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Sistema Nervoso Periferico

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1 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
Sistema Nervoso Periferico 
PROBLEMA 3 
DIVISÃO ANATÔMICA DO SNP 
Já o sistema nervoso periférico (SNP) é formado pelas as 
estruturas localizadas fora deste esqueleto. Essas estruturas 
são os nervos, os gânglios e as terminações motoras e 
sensitivas. 
O SNP é composto por fibras nervosas que transportam 
informações entre o sistema nervoso central e as outras partes 
do organismo. Desse modo, as fibras do sistema nervoso 
periférico podem ser classificadas em aferentes – que 
transmitem as informações provenientes de estímulos 
sensoriais e viscerais ao sistema nervos central – e eferentes – 
que transmitem as informações provenientes do sistema 
nervoso periférico, relacionadas com o controle das 
musculaturas esquelética, lisa e cardíaca, da secreção de 
glândulas e da função do órgãos viscerais. 
A porção eferente do SNP é subdividida em sistema nervoso 
somático, constituído por fibras de neurônios motores que 
inervam a musculatura esquelética, e sistema nervoso 
autônomo, constituído por fibras que inervam a musculatura lisa 
e cardíaca, as glândulas e outros órgãos não motores. 
NERVOS 
Nervos consistem em cordões esbranquiçados que atuam unindo 
o SNC aos órgãos periféricos. A depender da porção do SNC que 
estamos estudando, esse nervo pode ser dividido em: nervos 
cranianos, caso estejam ligados ao encéfalo; e nervos espinhais, 
se estiverem ligados a medula espinhal; 
No entanto, em relação a sua funcionalidade, são divididos em: 
nervos motores, sensitivos ou mistos (quando sua composição 
possui fibras tanto sensitivas como nervosas). Já os gânglios, 
correspondem ao aglomerado de corpos neuronais localizados 
fora do SNC. Da mesma forma que os nervos, os gânglios também 
são caracterizados como sensitivos ou motores (participam do 
sistema nervoso autônomo). 
As fibras que constituem o nervo são em geral mielínicas e com 
neurilema (fibras ópticas são apenas com fibras mielínicas sem 
neurilema e as olfatórias são amielinicas com neurilema/fibras 
de Remak). Elas também estão presentes no SNA e entram na 
composição de vários nervos periféricos. 
São três as bainhas conjuntivas da constituição do nervo: 
epineuro (envolve o nervo e emite septos pro interior), perineuro 
(envolve feixes de fibras) e endoneuro (envolve cada fibra com 
tecido conjuntivo frouxo). As bainhas conferem resistência aos 
nervos e são mais espessas nos superficiais. 
Os nervos são muito vascularizados, percorridos por vasos que 
se anastomosam, porém são quase totalmente desprovidos de 
sensibilidade (a dor é sentida no ponto em que ele inerva). Assim, 
quando se amputa o membro, sente-se dor no chamado membro 
fantasma. 
Durante o trajeto os nervos podem se bifurcar ou anastomosar, 
porém nestes casos elas não ocorrem, mas apenas um 
reagrupamento de fibras que passam a constituir dois nervos ou 
que se destacam de um nervo para constituir outro. Contudo, 
próximo as terminações, no entanto, se ramificam muito. 
Os nervos espinhais se originam na medula e os cranianos no 
encéfalo e normalmente possuem origem real (local onde estão 
localizados os corpos de neurônios que o constituem como a 
coluna anterior da medula, núcleos dos nervos cranianos ou 
gânglios sensitivos) e uma origem aparente (ponto de 
emergência ou entrada do nervo na superfície do SNC, como por 
exemplo, os sulcos laterais anterior e posterior da medula nos 
nervos espinhais). 
LESÕES DOS NERVOS PERIFÉRICOS 
Os nervos periféricos são frequentemente traumatizados 
(esmagamentos e secções) que trazem diminuição ou perda de 
sensibilidade e motricidade no território inervado. Em ambas as 
lesões ocorre degeneração da parte distal do axônio e de sua 
bainha de mielina, estendendo-se até o nódulo de Ranvier mais 
próximo (degeneração Walleriana). 
No corpo celular há cromatólise, ou seja, diminuição da 
substância cromidial, que é graduada de maneira inversamente 
 
2 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
proporcional à distância da lesão, podendo ocorrer até 
desintegração do neurônio, mas no geral há recuperação com 
emissão de brotamentos que alcançam o nível da lesão e 
penetram no tecido cicatricial. 
Nos casos de secção com afastamento dos cotos temos o 
crescimento desordenado das fibras, os chamados neuromas 
(tec conj, cels de Schwann e emaranhado de fibras). Para a 
recuperação realiza-se sutura epineural para que ocorra 
regeneração no coto distal. No coto, após a lesão, há intensa 
proliferação de células de Schwann com inúmeros 
prolongamentos, formando compartimentos/tubos 
extracelulares circundados por tec conj do endoneuro. 
A laminina, presente nas lâminas basais, é importante para o 
crescimento na regeneração nervosa, que deve ser ajustada 
com precisão tentando-se obter a sobreposição das bainhas 
perineurais. As fibras nervosas têm intensa regeneração, vide 
na doença de Chagas que chega a destruir fibras simpáticas e 
parassimpáticas cardíacas que se regeneram depois de um 
tempo. As células do SNC não se regeneram pela não existência 
de um substrato adequado, já que no SNC não há laminina e 
células de Schwann e os oligodendrócitos inibem o crescimento 
de axônios. 
TERMINAÇÕES NERVOSAS 
Por fim, as terminações nervosas, localizadas na extremidade 
das fibras constituintes dos nervos, também segue a mesma 
divisão: uma motora, formada pela placa motora; e uma 
sensitiva, composta pelos exteroceptores (recebem estímulos do 
meio externo), visceroceptores (recebem estímulos dos órgãos 
internos) e proprioceptores (informam o SNC sobre a posição do 
corpo ou sobre a força necessária para a coordenação). 
Em suas extremidades periféricas, as fibras nervosas dos nervos 
modificam-se, dando origem a formação das terminações 
nervosas, que podem ser de dois tipos: sensitivas (aferentes) e 
motoras (eferentes). 
As formações sensitivas, quando estimuladas por luz, calor, 
energia, geram impulsos propagados pela fibra ao SNC e atinge 
áreas especificas onde é interpretado. As motoras existem na 
porção terminal das fibras eferentes e são os elementos pré-
sinápticos das sinapses neuroefetuadoras, ou seja, inervam 
músculos ou glândulas. 
O termo receptor sensorial refere-se à estrutura neuronal ou 
epitelial capaz de transformar estímulos físicos ou químicos em 
atividade bioelétrica (transdução de sinais) para ser 
interpretado no SNC. Pode ser um terminal axônico ou células 
epiteliais modificadas conectadas aos neurônios, como as 
células ciliadas da cóclea. Distinguem-se em dois grupos: 
• Receptores especiais: são mais complexos, ligados ao 
neuroepitélio, como retina e etc., e do qual fazem parte 
os órgãos especiais do sentido: visão, audição e 
equilíbrio, gustação e olfação, todos localizados na 
cabeça. 
• Receptores gerais: ocorrem em todo o corpo, fazendo 
parte do sistema sensorial somático, que responde a 
diferentes estímulos, tais como tato, temperatura, dor 
e postura corporal ou propriocepção. 
As terminações nervosas motoras ou junções neuroefetuadoras 
são menor variadas que as sensitivas. Funcionalmente, elas se 
assemelham às sinapses entre os neurônios. As terminações 
nervosas motoras podem ser somáticas ou viscerais. As 
primeiras terminam nos músculos estriados esqueléticos, as 
segundas nas glândulas, músculo liso ou músculo cardíaco, 
pertencendo, pois, ao SNA. 
 
FORMAÇÃO DO NERVO ESPINHAL 
Os nervos do SNP, incluindo os nervos espinais, consistem em 
axônios, células de Schwann e tecido conectivo (Fig. 12.12). Cada 
axônio, ou fibra nervosa, e sua bainha celular de Schwann estão 
envolvidos por uma delicada camada de tecido conectivo, o 
endo- neuro. Uma camada de tecido conectivo mais espessa, o 
perineuro, envolve os grupos de axônios que formam os 
fascículos nervosos. Uma terceira camada de tecido conectivo 
denso, o epineuro, liga os fascículos uns aos outrospara formar 
o nervo. O tecido conectivo do epineuro é contínuo com a dura-
máter envolvendo o SNC. Fazendo uma analogia, se a dura-máter 
fosse o corpo de um casaco, o epineuro seria a manga. As 
camadas de tecido conectivo dos nervos os tornam mais 
resistentes do que os tratos do SNC. 
 
 
3 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
Todos os 31 pares de nervos espinais, exceto o primeiro par e os 
do sacro, deixam a coluna vertebral através dos forames 
intervertebrais localizados entre as vértebras adjacentes (ver 
Fig. 7.13). O primeiro par de nervos espinais sai entre o crânio e 
a primeira vértebra cervical. Os nervos do sacro saem a partir 
de um único osso do sacro através do forame sacral (ver Cap. 7). 
Oito pares de nervos espinais deixam a coluna vertebral na 
região cervical, 12 na região torácica, 5 na região lombar, 5 na 
região sacral e 1 na região coccígea (Fig. 12.13). Por conveniência, 
cada um dos nervos espinais é designado por uma letra e um 
número. A letra indica a região da coluna vertebral de onde os 
nervos emergem: , cervical; T, torácica; L, lombar; e S, sacral. O 
nervo coccígeo único geralmente não é designado, mas quando 
o é, o símbolo Co normalmente é utilizado. O número indica o 
local em cada região de onde o nervo emerge da coluna 
vertebral, com o número menor sempre representando a origem 
mais superior. Por exemplo, o nervo mais superior saindo da 
região torácica da coluna vertebral é designado T1. Os nervos 
cervicais são designados C1 a C8, os nervos torácicos, T1 a T12, os 
nervos lombares, L1 a L5, e os nervos sacrais, S1 a S5. 
 
