Buscar

Análise Econômico-Financeira de Empresas

Prévia do material em texto

AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DE CENÁRIOS 
FINANCEIROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alexandre Francisco de Andrade 
 
 
 
 
02 
CONVERSA INICIAL 
 A análise das decisões econômicas e financeiras apresenta características 
semelhantes, pois ambos os modos estimam os benefícios líquidos do 
investimento em projeto com base na diferença entre as situações com projeto e 
sem projeto. A diferença básica entre eles é que a análise financeira compara os 
benefícios e os custos para a empresa, enquanto a análise econômica compara 
os benefícios e os custos para a economia como um todo. 
 Esta aula, portanto, tem como objetivo identificar a eficácia na tomada de 
decisões econômicas e financeiras, auxiliando na observação de comportamentos 
que influenciam os preços dos ativos para eliminar tendências que comprometam 
risco ao investidor. 
 Os temas a serem abordados nesta aula de Análise das Decisões 
Econômicas e Financeiras são: 
 Tema 1 – Considerações no fluxo de caixa 
 Tema 2 – Fluxo de caixa na análise de variáveis e custos econômicos 
 Tema 3 – Comparações financeiras de fluxo de caixa disponíveis 
 Tema 4 – Decisões do orçamento de capital pelo princípio do fluxo de caixa 
 Tema 5 – Métodos usados para tomada de decisões pelo orçamento de 
capital 
CONTEXTUALIZANDO 
 Uma análise econômico-financeira deve disponibilizar aos gestores 
informações (valores monetários absolutos, valores relativos ou taxas de variação, 
tempo etc.) para que eles possam tomar medidas decisivas, de forma clara e 
concisa, pois é importante ter a preocupação com a vida econômica e financeira 
de determinada entidade. Contudo, alguns gestores não são eficazes nessa 
tomada de decisões, principalmente no que diz respeito ao direcionamento de 
investimentos futuros. 
 Existem duas diferenças significativas entre análise financeira e análise 
econômica. A análise financeira utiliza valores de resultados financeiros para 
verificar o saldo de investimento ou para a sustentabilidade de um projeto. Na 
análise econômica, por sua vez, os valores econômicos são convertidos a partir 
do preço de mercado, excluindo impostos, lucro, subsídios etc., para medir a 
conformidade quanto ao uso dos recursos financeiros. 
 
 
03 
O que é uma Análise Econômico-Financeira de uma empresa? 
É uma análise dos demonstrativos financeiros que busca verificar se é possível 
a sobrevivência e desenvolvimento pretendido pela empresa. Essa conclusão 
virá da análise de indicadores fundamentalistas (endividamento, liquidez, 
rentabilidade e atividade), que possibilitarão encontrar características da 
empresa e também projetar situações que ela pode vivenciar mais em frente. 
Além disso, o investidor terá uma ideia de solidez (ou não) da empresa, se ela 
é bem administrada e se é atrativo ou não investir em ações emitidas por ela. 
1. Situação Econômica: Analisar Índices de Rentabilidade (mostram o 
rendimento dos investimentos feitos pela empresa) e os Índices de Atividade 
(dão uma ideia de como está sendo o ciclo operacional da empresa). 
2. Situação Financeira: Analisar Índices de Liquidez (capacidade da empresa 
em honrar seus compromissos) e dos Índices de Endividamento (mostram o 
grau de endividamento da empresa). 
Uma boa administração das contas a pagar e das contas a receber é importante 
para que a empresa tenha uma boa situação financeira. 
[Análise Econômico-Financeira] 
Fonte: Portal da Trader Bolsa. 
 Para Müller e Antonik (2016, p. 22), a “análise financeira de uma empresa 
está baseada na variação real das contas contábeis e dos resultados financeiros, 
indexando-as de modo a retirar os efeitos inflacionários”. 
TEMA 1 – CONSIDERAÇÕES NO FLUXO DE CAIXA 
 Um capital de giro adequado é muito importante, especialmente se o 
negócio está em crescimento. A gestão da empresa deve observar suas 
operações em determinado período, pois, com o aumento de trabalho e a 
necessidade de recursos, a empresa estará suscetível a financiamentos devido 
ao aumento das despesas. A maneira para determinar se é preciso reter lucros 
para um capital de giro é se, após ter levado em consideração o capital e as 
facilidades de empréstimo, houver recursos de caixa adequados para atender 
pagamentos, salários, fornecedores e outros credores, sem dificuldades 
indevidas. 
 De acordo com Ross et al (2013, p. 37), “o fluxo de caixa é a diferença entre 
a quantidade de dinheiro que entrou e a quantidade que saiu”, ou seja, se a 
empresa, efetivamente, é de propriedade de seus gestores, estes poderiam estar 
 
