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AULA 4 ANÁLISE DE CENÁRIOS FINANCEIROS Prof. Alexandre Francisco de Andrade 02 CONVERSA INICIAL A análise das decisões econômicas e financeiras apresenta características semelhantes, pois ambos os modos estimam os benefícios líquidos do investimento em projeto com base na diferença entre as situações com projeto e sem projeto. A diferença básica entre eles é que a análise financeira compara os benefícios e os custos para a empresa, enquanto a análise econômica compara os benefícios e os custos para a economia como um todo. Esta aula, portanto, tem como objetivo identificar a eficácia na tomada de decisões econômicas e financeiras, auxiliando na observação de comportamentos que influenciam os preços dos ativos para eliminar tendências que comprometam risco ao investidor. Os temas a serem abordados nesta aula de Análise das Decisões Econômicas e Financeiras são: Tema 1 – Considerações no fluxo de caixa Tema 2 – Fluxo de caixa na análise de variáveis e custos econômicos Tema 3 – Comparações financeiras de fluxo de caixa disponíveis Tema 4 – Decisões do orçamento de capital pelo princípio do fluxo de caixa Tema 5 – Métodos usados para tomada de decisões pelo orçamento de capital CONTEXTUALIZANDO Uma análise econômico-financeira deve disponibilizar aos gestores informações (valores monetários absolutos, valores relativos ou taxas de variação, tempo etc.) para que eles possam tomar medidas decisivas, de forma clara e concisa, pois é importante ter a preocupação com a vida econômica e financeira de determinada entidade. Contudo, alguns gestores não são eficazes nessa tomada de decisões, principalmente no que diz respeito ao direcionamento de investimentos futuros. Existem duas diferenças significativas entre análise financeira e análise econômica. A análise financeira utiliza valores de resultados financeiros para verificar o saldo de investimento ou para a sustentabilidade de um projeto. Na análise econômica, por sua vez, os valores econômicos são convertidos a partir do preço de mercado, excluindo impostos, lucro, subsídios etc., para medir a conformidade quanto ao uso dos recursos financeiros. 03 O que é uma Análise Econômico-Financeira de uma empresa? É uma análise dos demonstrativos financeiros que busca verificar se é possível a sobrevivência e desenvolvimento pretendido pela empresa. Essa conclusão virá da análise de indicadores fundamentalistas (endividamento, liquidez, rentabilidade e atividade), que possibilitarão encontrar características da empresa e também projetar situações que ela pode vivenciar mais em frente. Além disso, o investidor terá uma ideia de solidez (ou não) da empresa, se ela é bem administrada e se é atrativo ou não investir em ações emitidas por ela. 1. Situação Econômica: Analisar Índices de Rentabilidade (mostram o rendimento dos investimentos feitos pela empresa) e os Índices de Atividade (dão uma ideia de como está sendo o ciclo operacional da empresa). 2. Situação Financeira: Analisar Índices de Liquidez (capacidade da empresa em honrar seus compromissos) e dos Índices de Endividamento (mostram o grau de endividamento da empresa). Uma boa administração das contas a pagar e das contas a receber é importante para que a empresa tenha uma boa situação financeira. [Análise Econômico-Financeira] Fonte: Portal da Trader Bolsa. Para Müller e Antonik (2016, p. 22), a “análise financeira de uma empresa está baseada na variação real das contas contábeis e dos resultados financeiros, indexando-as de modo a retirar os efeitos inflacionários”. TEMA 1 – CONSIDERAÇÕES NO FLUXO DE CAIXA Um capital de giro adequado é muito importante, especialmente se o negócio está em crescimento. A gestão da empresa deve observar suas operações em determinado período, pois, com o aumento de trabalho e a necessidade de recursos, a empresa estará suscetível a financiamentos devido ao aumento das despesas. A maneira para determinar se é preciso reter lucros para um capital de giro é se, após ter levado em consideração o capital e as facilidades de empréstimo, houver recursos de caixa adequados para atender pagamentos, salários, fornecedores e outros credores, sem dificuldades indevidas. De acordo com Ross et al (2013, p. 