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Síntese Esquemática – Unidade 3 – Seção 3.3 Aluna: Fernanda Maria Oiczenasz Baldissera Disciplina: Filosofia e Ética O assunto escolhido para ser abordado foi “Ética a partir dos paradigmas”, da seção 3.3, pois este versa sobre o comportamento humano perante a ética desde os primórdios, trazendo a reflexão sobre o comportamento do homem, sua relação com outros e com o mundo ao seu redor. Esta seção apresenta um conteúdo do qual tenho muito interesse, visto que ele compreende assuntos desde o mito até o tempo atual, propondo reflexões acerca da responsabilidade, igualdade, sabedoria, participação na sociedade e busca por um futuro melhor. Ética a partir dos paradigmas A Ética é vista como um conjunto de ideias, normas e princípios do convívio humano, que orientam a humanidade pela busca de uma boa vida e convivência com outros seres humanos. Ela possibilita distinguir o bem e o mal, o certo e o errado, além de conduzir as ações humanas, voltadas para a sobrevivência, realização e convivência. É o conjunto de conhecimentos e teorias, expressos em princípios e normas, de que se serve a vontade humana para bem conduzir as suas ações. Tendo isso em vista, é importante distinguir alguns conceitos, que na sua origem, expressam uma forma de comportamento adquirido : • Deontologia = conjunto de deveres e normas adotados por um grupo profissiona l; • Moral = Usos e costumes, mas também pode ser o conjunto de regras adquiridas pelo hábito; • Ética = Modo de ser, caráter adquirido; Às vezes, não se faz distinção entre moral e ética, porém entre os pensadores, a moral é o conjunto de normas que regulamentam as ações no convívio social e a ética, a reflexão da prática moral, ou seja, o objeto da ética é a moral. O surgimento da ética se deu nas sociedades primitivas, desde que o homem decidiu viver em sociedade, pois, viver sem uma regulamentação não funciona. E foi com a moral tornando-se insuficiente para a boa convivência surgiram as normas jurídicas. Vale salientar que a base da ética é a cultura, o hábito e o modo de viver em grupo. A complexidade das relações exige cada vez mais princípios para uma boa convivência e a ética é o resultado da visão do homem, onde através da sua modificação cresce a busca pelo crescimento individual, marcando o início da modernidade e produzindo reflexos negativos. Existem alguns Grandes Paradigmas que servem de fundamento da ética. São eles: Mitológico; Objetividade; Subjetividade e o paradigma da Intersubjetividade ainda em construção. A história da Ética a partir dos paradigmas: Paradigma Mitológico -período anterior a filosofia- • Cosmovisão: A Terra é o centro de tudo, e tudo é controlado por Deuses, seres sobrenaturais. A natureza conspira contra o homem e o levam a concluir sua fragilidade; • Antropologia: Homem se julga inferior, sujeito as vontades e ações dos Deuses; • O ideal Ético é de que homem deve viver conforme os limites impostos pelos Deuses; • Crise: O mito era a fonte que explicava tudo, mas com o tempo, o homem já não se satisfazia mais com ele, nascendo uma nova visão, baseada na razão. Paradigma da Objetividade - início da filosofia até a época moderna (Razão Clássica). • Cosmovisão: Universo deixa de ser tão assustador, mas o geocentrismo permanece. Os Deuses deram lugar à Razão Universal ou ao Deus único dos cristãos. Entende-se que seria necessária no mundo uma ordem objetiva, perfeita, alcançada pela fé ou pelo esforço intelectual. • Na Antropologia, o homem não se sujeita mais aos mitos, começa a buscar explicações mais racionais, quanto mais souber, mais livre será. • “A Ética compreende buscar cada vez mais sabedoria, o nosso agir depende exclusivamente do conhecimento que temos.” -Sócrates. Aristóteles também defende que é uma obrigação moral do homem buscar o saber teórico e o saber nos leva à virtude. A moral resulta do uso correto da razão. • Esse paradigma entre em crise, quando o homem se dá conta de que não existe uma razão que possa elucidar essa ordem. Paradigma da Subjetividade - Início do século 16 com Descartes. Marcado pela Razão moderna, onde o homem está colocado no centro. Além disso começa o Heliocentrismo. • Cosmovisão: Universo tem suas leis, mas sua existência só tem sentido na medida que está aí para servir ao homem. Aumenta a valorização da técnica e há um controle maior sobre a natureza. • Antropologia: Homem=Sujeito=Senhor. As Ciências baseadas na razão e no método experimental, resolvem os problemas humanos e a busca pela inovação tecnológica torna-se uma obsessão fazendo a verdade deixar de ser algo absoluto. • Ética: O sujeito é que determina o bom, e o bom depende das circunstâncias e interesses. Cada um anseia exercitar sua liberdade e poder. • Crise: Fim da ética, pois tudo se relaciona ao indivíduo e oscila de acordo com sua vontade. Cada um tem sua própria vontade, que é a fonte da verdade, o homem tornou-se dono de si. Homem e o problema da razão instrumental: avanços importantes, mas que excluem muitas pessoas, além do desrespeito a natureza que aos poucos vai matando o homem. Novo critério de verdade = verdade acompanha o atual, causando a acomodação do homem e aumento de suas atitudes negativas. Paradigma da Intersubjetividade Comunicativa - Está em construção=Proposta neomoderna • Cosmovisão: Homem se conscientiza sobre a imensidão do universo e o reconhece, pensa na preservação da natureza como preservação da própria vida. • Antropologia: Razão técnica precisa ser controlada pela razão comunicativa. Se constrói uma nova compreensão do que é a produção de conhecimento científico, um resultado do entendimento em torno de um mundo objetivo e social. A verdade é provisória, pois novos elementos podem levar a outra situação. • Ética: Virá do entendimento que será produzido em torno de diversos temas morais, cada discurso terá como objetivo a validade e buscará a justiça, não a verdade. É uma construção coletiva, com base na discussão argumentativa com um entendimento consensual. Mas o consenso só será possível em uma cultura que se priorize: igualdade, responsabilidade e dedicação. Desde o princípio o homem tem uma mentalidade hierárquica, onde se idolatra quem sabe, ou tem um pouco mais. Entretanto, diante dos problemas que enfrentamos, diante da imensidão do mundo desconhecido, somos todos pequenos e iguais. Somos todos iguais por natureza, e as diferenças de um em relação ao outro, quando tomamos o conjunto da sociedade, nada significam (Hobbes, século 17). Enquanto a igualdade não for cultivada, a sociedade manterá a mesma hierarquia, com os privilegiados e os marginalizados, impossibilitando uma verdadeira sociedade, impossibilitando um possível novo futuro para a nação. A ação do homem é uma ação livre, por isso ele é sempre responsável por suas ações, mas é comum observar que culpamos os outros pelos nossos atos, porém se queremos um mundo melhor/ diferente, primeiro precisamos praticar a responsabilidade. Nossas ações não são culpa de terceiros, são causadas por nós mesmos e enquanto não reconhecermos isso, estaremos exterminando a ética, o que impossibilita nossa completa liberdade. O ser humano tem tendência de praticar o menor esforço possível, sem nem pensar nas consequências, assim se propõe a superação da “lei” do menor esforço, pois o homem só se realiza, se humaniza, pela sua ação, e ação significa superar obstáculos, ter dedicação. As gerações atuais estão sendo formadas com acomodação, recebendo tudo pronto, não tendo acesso a novas conquistas, nem a sensação de estar realizado ao conseguir algo. Fica claro que só irá existir realização humana quando toda a sociedade participar efetivamente e com responsabilidade.
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