Os nervos que surgem a partir de cada região da medula espinal 
e da coluna vertebral suprem regiões específicas do corpo. Um 
dermátomo é a área da pele suprida com inervação sensorial por 
um par de nervos espinais. Cada nervo espinal, exceto C1, possui 
uma distribuição sensorial cutânea específica. A Figura 12.14 
ilustra o mapa dermatomal para a distribuição sensorial 
cutânea dos nervos espinais. 
 
Cada nervo espinal possui um ramo dorsal e um ventral. 
Ramificações adicionais, denominadas ramificações 
comunicantes, a partir das regiões medulares torácica e lombar 
 
4 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
superior, con- duzem axônios associados com a divisão 
simpática do sistema nervoso autônomo (ver Cap. 16). As 
ramificações dorsais inervam a maior parte da musculatura 
profunda do tronco dorsal responsável pelo movimento da 
coluna vertebral. Elas também inervam o tecido conectivo e a 
pele próximos ao meio das costas. 
 
As ramificações ventrais estão distribuídas em duas vias. Na 
região torácica, elas formam os nervos intercostais (entre as 
costelas) (Fig. 12.15a), estendendo-se ao longo da margem 
inferior de cada costela e inervando os músculos intercostais e 
a pele sobre o tórax. As ramificações ventrais dos nervos 
espinais restantes formam os cinco principais plexos. O termo 
plexo significa rede e descreve a organização das interconexões 
nervosas. As ramificações ventrais de diferentes nervos 
espinais, denominadas raízes, unem-se umas às outras para 
formar um plexo. Essas raízes não devem ser confundidas com 
as raízes dorsal e ventral da medula espinal, que são mais 
mediais. Os nervos que surgem dos plexos normalmente 
apresentam axônios de mais de um nervo espinal e, 
consequentemente, de mais de um nível da medula espinal. As 
ramificações ventrais dos nervos espinais C1 a C4 formam o 
plexo cervical, C5 a T1 formam o plexo braquial, L1 a L4 formam 
o plexo lombar, L4 a S4 formam o plexo sacral, e o S5 e o nervo 
coccígeo (Co) formam o plexo coccígeo. Um importante aspecto 
funcional desses plexos é que a interconexão dos nervos de 
múltiplos níveis da medula espinal sempre mini- miza a perda 
de controle e das sensações de uma área específica do corpo 
após uma lesão medular. 
Vários plexos somáticos menores, como o plexo pudendo na 
pelve, são derivados de ramos mais distais dos nervos espinais. 
Alguns dos plexos somáticos são descritos adiante nesta seção. 
Os plexos autônomos (discutidos no Cap. 16) também ocorrem no 
tórax e no abdome. Na discussão seguinte, são investigados os 
cinco principais plexos derivados das ramificações ventrais dos 
nervos espinais. 
O plexo cervical é um plexo relativamente pequeno com sua 
origem nos nervos espinais C1 a C4 (Fig. 12.16). Os ramos 
derivados desse plexo inervam as estruturas superficiais do 
pescoço, incluindo diversos músculos ligados ao osso hióideo. O 
plexo cervical inerva a pele do pescoço e a porção posterior da 
cabeça (ver Fig. 12.14). Uma parte incomum desse plexo, a alça 
cervical, é uma volta entre C1 e C3. Os nervos para os músculos 
infra-hióideos ramificam-se a partir da alça cervical (ver Cap. 
10). 
Uma das mais importantes derivações do plexo cervical é o 
nervo frênico, que se origina dos nervos espinais C3 a C5 e é de- 
rivado dos plexos cervical e braquial. Os nervos frênicos descem 
ao longo de cada lado do pescoço até entrarem no tórax e, então, 
seguem pelas laterais do mediastino até alcançarem o diafrag- 
ma, o qual eles inervam. A contração do diafragma é, em grande 
parte, responsável pela capacidade de uma pessoa respirar; por 
essa razão, danos ao nervo frênico durante uma cirurgia ou a 
sua compressão devida a um tumor na base dos pulmões limitam 
consideravelmente a respiração. O câncer do brônquio é o tipo 
mais comum nos homens, representando cerca de 30% de todos 
os cânceres do sexo masculino. Ele ocorre com mais frequência 
em homens fumantes. 
 
5 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
O plexo braquial tem sua origem nos nervos espinais C5 a T1 (Fig. 
12.17). As cinco ramificações ventrais que o constituem se unem 
para formar três troncos, que se separam em seis divisões e, em 
seguida, juntam-se novamente para criar três fascículos 
(posterior, lateral e medial) a partir dos quais cinco ramos, ou 
nervos dos membros superiores, emergem. 
Os cinco principais nervos que emergem do plexo braquial para 
suprir os membros superiores são os nervos axilar, radial, 
musculocutâneo, ulnar e mediano. O nervo axilar inerva parte 
dos ombros; o nervo radial inerva a parte posterior dos braços, 
antebraços e mãos; o nervo musculocutâneo inerva a parte an- 
terior dos braços; e os nervos ulnar e mediano inervam a parte 
anterior dos antebraços e mãos. Nervos menores do plexo bra- 
quial inervam os músculos dos ombros e peitorais. Devido à 
organização anatômica, todo o membro superior pode ser anes- 
tesiado aplicando anestésico próximo ao plexo braquial, entre o 
pescoço e o ombro, posterior à clavícula, sendo chamada de 
anestesia braquial. 
 
O plexo lombar tem sua origem nas ramificações ventrais dos 
nervos espinais L1 a L4, e o plexo sacral, dos nervos L4 a S4. 
Contudo, devido à proximidade, à sobreposição e à distribuição 
semelhantes, ambos os plexos são muitas vezes considerados 
como um único plexo lombossacral (L1 a S4; Fig. 12.23). Quatro 
nervos principais saem do plexo lombossacral e inserem-se nos 
membros inferiores: obturatório, femoral, tibial e fibular comum 
(peroneal). O nervo obturatório inerva a coxa medial; o femo- ral, 
a coxa anterior; o tibial, a coxa posterior, a perna e o pé; e o 
fibular comum, a coxa posterior, as porções anterior e lateral da 
perna, e o pé. Outros nervos lombossacrais suprem as porções 
inferiores das costas e do abdome, e o quadril. 
 
6 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
O plexo coccígeo é um plexo muito pequeno formado pelas 
ramificações ventrais do nervo espinal S5 e do nervo coccígeo 
(Co). Esse pequeno plexo supre a inervação motora dosmúsculos 
do assoalho pélvico e a inervação sensorial cutânea da pele que 
recobre o cóccix. Os ramos dorsais dos nervos coccígeos 
inervam uma pequena porção da pele sobre o cóccix. 
PARES DE NERVOS CRANIANOS E SUAS FUNÇÕES 
Como os nervos espinais, os nervos cranianos são feixes de 
fibras sensitivas ou motoras que inervam músculos ou 
glândulas, conduzem impulsos de receptores sensitivos ou têm 
uma associação de fibras motoras e sensitivas. São 
denominados nervos cranianos porque emergem da cavidade 
craniana através de forames ou fissuras no crânio (Figura 10.1) e 
são cobertos por bainhas tubulares derivadas das meninges 
cranianas. Existem 12 pares de nervos cranianos, que são 
numerados de I a XII, no sentido rostrocaudal (Figuras 10.1 a 10.4). 
Seus nomes refletem sua distribuição geral ou função. 
Os nervos cranianos conduzem um ou mais dos cinco principais 
componentes funcionais citados a seguir: 
→ Fibras Motoras (eferentes) 
o Fibras motoras para o musculo voluntário: 
Estas incluem os axônios motores somáticos (eferentes 
somáticos gerais). De acordo com a derivação 
embriológica/filogenética de determinados músculos da cabeça 
e do pescoço,1 algumas fibras motoras conduzidas por nervos 
cranianos para o músculo estriado são tradicionalmente 
classificadas como “viscerais especiais”. Quando apropriado, 
essas fibras são designadas motoras somáticas (branquiais), 
referindo-se ao tecido muscular derivado dos arcos faríngeos no 
embrião (p. ex., músculos da mastigação) 
o Fibras motoras que participam da inervação de 
músculos involuntários ou glândulas: 
Estas incluem axônios motores viscerais (eferentes viscerais 
gerais) que constituem o efluxo craniano da parte 
parassimpática da divisão autônoma do sistema nervoso (DASN). 
As fibras pré-sinápticas (pré-ganglionares) que emergem do 
encéfalo fazem sinapse fora do sistema nervoso central (SNC) no 
gânglio parassimpático. As fibras pós-sinápticas (pós-
ganglionares) continuam para inervar músculos lisos e 
glândulas (p. ex., o músculo esfíncter da pupila e a glândula 
lacrimal). 
→ Fibras sensitivas (aferentes) 
o Fibras que conduzem a sensibilidade geral 
(p. ex., tato, pressão, calor, frio etc.) da pele e túnicas mucosas. 
Estas incluem fibras sensitivas gerais (aferentes somáticas 
gerais), conduzidas principalmente pelo NC V, mas também pelo 
NC VII, NC IX e NC X. 
o Fibras que conduzem a sensibilidade das vísceras 
Estas incluem fibras sensitivas viscerais (aferentes viscerais 
gerais) que conduzem informações do glomo e do seio carótico, 
da faringe, da laringe, da traqueia, dos brônquios, dos pulmões, 
do coração e do sistema digestório 
o Fibras que conduzem sensações peculiares 
Estas incluem fibras sensitivas especiais que conduzem o 
paladar e o olfato (fibras aferentes viscerais especiais) e 
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527734608/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-1
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527734608/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-1
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527734608/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-4
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527734608/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#rfn1
 
7 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
aquelas que servem aos sentidos especiais da visão, audição e 
equilíbrio (fibras aferentes somáticas especiais). 
 
