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Material compilado para estudo – Prof. Angela Amancio-dos-Santos Setembro/2020 - 1 SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO O Sistema Estomatognático (SE) é um conjunto formado por estruturas estáticas (mandíbula, maxila, arcos dentários, ATMs e osso hióide) e estruturas dinâmicas (músculos mastigatórios, supra e infra-hioideos e de língua, lábios e bochecha). Ambas atuam em conjunto, de forma equilibrada, e são controladas pelo sistema nervoso central para realizar as funções estomatognáticas (sucção, respiração, deglutição, fala e mastigação). A fala está intimamente relacionada à morfofisiologia do SE. Os dentes, ossos e grupos musculares exercem um papel fundamental na determinação dos padrões acústicos e articulatórios. Ela é um dos principais meios de interação social. A mastigação também requer o equilíbrio adequado no funcionamento das estruturas do SE, incluindo músculos, dentes e ossos. Ela é uma das funções mais importantes desse sistema, pois contribui para a nutrição do organismo. A mastigação inicia o processo de alimentação, triturando e preparando o alimento e favorecendo a deglutição e a digestão. A mastigação deve ocorrer após o corte do alimento com os incisivos, com lábios fechados, sem ruídos ou participação exagerada da musculatura perioral; deve permitir a lateralização do alimento e ocorrer de forma bilateral alternada, com movimentos rotatórios de mandíbula e com simetria de força muscular. Fonte: Andrade RA, Cunha MD, Santos-Reis AMC. Análise morfofuncional do sistema estomatognático em usuários de prótese total convencional do Centro Integrado de Saúde – CIS. Rev. CEFAC, 19(5), 2017. doi.org/10.1590/1982-021620171955817 Material compilado para estudo – Prof. Angela Amancio-dos-Santos Setembro/2020 - 2 OLFATO E PALADAR* OLFATO Um dos sentidos mais antigos. Não consideramos o papel essencial do olfato até que uma lesão (ou resfriado, ou COVID-19) afete a nossa capacidade olfatória. Permite-nos sentir o cheiro do alimento (cheiro + sabor do alimento = flavor), dos perfumes; até mesmo, o cheiro do lixo (lembrando que os odores desagradáveis podem indicar a necessidade de proteção). SISTEMA OLFATÓRIO HUMANO - Neurônios olfatórios primários (células receptoras olfatórias), seus axônios formam o nervo olfatório (nervo craniano I). - Nervo olfatório – fazem sinapse com neurônios sensoriais secundários, localizados no bulbo olfatório, que processa a informação sensorial de entrada. - Neurônios de segunda e de terceira ordem se projetam do bulbo olfatório, pelo trato olfatório para o córtex olfatório. - Bulbo olfatório – recebe informações sensoriais provenientes do epitélio olfatório; recebe também informações corticais. Além disso, existem conexões entre os dois bulbos olfatórios. O bulbo olfatório está localizado na parte inferior do lobo frontal. As vias olfatórias levam informações para a amígdala e o hipocampo, partes do sistema límbico que estão envolvidas com a emoção e a memória. Daí o porquê de o olfato, bem como o paladar estarem muito relacionados à memória e à emoção. Um perfume especial ou o aroma de um alimento pode desencadear memórias e criar uma onda de nostalgia em relação ao tempo, ao espaço ou à pessoa com quem o aroma está associado. As células receptoras olfatórias nos humanos estão concentradas em cerca de 3 cm 2 do epitélio olfatório, localizado na parte superior da cavidade nasal. As células receptoras olfatórias, diferente de outros neurônios, têm uma vida curta, sendo substituídas a cada dois meses, aproximadamente. As células-tronco da camada basal do epitélio olfatório se dividem continuamente para criar novos neurônios. As células receptoras olfatórias possuem cílios imóveis (dendritos) que estão embebidos por uma camada de muco. Nesses cílios estão presentes as proteínas receptoras de odorantes. Os odorantes devem se dissolver no muco. Cada receptor odorante é sensível a várias substâncias. Receptores de odorantes são proteínas acopladas à proteína G-AMPc (Fig. 1). *Propriedades que estão incluídas na quimiorrecepção. Material compilado para estudo – Prof. Angela Amancio-dos-Santos Setembro/2020 - 3 Figura 1 – Trandução olfatória PALADAR O sentido da gustação (paladar) é uma combinação de cinco sensações básicas (doce, azedo – ácido, salgado, amargo e umami) e está intimamente relacionado com o olfato. Muito do que chamamos de gosto do alimento é, na verdade, o aroma. Umami: glutamato + nucleotídeos; palavra derivada do japonês, delicioso. Os receptores gustatórios estão localizados nos botões gustatórios agrupados na superfície da língua. Um botão gustatório contém de 50 a 150 receptores gustatórios, contém células de sustentação e células basais regenerativas. Cada botão gustatório possui um poro gustatório. Também existem receptores em outras regiões orais, como o palato. Cada célula receptora gustatória é uma célula epitelial polarizada, não neural. Possuem microvilosidades na porção apical da membrana para aumentar a superfície de contato. Para que uma substância seja degustada, ela deve primeiro se dissolver na saliva e no muco da boca. Os ligantes dissolvidos interagem com uma proteína receptora na membrana apical da célula receptora gustatória. Essa ligação dará início a uma cascata de transdução de sinal que termina com uma série de potenciais de ação no neurônio sensorial primário. As células gustatórias pré-sinápticas (células tipo III) para salgado ou ácido liberam o neurotransmissor serotonina por exocitose. As células que captam doce, amargo e umami (células receptoras ou do tipo II) não formam sinapses tradicionais; elas liberam ATP através de canais semelhantes a junções comunicantes. O ATP atua tanto nos neurônios sensoriais como nas células pré-sinápticas vizinhas; formam interações complexas. Material compilado para estudo – Prof. Angela Amancio-dos-Santos Setembro/2020 - 4 Figura 2 - Transdução do sinal gustatório Os neurotransmissores (ATP e serotonina) ativam os neurônios gustatórios primários, cujos axônios seguem pelos nervos cranianos VII, IX e X para o bulbo, onde fazem sinapse. Em seguida, essas vias seguem para o tálamo e córtex gustatório. Fonte: Silverthorn DU (2010). Fisiologia Humana: uma abordagem integrada. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed.
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