37), “o fluxo de caixa é a diferença entre a quantidade de dinheiro que entrou e a quantidade que saiu”, ou seja, se a empresa, efetivamente, é de propriedade de seus gestores, estes poderiam estar 04 interessados no total de dinheiro gasto em determinado período. Talvez fosse necessário considerar se é melhor manter o excedente de caixa no negócio para a aquisição de ativos (e onde pode ser protegido de tributações), ou distribui-lo aos proprietários, pois os acionistas geralmente esperam que os lucros retidos gerem retorno razoável quando empregados no próprio negócio. Os gestores devem ser capazes de demonstrar que estão proporcionando um melhor retorno aos acionistas por meio da aquisição de ativos ou de outra forma, aplicando os recursos na empresa. O que é Fluxo de Caixa? Fluxo de caixa é o montante líquido em caixa e equivalentes que se deslocam para dentro e para fora do negócio. Fluxo de caixa positivo indica que os ativos líquidos de uma empresa estão aumentando, permitindo-lhe liquidar dívidas, reinvestir em seus negócios, devolver dinheiro aos acionistas, pagar despesas e fornecer um fôlego contra futuros desafios financeiros. Fluxo de caixa negativo indica que os ativos líquidos da empresa estão diminuindo. O fluxo de caixa líquido se distingue do lucro líquido, que inclui contas a receber e outros itens para os quais o pagamento não foi efetivamente recebido. O fluxo de caixa é usado para avaliar a qualidade do rendimento de uma empresa. Muitas vezes pode ser chamado de "demonstração de fluxos de caixa", como uma demonstração contábil da empresa que resume as fontes e usos de caixa ao longo de determinado período; agrupadas em categorias, como atividades operacionais, atividades de investimento e atividades de financiamentos. Os fluxos de caixa operacionais são aqueles relacionados às operações de uma empresa, ou seja, ao seu dia a dia. Os fluxos de caixa de investimento referem-se aos seus investimentos em empresas por meio da aquisição; em ativos de longo prazo. Os fluxos de caixa de financiamento referem-se aos investidores e credores de uma empresa: os dividendos pagos aos acionistas seriam registrados aqui, assim como os recursos provenientes da emissão de títulos. Mesmo empresas muito rentáveis, medidas por seus rendimentos líquidos, podem se tornar insolventes se não tiverem o caixa e os equivalentes de caixa para liquidar seus passivos de curto prazo. Se o lucro de uma empresa está 05 vinculado a contas a receber, despesas antecipadas e inventário, pode não haver liquidez suficiente para sobreviver a uma desaceleração no seu negócio ou a um processo. O fluxo de caixa determina a qualidade do rendimento de uma empresa; se o fluxo de caixa líquido for menor do que o lucro líquido, isso pode ser motivo de preocupação. Muitas empresas devem apresentar uma estrutura básica para um adequado fluxo de caixa ou orçamento de caixa (ver Figura 1), pois muitas empresas passam por problemas de falta de dinheiro devido à falta de um planejamento financeiro. Figura 1 – Estrutura básica para um adequado fluxo de caixa Fonte: Adaptado de Nascimento (2014). Um fluxo de caixa é uma ferramenta de fácil elaboração que mostra, de forma organizada, os controles financeiros de uma empresa, e deve se apresentar numa estrutura flexível com informações necessárias de entradas e saídas em regime de caixa. Por meio desta ferramenta de gestão financeira, o empresário pode lançar suas contas a pagare seus direitos a receber, apresentar estimativas de receitas e despesas, saldo disponível ou indisponível. Este conhecimento gerencial auxilia na saúde do negócio e no planejamento para uma gestão mais eficiente. 