 
04 
interessados no total de dinheiro gasto em determinado período. Talvez fosse 
necessário considerar se é melhor manter o excedente de caixa no negócio para 
a aquisição de ativos (e onde pode ser protegido de tributações), ou distribui-lo 
aos proprietários, pois os acionistas geralmente esperam que os lucros retidos 
gerem retorno razoável quando empregados no próprio negócio. 
 Os gestores devem ser capazes de demonstrar que estão proporcionando 
um melhor retorno aos acionistas por meio da aquisição de ativos ou de outra 
forma, aplicando os recursos na empresa. 
O que é Fluxo de Caixa? 
Fluxo de caixa é o montante líquido em caixa e equivalentes que se 
deslocam para dentro e para fora do negócio. Fluxo de caixa positivo indica que 
os ativos líquidos de uma empresa estão aumentando, permitindo-lhe liquidar 
dívidas, reinvestir em seus negócios, devolver dinheiro aos acionistas, pagar 
despesas e fornecer um fôlego contra futuros desafios financeiros. Fluxo de 
caixa negativo indica que os ativos líquidos da empresa estão diminuindo. O 
fluxo de caixa líquido se distingue do lucro líquido, que inclui contas a receber e 
outros itens para os quais o pagamento não foi efetivamente recebido. O fluxo 
de caixa é usado para avaliar a qualidade do rendimento de uma empresa. 
 Muitas vezes pode ser chamado de "demonstração de fluxos de caixa", 
como uma demonstração contábil da empresa que resume as fontes e usos de 
caixa ao longo de determinado período; agrupadas em categorias, como 
atividades operacionais, atividades de investimento e atividades de 
financiamentos. 
 Os fluxos de caixa operacionais são aqueles relacionados às operações 
de uma empresa, ou seja, ao seu dia a dia. 
 Os fluxos de caixa de investimento referem-se aos seus investimentos 
em empresas por meio da aquisição; em ativos de longo prazo. 
 Os fluxos de caixa de financiamento referem-se aos investidores e 
credores de uma empresa: os dividendos pagos aos acionistas seriam 
registrados aqui, assim como os recursos provenientes da emissão de 
títulos. 
 Mesmo empresas muito rentáveis, medidas por seus rendimentos líquidos, 
podem se tornar insolventes se não tiverem o caixa e os equivalentes de caixa 
para liquidar seus passivos de curto prazo. Se o lucro de uma empresa está 
 
 
05 
vinculado a contas a receber, despesas antecipadas e inventário, pode não haver 
liquidez suficiente para sobreviver a uma desaceleração no seu negócio ou a um 
processo. O fluxo de caixa determina a qualidade do rendimento de uma empresa; 
se o fluxo de caixa líquido for menor do que o lucro líquido, isso pode ser motivo 
de preocupação. 
 Muitas empresas devem apresentar uma estrutura básica para um 
adequado fluxo de caixa ou orçamento de caixa (ver Figura 1), pois muitas 
empresas passam por problemas de falta de dinheiro devido à falta de um 
planejamento financeiro. 
Figura 1 – Estrutura básica para um adequado fluxo de caixa 
 
Fonte: Adaptado de Nascimento (2014). 
 Um fluxo de caixa é uma ferramenta de fácil elaboração que mostra, de 
forma organizada, os controles financeiros de uma empresa, e deve se apresentar 
numa estrutura flexível com informações necessárias de entradas e saídas em 
regime de caixa. Por meio desta ferramenta de gestão financeira, o empresário 
pode lançar suas contas a pagare seus direitos a receber, apresentar estimativas 
de receitas e despesas, saldo disponível ou indisponível. Este conhecimento 
gerencial auxilia na saúde do negócio e no planejamento para uma gestão mais 
eficiente. 
 
