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Análise do filme: As sufragistas

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Análise do filme: “As sufragistas”
O filme “As sufragistas”, dirigido por Sarah Gavron, retrata a luta histórica da União
Nacional pelo Sufrágio Feminino, um grupo de pessoas - em sua maioria mulheres - que,
irrealizadas com o governo sexista e opressor ao qual estavam submetidas, deram início a uma
série de manifestações que tinham como principal objetivo levar a voz feminina ao espaço
parlamentar através do voto. O marco revolucionário, que teve início na Londres do século
XX expandindo-se gradativamente ao redor do mundo após seu estopim no Reino Unido, na
obra é ambientado em uma fábrica de produção têxtil caracterizada por submeter seus
funcionários a condições desiguais de trabalho, nas quais as mulheres trabalham por mais
horas que os homens e recebem salários menores. É nesse contexto que a protagonista do
filme Maud Watts (Carey Mullingan) abre mão de seu trabalho e da sua família para lutar em
prol dos direitos das mulheres. A obra cinematográfica se constrói em uma narrativa que
conta os principais conflitos vivenciados pelas mulheres em sua luta pela liberdade de direito,
relatando desde suas manifestações passivas que caracterizaram o início do movimento até
seus atos rebeldes que passaram a acontecer após agressões violentas da polícia local.
Inspiradas pelos ideais de liberdade da personagem Emmeline Pankhurst (Meryl Streep), as
integrantes do grupo - denominadas de Sufragistas - desafiam o poder do Estado em um
movimento de resistência que atrai a atenção da mídia para a causa defendida. Uma reflexão
feita a partir da importância dos movimentos sociais para a construção de uma sociedade
igualitária fica evidente ao final do filme quando é apresentado as datas de sanção das leis que
permitiam o voto feminino nos mais diversos países do mundo, apesar disso é preciso
reconhecer que as discussões acerca dos direitos das mulheres é uma luta antiga, a qual é
constantemente silenciada por uma força opressora proveniente de interesses dominantes
(Bittencourt, 2015). Para mais, é válido pontuar a pluralidade que marcou os movimentos que
buscaram, e buscam, a ampliação dos direitos das mulheres ao longo da história,
reconhecendo assim que um movimento como este possui, para além de um ideal centralizado
em uma temática única, também uma dinâmica sócio-política que influencia diretamente nas
suas formas de manifestação e repercussão, assim o envolvimento em questões deste gênero
exigem uma posição contínua de flexibilidade e empatia, de modo a não confluirem para o
que Paulo Freire (1970) chama de “uma condição de aderência ao opressor”, na qual a
opressão naturalizada se tornaria a condição buscada pelo oprimido. As mulheres sufragistas
despertaram o movimento hoje conhecido como feminismo, o qual resiste na luta contra
explorações de gênero e na reivindicação dos direitos das mulheres, ademais é preciso
compreender que esta é uma luta que ultrapassa questões políticas e sociais pois, para além de
uma desigualdade estrutural, mulheres são constantemente privadas de sua liberdade de
existir, oprimidas e violentadas, o direito de viver tem sido negado a mulheres por muitos
anos por motivos injustificáveis, por fim o filme acende a esperança de que um dia as
mulheres serão tratadas como iguais e não terão mais que gritar para serem ouvidas.
REFERÊNCIAS
BITTENCOURT, Naiara Andreoli. Movimentos feministas: As "ondas" dos movimentos
feministas e o eurocentrismo da história. Insurgência, Brasília, v. 1, n. 1, p.198-210, jun. 2015.
FREIRE, Paulo (1970). A pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

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