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Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE 
SAÚDE NO BRASIL 
PONTOS CHAVES: 
Na evolução do sistema de saúde no Brasil, foram elaboradas legislações 
governamentais que estruturam a formação do SUS, formando uma linha 
do tempo. 
Quais foram os marcos históricos importantes para a evolução e 
consolidação do sistema de saúde no Brasil? 
É necessário analisar: 
 
 
 
PERÍODOS HISTÓRICOS 
 
❏ DESCOBRIMENTO AO IMPÉRIO (1500-1889) 
Perfil Epidemiológico: Doenças pestilenciais (de fácil transmissão pela 
falta de saneamento básico, também não havia conhecimento sobre as 
doenças – falta de controle) 
Cenário político e econômico: o país realizava muitas exportações 
(portos) 
1808 vinda da família real: necessidade de controle sanitário mínimo na 
capital do império (RJ) 
Organização do setor de saúde: Boticários, curandeiros 
Modelo assistencial: Sanitarista/ Campanhista. 
Santa Casa de Misericórdia santos – 1543 
Santa Casa de Misericórdia Salvador – 1549 
 
❏ REPÚBLICA VELHA (1889-1930) 
Perfil Epidemiológico: doenças transmissíveis, grandes epidemias e 
doenças pestilenciais fruto da imigração e migração, formação de 
aglomerados e das precárias condições de saneamento básico 
febre amarela, varíola, tuberculose, sífilis, endemias rurais 
Cenário político e econômico: surgimento das primeiras indústrias 
(modelo agrário-exportador); 
Precárias condições de trabalho e de vida das populações urbanas; 
1903 - Oswaldo Cruz é nomeado diretor do departamento federal de 
saúde pública (proposta de erradicar as epidemias de febre amarela no 
RJ) - Medicina sanitarista e campanhista 
Revolta da vacina desencadeada pela obrigatoriedade da vacinação 
Surgimento de movimentos operários (greves em 1917 e 1919); 
Organização do setor de saúde: 1923 criação das CAPs (caixa de 
aposentadorias e pensões, pela lei Elói Chaves) - Marco inicial da 
previdência social no Brasil 
Intervenção do Estado frente às condições de trabalho. 
Organização do serviço de saúde pública e campanhas sanitárias 
Os serviços eram definidos pela necessidade econômica 
Saneamento do porto de santos 
 
CAPs (1923) Lei Elói Chaves – O Estado não participava do 
financiamento das CAPs, o financiamento era bipartite (empregadores e 
empregados) 
Características: 
❏ Feita por instituições ou empresas 
❏ Fornecia aposentadorias e pensões; 
❏ Serviços funerários, socorro médico para a família e 
medicamentos por preço especial; 
❏ Assistência por acidente de trabalho; 
❏ Financiamento e gestão: trabalhador e empregador (desconto no 
salário); 
❏ Assistência médica aos trabalhadores. 
 
❏ “ERA VARGAS” (1930-1964) 
Cenário político e econômico: período reconhecido como marco na 
configuração de políticas sociais no Brasil; 
Organização do setor de saúde: 1930 criação do ministério da educação 
e saúde (MESP) -> prestava serviço aos identificados como pré-cidadão 
(pobres, desempregados, realizavam atividades informais- pessoas não 
asseguradas pela previdência social) 
Unificação das CAPs -> 1933 Criação dos IAPS (Institutos de 
Aposentadorias e Pensões), com financiamento tripartite (governo, 
empregadores, empregados), feita pela categoria profissional. 
Garantia: aposentadoria, pensão em caso de morte, assistência médica e 
hospitalar, socorros farmacêuticos (mediante indenização pelos preços e 
custos) 
1941- I conferência nacional de saúde 
1953 – Criação do ministério da saúde 
 
❏ AUTORITARISMO (1964-1984) 
Organização do setor de saúde: 1966 - Unificação dos IAPS -> criação 
do INPS (Instituto nacional de previdência social - concentração de toda 
a contribuição previdenciária). – Nascimento da previdência social 
1970 – Movimentos de reforma sanitária 
Atenção à saúde aos que não contribuem: Centros e postos de saúde 
pública; 
Serviços de saúde filantrópicos 
Consultórios e clínicas privadas 
1978 – Criação do INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica 
da Previdência Social) 
Modelo médico privatista/ curativo (não solucionava os problemas da 
saúde coletiva, como as endemias, as epidemias e os indicadores de 
saúde (mortalidade infantil, por exemplo). A prevenção a saúde era 
realizada pelo ministério da saúde. 
1978 – Criação da conferência de Alma-Ata (organizada pela OMS) -> 
debate entre vários países sobre a importância da atenção primária à 
saúde e que impulsionou o debate de um novo modelo de saúde no Brasil 
1981 – Criação do CONASP (Conselho consultivo de administração da 
saúde previdenciárias) -> órgão responsável por organizar e racionalizar 
a assistência médica e instituir medida moralizadoras na área da saúde. 
1983 – Criação das AIS (Ações integradas de saúde) -> primeira 
experiência com um sistema de saúde mais integrado e articulado – 
Marco inicial da atenção primária 
 