 
06 
TEMA 2 – FLUXO DE CAIXA NA ANÁLISE DE VARIÁVEIS E CUSTOS 
ECONÔMICOS 
 Se você acredita que "é preciso dinheiro para ganhar dinheiro", então você 
compreende o significado do fluxo de caixa para uma empresa, pois a 
demonstração dos fluxos de caixa mostra como a empresa gasta seu dinheiro 
(saídas de caixa) e de onde vem o dinheiro (entradas de caixa). Para Marques 
(2007, p. 11), é importante o uso do controle de contas a receber e o controle de 
contas a pagar. 
 Ching et al. (2007, p. 68) sugere a utilidade da demonstração do fluxo de 
caixa quando a empresa precisa entender que eventos ou atividades envolvem 
saídas de caixa, como: pagamentos de despesas operacionais (salários e 
encargos, fornecedores, propaganda e publicidade); pagamento de empréstimos; 
pagamento de dividendos aos acionistas; compra de ativo imobilizado; compra de 
participação em outras empresas. 
 Dentro dos métodos adequados, o fluxo de caixa atende a diversos 
públicos, e a todo o momento pode surgir uma oportunidade de investimento. Para 
isso, é preciso definir a sua viabilidade quanto ao retorno de capital em 
determinado período. “O fluxo de caixa completo proporciona a análise de 
viabilidade econômica” (Marques, 2007, p. 10). 
 O fluxo de caixa incremental, conhecido como fluxo de caixa adicional, 
utiliza os fluxos de caixa e não os valores contábeis, e os fluxos de caixa são 
divididos em fluxos de caixa operacionais e outros fluxos de caixa. 
 Na análise de variáveis do fluxo de caixa de uma empresa, pode ser 
definido, na demonstração do fluxo de caixa, o caixa líquido gerado pelas 
atividades operacionais, ou "fluxo de caixa operacional líquido". Por exemplo, 
muitos profissionais da área financeira consideram o fluxo de caixa de uma 
empresa a soma de seu lucro líquido e a depreciação (uma despesa no caixa na 
demonstração de resultado). 
 O fluxo de caixa líquido está contido na Demonstração do Fluxo de Caixa 
como a soma de diferentes tipos de fluxos, pois seu resultado passa o 
entendimento das reservas de caixa num período, acúmulo ou redução, e seu 
montante. 
 
 
 
07 
Figura 2 – Demonstração do fluxo de caixa 
 
 Por exemplo, todo investimento (valor da obra mais valor do terreno) para 
construir um negócio terá um início de receita muito apertado e a variação de caixa 
líquida será bastante negativa, por isso haverá a necessidade de aporte (dinheiro 
do investidor) de capital para a continuidade do negócio. 
 O Fluxo de Caixa Livre pode ser uma medida da capacidade de geração 
de caixa após a realização de investimentos em equipamentos para expansão da 
base de ativos. 
O que é fluxo de caixa livre? 
De forma resumida, o fluxo de caixa livre é o saldo de caixa que está livre no 
negócio, ou seja, o dinheiro disponível depois de serem feitos todos os 
pagamentos obrigatórios. Normalmente, o fluxo de caixa livre é usado para 
recompensar os acionistas através de dividendos ou para pagar as principais 
dívidas que as empresas tenham interesse. Ele também costuma ser utilizado 
para medir a capacidade de uma empresa de gerar caixa, independentemente 
da sua estrutura financeira. 
Antes de preparar o fluxo de caixa livre de um negócio, temos que coletar 
informações financeiras nos livros da empresa. É importante interpretar estes 
dados corretamente, de modo a fornecer informações realmente relevantes. 
Como calcular o fluxo de caixa livre? 
Matematicamente, o fluxo de caixa livre pode ser calculado assim: 
Margem operacional bruta = vendas feitas – custo das vendas – despesas 
gerais 
O lucro antes de juros e impostos = margem operacional bruta – depreciação 
O lucro líquido = lucro antes de juros e impostos – imposto 
Capital de giro = caixa + clientes + estoques – fornecedores 
Fluxo de caixa = lucro líquido + depreciação livre – capital – os investimentos 
O custo de depreciação não afeta o cálculo das despesas de caixa e, por essa 
razão, não se deve adicionar esse valor novamente. 
Qual a importância do fluxo de caixa livre para a sua empresa? 
 