06 TEMA 2 – FLUXO DE CAIXA NA ANÁLISE DE VARIÁVEIS E CUSTOS ECONÔMICOS Se você acredita que "é preciso dinheiro para ganhar dinheiro", então você compreende o significado do fluxo de caixa para uma empresa, pois a demonstração dos fluxos de caixa mostra como a empresa gasta seu dinheiro (saídas de caixa) e de onde vem o dinheiro (entradas de caixa). Para Marques (2007, p. 11), é importante o uso do controle de contas a receber e o controle de contas a pagar. Ching et al. (2007, p. 68) sugere a utilidade da demonstração do fluxo de caixa quando a empresa precisa entender que eventos ou atividades envolvem saídas de caixa, como: pagamentos de despesas operacionais (salários e encargos, fornecedores, propaganda e publicidade); pagamento de empréstimos; pagamento de dividendos aos acionistas; compra de ativo imobilizado; compra de participação em outras empresas. Dentro dos métodos adequados, o fluxo de caixa atende a diversos públicos, e a todo o momento pode surgir uma oportunidade de investimento. Para isso, é preciso definir a sua viabilidade quanto ao retorno de capital em determinado período. “O fluxo de caixa completo proporciona a análise de viabilidade econômica” (Marques, 2007, p. 10). O fluxo de caixa incremental, conhecido como fluxo de caixa adicional, utiliza os fluxos de caixa e não os valores contábeis, e os fluxos de caixa são divididos em fluxos de caixa operacionais e outros fluxos de caixa. Na análise de variáveis do fluxo de caixa de uma empresa, pode ser definido, na demonstração do fluxo de caixa, o caixa líquido gerado pelas atividades operacionais, ou "fluxo de caixa operacional líquido". Por exemplo, muitos profissionais da área financeira consideram o fluxo de caixa de uma empresa a soma de seu lucro líquido e a depreciação (uma despesa no caixa na demonstração de resultado). O fluxo de caixa líquido está contido na Demonstração do Fluxo de Caixa como a soma de diferentes tipos de fluxos, pois seu resultado passa o entendimento das reservas de caixa num período, acúmulo ou redução, e seu montante. 07 Figura 2 – Demonstração do fluxo de caixa Por exemplo, todo investimento (valor da obra mais valor do terreno) para construir um negócio terá um início de receita muito apertado e a variação de caixa líquida será bastante negativa, por isso haverá a necessidade de aporte (dinheiro do investidor) de capital para a continuidade do negócio. O Fluxo de Caixa Livre pode ser uma medida da capacidade de geração de caixa após a realização de investimentos em equipamentos para expansão da base de ativos. O que é fluxo de caixa livre? De forma resumida, o fluxo de caixa livre é o saldo de caixa que está livre no negócio, ou seja, o dinheiro disponível depois de serem feitos todos os pagamentos obrigatórios. Normalmente, o fluxo de caixa livre é usado para recompensar os acionistas através de dividendos ou para pagar as principais dívidas que as empresas tenham interesse. Ele também costuma ser utilizado para medir a capacidade de uma empresa de gerar caixa, independentemente da sua estrutura financeira. Antes de preparar o fluxo de caixa livre de um negócio, temos que coletar informações financeiras nos livros da empresa. É importante interpretar estes dados corretamente, de modo a fornecer informações realmente relevantes. Como calcular o fluxo de caixa livre? Matematicamente, o fluxo de caixa livre pode ser calculado assim: Margem operacional bruta = vendas feitas – custo das vendas – despesas gerais O lucro antes de juros e impostos = margem operacional bruta – depreciação O lucro líquido = lucro antes de juros e impostos – imposto Capital de giro = caixa + clientes + estoques – fornecedores Fluxo de caixa = lucro líquido + depreciação livre – capital – os investimentos O custo de depreciação não afeta o cálculo das despesas de caixa e, por essa razão, não se deve adicionar esse valor novamente. Qual a importância do fluxo de caixa livre para a sua empresa? 08 Todas as empresas devem emitir relatórios regulares para diagnosticar como está sua saúde financeira, identificando os problemas e tentando resolvê-los com o maior cuidado. Neste sentido, o fluxo de caixa livre é um elemento essencial para saber qual é a liquidez da empresa em um indicador de tempo particular. Obviamente, se o saldo deste indicador é positivo significa que os encargos para o período foram maiores do que os pagamentos do mesmo, e quando esse saldo é negativo se os pagamentos excederam as receitas. [Contabilidade e Finanças, Controle Financeiro]. Fonte: Portal Sagestart (2015). Podemos calcular o fluxo de caixa livre (indicador de caixa), ou também chamado de Fluxo de Caixa para Empresas, conforme a estrutura abaixo: Figura 3 – Cálculo do fluxo de caixa livre Entendendo o Fluxo de Caixa Projetado e Fluxo De Caixa Descontado: 1. O Fluxo de Caixa Projetado é aplicado e analisado para diferentes cenários, identificando potenciais riscos do investimento, com a possibilidade de calcular os seguintes indicadores de rentabilidade: MOI – Margem Sobre Investimento PAYBACK – Período de Retorno do Investimento VPL – Valor Presente Líquido TIR – Taxa Interna de Retorno 09 Figura 4 - Valores da projeção de curto prazo Portanto, o Fluxo De Caixa Projetado utiliza projeções para demonstrar as finanças da empresa em um período futuro de tempo, e estas projeções levam em consideração a inflação, as questões mercadológicas e econômicas. 