 
 
Os nervos olfatório (I) e óptico (II) são exclusivamente 
sensoriais e estão envolvidos nos sentidos especiais do olfato e 
da visão, respectivamente. 
 
O nervo oculomotor (III) inerva quatro dos seis músculos que 
movem o bulbo do olho e o músculo levantador da pálpebra 
superior. Além disso, fibras parassimpáticas do nervo 
oculomotor inervam a musculatura lisa ocular, regulando o 
tamanho da pupila e o formato das lentes dos olhos. 
 
8 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
O nervo troclear (IV) é do tipo motor somático e inerva um dos 
seis músculos responsáveis pela movimentação do globo 
ocular (oblíquo superior). 
 
O nervo trigêmeo (V) possui funções motoras somáticas, 
proprioceptivas e sensoriais cutâneas. Ele é responsável pela 
inervação dos músculos mastigatórios, de um músculo da 
orelha média, de um músculo palatino e de dois músculo da 
região da garganta. Além da propriocepção associada às 
funções motoras somáticas, o nervo trigêmeo também carrega 
informações vindas da articulação temporomandibular, língua 
e bochecha. Lesões ao nervo trigêmeo, portanto, podem 
prejudicar a mastigação. 
O nervo trigêmeo é o que possui a maior variedade de funções 
sensoriais dentre os nervos cranianos e o único envolvido na 
inervação sensorial cutânea da cabeça. Além disso, fornece 
inervação sensorial aos vasos sanguíneos das meninges que 
são associadas à enxaqueca. Embora o mecanismo não seja 
completamente compreendido, o nervo trigêmeo tem par- 
ticipação na gênese de algumas dores de cabeça. Toda a 
inerva- ção cutânea restante vem dos nervos espinais (ver Fig. 
12.14). A denominação trigêmeo significa “três gêmeos”, e a 
distribuição sensorial desse nervo na face é dividida em três 
regiões, cada uma suprida por um de seus ramos. Os três 
ramos do trigêmeo – oftálmico (V1), maxilar (V2) e mandibular 
(V3) – emergem diretamente do gânglio do trigêmeo, o qual 
tem a mesma fun- ção dos gânglios das raízes dorsais dos 
nervos espinais. Apenas o ramo mandibular contém axônios 
motores, os quais ultrapassam o gânglio do trigêmeo, assim 
como ocorre com as raízes ventrais dos nervos espinais. 
Além de suas funções cutâneas, os ramos maxilar e mandi- 
bular do trigêmeo são importantes nas questões odontológicas. 
O nervo maxilar confere inervação sensorial para a porção 
maxilar dos dentes, palato e gengiva, e o ramo mandibular o 
faz para as porções mandibulares – dentes, língua e gengiva. 
Os vários nervos que inervam os dentes são chamados de 
nervos alveolares. 
Os nervos alveolares superiores, que inervam os dentes maxi- 
lares, são oriundos de ramos maxilares do nervo trigêmeo, e os 
nervos alveolares inferiores, que inervam os dentes 
mandibulares, provêm do ramo mandibular desse nervo. 
 
O nervo abducente (VI), assim como o nervo troclear, é um 
nervo motor somático que inerva um dos seis músculos 
responsáveis pela movimentação do globo ocular (músculo reto 
lateral). 
 
 
9 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
O nervo facial (VII) possui funções motoras somáticas, 
sensoriais e parassimpáticas. Ele controla todos os músculos 
res- ponsáveis pela expressão facial, um pequeno músculo na 
orelha média e dois músculos hióideos. Ele também carrega 
informação sensorial gustatória dos dois terços anteriores da 
língua (ver Cap. 15). Além disso fornece inervação 
parassimpática para as glândulas salivares submandibulares e 
sublinguais, bem como as glândulas lacrimais. 
 
O nervo vestibulococlear (VIII), assim como os nervos olfatório e 
óptico, é exclusivamente sensorial e transmite potenciais de 
ação da orelha interna, respondendo pelos sentidos da audição 
e pelo equilíbrio (ver Cap. 15). 
 
O nervo glossofaríngeo (IX), assim como o nervo facial, têm 
funções motoras somáticas, sensoriais e parassimpáticas, e 
possui tanto gânglios sensoriais quanto parassimpáticos. Esse 
nervo é motor somático para um músculo da faringe e provê 
inervação autonômica para as glândulas parótidas. Ele é sen- 
sorial para o sentido da gustação no terço posterior da língua. 
Para esta mesma região da língua e para a orelha média e 
farin- ge, ele fornece inervação sensorial tátil. O nervo 
glossofaríngeo ainda transmite informações acerca da 
estimulação dos recepto- res das artérias carótidas,as quais 
monitoram a pressão arterial e a concentração sanguínea de 
dióxido de carbono, oxigênio e pH (ver Cap. 21). 
 
O nervo vago (X), assim como os nervos facial e glossofa- 
ríngeo, tem funções motoras somáticas, sensoriais e 
parassimpáticas, e possui tanto gânglios sensoriais quanto 
parassimpáticos. A maioria dos músculos do palato mole, da 
faringe e da laringe é inervada por ele. Lesões aos ramos 
 
10 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
laríngeos do nervo vago in- terferem na fala. Esse nervo 
carrega informações sensoriais da parte mais posterior da 
língua (ver Cap. 15). Também tem função sensorial para a 
faringe inferior e a laringe, bem como transmite informações 
sensoriais dos receptores dos arcos aórticos, os quais 
monitoram a pressão arterial e a concentração sanguínea de 
dióxido de carbono, oxigênio e pH (ver Cap. 21). Além disso, o 
nervo vago transmite informações sensoriais dos órgãos 
torácicos e abdominais. 
 
O nervo acessório (XI) é um nervo motor somático que possui 
raízes cranianas e espinais. A raiz craniana une-se ao vago 
(daí o nome acessório) e participa de suas funções. Entretanto, 
a presença de uma raiz craniana no tronco encefálico humano 
é variável. O maior componente do nervo acessório é sua raiz 
espinal, na região cervical superior, a qual entra na cavidade 
craniana por meio do forame magno e sai por meio do forame 
jugular. O nervo acessório provê a principal inervação aos 
músculos do pescoço e dos ombros, o esternocleidomastóideo e 
o trapézio. 
 
O nervo hipoglosso (XII) é um nervo motor somático que emerge 
da superfície ventral do bulbo. Ele fornece inervação aos 
músculos intrínsecos da língua, a três de seus quatro músculos 
extrínsecos, e aos músculos tireo-hióideo e genio-hióideo. 
 
 
 
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12 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
VIAS PIRAMIDAIS E EXTRAPIRAMIDAIS 
Até hoje encontramos nos livros a classificação tradicional dos 
sistemas motores em piramidal e extrapiramidal. A 
denominação se refere às pirâmides bulbares (Figura), um par 
de protuberâncias alongadas da face ventral do bulbo, por onde 
passam as fibras do feixe corticoespinhal. O sistema piramidal, 
então, seria formado pelo córtex motor e o feixe 
corticoespinhal, e o extrapiramidal pelo conjunto dos demais 
núcleos e feixes motores. ^ 
Atribuía-se ao sistema piramidal o comando dos movimentos 
voluntários, e ao sistema extrapiramidal o comando dos 
movimentos involuntários. 
A classificação ficou obsoleta por várias razões. Primeiro, 
porque o “feixe piramidal” (corticoespinhal) não contém apenas 
fibras motoras, mas também um forte contingente de fibras 
originárias do córtex somestésico, que terminam sobre núcleos 
somestésicos do tronco encefálico e sobre o como dorsal da 
medula. Esse contingente não faz parte do sistema motor, 
participando em vez disso da modulação do influxo sensorial, 
quer dizer, da regulação da informação dirigida ao córtex a 
partir dos órgãos sensoriais. Em segundo lugar, a definição de 
sistema extrapiramidal é imprecisa, feita por exclusão (“tudo 
que nâo é piramidal”). Desse modo, reúne indevidamente 
regiões de controle (como os núcleos da base e o cerebelo, que 
não possuem vias descendentes) e regiões de comando de 
diferentes funções (como o núcleo rubro, o colículo superior e 
outros). O feixe rubroespinhal, que seria extrapiramidal, exerce 
na verdade função semelhante à do feixe corticoespinhal (que 
seria piramidal). 
Finalmente, ambos os sistemas operam no comando e no 
controle tanto de movimentos voluntários quanto dos 
involuntários. O córtex cerebral, por exemplo, que seria 
piramidal, participa da modulação dos reflexos, movimentos 
involuntários por excelência. E os núcleos da base, 
extrapiramidais, são responsáveis pelo início de todos os 
movimentos, voluntários ou involuntários. 
A velha classificação, apesar de permanecer no jargão dos 
neurologistas e em alguns livros, é hoje substituída pela 
classificação morfofuncional de Kuypers, que separa o sistema 
lateral - encarregado dos movimentos finos das extremidades 
- do sistema medial – responsável pelos movimentos de ajuste 
postural do tronco. 
SISTEMA PIRAMIDAL 
A motricidade voluntária é a mais evoluída das três formas de 
atividade motora e caracteriza-se pelo mais alto grau de 
independência em relação à influencia imediata do meio. O 
sistema piramidal está constituído pelos tratos corticoespinhal 
e corticobulbar. Os impulsos motores para os tratos 
corticoespinhal e corticobulbar originam-se na células gigante 
piramidais de Betz localizadas na quinta camada do córtex 
cerebral da áreas 6, 4, 3, 1 e 2. 
É a via motora direta do cortex cerebral para a medula espinhal 
e para o tronco encefálico, e sua função é principalmente 
excitatória. O sistema piramidal inerva basicamente os 
músculos voluntarios da cabeça, do pescoço e dos membros. 
Inerva ainda os núcleos dos nervos cranianos que inervam a 
musculatura do mecanismo da fala. 
A coordenação e sincronia dos movimentos finos e delicados são 
devidas ao cerebelo, ao passo que as funções inibitórias 
relacionadas com os movimentos voluntários são mediadas 
pelos gânglios da base. 
 