 
08 
Todas as empresas devem emitir relatórios regulares para diagnosticar como 
está sua saúde financeira, identificando os problemas e tentando resolvê-los 
com o maior cuidado. Neste sentido, o fluxo de caixa livre é um elemento 
essencial para saber qual é a liquidez da empresa em um indicador de tempo 
particular. 
Obviamente, se o saldo deste indicador é positivo significa que os encargos 
para o período foram maiores do que os pagamentos do mesmo, e quando esse 
saldo é negativo se os pagamentos excederam as receitas. [Contabilidade e 
Finanças, Controle Financeiro]. 
Fonte: Portal Sagestart (2015). 
 Podemos calcular o fluxo de caixa livre (indicador de caixa), ou também 
chamado de Fluxo de Caixa para Empresas, conforme a estrutura abaixo: 
Figura 3 – Cálculo do fluxo de caixa livre 
 
 Entendendo o Fluxo de Caixa Projetado e Fluxo De Caixa Descontado: 
 1. O Fluxo de Caixa Projetado é aplicado e analisado para diferentes 
cenários, identificando potenciais riscos do investimento, com a possibilidade de 
calcular os seguintes indicadores de rentabilidade: 
 MOI – Margem Sobre Investimento 
 PAYBACK – Período de Retorno do Investimento 
 VPL – Valor Presente Líquido 
 TIR – Taxa Interna de Retorno 
 
 
09 
Figura 4 - Valores da projeção de curto prazo 
 
 Portanto, o Fluxo De Caixa Projetado utiliza projeções para demonstrar as 
finanças da empresa em um período futuro de tempo, e estas projeções levam em 
consideração a inflação, as questões mercadológicas e econômicas. 
 2. O Fluxo de Caixa Descontado (FDC) é uma técnica de Valuation para 
avaliação da atratividade de uma oportunidade de investimento, que ainda pode 
calcular o Valor da Empresa ou o Valor das Ações. 
Exemplo de Fluxo de Caixa Descontado 
Suponha que sua empresa tenha a seguinte projeção de faturamento ao longo 
de quatro anos: 
1º ano – R$ 58.400,00 
2º ano – R$ 64.200,00 
3º ano – R$ 73.800,00 
4º ano – R$ 87.500,00 
Agora, imagine que você queira aproximar este resultado do presente, com uma 
taxa anual de juros de 12%. A partir disso, calcule o retorno de cada ano 
trazendo a valor presente com a taxa de juros e some as partes: 
1º ano: R$ 58.400,00/(1,12) = R$ 52.143,00 
2º ano: R$ 64.200,00/(1,12)^2 = R$ 51.180,00 
3º ano: R$ 73.800,00/(1,12)^3 = R$ 52.530,00 
4º ano: R$ 87.500,00/(1,12)^4 = R$ 55.610,00 
 
