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CADERNO DIREITO FINANCEIRO MPF

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Para MPF importa: CF, princípios e conceitos (espécies de receitas e despesas).
Lei Seca. Jurisprudência Consolidada. Aspectos doutrinários Básicos.
Examinador: Min. Mauro Campbell. Na oral foi Gurgel Faria. Mas continua Mauro. Raso.
DIREITO FINANCEIRO
Conceito: ramo do Direito Público que estuda a atividade financeira (objeto) do Estado sob o ponto de vista jurídico.
ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO – RDOC ou RDO: receitas públicas, despesas públicas, orçamento público e crédito público para promoção do bem comum (necessidades públicas coletivas) pelos serviços públicos.
· Em regra, setor privado (inclusive EP e SEM) não se incluem na atividade financeira, mas se sujeitam a normas do d. privado. Para o STF somente se admite a fiscalização dessas pessoas nos casos específicos de dano ao Erário. A atividade tipicamente bancária não está sujeita ao controle do TCU, “Exceto quando se trata de questões a envolver dinheiro, bens e valores públicos e atos de administração que causem prejuízo ao Tesouro”.
Fontes primárias. Lei – Somente pode ser veiculado por LC:
	Art. 161. Cabe à lei complementar:
I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, I;
II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre Municípios;
III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação das participações previstas nos arts. 157, 158 e 159.
	Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
	Art. 165.
§ 9º Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
[EC 100/2019] III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166
· LC 101/00: Lei de Responsabilidade Fiscal (20.B) – normas específicas para elaboração e controle dos orçamentos da Adm. Direta e Indireta.
· Objetivo: equilíbrio fiscal
· Pilares: planejamento, transparência, equilíbrio, controle e responsabilização.
· Crítica – flexibilidade na aplicação: “pedaladas fiscais” de 2014. Pagamento pelos Bancos Oficiais (CEF e BNDES) para cobertura de despesas de programas federais (Bolsa Família; Seguro Desemprego), sem que tivessem recebidos recursos do Tesouro, como forma de obter artificialmente resultados aparentemente melhores nas contas públicas. “Cada ano uma norma até então não aplicada começa a surtir efeitos...”
· Alcance: alcança Adm. Direta e Indireta, inclusive Jud, TC e MP
· Não é toda Empresa Estatal – somente as consideradas DEPENDENTES: “empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária” (art. 2º, III). A dependente difere-se da mera controlada, que é a que a maioria do voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação.
	LRF
Responsabilidade: 
· Kelsen – dever jurídico, cujo descumprimento implica uma reação coercitiva de reparação da conta contrária à prescrição legal (natureza eminentemente sancionatória).
· Alf Ross – conduta prescrita (expectativa) e a reprovação pelo descumprimento (sanção)
· Hart – sanção é o sentido central de responsabilidade
Responsabilidade fiscal: responsividade global e objetiva da Administração. Tradução de accountability como capacidade do poder público de fornecer respostas às demandas do cidadão.
Para os que descumprem há dois tipos de sanção:
a) Institucionais
b) Pessoais
	GRANDE SUMÁRIO DA LRF – UTILIZAR EM PROVAS SUBJETIVAS
Art. 1º § 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.
· Lei 4.320/64: Normas gerais de D. Financeiro (recepcionada como LC-Lei Nacional)
· LRF é plenamente compatível com as normas gerais de d. financeiro
· Primeiros artigos são os mais importantes, que materializam os princípios do D. Financeiro.
Fontes – MP: [REGRA: NÃO] Não pode versar sobre LC e PPA, PDO e LOA, créditos adicionais e suplementares, ressalvado o art. 167 § 3º que admite [EXCEÇÃO: Abertura de crédito extraordinário] MP para despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
· Por muito tempo editou-se sem ser urgente. Várias ADIs ajuizadas. STF negava: (i) não cabia controle de constitucionalidade em relação às leis orçamentárias e as que promovem sua alteração; (ii) não cabia ao STF analisar a compatibilidade da MP com seus requisitos – relevância e urgência.
· Mas, com a edição desenfreada, o STF (ADI 4048, 4049 e 5513 crédito extraordinário para publicidade) impôs novo requisito: MP Financeira deve observar situações semelhantes às do art. 167 § 3º - despesas imprevisíveis e urgentes decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, admitindo o controle de constitucionalidade de normas orçamentárias.
Fontes secundárias:
a) Decretos (regulamentares)
b) Resoluções das Casas ou CN
	Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
c) Atos normativos – Resoluções dos TCs
d) Decisões administrativas
e) Decisões judiciais – Judicialização das políticas públicas
	Mínimo existencial vs. Reserva do possível (equilíbrio fiscal).
A reserva do possível assenta-se na ideia de que “a obrigação impossível não pode ser exigida”. Intimamente ligada à escassez. Mas escassez também é sinônimo de desigualdade, resultante de um processo de escolha. Portanto, a princípio, a reserva do possível não pode ser oposta à efetivação dos DFs. Não há discricionariedade e nem prevalece o princípio majoritário. Democracia é, alémda vontade da maioria, a realização dos DFs. Trata-se de justiciabilidade dos DFs.
Mínimo existencial não se resume ao mínimo vital. Também abarca condições socioculturais, como a educação. O ser humano é um animal social, político. No espaço público, a ausência de educação, de conhecimento, em regra, relega o indivíduo a posições subalternas, o torna dependente das forças físicas.
Porém, somente quando a escassez não for fruto de escolhas prioritárias, mas de real/concreta insuficiência orçamentária será possível argui-la. E o ônus de prova é do Poder Público, não podendo ser utilizada como desculpa genérica e não é oponível ao mínimo existencial. [STF]
Também o Judiciário deve atentar-se à alocação. Não é possível a redistribuição para favorecer a usuário rico medicamento de alto custo em detrimento da coletividade mais necessitada, que utiliza o SUS. [STJ]
Teoria da “restrição das restrições” ou “Limitação das limitações”: impossibilidade de alegar reserva do possível para legitimar o justo inadimplemento de deveres estatais de prestação constitucionalmente impostos ao estado. Vedação da proteção insuficiente.
	Medicamentos não incorporados ao SUS [STJ]
A) Comprovação, por meio de laudo médico fundamentado e circunstanciado expedido por médico que assiste o paciente, da imprescindibilidade ou necessidade do medicamento, assim como da ineficácia, para o tratamento da moléstia, dos fármacos fornecidos pelo SUS;
B) Incapacidade financeira de arcar com o custo do medicamento prescrito
C) Existência de registro do medicamento na ANVISA, observados os usos autorizados pela agência.
[STF] MEDICAMENTO EXPERIMENTAL: 
É possível a concessão de medicamento sem registro na ANVISA, no caso de mora irrazoável em apreciar o pedido. (i) pedido de registro no Brasil; (ii) registro do medicamento no exterior; (iii) inexistência de substituto terapêutico com registro na ANVISA. Ação necessariamente em face da UNIÃO.
ORÇAMENTO PÚBLICO: Plano contábil da justiça social – Escolhas Trágicas: o balanço das escolhas dramáticas por políticas públicas em um universo fechado de recursos financeiros escassos e limitados.
· Constituinte dispôs normas pré-orçamentárias: Mínimo
· Educação: U 18%; EDFM 25%
· Saúde
· Lei Orçamentária Anual apenas pode conter previsão da receita e a fixação de despesa para um exercício financeiro (art. 165 § 8º CF)
· Interesse coletivo? É uma soma de interesses individuais.
· Alocação:
· Macroalocação: unidade orçamentária
· Microalocação: instituições e tipos de serviços
· Executivo, com aprovação o Legislativo: vontade do povo em decisão técnico-científica. Judiciário intervirá para exigir transparência, racionalidade e fiscalizar a efetividade da participação popular e do controle social; ou para romper a inércia do legislador.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA: CONCORRENTE
	Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
· Competência dos MUNICÍPIOS em D. Financeiro: suplementação em interesse local (art. 30, I e II).
