uso 
em ambiente doméstico, empresas, organizações e indústrias. 
Figura 20 – Computador pessoal de mesa (desktop) 
 
Crédito: Den Rozhnovsky/Shutterstock. 
O computador pessoal saiu do CPD e se tornou uma realidade em nosso 
cotidiano. Obviamente os computadores não assumiram seu papel atual de um 
dia para o outro, pois de seu surgimento até os dias atuais foram 80 anos. Essa 
evolução deu origem a uma nova área do saber/conhecimento, conhecida como 
computação. Esse tempo, em comparação com o tempo de vida de outras áreas 
como a física ou a química, é muito pequeno, mas mudou radicalmente a forma 
como trabalhamos, vivemos e nos comunicamos. 
A computação por meio dos sistemas embarcados está presente em 
nosso dia a dia mesmo quando nem imaginamos, pois estão de alguma forma 
nos ajudando ou proporcionando uma melhor qualidade de vida. A computação 
 
 
20 
se tornou uma grande aliada para outras áreas, pois possibilitou que estas se 
desenvolvessem de maneira acelerada. O que seria da medicina sem os 
tomógrafos e os equipamentos biomédicos? Sem o computador, não teríamos 
os cartões de crédito e débito, e mesmo os bancos e o setor financeiro ainda 
estariam na “idade da pedra”, em que o controle seria feito por fichas. 
Não há dúvida de que o computador tomou um papel central em nossa 
vida, mesmo que não estejamos utilizando diretamente, mas toda a vez que 
vamos até um caixa automático, utilizamos um micro-ondas ou uma máquina de 
lavar roupa, estamos interagindo com um computador, que está de alguma forma 
nos auxiliando. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, foram abordados assuntos sobre o histórico dos 
computadores e sua utilização. Vimos que o termo sistema computacional 
corresponde a um computador (hardware) e o respectivo programa (software). 
Os sistemas computacionais estão presentes em nosso cotidiano, como em 
automóveis, eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos como smartphone etc. 
Os computadores podem ser classificados em duas categorias básicas: 
genéricos, como é o caso dos notebooks e desktops, e dedicados ou 
embarcados, como é o caso dos computadores incorporados a equipamentos e 
maquinários, por exemplo, o computador de bordo dos automóveis. 
 
 
 
21 
REFERÊNCIAS 
JOÃO, B. N. Informática aplicada. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2019. 
JUNIOR, C. C.; WILDAUER, E. W. Informática instrumental. Curitiba: 
InterSaberes, 2013. 
TANENBAUM, A. S.; AUSTIN, T. Organização estruturada de computadores. 
6. ed. São Paulo: Pearson, 2013. 
 
	Conversa inicial
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS

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