 
010 
Total: R$ 211.463,00, ou seja, o valor da sua empresa com base no FCD é de 
R$ 211.463,00. [Fluxo de caixa descontado] 
Fonte: Portal ContaAzul (2016). 
 De acordo com Martelanc et al. (2005, p. 12), o método do fluxo de caixa 
descontado está baseado no valor de uma empresa, relacionado aos seus 
montantes e aos fluxos de caixa operacionais disponíveis para distribuição, ou 
seja, o valor da empresa é medido pelo montante de recursos financeiros gerado 
no futuro pelo negócio. 
TEMA 3 – COMPARAÇÕES FINANCEIRAS DE FLUXO DE CAIXA DISPONÍVEIS 
 Toda empresa tem a capacidade de gerar fluxo de caixa futuro para gerar 
também valor, pois é um negócio contínuo com decisões administrativas aplicadas 
no presente e no futuro. Para o desempenho esperado do mercado, a empresa 
procura estabelecer previsões para obter benefícios econômicos de caixa no seu 
horizonte de tempo. Uma medida de capacidade de uma empresa para gerar o 
fluxo de caixa necessário para manter as operações é o Fluxo de Caixa 
Disponível, que calcula tomando o total de entrada de caixa e subtrai as despesas 
totais antes de adicionar o dinheiro gasto na questão de dívida. 
 Na gestão contábil, os fluxos de caixa utilizados na avaliação de empresas 
são: 
 1. Fluxo de Caixa Disponível da Empresa: “é definido comoo lucro líquido 
da empresa mais depreciação e amortização, menos despesas de capital com 
ativos imobilizados e a variação do capital circulante da empresa”. (Fulgencio, 
2007, p. 291). Este é o fluxo de caixa após os impostos gerados das operações 
da empresa, líquido de investimentos em capital e de capital de giro líquido. (Bodie 
et al., 2014, p. 544). 
 2. Fluxo de Caixa Disponível do Acionista: “é diferente do fluxo de caixa 
livre para a empresa em relação à despesa de juros pós-impostos e também ao 
fluxo de caixa associado com a emissão líquida ou recompra de dívida”. (Bodie et 
al., 2014, p. 544). 
Gestão Contábil – Modelos de Fluxo de Caixa para Avaliação 
O método mais utilizado pelo mercado é o Fluxo de Caixa Disponível da 
Empresa (FCDE), mais conhecido como Free Cash Flow to the Firm (FCFF). 
 
 
011 
O Fluxo de Caixa Disponível da Empresa (FCDE) é o resultado líquido de caixa 
destinado aos seus credores e acionistas. É calculado a partir do fluxo de caixa 
operacional líquido do Imposto de Renda, e após a dedução também de todos 
os investimentos necessários para viabilizar o crescimento da empresa. 
O Fluxo de Caixa Disponível da empresa (FCDE) representa, em outras 
palavras, o resultado operacional livre de caixa da empresa, que pode ser 
sacado pelos seus credores e acionistas. Esse Fluxo de Caixa não inclui os 
fluxos financeiros de dívida da empresa, com juros e amortizações. 
Todos os Fluxos de Caixa disponíveis são calculados líquidos do Imposto de 
Renda, e após serem descontadas todas as necessidades de investimento fixo 
e em giro. 
São considerados livres (disponíveis) para usos pelos proprietários de capital. 
Os Fluxos de Caixa futuros previstos, por incorporarem os resultados de todos 
os proprietários de capital, são descontados pelo custo médio ponderado de 
capital (WACC). O WACC é calculado considerando a participação e os custos 
de capitais do capital próprio (Acionista) e o capital de terceiros (credores). 
Valor Presente do FCDE: O valor presente deste fluxo de caixa livre (FCDE) é 
o valor total da empresa (V), o qual incorpora o valor do patrimônio líquido (PL) 
e as dívidas. [Fluxo de Caixa Disponível da Empresa] 
Fonte: Portal de Gustavo Canaver (2012). 
Para calcular o Fluxo de Caixa Disponível da empresa, usamos a seguinte 
estrutura: 
Figura 5 – Cálculo do fluxo de caixa disponível da empresa 
 
 
 
012 
 Com o valor do Fluxo de Caixa Disponível da Empresa, bem como 
mediante uma taxa de desconto, podemos encontrar, em cada fluxo de caixa, o 
valor para cada ano projetado. 
TEMA 4 – DECISÕES DO ORÇAMENTO DE CAPITAL PELO PRINCÍPIO DO 
FLUXO DE CAIXA 
 Quando tomamos por decisão o orçamento de capital, sabemos que, para 
um projeto de grande capital, é necessária uma despesa para comprar um 
equipamento ou construir uma instalação, o que, inevitavelmente, leva a uma 
perda de liquidez. Um orçamento de capital é um plano formal para gastar os 
recursos necessários para adquirir ou criar o ativo fixo, que é o objeto do projeto 
de capital, e que se destina a contribuir para a realização do plano estratégico de 
uma organização. 
 A administração de uma organização avalia e classifica investimentos de 
capital alternativo usando o processo de orçamento de capital para tomar 
decisões de investimento. As propostas de investimento são avaliadas em termos 
de: 
 Lucros que o projeto deve gerar 
 Momento dos fluxos de caixa previstos 
 Potencial para um alto retorno sobre o investimento que pode ser usado 
posteriormente para financiar o crescimento da organização 
 Principais gastos necessários para financiar o projeto 
 Com base nas alternativas de investimento, a empresa seleciona os 
projetos mais desejáveis para financiar. O capital de giro serve para financiar a 
operação do negócio, e a estruturação do fluxo de caixa livre é um 
comprometimento de recursos ao dispêndio feito em equipamento e instalações. 
(Samanez, 2007, p. 82). 
Um exemplo do uso do fluxo de caixa no orçamento de capital 
Em 1992, Disneyland Paris abriu com um custo estimado de US $ 1 bilhão, a 
Walt Disney expandiu suas operações para a França investindo em ativos de 
capital que a empresa acreditava que gerariam as receitas necessárias para 
obter um retorno esperado sobre o investimento. Antes de investir seus recursos 
de capital, a administração da Disney usou um processo de orçamento de 
capital para avaliar a viabilidade da Disneyland Paris, verificando o fluxo de 
 