· Se não houver norma geral U/E, Municípios não podem legislar. É competência plena dos Estados.
FEDERALISMO ASSIMÉTRICO: 
Características do federalismo: 
a) Composição plural dos entes constitutivos
b) Indissolubilidade do vínculo federativo
c) Soberania da União
d) Autonomia do Estado federado ou Estado-membro
e) Repartição de competências
f) Intervenção federal
g) Organização bicameral do Poder Legislativo da União
h) Repartição tributária
i) Dualidade do Poder Judiciário e existência de um STF guarda da CF
j) Traços: cooperação e solidariedade
Estados não gozam de soberania, mas de autonomia nos campos legislativo, judiciário e administrativo. Daí a necessidade de possuir recursos financeiros – independência econômica. A arrecadação favorece a União. Por isso, a CF previu o mecanismo de repasse de receitas. Por outro lado, o SF é quem detém o controle sobre empréstimos internacionais dos E/M. Dada a escassez, muitos entes optam por opções não-cooperativas (Guerra fiscal). O Direito Financeiro visa à busca do equilíbrio e à correção das tendências dos gestores nas distorções das prioridades públicas:
a) RECEITAS: 
1. Art. 11 LRF – Exercício Pleno da competência tributária
2. Art. 14 LRF – Limitação das hipóteses de renúncia de receitas, criando condições rígidas e mecanismos de compensação de receitas.
b) DESPESAS:
1. Art. 16 LRF – Normas rígidas para criação, expansão ou aperfeiçoamento
2. Art. 17 LRF – Requisitos para criação de despesas obrigatórias de caráter continuado
3. Art. 18-13 LRF – Rigidez quanto às despesas de pessoal, desde a sua definição, aos percentuais específicos que os entes e órgãos devem observar
c) CRÉDITOS PÚBLICOS
1. Art. 30-38 – Vedações para alcançar equilíbrio fiscal e transparência/controle
LC 159/2017 – Recuperação fiscal dos Estados e DF. Suspensão da dívida com a União pelo prazo de 3 anos, prorrogável por igual período, desde que atendam a contrapartidas: privatização de empresas; mudanças no RPPS; congelamento de reajuste a servidores e restrição à realização de concursos.
ORÇAMENTO PÚBLICO 7.b
Histórico: característica das revoluções liberais. Imposto pelos nobres e clero ao rei João Sem Terra em 1215. É um instrumento de exercício da democracia pela qual os particulares exercem o direito, por intermédio de seus mandatários, de só verem efetivadas as despesas e permitidas as arrecadações tributárias que estiverem autorizadas na lei orçamentária.
“Orçamento é uma lei ânua, de efeito concreto, estimando as receitas e fixando as despesas necessárias à execução da política governamental”
Conceito clássico: documento com receita e despesas na perspectiva de equilíbrio contábil.
Conceito moderno: lei que programa a vida financeira do Estado em atenção aos interesses públicos da sociedade, permitindo ir além do equilíbrio contábil. Então o orçamento é a lei que autoriza os gastos que o Governo pode realizar durante um período determinado de tempo, discriminando detalhadamente as obrigações que deva concretizar, com a previsão concomitante dos ingressos necessários para cobri-las.
ASPECTOS DO ORÇAMENTO:
a) Político – É o principal instrumento de intervenção estatal. À luz do Neoconstitucionalismo, valorizam-se os direitos fundamentais.
b) Econômico – Instrumento de redistribuição de renda e regulador da Economia.
a. Exemplo: EC 95/16 que limitou o aumento do gasto público ao índice inflacionário
c) Contábil ou técnico: peça contábil que demonstra as contas públicas, receita e despesa.
d) Jurídico –valorização jurídica: orçamento é lei em sentido formal, porque havia a defesa no sentido que “orçamento não é lei, mas mera peça contábil”. 
ESPÉCIES DE ORÇAMENTOS
1) ORÇAMENTO TRADICIONAL: Sem planejamento, mera técnica contábil alheia às necessidades coletivas.
2) ORÇAMENTO DE DESEMPENHO: Apresenta resultado, sem planejamento até ele.
3) ORÇAMENTO PROGRAMA: Se relacionam aos objetivos um plano de governo: um programa. Adotado no Brasil desde Lei 4.320/64.
4) ORÇAMENTO BASE ZERO ou POR ESTRATÉGIA: Não tem parâmetro no exercício anterior, mas com gastos estimados do gestor, com necessidade de justificar todo o programa para cada ciclo orçamentário.
NATUREZA JURÍDICA:
1) León Duguit – em relação às despesas, é mero ato administrativo, e, em relação à receita, é uma lei em sentido formal (legalidade e anterioridade tributária) 
2) Gaston Jèze – ato-condição (NÃO chega a ser nem lei formal). Receitas e despesas já possuíam outras normas que previam sua criação. Orçamento é condição para realização do gasto e ingresso da receita. 
3) Brasil – LEI, mas uma lei meramente formal, que Não cria direito/obrigação, apenas autoriza receita/despesa. Mas há despesas obrigatórias:
a. Normas orçamentárias: nascem no orçamento e são autorizativas [“orçamento é meramente autorizativo”]
i. Majoritária, MAS superação pelas últimas ECs 86, 100 e 102 + Clèmerson Clève, Regis Fernandes de Oliveira e Harrison Leite criticam. É lei a ser cumprida; segurançajurídica.
b. Normas pré-orçamentárias: nascem antes do orçamento e são impositivas – gastos com pessoal; transferências constitucionais; gastos na educação e saúde.
	ORÇAMENTO É LEI ORDINÁRIA, TEMPORÁRIA, FORMAL E ESPECIAL.
ORÇAMENTO é LEI TEMPORÁRIA; é LEI APENAS EM SENTIDO FORMAL (não gera direitos subjetivos, é norma individual de efeito concreto); LEI ORDINÁRIA (Maioria simples); LEI ESPECIAL (rito procedimental diferente).
	Lei em sentido formal?
O argumento deles é que “falta ao orçamento abstração, generalidade e impessoalidade”, por individualizar o destino específico da alocação. Deste modo, é formal e não gera direito subjetivo e não está sujeita ao controle concentrado (só a outros controles, especialmente ACP e AP).
Com a EC 100/19 “Tem o dever”, talvez a doutrina clássica mude sua perspectiva.
Harrison Leite, Regis Fernandes de Oliveira e outros compartilham. Não há norma constitucional no sentido da facultatividade, mas no da impositividade.
É uma norma vinculante como outra qualquer pela qual a sociedade estabelece suas prioridades.
Tradicionalmente o STF entende que é Lei em Sentido Formal
Mas, na ADI 4663/2012:
“Novas vozes, porém, inspiradas nos princípios da Separação de Poderes, legalidade orçamentárias e da democracia têm apontado para a necessidade de se conferir força vinculante ao orçamento público, como forma de reduzir o incontrastável arbítrio do Poder Executivo em prol da imposição de um dever relativo – e não verdadeiramente absoluto, saliente-se – observância das normas do orçamento anual (...) vinculação mínima das normas orçamentárias, capaz de impor um dever prima facie de acatamento, ressalvada a motivação administrativa que justifique o descumprimento com amparo na razoabilidade”.
· OBS.: EM ALGUNS PONTOS É VINCULATIVO, COMO PERCENTUAIS DA EDUCAÇÃO, QUE DEVEM SER EMPENHADOS.
CESPE, em 2018, falou em modelo meramente autorizativo.
Mas vem superando. SEMPRE pergunta que é “ATO” e não LEI. NÃO É ATO.
	CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DO ORÇAMENTO
1 - Tradicionalmente: Lei em sentido formal. Não cabe controle. (Acima da CF?) - ... MAS...
2 - ADI 2925 (2003): Aplicação dos recursos da CIDE-Combustíveis em locais distintos do previsto em lei. STF aduziu que esta norma específica “revela contornos abstratos e autônomos, em abandono ao campo da eficácia concreta”, pois regulava a aplicação de outra norma.