 
13 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
 
No trato corticoespinhal, as fibras oriundas dos neurônios 
situados principalmente na quinta camada do cortex motor 
primário assumem direção descendente, mergulhando na 
substancia branca subcortical, passando a fazer parte dela e vão 
conectar o cortex cerebral aos neurônios motores da medula. 
Estas fibras tem os trajeto descendente: cortex motor primário 
(área 4) – coroa radiada – capsula interna (onde as fibras se 
torcem e sofrem um afunilamento de modo que as fibras para o 
membro inferior são mais porteriores e as fibras para a face são 
as mais anteriores) – base do pedúnculo cerebral – base da 
ponte (onde se dividem em vários fascículos menores) – 
pirâmide bulbar. 
Nas pirâmides, onde a medula espinhal e a medula oblonga se 
fundem, entre 70 e 90% da fibras do trato corticoepinhal cruzam 
para o lado oposto para descender no funículo lateral como trato 
corticoespinhal lateral ou piramidal lateral. O restante das 
fibras que não cruzam para o lado oposto continuam a 
descender, no funículo ventral, como trato corticoespinhal 
ventral ou piramidal direto. 
Os tratos corticobulbares, seguem, inicialmente, a mesmo via 
que os tratos corticoespinais, diferindo destes principalmente 
pelo fato de transmitirem impulsos aos neurônios motores do 
tronco encefálico e não aos da medula, pois suas células de 
origem situam-se no cortex correspondente ao território 
muscular subordinado aos nervos cranianos. Projetam-se para 
os vários núcleos motores de origem dos nervos cranianos e 
para outros núcleos do tronco encefalico, onde terminam. 
As fibras do trato corticobulbar originam-se principalmente na 
parte inferior da área 4, passam pelo joelho da capsula interna 
e decem pelo tronco encefálico, associadas aos trato 
corticospinhal. À medida que o trato corticobulbar desce pelo 
tronco encefálico, dele se destacam feixes de fibras que vão 
influenciar os neurônios motores dos núcleos da coluna eferente 
somática e eferente visceral especial, origem de diversos nervos 
cranianos. 
Como ocorre no trato corticoespinhal a maioria das fibras do 
trato corticobulbar faz sinapses com neurônios internunciais 
situados na formação reticular, próximo aos núcleos motores, e 
estes ligam-se aos neurônios motores. A atividade corticobulbar 
controla os motoneuronios inferiores que inervam os músculos 
da face, da linga, da faringe e da laringe. 
 
 
14 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
SISTEMA EXTRAPIRAMIDAL 
Este sistemaestá envolvido com atos motores automáticos. 
Trabalha com o SNA para ajudar com a postura e tônus muscular 
e possui mais influência sobre estruturas axiais do que sobre 
estruturas periféricas. A expressão facial é um importante 
comportamento comunicativo que é mediado pelo sistema 
extrapiramidal. É uma via indireta e multissinaptica, 
significando que seus axônios fazem múltiplas sinapses até que 
alcancem seu destino final. 
Os componentes do sistema extrapiramidal incluem diversas 
áreas corticais, os gânglios da base, o núcleo rubro, a substância 
negra, a formação reticular e o cerebelo. Todas essas estruturas 
enviam informações aos neurônios inferiores através de via 
indireta. 
O sistema extrapiramidal tem um importante papel no ato motor. 
Suas projeções levam impulsos motores automáticos para a 
musculatura voluntária de todo o corpo, incluindo músculos da 
fala e deglutição. Durante a fala, os músculos recebem 
informações de ambos os sistemas motores. Este ultimo está 
envolvido principalmente com movimentos mais amplos e 
menos refinados. É responsável por expressões faciais como as 
de tristeza, ironia e felicidade. 
→ O trato rubroespinhal 
Através deste trato, o cerebelo envia seus impulsos para a 
medula e nervos espinhais. As informações cerebelares através 
do pedúnculos cerebelar superior chegam ao núcleo rubro e 
finalmente atingem a medula e os nervos espinhais. Estas 
informações são muito importantes para o sistema motor 
esquelético e para o controle tônico e postural. Este trato 
também facilita atividade dos músculos flexores e inie a 
atividade dos extensores. 
→ O trato reticuloespinhal 
Origina-se nos núcleos reticulares do mesencéfalo, da ponte e 
do bulbo e dirige-se aos nervos espinhais. Assim como o trato 
rubroespinhal, está também envolvido no controle motor 
somático, além de te um papel importante no controle de 
funções autonômicas como a pressão arterial e a respiração. É 
importante também para controlar o nível de consciencia e de 
emoção, 
→ O trato tectoespinhal 
Tem origem em diferentes pontos ao longo do tronco cerebral, 
especialmente no mesencéfalo e termina nos nervos espinhais. 
Recebe impulsos dos olhos e córtex visual. Está envolvido no 
controle do músculos do pescoço e também com reflexos visuais 
e auditivos. Relaciona-se com correções posturais reflexas em 
resposta a estímulos visuais. Assim, quando pulamos aos ouvir 
um barulho forte ou quando nos esquivamos rápido quando algo 
vem em nossa direção, estes tratos é que mediam estas reações. 
→ O trato vestibuloespinhal 
Tem origem nos núcleos vestibulares localizados na região mais 
inferior da ponte e bulbo e também se dirige até a medula e aos 
nervos espinhais. Está envolvido com o equilíbrio e a postura 
além de facilitar a atividade dos músculos extensores e inibir a 
atividade dos flexores. 
EFEITOS FISIOLÓGICO DO SNA 
O SN pode ser dividido funcionalmente em dois grandes 
representantes: o sistema nervoso somático e o sistema nervoso 
visceral. O sistema nervoso autônomo (SNA),também conhecido 
como visceral ou da vida vegetativa, é responsável por 
coordenar a inervação das estruturas viscerais, sendoele muito 
importante para a integração da atividade das vísceras no 
sentido da manutenção da homeostase. 
Como típico representante do sistema nervoso, o SNA também 
apresenta tanto componentes eferentes como aferentes. O 
componente aferente deste sistema é responsável por conduzir 
impulsos nervosos originados em receptores viscerais 
(visceroceptores) até áreas específicas do sistema nervoso 
central. O componente eferente, por sua vez, leva impulsos de 
certos centros até as estruturas viscerais, terminando, pois, em 
músculos lisos, músculo cardíaco ou glândulas. Por 
definiçãoneuroanatômica, denomina-se sistema nervoso 
autônomo apenas o componente eferente deste sistema visceral, 
que se divide em simpático e parassimpático. 
O sistema nervoso autônomo está relacionado com o controle 
das funções corporais, pois é o responsável pelas respostas 
reflexas de natureza automática e controla a musculatura lisa, 
a musculatura cardíaca e as glândulas exócrinas. Desta 
maneira, é ele quem realiza o controle da pressão arterial, 
aumento da frequência respiratória, os movimentos 
peristálticos, a secreção de determinadas substâncias, etc. 
 
15 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
Apesar de ser denominado como SNA, ele não é independente do 
restante do SN, na verdade, ele é interligado ao hipotálamo à 
formação reticular, centros que coordenam respostas 
comportamentais e viscerais para garantir a homeostasia do 
organismo. 
A organização estrutural do ramo eferente do SNA difere 
daquela do SN simpático, visto que as fibras eferentes somáticas 
se originam dos corpos celulares localizados no SNC e inervam 
o músculo estriado sem sinapses interpostas. Em contraste, o 
componente eferente do SNA é representado, por dois neurônios, 
em que neurônios pré-ganglionares, que surgem de corpos 
celulares no eixo cerebrospinal, fazem sinapses com neurônios 
pós-ganglionares, que se originam em gânglios autônomos fora 
do SNC. 
Desta forma, a unidade funcional do SNA se resume nos dois 
neurônios principais de suas vias eferentes: 
• O primeiro neurônio (pré-ganglionar) têm seu corpo 
celular localizado no cérebro ou na medula espinal. Seu 
axônio deixa o SNC para fazer sinapse com o 2º 
neurônio localizado em gânglios nervosos autônomos. 
• O segundo neurônio (pós-ganglionar) tem seu corpo 
celular localizado em gânglios fora do SNC. Seus 
axônios alcançam a estrutura visceral. 
 
