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Abordagem histórica: Em 1764 a Alemanha cria a Polícia Médica proposta por Wolfgang Thomas. A Polícia Médica expressa a responsabilidade do Estado pela definição de leis e regulamentos sobre a saúde das pessoas e fiscalização da aplicação; Na Inglaterra a Aritmética Política com William Petty consistia na sistematização de informações populacionais sobre natalidade e mortalidade e na formulação de recomendações para uma ação nacional, posteriormente em 1687 Willian Petty propôs a criação do Conselho de Saúde Na primeira metade do Século XIX a França institucionaliza a Higiene, parte da medicina responsável por ajudar a administração pública a manter a população saudável Para Foucout a medicina moderna é uma medicina social que tem como estratégia o biopoder (domínio da sociedade sobre indivíduos por meio do controle sobre corpos humanos). Nessa perspectiva caracterizou o desenvolvimento da medicina moderna que assume características particulares nos três países: A Inglaterra cria a Medicina da força de trabalho, a França cria a Medicina urbana, a Alemanha cria a Medicina de Estado. Em 1848 ocorre na Inglaterra o primeiro Ato de Saúde Pública em resposta ao agravamento das condições de saúde da população e em especial dos trabalhadores com a industrialização e a urbanização, também nos Estados Unidos a industrialização e as epidemias levaram o Congresso americano a criar um Departamento Nacional de Saúde, inspirado na saúde pública inglesa; Em 1950 nos Estados Unidos é lançada a ideologia sanitária na concepção da saúde coletiva: medicina Preventiva, e foi posteriormente lançada a Medicina ou Saúde Comunitária. Na prática, as inovações foram ao campo educacional com a criação das faculdades de medicina, dos departamentos de medicina preventiva, de psicologia, de sociologia e de administração de serviços de saúde. Com a Medicina Preventiva nos Estados Unidos, surgem reformas pedagógicas visando o desenvolvimento, nos estudantes de medicina, de uma visão completa do indivíduo, biopsicossocial. O novo médico deveria ser portador de uma atitude integral, preventiva e social. Na prática, não se modifica a atitude do médico, nem se valoriza a ampliação da cobertura para as populações pobres. Esses conceitos norte-americanos foram amplamente difundidos no Brasil Abordagem histórica brasileira: Em 1889, na República Velha, a saúde coletiva ganha força com Oswaldo Cruz e as campanhas sanitárias para erradicação da febre-amarela urbana e a vacinação obrigatória contra a varíola; Em 1939, no Estado Novo, foram lançados programas de saúde pública com campanhas de vacinação, inicialmente em um Departamento Nacional de Saúde do Ministério da Educação e posteriormente através do Ministério da Educação e Saúde criado em 1953; Na Segunda Guerra Mundial, o Brasil adota o modelo norte-americano de organização de programas de saúde e cria o Serviço Especial de Saúde Pública. A assistência médica individual se desenvolve sem articulação direta com a saúde pública (campanhista), através dos institutos de aposentadoria e pensão, destinados a prover serviços às categorias de trabalhadores formalmente empregados; Nos anos 70 surge a ideia de saúde coletiva, inspirada na Medicina Social, concebida durante as revoluções de 1848 na Europa. No final da década de 1970, a expressão saúde coletiva foi usada como título do primeiro encontro nacional de cursos de pós-graduação existentes no Brasil. Em 1979 surge no Brasil a Associação Brasileira de Pós- Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO) Saúde Coletiva X Saúde Pública A saúde pública é entendida neste texto como vários movimentos que surgiram tanto na Europa quanto nas Américas para controlar as endemias que ameaçavam a ordem econômica vigente e depois como controle social, buscando a erradicação da miséria, desnutrição e analfabetismo. Em geral, a Saúde Pública, medida e executada pelo Estado e costuma se referir a formas de agenciamento político/governamental (programas, serviços, instituições) no sentido de dirigir intervenções voltadas às denominadas necessidades sociais de saúde. Já a Saúde Coletiva, rompe com o naturalismo imbricado no conceito de Saúde Pública relativiza o “biologismo”, e traz o conceito de saúde em sentido amplo, com base e auxílio de outras ciências, em especial as ciências humanas. A Saúde Coletiva se propõe a utilizar como instrumentos de trabalho a epidemiologia social ou crítica que, aliada às ciências sociais, prioriza o estudo da determinação social e das desigualdades em saúde, o planejamento estratégico, comunicativo e a gestão democrática. Além disso, abre-se às contribuições de todos os saberes científicos e populares que podem orientar a elevação da consciência sanitária e a realização de intervenções intersetoriais sobre os determinantes estruturais da saúde. Assim, os movimentos como promoção da saúde, cidades saudáveis, políticas públicas saudáveis, saúde em todas as políticas compõem as estratégias da Saúde Coletiva.
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