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Prof. Dra: Tatiani Bellettini Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC Curso de Medicina 4 Período DOENÇA DE ALZHEIMER https://www.youtube.com/watch?v=n9iTaU498d4 Alois Alzheimer (1864 - 1913) Descreveu Características básicas da Doença de Alzheimer Caso Senhora de 51 anos de idade Morre 4 anos e meio após apresentar os primeiros sintomas da doença Delírio de ciúmes em relação ao marido Meses seguintes Deterioração rápida da memória; Parafasias; Apraxia; Desorientação espacial. Publicado em 1907 ASPECTOS HISTÓRICOS https://www.youtube.com/watch?v=n9iTaU498d4 Alois Alzheimer Até por volta de 1968 Era considerada demência pré-senil (DPS) rara Demência senil (DS), considera comum Publicação do trabalho de Blessed, Tomlinsin e Roth (1968) Correlação entre a gravidade da DS e os achados neuropatológicos da DA ASPECTOS HISTÓRICOS As pessoas com DA também exibem um ou mais transtornos cognitivos, incluindo: Dificuldade com a linguagem Impossibilidade de reconhecer objetos Dificuldade com o funcionamento motor AFASIA APRAXIA AGNOSIA Impacto negativo no desempenho social e ocupacional NEUROLOGIA DA DOENÇA DE ALZHEIMER Manifestações clínicas e epidemiologia • A demência na doença de Alzheimer apresenta um início insidioso e um curso com deterioração progressiva; • Dificuldades discretas de memória, costumam ser o primeiro sintoma; • A perda de interesse e apatia, frequentemente, ocorrem em seguida; • De acordo com a intensidade do quadro degenerativo há três estágios clínicos: leve, moderado ou grave. NEUROLOGIA DA DOENÇA DE ALZHEIMER Défits cognitivos Capacidade de julgamento Habilidades visuespaciais Capacidade de calcular Raciocínio abstrato NEUROLOGIA DA DOENÇA DE ALZHEIMER ETIOLOGIA NÃO É TOTALMENTE CONHECIDA Fatores genéticos são totalmente relevantes, é transmitida de forma autossômica dominante, porém, a manifestação na prole não é de 50%, mas de aproximadamente 25% (KAPCZINSKI, 2004) Além da idade a presença de membro da família com demência é o único fator sistematicamente associado, ocorrendo em 32% dos casos Sinais de doença vascular detectados por neuroimagem e o genótipo Apoε*ε4 combinam-se para aumentar o risco da doença em indivíduos idosos Doença de Alzheimer Múltiplos fatores ambientais e genéticos estão envolvidos idade sexo histórico familiar educação depressão hipertensão diabetes colesterol alto baixa atividade física e cognitiva hábitos de vida medicamentos ETIOLOGIA Vias hipotéticas das múltiplas causas da doença de Alzheimer Sexo Predisposição genética Ambiente Herpes simples Trauma craniano Comprometimento cognitivo Possíveis agentes protetores: Agentes anti-inflamatórios Reposição estrogênica Modificação de concentrações lipídicasInício da demência Patologia vascular Metabolismo lipídico Hipertensão da meia-idade Modificações cerebrais associadas ao envelhecimento Fonte: (KAPCZINSKI, 2004). ETIOLOGIA Formas de DA Mecanismo Herança DA tipo 1 Corresponde à proteína precursora amilóide (APP) – cromossomos 21 Autossômico dominante, raro, início entre 40 e 60 anos DA tipo 2 Corresponde à apolipoproteína E – região centromérica do cromossomo 19 (19cen-q 13.2) Autossômico dominante (?) – suscetibilidade genética para o início tardio – apresenta três isoformas (E2, E3, E4) codificados por três alelos diferentes (ε2, ε3, ε4) DA tipo 3 Corresponde ao gene presenilina 1 (PSEN1), localizado no cromossomo 14 Herança autossômica dominante, início precoce DA tipo 4 Corresponde ao gene presenilina 2 (PSEN2) no cromossomo 1 Raro, famílias originárias de duas populações próximas de língua alemã da região do rio Volga (Ucrânia) DA tipo esporádico Não relacionado com a apolipoproteína E Início tardio, possibilidade de outros genes para a suscetibilidade genética Fonte: (KAPCZINSKI, 2004). DIAGNÓSTICO GENÉTICO DA DOENÇA DE ALZHEIMER Classificação O diagnóstico é clínico, utilizando principalmente o Mini exame do estado mental (MEEM) e Escore clínico de demência (ECD) os quais avaliam a função cognitiva global; (De-Paula et al., 2012) DIAGNÓSTICO