As fibras viscerais aferentes do SNA conduzem impulsos 
nervosos originados em receptores situados nas vísceras até 
centros específicos do SNC. A maioria das fibras aferentes que 
veiculam a dor visceral acompanha as fibras do SNA simpático, 
fazendo exceção as fibras que inervam alguns órgãos pélvicos, 
as quais acompanham nervos parassimpáticos. Os impulsos 
nervososaferentes viscerais, antes de penetrar no sistema 
nervoso central, passam por gângliossensitivos(no caso dos 
impulsos quepenetram por nervos espinhais, estes gânglios são 
os próprios gânglios espinhais dorsais). 
Ao contrário das fibras que se originam em receptores 
somáticos, grande parte das fibras viscerais conduz impulsos 
que não se tornam conscientes. Por exemplo, continuamente, 
estão chegando ao nosso SNC impulsos que informam a pressão 
arterial e a concentração de O2 do sangue, sem que possamos 
percebê-los. São, pois, exemplos de impulsos aferentes 
inconscientes importantes para a realização de vários reflexos 
viscerais ou víscero-somáticos. 
Os visceroceptores situados no seio carotídeo são sensíveis às 
variações da pressão arterial e os do glomo carotídeo, às 
variações nas taxas de O2 do sangue. Impulsos neles originados 
são levados ao sistema nervoso central pelo nervo 
glossofaríngeo. Contudo, muitos impulsos viscerais tornam-se 
conscientes manifestando-se sob a forma de sensações de sede, 
fome, plenitude gástrica ou dor. 
A sensibilidade visceral difere da somática principalmente por 
ser mais difusa, não permitindo uma localizaçãoprecisa. Assim, 
pode-se dizer que dói a ponta do dedomínimo, em caso de 
pancada; mas não se pode dizer que dói a primeira ou a segunda 
alça intestinal, por exemplo. Por outro lado, os estímulos que 
determinam dor somática são diferentes dos que determinam 
dor visceral a secção da pele é dolorosa, mas a secção de uma 
víscera não é; a distensão de uma víscera é muito dolorosa, o 
que não acontece com a pele. 
Neurônios pré e pós-ganglionares são os elementos 
fundamentais da organização do componente periférico do SNA. 
No tronco encefálico, os corpos dos neurônios pré-ganglionares 
se agrupam formando os núcleos da coluna eferente visceral 
geral, que funcionam como a origemreal de alguns nervos 
cranianos (como o nervovago, por exemplo). Na medula, eles 
estão presentes do 1º ao 12º segmentos torácicos (T1 a T12), nos 
dois primeiros segmentos lombares(L1 e L2) e nos segmentos 
sacrais S2, S3 e S4. Na porção tóraco-lombar (T1 a L2) da medula, 
os neurônios pré-ganglionares se agrupam formando uma 
coluna muito evidente denominada coluna lateral, presente na 
 
16 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
substância intermédialateral. As fibras pós-ganglionares, por 
sua vez,terminam nas vísceras em contato comglândulase 
músculos liso ou cardíaco. 
Convém lembrar que existem áreas no telencéfalo e no 
diencéfalo que regulam as funções viscerais, sendo as mais 
importantes o hipotálamo e o chamado sistema límbico. 
Impulsos nervosos neles originadossão levados porfibras 
especiais(como é ocaso da formação reticular) que terminam 
fazendo sinapse com os neurônios pré- ganglionares do tronco 
encefálico e da medula. Por este mecanismo, componentes do 
sistema nervoso central influenciam o funcionamento das 
vísceras. 
PARASSIMPÁTICO X SIMPÁTICO 
O SNA apresenta dois componentes: a divisão simpática e a 
divisão parassimpática. Ambas as partes coordenam os 
aspectos fisiológicos que ocorrem continuamente no dia-a-dia 
do ser humano, adaptando-o as mais adversassituações que 
ocorrem no meio. 
Embora sejam duas partes de um mesmo sistema, os 
componentes simpático e parassimpático diferem em muitos 
pontos, sejam eles anatômicos, bioquímicos ou funcionais. 
Basicamente, o SNA simpático medeia reações de luta e 
estresse, enquanto queo SNA parassimpático medeia reações 
de repouso e digestão. Em resumo, falemos agora das 
principais diferenças entre estes dois componentes, 
ressaltando: 
• Diferenças anatômicas; 
• Diferenças funcionais ou fisiológicas. 
Do ponto de vista anatômico, as duas divisões do sistema 
nervoso autônomo podem ser diferenciadas observando-se a 
localização dos seus neurônios pré-ganglionares, o tamanho de 
cada uma de suas fibras e a localização dos neurônios pós-
ganglionares. 
Posição dos neurônios pré-ganglionares: no sistema nervoso 
simpático, os neurônios pré-ganglionares localizam-se no corno 
lateral da medula torácica e lombar alta (de T1 a L2); diz-se, pois, 
que o sistema nervoso simpático é tóraco-lombar. No sistema 
nervoso parassimpático, eles se localizam no tronco encefálico 
(dentro do crânio, em núcleos eferentes viscerais gerais dos 
nervos cranianos: oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago) e na 
medula sacral (S2, S3 e S4); diz-se, pois, que o sistema nervoso 
parassimpático é crâniosacral. 
Posição dos neurônios pós-ganglionares: no sistema nervoso 
simpático, localizam-se longe das vísceras-alvo e próximo da 
coluna vertebral, formando os gânglios paravertebrais e pré- 
vertebrais. No sistema nervoso parassimpático, os neurônios 
pós-ganglionares localizam-se próximo ou dentro das 
vísceras(como ocorre com o plexo de Meissner e o de Auerbach, 
situados na própria parede do tubodigestivo). 
Tamanho das fibras pré e pós-ganglionares: em consequência da 
posição dos gânglios, o tamanho das fibras pré e pós-
ganglionares dos doissistemas são diferentes: a pré-ganglionar 
do SN simpático é curta e a pós é longa; a pré-ganglionar do SN 
parassimpático é longa e a pós é curta. 
De um modo geral, o sistema simpático tem ação antagônica a 
do parassimpático em um determinado órgão. Esta afirmação, 
entretanto, não é válida em todos os casos. Assim, por exemplo, 
nas glândulas salivares, os dois sistemas aumentam a secreção, 
embora a secreção produzida por ação parassimpática seja mais 
fluida e muito mais abundante. 
 Na maioria dos órgãos a inervação autônoma é mista, ou seja, 
recebe tanto um componente simpático como um 
parassimpático que, no geral, realizam funções antagonistas. 
Entretanto, alguns órgãos têm inervação puramente simpática, 
como as glândulas sudoríparas, os músculos eretores do pelo e 
o corpo pineal de vários animais. 
Nas glândulas salivares dos mamíferos, o SN simpático, além de 
inervar os vasos, inerva as unidades secretoras juntamente com 
o parassimpático. Faz exceção a glândula sublingual do homem, 
na qual a inervação das unidades secretoras é feita 
exclusivamente por fibras parassimpáticas mediadas pelo N. 
intermédio. 
Uma das diferenças fisiológicas fundamentais entre o simpático 
e o parassimpático é que este tem áreas sempre localizadas a 
um órgão ou setor do organismo, enquanto as áreas do 
simpático, embora possam ser também localizadas, tendem a 
ser difusas. A base anatômica desta diferença reside no fato de 
 
17 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
que os gânglios do parassimpático, estando próximo das 
vísceras, fazem com que o território de distribuição das fibras 
pós-ganglionares seja necessariamente restrito. Além do mais, 
no sistema parassimpático, uma fibra pré-ganglionar faz 
sinapse com um número relativamente pequeno de fibras pós-
ganglionares. Já no que diz respeito ao sistema nervoso 
simpático, os gânglios estão longe das vísceras e uma fibra pré-
ganglionar faz sinapse com um grande número de fibras pós- 
ganglionares que se distribuem em territórios 
consideravelmente maiores. 
 
É responsável por estimular ações que permitem ao organismo 
responder a situações de estresse, como a reação de lutar ou 
fugir. 
Essas ações são: aumento da frequência cardíaca (efeito 
cronotrópico positivo), aumento da contralidade cardíaca (efeito 
inotrópico positivo), vasoconstrição generalizada, aumento da 
PA, aumento da secreção de adrenalina pela medula da adrenal, 
da concentração de açúcar no sangue (glicemia) e da ativação 
do metabolismo geral do corpo, broncodilatação para melhorar 
as condições respiratórias, dilatação das pupilas para maior 
aporte luminoso ; tudo isso se processa de forma automática, 
independentemente da nossa vontade. 
Ao mesmo tempo em que ocorre essa reação generalizada, 
ocorre também uma constrição nos vasos mesentéricos e 
cutâneos (o indivíduo fica pálido), de modo a mobilizar uma 
maior quantidade de sangue para os músculos estriados; além 
disso, ocorre diminuição do peristaltismo e fechamento dos 
esfíncteres. Na pele, há aumento da sudorose e ereção dos pêlos. 
Ocorre, portanto, neste tipo de condição, uma série de eventos a 
favor da luta e/ou da fuga, com ativação do SNA simpático e 
inativação relativa do parassimpático. 
• PRINCIPAIS ESTRUTURAS ANATÔMICAS 
 
→ Tronco simpático 
Consiste em uma cadeia de gânglios unidos através de ramos 
interganglionares. Cada tronco simpático estende-se, de cada 
lado, da base do crânio até o cóccix, onde termina unindo-se com 
o do lado oposto (constituindo o gânglio ímpar). Os gânglios do 
tronco simpático dispõem-se de cada lado da coluna vertebral 
em toda sua extensão e são gânglios paravertebrais. Na porção 
cervical do tronco simpático temos classicamente três gânglios: 
cervical superior, cervical médio e cervical inferior. 
Usualmente o gânglio cervical inferior está fundido com o 
primeiro torácico, formando o gânglio cérvico-torácico. O 
número de gânglios da porção torácica do tronco simpático é 
usualmente menor (10 a 12) que o dos nervos espinhais torácicos, 
pois pode haver fusão de gânglios vizinhos. Na porção lombar, 
 
18 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
temos de três a cinco gânglios, na sacral de quatro a cinco e na 
coccígea apenas um gânglio, o gânglio ímpar, para o qual 
convergem e no qual terminam os dois troncos simpáticos de 
cada lado. 
 