3 - ADI 4048 e 4049 (2008): Cabimento de ADI contra MP que alterou orçamento para abertura de créditos extraordinários sem estar nas hipóteses do art. 167 § 3º. Neste caso, o STF EXPRESSOU QUE LEIS ORÇAMENTÁRIAS PODEM SER OBJETO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE, INDEPENDENTEMENTE DO CARÁTER GERAL OU ESPECÍFICO, CONCRETO OU ABSTRATO do seu objeto.
	ORÇAMENTO E SUA AUTORIDADE DE LEI
Orçamento é o lugar do lobby: “quanto menos pessoas souberem com salsichas e direitos são feitos, melhor elas dormirão a noite” (WALDRON, Jeremy – na linha de Bismarck).
Mas lei é lei, cabendo-lhe autoridade. Desvios não são desculpa para descumprimento.
Forma: votação da maioria. Resultado:
a) Caráter impositivo ao Executivo
b) Impossibilidade de alteração pelo Judiciário e pelo Executivo
	ORÇAMENTO COMO PEÇA JURÍDICA E SOCIALMENTE RELEVANTE
Eficiência (orçamento-programa) e eficácia (decisões alocativas) do planejamento. 
Eficiência: Administrador não é obrigado a gastar (ideia de “orçamento formal”), mas a ideia de orçamento-programa oferece mais normatividade aos interesses sociais subjacentes à aplicação da receita.
Eficácia: Isso chama o debate sobre o orçamento base-zero (debate todo ano, como uma padaria) vs. orçamento agregativo (é uma construção, são sucessivas camadas – orçamento geológico – dos orçamentos que já foram feitos). A realidade é agregativa. No entanto, se em nenhum momento se questionam essas camadas, tudo fica sem controle. 
Dentro da ideia de orçamento agregativo, criou-se uma cultura de se não gastou, não precisa. E isso gerou outra cultura de gasto cada vez mais, para vir mais.
Borzonaro prometeu orçamento base-zero para rediscussão. E não foi feito. Melhor ideia é fazer base-zero de forma setorial (acontece nos EUA).
	DEFICIT DEMOCRÁTICO DO ORÇAMENTO
Lei de Iniciativa do Executivo. Parlamentares fazem Emendas. Mas é o locus ideal para debater nossas Escolhas Trágicas, na mão de um? E uma vez deliberado, a execução não é obrigatória, podendo haver gasto-zero e decreto de contingenciamento. É uma execução arbitrária (de acordo com os amigos do rei: convênios federais com a base do governo).
É óbvio que o engessamento total não é defendido por ninguém. A realidade não é previsível. Mas o amplo caráter formal-autorizativo transmuta-se em arbitrariedade. A imprevisibilidade deve ser sanada por instrumentos de flexibilidade (decretos etc) e não a ausência de obrigatoriedade.
Da arbitrariedade ao orçamento impositivo: Empenho das Emendas Parlamentares. Começa que é para financiar currais-paróquias do parlamentar, que não tem expertise financeira. Piora porque a execução dessas emendas não ocorria se você não votasse com o governo. Por isso houve uma EC de obrigatoriedade de execução da emenda parlamentar: eis a figura do orçamento impositivo.
Conclusão: meio-termo entre ultra-vinculatividade e zero-vinculatividade.
Manual para Classificação das Transações de Governo (ONU): Modelo Tricotômico: Categorias Econômica, Funcional e Institucional segundo um Orçamento Programa baseado nas diretrizes constitucionais.
Art. 165 § 4º Princípio da Programação dos planos nacionais, regionais e setoriais em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. Hoje há uma arbitrariedade, e não um programa a ser seguido.
	DESPESAS FORA DO ORÇAMENTO
(off-budget expenditures)
Apesar dos esforços no sentido de aperfeiçoar a contabilidade pública, há ainda lacunas importantes, com vultosas operações financeiras que “tendem a ficar à margem da lei orçamentária, compondo o que já se conhece como off-budget expenditures, tais como os gastos tributários e os benefícios creditícios, cuja não contabilização adequada acarreta grande prejuízo à transparência fiscal”.
· Caso do BNDES e sua subsidiária BNDESPAR no TCU (1,1 bi). Falta de transparência. Negócio para financiar aquisição da SWIFT pela JBS, na forma de subsídios, benefícios creditícios, operações financeiras com juros baixos.
EMENDAS CONSTITUCIONAIS RECENTES
A ideia de “Orçamento Autorizativo” torna o Executivo um SuperPoder. E desprestigia o Legislativo: (1) descumprimento da versão aprovada; (2) emendas individuais, após aprovadas, precisavam voltar à mesa de negociação. Essas emendas visam reduzir a liberdade do Executivo na execução da Lei Orçamentária. Frisa-se que não há norma constitucional da tese do orçamento impositivo, isso é construção doutrinária. Não precisa de EC. Mas, como se fixou em contrário, Legislativo faz EC.
EC 86/2015: Impositividade parcial – só emendas parlamentares individuais (1,2% da RCL), sendo que a metade deste percentual será destinado à saúde.
	§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais. 
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165.
EC 105/2019: Até 2019, as emendas individuais deveriam ser alinhadas com projetos federais, os parlamentares sóindicavam o projeto (“verbas carimbadas”), esse processo era lento. A EC 105/2019 permite a transferência direta de recursos por parlamentares a EDFM sem a intermediação de um convênio ou órgãos de liberação. Manteve-se o percentual de 50% para saúde. A ideia é descentralização, valorizando os entes.
	Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de:
I - transferência especial; ou
II - transferência com finalidade definida.
§ 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não integrarão a receita do Estado, do Distrito Federal e dos Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa com pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e de endividamento do ente federado, vedada, em qualquer caso, a aplicação dos recursos a que se refere o caput deste artigo no pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com pensionistas; e
II - encargos referentes ao serviço da dívida.
TRANSFERÊNCIA ESPECIAL [SEM DESTINAÇÃO]
§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos:
I - serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, independentemente de celebração de convênio ou de instrumento congênere;
II - pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e
III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo do ente federado beneficiado, observado o disposto no § 5º deste artigo.
[FISCALIZAÇÃO: Passou do TCU para os TCE e TCM] § 3º O ente federado beneficiado da transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo poderá firmar contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento da execução orçamentária na aplicação dos recursos.
	· Quase livre: 70% em capital e vedada para custeio de pessoal ou serviço da dívida
	Para evitar contingenciamento no ano eleitoral, o art. 2º da EC 105/19, no primeiro semestre do exercício financeiro subsequente ao da publicação da EC, fica assegurada a transferência de no mínimo 60%.
TRANSFERÊNCIA COM FINALIDADE DEFINIDA [carimbada]
§ 4º Na transferência com finalidade definida a que se refere o inciso II do caput deste artigo, os recursos serão:
I - vinculados à programação estabelecida na emenda parlamentar; e 
II - aplicados nas áreas de competência constitucional da União.
§ 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências especiais de que trata o inciso I do caput deste artigo deverão ser aplicadas em despesas de capital (investimentos, inversões financeiras, transferências de capital), observada a restrição a que se refere o inciso II do § 1º deste artigo.
EC 100/2019: Obrigatoriedade da execução da programação orçamentária proveniente de emendas de bancada de parlamentares de Estado ou do DF. 
	§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações incluídas por todas as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no montante de até 1% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior.
	§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando versarem sobre o início de investimentos com duração de mais de 1 (um) exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido iniciada, deverão ser objeto de emenda pela mesma bancada estadual, a cada exercício, até a conclusão da obra ou do empreendimento.
Para ambas as ECs – Obrigatoriedade/impositividade das Emendas Parlamentares e Emendas Parlamentares de BANCADAS de Estados
	§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica.
	§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste artigo, os órgãos de execução deverão observar, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e verificação de eventuais impedimentos das programações e demais procedimentos necessários à viabilização da execução dos respectivos montantes.
	§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução da programação prevista nos §§ 11 e 12 deste artigo for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169. 