 
013 
caixa a ser gerado pelo investimento em relação ao fluxo de caixa necessário 
para construir ou adquirir os ativos do parque. 
 Espera-se que todos os investimentos em ativos de capital gerem um 
retorno, o qual é avaliado pela comparação das saídas de caixa previstas do 
projeto com as entradas de caixa. Uma série de métodos diferentes são usados 
para avaliar o potencial de ganhos do projeto de capital, incluindo o período de 
retorno, o valor presente líquido, o índice de lucratividade, a taxa interna de retorno 
e a taxa de retorno contábil. Tais métodos determinam um fluxo de caixa, o qual 
consiste em todos os dispêndios de caixa e as entradas do investimento de capital 
proposto. As entradas de caixa incluem lucros operacionais protegidos por 
poupança e depreciação tributária. 
 O uso de dados do caixa para avaliar projetos de investimento fornece uma 
medida para delinear os custos e benefícios de cada projeto de capital, que pode, 
então, ser usado para priorizar e selecionar projetos com base nos maiores 
retornos esperados. A identificação das entradas e saídas de caixa é um meio de 
tornar o impacto de um projeto de investimento de capital visível para as partes 
interessadas. 
 Além disso, o processo de orçamentação de capital é apropriado para tipos 
diferentes de gastos (desde gastos com ativos físicos até gastos com a renovação 
de instalações). As entradas de caixa podem incorporar efeitos de depreciação 
nos lucros das empresas, e o orçamento de caixa pode ser utilizado para verificar 
se os objetivos do projeto são realistas e realizáveis à luz dos recursos alocados. 
 Determinar um retorno mínimo aceitável de um investimento de capital com 
base no risco do projeto é o primeiro passo para o processo de orçamentação de 
capital. As receitas projetadas e os resultados contábeis de cada projeto são, 
então, medidos e comparados para determinar se consistem em um bom 
investimento. 
TEMA 5 – MÉTODOS USADOS PARA TOMADA DE DECISÕES PELO 
ORÇAMENTO DE CAPITAL 
 Muitas vezes, as empresas buscam oportunidades para medir o seu 
potencial, ou seja, buscam métodos para medir a rentabilidade e analisar a 
viabilidade econômica das alternativas de investimento. Por exemplo: analisar 
uma possível compra de novos equipamentos para expandir a capacidade de 
produção para um produto, ou investir em pesquisa e desenvolvimento para um 
014 
novo produto. E para que isso se alinhe, temos três principais métodos: Valor 
Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e Payback Descontado 
(PB): 
• Taxa Interna de Retorno – TIR: é uma porcentagem muito semelhante a 
uma taxa de juros, usada para comparar um investimento de capital com 
outros tipos de investimento. Divida o lucro esperado pela despesa 
esperada e você chegará a uma porcentagem de retornos. Em seguida, 
olhe para os outros projetos da empresa e determine o percentual mínimo 
aceitável de retorno (taxa de obstáculos). Se a TIR for maior do que a taxa 
de obstáculos, vale a pena seguir com o projeto.
[TIR > Custo de Capital = projeto economicamente viável]
• Valor Presente Líquido – VPL: determina quanto dinheiro vai fluir num 
resultado do investimento, e compara esse valor em relação ao dinheiro 
destinado ao investimento. Considerando que estes fluxos ocorrem ao 
longo do tempo, e muitas vezes o investimento será pago muito mais tarde, 
também levamos em conta o valor presente e futuro dodinheiro. Por causa 
da inflação, o dinheiro ganho no futuro valerá menos do que o de hoje. Este 
método é o mais preciso.
[VPL > 0 = projeto economicamente viável]
• Payback Descontado – PB: diz quanto tempo levará para recuperar o 
investimento de um projeto. Se um ano for o tempo necessário para 
recuperar o investimento das receitas de um novo produto, o período de 
retorno é 1. Lembrando que, o método Payback é antiquado, e a 
desvantagem do payback simples é não considerar o valor temporal do 
dinheiro, e tende a favorecer produtos muito cíclicos. 
[Determina o número de períodos para recuperar o investimento]
Muitas empresas utilizam múltiplas técnicas para todas as suas decisões
de orçamento de capital, como índice de rentabilidade e análise de sensibilidade, 
e uma vez que cada método analisa o investimento a partir de uma perspectiva 
diferente, é melhor empregar mais análises e aproveitar as oportunidades que 
apresentam um melhor retorno. 
FINALIZANDO 
Resumindo, para uma empresa obter sucesso, a sua viabilidade econômica 
dependerá da sustentabilidade dos investimentos no projeto. Ou seja, escolhas 
 