→ Nervos esplâncnicos e gânglios pré-vertebrais 
Da porção torácica do tronco simpático originam-se, a partir de 
T5, os chamados nervos esplâncnicos: maior, menor e imo, os 
quais têm trajeto descendente, atravessam o diafragma e 
penetram na cavidade abdominal, onde terminam nos chamados 
gânglios prévertebrais. 
Estes localizam-se anteriormente à coluna vertebral e à aortaabdominal, em geral próximo à origem dos ramos abdominais 
desta artéria, dos quais recebem o nome. Assim, existem: dois 
gânglios celíacos, direito e esquerdo, situados na origem do 
tronco celíaco; dois gânglios aórtico- renais, na origem das 
artérias renais; um gânglio mesentérico superior o, outro 
mesentérico inferior, próximo à origem das artérias de mesmo 
nome. Os nervos esplâncnicos maior e menor terminam, 
respectivamente, nos gânglios celíaco e aórtico-renal. Os nervos 
esplâncnicos são constituídos por fibras pré-ganglionares, além 
de fibras viscerais aferentes. 
→ Ramos comunicantes 
Unindo o tronco simpático aos nervos espinhais existem filetes 
nervosos denominados ramos comunicantes, que são de dois 
tipos: ramos comunicantes brancos e ramos comunicantes 
cinzentos. Os ramos comunicantes brancos ligam a medula ao 
tronco simpático, sendo constituídos de fibras pré-ganglionares, 
além de fibras viscerais aferentes. Já os ramos, comunicantes 
cinzentos são constituídos de fibras pós-ganglionares, que, 
sendo amielinicas, dão a este ramo uma coloração ligeiramente 
mais escura. 
Como os neurônios pré-ganglionares só existem nos segmentos 
medulares de TI a L2, as fibras pré-ganglionares emergem 
somente destes níveis, o que explica a existência de ramos 
comunicantes brancos apenas nas regiões torácica e lombar 
alta. Já os ramos comunicantes cinzentos ligam o tronco 
simpático a todos os nervos espinhais. Como o número de 
gânglios do tronco simpático é frequentemente menor que o 
número de nervos espinhais, de um gânglio pode emergir mais 
de um ramo comunicante cinzento. 
→ Filetes vasculares e nervos cardíacos 
Do tronco simpático e dos gânglios pré-vertebrais saem 
pequenos filetes nervosos que se acoplam à adventícia das 
artérias e seguem com elas até as vísceras. Assim, do polo 
cranial do gânglio cervical superior sai o nervo carotídeo 
interno, que pode ramificar-se formando o plexo carotídeo 
interno, que penetra no crânio nas paredes da artéria carótida 
interna. 
Dos gânglios pré-vertebrais, filetes nervosos acoplam-se à 
artéria aorta abdominal e seus ramos. Do tronco simpático 
emergem ainda filetes nervosos que chegam às vísceras por um 
trajeto independente das artérias. Entre estes, temos, por 
exemplo, os nervos cardíacos cervicais superior, médio, e 
inferior, que se dirigem ao coração. 
 
• LOCALIZAÇÃO DOS NEURÔNIOS PRÉ-
GANGLIONARES 
No sistema simpático, o corpo do neurônio pré-ganglionar está 
localizado na coluna lateral da medula de T1 a L2. Daí saem 
fibras préganglionares pelas raízes ventrais, ganham o tronco 
do nervo espinhal e seu ramo ventral, de onde passam ao tronco 
simpático pelos ramos comunicantes brancos. Essas fibras 
terminam fazendo sinapse com os neurônios pós-ganglionares: 
✓ Em um gânglio paravertebral situado no mesmo nível, 
de onde a fibra saiu pelo ramo comunicante branco. 
 
19 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
✓ Em um gânglio paravertebral situado acima ou abaixo 
deste nível e neste caso as fibras pré-ganglionares 
chegam ao gânglio pelos ramos interganglionares, que 
são formados por um grande número de tais fibras. 
✓ Em um gânglio pré-vertebral, onde as fibras pré-
ganglionares chegam pelos nervos esplâncnicos 
(verdadeiros "ramos comunicantes brancos" muito 
longos). 
• LOCALIZAÇÃO DOS NEURÔNIOS PÓS-
GANCLIONARES 
Os neurônios pós-ganglionares estão nos gânglios para e pré-
vertebrais de onde saem as fibras pós-ganglionares, cujo 
destino é sempre uma glândula, músculo liso ou cardíaco. 
✓ Por intermédio de um nervo espinhal: neste caso, as 
fibras voltam ao nervo espinhal pelo ramo comunicante 
cinzento e se distribuem no território de inervação 
deste nervo. 
✓ Por intermédio de um nervo independente: o nervo liga 
diretamente o gânglio à víscera 
✓ Por intermédio de um artéria: as fibras pós-
ganglionares acoplam-se à artéria e a acompanham 
em seu território de vascularização. Assim, as fibras 
pós-ganglionares que se originam nos gânglios pré-
vertebrais inervam as vísceras do abdome, seguindo na 
parede dos vasos que irrigam estas vísceras. 
• INERVAÇÃO SIMPÁTICA DA PUPILA 
As fibras pré-ganglionares relacionadas com a inervação da 
pupila originam-se de neurônios situados na coluna lateral da 
medula torácica alta (TI e T2). Estas fibras saem pelas raízes 
ventrais, ganham os nervos espinhais correspondentes e 
passam ao tronco simpático pelos respectivos ramos 
comunicantes brancos. Sobem no tronco simpático e terminam 
estabelecendo sinapses com os neurônios pós-ganglionares do 
gânglio cervical superior. 
As fibras pós-ganglionares sobem no nervo e plexo carotídeo 
interno e penetram no crânio com a artéria carótida interna. 
Quando esta artéria atravessa o seio cavernoso, estas fibras se 
destacam, passando sem fazer sinapse pelo gânglio ciliar, que 
pertence ao parassimpático c, através dos nervos ciliares 
curtos, ganham o bulbo ocular, onde terminam formando um rico 
plexo no músculo dilatador da pupila. 
Síndrome de Horner: quando as fibras simpáticas para a pupila 
são lesadas. É caracterizada pelos seguintes sinais observados 
do lado da lesão: miose; queda da pálpebra (ptose palpebral), por 
paralisia do músculo tarsal e vasodilatação cutânea e 
deficiência de sudorese na face, por interrupção da inervação 
simpática para a pele. 
Diferentemente do SN simpático, o componente parassimpático 
visa à conservação e ao armazenamento de energia, por 
exemplo, pela promoção da digestão e da absorção de alimentos, 
pelo aumento das secreções das glândulas do trato 
gastrointestinal e pela estimulação do peristaltismo. 
Do ponto de vista anatômico, os neurônios pré-ganglionares do 
SNA parassimpático estão situados no tronco encefálico (mais 
especificamente na coluna eferente visceral geral dos nervos 
cranianos) e na medula sacral. Isto permite dividir este sistema 
em duas partes: uma craniana e uma sacral. 
 
 
 