	§ 17. Os restos a pagar provenientes das programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, para as programações das emendas individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por cento), para as programações das emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal.
	§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes previstos nos §§ 11 e 12 deste artigo poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das demais despesas discricionárias.
	EVITAR EMENDAS COMO MOEDA DE TROCA
Todo parlamentar tem assegurado um igual valor aos demais a ser liberado através de emendas, estendido esse direito agora às emendas de bancada.
§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe critérios objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria.
· As demais emendas sem impositividade continuarão a ser liberadas discricionariamente (apoio partidário)
	Obs.: [ART. 166 – antes da EC] emendas parlamentares ao projeto de LOA serão apresentadas na Comissão Mista, que emitirá parecer, e serão apreciadas pelo Plenário das duas Casas, e somente podem ser aprovadas caso:
a) Sejam compatíveis com o PPA e LOA (não podem elevar o montante de despesas)
b) Indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas: 
a. Pessoal e seus encargos
b. Serviços da dívida
c. Transferências tributárias constitucionais para EMDF
c) Sejam relacionadas: correção de erros ou omissões; com os dispositivos do texto do projeto de lei
Atualização: EC do Novo Regime Fiscal – 95/16. DESVINCULADA da RCL – Receita Corrente Líquida.
	Art. 111. A partir do exercício financeiro de 2018, até o último exercício de vigência do Novo Regime Fiscal, a aprovação e a execução previstas nos §§ 9º e 11 do art. 166 da Constituição Federal corresponderão ao montante de execução obrigatória para o exercício de 2017, corrigido na forma estabelecida pelo inciso II do § 1º do art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (IPCA) .
· ADI 5595 (PGR) Inconstitucional porque implica em redução drástica no orçamento da saúde.
IMPOSITIVIDADE DO ORÇAMENTO: EC 100/2019.
	§ 10. A administração tem o dever de executar as programações orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade.
Mas como fica a obrigatoriedade?
	Emendas parlamentares
	Orçamento
	“É obrigatória”
	“tem o dever”
	EXCEÇÃO: CF deixa claro que somente em impedimento de ordem técnica e não cumprimento da meta fiscal
	Não há exceção expressa. Alguns defendem ser norma programática, mas o núcleo semântico de dever é claro. A exceção do cumprimento, da mesma forma que às emendas, o não fazer deve ser justificado.
	A inobservância enseja crime de responsabilidade (art. 85, VI, CF)
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
VI - a lei orçamentária;
	É justamente um orçamentobem planejado (dentro do possível) que prevenirá problemas ao Executivo.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS E FINANCEIROS
	PPUULEEEE
	NOTA
	Programação
Proibição de estorno
Unidade
Unidade de caixa
Universalidade
Legalidade 
Especificação
Equilíbrio Orçamentário
Exclusividade
Economicidade
	Não afetação de imposto
Orçamento bruto
Transparência 
Anualidade
Princípios X Regras: 
a) Distinção gradual/fraca: quantitativa – mais aberto, mais subjetivo
b) Distinção forte/qualitativa – modo de aplicação e solução de antinomias – ponderação x subsunção.
a. Dworkin: tudo-ou-nada X dimensão de peso
b. Alexy: acresceu que princípios são mandados de otimização
c. Ávila: regras não são mandamentos definitivos. São aplicadas bom base na “Hipótese-consequência”. Mas há momentos em que o fato ocorre e a consequência não é aplicada (razoabilidade) e que o fato não ocorre e a regra é aplicada (analogia). Há conflitos entre princípios e regras no plano concreto. Distingue assim:
i. Em função da natureza da descrição/comportamento: regras prescrevem comportamentos para atingir fins; princípios prescrevem fins
	CF É ANALÍTICA E ESMIUÇA O CAMINHO PARA O FIM. Isso é regra!
“Ponderação pré-legislativa”
	O que define regraxprincípio é o intérprete
Nesse perspectiva, HARRISON LEITE defende que boa parte dos PRINCÍPIOS FINANCEIROS SÃO REGRAS porque imediatamente descritivas, estabelecem obrigações, permissões e proibições mediante a conduta a ser adotada e terem previsão clara de um comportamento. São classificados como princípio, mas não apresentam conteúdo finalístico e caráter prospectivo.
ii. Em função da natureza da justificação exigida: regras compatibilizam fato à norma; princípios efeitos e fins.
iii. Em função da natureza da contribuição para a decisão: regras têm pretensão terminativa, princípios complementar.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
As finanças públicas não podem ser manejadas sem autorização da lei (arrecadar e gastar). Orçamento é LEI em sentido formal:
	Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
	Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
	Art. 167. São vedados:
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
· Realizar despesa ou empréstimo estranhos à LO é CRIME contra as finanças públicas passível de reclusão de 1 a 4 anos.
· Art. 107 da Lei 4.320/64 não recepcionado: previa que orçamento de autarquias e empresas públicas seria aprovado por decreto do executivo.
EXCEÇÕES:
· “Exceção”: MP para CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS, nos casos do 167 § 3º (ADI 4048)
· Exceção: A prática comum de a LOA conter delegação ao Executivo para transferir recursos de uma dotação orçamentária para outra não acarreta violação a este princípio.
· Exceção: EC 85/2015
	§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ATO DO PODER EXECUTIVO, sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo.
PRINCÍPIO DA ECONOMICIDADE
Art. 37 + art. 70, como critério de controle dos gastos públicos, a ser utilizada pelo TC, pelo legislativo e controle interno e pela sociedade. É custo-benefício.
LRF previu expressamente a necessidade de a Adm. manter sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.
EXCLUSIVIDADE:
Incluído na CF 1981. EXPRESSO. Coerência: Lei Orçamentária não pode conter qualquer matéria estranha ao Direito Financeiro. Evitam-se as caudas orçamentárias ou orçamentos rabilongos.
	Art. 165. § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares (REFORÇO DA DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA) e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita (ARO - EMPRÉSTIMOS), nos termos da lei.
PROGRAMAÇÃO
Brasil adotou o orçamento-programa: a CF determina que os planos nacionais, regionais ou setoriais devem estar contidos no plano plurianual, que, por sua vez, será pormenorizado na Lei de Diretrizes Orçamentárias, no orçamento e na prática da atividade administrativa.
	Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
	Art. 165. § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.
	Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
· Adotou-se o modelo de economia de mercado, não interventivo
	Art. 165. § 10. A administração tem o dever de executar as programações orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade.
· Deve adotar ações factíveis, pois o orçamento é impositivo
EQUILÍBRIO ORÇAMENTÁRIO (EC 95/16)
Não consta em norma constitucional expressa. Finalidade da LRF (art. 1º § 1º). Busca assegurar que as despesas autorizadas na lei orçamentária não sejam superiores à previsão de receitas (pode contratar empréstimos, desde que haja capacidade de pagamento NÃO PRECISA SER IGUAL, mas ter capacidade – CRISE DE 1929/KEYNES). Visando o equilíbrio orçamentário veio a PEC dos GASTOS (EC 96/15) congelando por 20 anos os gastos públicos. MAS equilíbrio orçamentário não é um fim em si mesmo a ser usado em detrimento aos direitos sociais, é um parâmetro de responsabilidade, e não de retrocesso social.
Várias passagens na CF:
· Seguridade social deve prever fonte de custeio (art. 195 § 5º)
· Autoriza Senado a estabelecer limites de endividamento dos entes federativos
· Veda a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital (art. 167, III)
· Veda a realização de despesas ou a assunçaõ de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais (art. 167, II)
A LRF não impede a exigência de déficits públicos, mas exige equilíbrio, art. 4º da LRF. Para isso, deve haver metas fiscais explicitadas na LOA e LDO. Inclusive, prevê mecanismosde flexibilização como ampliação de prazos em crise econômica (art. 66 LRF) e alteração dos limites por proposta do Presidente da República (art. 52, VI, CF).
ANUALIDADE 
(REGIME DE COMPETÊNCIA/ORÇAMENTO DE EXERCÍCIO)
Piscitelli: não expresso. A Lei Orçamentária “Anual” (art. 165, § 5º, CF).