❏ NOVA REPÚBLICA (1985-1988) 
Cenário político e econômico: 1985 – Movimento das diretas já 
Organização do setor de saúde: 1986 – 8º Conferência nacional de saúde 
-> Marco da reforma sanitarista. 
 
Características da VIIICNS: 
❏ Percepção popular, pela primeira vez 
❏ Discussão e aprovação da unificação do sistema de saúde 
❏ Conceito ampliado de saúde -> saúde como direito de cidadania 
e dever do Estado 
❏ Modificação das bases de organização, deliberação e 
representação das conferências nacionais de saúde 
1988 – Constituição Federal -> Institucionalização do SUS: 
Art. 194 e 195 – Seguridade social 
Art. 196 a 200 – Saúde 
 
❏ PÓS- CONSTITUINTE (1989.......) 
Organização do setor de saúde 1990 – leis orgânicas da saúde 
Lei nº 8.080/90 -> dispõe sobre as condições de promoção, a proteção e 
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes. 
Lei nº 8142/90 -> dispõe sobre a participação da comunidade na gestão 
do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos 
financeiros na área da saúde. 
 
O acesso universal aos serviços de saúde é uma garantia constitucional e 
uma bandeira dos movimentos sociais. 
Como o Sistema único de saúde (SUS) foi organizado e quais princípios 
que o regulam? 
O SUS é organizado de forma regionalizada e hierarquizada, ou seja, os 
serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, 
circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de 
critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população 
a ser atendida. 
 
Princípios doutrinários do SUS: 
❏ Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as 
pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o 
acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, 
independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras 
características sociais ou pessoais. 
❏ Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. 
Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as 
pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em 
outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os 
desiguais, investindo mais onde a carência é maior. 
❏ Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, 
atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a 
integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção 
de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio 
de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras 
políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre 
as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade 
de vida dos indivíduos. 
 
Princípios organizacionais do SUS 
❏ Regionalização: é um processo de articulação entre os serviços 
que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. 
❏ Hierarquização: procede à divisão de níveis de atenção e garantir 
formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade 
requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa 
dada região. 
❏ Descentralização e Comando Único: descentralizaré redistribuir 
poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com 
relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com 
maior qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte 
dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser 
descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao 
município condições gerenciais, técnicas, administrativas e 
financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio 
da descentralização, existe a concepção constitucional do mando 
único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas 
suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a 
participação da sociedade. 
❏ Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do 
sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as 
Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar 
e avaliar a execução da política de saúde. 
 
O que a Lei 8080/90 e a Lei 8142/90 preconizam? 
Lei 8080/90: 
Dispõe sobre 
❏ As condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde 
❏ A organização e funcionamento dos serviços correspondentes 
❏ Outras providências 
A lei é de âmbito nacional, agregando as ações e serviços de saúde em 
todo território brasileiro 
A descentralização político administrativa é reforçada na 
municipalização 
Trata da gestão dos recursos financeiros 
Observa-se os campos de atuação do SUS: Assistência terapêutica 
integral 
Assistência farmacêutica 
Controle e fiscalização de alimentos, água e bebidas 
Participação na preparação de recursos humanos 
Orientação familiar 
Acompanhar a saúde do trabalhador 
Vigilância epidemiológica 
Vigilância nutricional 
Vigilância sanitária 
 
Lei 8142/90 
Dispõe sobre: 
❏ A participação da comunidade na gestão do SUS (conferencias 
de saúde e conselhos de saúde) 
❏ As transferências intergovernamentais de recursos financeiros na 
área da saúde 
 
O SUS responde de forma adequada às necessidades de saúde dos 
brasileiros na atualidade? 
O SUS não corresponde de forma adequada, ou seja, de maneira como 
está na constituição, as necessidades de saúde dos brasileiros na 
atualidade. A verba destinada ao sistema de saúde é insuficiente para 
tratar de todos os brasileiros e, além disso, o sistema é mal gerenciado, 
os recursos que já são pequenos, não são bem administrados. 
Além dessas características, a população não possui o conhecimento 
adequado sobre o uso do SUS (níveis de complexidade- UBS, UPA, PS), 
o que corrobora a sobrecarga do sistema, com as grandes filas.

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