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• PARTE CRANIANA 
É constituída por alguns núcleos eferentes viscerais do tronco 
encefálico, gânglios e fibras nervosas em relação com alguns 
nervos cranianos. Nos núcleos localizam-se os corpos dos 
neurônios pré-ganglionares, cujas fibras pré-ganglionares 
atingem os gânglios através dos pares cranianos III (oculomotor), 
VII (intermédio), IX (glossofaríngeo) e X (vago). Dos gânglios saem 
as fibras pós-ganglionares, que transitam por uma variedade de 
pequenos ramos nervosos dentro da cabeça, até atingirem as 
glândulas, músculo liso e músculo cardíaco. Os gânglios são 
descritos a seguir: 
✓ Gânglio ciliar: situado na cavidade orbitária, lateralmente ao 
nervo óptico, relacionando- se ainda com o ramo oftálmico 
do trigêmeo. Recebe fibras pré-ganglionares do III par e 
envia, através dos nervos ciliares curtos, fibras pós-
ganglionares, que inervam os músculos ciliares e o esfíncter 
da pupila. 
✓ Gânglio pterigopalatino: situado na fossa pterigopalatina, 
ligado ao ramo maxilar do trigêmeo. Recebe fibras pré-
ganglionares do VII par e envia fibras pós-ganglionares para 
a glândula lacrimal. 
✓ Gânglio ótico: situado junto ao ramo mandibular do trigêmeo, 
logo abaixo do forame oval. Recebe fibras pré-ganglionares 
do IX par e manda fibras pós-ganglionares para a parótida 
através do nervo auriculotemporal. 
✓ Gânglio submandibular: situado junto ao nervo lingual, no 
ponto em que este se aproxima da glândula submandibular. 
Recebe fibras pré-ganglionares do VII par e manda fibras 
pós-ganglionares para as glândulas submandibular e 
sublingual. 
Existe, ainda, na parede ou nas proximidades das vísceras, do 
tórax e do abdome, um grande número de gânglios 
parassimpáticos, em geral pequenos, às vezes consumidos por 
células isoladas. Nas paredes do tubo digestivo eles integram o 
plexo submucoso (de Meissner) e o mioentérico (de Auerbach). 
Estes gânglios recebemfibras pré-ganglionares do vago e dão 
fibras pós-ganglionares curtas para as vísceras onde estão 
situadas. 
• PARTE SACRAL 
Os neurônios pré-ganglionares estão nos segmentos sacrais em 
S2, S3 e S4. As fibras pré-ganglionares saem pelas raízes 
ventrais dos nervos sacrais correspondentes, ganham o tronco 
destes nervos, dos quais se destacam para formar os nervos 
esplâncnicos pélvicos. Por meio deles, atingem as vísceras da 
cavidade pélvica, onde terminam fazendo sinapse nos gânglios 
(neurônios pós-ganglionares) aí localizados. Os nervos 
esplâncnicos pélvicos são também denominados nervos 
eretores, pois estão ligados ao fenômeno da ereção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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VIAS NERVOSAS ENVOLVIDAS NO TATO E 
PROPRIOCEPÇÃO 
As sensações somáticas correspondem aos mecanismos neurais 
responsáveis pela aquisição de informações sensoriais do que 
se passa em todo o corpo. Essas formas de sensação, por serem 
gerais, contrastam com os chamados sentidos especiais, que são 
especificamente a visão, a audição, a olfação, o paladar e o 
equilíbrio. 
CLASSIFICAÇÃO DAS SENSAÇÕES S OMÁTICAS 
As sensações somáticas podem ser classificadas em três tipos 
fisiológicos: (1) as sensações somáticas mecanorreceptivas que 
incluem as sensações de tato e de posição do corpo, cujo 
estímulo é o deslocamento mecânico de algum tecido do corpo; 
(2) as sensações termorreceptivas que detectam frio e calor; e 
(3) a sensação da dor que é ativada por fatores que lesionam os 
tecidos. 
Este capítulo trata das modalidades sensoriais 
mecanorreceptivas de tato e de posição corporal. O Capítulo 48 
discute as modalidades de sensação termorreceptiva e a dor. As 
modalidades sensoriais táteis incluem as sensações de tato, 
pressão, vibração e cócegas, e as modalidades sensoriais 
relacionadas à posição corporal incluem as sensações de 
posição estática e de velocidade dos movimentos. 
As sensações somáticas são também frequentemente 
agrupadas em outras classes, como se segue. 
Sensações exterorreceptivas são as provenientes da superfície 
do corpo. Sensações proprioceptivas são as relacionadas com o 
estado físico do corpo, incluindo as sensações de posição, as 
sensações provenientes dos tendões e dos músculos, as 
sensações de pressão na sola do pé e até mesmo a sensação de 
equilíbrio (que é frequentemente considerada como sentido 
“especial”, e não modalidade sensorial somática). 
As sensações viscerais são as provenientes das vísceras; esse 
termo se refere usualmente às sensações provenientes dos 
órgãos internos. 
As sensações profundas são as provenientes dos tecidos 
profundos, tais como fáscias, músculos e ossos. Incluem 
principalmente a pressão “profunda” a dor e a vibração. 
DETECÇÃO E TRANSMISSÃO DAS SENSAÇÕES TÁTEI S 
Embora o tato, a pressão e a vibração sejam frequentemente 
classificados como sensações distintas, todas elas são 
detectadas pelos mesmos tipos de receptores. Existem três 
diferenças principais entre elas: (1) a sensibilidade tátil resulta 
geralmente da estimulação dos receptores para o tato na pele 
ou nos tecidos imediatamente abaixo da pele; (2) a sensação de 
pressão resulta geralmente da deformação dos tecidos mais 
profundos; e (3)a sensação de vibração é resultado da ocorrência 
de sinais sensoriais repetitivos e rápidos, porém são usados 
alguns dos tipos de receptores para o tato e pressão. 
Existem pelo menos seis tipos completamente diferentes de 
receptores táteis, mas existem outros muito mais similares a 
eles. Alguns foram mostrados na Figura 46-1 do capítulo 
anterior; suas características especiais são as seguintes. 
 
Primeira, algumas terminações nervosas livres, encontradas em 
toda a pele e em muitos outros tecidos, podem detectar tato e 
pressão. Por exemplo, mesmo contato leve com a córnea do olho 
que não contém outro tipo de terminação nervosa além das 
terminações nervosas livres pode mesmo assim desencadear 
sensações de tato e de pressão. 
 
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Segunda, um receptor tátil com grande sensibilidade é o 
corpúsculo de Meissner(ilustrado na Figura 46-1), terminação de 
fibra nervosa sensorial mielinizada grossa (tipo AP), alongada e 
encapsulada. Dentro da cápsula encontra-se muitos filamentos 
neurais ramificados. Esses corpúsculos estão presentes na pele 
glabra e sãoparticularmente abundantes nas pontas dos dedos, 
nos lábios e em outras áreas da pele onde a capacidade de 
discriminar localizações espaciais das sensações táteis está 
muito desenvolvida. Os corpúsculos de Meissner se em fração de 
segundo depois se serem estimulados, o que significa que são 
particularmente sensíveis ao movimento de objetos na 
superfície da pele, como também à vibração de baixa frequência. 
Terceira, as pontas dos dedos e outras áreas que contêm um 
grande número de corpúsculos de Meissner também contêm 
grande número de receptores táteis com terminação expandida 
,e um desses tipos são os discos de Merkel ,mostrados na Figura 
47-1. A pele com pelos também contém número moderado de 
receptores com terminações expandidas, diferentes dos 
corpúsculos de Meissner. Esses receptores diferem dos 
corpúsculos de Meissner por transmitirem sinal inicialmente 
forte mas que se adapta parcialmente e, em seguida, sinal mais 
fraco e contínuo que se adapta lentamente. Assim sendo, eles 
são responsáveis por detectar os sinais mantidos, o que 
possibilita que seja percebido o toque contínuo dos objetos sobre 
a pele. 
Os discos de Merkel são frequentemente agrupados no órgão 
receptor chamado receptor em cúpula de Iggo, que se projeta 
contra a parte inferior do epitélio da pele, como mostrado 
também na Figura 47-1. Isso provoca protrusão externa nesse 
ponto do epitélio, criando assim uma cúpula e se constituindo em 
receptor extremamente sensível. Observe também que todo o 
conjunto dos discos de Merkel é inervado por uma só fibra 
nervosa mielinizada e grossa (tipo AP). Esses receptores, 
juntamente com os corpúsculos de Meissner discutidos acima, 
desempenham papéis extremamente importantes na 
localização das sensações táteis, em áreas específicas da 
superfície do corpo e na determinação da textura do estímulo. 
Quarta, o leve movimento de qualquer pelo do corpo estimula 
uma fibra nervosa conectada à base do pelo. Assim, cada pelo e 
sua fibra nervosa basal, chamada de órgão terminal do pelo, são 
também receptores táteis. O receptor se adapta rapidamente e, 
assim como os corpúsculos de Meissner, detecta principalmente 
(a) o movimento de objetos na superfície do corpo ou (b) o contato 
inicial do objeto com o corpo. 
Quinta, localizados nas camadas mais profundas da pele e 
também nos tecidos internos mais profundos estão muitas 
terminações de Ruffini que são terminações encapsuladas 
multirramificadas, como mostrado na Figura 46-1. Essas 
terminações se adaptam muito lentamente e, portanto, são 
importantes para a sinalização dos estados contínuos de 
deformação dos tecidos, como os sinais de tato e de pressão 
intensos e prolongados. Elas também são encontradas nas 
cápsulas articulares e ajudam a sinalizar o grau de rotação 
articular. 
Sexta, os corpúsculos de Pacini, discutidos em detalhes no 
Capítulo 46, situam-se imediatamente abaixo da pele e, 
profundamente, nos tecidos das fáscias. Eles são estimulados 
apenas pela compressão local rápida dos tecidos, porque se 
adaptam em poucos centésimos de segundo. Dessa forma, eles 
são particularmente importantes para a detecção da vibração 
tecidual ou de outras alterações rápidas do estado mecânico dos 
tecidos. 
Quase todos os receptores sensoriais especializados, tais como 
os corpúsculos de Meissner, os receptores em cúpula de Iggo, os 
receptores pilosos, oscorpúsculos de Pacini e as terminações de 
Ruffini, transmitem seus sinais pelas fibras nervosas do tipo A(3, 
com velocidades de condução variando de 30 a 70 m/s. Ao 
contrário, os receptores táteis, como as terminações nervosas 
livres, transmitem sinais principalmente pelas fibras 
mielinizadas do tipo Aô que conduzem com velocidades de 
apenas 5 a 30 m/s. 
Algumas terminações nervosas livres táteis transmitem seus 
sinais pelas fibras a mielínicas do tipo C, com velocidades 
variando de menos de um metro até 2 m/s; essas terminações 
enviam sinais para a medula espinhal e para a parte inferior do 
tronco cerebral, provavelmente transmitindo, em grande parte, 
a sensação de cócegas (comichão). 
Assim, os tipos mais críticos de sinais sensoriais —os que 
ajudam a determinar a localização precisa na pele, as mínimas 
graduações de intensidade, ou as alterações rápidas da 
intensidade do sinal sensorial —são todos transmitidos por 
fibras de condução mais rápida. Ao contrário, os sinais menos 
 