	Art. 34 Lei 4.320/64. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.
· REGIME CONTÁBIL DO ORÇAMENTO: Regime de competência/Orçamento de exercício, e não regime de caixa/orçamento de gestão. Regime de competência prevê todas as receitas e despesas numa perspectiva FUTURA, sem preocupação se será ou não efetivamente arrecadado ou gasto.
a. No regime de caixa/Gestão (Portugal) o orçamento trabalha com dados depurados, com expectativas mais realistas. 
· Não se confunde com anualidade tributária (para criar tributo deve estar previsto no orçamento anterior), que não existe mais. Agora só há anterioridade tributária:
	Súmula 66 STF
É legítima a cobrança de tributo que houver sido aumentado após o orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro
· Reflete nos Fundos de Participação:
	STF/2014 – Caso: revisão da população. Redução da participação pelo TCU.
Não é lícito ao TCU promover revisão de índices referentes ao Fundo de Participação dos Municípios, que devem viger durante todo o exercício financeiro, para os reduzir no curso deste.
· PPA é exceção? NÃO. 
a. Trata de algumas despesas específicas (de capital e relativas a programas de duração continuada) com vistas a grandes objetivos e metas de 4 anos do Governo
b. Ainda que previstas por quatro anos, sua execução observará o exercício financeiro em conformidade à LDO e LOA
· EC 102/2019 criou exceção? Não. Mas:
	§ 14. A lei orçamentária anual PODERÁ CONTER PREVISÕES DE DESPESAS PARA EXERCÍCIOS SEGUINTES, com a especificação dos investimentos plurianuais e daqueles em andamento.
UNIDADE
Não consta em norma constitucional expressa. Para facilitar a fiscalização, deve existir apenas um orçamento para cada ente da federação em cada exercício financeiro, ainda que vertido em mais de um documento ou em subdivisões como a LOA, que comporta três suborçamentos (orçamento fiscal, seguridade social e investimentos) (isso não é exceção, pois reafirma a unidade ao prever que os três estarão dentro de uma estrutura integrada de sistema). Não é uma unidade documental, mas uma orientação política.
	Art. 2° Lei 4.320/64 A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Govêrno, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.
· Inclusive autarquias, fundações e estatais (não podem estar apartadas por decreto)
UNIVERSALIDADE ou ORÇAMENTO GLOBAL
Todas as receitas e todas as despesas governamentais devem fazer parte do orçamento. É o princípio do orçamento global (José Afonso).
	Art. 165. § 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
· Pode se referir tanto a unidade uma LOA quanto a universalidade todas receitas e despesas centralizados.
Lei 4.320/64:
	Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá tôdas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de credito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros.
· NÃO são receitas aquelas que não pertencem à Administração: ingressos extraorçamentários – cauções, depósitos, retenções, restos a pagar etc. não computadas para efeito de universalidade
· Exceção: Súmula 66 STF – Tributos não previstos (desde a CF/69 foi revogada a anualidade tributária)
ORÇAMENTO-BRUTO
As receitas e despesas deverão constar na lei orçamentária pelos seus totais, vedadas quais deduções (art. 6º da Lei 4.320), como os repasses constitucionais de tributos (50% do IPVA, por exemplo). Devem estar na sua totalidade no orçamento, sem valor “líquido”. 
· Exemplo: deduções do FUNDEB e PASEP dos repasses ao Município. Deve estar valor bruto recebido e não líquido.
· Exemplo: IRRF, deve lançar como despesa a remuneração inteira, sem abater o IR que reteve
TRANSPARÊNCIA ORÇAMENTÁRIA
Não consta em norma constitucional expressa. Art. 37, caput – publicidade.
Aplicação de recursos públicos:
	Art. 165. § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária – RREO.
	Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. 
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
LRF ampliou para todo o ano:
	Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
	
	Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Proteção das receitas públicas:
	Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o último dia do mês subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio.
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por Município; os dos Estados, por Município.
Política de incentivos fiscais:
	Art. 165. § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.
LRF – envio de contas municipais e estaduais:
	Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta de junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público.
§ 1o Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao Poder Executivo da União nos seguintes prazos:
I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado, até trinta de abril;
II - Estados, até trinta e um de maio.
§ 2o O descumprimento dos prazos previstos neste artigo impedirá, até que a situação seja regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.
LRF (art. 48, 48-A e 49) também prevê disponibilização em meio eletrônico de acesso público de TUDO em tempo real: (i) versão completa e simplificada das leis orçamentárias; (ii) prestações de contas e relatórios de execução orçamentária e gestão fiscal – Planos, orçamentos, LDO, prestações de contas; pareceres do TCU; Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) e Relatório de Gestão Fiscal (RGF), despesas e receitas. Incentivaa participação popular e audiências públicas. Contas do Chefe do Executivo disponíveis por todo exercício financeiro.
	I – Quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao nº do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à PF ou PJ beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado.
II – Quanto à receita: o lançamento e recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.
+ LAI – Lei de Acesso à Informação.
RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA (RREO): Instrumento de transparência da gestão pública, com previsão constitucional, que torna público o que foi realmente arrecadado e gasto. Previsto nos arts. 52 e 53 da LRF.
1) Abrangerá todos os Poderes e o MP (e TC)
2) Será publicado até 30 dias após o encerramento de cada bimestre, com informações mensais, bimestrais e acumulado dos últimos 12 meses.
3) Principais peças: BO – Balanço Orçamentário e Demonstrativo de Execução das Receitas e das Despesas: o BO compara o que foi previsto e o que foi efetivamente executado (frustração da receita ou excesso de despesa), especificando por categoria as receitas e despesas.
RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL (RGF): Art. 54 e 55 LRF. Monitoramento de metas fiscais e limites de despesas da LRF.
1) Quadrimestral (publicado em 30 dias)
2) Emitido pelos titulares dos Poderes e órgãos e assinado pelas autoridades de gestão financeira e pelo controle interno
3) Ultrapassados os limites, o RGF deve indicar medidas corretivas
	Descumprimento das medidas e instrumentos de transparências:
[MUNICÍPIOS]
a) Sanção institucional: impedimento de receber transferências voluntárias
b) Sanção pessoal: ao Prefeito que insistir em receber a transferência irregular – tipo penal do art. 1º, XXIII DL 201/67: “Realizar transferência voluntária em desacordo com limite ou condição estabelecida em lei”.
Obs Final: Portal da Transparência: todo ente é obrigado a possuir. Programa Brasil-Transparente desenvolvido pela CGU. TCs publicaram pareceres prévios e deliberações que impõem multas pela má gestão de recursos públicos.
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO (12.257/11): Direito de requisitar e ter acesso rápido à informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e integridade. 
· Obrigatoriedade para municípios com +100 mil habitantes a divulgação em site, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira previstos na LRF.
· Ensejam a responsabilidade do agente público ou militar a recusa, retardo ou fornecimento incorreto, incompleto e impreciso.
· Judicialização pelo MPF
INFORMAÇÃO AOS CONSUMIDORES: CF
	Ar. . § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
STF: PODE publicar subsídio + nome. Intimidade atenuada pela publicidade.
TRANSPARÊNCIA E GASTOS SECRETOS: Excepcionalmente, em caso de segredos militares, operações de guerra e sigilo comercial. Exceção contida no art. 5º, XXXIII (segurança da sociedade e do Estado). Após, 1988, fiscalização pelo TC, em sessão sigilosa, e posteriormente pelo Congresso Nacional, também responsável por manter o sigilo.
· ADPF 129 (2009): Não recepção do art. 86 do DL 200/67: publicidade é regra e sigilo é exceção, apenas quando imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Portanto: 
1) Deve haver previsão legal (art. 86 afastava)
2) Deve ser imprescindível à segurança 
3) Deve ser necessário e proporcional
· Tema foi incluído na LIA, que falou ser exceção temporária (25, 15 e 5), findo o prazo é automaticamente pública.
