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ESTÉTICA E DESIGN APLICADO À PUBLICIDADE AULA 3 Prof. Eduardo Ferreira 2 CONVERSA INICIAL Dando sequência aos nossos estudos da disciplina de Estética e o Design Aplicado à Publicidade, vamos ver alguns princípios e conceitos para uma boa criação e organização dos elementos dentro de projetos gráficos. Quando pensamos em um projeto gráfico, precisamos distribuir os elementos para compor o layout sempre pensando em como os usuários vão interagir com o resultado. Itens como alinhamento, proximidade, repetição, contraste e grid, quando combinados deixam a diagramação clara, compreensível e legível. Os princípios para uma boa criação têm como base a criatividade e os princípios de organização. CONTEXTUALIZANDO A comunicação hoje tem um mundo de informações por meio de imagens, textos e cores aplicados em seus mais variados campos de atuação. Com esse volume de informação a serem codificado, os criativos se tornaram parte da consciência pública, atuando em todas as áreas em que se faz necessária a interpretação de dados. O processo de diagramação consiste em distribuir e colocar as coisas em seu devido lugar – previamente estudado ou não – pois uma das funções do processo é encontrar o melhor lugar para os objetos. Para que a diagramação se torne consistente e eficaz, ela precisa de equilíbrio, de inovação e do principal: criatividade. Nada deve ser diagramado sem sentido na composição de um layout. Os itens devem ter uma conexão visual dentro de uma página. TEMA 1 – ALINHAMENTO Uma das bases de um planejamento gráfico é o alinhamento. Elementos alinhados criam uma estética unificada, criando unidades visuais e conexões entre as informações. O alinhamento pode ter os elementos alinhados à direita, esquerda, ao centro, justificado, ao topo ou qualquer outra forma em que a leitura faça sentido. 3 Figura 1: Exemplos de alinhamento TEMA 2 – PROXIMIDADE Outra forma de “juntar” fundamentos é com a proximidade entre estes. Agrupar e relacionar objetos dentro de uma diagramação se faz necessário quando, por exemplo, precisamos informar os usuários sobre um serviço. As informações de conteúdos relacionados e próximos organiza a forma de pensar e interpretar a informação. O importante é não utilizar somente os cantos na disposição dos elementos; partes em branco (sem objetos) também se fazem necessárias e úteis na diagramação de elementos. Figura 2: Proximidade 4 TEMA 3 – REPETIÇÃO Assim como a proximidade, na qual os elementos devem ficar juntos, quando há repetição de alguma informação – como ocorre em documentos com muitas páginas – esta deve ficar sempre no mesmo lugar, assim criamos uma unidade visual. Figura 3: Repetição de elementos TEMA 4 – CONTRASTE O uso do contrate se faz necessário toda vez que queremos diferenciar ou destacar elementos dentro do projeto visual. Diferenciação e cores entre os objetos forçam a atenção e o olhar dos usuários. É necessário cuidado na utilização do contrate, pois seu uso excessivo pode confundir o usuário na sequência de leitura do material. 5 Figura 4: Contrate Figuras 5 e 6: Analisando peças gráficas ID: 350427923 ID: 422298523 6 TEMA 5 – O USO OU NÃO DE UM GRID Grid Um bom layout deve conter princípios básicos de diagramação (alinhamento calculado onde são distribuídos elementos em um espaço limitado). Todo trabalho gráfico envolve a solução de algum problema visual ou de comunicação. Gráficos, textos e imagens alinhados formando uma ordem sistemática, organizada, criativa e equilibrada. Na comunicação, o grid (uma malha construtiva) ajuda a dar identidade visual para a campanha e muitas vezes estabelece vínculo com o usuário por muito tempo, no caso de revista e jornais. Figura 7: Utilização do grid Grid retangular É um tipo de grid simples, de forma retangular, a qual ocupa grande parte da página. Nesse tipo de grid é importante criar uma boa composição, pois o volume de texto pode ser considerável e causar desconforto ao leitor durante o uso. 7 Figura 8: Grid retangular Grid de colunas O sistema de colunas pode variar de acordo com o tamanho do texto a ser diagramado. As colunas podem ser independentes umas das outras, variando em sua largura e tamanho, adequando-se às informações e letras, atraindo a atenção do leitor dentro do layout. Figura 9: Grid de colunas Grid modular Para trabalhos que exigem uma grande carga de informação com o uso de muitos textos e imagens, o grid modular é uma boa opção. As divisões do grid em muitas colunas horizontais e verticais criam módulos definindo campos para as informações. Esse sistema é bem conhecido no meio editorial, deixam as publicações alinhadas e coerentes. 