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discriminativos, tais como a pressão, o tato pouco localizado e 
especialmente a sensação de cócegas (prurido e comichão), são 
transmitidos por fibras nervosas muito finas e muito mais lentas, 
que requerem menos espaço no feixe de fibras nervosas do que 
as fibras rápidas. 
VIAS SENSORIAIS PARA A TRANSSMISSÃO DOS SINAIS 
SOMÁTICOS ATÉ O SNC 
Quase todas as informações sensoriais dos segmentos 
somáticos do corpo entram na medula espinhal pelas raízes 
dorsais dos nervos espinhais. Entretanto, do ponto de entrada na 
medula até o encéfalo, os sinais sensoriais são conduzidos por 
uma de duas vias sensoriais alternativas: (1) o sistema da coluna 
dorsal-lemnisco mediai ou (2) o sistema anterolateral. Esses 
dois sistemas se juntam de novo, parcialmente, no tálamo. 
O sistema da coluna dorsal-lemnisco mediai, como seu nome 
indica, transmite os sinais ascendentes até o bulbo, 
principalmente pelas colunas dorsais da medula espinhal. Em 
seguida, depois que as vias fazem sinapse e cruzam para o lado 
oposto no bulbo, seguem pelo tronco cerebral até o tálamo, pelo 
lemnisco mediai. 
Por sua vez, as vias componentes do sistema anterolateral, 
imediatamente após entrarem na medula pelas raízes nervosas 
dorsais, fazem sinapse nos cornos dorsais da substância 
cinzenta medular, cruzando em seguida para o lado oposto da 
medula e ascendendo pelas colunas anterior e lateral da medula 
espinhal. Elas terminam em todos os níveis do tronco cerebral e 
no tálamo. 
O sistema da coluna dorsal-lemnisco mediai é composto por 
fibras nervosas grossas e mielinizadas que transmitem os sinais 
para o encéfalo com velocidades de 30 a 110 m/s, enquanto o 
sistema anterolateral é composto por fibras mielinizadas mais 
finas que transmitem sinais com velocidades variando de alguns 
metros por segundo até 40 m/s. 
Outra diferença entre os dois sistemas é que o sistema da coluna 
dorsal-lemnisco mediai apresenta alto grau de organização 
espacial das fibras nervosas, em relação à sua origem, enquanto 
o sistema anterolateral tem a organização espacial muito 
menor. Estas diferenças caracterizam imediatamente os tipos de 
informações sensoriais que podem ser transmitidas pelos dois 
sistemas. Isto é, a informação sensorial que tem de ser 
transmitida rapidamente e com fidelidades temporal e espacial 
é transmitida principalmente pelo sistema da coluna dorsal-
lemnisco mediai; a que não precisa ser transmitida rapidamente 
ou com grande fidelidade espacial é transmitida principalmente 
pelo sistema anterolateral. 
O sistema anterolateral apresenta capacidade especial que o 
sistema dorsal não tem: a capacidade de transmitir amplo 
espectro de modalidades sensoriais —dor, calor, frio e as 
sensações táteis não discriminativas grosseiras; a maioria delas 
é discutida em detalhes no Capítulo 48. O sistema dorsal está 
limitado aos tipos discriminativos das modalidades sensoriais 
mecanorreceptivas. 
 
 
 
25 NEURO | TUTORIA | MED UNIT P3 | RAYSSA OLIVEIRA SANTOS 
SENSAÇÕES DE POSIÇÃO 
As sensações de posição são frequentemente também chamadas 
sensações proprioceptivas. Elas podem ser divididas em dois 
subtipos: (1) sensação de posição estática que significa a 
percepção consciente da orientação das diferentes partes do 
corpo relacionadas entre si e (2) sensação de velocidade do 
movimento, também chamada de cinestesia ou propriocepção 
dinâmica. 
A percepção da posição, tanto estática, como dinâmica, depende 
do conhecimento dos graus de angulação de todas as 
articulações, em todos os planos e de suas velocidades de 
variação. Portanto, múltiplos tipos diferentes de receptores 
auxiliam a determinar a angulação articular e são usados, em 
conjunto, para a sensação de posição. São usados tanto 
receptores táteis cutâneos como receptores profundos, 
próximos das articulações. No caso dos dedos, onde receptores 
cutâneos existem em grande abundância, acredita-se que até 
metade do reconhecimento da posição seja detectada por eles. 
Ao contrário, na maioria das maiores articulações do corpo, os 
receptores profundos são mais importantes. 
Para a determinação da angulação articular, nas faixas médias 
do movimento, entre os receptores mais importantes estão os 
fusos musculares. Eles também são extremamente importantes 
no auxílio do controle do movimento muscular, como veremos no 
Capítulo 54. Quando o ângulo da articulação está variando, 
alguns músculos são estirados enquanto outros não, e a 
informação sobre o estiramento final dos fusos é transmitida 
para o sistema computacional da medula espinhal e das regiões 
superiores do sistema da coluna dorsal, para a decifração das 
angulações articulares. 
Nos extremos da angulação articular, o estiramento dos 
ligamentos e dos tecidos profundos, em torno das articulações, 
é fator adicional importante na determinação da posição. Os 
tipos de terminações sensoriais usadas para isso são os 
corpúsculos de Pacini, as terminações de Ruffini e os receptores 
similares aos órgãos tendinosos de Golgi, encontrados nos 
tendões musculares. 
Os corpúsculos de Pacini e os fusos musculares são 
especialmente adaptados para a detecção de altas velocidades 
de variação. É provável que eles sejam os principais receptores 
responsáveis pela detecção da velocidade do movimento. 
 
 
Os receptores proprioceptivos são mecanorreceptores situados 
no interior dos músculos, tendões e cápsulas articulares. Os 
receptores musculares são fibras aferentes de tipo Ia (portanto 
mielínicas, de grosso calibre e alta velocidade de condução), que 
fazem parte de minúsculos órgãos especializados chamados 
fusos musculares, capazes de detectar as variações de 
comprimento do músculo no qual estão situados. Quando o 
músculo aumenta de comprimento, aparece um potencial 
receptor de amplitude proporcional que provoca o disparo de 
uma salva de potenciais de ação conduzidos pelas fibras Ia em 
direção à medula através dos nervos espinhais, ou rumo ao 
tronco encefálico através do nervo trigêmeo. O sistema entra em 
ação no músculo bíceps do braço, por exemplo, quando levamos 
a mão do ombro ao joelho, provocando o relaxamento do bíceps 
e portanto o aumento do seu comprimento. 
Os receptores tendinosos, por sua vez, são fibras aferentes do 
tipo Ib (também mielínicas, mas de diâmetro ligeiramente 
menor), que fazem parte de outros miniórgãos especializados 
chamados órgãos tendinosos de Golgi. Neste caso, o estímulo que 
provoca potenciais receptores nessas fibras é a tensão sobre os 
tendões. Esse estímulo atua nos tendões do bíceps do braço, por 
exemplo, quando tentamos levantar um objeto muito pesado. 
Quando isso ocorre, o músculo não muda necessariamente de 
comprimento (porque não conseguimos levantar o objeto), e, 
como encontra resistência, traciona os tendões exercendo força 
sobre eles, e assim ativando osreceptores dos órgãos 
tendinosos. Resultam salvas de PAs produzidos pelos potenciais 
receptores nas fibras Ib e conduzidos até a medula pelos nervos 
espinhais, ou até o tronco encefálico pelo nervo trigêmeo. 
Os receptores articulares são conhecidos por suas 
características fisiológicas, mas sua morfologia ainda não foi 
devidamente caracterizada. Sabe-se que não há órgãos 
receptores especializados nas articulações, mas apenas 
terminações livres de fibras de tipo mal conhecido, que se 
integram aos nervos espinhais e ao nervo trigêmeo junto com as 
demais fibras sensitivas. Conhece-se, no entanto, o estímulo que 
as ativa: variações de ângulo articular. Alguns desses 
receptores são ativados quando a articulação se abre (aumento 
do ângulo articular), outros são ativados pelo movimento oposto, 
que resulta em fechamento da articulação. 
 
 
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Como praticamente todos os músculos, tendões e articulações 
dispõem de proprioceptores. de um modo ou de outro quaisquer 
movimentos do corpo, ativos ou passivos, e até mesmo a 
manutenção desíe em uma posição estática, provocam a 
ativação das libras aferentes. No caso das que se originam na 
cabeça, como já vimos, os seus somas pertencem a neurônios 
primários situados no gânglio trigêmeo e as suas terminações 
sinápticas contactam os neurônios de segunda ordem situados 
no núcleo principal desse nervo craniano. No caso das fibras que 
se originam no corpo, os seus somas estão situados nos gânglios 
espinhais, e seus prolongamentos centrais trafegam pelo feixe 
da coluna dorsal até os núcleos grácil e cuneiforme, onde se 
situam os neurônios de segunda ordem. Daí em diante, as fibras 
secundárias unem-se às do núcleo principal do trigêmeo no 
lemnisco medial, até atingirem o núcleo ventral posterior do 
tálamo, onde fazem sinapses com os neurônios de terceira 
ordem. A região cortical que recebe as informações 
proprioceptivas é a área 3a do giro pós-central do lado oposto 
(Tabela 7.2). A organização estrutural e as características 
funcionais das vias propríoceptivas são semelhantes às do tato 
fino (Tabela 7.1). 
É importante notar, no estudo das vias ascendentes 
propríoceptivas, que muitas das fibras primárias que constituem 
o sistema de propriocepção consciente emitem ramos colaterais 
logo ao entrar no SNC, os quais atingirão o cerebelo e outras 
estruturas rombencefálicas participantes do sistema de 
propriocepção inconsciente. Desse modo, as mesmas 
informações codificadas pelos proprioceptores musculares, 
tendinosos e articulares são utilizadas pelo sistema nervoso 
simultaneamente para produzir percepção e para exercer o 
controle da motricidade.

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