PRINCÍPIO DA NÃO AFETAÇÃO (NÃO VINCULAÇÃO) DAS RECEITAS DE IMPOSTOS
	Art. 167. São vedados:
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;
Vedação se liga ao pacto federativo e federalismo cooperativo.
É uma questão de permitir governabilidade. Com algumas exceções no interesse público:
	Tributos que, obrigatoriamente, deve-se determinar na lei de sua criação o destino da sua arrecadação 
	Contribuições especiais
COSIP
Empréstimos compulsórios
Contribuição de melhoria
	FACULTATIVAMENTE 
	Taxas
	NUNCA 
	Impostos
· STF - Se desrespeitar a vinculação obrigatória, é inconstitucional O TRIBUTO? Não, é inconstitucional o desvio.
· Somente por norma constitucional pode se vincular ou desvincular. Desde o Plano real até a EC 93/2016, que prorrogou até 2023, é mantida a Desvinculação da Receita da União – DRU: São desvinculados 30% das receitas das contribuições sociais, sem prejuízo do pagamento das despesas do RGPS; às CIDE e às TAXAS, já instituídas ou que vierem a ser criadas (art. 76)
a. IMPOSTOS não podem ser vinculados por lei infraconstitucional, mas demais tributos podem.
b. Espécies não tributárias podem ser vinculadas livremente, como multas de trânsito à fiscalização (art. 320 CTB)
LRF: Mesmo se não gasto no exercício (não é obrigatório gastar), não perde vinculação.
	Art. 8. Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA NÃO VINCULAÇÃO:
1) Repartição constitucional de impostos (art. 167, IV)
2) Destinação de recursos à saúde (art. 167, VI)
3) Destinação de recursos ao desenvolvimento do ensino (art. 167, IV)
4) Administração Tributária (167, VI + 37 - EC 43/03)
5) Prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita (art. 167, IV)
6) Garantia, em contragarantia à União e pagamento de débitos para com esta (art. 167 § 4º)
Vinculação de até 0,5% da receita tributária líquida (tributos arrecadados, excluído o valor que deverá ser repassado obrigatoriamente aos municípios) para os Programas de Apoio a Inclusão e Promoção Social (art. 204, pu)
7) Vinculação de até 0,5% da receita tributária líquida dos Estados e DF a Fundos destinados ao financiamento de programas culturais (art. 216, § 6º)
8) EC 94/16: vinculação dos recursos de impostos em garantia para pagamentos de precatórios quando o montante global ultrapasse a média da RCL nos 5 anos anteriores (art. 100 § 19)
9) EC 31/00: Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza
DESVIO DE FINALIDADE: ação popular (“agente pratica ato visando a fim diverso”).
MUNICÍPIO PODE PRIVILEGIAR ALGUM CREDOR PARA RECEBER ANTES? NÃO [STF]
	O art. 167, IV, não autoriza o estabelecimento de cláusula contratual que implique, a um só tempo, vinculação e repasse direto de valores sem o aporte na contabilidade do município, sem o ingresso nesta última.
MAS E SE O DESCONTO INCIDIR SOBRE AS RECEITAS TRANSFERIDAS AO MUNICÍPIO E AO ESTADO? SIM! POIS A VEDAÇÃO DE VINCULAÇÃO DOS IMPOSTOS APENAS ALCANÇA TRIBUTOS PRÓPRIOS! [STF]
	Acordo. Débito. ICMS. Participação do Município. Inexiste ofensa ao art. 167, IV, no que utilizado o produto da participação do município no ICMS para liquidação de débito. A vinculação vedada pelo Texto constitucional está ligada a tributos próprios.
· Harrison Leite enxerga como inconstitucional qualquer preferência, por ofensa aos princípios da igualdade, moralidade e impessoalidade, inclusive porque o art. 5º da Lei 8.666/93 determina o pagamento com observância da ordem cronológica das obrigações licitadas; bem como a tipificação do art. 92, para quem paga fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade.PRINCÍPIO DA ESPECIFICAÇÃO ou ESPECIALIZAÇÃO ou DISCRIMINAÇÃO
Orçamento não pode ser genérico, conter gastos globais e termos ambíguos, sob pena de inviabilizar avaliação do desempenho:
	Art. 5º LRF - § 4o É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.
Obs. Empresas públicas autônomas, não dependentes do Erário, só precisam dizer sua política de investimentos (art. 165, § 5º, II, CF)
Exceções à discriminação das despesas (NÃO é exceção à vedação à dotação ilimitada):
1) PROGRAMAS ESPECIAIS DE TRABALHO, que por sua natureza, poderão ser custeados por dotações globais (art. 20, pu, Lei 4.320/64)
2) RESERVA DE CONTINGÊNCIA para atender aos passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos 
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO ESTORNO
Corolário da legalidade, Gestor público não pode repriorizar/realocar as ações governamentais através da TRT – Transposição, Remanejamento e Transferência. Se houver necessidade, demanda lei.
	Art. 167. São vedados:
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
· Crime de Desvio de Verbas – art. 315 CP (Detenção de 1 a 3 meses; aplicação diversa)
· Enquadramento específico para prefeito
· Lei de Improbidade Administrativa (art. 10, XI)
EXCEÇÃO: DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO, TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO por ATO DO PODER EXECUTIVO, sem prévia autorização legislativa.
DIFERENCIAÇÃO: DESCENTRALIZAÇÃO DE CRÉDITOS. Transfere a outro órgão ou entidade a possibilidade de utilização dos créditos orçamentários, sem a necessidade de celebração de convênios. Objetiva racionalizar o gasto. Compõe o planejamento, mas se distingue da transposição, do remanejamento e da transferência, pois não exige autorização legislativa porque não altera as categorias de programação.
PRINCÍPIO DA UNIDADE DE TESOURARIA – UNIDADE DE CAIXA
TODO recurso seja alocado em uma única conta a fim de facilitar a gerência dos mesmos. Centraliza para facilitar fiscalização, moralidade, impessoalidade.
Lei 4.320/64:
	Art. 56. O recolhimento de tôdas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.
Há uma Conta Única do Tesouro, junto ao Banco Central do Brasil, operacionalizada pelo BB.
CF:
	Art. 164.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
· STF: Depósito de salário ou de remuneração de servidor público em instituição financeira privada não afronta o art. 164 § 3º da CF, porque não se enquadra no conceito de disponibilidade de caixa
· STF: Parte final do art. 164 § 3º demanda lei nacional, sendo inconstitucional lei estadual que dispõe diferentemente sobre disponibilidade de caixa
EXCEÇÃO: PREVIDÊNCIA SOCIAL – Art. 43 § 1º da LRF VEDA a unificação dos recursos da PREVIDÊNCIA Social com os demais Ministérios, a fim de organizar o equilíbrio dos regimes de previdência (contas separadas), sendo vedada sua aplicação em 1) títulos da dívida pública; 2) empréstimos ao segurados e ao poder público, inclusive controladas.
PRINCÍPIO DA DIFERENCIAÇÃO DAS FONTES DE FINANCIAMENTO
Há um sistema orgânico na Constituição:
a) Receita de impostos deve ficar livre ao Executivo, para suas políticas
b) Receita das taxas deve ter relação direta com o custo do serviço público
c) Receita da contribuição de melhoria não pode ser maior que a obra
d) Receita do empréstimo compulsório deve estar adstrita ao motivo de sua criação
e) Receita das contribuições especiais deveria ter aplicação estrita a finalidade da lei
a. EC 103/19: reforçou a segregação dos RPPS. Não pode ser aplicado em despesas distintas do pagamento dos benefícios.
É inconstitucional e crime a tredestinação.
	PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS MODERNOS
Para segunda fase
1) Princípio da simplificação: elementos de fácil compreensão
2) Princípio da descentralização: preferível a execução das ações em nível mais próximo dos beneficiários. Accountability. Flypaper feffect.