2. O Fluxo de Caixa Descontado (FDC) é uma técnica de Valuation para avaliação da atratividade de uma oportunidade de investimento, que ainda pode calcular o Valor da Empresa ou o Valor das Ações. Exemplo de Fluxo de Caixa Descontado Suponha que sua empresa tenha a seguinte projeção de faturamento ao longo de quatro anos: 1º ano – R$ 58.400,00 2º ano – R$ 64.200,00 3º ano – R$ 73.800,00 4º ano – R$ 87.500,00 Agora, imagine que você queira aproximar este resultado do presente, com uma taxa anual de juros de 12%. A partir disso, calcule o retorno de cada ano trazendo a valor presente com a taxa de juros e some as partes: 1º ano: R$ 58.400,00/(1,12) = R$ 52.143,00 2º ano: R$ 64.200,00/(1,12)^2 = R$ 51.180,00 3º ano: R$ 73.800,00/(1,12)^3 = R$ 52.530,00 4º ano: R$ 87.500,00/(1,12)^4 = R$ 55.610,00 010 Total: R$ 211.463,00, ou seja, o valor da sua empresa com base no FCD é de R$ 211.463,00. [Fluxo de caixa descontado] Fonte: Portal ContaAzul (2016). De acordo com Martelanc et al. (2005, p. 12), o método do fluxo de caixa descontado está baseado no valor de uma empresa, relacionado aos seus montantes e aos fluxos de caixa operacionais disponíveis para distribuição, ou seja, o valor da empresa é medido pelo montante de recursos financeiros gerado no futuro pelo negócio. TEMA 3 – COMPARAÇÕES FINANCEIRAS DE FLUXO DE CAIXA DISPONÍVEIS Toda empresa tem a capacidade de gerar fluxo de caixa futuro para gerar também valor, pois é um negócio contínuo com decisões administrativas aplicadas no presente e no futuro. Para o desempenho esperado do mercado, a empresa procura estabelecer previsões para obter benefícios econômicos de caixa no seu horizonte de tempo. Uma medida de capacidade de uma empresa para gerar o fluxo de caixa necessário para manter as operações é o Fluxo de Caixa Disponível, que calcula tomando o total de entrada de caixa e subtrai as despesas totais antes de adicionar o dinheiro gasto na questão de dívida. Na gestão contábil, os fluxos de caixa utilizados na avaliação de empresas são: 1. Fluxo de Caixa Disponível da Empresa: “é definido comoo lucro líquido da empresa mais depreciação e amortização, menos despesas de capital com ativos imobilizados e a variação do capital circulante da empresa”. (Fulgencio, 2007, p. 291). Este é o fluxo de caixa após os impostos gerados das operações da empresa, líquido de investimentos em capital e de capital de giro líquido. (Bodie et al., 2014, p. 544). 2. Fluxo de Caixa Disponível do Acionista: “é diferente do fluxo de caixa livre para a empresa em relação à despesa de juros pós-impostos e também ao fluxo de caixa associado com a emissão líquida ou recompra de dívida”. (Bodie et al., 2014, p. 544). Gestão Contábil – Modelos de Fluxo de Caixa para Avaliação O método mais utilizado pelo mercado é o Fluxo de Caixa Disponível da Empresa (FCDE), mais conhecido como Free Cash Flow to the Firm (FCFF). 011 O Fluxo de Caixa Disponível da Empresa (FCDE) é o resultado líquido de caixa destinado aos seus credores e acionistas. É calculado a partir do fluxo de caixa operacional líquido do Imposto de Renda, e após a dedução também de todos os investimentos necessários para viabilizar o crescimento da empresa. O Fluxo de Caixa Disponível da empresa (FCDE) representa, em outras palavras, o resultado operacional livre de caixa da empresa, que pode ser sacado pelos seus credores e acionistas. Esse Fluxo de Caixa não inclui os fluxos financeiros de dívida da empresa, com juros e amortizações. Todos os Fluxos de Caixa disponíveis são calculados líquidos do Imposto de Renda, e após serem descontadas todas as necessidades de investimento fixo e em giro. São considerados