CLÍNICO A prevalência da doença aumenta com a idade (1-2% aos 65 anos e torna-se 35% ou mais depois dos 85 anos); Em 2010, estimou-se que em torno de 35,6 milhões de pessoas no mundo foram acometidas pela DA; De acordo com estudos, este número aumentará para 60,7 milhões em 2030 e 115,4 milhões de pessoas em 2050 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS (Alzheimer´s disease Association, 2015) A doença de Alzheimer (DA) é o tipo de demência mais prevalente na população; É caracterizada por perda progressiva da memória e das funções cognitivas; DADOS EPIDEMIOLÓGICOS Doença neurodegenerativa metabólica progressiva Atinge células hipocampais Por inflamação Peptídeo β-amilóide (Aβ) Hiperfosforilação da TAU Stress oxidativo Dano sináptico (BUTTERFIELD.; DI DOMENICO.; BARONE, 2014). PATOGÊNESE E FISIOPATOLOGIA Apoptose celular A EVOLUÇÃO DAS HIPÓTESES ETIOLÓGICAS PARA A DA A hipótese colinérgica A hipótese mais antiga sobre a DA foi introduzida no início da década de 80, e descrita como a hipótese colinérgica na disfunção amnésica do idoso. A hipótese da disfunção glutamatérgica A hipótese glutamatérgica, conhecida também como "excito-tóxica", da DA também emergiu na década de 80. A hipótese da cascata amiloide Desde a descoberta da DA, é reconhecido que os sintomas da doença podem ser associados ao desenvolvimento de inúmeras lesões filamentosas intraneuronais e extracelulares no córtex límbico, assim como no córtex cerebral. A EVOLUÇÃO DAS HIPÓTESES ETIOLÓGICAS PARA A DA A hipótese oligomérica Um estudo publicado em 1998 demonstrou que o Aβ, quando forçado a permanecer em sua forma oligomérica, danifica imediatamente as sinapses neuronais, levando à morte celular, embora o mesmo não ocorra com as fibrilas de Aβ O papel da proteína tau: possivelmente uma consequência Diversos estudos indicam que o acúmulo de Aβ pode ser o evento ativador da hiperfosforilação da proteína tau, porém os fatores que desencadeiam este desequilíbrio ainda não são bem entendidos (Selkoe, D. J. 1996.; Zheng, W. H. et al., 2002.; Bieschke, J. et al., 2012.) Correlação entre a hipótese amiloide e a colinérgica A formação dos agregados extracelulares aparenta induzir uma resposta inflamatória capaz de danificar as células do sistema colinérgico. Por outro lado, o sistema colinérgico possui a capacidade de exercer função reguladora sobre o processamento do peptídeo amiloide A EVOLUÇÃO DAS HIPÓTESES ETIOLÓGICAS PARA A DA (Selkoe, D. J. 1996.; Zheng, W. H. et al., 2002.; Bieschke, J. et al., 2012.) A hipótese metálica Um número crescente de evidências passou a sugerir que os íons metálicos endógenos, particularmente os que possuem atividade redox, tais como cobre(II) e ferro(III), além de certos íons não redox-ativos, como o zinco(II), podem contribuir na evolução de doenças neurodegenerativas, favorecendo a agregação de Aβ e aumentando a sua toxicidade. A hipótese do diabetes de tipo 3 A dependência do cérebro por glicose põe em risco o órgão, caso o fornecimento do substrato seja escasso ou interrompido, ou caso a capacidade de metabolizar a glicose se torne falha: o cérebro se torna incapaz de proteger as sinapses. Nesta situação, as células podem não funcionar corretamente, resultando em alterações cognitivas. A partir deste princípio básico, torna-se possível a ligação entre o diabetes e a DA. A EVOLUÇÃO DAS HIPÓTESES ETIOLÓGICAS PARA A DA Evolução da produção científica a respeito das diferentes teorias envolvendo as bases moleculares da DA ao longo do tempo (período de 1980 a 2014). A DA possui dois marcadores histopatológicos: as placas senis extracelulares, que possuem como constituinte molecular principal o peptídeo β-amilóide (Aβ) e os emaranhados neurofibrilares intracelularesformados por proteína Tau hiperfosforilada. FISIOPATOLOGIA ENVELHECIMENTO NORMAL E DOENÇA DE ALZHEIMER Em estágios precoces da doença, estruturas cerebrais como o córtex frontal e hipocampo são afetados, os quais estão associados com prejuízo cognitivo/memória. É importante ressaltar que durante o curso da doença cerca de 80% dos neurônios hipocampais