3) Princípio da responsabilização: administradores devem assumir de forma personalizada a responsabilidade pelo desenvolvimento de um programa, buscando a solução ou encaminhamento de um problema
DOS CRÉDITOS ADICIONAIS
LOA contém créditos orçamentários (normais) e poderá conter créditos adicionais (imprevisíveis), quando as dotações são insuficientes. É uma forma de alteração do orçamento. Existem outras formas qualitativas e quantitativas.
	Lei 4320 Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.
Por simetria, são aprovados pelo mesmo rito da LOA (art. 166 CF): Legislativo
	Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
Requisitos:
	Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde fôr possível.
Preservação do patrimônio & Continuidade:
	LRF. Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5º[PPA], a lei orçamentária e as de créditos adicionais só incluirão novos projetos após adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservação do patrimônio público, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
Espécies:
	Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:
 I - SUPLEMENTARES, os destinados a refôrço de dotação orçamentária;
	CRÉDITOS SUPLEMENTARES
Dotação insuficiente
Natureza quantitativa. Flexibilidade.
Exceção ao princípio da exclusividade: LOA pode conter autorização do Executivo para a sua abertura até determinada importância ou percentual. Princípio da vedação ao estorno: muito comum, sob pretexto de suplementar, TRT – Transposição, remanejamento ou transferência. Não se confunde com TRT, não serve para realocar, mas para correção de erros ou imprevisões. TRT só por lei específica, e não pode decreto.
Ou seja, não pode anular por decreto fingindo não ser TRT arbitrariamente, pois TRT demanda lei específica, e não a mera lei autorizativa.
II - ESPECIAIS, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;
	CRÉDITOS ESPECIAIS
Programas novos
Natureza qualitativa.
Autorizados por lei específica (não LOA) e abertos por decreto.
Se o promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, no limite dos seus saldos, poderão viger até o término do exercício financeiro subsequente (art. 167 § 2º) = para extraordinários.
	Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
· STF: 1/12 da receita do exercício anterior e não está sujeita ao fluxo da arrecadação
III - EXTRAORDINÁRIOS, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.
	CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS
Urgente & Imprevisto (art. 167 § 2º)
Não dependem de lei autorizativa.
Podem ser abertos por decreto ou MP.
· STF: “MP que abre crédito extraordinário não se exaure no ato de sua primeira aplicação. Ela somente se exaure ao final do exercício financeiro para o qual foi aberto o crédito extraordinário nela referido. Hipótese em que a abertura do crédito se deu nos últimos quatro meses do exercício, projetando-se, nos limites de seus saldos, para oorçamento do exercício financeiro subsequente” CABE ADI nesse período.
Não segue o rito ordinário de MP. MP normal passa pela comissão mista de D e S. MP de crédito extraordinário pela Comissão Mista de Orçamentos e Finanças (art. 166 §1)
MP estadual e municipal? SIM (STF). Desde que a CE e a LOM prevejam MP e incluam os limites da CF.
Se não houve previsão de MP, por Decretos Exetivos, comunicados ao legislativo art. 44 da Lei 4320.
Nos últimos quatro meses do exercício, projetando-se, nos limites de seus saldos, para o orçamento do exercício financeiro subsequente.
	
	SUPLEMENTAR
	ESPECIAL
	EXTRAORDINÁRIO
	FINALIDADE
	Reforço de dotação orçamentária existente na LOA.
	Atender a categorias de programação não contempladas na LOA.
	Atender a despesas imprevisíveis e urgentes.
	AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA
	Prévia, podendo ser incluída na própria LOA ou em lei especial.
EXCEÇÃO A EXCLUSIVIDADE
	Prévia, em lei especial.
	Sem necessidade prévia.
	FORMA DE ABERTURA
	Decreto do Executivo, após autorização Legislativa, até o limite estabelecido em Lei.
	Decreto do Executivo, após autorização legislativa, até o limite estabelecido em Lei.
	Por meio de MP (União) ou Decreto (Estados e Municípios), com remessa imediata ao Legislativo.
	RECURSOS
	Indicação obrigatória.
	Indicação obrigatória.
	Independe de indicação, ou seja, é facultativa.
	VALOR/LIMITE
	Obrigatório, indicado na lei de autorização e no decreto de abertura.
	Obrigatório, indicado na lei de autorização e no decreto de abertura.
	Obrigatório, indicado na MP ou Decreto.
	VIGÊNCIA
	SEMPRE no exercício financeiro em que foi aberto.
	EM PRINCÍPIO, no exercício financeiro em que foi aberto.
	EM PRINCÍPIO, no exercício financeiro em que foi aberto.
	PRORROGAÇÃO
	NÃO permitida.
	Quando autorizado nos últimos 4 meses do exercício financeiro.
	Quando autorizado nos últimos 4 meses do exercício financeiro.
Fontes para abertura de créditos adicionais:
	Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos: 
I - o SUPERÁVIT FINANCEIRO apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;
§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas.
II - os provenientes de EXCESSO DE ARRECADAÇÃO;
§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.
§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-a a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.
III - os resultantes de ANULAÇÃO parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei; 
IV - o produto de operações de credito autorizadas [EMPRÉSTIMOS], em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las. 
Empréstimos para cobrir o déficit orçamentário ou o déficit financeiro (caixa) através das operações de crédito para antecipação de receita orçamentária (ARO). 
Déficit orçamentário: Classificado como receita de capital e paga por despesas do próprio orçamento. Pode ser por lei específica ou prevista na própria LOA, em exceção ao princípio da exclusividade. 
Déficit financeiro (CAIXA): É uma operação de crédito para antecipação de receita orçamentária. Não é receita orçamentária, mas extraorçamentária, pois não é receita do orçamento vigente, mas um empréstimo para suprir o caixa, especialmente no início do exercício.
Há outras duas hipóteses além da Lei 4320/64:
A) RESERVA DE CONTINGÊNCIA: É uma dotação global, em exceção ao princípio da especificação, não destinada, mas reservada para créditos especiais e suplementares. 
	Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao:
b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.
B) RECURSOS SEM DESPESAS CORRESPONDENTES
	Art. 167. § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
ORÇAMENTAÇÃO
Há um processo de afunilamento, partindo dos fundamentos e objetivos constitucionais, PPA (plano de longo prazo); LDO (plano de curso prazo); LOA (concretização). Princípio da simetria aos EDFM.
CICLO ORÇAMENTÁRIO
Previsão, gasto e fiscalização: não se confunde com o exercício financeiro, que somente uma das fases do ciclo.
1) INICIATIVA
Iniciativa PRIVATIVA e INDELEGÁVEL do Chefe do EXECUTIVO. É um dever, de modo que sua omissão constitui crime de responsabilidade (art. 85, VI, Lei 1079/50 – Gov; DL 201/67 – Pref).
	Art. 84 CF XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
Mas o Legislativo poderá afetar reflexamente o orçamento por meio de leis tributárias (especialmente benefícios fiscais, que são RENÚNCIA DE RECEITA), sem ferir a competência do Executivo-sem vício formal[footnoteRef:2] [STF: A iniciativa de lei para benefícios fiscais é concorrente]. Somente se houver desvio de poder/finalidade: L quer prejudicar E, haverá inconstitucionalidade. [2: A exceção é a lei tributária dos territórios, cuja iniciativa é privativa do Chefe do Executivo (art. 61 § 1º II b CF)] 
· ADI 3205 – constitucional Lei de inciativa parlamentar do AP de desconto no IPVA
O Legislativo também pode CRIAR DESPESAS para o Executivo, desde que não sejam relativas ao funcionamento e estruturação da administração pública (iniciativa privativa do E Art. 61).
· ADI 3394 - constitucional Lei do AM que isentava teste de maternidade e paternidade.
· RE 878911 – Não usurpa a competência privativa do Executivo a lei que, embora crie despesa para a Administração Pública, não trata da sua estrutura ou da atribuição de seus órgãos nem do regime jurídico de servidores públicos – constitucional lei de iniciativa parlamentar do RJ determinando a instalação de câmeras em escolas e cercanias.