livres (disponíveis) para usos pelos proprietários de capital. Os Fluxos de Caixa futuros previstos, por incorporarem os resultados de todos os proprietários de capital, são descontados pelo custo médio ponderado de capital (WACC). O WACC é calculado considerando a participação e os custos de capitais do capital próprio (Acionista) e o capital de terceiros (credores). Valor Presente do FCDE: O valor presente deste fluxo de caixa livre (FCDE) é o valor total da empresa (V), o qual incorpora o valor do patrimônio líquido (PL) e as dívidas. [Fluxo de Caixa Disponível da Empresa] Fonte: Portal de Gustavo Canaver (2012). Para calcular o Fluxo de Caixa Disponível da empresa, usamos a seguinte estrutura: Figura 5 – Cálculo do fluxo de caixa disponível da empresa 012 Com o valor do Fluxo de Caixa Disponível da Empresa, bem como mediante uma taxa de desconto, podemos encontrar, em cada fluxo de caixa, o valor para cada ano projetado. TEMA 4 – DECISÕES DO ORÇAMENTO DE CAPITAL PELO PRINCÍPIO DO FLUXO DE CAIXA Quando tomamos por decisão o orçamento de capital, sabemos que, para um projeto de grande capital, é necessária uma despesa para comprar um equipamento ou construir uma instalação, o que, inevitavelmente, leva a uma perda de liquidez. Um orçamento de capital é um plano formal para gastar os recursos necessários para adquirir ou criar o ativo fixo, que é o objeto do projeto de capital, e que se destina a contribuir para a realização do plano estratégico de uma organização. A administração de uma organização avalia e classifica investimentos de capital alternativo usando o processo de orçamento de capital para tomar decisões de investimento. As propostas de investimento são avaliadas em termos de: Lucros que o projeto deve gerar Momento dos fluxos de caixa previstos Potencial para um alto retorno sobre o investimento que pode ser usado posteriormente para financiar o crescimento da organização Principais gastos necessários para financiar o projeto Com base nas alternativas de investimento, a empresa seleciona os projetos mais desejáveis para financiar. O capital de giro serve para financiar a operação do negócio, e a estruturação do fluxo de caixa livre é um comprometimento de recursos ao dispêndio feito em equipamento e instalações. (Samanez, 2007, p. 82). Um exemplo do uso do fluxo de caixa no orçamento de capital Em 1992, Disneyland Paris abriu com um custo estimado de US $ 1 bilhão, a Walt Disney expandiu suas operações para a França investindo em ativos de capital que a empresa acreditava que gerariam as receitas necessárias para obter um retorno esperado sobre o investimento. Antes de investir seus recursos de capital, a administração da Disney usou um processo de orçamento de capital para avaliar a viabilidade da Disneyland Paris, verificando o fluxo de 013 caixa a ser gerado pelo investimento em relação ao fluxo de caixa necessário para construir ou adquirir os ativos do parque. Espera-se que todos os investimentos em ativos de capital gerem um retorno, o qual é avaliado pela comparação das saídas de caixa previstas do projeto com as entradas de caixa. Uma série de métodos diferentes são usados para avaliar o potencial de ganhos do projeto de capital, incluindo o período de retorno, o valor presente líquido, o índice de lucratividade, a taxa interna de retorno e a taxa de retorno contábil. Tais métodos determinam um fluxo de caixa, o qual consiste em todos os dispêndios de caixa e as entradas do investimento de capital proposto. As entradas de caixa incluem lucros operacionais protegidos por poupança e depreciação tributária. O uso de dados do caixa para avaliar projetos de investimento fornece uma medida para delinear os custos e benefícios de cada projeto de capital, que pode, então, ser usado para priorizar e selecionar projetos com base nos maiores retornos esperados. A identificação das entradas e saídas de caixa é um meio de tornar o impacto de um projeto de investimento de capital visível para as partes interessadas. Além disso, o processo de orçamentação de capital é apropriado para tipos diferentes de gastos (desde gastos com ativos físicos até gastos com a renovação de instalações). As entradas de caixa podem incorporar efeitos de depreciação nos lucros