1 1 Sumário 1. Conceito: ........................................................................................... 1 2. Espécies de orçamento: .................................................................... 1 3. Natureza Jurídica : ............................................................................ 2 4. Classificação das Receitas: ............................................................... 3 5. Princípios orçamentários: .................................................................. 4 6. Princípios da LRF .............................................................................. 7 7. Renúncia de Receita (art. 14 LRF) .................................................. 10 8. Normas gerais de Direito financeiro (Lei 4.320 de 64) ..................... 11 9. Leis Orçamentárias. Art. 165 CF. .................................................... 12 10. Créditos adicionais: ...................................................................... 17 11. Controle da Administração Pública. .............................................. 27 1 Direito financeiro 1. Conceito: Disciplina jurídica da atividade financeira do Estado; “Ação do Estado na obtenção de receitas, em sua gestão, e nos gastos para desenvolvimento de suas funções.” Instrumento de planejamento que leva em conta aspectos do passado, a realidade presente e projeções para o futuro. 2. Espécies de orçamento: A) Orçamento Clássico ou tradicional: Constava apenas a fixação da despesa e a previsão da receita, sem nenhuma espécie de planejamento das ações do governo. Peça meramente contábil, um documento de previsão de receita e autorização de despesa.Não questionava objetivos e metas. B) Orçamento de desempenho ou por realizações: neste tipo de orçamento, o gestor começa a se preocupar com os resultados dos gastos e não apenas com o gasto em si. Preocupa-se em saber “as coisas que o governo faz e não apenas as coisas que o governo compra”. Ainda se encontra desvinculado de um planejamento central das ações do governo. C) Orçamento-programa: introduzido através da lei 4.3208/64 e do DL 200/67. É entendido como um plano de trabalho, projetos e atividades, além do estabelecimento de objetivos e metas a serem implementadas, bem como a previsão dos custos relacionados. 2 A CF implantou definitivamente o orçamento-programa, ao estabelecer a normatização da matéria orçamentária através do PPA, LDO e LOA. D) Orçamento de base zero ou por estratégia: Técnica utilizada para a confecção do orçamento-programa, consiste basicamente em uma análise crítica de todos os recursos solicitados pelos órgãos governamentais. Na fase de elaboração da proposta orçamentária,haverá um questionamento acerca das reais necessidades de cada area, não havendo compromisso com qualquer montante inicial de dotação. Os órgãos governamentais deverão justificar anualmente na fase de elaboração da sua proposta orçamentária, a totalidade de seus gastos, sem utilizar o ano anterior como valor inicial. E) Orçamento-Participativo: participação direta e efetiva das comunidades na elaboração da proposta orçamentária do governo. A iniciativa pode ser resumida na busca de uma decisão descentralizada. Criação de conselhos populares. 3. Natureza Jurídica : Segundo definição de Ricardo Lobo Torres, em conformidade com entendimento do STF, o orçamento é lei em sentido formal. Sendo peça formalmente instrumentalizada por meio de lei mas com matéria de ato político-administrativo. Apenas prevê as receitas públicas e autoriza os gastos, sem criar direitos subjetivos e sem modificar as leis tributárias e financeiras. ● Orçamento autorizativo: a efetivação das despesas autorizadas não é obrigatório. O próprio ordenamento jurídico trata o orçamento público como lei (art. 165 CF ): Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 3 I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. ● Tendo as seguintes características: I. Temporária: lei de vigência limitada; II. Especial: de conteúdo determinado e processo legislativo peculiar; III. Lei ordinária: aprovada por maioria simples. ● Unidade: conjunto de normas organizadas que tratam da atividade financeira sob o aspecto jurídico e se diferencia dos outros sistemas/subsistemas; ● Coerência: normas que se relacionam de forma coerente e possuem mesmo critério de validade; ● Completude: normas e relações que estão unificadas pela conexão material com a atividade financeira do Estado; ● Sistema Constitucional Financeiro: Constitucionalização das finanças públicas. ● Receitas públicas: recursos nos cofres públicos de forma definitiva. ● Meros ingressos/fluxo de caixa: valores repassados à Adm. Pública mas que, por força de lei ou de contratos, são posteriormente devolvidos. 4. Classificação das Receitas: a) Econômica ou legal: Corrente: contínuas; De capital: não contínuas - definitivas. b) Conforme a origem: Receita originária: origem no patrimônio próprio; Receita derivada: origem no patrimônio do particular . Ex. multas e tributos. Receitas transferidas: São aquelas decorrentes da transferência entre os entes da Federação. A hipótese 4 mais comum é a repartição da arrecadação tributária, realizada nos termos dos artigos 157 a 162 da CF. 5. Princípios orçamentários: A) P. da legalidade: Não pode haver despesa pública sem a autorização legislativa. (art. 167, I e II CF): Art. 167. São vedados: I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; ➢ Exceção: abertura de crédito extraordinário em situações imprevisíveis e urgentes por meio de MP (União) e Decretos (Entes). B) Princípio da Anterioridade ou precedência: O orçamento deve ser aprovado antes do início do exercício financeiro. ➢ Exceção: créditos suplementares, especiais e extraordinários (art. 165, §8 e art. 167, V, §2 e 3 da CF): Art. 165: § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Art. 167: § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus 5 saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62. C) P. da Universalidade: Todas as despesas e receitas orçamentária devem estar compreendidas no orçamento. ➢ Exceção: Súmula 66: é legítima a cobrança de tributo se houver sido criado após o orçamento, mas antes do respectivo exercício financeiro. Sub-princípio do orçamento-bruto, que indica que todas as receitas e despesas constarão na lei orçamentárias pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. D) P. da unidade: O orçamento é uno, no sentido de totalidade e harmonia (compatibilidade); E) P. da exclusividade: O orçamento não pode conter dispositivo estranho à previsão de receitas e a fixação de despesas. ➢ Exceção: autorização para abertura de crédito suplementar e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita (tipo de empréstimo art. 165, §8 cf). F) P. da não afetação de receitas (não-vinculação): É proibido vincular receitas de impostos a órgão, fundo ou despesa.