morrem e os sintomas progressivos da DA se manifestam como distúrbios cognitivos FISIOPATOLOGIA FISIOPATOLOGIA A APP - crescimento dos neuritos, tráfego de proteínas neuronais, transdução de sinal, metabolismo do cálcio entre outras funções. FISIOPATOLOGIA FISIOPATOLOGIA Formação de emaranhados neurofibrilares intracelularmente A hiperfosforilação acaba levando a uma desregulação da fosforilação de resíduos de serina e treonina, levando uma desestabilização dos microtúbulos. FISIOPATOLOGIA As placas senis não são específicas para DA e ocorrem naturalmente em qualquer cérebro com o avanço da idade, quando são conhecidas como placas senis difusas e causam pouca alteração nas imediações celulares (CHAVES, 2008, p.2). FISIOPATOLOGIA FISIOPATOLOGIA Sinaptotoxicidade Nat. Rev. Neurol. 9, 25–34 (2013) FISIOPATOLOGIA Nat. Rev. Neurol. 9, 25–34 (2013)https://www.youtube.com/watch?v=dj3GGDuu15I Sinaptotoxicidade FISIOPATOLOGIA https://www.youtube.com/watch?v=dj3GGDuu15I Excitotoxicidade glutamatérgica FISIOPATOLOGIA Aumenta a liberação de glutamato Quantidade excessiva de glutamato é captado pelos receptores NMDA (n-metil-d-aspartato) Excitotoxicidade glutamatérgica Presença de peptídeos Aβ 1- 42 Excitotoxicidade glutamatérgica Influxo excessivo e prolongado de íons de cálcio por estes receptores Apoptose celular Morte de neurônios glutamatérgicos comumente no lobo temporal medial e hipocampo FISIOPATOLOGIA Ações da acetilcolina: Importante para propagação de sinapses e processos de memória, Contração muscular entre outros. Redução de neurônios colinégicos FISIOPATOLOGIA Fase Inicial: dura de 2 a 4 anos Perda de memória, confusão e desorientação. Ansiedade, agitação, ilusão, desconfiança. Alteração da personalidade e do senso crítico. Dificuldades com as atividades da vida diária (cozinhar, fazer compras, dirigir, telefonar. DOENÇA DE ALZHEIMER Fase Intermediaria: Pode durar de 3 a 5 anos. Esta fase está correlacionada com o comprometimento cortical do lobo parietal afetando as atividades instrumentais e operativas. Dificuldade em reconhecer familiares e amigos. Perder-se em ambientes conhecidos. Alucinações, inapetência, perda de peso, incontinência urinária. Dificuldades com a fala e a comunicação Movimentos e fala repetitiva. Distúrbios do sono. Problemas com ações rotineiras. Inicio de dificuldades motoras. DOENÇA DE ALZHEIMER Fase Final: Dependência total. Incontinência urinária e fecal. Tendência em assumir a posição fetal. Mutismo. Restrito a poltrona ou ao leito. Presença de úlceras por pressão (escaras) Perda progressiva de peso. Infecções urinárias e respiratórias. Término da comunicação. Fase terminal: Morte DOENÇA DE ALZHEIMER Apenas 5 fármacos são aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) para o tratamento da DA Memantina Donepezil Galantamina Tacrina Rivastigmina Fase moderada e severa Inibidores da colinesterase Fase leve e moderada Antagonista dos receptores NMDA Não são eficazes TRATAMENTO MECANISMOS DE AÇÃO DA MEMANTINA Memantina TRATAMENTO • O tratamento colinérgico visa melhorar a transmissão colinérgica em nível cerebral. • O nível de acetilcolina (neurotransmissor decisivo no desempenho cognitivo) está diminuído na doença de Alzheimer (DA) ou por diminuição de produção ou por excessiva destruição pela ação da enzima acetilcolinesterase. • Dessa forma, os sintomas poderiam ser melhorados com o uso de agonistas (estimuladores) colinérgicos ou por inibidores colinesterásicos, ambos aumentando a atividade colinérgica. As 3 drogas com propriedades anticolinesterásicas aprovadas para o tratamento específico são: • Rivastigmina • Donepezila • Galantamina Drogas com propriedades anticolinesterásicas TRATAMENTO Memantina Rivastigmina Donepezil Galantamina Poucos avanços!! Solanezumab é um anticorpo monoclonal contra o peptídeo Aβ (Eli Lilly & Co). Não apresentou redução significativa no teste de fase 3 TRATAMENTO • “A EXPERIÊNCIA NÃO É O QUE ACONTECE COM O HOMEM, É O QUE O HOMEM FAZ COM O QUE ACONTECE COM ELE”. THOMÁS HIGG OBRIGADA!!!
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