das empresas, e o orçamento de caixa pode ser utilizado para verificar se os objetivos do projeto são realistas e realizáveis à luz dos recursos alocados. Determinar um retorno mínimo aceitável de um investimento de capital com base no risco do projeto é o primeiro passo para o processo de orçamentação de capital. As receitas projetadas e os resultados contábeis de cada projeto são, então, medidos e comparados para determinar se consistem em um bom investimento. TEMA 5 – MÉTODOS USADOS PARA TOMADA DE DECISÕES PELO ORÇAMENTO DE CAPITAL Muitas vezes, as empresas buscam oportunidades para medir o seu potencial, ou seja, buscam métodos para medir a rentabilidade e analisar a viabilidade econômica das alternativas de investimento. Por exemplo: analisar uma possível compra de novos equipamentos para expandir a capacidade de produção para um produto, ou investir em pesquisa e desenvolvimento para um 014 novo produto. E para que isso se alinhe, temos três principais métodos: Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e Payback Descontado (PB): • Taxa Interna de Retorno – TIR: é uma porcentagem muito semelhante a uma taxa de juros, usada para comparar um investimento de capital com outros tipos de investimento. Divida o lucro esperado pela despesa esperada e você chegará a uma porcentagem de retornos. Em seguida, olhe para os outros projetos da empresa e determine o percentual mínimo aceitável de retorno (taxa de obstáculos). Se a TIR for maior do que a taxa de obstáculos, vale a pena seguir com o projeto. [TIR > Custo de Capital = projeto economicamente viável] • Valor Presente Líquido – VPL: determina quanto dinheiro vai fluir num resultado do investimento, e compara esse valor em relação ao dinheiro destinado ao investimento. Considerando que estes fluxos ocorrem ao longo do tempo, e muitas vezes o investimento será pago muito mais tarde, também levamos em conta o valor presente e futuro dodinheiro. Por causa da inflação, o dinheiro ganho no futuro valerá menos do que o de hoje. Este método é o mais preciso. [VPL > 0 = projeto economicamente viável] • Payback Descontado – PB: diz quanto tempo levará para recuperar o investimento de um projeto. Se um ano for o tempo necessário para recuperar o investimento das receitas de um novo produto, o período de retorno é 1. Lembrando que, o método Payback é antiquado, e a desvantagem do payback simples é não considerar o valor temporal do dinheiro, e tende a favorecer produtos muito cíclicos. [Determina o número de períodos para recuperar o investimento] Muitas empresas utilizam múltiplas técnicas para todas as suas decisões de orçamento de capital, como índice de rentabilidade e análise de sensibilidade, e uma vez que cada método analisa o investimento a partir de uma perspectiva diferente, é melhor empregar mais análises e aproveitar as oportunidades que apresentam um melhor retorno. FINALIZANDO Resumindo, para uma empresa obter sucesso, a sua viabilidade econômica dependerá da sustentabilidade dos investimentos no projeto. Ou seja, escolhas 015 com base nos fluxos, resultantes de custos e benefícios, e da avaliação econômica com os riscos operacionais. Portanto, uma boa gestão financeira das contas a pagar e das contas a receber torna-se um indicador importante para a boa saúde financeira de uma empresa. E você? Já escolheu a opção de menor custo para uma melhor tomada de decisão? Já aplicou o método de análise de melhor retorno para seu investimento? 016 REFERÊNCIAS BODIE, Z.; KANE, A.; MARCUS, A. J. Investimentos. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. CHING, H. Y. Contabilidade e finanças para não especialistas. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. FULGENCIO, P. C. Glossário vade mecum: Administração Pública, Ciências Contábeis, Direito, Economia, Meio Ambiente. Rio de Janeiro: Mauad X, 2007. MARQUES, W. L. Fluxo de caixa: controle empresarial. Cianorte, PR: Clube de Autores, 2007. MARTELANC, R. et al. Avaliação de empresas: um guia para fusões e aquisições e gestão de valor. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. MÜLLER, A. N.; ANTONIK, L. R. Análise financeira: uma visão gerencial. Rio de Janeiro: Alta Books, 2016. 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