Como ocorre? Cada Poder/órgão faz sua conta e envia para o Executivo, que envia ao Legislativo. No mínimo 30 antes do prazo de encaminhamento, Executivo envia estimativa para que eles façam.
O JUDICIÁRIO possui autonomia administrativa e financeira (art. 99 CF), por isso é inconstitucional LDO que fixe limite percentual de participação do Poder Judiciário no orçamento do Estado sem a intervenção desse Poder. Se não enviar a proposta no prazo previsto na LDO, Executivo usará os valores aprovados na Lei Orçamentária vigente (art. 99 § 1º). Se em desacordo, Executivo fará os ajustes.
	§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
MP também possui autonomia funcional e administrativa. Tem autonomia para elaborar sua proposta orçamentária, mas dentro dos limites previstos na LDO. Se não encaminhar = Judiciário. Em desacordo = Judiciário. Cabe do CHEFE (PGR) elaborar a proposta, sendo inconstitucional sua submissão ao CNMP (ADI 6028).
	§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
· DP = MP (art. 134 § 2º). Inclusive Executivo não pode alterar unilateralmente proposta da DP de acordocom a LDO, deve encaminhar ao Legislativo pedido de redução. Executivo não pode incluir DP entre as Secretarias do Executivo, sob pena de violação da autonomia constitucional (ADPF 307)
Pode o Executivo alterar a proposta orçamentária dos demais órgãos e poderes?
· Em desacordo à LDO: SIM (art. 99 § 4º e 127 § 5º)
· Em acordo à LDO: NÃO unilateralmente. Deve propor emenda modificativa à Comissão Mista Permanente (art. 166 § 5º) a fim de o Legislativo discutir a material.
a. PACÍFICO no STF: Vale para Judiciário, MP e DP.
2) APRECIAÇÃO E EMENDAS AO ORÇAMENTO
a. Exame e parecer da Comissão Mista Permanente (CMP) ou Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) com proporcionalidade partidária. Congressistas podem oferecer emendas – CF/88, mais democrático (o que acentua seu caráter de lei em sentido material).
	COMPETÊNCIAS DA CMP
i. Examina e parecer sobre Projetos de Leis Orçamentárias, inclusos os créditos adicionais, e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República
ii. Exame e parecer sobre planos e programas nacionais, regionais e setoriais Previstos da CF e exercer o acompanhamento e fiscalização orçamentária
iii. Emitir parecer sobre as emendas às leis orçamentárias apresentadas na Comissão Mista
	EMENDAS PARLAMENTARES
Restrições para não esvaziar competência do Executivo – art. 166 § 3º
Restrições materiais :
a) Compatibilidade com o PPA e com a LDO (afinidade lógica) – art. 166 § 3º e § 4º sobre as emendas à LDO
b) Indicação dos recursos para os gastos (sob pena de inconstitucionalidade – ADI 2619; é inconstitucional quando acarrete aumento de despesa – ADI 2810), provenientes EXCLUSIVAMENTE de anulação de despesa[footnoteRef:3] (efeito-substituição), excluídas as que incidam sobre (ART. 166, § 3º): [3: NÃO confunda com fontes de recursos para créditos adicionais, que são 6, incluindo a anulação de despesa] 
1. Dotações de pessoal e seus encargos
2. Serviços da dívida
3. Transferências tributárias constitucionais para EDFM
Restrições formais (“sejam relacionadas”):
a) Relacionadas com a correção de erros ou omissões
b) Relacionadas com os dispositivos do texto do projeto de lei
Reserva de recursos – Orçamento Impositivo
a) EC 86/15: 1,2% da RCL para Emendas individuais, sendo 50% para saúde
b) EC 100/19: 1% da RCL para Emendas de bancada
	EMENDAS DO EXECUTIVO
	Art. 166 § 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
b. Análise conjunta das duas casas do CN em sessão conjunta (É DIFERENTE DE SESSÃO UNICAMERAL, NA SESSÃO CONJUNTA computam-se os votos em separado, devendo haver maioria simples em cada Casa). 
	Art. 166 § 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.
3) SANÇÃO OU VETO, promulgação e publicação.
Trâmite comum. 15 dias úteis. Se vetar, comunica em 48 ao Presidente do SF. Veto é apreciado em sessão conjunta no prazo de 30 dias (sobresta demais votações). Rejeita-se o veto por maioria absoluta, enviando para o PR para promulgação. Mantendo-se o veto, PR promulga.
Os valores oriundos de vetos não retornam às dotações originárias:
	§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
4) EXECUÇÃO
	Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. 
1) Programação financeira e cronograma de execução mensal
2) QDD – Quadro de Detalhamento de Despesa ou QDE - Detalhamento de Despesa por Elemento: autorizando o Ministério ou Secretaria proceder a liberação dos créditos para as unidades orçamentárias (UO) a ela vinculadas
3) Após o final de cada bimestre – RREO (art. 165 § 3º)
4) Pago em duodécimos ½ do orçamento, incluindo créditos suplementares e especiais
Receita não veio: LIMITAÇÃO DE EMPENHO e movimentação financeira.
	Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal[footnoteRef:4] estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, LIMITAÇÃO DE EMPENHO E MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. [4: Resultado primário: diferença entre as receitas não financeiras (excluídas as alienações de ativos) e as despesas não-financeiras
Resultado nominal: diferença entre o saldo atual e o saldo anterior da dívida fiscal líquida do ente, em um determinado período, observando-se a forma de cálculo estabelecida pela Secretaria do Tesouro Nacional.
] 
§ 1o No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.
§ 2o NÃO SERÃO OBJETO DE LIMITAÇÃO DE EMPENHO as despesas que constituam
1) obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao 
2) pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela 
3) lei de diretrizes orçamentárias.
5) CONTROLE: Geralmente pelo TC.
RESTOS A PAGAR
Na execução do orçamento há três fases:
1) Empenho: 1º estágio da execução orçamentária 
2) Liquidação: comprovação de que o fornecedor cumpriu todas as obrigações do empenho
3) Pagamento da despesa: extinção da obrigação
Via de regra, a execução orçamentária deve ser concluída durante o exercício financeiro vigente. São restos a pagar as despesas empenhadas, mas não pagas até 31 de dezembro, distinguindo-se:
a) Processadas: despesa empenhada e liquidada, mas não paga
b) Não processadas: despesa empenhada, mas não liquidada
Não pode ser incluído como restos a pagar sem disponibilidade de caixa, pois não pode comprometer caixa do exercício financeiro seguinte.
Empenhos que correm a conta de créditos com vigência plurianual que não tenham sido liquidados, só serão computados como resto a pagar no último ano de vigência do crédito.
· LRF: Restrições ao resto a pagar no final do mandato
· Código Penal: 359-B, C e F
DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS
PPA > LDO > LOA (Subordinação temática).
Obs.: não cabe MP pra nenhuma.
	PPA
	LDO
	LOA
	D.O.M.
Planejamento estratégico
Nenhum investimento que ultrapasse o exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no PPA
	M.P.
Planos para o exercício anual seguinte e balizará a LOA. Equilíbrio. Limitação de empenho. Controle. Avaliação. Condições de transferências de recursos.
Anexo de Metas Fiscais e Anexo de Riscos Fiscais e
Anexo de política monetária e inflação
	Anual, subdivide-se em orçamento fiscal, de investimento das empresas estatais e da seguridade social.
Orçamento programa (instrumento de planejamento).
	4 meses antes do encerramento do 1º exercício financeiro (31 AGO) – devolvido até encerramento da sessão legislativa (22 DEZ)
	8 meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro (15 abril) – devolvido até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa (17 AGO)
	4 meses antes do encerramento do 1º exercício financeiro (31 AGO) – devolvido até encerramento da sessão legislativa (22 DEZ)
PLANO PLURIANUAL
CONCEITO: Lei que estabelece o planejamento estratégico do governo a longo prazo.
Já previsto na CF anterior, mas sem a especificação da CF88: D.O.M.
	Art. 165. § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as DIRETRIZES, OBJETIVOS E METAS da administração pública federal para as despesas de capital e outras

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