 
015 
com base nos fluxos, resultantes de custos e benefícios, e da avaliação 
econômica com os riscos operacionais. Portanto, uma boa gestão financeira das 
contas a pagar e das contas a receber torna-se um indicador importante para a 
boa saúde financeira de uma empresa. 
 E você? Já escolheu a opção de menor custo para uma melhor tomada de 
decisão? Já aplicou o método de análise de melhor retorno para seu investimento? 
 
 
 
 
 
016 
REFERÊNCIAS 
BODIE, Z.; KANE, A.; MARCUS, A. J. Investimentos. 10. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2014. 
CHING, H. Y. Contabilidade e finanças para não especialistas. 2. ed. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. 
FULGENCIO, P. C. Glossário vade mecum: Administração Pública, Ciências 
Contábeis, Direito, Economia, Meio Ambiente. Rio de Janeiro: Mauad X, 2007. 
MARQUES, W. L. Fluxo de caixa: controle empresarial. Cianorte, PR: Clube de 
Autores, 2007. 
MARTELANC, R. et al. Avaliação de empresas: um guia para fusões e 
aquisições e gestão de valor. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 
MÜLLER, A. N.; ANTONIK, L. R. Análise financeira: uma visão gerencial. Rio de 
Janeiro: Alta Books, 2016. 
NASCIMENTO, A. Gestão do capital de giro. São Paulo: Pearson Education do 
Brasil, 2014. 
PORTAL ContaAzul. Fluxo de caixa descontado. Disponível em: 
<https://blog.contaazul.com/fluxo-de-caixa-descontado-planilha/>. Acesso em: 17 
nov. 2017. 
PORTAL de Gustavo Canaver. Gestão contábil: modelos de fluxo de caixa para 
avaliação. Disponível em: <https://gustavocanaver.wordpress.com/tag/fluxo-de-
caixa-disponivel-da-empresa/>. Acesso em: 17 nov. 2017. 
PORTAL da IndústriaHoje. O que é e como calcular o payback. Disponível em: 
<http://www.industriahoje.com.br/como-calcular-o-payback>. Acesso em: 17 nov. 
2017. 
PORTAL da Trade Bolsa. O que é uma análise econômico-financeira de uma 
empresa?. Disponível em: <http://www.investimentonabolsa.com/2015/01/o-que-
e-uma-analise-economico-financeira.html>. Acesso em: 17 nov. 2017. 
 
 
017 
PORTAL da Sagestart. O que é fluxo de caixa livre e como calculá-lo. 
Disponível em: <https://blog.sagestart.com.br/o-que-e-fluxo-de-caixa-livre-e-
como-calcula-lo/>. Acesso em: 17 nov. 2017. 
ROSS, S. A. et al. Fundamentos de administração financeira. 9. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2013. 
SAMANEZ, C. P. Gestão de investimentos e geração de valor. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2007.

Continue navegando