8 Figura 10: Grid modular Grid hierárquico A construção de um grid modular se faz necessário quando existe uma sequência de leitura e alguns dos elementos devem ser percebidos antes que os demais. Esse tipo de sequência tem sido usado em muitas páginas web e cartazes. A questão do uso ou não de grids é uma escolha pessoal do criativo na hora de diagramar uma peça gráfica. Eles permitem criar uma modelo visual facilitando a leitura do usuário. O uso deste sistema ajuda a não tomar decisões confusas sobre onde deve ser encaixado certo texto ou imagem. Figura 11: Grid modular Vantagens do uso do sistema: Facilita a leitura e a percepção dos elementos; Melhora a experiência visual; 9 Menor esforço cognitivo para interpretar o conteúdo; O olho humano percebe a distribuição proporcional dos elementos e associa as informações com maior facilidade. O uso do grid limita meu projeto gráfico? A resposta é não, pelo contrário: ele traz clareza e agilidade na produção e organização dos materiais; podem ser usados os diversos tipos de grid, até mesmo aquele criado pelo próprio criativo. Não existe o melhor grid, mas sim o mais funcional para cada projeto em desenvolvimento. TROCANDO IDEIAS Um designer gráfico é, convenientemente, mais do que apenas um conhecedor e utilizador das mais variadas técnicas e conceitos. O designer gráfico tem a habilidade de aliar a sua capacidade técnica à crítica e ao repertório conceitual, sendo fornecedor de matéria-prima intelectual baseada em estudos sobre conceitos visuais, sociais e psicológicos. Não é apenas um mero executante, mas sim um condutor criativo que tem em vista um objetivo comunicacional. Pela observação de situações e problemas do cotidiano com relação à interpretação de dados e de sinais, converse com seus colegas sobre propostas visando a solucionar os problemas observados. NA PRÁTICA Utilizando os conceitos aprendidos em nossa aula, escolha um anúncio publicitário que contenha erros de diagramação. Proponha uma nova direção e nova diagramação para este. Lembre-se de trabalhar com alinhamentos, propor contrastes entre os elementos dando peso e destaque aos textos. Antes de começar, divida a folha em um grid de acordo com sua percepção em relação ao projeto. FINALIZANDO Nossa conversa nesta aula versou sobre elementos e conceitos para uma boa diagramação de projetos gráficos e digitais. A simples tarefa de organizar um layout pode se tornar desastrosa se não respeitarmos algumas regras e 10 conceitos. Objetividade e inteligência se fazem necessários na hora de transmitir a informação aos usuários e consumidores na publicidade. Podemos usar a distribuição dos elementos como direcionadores, dando ritmo à leitura e induzindo a percepção de elementos dentro do projeto. REFERÊNCIAS AMBROSE, G.; Harris, P. Grids. Porto Alegre: Bookman, 2009. CAMARGO, M. de. Gráfica: arte e indústria no Brasil. 2. ed. Guarulhos:Bandeirantes, 2003. CESAR, N. Direção de arte em propaganda. 9. ed. Brasília: Senac, 2009. COLLARO, A. C. Projeto gráfico: teoria e prática da diagramação. 4. ed. São Paulo: Summus, 2000. ELAM, K. Geometria do design: estudos sobre proporção e composição. 1. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2010. LABUDOVIC, A.; VUKUSIC, N. Curso prático: designer gráfico. São Paulo. 1. ed. São Paulo: Oceano, 2012. SAMARA, T. Grid: construção e desconstrução. São Paulo. 2. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2007. WILLIAMS, R. Design para quem não é designer. 8. ed. São Paulo: Callis, 1995.
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